Atlas dos músculos do cão

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66 Atlas dos Músculos do Cão Capítulo 2 - Músculos do Pescoço, Tronco e Cauda 67 M. esplênio da cabeça (Figuras 2.7, 2.13) O mais superficial dos músculos epaxiais, é um músculo potente, revestido por alguns dos músculos do cíngulo torácico (trapézio, romboides, braquiocefálico, serrátil ventral do pescoço) (Figura 2.7). Origina-se na parte cranial da fáscia toracolombar, no processo espinhoso das primeiras vértebras torácicas e na rafe tendínea média do pescoço. A inserção ocorre no osso occipital (cristal nucal) e nos processos mastoides do temporal. Função: Estende o pescoço e levanta a cabeça. Agindo unilateralmente direciona o pescoço e a cabeça lateralmente. Coluna lateral M. íliocostal (Figuras 2.14, 2.15) O músculo íliocostal é o representante da coluna lateral dos músculos epaxiais. Os fascículos mais caudais constituem o músculo íliocostal lombar, enquanto os mais craniais formam o músculo íliocostal torácico. O ponto de origem mais caudal se encontra na crista ilíaca e na face pélvica da asa do parte. A partir desse ponto, os diferentes fascículos do músculo vão se originando, sucessivamente, nos processos transversos das vértebras lombares e, por meio da fáscia que o separa do músculo longuíssimo, também nos processos transversos espinhosos. Na região das vértebras torácicas a origem ocorre na extremidade vertebral das costelas. Cada um dos fascículos salta sobre quatro vértebras aproximadamente, de forma com que a inserção ocorra nos processos transversos lombares mais craniais e no ângulo das costelas, até alcançar o processo transverso da 7ª vértebra cervical. Seus fascículos, que estão dispostos atingindo entre si, se projetam no sentido crânioventral e lateral a partir de uma origem caudodorsal e medial (Figura 2.15). Função: Fixa e estabiliza a coluna vertebral nas regiões lombar e torácica. Contribui na extensão da coluna ou, quando age unilateralmente, a flexiona lateralmente. Como desloca as costelas caudalmente, contribui na expiração. Inervação: Ramos dorsais dos nervos espinhais torácicos e lombares. Coluna intermediária M. longuíssimo (Figuras 2.9, 2.11, 2.14, 2.16, 2.17, 2.18) O músculo longuíssimo é o mais potente dos músculos epaxiais e o principal representante da coluna intermediária. Percorre inteiramente a coluna vertebral, desde o sacro e ílio até o occipital. De acordo com sua posição, são identificadas várias porções: Mm. longuíssimo lombar, longuíssimo torácico, longuíssimo cervical e longuíssimo da cabeça. Seus fascículos estão fusionados em grande parte nas regiões torácica e lombar, que dá um aspecto macio e uniforme (Figura 2.14). Por outro lado, os Figura 2.13 - Músculos do pescoço. Vista lateral esquerda. A ressecção dos músculos do cíngulo torácico permitiu retirar o membro torácico. Foi removida também a parte occipital do músculo esternocefálico. O músculo esternocefálico se enquadra dentro dos músculos ventrais do pescoço. Origina-se no manúbrio do esterno e possui duas porcões: occipital, mais superficial, e mastoidea, mais profunda. A separação entre ambas as porções pode ser identificada nesta dissecação. 1. M. esternocefálico; 1’. M. esternocefálico (parte mastoidea); 1’’. Linha de corte da parte occipital do m. esternocefálico; 2. M. omotransverso (seccionado); 3. Parte mastoidea do m. cleidocefálico (seccionada); 4. M. serrátil ventral do pescoço (seccionado); 5. M. esplênio; 6. Mm. escalenos; 7. M. longuíssimo do pescoço; 8. Mm. intertransversos ventrais; 9. M. longo da cabeça; 10. M. serrátil dorsal cranial; 11. Fáscia toracolombar; 12. M. reto do tórax; 13. M. esternohioideo; 14. M. temporal; 15. M. masseter; 16. Bainha carotídea; a. Manúbrio do esterno; b. Processo mastoide do temporal; c. Cartilagem auricular (seccionada); d. Ramos ventrais dos nervos cervicais; e. Plexo braquial. Figura 2.14 - Músculos do tronco. Vista lateral esquerda. Foram removidos a fáscia toracolombar e os músculos que se originam nela (serrátil dorsais, oblíquos externo e interno do abdome). Ao retirar a fáscia toracolombar podemos identificar os músculos epaxiais que revestem dorsolateralmente as vértebras torácicas e lombares. Também se visualizam, na parede abdominal, os músculos transverso e reto do abdome. 1. M. íliocostal lombar; 1’. M. íliocostal torácico; 2. M. longuíssimo lombar; 2’. M. longuíssimo torácico; 2’’. M. longuíssimo cervical; 3. M. espinhal e semiespinhal torácico e cervical; 4. M. esplênio; 5. Mm. intercostais externos; 6. M. escaleno dorsal; 7. M. reto do tórax; 8. M. reto do abdome; 9. M. transverso do abdome; 9’. Aponeurose do m. transverso do abdome; 10. M. íliopsoas (seccionado); 11. Tendão pré-púbico; a. Crista ilíaca; b. Ílio; c. Tuberosidade isquiática; d. 6ª costela; e. Manúbrio do esterno.

66 <strong>Atlas</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> Músculos <strong>do</strong> Cão Capítulo 2 - Músculos <strong>do</strong> Pescoço, Tronco e Cauda 67<br />

M. esplênio da cabeça (Figuras 2.7, 2.13)<br />

O mais superficial <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>músculos</strong><br />

epaxiais, é um músculo potente, revesti<strong>do</strong><br />

por alguns <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>músculos</strong> <strong>do</strong> cíngulo<br />

torácico (trapézio, romboides, braquiocefálico,<br />

serrátil ventral <strong>do</strong> pescoço) (Figura<br />

2.7). Origina-se na parte cranial da fáscia<br />

toracolombar, no processo espinhoso das<br />

primeiras vértebras torácicas e na rafe<br />

tendínea média <strong>do</strong> pescoço. A inserção<br />

ocorre no osso occipital (cristal nucal) e<br />

nos processos mastoides <strong>do</strong> temporal.<br />

Função: Estende o pescoço e levanta<br />

a cabeça. Agin<strong>do</strong> unilateralmente direciona<br />

o pescoço e a cabeça lateralmente.<br />

Coluna lateral<br />

M. íliocostal (Figuras 2.14, 2.15)<br />

O músculo íliocostal é o representante<br />

da coluna lateral <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>músculos</strong><br />

epaxiais. Os fascículos mais caudais<br />

constituem o músculo íliocostal lombar,<br />

enquanto os mais craniais formam<br />

o músculo íliocostal torácico. O ponto<br />

de origem mais caudal se encontra na<br />

crista ilíaca e na face pélvica da asa <strong>do</strong><br />

parte. A partir desse ponto, os diferentes<br />

fascículos <strong>do</strong> músculo vão se originan<strong>do</strong>,<br />

sucessivamente, nos processos<br />

transversos das vértebras lombares<br />

e, por meio da fáscia que o separa <strong>do</strong><br />

músculo longuíssimo, também nos<br />

processos transversos espinhosos. Na<br />

região das vértebras torácicas a origem<br />

ocorre na extremidade vertebral<br />

das costelas. Cada um <strong><strong>do</strong>s</strong> fascículos<br />

salta sobre quatro vértebras aproximadamente,<br />

de forma com que a inserção<br />

ocorra nos processos transversos lombares<br />

mais craniais e no ângulo das costelas,<br />

até alcançar o processo transverso<br />

da 7ª vértebra cervical. Seus fascículos,<br />

que estão dispostos atingin<strong>do</strong> entre si,<br />

se projetam no senti<strong>do</strong> crânioventral e<br />

lateral a partir de uma origem cau<strong>do</strong><strong>do</strong>rsal<br />

e medial (Figura 2.15).<br />

Função: Fixa e estabiliza a coluna<br />

vertebral nas regiões lombar e torácica.<br />

Contribui na extensão da coluna ou,<br />

quan<strong>do</strong> age unilateralmente, a flexiona<br />

lateralmente. Como desloca as costelas<br />

caudalmente, contribui na expiração.<br />

Inervação: Ramos <strong>do</strong>rsais <strong><strong>do</strong>s</strong><br />

nervos espinhais torácicos e lombares.<br />

Coluna intermediária<br />

M. longuíssimo (Figuras 2.9, 2.11, 2.14,<br />

2.16, 2.17, 2.18)<br />

O músculo longuíssimo é o mais<br />

potente <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>músculos</strong> epaxiais e o principal<br />

representante da coluna intermediária.<br />

Percorre inteiramente a coluna<br />

vertebral, desde o sacro e ílio até o occipital.<br />

De acor<strong>do</strong> com sua posição, são<br />

identificadas várias porções: Mm. longuíssimo<br />

lombar, longuíssimo torácico,<br />

longuíssimo cervical e longuíssimo da<br />

cabeça. Seus fascículos estão fusiona<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

em grande parte nas regiões torácica e<br />

lombar, que dá um aspecto macio e uniforme<br />

(Figura 2.14). Por outro la<strong>do</strong>, os<br />

Figura 2.13 - Músculos <strong>do</strong> pescoço. Vista lateral esquerda. A ressecção <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>músculos</strong> <strong>do</strong> cíngulo torácico<br />

permitiu retirar o membro torácico. Foi removida também a parte occipital <strong>do</strong> músculo esternocefálico. O<br />

músculo esternocefálico se enquadra dentro <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>músculos</strong> ventrais <strong>do</strong> pescoço. Origina-se no manúbrio <strong>do</strong><br />

esterno e possui duas porcões: occipital, mais superficial, e mastoidea, mais profunda. A separação entre<br />

ambas as porções pode ser identificada nesta dissecação. 1. M. esternocefálico; 1’. M. esternocefálico (parte<br />

mastoidea); 1’’. Linha de corte da parte occipital <strong>do</strong> m. esternocefálico; 2. M. omotransverso (secciona<strong>do</strong>);<br />

3. Parte mastoidea <strong>do</strong> m. clei<strong>do</strong>cefálico (seccionada); 4. M. serrátil ventral <strong>do</strong> pescoço (secciona<strong>do</strong>); 5. M.<br />

esplênio; 6. Mm. escalenos; 7. M. longuíssimo <strong>do</strong> pescoço; 8. Mm. intertransversos ventrais; 9. M. longo da<br />

cabeça; 10. M. serrátil <strong>do</strong>rsal cranial; 11. Fáscia toracolombar; 12. M. reto <strong>do</strong> tórax; 13. M. esternohioideo;<br />

14. M. temporal; 15. M. masseter; 16. Bainha carotídea; a. Manúbrio <strong>do</strong> esterno; b. Processo mastoide <strong>do</strong><br />

temporal; c. Cartilagem auricular (seccionada); d. Ramos ventrais <strong><strong>do</strong>s</strong> nervos cervicais; e. Plexo braquial.<br />

Figura 2.14 - Músculos <strong>do</strong> tronco. Vista lateral esquerda. Foram removi<strong><strong>do</strong>s</strong> a fáscia toracolombar e os <strong>músculos</strong><br />

que se originam nela (serrátil <strong>do</strong>rsais, oblíquos externo e interno <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me). Ao retirar a fáscia toracolombar<br />

podemos identificar os <strong>músculos</strong> epaxiais que revestem <strong>do</strong>rsolateralmente as vértebras torácicas<br />

e lombares. Também se visualizam, na parede ab<strong>do</strong>minal, os <strong>músculos</strong> transverso e reto <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me. 1.<br />

M. íliocostal lombar; 1’. M. íliocostal torácico; 2. M. longuíssimo lombar; 2’. M. longuíssimo torácico; 2’’. M.<br />

longuíssimo cervical; 3. M. espinhal e semiespinhal torácico e cervical; 4. M. esplênio; 5. Mm. intercostais<br />

externos; 6. M. escaleno <strong>do</strong>rsal; 7. M. reto <strong>do</strong> tórax; 8. M. reto <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me; 9. M. transverso <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me; 9’.<br />

Aponeurose <strong>do</strong> m. transverso <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me; 10. M. íliopsoas (secciona<strong>do</strong>); 11. Tendão pré-púbico; a. Crista<br />

ilíaca; b. Ílio; c. Tuberosidade isquiática; d. 6ª costela; e. Manúbrio <strong>do</strong> esterno.

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