20.08.2018 Views

Arte que inventa afetos - ebook

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ARTE QUE INVENTA AFETOS 335<br />

Isso se configura na própria imprensa alternativa, <strong>que</strong> desempenhou importante<br />

papel na luta contra o autoritarismo presente na história recente<br />

do país. Nessa linha de reflexão, não se despreza, em nenhum<br />

momento, a capacidade comunicativa da televisão. Ao contrário, ela é<br />

valorizada, confirmada com a observação a seguir:<br />

considero <strong>que</strong>, num país como o Brasil de hoje, a televisão é<br />

o Meio de Comunicação de Massa <strong>que</strong> tem mais condição de<br />

socializar o conhecimento. O televisor, pois, dispensa o conhecimento<br />

da leitura para ter acesso a informações <strong>que</strong>, sem<br />

este veículo, seria somente privilégio de poucos (TILBURG,<br />

1990, p. 7-8).<br />

É in<strong>que</strong>stionável sua capacidade de penetração, principalmente<br />

quando ela opera num território formado por um grande número<br />

de cidadãos alfabetizados funcionais, 181 como ainda é o Brasil.<br />

A televisão é “uma janela aberta para o mundo exterior”, escreve<br />

Verón (2003, p. 23), enquanto <strong>que</strong>, para Hoineff (1996, p. 117-120),<br />

ela “é não-narrativa por excelência. Nela, nada começa e nada acaba.<br />

Tudo está acontecendo” lembrando <strong>que</strong> isto é resultado da programação<br />

e da venda dos conteúdos, especialmente os de entretenimento<br />

e dramaturgia.<br />

Ao verificar as possibilidades técnica e política de ampliar os<br />

acessos da sociedade aos processos de produção da comunicação, fazendo<br />

circular uma informação diferenciada, 182 os movimentos sociais<br />

181<br />

Adota-se a definição de alfabetizado funcional como a<strong>que</strong>la pessoa capaz de utilizar a<br />

leitura, escrita e habilidades matemáticas para fazer frente às demandas de seu contexto<br />

social e utilizá-las para continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida.<br />

Isso decorre de discussões antigas sobre os parâmetros para dimensionar o grau de<br />

analfabetismo das nações pelos organismos internacionais. Sendo assim, a "definição de<br />

analfabetismo vem, ao longo das últimas décadas, sofrendo revisões significativas como<br />

reflexo das próprias mudanças sociais. Em 1958, a UNESCO definia como alfabetizada<br />

uma pessoa capaz de ler e escrever um enunciado simples, relacionado a sua vida diária.<br />

Vinte anos depois, a UNESCO sugeriu a adoção dos conceitos de analfabetismo e<br />

alfabetismo funcional". (INAF, 2000. Disponível em: .<br />

Acesso em: 03 dez. 2014)<br />

182<br />

Mesmo <strong>que</strong> para isso seja necessário derrubar algumas barreiras culturais e criar novos<br />

marcos legais.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!