Atlas dos músculos do cão
134 Atlas dos Músculos do Cão Capítulo 3 - Músculos do Membro Torácico 135 da camada profunda, que são os que formam o aparelho de suspensão do tronco, são geralmente mais desenvolvidos que os superficiais. Camada superficial M. trapézio (Figura 3.1) É um músculo plano e triangular, dividido em duas porções (cervical e torácica) por aponeurose intermediária. Sua ampla origem na rafe fibrosa dorsal média do pescoço (em comum ao músculo contralateral) e no ligamento supraespinhal abrange desde a 3ª vértebra cervical até a 9ª vértebra torácica. Insere-se na espinha da escápula. Função: É elevador e fixador da escápula, além de contribuir no deslocamento cranial da extremidade. Inervação: Nervo acessório. M. braquiocefálico (Figuras 3.1, 3.2) É um músculo potente e alongado que une a cabeça e também o pescoço com o braço. Está dividido em duas partes pela interseção clavicular (resto vestigial da clavícula). A parte mais caudal é o m. cleidobraquial, que está disposto entre a interseção clavicular e a crista do úmero (Figura 3.26). A parte mais cranial o m. cleidocefálico, une a interseção clavicular com a cabeça e o pescoço. Por sua vez, o m. cleidocefálico apresenta duas porções bem diferenciadas: a parte cervical, que é superficial, se dispõe entre a interseção clavicular e a metade cranial da rafe fibrosa dorsal média do pescoço onde se insere juntamente com o músculo contralateral; a parte mastoidea, mais profunda, se localiza entre a interseção clavicular e o processo mastoide do osso temporal. Função: Quando a cabeça e o pescoço estão fixos, o músculo é um potente extensor da articulação do ombro e flexor do membro torácico. Quando o membro está fixamente apoiado no solo, movimenta a cabeça e o pescoço lateral e ventralmente. Inervação: O músculo cleidocefálico é inervado pelo nervo acessório e por ramos ventrais dos nervos cervicais. O músculo cleidobraquial está inervado pelo nervo braquiocefálico (é um dos nervos do plexo braquial, que procede do 6º nervo cervical). M. omotransverso (Figuras 3.1, 3.2, 3.5) Desde sua origem na asa do atlas se direciona caudalmente até sua inserção no acrômio da escápula e na fáscia Figura 3.1 - Músculos do cíngulo do membro torácico. Vista lateral esquerda. Houve a remoção da fáscia superficial, dos membros cutâneos e da veia jugular externa. Observa-se os músculos extrínsecos mais superficiais. Estes músculos, desde sua origem na cabeça, pescoço e tronco, se deslocam radialmente para se dirigirem aos ossos da extremidade anterior, onde se inserem. Identifica-se o trajeto superficial do nervo acessório no espaço triangular do pescoço, delimitado pela parte cervical do músculo cleidocefálico e os músculos trapézio e omotransverso. Ventralmente ao nervo se visualiza um dos linfonodos cervicais superficiais. 1. M. cleidocefálico (parte cervical); 2. M. trapézio (parte cervical); 2’. M. trapézio (parte torácica); 3. M. grande dorsal; 4. M. omotransverso; 5. M. peitoral profundo; 6. M. esternocefálico; 8. M. deltoide (parte escapular); 8’. M. deltoide (parte acromial); 9. M. tríceps braquial, cabeça longa; 9’. M. tríceps braquial, cabeça lateral; 10. M. oblíquo externo do abdome; a. Espinha da escápula; b. Tubérculo maior do úmero; c. Fáscia toracolombar; d. Nervo acessório; e. Linfonodo cervical superficial. Figura 3.2 - Músculos do cíngulo do membro torácico. Vista lateral esquerda. Ao retirar a parte cervical do músculo cleidocefálico e o músculo trapézio é possível visualizar, profundamente na região cervical, a parte mastoide do músculo cleidocefálico e os músculos omotransverso, serrátil ventral cervical e romboide. 1. M. cleidocefálico (parte mastoide); 1’. M. cleidobraquial; 1’’. Interseção clavicular; 2. M. omotransverso; 3. M. romboide cervical; 3’. M. romboide torácico; 4. M. grande dorsal; 5. M. peitoral profundo; 6. M. serrátil ventral cervical; 7. M. supraespinhal; 8. M. deltoide (parte escapular); 8’. M. deltoide (parte acromial); 9. M. tríceps braquial, cabeça longa; 9’. M. tríceps braquial, cabeça lateral; 10. M. esternocefálico; 11. M. esplênio; 12. M. oblíquo externo do abdome; a. Acrômio; b. Espinha da escápula; c. Borda dorsal da escápula; d. Tubérculo maior do úmero; e. Linfonodo cervical superficial.
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134 <strong>Atlas</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> Músculos <strong>do</strong> Cão Capítulo 3 - Músculos <strong>do</strong> Membro Torácico 135<br />
da camada profunda, que são os que formam<br />
o aparelho de suspensão <strong>do</strong> tronco,<br />
são geralmente mais desenvolvi<strong><strong>do</strong>s</strong> que<br />
os superficiais.<br />
Camada superficial<br />
M. trapézio (Figura 3.1)<br />
É um músculo plano e triangular,<br />
dividi<strong>do</strong> em duas porções (cervical e<br />
torácica) por aponeurose intermediária.<br />
Sua ampla origem na rafe fibrosa <strong>do</strong>rsal<br />
média <strong>do</strong> pescoço (em comum ao músculo<br />
contralateral) e no ligamento supraespinhal<br />
abrange desde a 3ª vértebra cervical<br />
até a 9ª vértebra torácica. Insere-se<br />
na espinha da escápula.<br />
Função: É eleva<strong>do</strong>r e fixa<strong>do</strong>r da<br />
escápula, além de contribuir no deslocamento<br />
cranial da extremidade.<br />
Inervação: Nervo acessório.<br />
M. braquiocefálico (Figuras 3.1, 3.2)<br />
É um músculo potente e alonga<strong>do</strong><br />
que une a cabeça e também o pescoço<br />
com o braço. Está dividi<strong>do</strong> em duas partes<br />
pela interseção clavicular (resto vestigial<br />
da clavícula). A parte mais caudal<br />
é o m. clei<strong>do</strong>braquial, que está disposto<br />
entre a interseção clavicular e a crista <strong>do</strong><br />
úmero (Figura 3.26). A parte mais cranial<br />
o m. clei<strong>do</strong>cefálico, une a interseção clavicular<br />
com a cabeça e o pescoço. Por sua<br />
vez, o m. clei<strong>do</strong>cefálico apresenta duas<br />
porções bem diferenciadas: a parte cervical,<br />
que é superficial, se dispõe entre a<br />
interseção clavicular e a metade cranial<br />
da rafe fibrosa <strong>do</strong>rsal média <strong>do</strong> pescoço<br />
onde se insere juntamente com o músculo<br />
contralateral; a parte mastoidea, mais<br />
profunda, se localiza entre a interseção<br />
clavicular e o processo mastoide <strong>do</strong> osso<br />
temporal.<br />
Função: Quan<strong>do</strong> a cabeça e o<br />
pescoço estão fixos, o músculo é um potente<br />
extensor da articulação <strong>do</strong> ombro<br />
e flexor <strong>do</strong> membro torácico. Quan<strong>do</strong> o<br />
membro está fixamente apoia<strong>do</strong> no solo,<br />
movimenta a cabeça e o pescoço lateral e<br />
ventralmente.<br />
Inervação: O músculo clei<strong>do</strong>cefálico<br />
é inerva<strong>do</strong> pelo nervo acessório e<br />
por ramos ventrais <strong><strong>do</strong>s</strong> nervos cervicais.<br />
O músculo clei<strong>do</strong>braquial está inerva<strong>do</strong><br />
pelo nervo braquiocefálico (é um <strong><strong>do</strong>s</strong><br />
nervos <strong>do</strong> plexo braquial, que procede<br />
<strong>do</strong> 6º nervo cervical).<br />
M. omotransverso (Figuras 3.1, 3.2, 3.5)<br />
Desde sua origem na asa <strong>do</strong> atlas<br />
se direciona caudalmente até sua inserção<br />
no acrômio da escápula e na fáscia<br />
Figura 3.1 - Músculos <strong>do</strong> cíngulo <strong>do</strong> membro torácico. Vista lateral esquerda. Houve a remoção da fáscia<br />
superficial, <strong><strong>do</strong>s</strong> membros cutâneos e da veia jugular externa. Observa-se os <strong>músculos</strong> extrínsecos mais<br />
superficiais. Estes <strong>músculos</strong>, desde sua origem na cabeça, pescoço e tronco, se deslocam radialmente<br />
para se dirigirem aos ossos da extremidade anterior, onde se inserem. Identifica-se o trajeto superficial<br />
<strong>do</strong> nervo acessório no espaço triangular <strong>do</strong> pescoço, delimita<strong>do</strong> pela parte cervical <strong>do</strong> músculo clei<strong>do</strong>cefálico<br />
e os <strong>músculos</strong> trapézio e omotransverso. Ventralmente ao nervo se visualiza um <strong><strong>do</strong>s</strong> linfono<strong><strong>do</strong>s</strong><br />
cervicais superficiais. 1. M. clei<strong>do</strong>cefálico (parte cervical); 2. M. trapézio (parte cervical); 2’. M. trapézio<br />
(parte torácica); 3. M. grande <strong>do</strong>rsal; 4. M. omotransverso; 5. M. peitoral profun<strong>do</strong>; 6. M. esternocefálico;<br />
8. M. deltoide (parte escapular); 8’. M. deltoide (parte acromial); 9. M. tríceps braquial, cabeça longa; 9’.<br />
M. tríceps braquial, cabeça lateral; 10. M. oblíquo externo <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me; a. Espinha da escápula; b. Tubérculo<br />
maior <strong>do</strong> úmero; c. Fáscia toracolombar; d. Nervo acessório; e. Linfono<strong>do</strong> cervical superficial.<br />
Figura 3.2 - Músculos <strong>do</strong> cíngulo <strong>do</strong> membro torácico. Vista lateral esquerda. Ao retirar a parte cervical<br />
<strong>do</strong> músculo clei<strong>do</strong>cefálico e o músculo trapézio é possível visualizar, profundamente na região<br />
cervical, a parte mastoide <strong>do</strong> músculo clei<strong>do</strong>cefálico e os <strong>músculos</strong> omotransverso, serrátil ventral<br />
cervical e romboide. 1. M. clei<strong>do</strong>cefálico (parte mastoide); 1’. M. clei<strong>do</strong>braquial; 1’’. Interseção clavicular;<br />
2. M. omotransverso; 3. M. romboide cervical; 3’. M. romboide torácico; 4. M. grande <strong>do</strong>rsal; 5. M.<br />
peitoral profun<strong>do</strong>; 6. M. serrátil ventral cervical; 7. M. supraespinhal; 8. M. deltoide (parte escapular);<br />
8’. M. deltoide (parte acromial); 9. M. tríceps braquial, cabeça longa; 9’. M. tríceps braquial, cabeça<br />
lateral; 10. M. esternocefálico; 11. M. esplênio; 12. M. oblíquo externo <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me; a. Acrômio; b. Espinha<br />
da escápula; c. Borda <strong>do</strong>rsal da escápula; d. Tubérculo maior <strong>do</strong> úmero; e. Linfono<strong>do</strong> cervical<br />
superficial.