Revista São Francisco - Edição 03

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CURIOSA
MENTE
Por Natália Gallo
Psicóloga do Hospital
São Francisco
@inclinarepsicologia
Esperança,
motivação
e sorte
Elementos necessários
para uma vida melhor
Um misto de sentimentos começa a
despertar com a aproximação do fim
de ano. Ao mesmo tempo em que é
um período de alegria, comemorações
e otimismo, costuma também surgir
angústias, com questionamentos e balanços
acerca do ano que passou.
Felizmente a esperança também costuma
ser renovada neste período, e ela é de fato
um dos mais preciosos bens de que dispõe a
humanidade. No mito de Pandora, apesar de
todos os males e doenças terem sido libertados
com a abertura da caixa, tornando a vida
muito mais difícil, a esperança permaneceu
no fundo dela, possibilitando-nos
enfrentar
quaisquer
obstáculos.
O filósofo e
professor Mario
Que tal se
empenhar em
conseguir o que
quer, enquanto
também aprecia
o caminho?
Sergio Cortella propõe
que para alcançarmos
nossos
objetivos, a esperança
precisa ser
ativa, e não apenas
uma “espera” inerte
e passiva de que
as coisas melhorem
e algo aconteça.
Ele cita duas
frases de impacto que podem nos ajudar a
refletir.
A primeira pertence ao livro “Alice no País
das Maravilhas” de Lewis Carroll, proferida pelo
gato ao ser indagado sobre o rumo de determinada
estrada: “Para quem não sabe aonde
vai, qualquer caminho serve”. A segunda fala
é de Chico Xavier: “Embora ninguém possa
voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer
um pode começar agora a fazer um novo fim”.
Com isto em mente ficamos mais propensos
a buscar objetivos. Para tanto, precisamos
também de motivação, ou seja, aquilo
que move a ação. Você sabia que para o sucesso
a motivação é mais importante e até
mais decisiva do que o talento? E para mantermos
a motivação, alguns elementos são
fundamentais como sentimento de responsabilidade,
crenças e valores, assim como o desenvolvimento
da perseverança, por meio do
senso de competência. Assim, nos dedicamos
e melhoramos nossas habilidades em determinada
atividade.
Outra coisa que pode ser de grande valia
neste processo é acreditar na “sorte”. Os
cientistas afirmam que para termos sorte
precisamos agir como se de fato a tivéssemos.
Uma pesquisa conduzida pelo psicólogo
inglês Richard Wiseman (O fator sorte, editora
Record, 2003) apontou que, apesar de as
pessoas terem a mesma chance de ter sorte,
aquelas que se acreditam
privilegiadas pelo
acaso, comportam-se
e agem de maneira a
atrair melhores oportunidades.
Neste sentido, podemos
adotar algumas
atitudes, estruturadas
por Wiseman e resumidas
a seguir, que contribuem
para possíveis
mudanças: 1 ouvir a
intuição – que para a
psicologia não é algo
místico, mas sim uma
forma de inteligência
que nos permite selecionar informações que
escapam à consciência imediata; 2 mudar o
foco de uma atividade que estamos habituados
para algo completamente diferente quando
precisamos resolver problemas ou ter ideias;
3 realizar pequenas mudanças no cotidiano,
pois elas nos permitem experiências diferentes
e novos contatos; 4 arriscar-se e confiar
em si.
Pesquisas em psicologia também demonstraram
que não apenas a realização do desejo em
si, mas a própria busca e expectativa de satisfação
já são gratificantes e prazerosas, sendo
inclusive processadas na mesma região do
cérebro. Então, que tal se empenhar em conseguir
o que quer para o próximo ano, enquanto
também aprecia o caminho?
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