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Arte que inventa afetos - ebook

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86<br />

Estudos da Pós-Graduação<br />

cência, pois a potência desses agenciamentos reside justamente na produção<br />

incessante de fluxos semióticos, numa espécie de “economia coletiva<br />

de desejo”, 22 <strong>que</strong> articula pessoas, saberes e gestos com mais<br />

amplitude e intensidade do <strong>que</strong> a política convencional.<br />

Nessa direção, foi construída a experiência da Cidade dos<br />

Direitos 23 no marco das 8ª e 9ª Conferências Nacionais dos Direitos da<br />

Criança e do Adolescente, realizadas em Brasília, respectivamente em<br />

2009 e 2011. Buscou-se reproduzir, de maneira interativa e não formal,<br />

uma minicidade com prioridade absoluta para crianças e adolescentes,<br />

composta por instituições e programas relacionados ao Sistema de<br />

Garantia dos Direitos, bem como áreas de convivência animadas por<br />

um conjunto de atividades pedagógicas de educação em direitos humanos,<br />

com a finalidade de fomentar a participação, o intercâmbio de<br />

experiências e o agenciamento sensorial dos visitantes em um ambiente<br />

inclusivo e sustentável. A descrição dessa metodologia vivencial<br />

em direitos humanos e suas peculiaridades na implementação<br />

junto a crianças e adolescentes é o foco dessa narrativa.<br />

O (incompreendido) direito à participação<br />

de crianças e adolescentes<br />

A Convenção sobre os Direitos da Criança da Organização<br />

das Nações Unidas (1989) provocou uma histórica reforma jurídica<br />

sobre a infância e adolescência ao consagrar o interesse superior de<br />

crianças e adolescentes (artigo 3) e o seu direito a opinarem e serem<br />

escutados (artigo 12). Sua importância não se restringe ao agenciamento<br />

para a inclusão de tais dispositivos na maioria das constituições<br />

políticas ou marcos legais dos 193 países signatários; mas,<br />

especialmente, pelas possibilidades de problematização de uma<br />

22<br />

Expressão utilizada por Félix Guattari (1987, p. 66) em “Revolução Molecular”.<br />

23<br />

A iniciativa foi coordenada pela Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos<br />

Humanos de Crianças e Adolescentes/Secretaria de Direitos Humanos da Presidência<br />

da República, em parceria com o CONANDA, com realização do IDAC – Instituto<br />

Internacional para o Desenvolvimento da Cidadania e apoio da Petrobrás e Fundação<br />

Telefonica-Promenino, entre outros parceiros.

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