A consci?ncia agroecol?gica de Ailson de Oliveira e Marcelina Rodrigues

O jovem casal, Francisco Ailson de Oliveira Lima e Marcelina Rodrigues de Souza, com a filha Kaylany de Souza Lima e os filhos Francisco Kau de Souza Lima e Kau de Souza Lima, moradores da comunidade de Alegre, em Tamboril-CE, formam uma famlia de agricultores familiares preocupados com o bem-estar da prpria famlia, das pessoas que moram na comunidade e da terra onde tiram o sustento familiar, por isso, no utilizam agrotxico. O jovem casal, Francisco Ailson de Oliveira Lima e Marcelina Rodrigues de Souza, com a filha Kaylany de Souza Lima e os filhos Francisco Kau de Souza Lima e Kau de Souza Lima, moradores da comunidade de Alegre, em Tamboril-CE, formam uma famlia de agricultores familiares preocupados com o bem-estar da prpria famlia, das pessoas que moram na comunidade e da terra onde tiram o sustento familiar, por isso, no utilizam agrotxico.

25.07.2018 Views

Ano 12 • nº2368 Junho/2018 Tamboril Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas A consciência agroecológica de Ailson de Oliveira e Marcelina Rodrigues O jovem casal, Francisco Ailson de Oliveira Lima (38 anos) e Marcelina Rodrigues de Souza (30 anos), com a filha Kaylany de Souza Lima (14 anos) e os filhos Francisco Kauã de Souza Lima (12 anos) e Kauê de Souza Lima (10 anos), moradores da comunidade de Alegre, município de Tamboril, na Região do Sertão de Crateús/Inhamuns no Ceará, Semiárido Nordestino, formam uma família de agricultores familiares preocupados com o bem-estar da própria família, das pessoas que moram na comunidade e da terra de onde tiram o sustento familiar, por isso, não utilizam nenhum tipo de agrotóxico. Como começou “Praticávamos agricultura de sequeiro plantando milho e feijão e criando pequenos animais como ovinos e aves”, afirmou Marcelina Souza. Então “tudo começou a mudar quando em 2008 chegou na comunidade de Alegre, através da associação comunitária e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, o Projeto Dom Hélder Câmara”, complementou Ailson de Oliveira. “O projeto trouxe uma nova forma de fazer agricultura, com capacitações e intercâmbios, n o s p o s s i b i l i t o u c o n h e c e r n o s s a s potencialidades e a descobrir outras alternativas de produção, como apicultura, horticultura irrigada e potencializar a criação de galinha”, pontua Ailson de Oliveira. Com o empenho e a dedicação da família em mudar a forma de produzir, no ano de 2009 Ailson de Oliveira foi convidado pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) para realizar a mobilização social do Projeto Dom Hélder Câmara na própria comunidade e nas comunidades vizinhas. “Isso abril ainda mais o leque de conhecimento no desenvolvimento das atividades produtivas”, afirma Ailson de Oliveira. “De imediato nos interessamos por apicultura e horticultura”, complementa Marcelina Souza.

Ano 12 • nº2368<br />

Junho/2018<br />

Tamboril<br />

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas<br />

A <strong>consci</strong>ê<strong>ncia</strong> <strong>agroecol</strong>ó<strong>gica</strong> <strong>de</strong> <strong>Ailson</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Oliveira</strong> e <strong>Marcelina</strong> <strong>Rodrigues</strong><br />

O jovem casal, Francisco <strong>Ailson</strong> <strong>de</strong> <strong>Oliveira</strong><br />

Lima (38 anos) e <strong>Marcelina</strong> <strong>Rodrigues</strong> <strong>de</strong> Souza<br />

(30 anos), com a filha Kaylany <strong>de</strong> Souza Lima<br />

(14 anos) e os filhos Francisco Kauã <strong>de</strong> Souza<br />

Lima (12 anos) e Kauê <strong>de</strong> Souza Lima (10<br />

anos), moradores da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alegre,<br />

município <strong>de</strong> Tamboril, na Região do Sertão <strong>de</strong><br />

Crateús/Inhamuns no Ceará, Semiárido<br />

Nor<strong>de</strong>stino, formam uma família <strong>de</strong> agricultores<br />

familiares preocupados com o bem-estar da<br />

própria família, das pessoas que moram na<br />

comunida<strong>de</strong> e da terra <strong>de</strong> on<strong>de</strong> tiram o sustento<br />

familiar, por isso, não utilizam nenhum tipo <strong>de</strong> agrotóxico.<br />

Como começou<br />

“Praticávamos agricultura <strong>de</strong> sequeiro plantando milho e feijão e criando pequenos animais<br />

como ovinos e aves”, afirmou <strong>Marcelina</strong> Souza. Então “tudo começou a mudar quando em 2008<br />

chegou na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Alegre, através da<br />

associação comunitária e do Sindicato dos<br />

Trabalhadores Rurais, o Projeto Dom Hél<strong>de</strong>r<br />

Câmara”, complementou <strong>Ailson</strong> <strong>de</strong> <strong>Oliveira</strong>.<br />

“O projeto trouxe uma nova forma <strong>de</strong> fazer<br />

agricultura, com capacitações e intercâmbios,<br />

n o s p o s s i b i l i t o u c o n h e c e r n o s s a s<br />

pote<strong>ncia</strong>lida<strong>de</strong>s e a <strong>de</strong>scobrir outras alternativas<br />

<strong>de</strong> produção, como apicultura, horticultura<br />

irrigada e pote<strong>ncia</strong>lizar a criação <strong>de</strong> galinha”,<br />

pontua <strong>Ailson</strong> <strong>de</strong> <strong>Oliveira</strong>.<br />

Com o empenho e a <strong>de</strong>dicação da família<br />

em mudar a forma <strong>de</strong> produzir, no ano <strong>de</strong> 2009<br />

<strong>Ailson</strong> <strong>de</strong> <strong>Oliveira</strong> foi convidado pela Fe<strong>de</strong>ração<br />

dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece)<br />

para realizar a mobilização social do Projeto Dom Hél<strong>de</strong>r Câmara na própria comunida<strong>de</strong> e nas<br />

comunida<strong>de</strong>s vizinhas. “Isso abril ainda mais o leque <strong>de</strong> conhecimento no <strong>de</strong>senvolvimento das<br />

ativida<strong>de</strong>s produtivas”, afirma <strong>Ailson</strong> <strong>de</strong> <strong>Oliveira</strong>. “De imediato nos interessamos por apicultura e<br />

horticultura”, complementa <strong>Marcelina</strong> Souza.


Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas<br />

Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará<br />

No ano seguinte, a família conseguiu por<br />

meio <strong>de</strong> projeto da Articulação no Semiárido<br />

Brasileiro (ASA) uma cisterna com capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> armazenar 16 mil litros <strong>de</strong> água da chuva, o<br />

que possibilitou uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

consumo <strong>de</strong> água. No mesmo ano, o casal já<br />

passou a colher mel das primeiras colmeias que<br />

passou a criar.<br />

No ano <strong>de</strong> 2012 foi criada a Associação<br />

dos Apicultores/as e a família recebeu por meio<br />

do projeto P1+2 da ASA uma barragem<br />

subterrânea, permitindo uma melhor qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produção, inclusive <strong>de</strong> forragem para<br />

pequenos animais.<br />

Em 2016 obteve a segurança hídrica<br />

para po<strong>de</strong>r ampliar a produção, principalmente<br />

da horta, que <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser apenas para o<br />

consumo familiar e passou a ter condições <strong>de</strong><br />

produzir com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar a venda<br />

para outras pessoas. “Consegui por meio <strong>de</strong> um<br />

fina<strong>ncia</strong>mento para agricultores familiares, o<br />

Pronaf, o recurso para a perfuração e instalação <strong>de</strong> um poço profundo. Graças a Deus o poço <strong>de</strong>u<br />

uma vazão <strong>de</strong> oito mil litros <strong>de</strong> água por hora. É muita água! Então conseguimos montar a horta e<br />

também plantar várias frutas da forma que eu e minha esposa <strong>de</strong>sejávamos”, relata <strong>Ailson</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Oliveira</strong>. “Des<strong>de</strong> então passamos a produzir alimentos em uma boa quantida<strong>de</strong> como cebolinha,<br />

coentro, mamão e alface. Com o mamão, inclusive fazemos doces e ven<strong>de</strong>mos”, pontua <strong>Marcelina</strong><br />

Souza.<br />

Hoje, dos 14 hectares do terreno, a<br />

família utiliza meio hectare <strong>de</strong> forma irrigada<br />

para produzir frutas e verduras, além <strong>de</strong> 60<br />

metros quadrados da mata nativa para a<br />

criação das abelhas.<br />

Produção livre <strong>de</strong> veneno<br />

“Tudo que plantamos e colhemos não<br />

tem um pingo <strong>de</strong> agrotóxicos. Até a adubação é<br />

natural e em caso <strong>de</strong> aparecimento <strong>de</strong> pragas<br />

nas plantações tratamos com <strong>de</strong>fensivos<br />

naturais, tais como urina <strong>de</strong> vaca; um<br />

concentrado à base <strong>de</strong> álcool, fumo, alho e<br />

pimenta; calda bordalesa ou o extrato feito da<br />

planta nim indiano. Não quero comer veneno,<br />

também não quero que os outros comam, ele<br />

só causa problemas, tanto para a saú<strong>de</strong> das<br />

pessoas como para o meio ambiente”, finaliza<br />

o agricultor familiar <strong>Ailson</strong> <strong>de</strong> <strong>Oliveira</strong>.<br />

Construção da linha do tempo da família<br />

Realização<br />

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