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Arte que inventa afetos - ebook

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Estudos da Pós-Graduação<br />

gindo a possibilidade de expressão do pensamento à<strong>que</strong>les <strong>que</strong> têm capital<br />

financeiro disponível para aplicar nessa atividade econômica.<br />

A privatização dos meios de comunicação e do espectro eletromagnético,<br />

em especial, colocou outros obstáculos para essa livre manifestação<br />

do pensamento humano. Não por<strong>que</strong> esta maneira de se<br />

comunicar componha um setor com características <strong>que</strong>, para constituir-se,<br />

importe em uso de tecnologia e de equipamentos bem mais<br />

complexos do <strong>que</strong> a impressão, nem por ele exigir alto grau de especialização<br />

de seus operadores: a privatização do espectro tornou a comunicação<br />

mais restrita por<strong>que</strong> os meios sonoros e audiovisuais eletrônicos<br />

transformaram-se em objetivo do investimento dos grandes<br />

proprietários do capital devido a seu alto grau de penetrabilidade no<br />

tecido social, pela facilidade de fazer inteligível e pela velocidade de<br />

transmissão das informações.<br />

Também observa-se <strong>que</strong> o comportamento dos investidores internacionais<br />

têm se pautado pela diversificação das atividades da produção<br />

(isto é: oferecer vários produtos ao mercado sem deixar de ter atenção<br />

redobrada no movimento das bolsas, dos papéis), pouco se importando<br />

com as necessidades locais, regionais e nacionais (ROTEHBERG,<br />

2003), pois o setor depende, cada vez mais, da velocidade de circulação<br />

das informações e, ao mesmo tempo, da variedade de fontes <strong>que</strong> consubstanciem<br />

o panorama do mercado no mundo.<br />

Essas variáveis, originárias e reforçadas pelo interesse de ampliar a<br />

acumulação de capital, incidem demasiadamente na redução do acesso – e<br />

da capacidade – de difusão livre do pensamento. Porém, nessa arena, o<br />

movimento em favor da liberdade de expressão, entremeado pelo desenvolvimento<br />

da tecnologia do vídeo e da telefonia móvel, começou a tomar<br />

dimensões perceptíveis em vários setores das sociedades do mundo. No<br />

Brasil, a história recente do vídeo nos movimentos registra manifestações<br />

de diversas origens, formas e tamanho. E é o foco deste capítulo.<br />

A possibilidade do alternativo na TV<br />

Pensar no direito constitucional de livre expressão das ideias remete<br />

para o debate sobre a democratização dos meios de comunicação.

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