Revista São Francisco - Edição 02

Dr. Jorge Ricardo Kunzle
O encontro entre a mãe e o bebê é o momento mais esperado na vida de muitas mulheres. Mas
durante a gestação, as dúvidas e os medos em relação a esse encontro são os mais variados. A
escolha do melhor tipo de parto é muito importante para as gestantes. Para o médico ginecologista
e obstetra do Grupo São Francisco, Dr. Jorge Ricardo Kunzle, informação e aconselhamento
profissional são fundamentais. Pensando nisso, conversamos com o especialista sobre as
dúvidas mais frequentes. Confira.
Qual é o parto mais indicado: cesárea ou vaginal? Por quê?
Os dois tipos de parto têm benefícios e riscos que variam
de acordo com o estado clínico da paciente, portanto não
é prudente generalizar. De maneira geral, um parto vaginal
é o mais indicado e só não ocorre quando existe um
risco para a mãe ou para o recém-nascido.
Quais os benefícios do parto vaginal?
O parto vaginal é a forma natural de uma criança nascer
e traz inúmeros benefícios para a mulher e o bebê. Para
a mulher, propicia uma recuperação mais rápida. Há menos
risco de complicações, como infecções e hemorragias.
Também há estímulo à produção de leite dado pelo
trabalho de parto, melhor estabelecimento de vínculo entre
mãe e bebê, menor chance de desenvolver depressão
puerperal e rápida recuperação do útero, que volta ao seu
tamanho normal em um tempo mais curto.
Para o bebê, as vantagens são relacionadas ao sistema
respiratório, imunológico e neurológico. O parto normal
é importante para ajudar a completar a maturidade do
bebê: ao passar pelo canal de parto, o bebê tem seu tórax
comprimido, o que ajuda a expelir a água porventura
depositada em seus pulmões, facilitando a sua respiração
e diminuindo o risco de problemas respiratórios. Os
bebês nascidos por meio da cesariana marcada antes
de a gestante entrar em trabalho de parto têm 120 vezes
mais chances de ter problemas respiratórios.
Além disso, toda mulher possui bactérias benéficas
para o bebê em sua flora vaginal. Ao chegar ao mundo
por cesariana, os recém-nascidos não têm contato
com esses microrganismos e podem ter o sistema
imunológico menos preparado para evitar doenças e
alergias. Essa defesa contra possíveis doenças é reforçada
com o leite materno.
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