28.06.2018 Views

Revista São Francisco - Edição 02

Produzida pela equipe de Comunicação e Marketing do Grupo São Francisco, a Revista São Francisco traz assuntos que interessam todos os tipos de público. Nela você vai ter acesso a notícias, dicas e muito entretenimento.

Produzida pela equipe de Comunicação e Marketing do Grupo São Francisco, a Revista São Francisco traz assuntos que interessam todos os tipos de público. Nela você vai ter acesso a notícias, dicas e muito entretenimento.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Quais situações que de fato impedem um parto vaginal?<br />

Bebê pélvico? Cordão enrolado no pescoço?<br />

Peso? Idade da mãe? Esses são alguns “motivos”<br />

pelos quais ouvimos dizer que o médico desencorajou<br />

a mãe a realizar o parto vaginal. Mas o que realmente<br />

representa risco para mãe e bebê?<br />

Um parto vaginal só não ocorre quando existe um risco<br />

materno ou risco para o recém-nascido. Como risco<br />

para o RN temos, por exemplo, o feto em apresentação<br />

pélvica, quando estudos recentes evidenciam que<br />

esses fetos beneficiam-se com a cesariana eletiva. O<br />

mesmo ocorre com a macrossomia fetal, fetos acima<br />

de 4.500g, fetos em situação transversa e muitas outras<br />

situações.<br />

Pelo lado materno, temos patologias como placenta<br />

prévia oclusiva, descolamento prematuro de placenta,<br />

doenças cardiovasculares e pulmonares. Mas o estado<br />

clínico geral da paciente, o histórico gestacional, condições<br />

psicológicas, tudo tem de ser levado em conta,<br />

pois, dependendo do caso, podem ser agravantes.<br />

Quais os tipos de parto vaginal?<br />

Temos o parto normal, no qual podem ocorrer intervenções<br />

farmacológicas e cirúrgicas como a episiotomia<br />

(pique) e a analgesia obstétrica. Outros recursos como o<br />

uso de fórceps ou vácuo extrator são muito pouco utilizados<br />

atualmente e em casos extremos e específicos.<br />

Temos também o parto natural que não há intervenções<br />

e respeita as escolhas da mulher: pode ser de cócoras,<br />

na água, etc. Geralmente vem acompanhado de um<br />

plano de parto elaborado previamente com o obstetra.<br />

O que é parto humanizado?<br />

O parto humanizado visa, acima de tudo, o bem-estar<br />

da mãe e do bebê. Sendo assim, ele começa no pré-natal,<br />

quando o médico deve fazer um trabalho para que<br />

a gestante possa curtir o momento e entender a contração<br />

como algo natural. É importante ressaltar que o<br />

parto humanizado não é um tipo de parto, mas sim um<br />

conceito e a mãe recebe todo o apoio necessário para<br />

vivenciar o momento da melhor maneira possível.<br />

O parto acontece da forma como a mãe achar mais<br />

conveniente desde que não haja riscos iminentes, não<br />

sendo necessariamente na posição ginecológica. A<br />

analgesia ou outros procedimentos cirúrgicos não são<br />

proibidos, mas os métodos analgésicos e anestésicos<br />

não devem ser aplicados sem a real necessidade e<br />

tudo deve ser muito bem conversado com a paciente.<br />

Existem formas de aliviar a dor que vão além das intervenções<br />

de medicamentos e devem ser oferecidas<br />

antes, como o banho quente, a caminhada, exercícios<br />

com bola. Além disso, os familiares são peças fundamentais<br />

desse processo. O pai, inclusive, pode estar ao<br />

lado de sua mulher, ajudando e dando conforto para<br />

que ela se sinta mais segura. A presença de profissionais<br />

especializados e de uma equipe multidisciplinar é<br />

importante e não deve ser dispensada porque um parto<br />

é uma “caixinha de surpresas”, e nem sempre tudo sai<br />

como o planejado.<br />

O mais importante é entender que o termo parto humanizado<br />

não pode ser entendido como um “tipo<br />

de parto”, onde alguns detalhes externos o definem<br />

como tal, como o uso da água ou a posição, a intensidade<br />

da luz, a presença do acompanhante ou<br />

qualquer outra variável. É todo um conceito como expliquei<br />

acima e os vários tipos de partos existentes<br />

podem ser humanizados.<br />

Por que ainda existe um alto número de cesáreas<br />

sem indicação clínica e o que os hospitais e operadoras<br />

de saúde podem fazer para contribuir com a<br />

diminuição destes índices?<br />

O grande número de cesáreas sem indicação clínica<br />

envolve mudanças culturais e comportamentais. Os<br />

hospitais e operadoras de saúde devem atuar em parceria<br />

com o médico, a parturiente e sua família e também<br />

como instituição, pois é preciso que todos tenham o<br />

mesmo entendimento e estejam em sintonia. Além dos<br />

investimentos em informação e mobilização da equipe,<br />

é preciso um investimento na infraestrutura hospitalar.<br />

8 |

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!