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Arte que inventa afetos - ebook

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Estudos da Pós-Graduação<br />

quisa, no qual o modelo explicativo é articulado com o método<br />

e a experiência do pesquisar. Nessa articulação entra em <strong>que</strong>stão<br />

a participação dos observadores e as formas de compartilhamento<br />

da experiência. No exemplo da explicação sobre a dificuldade<br />

de aprendizagem, essa etapa consiste na formulação de<br />

um desenho de pesquisa <strong>que</strong> consiga articular o quadro conceitual<br />

feito em 2, com as condições práticas e materiais <strong>que</strong> vou<br />

utilizar para fazer com <strong>que</strong> observadores possam entender e<br />

reconhecer o problema proposto e sua possível explicação.<br />

Essa etapa coloca o desafio da escolha de ferramentas e da<br />

montagem do dispositivo de pesquisa, no sentido de <strong>que</strong> terei<br />

<strong>que</strong> selecionar se usarei entrevistas com professores e gestores,<br />

análise das políticas de educação, dados oficiais ou produzidos<br />

para essa pesquisa, se haverá a proposição de oficinas com os<br />

alunos, ou ainda outras estratégias <strong>que</strong> possam compor o desenho<br />

da pesquisa. Todas essas ações devem levar em consideração<br />

a articulação entre o mecanismo proposto, os observadores<br />

envolvidos e as condições concretas de sua realização.<br />

4. A quarta operação é a realização desse experimento, de maneira<br />

<strong>que</strong> o mecanismo proposto em 2 possa ser considerado<br />

uma explicação científica, na medida em <strong>que</strong> as coerências<br />

operacionais do desenho da pesquisa, dos observadores envolvidos<br />

e dos conceitos utilizados no mecanismo possam se<br />

mostrar consistentes para uma comunidade de observadores.<br />

Sendo assim, temos uma explicação para o fenômeno <strong>que</strong> não<br />

pode ser considerada uma generalização abstrata e <strong>que</strong> não<br />

pode ser usada como modelo geral para outros objetos, ou seja,<br />

um fenômeno correlato, tal como o da evasão escolar deverá<br />

ser especificado de modo contingente e implicado e ser validado<br />

na experiência de um observador do domínio.<br />

A partir das operações descritas acima, Maturana nos convida a<br />

pensar <strong>que</strong> o aparato metodológico e retórico de <strong>que</strong> se reveste a comunidade<br />

de cientistas promove acordos, sustenta a concordância da comunidade<br />

e não garante uma acesso privilegiado ao “real”. Desta forma,

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