Arte que inventa afetos - ebook
ARTE QUE INVENTA AFETOS 125 A história da produção, da circulação e da destinação das imagens sofre, assim, uma fratura fundamental: a dessacralização intensiva, a alteração dramática das formas nas quais se apresenta, uma alteração significativa na capacidade humana de fabricá-las, uma exponenciação da potência expressiva, o que demarcaria o necessário fim de um mundo onde as imagens representariam uma espécie de repositório de ideias consagradas. As imagens artísticas, nesse sentido, não são mais tão condicionadas pelo tempo e espaço, já que a sensibilidade criadora e fruidora detém agora imensas possibilidades de disputar a ocupação no mundo. A liberação das imagens e dos poderes para sua manipulação alteram fundamentalmente a ordem do discurso, as formas de representação da realidade, até dos estilos de vida, principalmente nas cidades. A arte urbana seria, então, mais um campo de batalha pela emancipação contemporânea. E, assim, nos indagamos sistematicamente: o que pode a imagem? O que pode a arte urbana? Que deslocamentos, fissuras, reconhecimentos atravessam os regimes imagéticos? Que fronteiras são expandidas, que diálogos são travados em torno das imagens artísticas? Que multiplicidades são engendradas, quais os afetos emergentes no mundo antropofágico que potencialmente constroem outros modos de ser e estar? Figura 3 – Namaster. Fonte: Intervenção de Grud em Londres.
126 Estudos da Pós-Graduação Referências A ARTE antropofágica de Narcélio Grud. 2010. Disponível em: . Acesso em: 24 abr. 2014. AGAMBEN, Giorgio. Nudez. Lisboa: Relógio d’Água, 2010. BRISSAC, Nelson. Paisagens urbanas. São Paulo: Senac, 2004. BRIGHENTTI, Andrea Mubi. “Imaginacções”: Imagens actuantes e a Imaginação dos territórios urbanos. In: CAMPOS, Ricardo et al. Uma cidade de imagens: produções e consumos visuais em meio urbano. Lisboa: Mundos Sociais, 2011. CAMPOS, Ricardo. Por que pintamos a cidade? Uma abordagem etnográfica do graffiti urbano. Lisboa: Fim de Século, 2010. DELEUZE, Gilles. Francis Bacon: a lógica da sensação. Lisboa: Orfeu Negro, 2011. DIDI-HUBERMAN, Georges. Sentir o tempo e ver a história nas imagens. Entrevista por António Guerreiro. Público / Ípsilon, 11 abr. 2014. LE BRETON, David. A síndrome de Frankenstein. In: SANT’ANNA, Denise Bernuzzi (Org.). Políticas do corpo. São Paulo: Estação Liberdade, 1995. RANCIÈRE, Jacques. O Destino das imagens. Lisboa: Orfeu Negro, 2011. ______. A Partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005. ______. A política da arte e seus paradoxos contemporâneos. Conferência para o Seminário Internacional Estética e Política – São Paulo S/A, práticas estéticas, sociais e políticas em debate. São Paulo, 18 abr. 2005. ROLNIK, Suely. Subjetividade antropofágica. 1998. Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2014. SERRES, Michel. Filosofia dos corpos misturados. Rio de Janeiro: Bertrand, 2001.
- Page 76 and 77: ARTE QUE INVENTA AFETOS 75 Escrever
- Page 78 and 79: ARTE QUE INVENTA AFETOS 77 importâ
- Page 80 and 81: ARTE QUE INVENTA AFETOS 79 portanto
- Page 82 and 83: ARTE QUE INVENTA AFETOS 81 FOUCAULT
- Page 84: Arte que Inventa | Arte de Inventar
- Page 87 and 88: 86 Estudos da Pós-Graduação cên
- Page 89 and 90: 88 Estudos da Pós-Graduação um i
- Page 91 and 92: 90 Estudos da Pós-Graduação nida
- Page 93 and 94: 92 Estudos da Pós-Graduação das
- Page 95 and 96: 94 Estudos da Pós-Graduação neir
- Page 97 and 98: 96 Estudos da Pós-Graduação atra
- Page 99 and 100: 98 Estudos da Pós-Graduação TEIX
- Page 101 and 102: 100 Estudos da Pós-Graduação va
- Page 103 and 104: 102 Estudos da Pós-Graduação pol
- Page 105 and 106: 104 Estudos da Pós-Graduação nas
- Page 107 and 108: 106 Estudos da Pós-Graduação pli
- Page 109 and 110: 108 Estudos da Pós-Graduação tid
- Page 111 and 112: 110 Estudos da Pós-Graduação Mic
- Page 113 and 114: 112 Estudos da Pós-Graduação Ref
- Page 116 and 117: ANTROPOFAGIA E O DESTINO DAS IMAGEN
- Page 118 and 119: ARTE QUE INVENTA AFETOS 117 realiza
- Page 120 and 121: ARTE QUE INVENTA AFETOS 119 potenci
- Page 122 and 123: ARTE QUE INVENTA AFETOS 121 deixa v
- Page 124 and 125: ARTE QUE INVENTA AFETOS 123 atribu
- Page 128: ARTE QUE INVENTA AFETOS 127 SILVA,
- Page 131 and 132: 130 Estudos da Pós-Graduação ref
- Page 133 and 134: 132 Estudos da Pós-Graduação pro
- Page 135 and 136: 134 Estudos da Pós-Graduação Apa
- Page 137 and 138: 136 Estudos da Pós-Graduação Do
- Page 139 and 140: 138 Estudos da Pós-Graduação Lam
- Page 141 and 142: 140 Estudos da Pós-Graduação dad
- Page 143 and 144: 142 Estudos da Pós-Graduação DEU
- Page 145 and 146: 144 Estudos da Pós-Graduação cad
- Page 147 and 148: 146 Estudos da Pós-Graduação A b
- Page 149 and 150: 148 Estudos da Pós-Graduação sé
- Page 151 and 152: 150 Estudos da Pós-Graduação pos
- Page 153 and 154: 152 Estudos da Pós-Graduação Rea
- Page 156 and 157: RÁDIO E CORPO SEM ÓRGÃOS Mauro S
- Page 158 and 159: ARTE QUE INVENTA AFETOS 157 O corpo
- Page 160 and 161: ARTE QUE INVENTA AFETOS 159 criado
- Page 162 and 163: ARTE QUE INVENTA AFETOS 161 da Ilha
- Page 164 and 165: ARTE QUE INVENTA AFETOS 163 CAGE, J
- Page 166: Pesquisar e Intervir com Imagens
- Page 169 and 170: 168 Estudos da Pós-Graduação Fig
- Page 171 and 172: 170 Estudos da Pós-Graduação Fig
- Page 173 and 174: 172 Estudos da Pós-Graduação Fig
- Page 175 and 176: 174 Estudos da Pós-Graduação Fig
126<br />
Estudos da Pós-Graduação<br />
Referências<br />
A ARTE antropofágica de Narcélio Grud. 2010. Disponível em:<br />
.<br />
Acesso em: 24 abr. 2014.<br />
AGAMBEN, Giorgio. Nudez. Lisboa: Relógio d’Água, 2010.<br />
BRISSAC, Nelson. Paisagens urbanas. São Paulo: Senac, 2004.<br />
BRIGHENTTI, Andrea Mubi. “Imaginacções”: Imagens actuantes e a<br />
Imaginação dos territórios urbanos. In: CAMPOS, Ricardo et al. Uma<br />
cidade de imagens: produções e consumos visuais em meio urbano.<br />
Lisboa: Mundos Sociais, 2011.<br />
CAMPOS, Ricardo. Por <strong>que</strong> pintamos a cidade? Uma abordagem etnográfica<br />
do graffiti urbano. Lisboa: Fim de Século, 2010.<br />
DELEUZE, Gilles. Francis Bacon: a lógica da sensação. Lisboa: Orfeu<br />
Negro, 2011.<br />
DIDI-HUBERMAN, Georges. Sentir o tempo e ver a história nas imagens.<br />
Entrevista por António Guerreiro. Público / Ípsilon, 11 abr. 2014.<br />
LE BRETON, David. A síndrome de Frankenstein. In: SANT’ANNA,<br />
Denise Bernuzzi (Org.). Políticas do corpo. São Paulo: Estação<br />
Liberdade, 1995.<br />
RANCIÈRE, Jac<strong>que</strong>s. O Destino das imagens. Lisboa: Orfeu<br />
Negro, 2011.<br />
______. A Partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005.<br />
______. A política da arte e seus paradoxos contemporâneos. Conferência<br />
para o Seminário Internacional Estética e Política – São Paulo S/A, práticas<br />
estéticas, sociais e políticas em debate. São Paulo, 18 abr. 2005.<br />
ROLNIK, Suely. Subjetividade antropofágica. 1998. Disponível em:<br />
. Acesso em: 12 jan. 2014.<br />
SERRES, Michel. Filosofia dos corpos misturados. Rio de Janeiro:<br />
Bertrand, 2001.