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1999_Luzes-ApostoloPulchrum

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LUZES DA CIVILIZAÇÃO CRISTÃ<br />

A capela de Versailles<br />

Maison de la France<br />

Estátua eqüestre de Luís XIV<br />

que, a meu ver, é uma das mais bonitas<br />

da Terra.<br />

***<br />

Versailles tem como moldura indispensável<br />

os seus magníficos parques<br />

e jardins, planejados por Lenôtre,<br />

um dos maiores jardineiros da<br />

história, se não o maior. Tudo neles<br />

é feito de transições sabiamente graduadas,<br />

em que se harmonizam elementos<br />

de belezas diversas: escadarias,<br />

gramados, canteiros, lagos e arvoredos.<br />

Uma extensa alameda central<br />

abre-se para amplos jardins, os<br />

quais, por sua vez, nos fazem perder<br />

no mundo dos canteiros. Estes, compostos<br />

de flores muito bem escolhidas,<br />

são magnificamente<br />

desenhados, obedecendo<br />

a formas geométricas<br />

e simetrias perfeitas.<br />

Dir-se-iam pedras<br />

preciosas lapidadas pela<br />

arte de um exímio joalheiro<br />

e incrustadas naquelas<br />

vastidões. Delicadeza,<br />

finura e distinção<br />

que causam verdadeiro<br />

deslumbramento.<br />

Há depois um agradável<br />

contraste: surge<br />

de súbito um doce arvoredo,<br />

que descansa a vista,<br />

exausta com o que<br />

esse conjunto tem de<br />

por demais plantado, excessivamente<br />

artificial e<br />

intensamente desenhado.<br />

É a nobre e suave<br />

espontaneidade de uma<br />

natureza ultra-civilizada<br />

e abençoada. Note-se,<br />

porém, que as árvores<br />

de Versailles estão para<br />

suas congêneres comuns<br />

como uma pessoa bemeducada<br />

está para alguém<br />

vulgar. São árvores<br />

aristocráticas, que<br />

“tomaram chá em pequenas”,<br />

como se costuma<br />

dizer, ou que foram<br />

“regadas com champanhe”...<br />

Ornando esses jardins<br />

existem as fontes, lagos<br />

e chafarizes, onde imponentes<br />

jatos de água se<br />

lançam aos ares de modo<br />

extraordinário, executando<br />

mil jogos e traçados,<br />

e produzindo um barulho agradável<br />

de ouvir. Como a fonte de Latonne,<br />

construída em louvor da Rainha<br />

Ana d’Áustria, mãe de Luís XIV,<br />

e a fonte de Apolo, feita para homenagear<br />

o próprio rei. De fato, tudo<br />

nela faz sentir a grandeza da monarquia,<br />

da dinastia e do soberano, cercado<br />

pelas famílias mais nobres do<br />

reino.<br />

A começar pela figura de Apolo,<br />

guiando seus cavalos como Luís XIV<br />

governava a França: com pulso firme,<br />

porém, ao mesmo tempo, numa<br />

atitude de homem elegante. A posição<br />

dele é harmoniosa, aristocrática,<br />

controlando sem maior esforço<br />

os animais que, para outra pessoa,<br />

seriam indomáveis, mas obedecem<br />

à superior vontade do deus mitológico.<br />

Nessa fonte se pode ver, ainda,<br />

um jato de água central elevando-se<br />

mais alto do que os outros ao lado.<br />

É bem a imagem da corte com o seu<br />

rei preeminente acima de tudo, cercado<br />

de nobres muito dignos, mas<br />

que são miniaturas do monarca, reunidos<br />

em torno dele para honrá-lo e<br />

enfeitá-lo.<br />

***<br />

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