Revista São Francisco - Edição 02

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28.06.2018 Views

| SAÚDE DAS ESTRELAS | Vício que se transforma em doença Como os jogos levam à compulsão Foto: Paulo Belote/TV Globo/Divulgação 30 |

Quem já assistiu à novela Força do Querer, exibida às 21h na telinha da Rede Globo, com certeza viu o drama da personagem Silvana, interpretada pela atriz Lilia Cabral. Silvana é esposa de Eurico (Humberto Martins) e mãe de Simone (Juliana Paiva), vive um bom casamento e tem sucesso no trabalho como arquiteta, mas aos poucos está entrando em decadência por conta do vício em jogos. Ela não admite que é viciada e para esconder o problema de todos, mente e muitas vezes se coloca em situações de risco. O psicólogo Felipe Areco explica que o comportamento de Silvana já virou doença. “Vício é um hábito que se repete degenerando ou causando algum prejuízo para o indivíduo. É um comportamento que leva ao afastamento social, de valores e de seus compromissos”, comenta o profissional. Estas atitudes são vistas nas cenas em que aparece Silvana. Ao longo da trama, a personagem vai perder muito dinheiro em uma mesa de pôquer. Ela vai se afundar em dívidas, se enrolar em diversas mentiras, penhorar joias e até roubar o marido. Segundo a autora, Gloria Perez, a novela mostrará que Silvana não tem mais controle e quanto mais ela perder, mais vai querer jogar para tentar recuperar o dinheiro perdido. Para o psicólogo esta é uma doença mais comum do que se imagina. “Muitas vezes passa despercebida. E é aí que mora o perigo. O viciado em jogo vive num mundo isolado com seus pensamentos e desejos e acaba não achando que isso é um problema”, comenta Areco. COMO IDENTIFICAR? O desejo por jogar vira vício a partir do momento em que o jogo deixa de ser lazer e passa a ser uma necessidade. A pessoa não consegue mais parar e deixa de conviver com amigos e familiares. O viciado em jogos tem dificuldade em estabelecer limites próprios diante da sua rotina. Vive num conto de fantasias, acreditando que irá ganhar o próximo jogo e esquecendo que isso pode ter uma consequência negativa e muito destrutiva em sua vida. Para Felipe Areco essas ações geralmente estão associadas a uma disfunção social que faz o indivíduo perder o interesse em outras atividades e até obrigações, gerando também isolamento e desinteresse na convivência com pessoas que não estejam envolvidas com o jogo. “O desejo excessivo de jogar , que muitos pacientes apresentam, pode ser definido como uma doença compulsiva que está lado a lado com oscilações fortes de humor, agitação excessiva, melancolia entre outros sentimentos relacionados à tristeza”, diz. Com o passar do tempo, as pessoas começam a perceber que aquilo não é apenas diversão, e sim compulsão. “Ela começa a mostrar seu lado fraco ao perder, além de viver dentro de uma mentira”, complementa. Com a corda no pescoço, muitas pessoas buscam ajuda em grupos de apoio. Um dos mais conhecidos é o Jogadores Anônimos com sede em São Paulo e Rio de Janeiro. O JA trabalha com anonimato, nem os organizadores divulgam seus nomes. Por isso, não vamos revelar identidades nesta reportagem. O grupo Jogadores Anônimos surgiu em 1957 em Los Angeles – Califórnia, com um encontro casu- | 31

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Vício que se<br />

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Foto: Paulo Belote/TV Globo/Divulgação<br />

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