Revista São Francisco - Edição 03

Existem diferenças no
ferente ao ano de 2016. Na
entidade recebe uma pequena ver-
gosta. Ele foi parar na Casa do Vovô
Na busca por companhia, Vag-
grau de comprometimen-
ajuda a desconhecidos, o
ba dos governos municipal, estadu-
depois de descobrir que nunca mais
ner conheceu na casa o Wilson e
to com o trabalho voluntá-
país manteve o índice de
al e federal, mas depende da ajuda
voltaria a andar, devido a uma queda
hoje são melhores amigos. Aos 83
rio. Alguns podem praticar
54%. E, no voluntariado, o
da população para manter as con-
de bicicleta. Como precisa de ajuda
anos, Wilson conta que foi parar ali
apenas uma vez, e sen-
país apresentou um leve
tas em dia e oferecer todos os tipos
em todas as atividades básicas do
porque ficava muito sozinho e a fa-
tirem que fizeram a sua
aumento: atualmente, 20%
de atendimento para os homens e
dia a dia, a família não conseguia
mília não tinha tempo para cuidar
parte. Outros podem tratar
dos brasileiros fazem al-
mulheres que ali vivem.
cuidar dele, com isso, há 5 anos ele
dele. Muito bem humorado ele diz
o trabalho voluntário como
gum trabalho voluntário, o
A instituição oferece atendi-
é morador do local. “A gente aqui não
que nos 5 anos morando na Casa
uma rotina, pois sentem
que representa uma em
mento nas áreas de enfermagem,
quer presente, só quer que as pesso-
do Vovô já conheceu muita gente
a necessidade de ajudar
cada cinco pessoas.
fisioterapia, nutrição, assistência so-
as venham pra conversar. Isso distrai
e adora quando algum voluntário
sempre que podem.
E é o trabalho vo-
cial e psicologia. A maioria dos ido-
bastante e deixa o nosso dia mais
vai até a Casa para deixar ele mais
Isso acontece porque
além de contribuir com o
Gabriela Haleplian - Psicóloga
luntário que ajuda a manter
a Sociedade Espírita Cinco
sos fica em uma cadeira de rodas,
assim a atenção precisa ser cons-
alegre”, comenta o idoso de 70 anos.
bonito. “Aqui eu como, bebo e dur-
bem-estar do outro, o tra-
de Setembro, conhecida
tante. “A gente já teve mais de
balho voluntário também provoca
mudanças no comportamento de
quem pratica.
Na prática do trabalho voluntá-
males espanta! Assim pensa o analista
de inteligência de mercado, Rafael
Ballaben. Há três anos, ele e os
amigos promovem uma espécie de
como Casa do Vovô de Ribeirão. O
local é moradia para 86 idosos atualmente
que foram deixados pelas
famílias por diferentes motivos. A
100 funcionários e hoje temos
90, a falta de dinheiro está nos
fazendo diminuir cada vez
mais o nosso quadro. O pior é
rio, além de fazer novas amizades,
festival de música em asilos de Ri-
que se continuar assim, tam-
o voluntário pode conhecer outras
beirão Preto, interior de São Paulo. A
bém vamos ter que atender
formas de se inspirar ao se colocar
ideia inicial era levar alegria aos ve-
menos pessoas, pois as con-
no lugar do próximo. O sentimento
lhinhos, mas depois de várias apre-
tas não fecham”, conta Wladi-
de recompensa é instantâneo e, aos
poucos, o candidato perceberá que
a sua felicidade depende menos
de bens materiais e mais do que
ele faz no dia a dia para modificar o
sentações, Rafael descobriu que
quem mais ganha é ele mesmo.
“A gente percebe que a falta
de tempo e dinheiro não são
justificativas para não praticar o
Vantagens
do trabalho
voluntário
mir H. Monteiro, presidente da
Casa do Vovô.
Diante da realidade, o trabalho
voluntário passa a ser
essencial para o bom anda-
presente.
“Esta ação pode gerar transformações
de grande potencial para o
indivíduo que o realiza, destacando
as mudanças acerca dos próprios
comportamentos e prioridades,
como a participação ativa em busca
de uma sociedade mais justa e
tolerante aos inúmeros problemas
sociais que enfrentamos”, diz Gabriela
Haleplian.
Com certeza você já ouviu
aquele ditado: Quem canta seus
bem. Os idosos só querem atenção.
Não importa o estilo, eles pedem
as músicas e nós passamos
horas tocando violão e cantando.
No final, saio com uma sensação
de paz e uma alegria que é difícil
descrever”, conta Ballaben.
Uma pesquisa realizada pela
Charities Aid Foundation (CAF), representada
no Brasil pelo Instituto
para o Desenvolvimento do Investimento
Social (IDIS), apontou o índice
de generosidade no Brasil re-
- Oportunidade de aprender
com os outros
- Obter experiência dentro
da área de atuação
- Aumentar as chances de
arrumar um emprego
- Possibilidade de
desenvolver ideias
inovadoras
- Maior bem-estar
- Afastar-se do tédio
- Ampliar a rede de contato
- Aprimorar a sensibilidade e
empatia
mento da casa. Além das doações,
a instituição também
conta com voluntários que
cuidam do brechó, que separam
notas fiscais doadas, que
realizam serviços de cabeleireiro,
podologia e claro, da
disponibilidade daquelas pessoas
que frequentam o local
apenas para conversar com
os idosos.
E é de uma boa conversa
que Vagner Ferraz da Fonseca
Rafael Ballaben
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