20.08.2018 Views

Arte que inventa afetos - ebook

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ARTE QUE INVENTA AFETOS 297<br />

trução, <strong>que</strong> a <strong>que</strong>stão foi levada a debate na cidade e, por maioria, optou-se<br />

por não continuar com o investimento no bairro.<br />

Ao analisar o contexto de múltiplas ações, descritas anteriormente,<br />

<strong>que</strong> compõem um universo macrossocial do Titanzinho, com o<br />

<strong>que</strong> descrevemos sobre Dona Lirete, no início deste texto, percebemos<br />

uma reverberação entre o contexto macro e microssocial. Os retratos de<br />

Lirete me fazem problematizar a importância da imagem de si interferindo<br />

nos modos de ser visto, demandando atenção aos processos de<br />

singularização (GUATTARI; ROLNIK, 1996) produtores de memória<br />

singular e coletiva. E assim como sinto <strong>que</strong> acontece em minha experiência<br />

com Lirete, penso <strong>que</strong> os outros moradores de alguma forma sabiam<br />

<strong>que</strong> deveriam ser vistos para fazer ouvir suas opiniões e para<br />

manter a memória da comunidade.<br />

O ensaio fotográfico de Dona Lirete<br />

Senhora de 67 anos, Lirete (Figuras 59 e 60) morava sozinha na<br />

casa <strong>que</strong>, segundo ela, foi feita com suas próprias mãos. Ela distribuía<br />

afeto pela vizinhança. Costureira, fazia seus próprios vestidos e aparentemente<br />

sentia orgulho de cada um deles. Teve um namorado, Seu Zuza.<br />

Figura 59 - Retratos de Lirete –<br />

Figurino Cigana com Flor<br />

Fonte: Elaborada pelo autor.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!