Atlas dos músculos do cão

21.06.2018 Views

114 Atlas dos Músculos do Cão Capítulo 2 - Músculos do Pescoço, Tronco e Cauda 115 de abdominal que comunica a cavidade abdominal com a área subcutânea da região inguinal. A aponeurose do músculo oblíquo externo forma a parede lateral do canal inguinal (Figura 2.66), enquanto os ventres dos músculos oblíquo interno e reto do abdome formam a parede medial. O músculo transverso do abdome não participa na formação do canal inguinal, uma vez que não alcança a parte mais caudal da parede abdominal (Figura 2.64). O anel inguinal superficial é a abertura externa do canal inguinal. É um processo aberto na aponeurose do músculo oblíquo externo. A parte pélvica da aponeurose forma o pilar lateral do anel e a parte abdominal forma o pilar medial (Figura 2.66). O anel inguinal profundo tem um limite menos preciso. Está disposto entre a borda caudal do músculo oblíquo interno, cranialmente, e o ligamento inguinal, caudalmente (Figura 2.71). O canal inguinal, que tem poucos centímetros de comprimento, permite a passagem de várias estruturas. No caso da fêmea pelo canal inguinal atravessa o processo vaginal do peritônio (é uma evaginação, em forma de saco, do peritônio que reveste a cavidade abdominal) (Figura 2.67). No macho, o canal inguinal é atravessado pelo cordão espermático e sua cobertura peritoneal (túnica vaginal), e o músculo cremáster (Figura 2.69, 2.70). Tanto no macho quanto na fêmea, pelo canal inguinal também passam os vasos pudendos externos e o nervo genitofemoral (Figuras 2.68, 2.69, 2.70, 2.71). Ligamento ou arco inguinal. Espaço muscular e vascular O ligamento inguinal, ou arco inguinal, contribui para fechar o espaço que existe entre as paredes abdominal e pélvica. Origina-se na tuberosidade do coxal e, após passar sobre o músculo iliopsoas, termina próximo da eminência iliopúbica do coxal, onde se confunde e continua com o tendão pré-púbico. O ligamento inguinal permite a inserção da aponeurose do músculo oblíquo externo (Figura 2.61) e a origem de grande parte do músculo oblíquo interno (Figura 2.63). Serve também de inserção caudal a fáscia transversa, que reveste a superfície interna do músculo transver- Figura 2.65 - Músculo transverso do abdome. Vista ventral. Foi seccionada a maior parte do músculo reto do abdome, apesar da inserção ser por meio do tendão pré-púbico na borda cranial do púbis. A linha alba, de caráter tendíneo, é formada pela interseção na linha ventral média das aponeuroses dos músculos oblíquos e transversos do abdome de ambos os lados do corpo. 1. M. reto do abdome (seccionado); 2. M. transverso do abdome; 2’. Aponeurose do m. transverso do abdome; 3. Linha alba; 3’. Anel umbilical; 4. Tendão pré-púbico; 5. Fáscia transversa; a. Púbis; b. Tábua do ísquio; c. Tuberosidade isquiática; d. Arco isquiático; e. Acetábulo; f. Forame obturado; g. Sínfise pélvica. Figura 2.66 - Vista lateral da parte caudal do abdome e da pélvis após remoção do membro pélvico (a exceção do coxal). A seta indica o trajeto do canal inguinal. Estruturas como o músculo íliopsoas, os vasos femorais e o nervo femoral, que percorrem caudais ao ligamento inguinal, foram seccionadas para separar o membro. O canal inguinal é passagem através da parte caudal da parede abdominal (seta) que comunica a cavidade abdominal com a área subcutânea da região inguinal. A aponeurose do músculo oblíquo externo forma a parede lateral do canal inguinal, e o anel inguinal superficial é sua abertura externa. 1. M. oblíquo externo do abdome; 1’. Aponeurose do m. oblíquo externo (parte abdominal); 1’’. Aponeurose do m. oblíquo externo (parte pélvica); 2’. Anel pilar medial (Anel inguinal superficial); 2’’. Anel pilar lateral (Anel inguinal superficial); 3. Ligamento inguinal; 4. Tendão pré-púbico; 5. M. íliopsoas (seccionado); 6. Fáscia toracolombar; 7. M. oblíquo interno do abdome; 8. M. coccígeo; 9. M. levantador do ânus; 10. M. intertransverso dorsal caudal; 11. Ligamento sacrotuberal; a. Asa do ílio; b. Tuberosidade coxal; c. Crista ilíaca; d. Corpo do ílio; e. Eminência iliopúbica; f. Corpo do ísquio; g. Tuberosidade isquiática; h. Púbis; i. Acetábulo; j. Forame obturado; k. Nervo femoral; l. A. femoral; m. V. femoral.

114 <strong>Atlas</strong> <strong><strong>do</strong>s</strong> Músculos <strong>do</strong> Cão Capítulo 2 - Músculos <strong>do</strong> Pescoço, Tronco e Cauda 115<br />

de ab<strong>do</strong>minal que comunica a cavidade<br />

ab<strong>do</strong>minal com a área subcutânea<br />

da região inguinal. A aponeurose <strong>do</strong><br />

músculo oblíquo externo forma a parede<br />

lateral <strong>do</strong> canal inguinal (Figura<br />

2.66), enquanto os ventres <strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>músculos</strong><br />

oblíquo interno e reto <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me<br />

formam a parede medial. O músculo<br />

transverso <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me não participa na<br />

formação <strong>do</strong> canal inguinal, uma vez<br />

que não alcança a parte mais caudal<br />

da parede ab<strong>do</strong>minal (Figura 2.64). O<br />

anel inguinal superficial é a abertura<br />

externa <strong>do</strong> canal inguinal. É um processo<br />

aberto na aponeurose <strong>do</strong> músculo<br />

oblíquo externo. A parte pélvica<br />

da aponeurose forma o pilar lateral <strong>do</strong><br />

anel e a parte ab<strong>do</strong>minal forma o pilar<br />

medial (Figura 2.66). O anel inguinal<br />

profun<strong>do</strong> tem um limite menos preciso.<br />

Está disposto entre a borda caudal<br />

<strong>do</strong> músculo oblíquo interno, cranialmente,<br />

e o ligamento inguinal, caudalmente<br />

(Figura 2.71).<br />

O canal inguinal, que tem poucos<br />

centímetros de comprimento, permite a<br />

passagem de várias estruturas. No caso<br />

da fêmea pelo canal inguinal atravessa<br />

o processo vaginal <strong>do</strong> peritônio (é uma<br />

evaginação, em forma de saco, <strong>do</strong> peritônio<br />

que reveste a cavidade ab<strong>do</strong>minal)<br />

(Figura 2.67). No macho, o canal inguinal<br />

é atravessa<strong>do</strong> pelo cordão espermático<br />

e sua cobertura peritoneal (túnica<br />

vaginal), e o músculo cremáster (Figura<br />

2.69, 2.70). Tanto no macho quanto<br />

na fêmea, pelo canal inguinal também<br />

passam os vasos puden<strong><strong>do</strong>s</strong> externos e o<br />

nervo genitofemoral (Figuras 2.68, 2.69,<br />

2.70, 2.71).<br />

Ligamento ou arco inguinal. Espaço muscular<br />

e vascular<br />

O ligamento inguinal, ou arco inguinal,<br />

contribui para fechar o espaço<br />

que existe entre as paredes ab<strong>do</strong>minal<br />

e pélvica. Origina-se na tuberosidade<br />

<strong>do</strong> coxal e, após passar sobre o músculo<br />

iliopsoas, termina próximo da eminência<br />

iliopúbica <strong>do</strong> coxal, onde se confunde<br />

e continua com o tendão pré-púbico.<br />

O ligamento inguinal permite a inserção<br />

da aponeurose <strong>do</strong> músculo oblíquo externo<br />

(Figura 2.61) e a origem de grande<br />

parte <strong>do</strong> músculo oblíquo interno<br />

(Figura 2.63). Serve também de inserção<br />

caudal a fáscia transversa, que reveste a<br />

superfície interna <strong>do</strong> músculo transver-<br />

Figura 2.65 - Músculo transverso <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me. Vista ventral. Foi seccionada a maior parte <strong>do</strong> músculo<br />

reto <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me, apesar da inserção ser por meio <strong>do</strong> tendão pré-púbico na borda cranial <strong>do</strong> púbis. A<br />

linha alba, de caráter tendíneo, é formada pela interseção na linha ventral média das aponeuroses <strong><strong>do</strong>s</strong><br />

<strong>músculos</strong> oblíquos e transversos <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me de ambos os la<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>do</strong> corpo. 1. M. reto <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me (secciona<strong>do</strong>);<br />

2. M. transverso <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me; 2’. Aponeurose <strong>do</strong> m. transverso <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me; 3. Linha alba; 3’.<br />

Anel umbilical; 4. Tendão pré-púbico; 5. Fáscia transversa; a. Púbis; b. Tábua <strong>do</strong> ísquio; c. Tuberosidade<br />

isquiática; d. Arco isquiático; e. Acetábulo; f. Forame obtura<strong>do</strong>; g. Sínfise pélvica.<br />

Figura 2.66 - Vista lateral da parte caudal <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me e da pélvis após remoção <strong>do</strong> membro pélvico (a<br />

exceção <strong>do</strong> coxal). A seta indica o trajeto <strong>do</strong> canal inguinal. Estruturas como o músculo íliopsoas, os vasos<br />

femorais e o nervo femoral, que percorrem caudais ao ligamento inguinal, foram seccionadas para<br />

separar o membro. O canal inguinal é passagem através da parte caudal da parede ab<strong>do</strong>minal (seta) que<br />

comunica a cavidade ab<strong>do</strong>minal com a área subcutânea da região inguinal. A aponeurose <strong>do</strong> músculo<br />

oblíquo externo forma a parede lateral <strong>do</strong> canal inguinal, e o anel inguinal superficial é sua abertura<br />

externa. 1. M. oblíquo externo <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me; 1’. Aponeurose <strong>do</strong> m. oblíquo externo (parte ab<strong>do</strong>minal);<br />

1’’. Aponeurose <strong>do</strong> m. oblíquo externo (parte pélvica); 2’. Anel pilar medial (Anel inguinal superficial);<br />

2’’. Anel pilar lateral (Anel inguinal superficial); 3. Ligamento inguinal; 4. Tendão pré-púbico; 5. M.<br />

íliopsoas (secciona<strong>do</strong>); 6. Fáscia toracolombar; 7. M. oblíquo interno <strong>do</strong> ab<strong>do</strong>me; 8. M. coccígeo; 9. M.<br />

levanta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> ânus; 10. M. intertransverso <strong>do</strong>rsal caudal; 11. Ligamento sacrotuberal; a. Asa <strong>do</strong> ílio;<br />

b. Tuberosidade coxal; c. Crista ilíaca; d. Corpo <strong>do</strong> ílio; e. Eminência iliopúbica; f. Corpo <strong>do</strong> ísquio; g.<br />

Tuberosidade isquiática; h. Púbis; i. Acetábulo; j. Forame obtura<strong>do</strong>; k. Nervo femoral; l. A. femoral; m.<br />

V. femoral.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!