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FERROVIÁRIO DO ANO<br />
GERALDO ALCKMIN<br />
<strong>Maio</strong> / <strong>Junho</strong> <strong>2018</strong> - R$ 31,50<br />
Legado <strong>de</strong><br />
problemas<br />
Projetos previstos para a Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014 ainda sem solução
DORMENTES<br />
DE CONCRETO<br />
Referência no mercado<br />
há 77 anos, presente em<br />
gran<strong>de</strong>s projetos, com<br />
excelência e mobilida<strong>de</strong>.<br />
www.cavan.com.br<br />
DORMENTES DE CONCRETO<br />
+55 11 3631-4810
editorial<br />
Este ano o Prêmio <strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong> vai fazer uma<br />
homenagem especial, post-mortem, a Raul Randon, falecido no início<br />
<strong>de</strong> março, dias antes da inauguração da nova fábrica <strong>de</strong> semirreboques<br />
e vagões ferroviários, em Araraquara (SP). Um plano que os Randon<br />
chegaram a adiar, diante da recessão histórica pela qual o país passou.<br />
Raul Randon – que com o irmão Hercílio, transformou a oficina mecânica<br />
do pai num império industrial – marcou presença não só no mercado<br />
ferroviário mas em toda a economia brasileira. Deixou sementes e uma<br />
sólida marca. Merece todas as homenagens.<br />
Anual: R$ 149,00<br />
ASSINE www.revistaferroviaria.com.br<br />
6 edições, newsletter e acesso ao site<br />
COnSELhO EDITORIAL<br />
Alexan<strong>de</strong>r Ellwanger<br />
DIRETORA DE REDAÇÃO<br />
Regina Perez<br />
regina@revistaferroviaria.com.br<br />
JORnALISTA RESPOnSÁVEL<br />
Regina Perez - Mtb 14.194<br />
Ano 79 - <strong>Maio</strong> / <strong>Junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong><br />
<strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong> é uma publicação da<br />
Editora <strong>Ferroviária</strong> Ltda.<br />
CnPJ: 12.464.344/0001-30<br />
Inscrição Municipal: 4.131.725-4<br />
Registro no InPI: 816.399.964<br />
Antonio Ismael Ballan<br />
Bento José <strong>de</strong> Lima<br />
Guilherme Quintella<br />
Guilherme Mello<br />
henrique Aché<br />
João Gouveia<br />
José Antonio Martins<br />
Marcelo Spinelli<br />
Valter <strong>de</strong> Souza<br />
REDAÇÃO<br />
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An<strong>de</strong>rson Baltar<br />
Annaclara Velasco<br />
Luciana Calaza<br />
Murillo Magaroti<br />
Romulo Tesi<br />
redacao@revistaferroviaria.com.br<br />
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publicida<strong>de</strong>@revistaferroviaria.com.br<br />
CIRCuLAÇÃO<br />
Daniel Moreira<br />
assinaturas@revistaferroviaria.com.br<br />
Distribuição nacional pela<br />
Treelog S.A. Logística e Distribuição<br />
DIAGRAMAÇÃO<br />
Fabio hirata<br />
contato@fabiohirata.com.br<br />
SEDE<br />
Rua Pamplona, 1.465 - Cj. 61/62<br />
Cep: 01405-002, São Paulo - SP<br />
Tel: (11) 3059-6060<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong> 3
sumário<br />
Ano 79 - <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> <strong>2018</strong><br />
Trens da CAF<br />
armazenados no<br />
espaço on<strong>de</strong> seria<br />
construído o CCO<br />
do VLT <strong>de</strong> Cuiabá.<br />
Foto: Divulgação<br />
Secid/MT<br />
Pág. 36<br />
Manutenção <strong>de</strong> via<br />
Operadoras <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong><br />
passageiros têm 1.472<br />
equipamentos<br />
60
Entrevista<br />
Eduardo Copello fala sobre<br />
projetos metroferroviários<br />
<strong>de</strong> Salvador<br />
14<br />
Prêmio RF <strong>2018</strong><br />
Ferroviário do Ano,<br />
categorias e<br />
regras <strong>de</strong> votação 20<br />
Linha 5-Lilás<br />
Gestores viram réus<br />
por compra<br />
<strong>de</strong> trens<br />
24<br />
Capacitação<br />
Cursos técnicos e<br />
especializações<br />
em ferrovia<br />
48<br />
Trem da VLI, para transporte <strong>de</strong> carga agrícola, próximo ao Terminal Integrador<br />
Porto Nacional, em Tocantins<br />
Foto: Divulgação/VLI
cartas<br />
Trem <strong>de</strong> passageiros da Irish Rail<br />
Impressões <strong>de</strong> um<br />
ferroviário irlandês<br />
Meu conhecimento sobre o setor<br />
ferroviário no Brasil é da perspectiva<br />
<strong>de</strong> passageiro e turista. Gostaria<br />
<strong>de</strong> falar com profissionais ferroviários<br />
brasileiros para enten<strong>de</strong>r melhor<br />
os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> manutenção e<br />
investimentos no setor e suas experiências.<br />
Fiquei muito impressionado<br />
com a eficiência dos sistemas <strong>de</strong><br />
metrô e trem em São Paulo. No que<br />
diz respeito à Irlanda, a população<br />
já usufrui do princípio que chamamos<br />
<strong>de</strong> "parque e passeio" no setor<br />
ferroviário, em que os passageiros<br />
po<strong>de</strong>m dirigir-se para uma localização<br />
segura nos subúrbios da cida<strong>de</strong>,<br />
estacionar seu carro e pegar um trem<br />
para a cida<strong>de</strong>, para o trabalho, lazer<br />
e compras. Trata-se <strong>de</strong> um sistema<br />
que ajuda a reduzir a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> carros particulares que entram e<br />
saem das principais cida<strong>de</strong>s nos horários<br />
<strong>de</strong> pico, a diminuir o tempo<br />
<strong>de</strong> viagem e a melhorar a qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vida dos viajantes.<br />
A Irlanda é um país pequeno em<br />
comparação ao Brasil, com uma<br />
pequena re<strong>de</strong> ferroviária <strong>de</strong> 2.400<br />
6<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong><br />
quilômetros, focada no transporte<br />
<strong>de</strong> passageiros, com apenas uma<br />
pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> clientes <strong>de</strong><br />
carga. Após as crises econômicas <strong>de</strong><br />
2008, o setor ferroviário irlandês sofreu<br />
com a redução do financiamento<br />
público para manutenção e outros<br />
investimentos. Tivemos que adaptar<br />
nossas estratégias para trabalhar <strong>de</strong><br />
forma mais eficiente e maximizar os<br />
ciclos <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> ativos. A Irish Rail<br />
adotou a gestão <strong>de</strong> ativos <strong>de</strong> infraestrutura<br />
para conseguir isso. Esse é o<br />
meu campo <strong>de</strong> atuação. Desenvolvo<br />
o mapeamento <strong>de</strong> negócios e analiso<br />
processos e novas tecnologias.<br />
Todos os trabalhos e problemas <strong>de</strong><br />
manutenção são registrados em nosso<br />
sistema SAP e a manutenção é adaptada<br />
aos nossos registros <strong>de</strong> risco. A<br />
Irish Rail tem uma enorme quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> dados <strong>de</strong> ativos que ajudam<br />
os engenheiros e a administração a<br />
tomar as melhores <strong>de</strong>cisões sobre investimento<br />
e manutenção. Eu forneço<br />
conselhos sobre como o SAP po<strong>de</strong> ser<br />
utilizado para alcançar nossos objetivos<br />
<strong>de</strong> negócios.<br />
John Kennedy<br />
john.j.kennedy@irishrail.ie<br />
Divulgação/Irish Rail<br />
Linha 18-Bronze<br />
Gostaria que verificassem a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> fazer alguma reportagem<br />
sobre a Linha 18-Bronze do Metrô,<br />
cujo projeto não sai do papel. São<br />
mais <strong>de</strong> 300 mil possíveis usuários<br />
que se beneficiarão com um transporte<br />
<strong>de</strong> mais qualida<strong>de</strong>, interligando<br />
o ABC com a re<strong>de</strong> metroviária da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Hoje é necessário uma pressão junto<br />
à STN do Ministério da Fazenda<br />
(governo fe<strong>de</strong>ral) e também um<br />
follow up junto ao governo do estado<br />
<strong>de</strong> São Paulo. Vejam se é possível alguma<br />
divulgação do assunto.<br />
Eu fiz um abaixo assinado, cujo documento<br />
traz um histórico (http://<br />
chn.ge/2BsyPWa), e também estou<br />
enviando e-mails para alguns <strong>de</strong>putados<br />
e para a Câmara Municipal <strong>de</strong><br />
São Bernardo. Tudo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> minhas<br />
possibilida<strong>de</strong>s. Não me parece haver<br />
muitos interessados – isso <strong>de</strong> qualquer<br />
partido que seja, pois é um assunto<br />
complexo por conta da <strong>de</strong>pendência<br />
dos governos fe<strong>de</strong>ral, estadual<br />
e municipal.<br />
Acho que os órgãos <strong>de</strong> imprensa po<strong>de</strong>m<br />
contribuir e daí meu contato para<br />
tentar encontrar algum meio a<strong>de</strong>quado<br />
para reforçar a necessida<strong>de</strong> da Linha<br />
18-Bronze para a população do ABC.<br />
Gostaria <strong>de</strong> ouvi-los a respeito da<br />
solicitação que lhes faço. Certo <strong>de</strong><br />
sua atenção, fico no aguardo <strong>de</strong> um<br />
retorno e à disposição para o que se<br />
fizer necessário.<br />
Obrigado.<br />
J.L.Cezar Attab<br />
cezar.attab@bol.com.br<br />
Para escrever para a <strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong><br />
man<strong>de</strong> um email para:<br />
redacao@revistaferroviaria.com.br<br />
ou escreva para:<br />
Rua Pamplona, 1.465 - Cj. 61/62<br />
CEP 01405-002, São Paulo - SP
expressas Bianca Rocha<br />
Meio século <strong>de</strong> metrô em SP<br />
O mês <strong>de</strong> maio foi agitado para o Metrô <strong>de</strong> São Paulo. Na comemoração<br />
pelos 50 anos, a operadora organizou shows, exposições e apresentações<br />
nas estações. Teve até uma réplica <strong>de</strong> um carro da extinta Frota A exposta no<br />
mezanino da Estação da Sé – a mais movimentada do sistema, que aten<strong>de</strong> as<br />
linhas 1-Azul e 3-Vermelha e recebe por dia 536 mil usuários. Criada pelos<br />
funcionários da equipe <strong>de</strong> manutenção, a réplica apresentou vários itens originais<br />
dos primeiros trens fabricados pela Mafersa, no início da década <strong>de</strong><br />
1970, como a cabine do operador e o console <strong>de</strong> comando.<br />
Paralisação no dia do aniversário<br />
Em meio às celebrações, um susto: no<br />
dia do aniversário <strong>de</strong> 50 anos, 24 <strong>de</strong><br />
abril, a Linha 1-Azul – a primeira do<br />
sistema a ser inaugurada – sofreu uma<br />
falha elétrica, resultando na paralisação<br />
<strong>de</strong> todos os trens da linha durante uma<br />
hora e meia. Todas as estações da Linha<br />
1-Azul tiveram que ser esvaziadas. O<br />
caso está sendo investigado pela polícia.<br />
O Metrô SP disse que ainda não há prazo<br />
para a conclusão do laudo.<br />
A suspeita da STM é o acionamento in<strong>de</strong>vido<br />
do Sistema <strong>de</strong> Prevenção <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes<br />
em Plataforma (SPAP), composto<br />
por um botão e um telefone em um<br />
totem disposto nas plataformas, às vistas<br />
dos passageiros. O dispositivo po<strong>de</strong> ser<br />
acionado, por exemplo, em caso <strong>de</strong> queda<br />
<strong>de</strong> usuário na via, para que cesse o<br />
fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica no local.<br />
Ao ser acionado, no entanto, o funcionamento<br />
normal da linha é afetado.<br />
Não é <strong>de</strong> hoje que o acionamento <strong>de</strong>ste<br />
botão causa transtornos nas linhas<br />
do Metrô <strong>de</strong> SP. Em 2014, a operadora<br />
chegou a contratar seguranças para<br />
Enquanto isso em Salvador...<br />
A tão aguardada estação Aeroporto, do metrô <strong>de</strong> Salvador,<br />
enfim, foi aberta ao público em abril, colocando a capital<br />
baiana no rol <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s com interligação ferroviária entre o<br />
centro e o aeroporto internacional. Mais três capitais brasileiras<br />
usufruem <strong>de</strong>sse ‘luxo’: São Paulo, com a recente Linha<br />
13-Ja<strong>de</strong>; Recife (Metrorec), cuja estação está a 500 metros<br />
do Aeroporto; e Porto Alegre, on<strong>de</strong> a Trensurb dispõe da estação<br />
Aeroporto (Linha 1) e <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> aeromóvel que<br />
leva os passageiros até o terminal aéreo.<br />
Pelo projeto, a próxima parada do metrô será Lauro <strong>de</strong> Freitas,<br />
município vizinho a Salvador. Mas a expansão está atrelada<br />
agora a uma meta <strong>de</strong>finida no contrato <strong>de</strong> concessão<br />
com a CCR Metrô Bahia: 6 mil passageiros <strong>de</strong>verão acessar<br />
a estação Aeroporto nos horários <strong>de</strong> pico por seis meses consecutivos<br />
para que sejam iniciados os estudos para a construção<br />
da estação Lauro <strong>de</strong> Freitas.<br />
Os horários <strong>de</strong> maior movimento no metrô <strong>de</strong> Salvador são<br />
<strong>de</strong> 6h30 às 8h30 e <strong>de</strong> 16h30 às 18h30. Atualmente, entre 6h<br />
e 8h, 2,3 mil passageiros acessam a estação Aeroporto. À<br />
tar<strong>de</strong>, entre 16h e 19h, são 5,5 mil usuários. Hoje o metrô<br />
transporta cerca <strong>de</strong> 300 mil passageiros por dia, número que<br />
Fotos: Divulgação<br />
ficarem ao lado das cabines do SPAP,<br />
após a Linha 3-Vermelha ser paralisada<br />
parcialmente por conta do acionamento<br />
dos botões na plataforma. No caso<br />
mais recente, o Sindicato do Metroviários<br />
afirma que não houve violação<br />
dos lacres das cabines nas estações Ana<br />
Rosa e Paraíso, o que indica não ter havido<br />
interferência humana. O sindicato<br />
sustenta que houve falha automática no<br />
sistema SPAP e que a situação só foi<br />
normalizada após técnicos do metrô<br />
darem ‘reset’ no sistema.<br />
ainda está aquém da projeção da CCR para o atual estágio <strong>de</strong><br />
expansão (aproximadamente 450 mil/dia).<br />
O aumento da <strong>de</strong>manda no metrô também passa pela necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reorganização das linhas <strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong> Salvador,<br />
também concessionadas à iniciativa privada, o que geraria<br />
menos competição entre os modais e mais eficiência na mobilida<strong>de</strong><br />
urbana da capital baiana.<br />
A 2,5 km do aeroporto, a estação do metrô <strong>de</strong> Salvador dispõe <strong>de</strong><br />
shuttles gratuitos que levam passageiros ao terminal aéreo<br />
8<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> MAIO/JUNHO DE <strong>2018</strong>
Os chineses venceram<br />
O consórcio Skyrail, composto pelas<br />
chinesas BYD, fabricante <strong>de</strong> ônibus<br />
elétricos e monotrilhos, e a Metrogreen,<br />
braço da BYD e atuante nas áreas<br />
<strong>de</strong> locação e operações, foi o único<br />
a entregar proposta na licitação para<br />
o projeto <strong>de</strong> revitalização dos trens<br />
<strong>de</strong> subúrbio <strong>de</strong> Salvador. O valor do<br />
projeto, avaliado em R$ 1,5 bilhão;<br />
o baixo aporte <strong>de</strong> recursos<br />
do po<strong>de</strong>r público na PPP, que<br />
pelo edital está fixado em<br />
R$ 100 milhões; e a suposta<br />
<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> passageiros superestimada<br />
pelo governo,<br />
<strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> fora da concorrência<br />
importantes players<br />
do mercado, como a CCR,<br />
operadora do metrô da capital<br />
baiana, e a Hyundai-Rotem.<br />
A vitória da BYD <strong>de</strong>ve alterar<br />
a i<strong>de</strong>ia original do governo,<br />
que era a implementação <strong>de</strong><br />
Passo a passo para eficiência<br />
Projetos <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana viáveis<br />
técnico e financeiramente são poucos<br />
no Brasil, admite o diretor <strong>de</strong> Planejamento<br />
e Informações da Secretaria<br />
Nacional <strong>de</strong> Mobilida<strong>de</strong> Urbana (Semob),<br />
vinculada ao Ministério das<br />
Cida<strong>de</strong>s, Cléver Almeida. E a falta <strong>de</strong><br />
bons projetos foi um dos motivos que<br />
levou à redução <strong>de</strong> 58% dos recursos<br />
<strong>de</strong>stinados pela Semob para estados<br />
e municípios brasileiros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2016,<br />
quando foram liberados R$ 67,7 bilhões.<br />
Para este ano, a estimativa é<br />
que R$ 39,5 bilhões sejam <strong>de</strong>stinados<br />
a projetos <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana. Entre<br />
as principais dificulda<strong>de</strong>s relatadas<br />
pelo diretor estão a baixa capacida<strong>de</strong><br />
técnica e institucional do corpo funcional<br />
das prefeituras; falta <strong>de</strong> planejamento<br />
e inexistência <strong>de</strong> planos <strong>de</strong><br />
mobilida<strong>de</strong> urbana consistentes; baixa<br />
qualida<strong>de</strong> dos projetos; estimativa <strong>de</strong><br />
custo inicial <strong>de</strong>ficiente; dificulda<strong>de</strong>s<br />
na obtenção <strong>de</strong> licenças etc.<br />
Cléver Almeida foi um dos palestrantes<br />
no lançamento do “Guia TPC:<br />
orientações para seleção da tecnologia<br />
e implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />
Transporte Público Coletivo”, organizado<br />
no auditório do BNDES, em<br />
maio. O guia, elaborado por técnicos<br />
do banco, em parceria com o Ministério<br />
das Cida<strong>de</strong>s e a Cooperação<br />
Financeira Alemã, serve como material<br />
<strong>de</strong> apoio para a escolha e implementação<br />
<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> transporte<br />
público coletivo. O guia tem como<br />
objetivo ajudar secretários, gestores<br />
municipais e estaduais na escolha do<br />
modal mais a<strong>de</strong>quado para cada cida<strong>de</strong>,<br />
levando em consi<strong>de</strong>ração o entorno<br />
e custo-benefício.<br />
Veículo Leve sobre Trilhos, em substituição<br />
aos velhos trens que rodam<br />
na linha da capital baiana. Salvador,<br />
aliás, po<strong>de</strong>rá ser a segunda capital do<br />
Brasil a apostar no monotrilho. São<br />
Paulo tem as linhas <strong>de</strong> monotrilho<br />
15-Prata e 17-Ouro (em construção)<br />
para chamar <strong>de</strong> suas. Usada em larga<br />
escala na China, a tecnologia é <strong>de</strong>sconhecida<br />
no Oci<strong>de</strong>nte – Europa e<br />
EUA não dispõem <strong>de</strong> operação com<br />
este modal.<br />
O diretor da BYD no Brasil, Alexandre<br />
Liu, falou um pouco sobre o projeto<br />
da empresa que ainda precisa ser<br />
aprovado pelo governo da Bahia: serão<br />
15 km <strong>de</strong> via elevada a três metros<br />
<strong>de</strong> altura, mais 5 km <strong>de</strong> via elevada<br />
a cinco metros <strong>de</strong> altura.<br />
A empresa preten<strong>de</strong><br />
aproveitar o traçado já<br />
existente. Segundo Liu,<br />
o valor total do projeto<br />
<strong>de</strong>ve ser superior ao<br />
previsto no edital. “Já<br />
estamos em conversas<br />
avançadas com fundos<br />
europeus para conseguir<br />
o financiamento para as<br />
obras. Devemos financiar<br />
80% do projeto”,<br />
afirma o diretor.<br />
Outro guia<br />
informativo<br />
A ANPTrilhos também preten<strong>de</strong><br />
lançar, em parceria com o Ministério<br />
das Cida<strong>de</strong>s, um guia<br />
para ajudar gestores e profissionais<br />
da área a formular projetos<br />
metroferroviários. O Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong><br />
Viabilida<strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong>ve reunir<br />
conceitos e as necessida<strong>de</strong>s básicas<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
estudos <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistema<br />
<strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros<br />
sobre trilhos. O material elenca<br />
tópicos que abordam as análises<br />
econômicas e jurídicas, passando<br />
por estudos <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda,<br />
plano e concepção operacional.<br />
O ca<strong>de</strong>rno está em fase final <strong>de</strong><br />
elaboração, e ainda não há previsão<br />
<strong>de</strong> lançamento.<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> MAIO/JUNHO DE <strong>2018</strong> 9
gente<br />
Competência e paixão pela ferrovia<br />
Trabalhar em um meio<br />
dominado por homens<br />
nunca foi problema para<br />
Gleidiane Pinheiro . Sua<br />
carreira profissional começou na construção<br />
civil, aos 18 anos. Quatro anos<br />
<strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>sembarcou na Estrada <strong>de</strong><br />
Ferro Carajás (EFC), para trabalhar na<br />
área técnica <strong>de</strong> via permanente. Gleidiane,<br />
que hoje tem 32 anos, cresceu<br />
e apareceu na ferrovia. Única mulher<br />
a operar na Vale um equipamento rodoferroviário<br />
<strong>de</strong> inspeção preditiva<br />
por meio <strong>de</strong> ultrassom, ela ganhou em<br />
"Gosto da minha<br />
profissão e busco<br />
fazer o melhor,<br />
pois sei que o meu<br />
trabalho é muito<br />
importante para<br />
garantir a segurança<br />
no transporte<br />
ferroviário."<br />
<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> Gleidiane – que <strong>de</strong>sempenha<br />
uma função <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança numa<br />
equipe composta por 21 homens – se dá<br />
a cada 15 dias (estes divididos em sete<br />
dias <strong>de</strong> trabalho, mais sete dias <strong>de</strong> folga).<br />
Durante os dias <strong>de</strong> inspeção, Gleidiane,<br />
que mora em São Luís, capital do<br />
Maranhão, percorre diversas cida<strong>de</strong>s do<br />
estado por meio dos trilhos da EFC. Em<br />
um mês costuma completar a extensão<br />
abril mais um reconhecimento: tornou-se<br />
a primeira mulher no Brasil a<br />
obter a Certificação Metroferroviária<br />
<strong>de</strong> Via Permanente (US-N2-VP) da<br />
Associação Brasileira Ensaios Não<br />
Destrutivos e Inspeção (Abendi). Pegando<br />
carona no Dia do Ferroviário,<br />
comemorado em 30 <strong>de</strong> abril, a RF selecionou<br />
a história <strong>de</strong> Gleidiane para<br />
ilustrar a seção Gente <strong>de</strong>sta edição.<br />
A área em que a profissional atua<br />
hoje na EFC é responsável por garantir<br />
a confiabilida<strong>de</strong> da ferrovia, pois<br />
tem a função <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar ao longo<br />
<strong>de</strong> todo o trecho avarias e eventuais<br />
<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s nos trilhos. O turno<br />
da ferrovia, <strong>de</strong> 889 quilômetros, a bordo<br />
do veículo rodoferroviário <strong>de</strong> ultrassom.<br />
“Trabalhei na via permanente como<br />
técnica e aprendi muita coisa sobre ferrovia,<br />
logística, minério <strong>de</strong> ferro, Vale<br />
e mundo. Após um tempo, surgiu a<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operar uma máquina<br />
e, assim, diagnosticar a linha por meio<br />
<strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> ultrassom. E foi nessa<br />
área que me aperfeiçoei profissionalmente,<br />
busquei conhecimento a fundo<br />
sobre o processos e me <strong>de</strong>diquei. Gosto<br />
da minha profissão e busco fazer o<br />
melhor, pois sei que o meu trabalho é<br />
muito importante para garantir a segurança<br />
no transporte ferroviário”, conta.<br />
Não por acaso, Gleidiane é apaixonada<br />
por ferrovias e se interessa por<br />
todo assunto relacionado ao setor. Ao<br />
ver pela primeira vez um trem passando<br />
pelos trilhos, ficou admirada e percebeu<br />
que ali estava o seu futuro profissional.<br />
“Eu me sinto lisonjeada por<br />
estar nesse universo ferroviário. Gosto<br />
do que faço e pretendo avançar ainda<br />
mais na carreira. Atualmente trabalho<br />
no período diurno e estudo à noite, sou<br />
casada e ainda não tenho filhos. Até<br />
o momento, consigo conciliar os horários<br />
<strong>de</strong> profissional, estudante e esposa,<br />
e espero que continue assim pra<br />
sempre, afinal nós, mulheres, temos<br />
essa habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer muitas coisas<br />
ao mesmo tempo”.<br />
10<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong>
agenda<br />
BRASIL<br />
JULHO<br />
REUNIÕES CB06*<br />
03 a 06/07 – São Paulo, SP<br />
Organizador: Simefre<br />
Site: www.simefre.org.br<br />
FÓRUM DE MOBILIDADE ANPTRILHOS<br />
18/07 – Brasília, DF<br />
Organizador: ANPTrilhos<br />
Site: http://www.forummobilida<strong>de</strong>.com.br/<br />
16º SIMPÓSIO SAE BRASIL DE POWERTRAIN<br />
30 e 31/07 – Campinas, SP<br />
Organizador: SAE<br />
Site: www.portal.saebrasil.org.br/eventos/geral<br />
AGOSTO<br />
REUNIÕES CB06*<br />
07 a 10/08 – São Paulo, SP<br />
Organizador: Simefre<br />
Site: www.simefre.org.br<br />
15º FÓRUM SAE BRASIL DE TECNOLOGIA DE<br />
MOTORES DIESEL<br />
14 e 15/08 - Paraná e Santa Catarina<br />
Organizador: SAE<br />
Site: www.portal.saebrasil.org.br/eventos/geral<br />
24ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA<br />
21 a 24/08 - São Paulo, SP<br />
Organizador: Aeamesp<br />
Site: www.aeamesp.org.br<br />
CONAEND&LEV<strong>2018</strong><br />
27 a 29/08 – São Paulo, SP<br />
Organizador: Abendi<br />
Site: www.conaend.org.br<br />
SETEMBRO<br />
27º CONGRESSO E MOSTRA INTERNACIONAIS SAE BRASIL<br />
DE TECNOLOGIA DA MOBILIDADE <strong>2018</strong><br />
03 a 05/09 – São Paulo, SP<br />
Organizador: SAE<br />
Site: http://portal.saebrasil.org.br/eventos/congresso<br />
TRANSPOQUIP LATIN AMERICA <strong>2018</strong><br />
12 a 13/09 – São Paulo, SP<br />
Organizador: Real Alliance<br />
Site: www.transpoquip.com.br<br />
FÓRUM INTERNACIONAL SUPPLY CHAIN -<br />
EXPO LOGÍSTICA <strong>2018</strong><br />
18 a 20/09 – São Paulo, SP<br />
Organizador: ILOS<br />
Site: www.forum.ilos.com.br<br />
OUTUBRO<br />
REUNIÕES CB06*<br />
02 a 05/10 – São Paulo, SP<br />
Organizador: Simefre<br />
Site: www.simefre.org.br<br />
10º SIMPÓSIO SAE BRASIL DE MANUFATURA<br />
10/10 - Seção Caxias do Sul, RS<br />
Organizador: SAE<br />
Site: www.portalsaebrasil.org.br<br />
NOVEMBRO<br />
REUNIÕES CB06*<br />
06 a 09/11 – São Paulo, SP<br />
Organizador: Simefre<br />
Site: www.simefre.org.br<br />
2019<br />
MARÇO<br />
21º NEGÓCIOS NOS TRILHOS<br />
26 a 28/03 – São Paulo, SP<br />
Organizador: UBM<br />
Site: www.ntexpo.com.br<br />
EXTERIOR<br />
JUNHO<br />
SAFERAIL<br />
11 e 12/06 – Washington, EUA<br />
Organizador: Saferail<br />
Site: www.smartrailworld.com<br />
AFRICA RAIL<br />
12 e 13/06 – Joanesburgo, África do Sul<br />
Organizador: Terrapinn<br />
Site: www.terrapinn.com/exhibition/africa-rail<br />
*Comitê Brasileiro <strong>de</strong> Normas Técnicas Metroferroviárias
agenda<br />
UIC SECURITY WEEK<br />
18 a 21/06 – Paris, França<br />
Organizador: UIC<br />
Site: http://www.uic.org/contact-us<br />
WORLD METRORAIL CONGRESS AMERICAS <strong>2018</strong><br />
26 e 27/06 – Filadélfia, EUA<br />
Organizador: Terrapinn<br />
Site: www.terrapinn.com/conference/metrorail-americas<br />
JULHO<br />
COMPRAIL <strong>2018</strong>: 16TH INTERNATIONAL CONFERENCE ON<br />
RAILWAY ENGINEERING DESIGN & OPERATION<br />
02 a 04/07 – Lisboa, Portugal<br />
Organizador: Wessex Institute<br />
E-mail: wit@wessex.ac.uk<br />
SETEMBRO<br />
FOURTH INTERNATIONAL CONFERENCE ON RAILWAY<br />
TECHNOLOGY: RESEARCH, DEVELOPMENT AND MAINTENANCE<br />
03 a 07/09 – Barcelona, Espanha<br />
Organizador: Elsevier<br />
Site: www.railwaysconference.com<br />
THE INTERNATIONAL MAGLEV BOARD<br />
05 a 07/09 – São Petersburgo, Rússia<br />
Organizador: Maglev Board<br />
Site: www.maglevboard.net/en/<br />
INNOTRANS <strong>2018</strong><br />
18 a 21/09 – Berlim, Alemanha<br />
Organizador: Messe Berlin<br />
Site: www.innotrans.<strong>de</strong><br />
NOVEMBRO<br />
WORLD RAIL FESTIVAL <strong>2018</strong><br />
13 e 14/11 – Amsterdã, Holanda<br />
Organizador: Terrapin<br />
E-mail: tayyab.abbasi@terrapinn.com<br />
AUSRAIL – CONFERENCE & EXHIBITION<br />
27 a 28/11 – Camberra, Austrália<br />
Organizador: Australasian Railway Association<br />
Site: www.ausrail.com/<br />
2019<br />
ABRIL<br />
EURASIA RAIL 2019<br />
10 a 12/04 – Izmir, Turquia<br />
Organizador: ITE Turkey<br />
Site: www.eurasiarail.eu<br />
JUNHO<br />
RAILLOG KOREA<br />
01/06 – Busan, Coréia do Sul<br />
Organizador: Messe Frankfurt Korea Ltd<br />
Site: www.raillog-korea.kr.messefrankfurt.com<br />
TRANSPORT + LOGISTIK<br />
04 a 07/06 – Munique, Alemanha<br />
Organizador: Messe München<br />
Site: www.transportlogistic.<strong>de</strong><br />
SETEMBRO<br />
TRAKO 2019 – 13º INTERNATIONAL RAILWAY FAIR<br />
24 a 27/09 - Gdasnk, Polônia<br />
Organizador: MTG - Gdansk International Fair Co<br />
Site: www.trakofair.com<br />
RAILWAY INTERCHANGE 2019<br />
22 a 25/09 - Mineápolis, EUA<br />
Organizador: AREMA<br />
Site: www.railwayinterchange.org<br />
OUTUBRO<br />
6TH RAILWAY FORUM<br />
01 e 02/10 – Berlim, Alemanha<br />
Organizador: Competence Partner<br />
Site: www.railwayforumberlin.com
entrevista<br />
A transformação <strong>de</strong> Salvador<br />
De 2013 para cá, muita coisa mudou na<br />
mobilida<strong>de</strong> urbana <strong>de</strong> Salvador. Foi naquele<br />
ano que o sistema <strong>de</strong> metrô da capital baiana<br />
– um projeto inacabado que se arrastava<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1999 e reuniu todo o tipo <strong>de</strong> clichê que<br />
costuma aparecer em obras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte no<br />
Brasil – engrenou com a abertura do processo<br />
<strong>de</strong> licitação das linhas 1 e 2 para a iniciativa<br />
privada (cuja vencedora foi a CCR). De seis<br />
quilômetros inoperantes em 2013, o sistema<br />
hoje tem 33 quilômetros e duas linhas, sendo<br />
que a inauguração mais recente, que aconteceu<br />
em abril <strong>de</strong>ste ano, foi da estação Aeroporto,<br />
que liga o centro da cida<strong>de</strong> ao Aeroporto<br />
Internacional <strong>de</strong> Salvador.<br />
Quando o município transferiu o bastão do<br />
projeto <strong>de</strong> metrô para o governo do estado,<br />
também em 2013, passou-se a ter uma visão mais<br />
holística sobre as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um programa<br />
<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana não só para Salvador como<br />
para os municípios vizinhos à capital baiana,<br />
afirma o diretor-presi<strong>de</strong>nte da Companhia <strong>de</strong><br />
Transportes do Estado da Bahia, Eduardo Copello,<br />
que tem na cartola outros projetos sobre trilhos.<br />
A experiência positiva do Metrô <strong>de</strong> Salvador <strong>de</strong>u<br />
gás para que o sistema <strong>de</strong> trens <strong>de</strong> subúrbio,<br />
<strong>de</strong> 13,5 quilômetros, seja revitalizado também<br />
por meio <strong>de</strong> uma PPP. O trecho, que hoje vai<br />
<strong>de</strong> Calçada a Paripe, <strong>de</strong>ve ganhar mais sete<br />
quilômetros <strong>de</strong> linha e duas estações, passando<br />
<strong>de</strong> 14 mil passageiros/dia atualmente para 83 mil<br />
passageiros transportados diariamente. No fim<br />
<strong>de</strong> maio, a CTB divulgou o nome do consórcio<br />
vencedor da licitação: Skyrail Bahia, composto<br />
pela chinesa BYD e Metrogreen. Copello <strong>de</strong>ixou<br />
em aberto o tipo <strong>de</strong> modal ferroviário que será<br />
implementado na via. Inicialmente pensouse<br />
no Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), mas<br />
com a vitória da BYD – fabricante chinesa <strong>de</strong><br />
monotrilhos – o plano <strong>de</strong>ve mudar.<br />
Há ainda o projeto do VLT metropolitano,<br />
que é a ligação <strong>de</strong> Salvador com quatro cida<strong>de</strong>s<br />
vizinhas, que são municípios industriais:<br />
Can<strong>de</strong>ias, Simões Filho, Camaçari e Dias D’Ávila.<br />
Serão 65 quilômetros <strong>de</strong> trilhos, mas o projeto<br />
ainda está no papel, na fase preliminar <strong>de</strong><br />
estudos. Se tudo <strong>de</strong>r certo, afirma Copello,<br />
Salvador passará dos atuais 46,5 quilômetros<br />
para 127 quilômetros <strong>de</strong> trilhos, caso todas as<br />
expansões se concretizem. “Estamos em uma<br />
curva <strong>de</strong> crescimento. Acredito que em pouco<br />
tempo seremos a terceira cida<strong>de</strong> brasileira que<br />
mais transporta passageiros sobre trilhos, atrás<br />
apenas <strong>de</strong> São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro.”<br />
Eduardo Copello é engenheiro, com mestrado<br />
em Administração. Trabalhou por 20 anos em<br />
empresas do ramo industrial até ingressar, em<br />
2010, na secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano<br />
do Estado da Bahia, on<strong>de</strong> foi chefe <strong>de</strong> gabinete.<br />
Des<strong>de</strong> 2014, ocupa o cargo <strong>de</strong> diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />
da CTB e também é membro conselheiro e diretor<br />
<strong>de</strong> Desenvolvimento da ANPTrilhos.<br />
Eduardo Copello<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte da Companhia <strong>de</strong> Transportes do Estado da Bahia<br />
14<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>
O estado percebeu que <strong>de</strong>veria ter um olhar<br />
mais abrangente e começou a tratar a mobilida<strong>de</strong><br />
com uma visão metropolitana.<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 15
entrevista<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong> – O Metrô <strong>de</strong> Salvador foi i<strong>de</strong>alizado na<br />
década <strong>de</strong> 1990, mas a construção só começou <strong>de</strong> fato em 2000.<br />
O projeto chegou a reunir todos os clichês que costumam aparecer<br />
em obras <strong>de</strong>sse porte no Brasil, com várias alterações, cortes<br />
<strong>de</strong> verbas, <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s e uma série <strong>de</strong> idas e<br />
vindas que atrasaram em muitos anos o início da operação. O<br />
que <strong>de</strong> fato aconteceu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios <strong>de</strong>sse projeto?<br />
Eduardo Copello – Em 1999, o município <strong>de</strong> Salvador<br />
<strong>de</strong>u início a um empreendimento batizado <strong>de</strong> Metrô <strong>de</strong><br />
Salvador, cujo projeto era uma linha <strong>de</strong> 12 quilômetros<br />
que ia do centro da cida<strong>de</strong>, na Lapa, até Pirajá. Naquele<br />
momento este trecho era o principal corredor disparado<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> passageiros para transporte público.<br />
Em 1999, portanto, foi assinado o contrato original, o<br />
contrato <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>sse trecho, que contou inicialmente<br />
com recursos <strong>de</strong> Banco Mundial, da União e da<br />
prefeitura <strong>de</strong> Salvador. A obra então foi sendo tocada<br />
pela prefeitura, com paradas e retomadas, sempre à<br />
mercê do fluxo <strong>de</strong> recursos. O Ministério Público e o<br />
Tribunal <strong>de</strong> Contas chegaram a <strong>de</strong>cidir em um momento<br />
pela suspensão das obras. Por volta <strong>de</strong> 2006, houve a<br />
constatação por parte da prefeitura <strong>de</strong> que seria difícil<br />
concluir os 12 quilômetros previstos inicialmente no<br />
projeto, por conta da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> alavancar recursos<br />
e das dificulda<strong>de</strong>s com a justiça.<br />
RF – E o que foi <strong>de</strong>cidido a partir <strong>de</strong> então?<br />
EC – A prefeitura então tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> priorizar um<br />
trecho <strong>de</strong>sse percurso, <strong>de</strong> Lapa até Acesso Norte, que é<br />
exatamente a meta<strong>de</strong> do trecho inicialmente proposto. A<br />
linha foi dividida em duas partes, mais ou menos equilibradas<br />
em termos <strong>de</strong> quilômetros. Seis a seis. Então,<br />
o trecho entre Lapa e Acesso Norte foi priorizado, com<br />
quatro estações no total: Lapa, Campo <strong>de</strong> Pólvora, Brotas,<br />
Bonocô e Acesso Norte. O que ficou do sexto ao décimo<br />
segundo quilômetro do trecho total foram pilares e pedaços<br />
<strong>de</strong> viadutos, sinais <strong>de</strong> uma obra inconclusiva.<br />
RF – Quanto foi gasto em obras no Metrô <strong>de</strong> Salvador <strong>de</strong><br />
1999 até 2013, quando o metrô se tornou uma concessão?<br />
EC – Não se sabe ao certo, mas comenta-se que o investimento<br />
foi algo em torno <strong>de</strong> R$ 1 bilhão. Não sei se o número<br />
está corrigido monetariamente. Os recursos foram gastos<br />
sem que estivesse havido serviço disponível à população.<br />
Até 2013, quando o metrô foi concessionado, havia quatro<br />
estações quase prontas. Foram R$ 1 bilhão para seis quilômetros.<br />
E <strong>de</strong> resto tinham obras miúdas, incompletas. Em<br />
resumo: era impossível operar do jeito que estava.<br />
RF – O Metrô <strong>de</strong> Salvador também chegou a viver uma situação<br />
parecida com que houve em outros sistemas inconclusivos,<br />
como a chegada <strong>de</strong> trens sem que efetivamente tivesse<br />
uma linha concluída. Como foi esse imbróglio? Quantos trens<br />
foram comprados na época e on<strong>de</strong> foram armazenados?<br />
EC – Os trens foram adquiridos pelo estado da Bahia em<br />
2008 e entregues ao município como uma contribuição do<br />
estado na época. Foram entregues seis trens com quatro<br />
carros fabricados pela Hyundai-Rotem. Os trens chegaram,<br />
mas não tinham condições <strong>de</strong> operação naquele momento.<br />
O estado guardou esses trens em um galpão fechado<br />
para não danificá-los. Mais tar<strong>de</strong>, quando a CCR Metrô<br />
Bahia assumiu a operação, essas composições foram reformadas<br />
e adaptadas ao sistema.<br />
Quando, então, as obras do trecho <strong>de</strong> seis quilômetros estavam<br />
caminhando, <strong>de</strong> Lapa a Acesso Norte, vamos dizer<br />
assim, estava se enxergando que po<strong>de</strong>ria realmente ficar<br />
pronto, a prefeitura buscou o apoio do estado, na época, e<br />
foi aí que foi feito um convênio e o estado aportou diretamente<br />
recursos para a compra <strong>de</strong> trens. O estado não <strong>de</strong>u<br />
o dinheiro para a prefeitura comprar os trens. O estado<br />
adquiriu os trens diretamente com o fabricante.<br />
RF – Sabemos que a história do Metrô <strong>de</strong> Salvador começou<br />
a mudar a partir do momento que Salvador foi escolhida como<br />
cida<strong>de</strong>-se<strong>de</strong> dos jogos da Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014, certo?<br />
Criamos um mapa mostrando o contorno das<br />
linhas metroviárias, trem <strong>de</strong> subúrbio e projetos <strong>de</strong><br />
VLT metropolitano, que é o resultado do trabalho<br />
do PMI e mais alguns estudos complementares.<br />
16<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>
Por meio dos projetos recebidos, chegou-se à conclusão<br />
<strong>de</strong> que <strong>de</strong>veria ser construída uma linha metroviária,<br />
que ficou sendo chamada <strong>de</strong> Linha 2. E não o BRT.<br />
EC – A Copa do Mundo alavancou investimentos em infraestrutura<br />
e, no caso <strong>de</strong> Salvador, a prefeitura, a mesma<br />
prefeitura que estava empreen<strong>de</strong>ndo o Metrô, fez um plano<br />
<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> que inclusive foi incluído na Matriz da<br />
Copa. Falou-se sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um modal que pu<strong>de</strong>sse<br />
fazer a interligação do Aeroporto <strong>de</strong> Salvador com a<br />
cida<strong>de</strong>. Quase todas as cida<strong>de</strong>s da Copa tiveram algo parecido,<br />
no fundo, o legado é para as pessoas, é para a cida<strong>de</strong>.<br />
E aqui se estabeleceu um projeto, <strong>de</strong>ntro da Matriz da<br />
Copa, <strong>de</strong> um modal chamado BRT (Bus Rapid Transit). E<br />
esse projeto <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> ficou <strong>de</strong>ntro do guarda-chuva<br />
das responsabilida<strong>de</strong>s do estado, que iria bancar, financiar<br />
esse empreendimento.<br />
RF – E como foi a virada <strong>de</strong>ste jogo? Em que momento foi<br />
<strong>de</strong>cidido que o investimento seria <strong>de</strong>stinado efetivamente<br />
para a conclusão do projeto <strong>de</strong> metrô?<br />
EC – Ao estudar a Linha 2, <strong>de</strong> Acesso Norte ao município<br />
<strong>de</strong> Lauro <strong>de</strong> Freitas, passando pelo Aeroporto e cortando<br />
a Avenida Paralela, o estado percebeu que <strong>de</strong>veria ter um<br />
olhar mais abrangente, um olhar <strong>de</strong> estado, até porque não<br />
queria sobrepor-se as competências do município, e começou<br />
a tratar a mobilida<strong>de</strong> com uma visão metropolitana.<br />
Mas havia um dilema e uma <strong>de</strong>cisão a tomar sobre o modal<br />
que <strong>de</strong>veria ser implantado na capital baiana. Em 2011, realizamos<br />
um Procedimento <strong>de</strong> Manifestação <strong>de</strong> Interesse,<br />
um processo muito interessante e transparente, que fizemos<br />
<strong>de</strong> maneira online e presencial, com <strong>de</strong>bates, apresentações<br />
públicas dos projetos. O objetivo era trazer elementos para<br />
se ter uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre o que fazer nessa área da<br />
Avenida Paralela. Ao final, recebemos sete propostas muito<br />
consistentes com dados e estudos aprofundados por trás. Na<br />
internet foram mais <strong>de</strong> 10 mil acessos acompanhando esse<br />
processo, inclusive até do exterior.<br />
RF – Foi, então, que se chegou à conclusão <strong>de</strong> que a re<strong>de</strong><br />
metroviária seria o i<strong>de</strong>al para essa área?<br />
EC – Sim, por meio dos projetos recebidos, chegou-se à<br />
conclusão <strong>de</strong> que <strong>de</strong>veria ser construída uma linha metroviária,<br />
que ficou sendo chamada <strong>de</strong> Linha 2. E não o BRT.<br />
Para isso, era imprescindível a conclusão da Linha 1, até<br />
Pirajá pelo menos. E que a Linha 2 <strong>de</strong>veria chegar ao município<br />
<strong>de</strong> Lauro <strong>de</strong> Freitas, por conta da conurbação que<br />
existia naquela área. Os estudos técnicos, pesquisa <strong>de</strong> origem<br />
e <strong>de</strong>stino, tudo que foi realizado naquele momento<br />
mostrou um novo panorama sobre o transporte público<br />
em Salvador. Criamos um mapa mostrando o contorno das<br />
linhas metroviárias, trem <strong>de</strong> subúrbio e projetos <strong>de</strong> VLT<br />
metropolitano, que é praticamente o resultado do trabalho<br />
do PMI e mais alguns estudos complementares feitos pelo<br />
estado. Esse mapa ficou pronto em 2012, e gerou o que<br />
chamamos <strong>de</strong> Programa <strong>de</strong> Mobilida<strong>de</strong> da Região Metropolitana<br />
<strong>de</strong> Salvador. É um programa do estado.<br />
RF – O estado da Bahia, então, tomou as ré<strong>de</strong>as da situação...<br />
EC – O cenário da época era: não havia recursos, Tribunal<br />
<strong>de</strong> Contas e Ministério Público atuando fortemente sobre<br />
o empreendimento do município. Foi, então, que o estado<br />
fez uma proposição ao município, para que passasse o metrô<br />
para a gestão estadual. Em abril <strong>de</strong> 2013, foi assinado<br />
um contrato chamado <strong>de</strong> Contrato <strong>de</strong> Programa, entre o<br />
estado e os municípios <strong>de</strong> Salvador e Lauro <strong>de</strong> Freitas.<br />
Um mês <strong>de</strong>pois, em maio, o estado licitou o metrô. Já estávamos<br />
prontos, trabalhando em paralelo. Licitamos uma<br />
concessão, e não uma obra. Uma concessão <strong>de</strong> um serviço<br />
chamado Sistema Metroviário <strong>de</strong> Salvador e Lauro<br />
<strong>de</strong> Freitas, por 30 anos através <strong>de</strong> uma PPP, que incluía<br />
a conclusão da Linha 1 até Pirajá e a implantação, saindo<br />
do zero, da Linha 2, <strong>de</strong> Acesso Norte até Lauro <strong>de</strong> Freitas,<br />
além dos terminais <strong>de</strong> ônibus, com o objetivo <strong>de</strong> se preparar<br />
para um sistema intermodal e integrado. A vencedora,<br />
como todos sabem, foi a CCR.<br />
RF – Pela PPP, a CCR ficou responsável pelas obras? Como<br />
ficou a questão da divisão dos recursos?<br />
EC – Em valores <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2013, concluímos que quase<br />
R$ 4 bilhões <strong>de</strong> investimentos seriam necessários para<br />
finalizar a Linha 1 e a Linha 2, incluindo sete terminais<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 17
entrevista<br />
<strong>de</strong> ônibus. O po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte, que é o estado, ficaria responsável<br />
por injetar R$ 2,283 bilhões sem correção. Desses,<br />
R$ 1 bilhão são recursos do estado obtido por meio<br />
<strong>de</strong> financiamento com o FGTS/Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral.<br />
A preço histórico, a CCR ficou responsável pelas obras e<br />
por investir o restante, em torno <strong>de</strong> R$ 1,7 bilhão. Há ainda<br />
em projeto a construção <strong>de</strong> duas estações na Linha 1,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Pirajá, que são Brasilgás e Águas Claras. Estão<br />
sob responsabilida<strong>de</strong> financeira do estado, porém <strong>de</strong>ntro<br />
do direito <strong>de</strong> concessão da CCR.<br />
RF – Há o projeto para a revitalização do trem <strong>de</strong> subúrbio<br />
<strong>de</strong> Salvador, que, inclusive, já foi licitado pelo governo da<br />
Bahia. Po<strong>de</strong> nos <strong>de</strong>talhar um pouco esse projeto?<br />
EC – Queremos requalificá-lo como um sistema novo,<br />
aproveitando os 13,5 quilômetros <strong>de</strong> faixa existente, mas<br />
ampliando e chegando mais perto do centro da cida<strong>de</strong>,<br />
na região do Comércio. Uma nova estação que propusemos<br />
no projeto, que é a estação no Comércio, na extremida<strong>de</strong><br />
da nova linha, está a 100 metros do Mercado<br />
Mo<strong>de</strong>lo, famoso ponto turístico <strong>de</strong> Salvador. Tem uma<br />
<strong>de</strong>manda ali gran<strong>de</strong>. Serão três quilômetros e meio da<br />
estação Calçada, já existente, até a estação Comércio. Na<br />
outra extremida<strong>de</strong>, outra estação será construída do zero,<br />
a São Luís, que vem logo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Paripe, por on<strong>de</strong><br />
a população ficará mais perto da Ilha <strong>de</strong> São João, no<br />
município <strong>de</strong> Simões Filho. Então são 19,9 quilômetros<br />
no total. Praticamente 20 quilômetros licitados. São 13,5<br />
quilômetros aproveitando a faixa existente e mais sete<br />
quilômetros <strong>de</strong> linha nova.<br />
RF – A linha vai ser adaptada para receber que tipo <strong>de</strong> modal?<br />
EC – O vencedor da licitação foi o consórcio Skyrail<br />
Bahia, composto pela BYD Brasil e Metrogreen. Eles<br />
entregaram proposta com <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 0,01% na contraprestação<br />
anual, que será <strong>de</strong> R$152.977.352,12. O<br />
consórcio terá 60 dias para cumprir obrigações burocráticas<br />
e apresentar um projeto <strong>de</strong>talhado, para a nossa<br />
aprovação. Comprovando a vantajosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse projeto,<br />
as obras po<strong>de</strong>m começar. A estimativa é que as obras<br />
comecem daqui a cinco ou seis meses. A BYD é uma<br />
fabricante chinesa <strong>de</strong> ônibus elétrico e monotrilhos e<br />
tem representação no Brasil. Ainda não está <strong>de</strong>finido<br />
o tipo <strong>de</strong> modal ferroviário que será utilizado. Mas o<br />
nosso maior patrimônio é a faixa. Não precisa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapropriações<br />
e isso já é meio caminho andado. Mas<br />
como é um sistema bem antigo, é preciso revitalizar. A<br />
<strong>de</strong>manda, o investimento é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 1,5 bilhão,<br />
para reestruturar tudo e comprar os novos trens. A expectativa,<br />
com os estudos <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, é que a <strong>de</strong>manda<br />
pule <strong>de</strong> 14 mil passageiros/dia para 83 mil passageiros/<br />
dia no início da operação.<br />
RF – Trata-se <strong>de</strong> um aumento significativo...<br />
EC – Que mágica é essa? Muito simples. Num sistema urbano,<br />
praticamente, você ter um trem <strong>de</strong> 40 em 40 minutos<br />
e com muita suspensão <strong>de</strong> viagem, <strong>de</strong>vido à precarieda<strong>de</strong><br />
da frota, isso <strong>de</strong>sestimula as pessoas. Esse é o primeiro<br />
ponto. O segundo ponto é com a vinda até essa região,<br />
<strong>de</strong> um sistema mo<strong>de</strong>rno e confiável, com intervalo baixo<br />
entre trens baixo, isso já salta logo pra algo <strong>de</strong>ssa dimensão.<br />
Fizemos até uma previsão conservadora, porque trabalhamos<br />
sempre com as piores hipóteses do estudo, que<br />
foi feito pela TTC, uma empresa <strong>de</strong> São Paulo. Em um<br />
outro momento, queremos fazer uma interligação com a<br />
Linha 1 do Metrô <strong>de</strong> Salvador. Caso isso se concretize, a<br />
<strong>de</strong>manda po<strong>de</strong> pular para R$ 130 mil passageiros/dia. Mas<br />
a integração com o metrô não faz parte do projeto. É uma<br />
outra etapa.<br />
RF – O sistema hoje está bem fragilizado...<br />
EC – O sistema, ainda no tempo da CBTU, passou por<br />
um congelamento <strong>de</strong> tarifas. Em 2002, até antes <strong>de</strong> passar<br />
para o município, em 2005, a CBTU tinha congelado<br />
Queremos requalificar os trens <strong>de</strong> subúrbio,<br />
aproveitando os 13,5 quilômetros <strong>de</strong> faixa existente.<br />
18<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>
O VLT metropolitano está só no papel.<br />
Não temos ainda nenhuma iniciativa concreta.<br />
Estamos na etapa preliminar <strong>de</strong> estudos.<br />
a tarifa em R$ 0,50. Na época uma tarifa <strong>de</strong> ônibus era<br />
R$1. O sistema foi tornando-se precário, o trem mais novo<br />
é <strong>de</strong> 1961. Não tem sistema <strong>de</strong> controle, não tem nada<br />
automático. O intervalo entre os trens é <strong>de</strong> 40 minutos.<br />
Tem pouca disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trens, não existem peças <strong>de</strong><br />
reposição para as composições, são trens muito antigos. A<br />
movimentação é em torno <strong>de</strong> 14 mil passageiros/dia. Tem<br />
quatro trens lá que rodam. Geralmente está rodando três<br />
trens, um fica sempre na oficina.<br />
RF – Essa licitação já teve alguns adiamentos. O que houve efetivamente?<br />
EC – Quando nós lançamos a licitação, no ano passado,<br />
ela veio acompanhada <strong>de</strong> algumas liminares que ao<br />
longo do tempo foram esclarecidas e superadas. E aí<br />
foi relançada esse ano, não tivemos nenhuma outra liminar,<br />
mas fizemos três adiamentos para dar mais prazo<br />
às empresas. Não foram adiamentos longos, por volta<br />
<strong>de</strong> 15 ou 20 dias, por solicitação mesmo do mercado.<br />
O projeto gerou dúvidas técnicas e <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m financeira<br />
<strong>de</strong> possíveis interessados. Do investimento total previsto<br />
para esse projeto, <strong>de</strong> R$ 1,5 bilhão, R$ 100 milhões seria<br />
aporte público.<br />
RF – Ainda há um terceiro empreendimento sob a alçada do<br />
estado, que vai mudar o panorama na região metropolitana<br />
<strong>de</strong> Salvador, certo?<br />
EC – Sim. Temos o projeto <strong>de</strong> um terceiro empreendimento,<br />
que é a ligação <strong>de</strong> Salvador com quatro cida<strong>de</strong>s<br />
vizinhas, que são municípios industriais. É on<strong>de</strong> tem<br />
toda, praticamente, toda parte da indústria do estado, que<br />
são: Can<strong>de</strong>ias, Simões Filho, Camaçari e Dias D’Ávila.<br />
A i<strong>de</strong>ia é implantar um VLT metropolitano, parecido<br />
com que existe em Fortaleza, com uma característica interessante<br />
que é a seguinte: essas indústrias puxam muita<br />
mão <strong>de</strong> obra qualificada que está basicamente em Salvador.<br />
A turma que vai trabalhar lá e, por outro lado, diferentemente<br />
<strong>de</strong> outras regiões metropolitanas que a gente<br />
tem, as cida<strong>de</strong>s aqui em volta são muito pequenas. Há<br />
uma distância muito gran<strong>de</strong> entre elas e Salvador. Isso<br />
faz com que Salvador seja a gran<strong>de</strong> ofertante <strong>de</strong> serviços.<br />
De tudo. Mas o VLT metropolitano está só no papel.<br />
Não temos ainda nenhuma iniciativa concreta. Estamos<br />
na etapa preliminar <strong>de</strong> estudos.<br />
RF – Com todos esses projetos, Salvador tem em mãos uma<br />
gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar significativamente a sua<br />
re<strong>de</strong> metroferroviária...<br />
EC – Em 2010, tínhamos 13,5 quilômetros <strong>de</strong> um sistema<br />
<strong>de</strong> trem <strong>de</strong> subúrbio, seis quilômetros <strong>de</strong> uma obra<br />
inacabada <strong>de</strong> metrô e seis trens inoperantes. Estamos<br />
chegando agora, ao final <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, com 33 quilômetros<br />
<strong>de</strong> metrô e, não está batido o martelo, mas temos<br />
amplas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estar com 20 quilômetros do<br />
trem <strong>de</strong> subúrbio revitalizado e mais cinco quilômetros<br />
<strong>de</strong> metrô em obras, que é o trecho Brasilgás e Águas<br />
Claras. A intenção é que as obras comecem esse ano.<br />
Não foi licitado ainda, mas está em vias <strong>de</strong> acontecer. A<br />
parte <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> implantação tem o custo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />
R$ 800 milhões, incluindo sistemas.<br />
RF – Po<strong>de</strong>ria nos <strong>de</strong>talhar o tamanho da malha ferroviário caso<br />
todos os projetos sejam executados como previstos?<br />
EC – São 42 quilômetros <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> metrô (incluindo<br />
a estação Lauro <strong>de</strong> Freitas), mais 20 quilômetros via, <strong>de</strong><br />
Comércio até São Luís, e mais 65 quilômetros <strong>de</strong> VLT<br />
Metropolitano, totalizando 127 quilômetros <strong>de</strong> trilhos. Do<br />
ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento e guardada<br />
as <strong>de</strong>vidas proporções, pois nosso número absoluto evi<strong>de</strong>ntemente<br />
será sempre menor do que o <strong>de</strong> São Paulo e o<br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro, houve uma alavancagem em um curto<br />
espaço <strong>de</strong> tempo. Hoje temos 300 mil usuários/dia no metrô,<br />
o que nos coloca como o quarto estado brasileiro com<br />
o maior número <strong>de</strong> passageiros transportados diariamente<br />
sobre trilhos. Em primeiro lugar vem São Paulo, segundo,<br />
Rio, terceiro, Recife, e quarto, Salvador. E estamos em<br />
uma curva <strong>de</strong> crescimento, então, acredito que em pouco<br />
tempo seremos o terceiro.<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 19
prêmio rf<br />
Divulgação/Governo <strong>de</strong> SP<br />
Geraldo Alckmin<br />
é o Ferroviário do Ano<br />
Nome foi escolhido pela capacida<strong>de</strong> do<br />
governo <strong>de</strong> SP <strong>de</strong>stravar obras metroferroviárias<br />
Geraldo Alckmin inaugurou a estação<br />
Moema, da Linha 5-Lilás, pouco antes<br />
<strong>de</strong> renunciar ao cargo <strong>de</strong> governador<br />
20<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong><br />
Acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stravar obras <strong>de</strong> expansão<br />
da malha ferroviária paulista, no âmbito da<br />
CPTM e Metrô <strong>de</strong> São Paulo, levou Geraldo<br />
Alckmin a ganhar o título <strong>de</strong> Ferroviário do<br />
Ano <strong>de</strong> 2017, pelo Conselho Editorial da <strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong>.<br />
A <strong>de</strong>speito da recessão econômica pela qual o Brasil<br />
atravessou nos últimos três anos, o governo <strong>de</strong> São Paulo<br />
<strong>de</strong>u prosseguimento a importantes projetos <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />
urbana sobre trilhos.<br />
Só este ano, Alckmin inaugurou a Linha 13-Ja<strong>de</strong><br />
(CPTM), as estações Moema (Linha 5-Lilás), Higienópolis-Mackenzie<br />
e Oscar Freire (Linha 4-Amarela) e um<br />
novo trecho da Linha 15-Prata. Saiu do governo <strong>de</strong> São<br />
Paulo, em abril, para se candidatar à presidência pelo<br />
PSDB, mas <strong>de</strong>ixou engrenado um extenso programa <strong>de</strong><br />
inaugurações. Até o fim <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, o plano é colocar em<br />
operação o total <strong>de</strong> 23 estações, o que levará a um aumento<br />
<strong>de</strong> 34 km <strong>de</strong> via (22 km <strong>de</strong> Metrô e 12 km <strong>de</strong> CPTM).<br />
O investimento nos últimos quatros anos terá sido <strong>de</strong> R$<br />
19 bilhões, com 212 trens (sendo 114 novos e 98 mo<strong>de</strong>rnizados).<br />
Trata-se <strong>de</strong> um salto gigantesco no tamanho da<br />
malha e sem prece<strong>de</strong>ntes na história da capital paulista.<br />
Prêmio RF <strong>2018</strong><br />
A cerimônia <strong>de</strong> premiação, marcada para o dia 14 <strong>de</strong><br />
junho, em São Paulo, reserva gran<strong>de</strong>s emoções. Além do<br />
anúncio dos vencedores nas 24 categoriais setoriais e da<br />
homenagem feita ao Ferroviário do Ano <strong>de</strong> 2017, o Prêmio<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong> prepara um tributo póstumo a<br />
Raul Anselmo Randon, fundador do grupo Randon.<br />
Os vencedores nas categorias setoriais são escolhidos<br />
por profissionais atuantes no setor metroferroviário, que<br />
formam um colégio eleitoral altamente qualificado. A votação<br />
é cruzada, <strong>de</strong> forma que nenhum profissional possa<br />
votar diretamente em sua empresa <strong>de</strong> atuação. Fornecedores<br />
votam em operadoras e operadoras votam em fornecedores.<br />
Os vencedores são <strong>de</strong>finidos por meio <strong>de</strong> uma<br />
média pon<strong>de</strong>rada entre a pontuação obtida no somatório<br />
dos quesitos e o número <strong>de</strong> votantes naquela empresa.<br />
Os concorrentes ao Prêmio RF são <strong>de</strong>finidos pela Co-
missão Organizadora do Prêmio (COP), que garante às<br />
empresas um período para inclusão ou exclusão. Já a escolha<br />
do Ferroviário o Ano é feita pelo Conselho Editorial<br />
da <strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong>. Para mais informações e lista completa<br />
dos concorrentes ao Prêmio RF <strong>2018</strong>, acesse o site:<br />
www.lojarevistaferroviaria.com.br/premio<strong>2018</strong>.<br />
As categorias setoriais:<br />
I) Melhor operadora <strong>de</strong> carga<br />
II) Melhor operadora <strong>de</strong> sistema metroviário<br />
III) Melhor operadora <strong>de</strong> sistema metropolitano<br />
IV) Melhor operadora <strong>de</strong> VLT<br />
V) Melhor operadora logística<br />
VI) Melhor cliente<br />
VII) Melhor fabricante <strong>de</strong> material rodante – passageiros<br />
VIII) Melhor fabricante <strong>de</strong> material rodante – locomotivas<br />
IX) Melhor fabricante <strong>de</strong> material rodante – vagões<br />
X) Melhor fabricante <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> construção, manutenção e componentes para via permanente<br />
XI) Melhor fabricante <strong>de</strong> dormentes<br />
XII) Melhor fabricante <strong>de</strong> sistemas e produtos - sinalização, controle e telecomunicações<br />
XIII) Melhor fabricante <strong>de</strong> sistemas e produtos – alimentação elétrica, re<strong>de</strong> aérea e auxiliares<br />
XIV) Melhor fabricante <strong>de</strong> rodas, eixos, truques, rolamentos, freios e sistemas <strong>de</strong> choque e tração<br />
XV) Melhor fabricante <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> bilhetagem e controle <strong>de</strong> acesso<br />
XVI) Melhor criador <strong>de</strong> TI<br />
XVII) Melhor fornecedor <strong>de</strong> vidros, poltronas, ar condicionado, janelas, portas, gangways e <strong>de</strong>mais componentes para veículos <strong>de</strong> passageiros e carga<br />
XVIII) Melhor construtora <strong>de</strong> infraestrutura para sistema metroferroviário<br />
XIX) Melhor construtora <strong>de</strong> superestrutura <strong>de</strong> via permanente<br />
XX) Melhor representante metroferroviário (bens & serviços)<br />
XXI) Melhor consultora<br />
XXII) Melhor instituição <strong>de</strong> ensino<br />
XXIII) Melhor operadora com investimento em preservação ferroviária<br />
XXIV) Melhor fabricante <strong>de</strong> motores, partes & peças, acessórios e componentes eletrônicos<br />
Ferroviários Padrão <strong>de</strong> Carga e <strong>de</strong> Passageiros<br />
Os Ferroviários Padrão são indicados<br />
pelas operadoras <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong><br />
passageiros. O Conselho Editorial da<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong>, por meio da análise<br />
das informações enviadas, faz a<br />
escolha final dos vencedores (um para<br />
carga e outro para passageiros). A<br />
premiação conta com o apoio da ANTF<br />
e da ANPTrilhos. No dia da cerimônia,<br />
Carga<br />
todos os indicados são convidados ao<br />
palco para receber uma homenagem<br />
da associação que representa as operadoras<br />
nas quais trabalham.<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong> sugere às operadoras<br />
como critérios <strong>de</strong> escolha o<br />
cumprimento da meta <strong>de</strong> produção do<br />
funcionário ou <strong>de</strong> seu grupo; espírito<br />
<strong>de</strong> equipe; e criativida<strong>de</strong> na busca <strong>de</strong><br />
Passageiros<br />
soluções. Os três critérios po<strong>de</strong>m ser<br />
aplicados a qualquer funcionário(a), em<br />
qualquer área. No entanto, para manter<br />
a premiação próxima da coletivida<strong>de</strong> dos<br />
ferroviários, a i<strong>de</strong>ia é levar em conta os<br />
colaboradores efetivos abaixo do segundo<br />
nível <strong>de</strong> hierarquia, ou seja, excluindo<br />
diretores e superinten<strong>de</strong>ntes gerais. Veja<br />
abaixo os indicados pelas operadoras:<br />
EFC Denio Oliveira da Fonseca (Inspetor Orientador)<br />
EFVM Márcio Almeida (Inspetor Orientador Operacional Especialista)<br />
FCA Aloncio Laurimar Careli (Inspetor <strong>de</strong> Processo)<br />
FNS Hemerson <strong>de</strong> Oliveira Souza (Analista Operacional Pleno)<br />
FTC Maria Kuntz Lutz (Assistente <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Pessoal)<br />
FTL Wellington Batista Amaral (Gerente <strong>de</strong> Pátios e Terminais)<br />
MRS José Pimenta (Consultor <strong>de</strong> Planejamento da Circulação e Controle da Produção)<br />
Rumo Luiz Henrique Hungria (Especialista na área <strong>de</strong> Engenharia)<br />
Transnor<strong>de</strong>stina Luiz Henrique Ferreira <strong>de</strong> Oliveira (Gerente <strong>de</strong> Planejamento e Controle)<br />
CBTU Gualberto Ferreira Lima (Técnico Industrial)<br />
CCR Metrô Bahia Flávio Tollentino da Rosa (Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Manutenção)<br />
CPTM Moises Satilo dos Santos (Agente <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Operação)<br />
CTB Reginaldo <strong>de</strong> Carvalho (Auxiliar Operacional)<br />
Metrô DF João Gomes da Silva (Técnico em Eletrotécnica)<br />
MetrôRio Nelson da Silva Pontes (Supervisor Controle Operacional)<br />
Metrô <strong>de</strong> SP Francisco <strong>de</strong> Gouveia Branco (Agente <strong>de</strong> Segurança Metroviária II)<br />
SuperVia Estanislau Melchior Ramalho (Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Engenharia e Subestações)<br />
Trensurb Paulo Rogério Conceição <strong>de</strong> Fraga (Agente Metroviário)<br />
Via Quatro Maiúra Araújo Castro (Analista na área <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Atendimento<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 21
prêmio rf<br />
Galeria <strong>de</strong><br />
Há 29 edições, o Prêmio RF<br />
reconhece quem mais fez pela ferrovia.<br />
Veja as personalida<strong>de</strong>s que já receberam<br />
o título 'Ferroviário do Ano':<br />
Ouro<br />
2008 2012 2016<br />
Humberto <strong>de</strong> Freitas<br />
Dilma Rousseff<br />
2007 2011 2015<br />
Rubens Ometto<br />
Marcos Lutz<br />
2006 2010 2014<br />
Murillo Ferreira<br />
Bernardo Figueiredo<br />
2005 2009 2013<br />
Alex Ellwanger<br />
Paulo Sérgio Passos<br />
Bernardo Hees<br />
José Serra<br />
Ivoncy Ioschpe<br />
Julio Fontana
1996<br />
2000<br />
2004<br />
FOTO: SHEYLA LEAL<br />
1992<br />
1991<br />
1990<br />
1989<br />
1995<br />
1994<br />
1993<br />
1999<br />
1998<br />
1997<br />
2003<br />
2002<br />
2001<br />
Alexandre Behring<br />
Roger Agnelli<br />
Antônio Ermírio <strong>de</strong> Moraes<br />
Oliver Hossepian<br />
João Gouveia<br />
Fernando Perrone<br />
Mário Covas<br />
Benjamin Steinbruch<br />
Fernando Henrique Cardoso<br />
Marcello Alencar<br />
Guilherme Frering<br />
Isaac Popoutchi<br />
Joaquim Roriz<br />
Albuíno Azeredo<br />
Guilherme Quintella<br />
Olacyr <strong>de</strong> Moraes
eportagem<br />
Fotos: Divulgação/Metrô SP<br />
Trens da Frota P do Metrô <strong>de</strong> SP, que aten<strong>de</strong>m a Linha 5-Lilás<br />
Caso <strong>de</strong> Justiça<br />
Promotor <strong>de</strong>nuncia nove gestores públicos pela compra <strong>de</strong> trens para a Linha 5-Lilás<br />
Por Romulo Tesi<br />
Os 26 trens da espanhola CAF adquiridos pelo<br />
governo <strong>de</strong> São Paulo, para a expansão da<br />
Linha 5-Lilás do Metrô <strong>de</strong> São Paulo, virou<br />
caso <strong>de</strong> Justiça após quase sete anos da data<br />
<strong>de</strong> compra do material rodante. De um lado, o promotor<br />
Marcelo Milani, responsável pela <strong>de</strong>núncia, afirma que<br />
as composições foram adquiridas em meio à paralisação<br />
das obras da linha, não tinham bitola a<strong>de</strong>quada e estavam<br />
abandonadas e sem garantia do fabricante. De outro, o<br />
atual secretário estadual <strong>de</strong> Transportes Metropolitanos,<br />
Clodoaldo Pelissioni, um dos réus da ação, nega as acusações<br />
e diz que todos os trens já estão operando na Linha<br />
5-Lilás <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 2017, quando a Bombardier concluiu<br />
a implementação do sistema <strong>de</strong> sinalização CBTC.<br />
Em 18 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>ste ano, a Justiça <strong>de</strong> São Paulo tornou<br />
réus nove pessoas da administração estadual que<br />
participaram, no enten<strong>de</strong>r do Ministério Público, da<br />
formalização do contrato ou se omitiram posteriormente<br />
à data da compra. A acusação: improbida<strong>de</strong> administrativa,<br />
por terem, sob o ponto <strong>de</strong> vista do promotor<br />
Marcelo Milani, autorizado a compra <strong>de</strong> trens que não<br />
po<strong>de</strong>riam ser usados, já que a obra da Linha 5-Lilás, a<br />
Outubro 2002<br />
Linha 5-Lilás começa a operar<br />
entre as estações Capão Redondo<br />
e Largo Treze<br />
Janeiro 2009<br />
TCE suspen<strong>de</strong> preventivamente a licitação<br />
das obras <strong>de</strong> expansão da Linha 5-Lilás, por<br />
suspeitas <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s no edital<br />
Abril 2010<br />
O então governador Alberto Goldman<br />
manda que todas as propostas das empresas<br />
para os sete lotes sejam refeitas<br />
24<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong>
enten<strong>de</strong>r do promotor, estava parada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009.<br />
Tornaram-se réus, após <strong>de</strong>cisão do juiz Adriano Marcos<br />
Laroca: Clodoaldo Pelissioni, atual secretário estadual <strong>de</strong><br />
Transportes Metropolitanos e ex-presi<strong>de</strong>nte do Metrô <strong>de</strong><br />
SP; Paulo Menezes <strong>de</strong> Figueiredo, presi<strong>de</strong>nte do Metrô <strong>de</strong><br />
SP; Sérgio Avelleda, ex-presi<strong>de</strong>nte do Metrô <strong>de</strong> SP (atualmente<br />
é chefe <strong>de</strong> gabinete da Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo após<br />
a posse do vice Bruno Covas); Jorge Fagali, ex-presi<strong>de</strong>nte<br />
do Metrô <strong>de</strong> SP; Peter Walker, ex-presi<strong>de</strong>nte do Metrô <strong>de</strong><br />
SP; Luiz Antonio Pacheco, ex-presi<strong>de</strong>nte do Metrô; Jurandir<br />
Fernan<strong>de</strong>s, ex-secretário <strong>de</strong> Transportes Metropolitanos;<br />
e os ex-executivos do Metrô <strong>de</strong> SP, Laércio Biazzotti<br />
e David Turubuk.<br />
Marcelo Milani afirma, em ação <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2016, que<br />
os trens estavam abandonados e foram vandalizados,<br />
com pichações, e estavam per<strong>de</strong>ndo a garantia <strong>de</strong> dois<br />
anos, que segundo o promotor contam a partir da data da<br />
entrega das composições. Além disso, as composições,<br />
<strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>núncia, tinham a bitola <strong>de</strong> 1.372mm,<br />
ina<strong>de</strong>quadas, portanto, para a Linha 5-Lilás, com<br />
1.435mm. Em nota, a Secretaria <strong>de</strong> Transporte Metropolitanos<br />
<strong>de</strong> São Paulo reforçou<br />
que os trens estão a<strong>de</strong>quados<br />
para a bitola da Linha 5-Lilás,<br />
que é standard, ou seja, <strong>de</strong><br />
1.435mm. A Linha 4-Amarela<br />
também foi construída em<br />
bitola standard. Confrontado<br />
com esse fato, Milani alegou<br />
que a bitola <strong>de</strong> 1.435mm impediria<br />
uma integração com<br />
as linhas 1, 2 e 3, que operam<br />
com bitola 1.600mm, e obrigaria<br />
os passageiros trocarem<br />
<strong>de</strong> trem, o que é comum em<br />
sistemas metropolitanos.<br />
“Compraram trem com uma<br />
bitola que só serve para a Linha<br />
5-Lilás. O que me adianta<br />
ter uma linha em que não<br />
posso integrar os trens com<br />
outras. Só serve para aquilo. É<br />
antieconômico”, afirma Milani, sem citar que a compra <strong>de</strong><br />
trens com bitola diferente forçaria a realização <strong>de</strong> obras<br />
no trecho <strong>de</strong> 8,4 km até então existente da Linha 5-Lilás<br />
(entre as estações Capão Redondo e Largo Treze).<br />
“O metrô continuou a construção da linha usando a<br />
mesma bitola no trecho que já existia. Se não continuasse<br />
é que seria um <strong>de</strong>scalabro”, contesta o secretário Pelissioni.<br />
Além disso, segundo ele, as 26 unida<strong>de</strong>s adquiridas da<br />
CAF já estão rodando na linha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 2017.<br />
Na ação, o promotor cobra pouco mais <strong>de</strong> R$ 184 milhões<br />
dos réus para cobrir o suposto prejuízo, equivalente<br />
a 30% do valor do contrato. A aquisição, em 2011,<br />
custou US$ 386,4 milhões aos cofres públicos. “Foi uma<br />
omissão grave. Eles <strong>de</strong>veriam ter previsto e não ter <strong>de</strong>ixado<br />
que isso acontecesse”, disse o promotor Milani à<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong>.<br />
O promotor insiste que a garantia dos trens era <strong>de</strong> somente<br />
dois anos, sem contar o início da operação. “A<br />
questão da garantia o governo não tem como rebater. Está<br />
no contrato e assinado, e o que tem são dois anos”, afirma.<br />
Mas o secretário Clodoaldo Pelissioni rebate e afirma<br />
Trens da Linha 5-Lilás foram armazenados nos pátios Capão Redondo<br />
e Guido Caloi, outros guardados na fábrica da CAF, em Hortolândia<br />
<strong>Junho</strong> 2010<br />
Governo <strong>de</strong> SP lança licitação<br />
para a compra <strong>de</strong> 26 trens<br />
para a Linha 5-Lilás<br />
Outubro 2010<br />
Governo anuncia as vencedoras para as<br />
obras da Linha 5-Lilás. Uma semana <strong>de</strong>pois,<br />
Goldman or<strong>de</strong>na paralisar as obras por<br />
suposta combinação <strong>de</strong> resultados do leilão<br />
<strong>Maio</strong> 2011<br />
<strong>Junho</strong> 2011<br />
Governo <strong>de</strong> Geraldo Alckmin <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
CAF vence licitação<br />
manter a licitação da Linha 5-Lilás<br />
para a entrega dos<br />
com os vencedores originais<br />
trens da Linha 5-Lilás<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong> 25
eportagem<br />
que não houve perda da garantia. Ele argumenta, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo<br />
inclusive os gestores anteriores arrolados no processo,<br />
que a interrupção do contrato da compra dos trens,<br />
caso acontecesse, como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Milani, é que causaria<br />
prejuízo para o erário. “O que meus antecessores fizeram:<br />
para não parar a fabricação dos trens, <strong>de</strong>cidiu-se primeiro<br />
esten<strong>de</strong>r a garantia dos trens, que passaram a ser <strong>de</strong> dois<br />
anos após o início da operação comercial. Se interrompe<br />
o contrato, como queria o promotor, a fábrica teria que ser<br />
fechada. Nós teríamos que pagar reequilíbrio econômico<br />
e financeiro para a empresa, na melhor das hipóteses. Aí,<br />
sim, teria um gasto ao erário público. Pior: a fábrica po<strong>de</strong>ria<br />
não querer mais produzir trens”, explica Pelissioni.<br />
O secretário lembra que a fabricação <strong>de</strong> trens não é um<br />
processo simples. “Não há trens em estoque, na prateleira,<br />
em que eu compro quando quiser”, diz. “É diferente<br />
<strong>de</strong> comprar um carro. Você vai lá e compra meia dúzia,<br />
por exemplo. Se não tiver em uma loja, você vai em outra,<br />
faz um cheque e vai embora. Trem não é assim. E<br />
não se fabrica todos aos trens ao mesmo tempo, é preciso<br />
enten<strong>de</strong>r isso”, diz.<br />
Pelissioni nega que o governo tenha pago à CAF o<br />
aluguel para manter os trens na fábrica da empresa espanhola,<br />
em Hortolândia (SP). “A CAF ficou com os trens<br />
na fábrica sem cobrar um real a mais. Tenho o aditivo do<br />
contrato, posso provar. Ela se comprometeu a entregar em<br />
perfeito estado, e foi o que fez”, afirma, lembrando ainda<br />
que a compra foi feita com o câmbio perto <strong>de</strong> R$ 1,50. “Se<br />
<strong>de</strong>ixássemos para <strong>de</strong>pois, po<strong>de</strong>ria sair muito mais caro”. E<br />
acrescenta: “O promotor recebeu informações do sindicato<br />
e não nos ouviu. Se o contrato fosse interrompido, não<br />
teríamos todos os trens agora. Qual é o prejuízo se todos<br />
os trens estão funcionando? Colocamos o sistema para<br />
funcionar, testamos e comissionamos todos os trens, não<br />
pagamos um real a mais pelo contrato, todos os trens estão<br />
operando. Quem quiser po<strong>de</strong> ir lá verificar, tirar foto e<br />
andar nos trens, novinhos em folha, andando muito bem.”<br />
Pelissioni também contesta sua inclusão na ação: “Quando<br />
cheguei, já existiam 21 trens fabricados. Qual foi a minha<br />
omissão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2015 até agora? O que eu<br />
po<strong>de</strong>ria fazer com esse contrato, que agora o promotor me<br />
acusa? Qual foi minha omissão?”, pergunta.<br />
O promotor insiste que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
abertura das novas estações, com os<br />
novos trens rodando, aumentou o número<br />
<strong>de</strong> panes e, consequentemente,<br />
<strong>de</strong> atrasos e interrupções. Segundo Milani,<br />
os problemas são causados pela<br />
falta <strong>de</strong> testes. “É sintomático”, afirma.<br />
“Nós enten<strong>de</strong>mos que a ação é ina<strong>de</strong>quada,<br />
inoportuna, sem nenhum<br />
nexo, sem o menor cabimento. Vamos<br />
comprovar em juízo. Não é possível<br />
que uma corte não veja quão transparente<br />
são esses dados”, argumenta o<br />
secretário <strong>de</strong> Transportes.<br />
As obras da Linha 5-Lilás começaram a todo vapor em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2011<br />
Entenda o caso<br />
Para enten<strong>de</strong>r o problema, é preciso<br />
voltar no tempo. A Linha 5-Lilás<br />
já operava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002, no<br />
curto trecho <strong>de</strong> 8,4 km entre Capão<br />
Redondo e Largo Treze. Em janeiro<br />
Agosto 2011<br />
O Ministério Público <strong>de</strong> São<br />
Paulo recomenda a paralisação<br />
das obras, mas o governo<br />
resolve tocar os trabalhos<br />
Novembro 2011<br />
Justiça manda parar as obras<br />
e afastar Sérgio Avelleda. A<br />
fabricação dos trens continua<br />
Dezembro 2011<br />
Governo entra com um<br />
recurso e consegue a<br />
liberação das obras<br />
Janeiro 2013<br />
O primeiro<br />
trem da CAF<br />
é entregue<br />
Fevereiro 2014<br />
Estação Adolfo<br />
Pinheiro é<br />
inaugurada<br />
26<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong>
“O metrô continuou<br />
a construção da linha<br />
usando a mesma bitola no<br />
trecho que já existia. Se<br />
não continuasse é que seria<br />
um <strong>de</strong>scalabro.”<br />
<strong>de</strong> 2009, época do governo José Serra, o TCE (Tribunal<br />
<strong>de</strong> Contas do Estado) suspen<strong>de</strong>u preventivamente<br />
a licitação das obras do segundo trecho <strong>de</strong> Largo Treze<br />
até Chácara Klabin (Linha 2-Ver<strong>de</strong>), por suspeitas <strong>de</strong><br />
irregularida<strong>de</strong>s no edital, que, segundo duas empresas<br />
reclamantes, restringia a participação <strong>de</strong> alguns consórcios.<br />
A Delta Construções e a Galvão Engenharia<br />
foram as duas companhias autoras <strong>de</strong> representações.<br />
Em fins <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010, o então governador Alberto<br />
Goldman, que assumiu após Serra se lançar candidato à<br />
Presidência da República, mandou que todas as propostas<br />
das empresas para os sete lotes fossem refeitas. Na<br />
época, o governo alegou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “reformulação<br />
dos preços”. No dia 21 <strong>de</strong> outubro do mesmo ano,<br />
o governo anunciou as vencedoras e comemorou a consequente<br />
retomada dos trabalhos na linha, com entrega<br />
prevista para 2014.<br />
A obra ficou dividida em seis trechos, um com cada<br />
consórcio: Camargo<br />
Corrêa-Andra<strong>de</strong><br />
Gutierrez;<br />
Men<strong>de</strong>s Junior;<br />
Heleno Fonseca-<br />
-Triunfo; Carioca-<br />
-Cetenco; O<strong>de</strong>brecht-OAS-Queiroz<br />
Clodoaldo Pelissioni, STM<br />
Galvão; e CR Almeida-Consbem.<br />
No entanto, cinco dias <strong>de</strong>pois, o jornal Folha <strong>de</strong> S.<br />
Paulo publicou uma reportagem que lançaria suspeitas<br />
sobre a lisura da licitação e causaria forte abalo na imagem<br />
do governo. A Folha afirmou que soube seis meses<br />
antes, em 20 <strong>de</strong> abril, o resultado da disputa. O jornal<br />
registrou em ví<strong>de</strong>o, no mesmo dia, e no 2º Cartório <strong>de</strong><br />
Notas, em São Paulo, no dia 23, os nomes dos vencedores<br />
<strong>de</strong> cada lote. A <strong>de</strong>núncia apontava para uma suposta<br />
combinação <strong>de</strong> resultados do leilão.<br />
A obra, que estava orçada em pouco mais <strong>de</strong> R$<br />
4 bilhões, sequer foi começada formalmente. A assinatura<br />
do contrato havia sido firmada em torno <strong>de</strong><br />
uma semana antes da <strong>de</strong>núncia. “Nenhum tostão foi<br />
gasto até agora”, <strong>de</strong>clarou Goldman na ocasião, ao<br />
mandar paralisar o processo por conta da antecipação<br />
do resultado.<br />
Em paralelo, o governo tocava a compra dos trens,<br />
seguindo o cronograma estabelecido. A licitação foi<br />
lançada no dia 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2010, época em que a<br />
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eportagem<br />
disputa pelos contratos da construção<br />
da Linha 5-Lilás estavam em andamento.<br />
A data para a entrega dos envelopes<br />
da concorrência para o material<br />
rodante foi marcada para o dia 2<br />
<strong>de</strong> agosto. A compra seria feita com<br />
um financiamento <strong>de</strong> R$ 615 milhões<br />
(aproximadamente) do Banco Mundial.<br />
Logo <strong>de</strong>pois – em outubro – veio<br />
a <strong>de</strong>núncia da combinação <strong>de</strong> resultados<br />
na licitação das obras.<br />
A equipe <strong>de</strong> Geraldo Alckmin se<br />
preparava para assumir o governo <strong>de</strong> São Paulo após vitória<br />
nas eleições daquele ano. E a suposta irregularida<strong>de</strong><br />
causava dor <strong>de</strong> cabeça na administração estadual. Integrante<br />
do time <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> Alckmin, Jurandir Fernan<strong>de</strong>s<br />
alertava que, caso a licitação fosse cancelada, a entrega<br />
da obra em 2014 seria afetada.<br />
A <strong>de</strong>cisão final só foi divulgada em 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />
2011: o governo <strong>de</strong>cidiu manter a licitação com os vencedores<br />
originais. Na outra concorrência, dos trens, a<br />
“Compraram trem com<br />
uma bitola que só serve<br />
para a Linha 5-Lilás. O<br />
que me adianta ter uma<br />
linha em que não posso<br />
integrar os trens com<br />
outras. Só serve para<br />
aquilo. É antieconômico.”<br />
Marcelo Milani,<br />
promotor <strong>de</strong> Justiça<br />
CAF foi anunciada no mês seguinte<br />
como vencedora do contrato para o<br />
fornecimento do material rodante.<br />
Em fins <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011, o Ministério<br />
Público <strong>de</strong> São Paulo, em<br />
ação do promotor Marcelo Milani,<br />
recomendou a paralisação das obras.<br />
Mas o governo resolveu tocar os trabalhos,<br />
alegando que a investigação<br />
interna não havia <strong>de</strong>scoberto provas<br />
<strong>de</strong> combinação <strong>de</strong> resultados.<br />
Até que, em 21 <strong>de</strong> novembro, a<br />
Justiça mandou parar as obras e afastar o então presi<strong>de</strong>nte<br />
do Metrô <strong>de</strong> São Paulo, Sérgio Avelleda. “Eventual<br />
atraso na conclusão [das obras] não será tão <strong>de</strong>sastroso<br />
do que a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma frau<strong>de</strong>, ou melhor, a<br />
chancela <strong>de</strong> um conluio entre particulares em benefício<br />
próprio (visando mais lucros e menos gastos com a obra<br />
pública)”, escreveu na época a juíza Simone Gomes<br />
Rodrigues Casoretti. A esta altura, o processo para a<br />
fabricação dos trens já andava sem sobressaltos.<br />
Tatuzão perfura túnel para a chegada da linha na estação Alto da Boa Vista<br />
Janeiro 2017<br />
CBTC é instalado na Linha<br />
5-Lilás pela Bombardier. Trens<br />
da CAF começam a operar<br />
Setembro 2017<br />
Estações Alto da Boa Vista,<br />
Borba Gato e Brooklin, da Linha<br />
5-Lilás, são inauguradas<br />
Janeiro <strong>2018</strong><br />
CCR arremata a operação<br />
das linhas 5-Lilás e 17-Ouro<br />
(monotrilho) em leilão<br />
Março <strong>2018</strong><br />
Governo inaugura<br />
estação Eucaliptos<br />
Abril <strong>2018</strong><br />
Estação Moema<br />
entra em<br />
operação<br />
28<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong>
A INFRAESTRUTURA QUE O GRUPO CCR JÁ LEVA<br />
PARA O BRASIL CHEGOU TAMBÉM À BAHIA.<br />
E CHEGOU RÁPIDO: DE METRÔ.<br />
É uma gran<strong>de</strong> satisfação para a CCR Metrô Bahia, concessionária responsável pela construção e operação do Sistema<br />
Metroviário <strong>de</strong> Salvador e Lauro <strong>de</strong> Freitas ajudar a mudar a vida <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas. A implantação do terceiro<br />
maior projeto <strong>de</strong> trem urbano do Brasil promove o <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da<br />
população baiana e confirma o compromisso do Grupo CCR em promover o <strong>de</strong>senvolvimento da infraestrutura do Brasil.<br />
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CCR S.A.<br />
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É por aqui que você chega lá.
eportagem<br />
O governo entrou com um recurso<br />
e conseguiu a liberação das<br />
obras cerca <strong>de</strong> 10 dias <strong>de</strong>pois – na<br />
ocasião, ainda na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>molição<br />
<strong>de</strong> imóveis. Em 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro,<br />
o governo comemorava a<br />
junção dos túneis no poço <strong>de</strong> serviço<br />
Delmiro Sampaio, na Avenida<br />
Adolfo Pinheiro, com o túnel<br />
<strong>de</strong> manobras da estação Largo<br />
Treze. Ao que parecia, as obras<br />
tinham, enfim, andado.<br />
30<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />
Obras da Linha 5-Lilás<br />
Em 2013, com três tatuzões<br />
perfurando o subsolo paulistano,<br />
a promessa era entregar a Linha<br />
5-Lilás completa em 2015, já <strong>de</strong>pois<br />
da Copa, portanto, mas sem<br />
tanto impacto. Isso porque os jogos<br />
seriam disputados em Itaquera<br />
e não mais no Morumbi, região<br />
mais próxima das estações da Linha<br />
5-Lilás.<br />
Se as obras estavam andando,<br />
as construtoras vencedoras da polêmica<br />
licitação ainda estavam na<br />
mira da Justiça. Mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
o Ca<strong>de</strong> (Conselho Administrativo<br />
<strong>de</strong> Defesa Econômica) concluir<br />
que não houve cartel, a mesma<br />
juíza Simone Casoretti recebeu<br />
a ação civil pública movida pelo<br />
MPE e mandou citar as empresas,<br />
além <strong>de</strong> Avelleda, já fora da presidência<br />
do Metrô <strong>de</strong> São Paulo, sob<br />
a acusação <strong>de</strong> improbida<strong>de</strong> administrativa<br />
por suposto prejuízo <strong>de</strong><br />
R$ 330 milhões.<br />
Posteriormente, em fevereiro<br />
<strong>de</strong> <strong>2018</strong>, os réus foram con<strong>de</strong>nados<br />
a pagar R$ 327 milhões, o<br />
equivalente a 7% do total da obra<br />
– ou o sobrepreço calculado pelo<br />
MP. Foram con<strong>de</strong>nadas: O<strong>de</strong>brecht,<br />
Andra<strong>de</strong> Gutierrez, Men<strong>de</strong>s<br />
Júnior, Galvão Engenharia, Queiroz<br />
Galvão, OAS, Carioca Engenharia,<br />
CR Almeida Engenharia,<br />
Consbem Construções, Cetenco<br />
Engenharia, Heleno & Fonseca<br />
Construtécnica, Tiisa-Triunfo<br />
Iesa Infraestrutura e Serveng<br />
Civilsan Engenharia. A Camargo<br />
Corrêa teve <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 40% na<br />
multa por ter <strong>de</strong>latado o esquema,<br />
em acordo com o MP.<br />
Além das investigações, imprevistos<br />
nas perfurações também<br />
<strong>de</strong>ixavam a obra mais longa<br />
– e custosa. Segundo reportagem<br />
do jornal Estado <strong>de</strong> S. Paulo, <strong>de</strong><br />
24 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2015, a construção<br />
havia ficado aproximadamente<br />
R$ 1 bilhão mais cara,<br />
muito por conta dos aditivos<br />
contratuais assinados com as empresas,<br />
motivados por problemas<br />
não previstos no projeto original,<br />
durante as perfurações.<br />
Enquanto isso, os trens eram<br />
entregues. O primeiro foi fornecido<br />
em janeiro <strong>de</strong> 2013. No ano seguinte,<br />
mais composições foram<br />
chegando e sendo espalhadas pelos<br />
pátios Capão Redondo, Guido<br />
Caloi e armazenados na própria<br />
fábrica da CAF, em Hortolândia<br />
(SP), on<strong>de</strong> foram produzidos. As<br />
composições, batizadas pelo Metrô<br />
<strong>de</strong> SP <strong>de</strong> Frota P, ficaram guardadas<br />
até que fosse instalado um<br />
novo sistema <strong>de</strong> sinalização na<br />
linha, no início <strong>de</strong> 2017.<br />
Os trens da CAF entregues<br />
para a Linha 5-Lilás operam<br />
com o sistema CBTC (sigla em<br />
inglês para Controle <strong>de</strong> Trens<br />
Baseado em Comunicação),<br />
mais mo<strong>de</strong>rno, enquanto os antigos<br />
da Linha 5-Lilás (Alstom)<br />
ainda funcionavam com ATC<br />
(Controle Automático <strong>de</strong> Trens,<br />
na sigla em inglês). A Bombar-<br />
Escolha da<br />
bitola standard<br />
As três primeiras linhas do Metrô <strong>de</strong> São<br />
Paulo entregues à população na década<br />
<strong>de</strong> 1970, foram construídas com bitola <strong>de</strong><br />
1.600mm. A opção, conta o especialista em<br />
assuntos metroferroviários Peter Alouche,<br />
<strong>de</strong>u-se por um motivo principal: o tamanho<br />
era o mais usado no estado, principalmente<br />
pela Re<strong>de</strong> <strong>Ferroviária</strong> Fe<strong>de</strong>ral. A intenção era<br />
seguir o padrão, imaginando uma eventual<br />
utilização da malha já existente.<br />
Além disso, pensou-se em levar os trens<br />
do Porto <strong>de</strong> Santos aos pátios da capital<br />
usando a malha. A i<strong>de</strong>ia acabaria abortada,<br />
e os trens subiram a serra <strong>de</strong> carreta. “Não<br />
se conhecia tanto <strong>de</strong> metrô naquela época”,<br />
lembra Alouche, que participou da <strong>de</strong>cisão<br />
pela mudança <strong>de</strong> bitola nas linhas 4-Amarela<br />
e 5-Lilás.<br />
Na época, como assessor técnico do Metrô,<br />
ele fez parte da equipe que orientou a adoção<br />
da bitola <strong>de</strong> 1.435mm. Segundo Alouche, a<br />
escolha se <strong>de</strong>u para <strong>de</strong>ixar o Metrô <strong>de</strong> São<br />
Paulo com a mesma bitola largamente utilizada<br />
em alguns dos sistemas mais mo<strong>de</strong>rnos do<br />
mundo. Nem se cogitou uma interligação com<br />
as <strong>de</strong>mais linhas. “Cada linha tinha um pátio<br />
<strong>de</strong> manutenção e estacionamentos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />
Não havia possibilida<strong>de</strong> física <strong>de</strong> intercirculação<br />
com as linhas 1-Azul, 2-Ver<strong>de</strong> e<br />
3-Vermelha”, conta.<br />
No caso específico da Linha 5-Lilás, outra<br />
questão pesou. Responsável pelo financiamento,<br />
conta Alouche, o Banco Mundial exigia<br />
uma licitação aberta ao mercado internacional,<br />
mais habituado a fabricar trens com<br />
bitola <strong>de</strong> 1.435mm, chamada <strong>de</strong> universal.<br />
Com isso, o prazo <strong>de</strong> entrega e o próprio<br />
preço po<strong>de</strong>riam ser menores. “Sem falar em<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong><br />
via praticamente na ‘prateleiras’”, completa<br />
Alouche, citando um exemplo sobre a facilida<strong>de</strong><br />
em adquirir equipamentos para trens<br />
com a bitola 1.435mm.
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mundo não existem distâncias para o progresso.<br />
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eportagem<br />
dier, que venceu a licitação para o fornecimento<br />
do sistema, atrasou a entrega e chegou<br />
a ser multada pelo governo, segundo<br />
Pelissioni, em R$ 48 milhões.<br />
O CBTC só foi instalado em janeiro <strong>de</strong><br />
2017 – e aí, sim, os novos trens da CAF, enfim,<br />
começaram a aten<strong>de</strong>r os passageiros da<br />
Linha 5-Lilás. Atualmente, garante o secretário,<br />
todas as 26 unida<strong>de</strong>s estão operando<br />
entre as estações Capão Redondo e Moema.<br />
Em janeiro <strong>de</strong>sse ano, a CCR arrematou<br />
a operação das linhas 5-Lilás e 17-Ouro<br />
(monotrilho) em leilão. Enquanto que para<br />
a Linha 5-Lilás o imbróglio se <strong>de</strong>u a partir<br />
da chegada dos trens, para a Linha 17-<br />
Ouro, o enredo é diferente. Responsável<br />
pela fabricação dos 14 monotrilhos, por<br />
meio <strong>de</strong> um contrato assinado em 2013, a<br />
Scomi ainda não entregou nenhuma composição<br />
ao governo <strong>de</strong> São Paulo. A previsão,<br />
segundo a STM, é receber o primeiro<br />
trem ainda este ano.<br />
A outorga, que inclui a operação das linhas<br />
5-Lilás e 17-Ouro, foi assinada entre as partes<br />
no início <strong>de</strong> abril. Após algumas etapas<br />
burocráticas do contrato, a CCR <strong>de</strong>ve assumir<br />
efetivamente a operação das linhas em<br />
agosto próximo. Entre o fim <strong>de</strong> 2017 e início<br />
<strong>de</strong>ste ano, a Linha 5-Lilás ganhou mais cinco<br />
estações: Alto da Boa Vista, Borba Gato,<br />
Brooklin, Eucaliptos e Moema.<br />
Trens que chegaram antes da linha<br />
A situação <strong>de</strong> trens fora <strong>de</strong> operação aguardando o fi m das obras não é<br />
totalmente nova para São Paulo. Algumas unida<strong>de</strong>s do monotrilho da Linha<br />
15-Prata do Metrô <strong>de</strong> SP, fabricadas pela Bombardier, também aguardam<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2015 o fi m da construção da via para começarem a rodar. Dos 27<br />
trens, apenas oito estão operando.<br />
Nos empreendimentos ferroviários, não é incomum que os trens fi quem<br />
prontos e cheguem aos seus <strong>de</strong>stinos antes que as obras na linha sejam<br />
concretizadas. Além da Linha 15-Prata do Metrô do São Paulo, outros dois<br />
exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompasso entre material rodante e via notórios nos Brasil<br />
ocorreram em Salvador e Cuiabá.<br />
Na capital baiana, on<strong>de</strong> a construção do metrô levou quase 15 anos para<br />
ser concluída, os trens chegaram bem antes que as linhas fi cassem prontas.<br />
Antes da conclusão do trecho da Linha 1, Lapa-Acesso Norte, o governo<br />
estadual da Bahia adquiriu em 2008 seis trens <strong>de</strong> quatro carros da Hyundai-<br />
-Rotem. O início da operação comercial <strong>de</strong>ssas composições aconteceu em<br />
junho <strong>de</strong> 2014, quando a CCR<br />
“Nos empreendimentos<br />
ferroviários, não é<br />
incomum que os trens<br />
fiquem prontos e cheguem<br />
aos seus <strong>de</strong>stinos antes que<br />
as obras na linha sejam<br />
concretizadas.”<br />
Metrô Bahia já havia assumido a<br />
concessão e as obras <strong>de</strong> expansão<br />
do sistema (veja nas págs.<br />
14 a 19).<br />
Sem a linha pronta, os trens<br />
foram guardados na Estação<br />
Aduaneira do Interior (Eadi/Salvador).<br />
O custo do aluguel do espaço<br />
por mês, pago pela Companhia<br />
<strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano<br />
do Estado da Bahia (Con<strong>de</strong>r), era<br />
<strong>de</strong> R$ 80 mil por mês. Três meses <strong>de</strong>pois, o Con<strong>de</strong>r pelo menos passou a<br />
economizar R$ 70 mil por mês com a transferência das unida<strong>de</strong>s para galpões<br />
da Companhia <strong>de</strong> Transporte <strong>de</strong> Salvador.<br />
Em Cuiabá, os trens do VLT seguem até hoje parados.<br />
O material rodante foi fabricado pela CAF, integrante<br />
do grupo que venceu a licitação em maio <strong>de</strong><br />
Divulgação/CCR Metrô Bahia<br />
Trens da Hyundai-Rotem foram<br />
comprados antes da conclusão<br />
das linhas em Salvador<br />
2012. O consórcio, responsável também pelas obras,<br />
conta também com a CR Almeida, Santa Bárbara<br />
Construções, Magna Engenharia e Astep Engenharia.<br />
Os trens começaram a ser entregues em novembro<br />
<strong>de</strong> 2013, mas, nessa época, as obras já se arrastavam.<br />
Nem os mais otimistas imaginavam que os mo<strong>de</strong>rnos<br />
bon<strong>de</strong>s circulariam pela capital mato-grossense durante<br />
o Mundial <strong>de</strong> futebol, do qual a cida<strong>de</strong> foi uma<br />
das se<strong>de</strong>s. Com isso, os 40 VLTs foram estacionados<br />
no espaço on<strong>de</strong> seria o Centro <strong>de</strong> Controle Operacional<br />
do sistema. Não há prazo para o início da operação<br />
(veja nas págs. 36 a 43).<br />
32<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong>
arquivo ferroviário<br />
Trem mo<strong>de</strong>lo X’Ttrapolis Mega, da<br />
Alstom, estacionado na estação Pretoria,<br />
localizada na cida<strong>de</strong> sul-africana<br />
<strong>de</strong> mesmo nome. As composições<br />
fazem parte <strong>de</strong> um contrato bilionário<br />
assinado em 2013 entre a estatal Prasa<br />
(Passenger Rail Agency of South<br />
Africa) e o consórcio Gibela – li<strong>de</strong>rado<br />
pela Alstom, com a participação<br />
das empresas locais Ubumbano Rail e<br />
New Africa Rail – que prevê a entrega<br />
<strong>de</strong> 600 trens daquele mo<strong>de</strong>lo até 2023.<br />
As primeiras 20 unida<strong>de</strong>s foram fabricadas<br />
na unida<strong>de</strong> da Lapa, em São<br />
Paulo, e entregues em 2017. O restante<br />
será produzido em uma fábrica <strong>de</strong><br />
600 mil metros quadrados em Dunnottar (a 50 km <strong>de</strong> Joanesburgo), que<br />
vai começar a operar no fim <strong>de</strong>ste ano. Colaboradores da Alstom Brasil<br />
foram à África do Sul para treinar profissionais que serão responsáveis<br />
pela continuação da produção naquele país.<br />
VEJA A FOTO AMPLIADA
arquivo ferroviário
capa<br />
Fotos: Divulgação<br />
VLTs <strong>de</strong> Cuiabá permanecem<br />
armazenados e sem operação<br />
Quatro anos após o Mundial <strong>de</strong> futebol, projetos que eram 'legados da Copa' não foram entregues<br />
Por Luciana Calaza<br />
Nem em 2014,<br />
nem em <strong>2018</strong><br />
Novas linhas <strong>de</strong> VLT, monotrilhos e trens urbanos<br />
prometiam mudar a forma <strong>de</strong> locomoção<br />
em cinco das 12 cida<strong>de</strong>s-se<strong>de</strong> do maior evento<br />
<strong>de</strong> futebol do planeta, realizado no Brasil há<br />
quatro anos. Quando foram anunciados, esses sistemas<br />
metroferroviários representavam parte do chamado legado<br />
da Copa <strong>de</strong> 2014 e tinham cara <strong>de</strong> solução para os<br />
problemas <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s brasileiras.<br />
Todos <strong>de</strong>veriam estar funcionando antes <strong>de</strong> a bola<br />
rolar em junho <strong>de</strong> 2014, mas, às vésperas do Mundial <strong>de</strong><br />
<strong>2018</strong>, nenhum <strong>de</strong>les ficou pronto. Os projetos em Manaus,<br />
São Paulo, Fortaleza, Cuiabá e Brasília estão com as obras<br />
travadas, atrasadas, canceladas ou nunca saíram do papel.<br />
O diretor executivo da ANPTrilhos, João Gouveia, explica<br />
que uma conjugação <strong>de</strong> fatores acabou impactando os<br />
investimentos: “Houve a frustração dos investimentos que<br />
estavam garantidos pelo PAC para a Copa do Mundo, e não<br />
se viabilizaram, a crise econômica, e variáveis como falta<br />
<strong>de</strong> planejamento, <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> verbas etc. A crise afetou fortemente<br />
o nosso setor, que é totalmente a<strong>de</strong>rente ao PIB. Com<br />
a não realização dos projetos, a re<strong>de</strong> metroferroviária brasileira<br />
registrou um crescimento muito pouco significativo”.<br />
36<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong><br />
Gouveia comenta ainda que um fator relevante no setor<br />
é o fato <strong>de</strong> os investimentos serem <strong>de</strong> longo prazo. E,<br />
no Brasil, por questões <strong>de</strong> eleição, existe uma <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong><br />
administrativa e política a cada quatro anos.<br />
“Assim, existe uma incompatibilida<strong>de</strong> para se completar<br />
essas obras, já que nenhum governante quer <strong>de</strong>ixar o legado<br />
para o outro”.<br />
O diretor da ANPTrilhos ressalta que a <strong>de</strong>manda por<br />
<strong>de</strong>slocamento no país é crescente e estamos muito aquém<br />
<strong>de</strong> on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veríamos estar no quesito mobilida<strong>de</strong> urbana.<br />
“São 21 sistemas <strong>de</strong> transportes <strong>de</strong> passageiros sobre<br />
trilhos no país distribuídos em 11 estados e no Distrito<br />
Fe<strong>de</strong>ral. Por outro lado, o país tem hoje 27 regiões metropolitanas<br />
com mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> habitantes, que já<br />
<strong>de</strong>mandariam algum sistema estruturante <strong>de</strong> alta capacida<strong>de</strong>.<br />
Entretanto, apenas 13 <strong>de</strong>las contam com transporte<br />
sobre trilhos”, diz, lembrando que um estudo da Confe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional dos Transportes mostra que, para se <strong>de</strong>senvolver<br />
uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte a<strong>de</strong>quada nas gran<strong>de</strong>s e<br />
médias cida<strong>de</strong>s do Brasil, seria preciso ampliar a malha<br />
<strong>de</strong> sistemas sobre trilhos em pelo menos 850 km, cujos<br />
investimentos totalizariam R$ 167 bilhões.
VLT <strong>de</strong> Brasília:<br />
obras convertidas num viaduto<br />
Alstom expôs<br />
em Brasília um<br />
protótipo do VLT<br />
que nunca saiu<br />
do papel<br />
O VLT <strong>de</strong> Brasília foi um dos primeiros projetos previstos<br />
para entrar em operação a tempo da Copa do Mundo<br />
<strong>de</strong> 2014, mas teve a sua execução cancelada em setembro<br />
<strong>de</strong> 2012. Pelo projeto original, o sistema <strong>de</strong>veria ter 25<br />
estações e 22,6 km <strong>de</strong> extensão, interligando o Aeroporto<br />
Internacional Jucelino Kubitschek às zonas sul, norte e<br />
central do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, ao custo <strong>de</strong> R$ 1,55 bilhão. Na<br />
época, o projeto <strong>de</strong> VLT foi anunciado como o primeiro<br />
da América Latina.<br />
Em 2009, ainda no governo <strong>de</strong> José Roberto Arruda, a<br />
obra chegou a ser iniciada pelo consórcio Brastram composto<br />
pela Alstom, TC/BR, Men<strong>de</strong>s Jr. e Via, para a fase<br />
1 do projeto do VLT. A Alstom, que seria a fabricante dos<br />
16 VLTs Citadis contratados para o projeto, que inclusive,<br />
utilizaria a mesma tecnologia que hoje é empregada no sistema<br />
do Rio (VLT Carioca) – a alimentação <strong>de</strong> energia pelo<br />
solo (APS), que dispensa o uso <strong>de</strong> catenárias. A fabricante<br />
francesa chegou a expor em Brasília, em 2009, um protótipo<br />
do trem que seria utilizado quando a via estivesse pronta.<br />
Em janeiro <strong>de</strong> 2010, o projeto foi incluído na Matriz <strong>de</strong><br />
Responsabilida<strong>de</strong>s da Copa do Mundo com orçamento <strong>de</strong><br />
R$ 364 milhões, mas acabou sendo paralisada em setembro<br />
do mesmo ano pela Justiça por suspeitas <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s<br />
no processo <strong>de</strong> licitação. O Instituto do Patrimônio<br />
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) chegou a alegar à<br />
época que teria indícios <strong>de</strong> que não havia um estudo <strong>de</strong><br />
impacto ambiental do projeto, que previa a <strong>de</strong>rrubada das<br />
árvores da W3, uma das principais avenidas <strong>de</strong> Brasília,<br />
e a passagem <strong>de</strong> trens nas proximida<strong>de</strong>s do zoológico do<br />
Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />
Com a proximida<strong>de</strong> da Copa do Mundo e a dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> realizar licitações em tempo hábil, o VLT acabou saindo<br />
do calendário <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> previstas para o<br />
mundial oficialmente em setembro <strong>de</strong> 2012. Cerca <strong>de</strong> R$ 26<br />
milhões foram liberados pelo Ministério das Cida<strong>de</strong>s para a<br />
execução <strong>de</strong> um pequeno trecho da obra – entre o Aeroporto<br />
Internacional Juscelino Kubitschek e o final da Asa Sul.<br />
Atualmente, as obras do VLT neste local foram convertidas<br />
em um viaduto, que segundo o Metrô DF, fazia<br />
parte do projeto inicial. Em nota, o Metrô-DF informou<br />
que "o projeto do VLT previsto à época da Copa <strong>de</strong> 2014,<br />
i<strong>de</strong>alizado na gestão do então governo Arruda e a cargo<br />
da Secretaria <strong>de</strong> Transportes da época, foi cancelado por<br />
<strong>de</strong>cisão judicial".<br />
A nota diz ainda que "o planejamento do VLT estará<br />
contemplado no Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento do Transporte<br />
Público Sobre Trilhos do Distrito Fe<strong>de</strong>ral (PDTT/DF). O<br />
Metrô encomendou um planejamento, a médio e a longo<br />
prazos, do Sistema <strong>de</strong> Transporte Público sobre Trilhos do<br />
Distrito Fe<strong>de</strong>ral (STPT/DF). A intenção é seguir um mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento físico-sustentável e a<strong>de</strong>quado ao<br />
padrão <strong>de</strong> atendimento da <strong>de</strong>manda por transporte urbano<br />
no DF. Como os estudos ainda não estão prontos, ainda não<br />
foi possível realizar o cronograma e <strong>de</strong>stinar o orçamento".<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong> 37
capa<br />
Cuiabá:<br />
linhas inacabadas e sem previsão <strong>de</strong> novo edital<br />
Vias do VLT<br />
sem operação na<br />
capital do MT<br />
No Mato Grosso, em junho <strong>de</strong> 2011, a Assembleia Legislativa<br />
aprovou a construção <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> VLT, <strong>de</strong><br />
custo então previsto <strong>de</strong> R$ 1,477 bilhão, na capital Cuiabá.<br />
A obra foi incluída no plano <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana<br />
da cida<strong>de</strong> para a Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014, contrariando<br />
a opinião unânime <strong>de</strong> técnicos que estimavam baixa <strong>de</strong>manda<br />
para um projeto com custo bilionário.<br />
Composto por duas linhas (Aeroporto-CPA, <strong>de</strong> 15 km,<br />
e Coxipó-Porto, <strong>de</strong> 7 km), com total <strong>de</strong> 22 km (com alimentação<br />
elétrica dos trens por meio <strong>de</strong> catenárias), o<br />
VLT previa 33 estações <strong>de</strong> embarque e <strong>de</strong>sembarque e<br />
três terminais <strong>de</strong> integração, localizados nas extremida<strong>de</strong>s<br />
do trecho, além <strong>de</strong> uma estação para integração com<br />
ônibus. O modal operaria com 40 veículos com oito carros<br />
cada (todos já entregues), cada um com capacida<strong>de</strong><br />
para até 400 passageiros.<br />
Em novembro <strong>de</strong> 2013, chegaram a Cuiabá os primeiros<br />
trens fabricados pela CAF (também responsável pela<br />
sinalização do sistema), que compõe o Consórcio VLT<br />
Cuiabá-Várzea Gran<strong>de</strong>, formado ainda pelas empresas<br />
CR Almeida, Santa Bárbara, Magna Engenharia, e Astep<br />
Engenharia. Atualmente, as 40 composições estão estacionadas<br />
em um espaço on<strong>de</strong> seria construído o Centro<br />
<strong>de</strong> Controle e Operação. O local conta com áreas cobertas<br />
e não-cobertas. Segundo informações do consórcio,<br />
a manutenção dos trens é realizada por um grupo <strong>de</strong> engenheiros<br />
e técnicos da CAF, que seguem um “Plano <strong>de</strong><br />
Conservação para Unida<strong>de</strong>s Fora <strong>de</strong> Serviço”, <strong>de</strong>senvolvido<br />
exclusivamente para Cuiabá.<br />
Basicamente esta manutenção busca simular <strong>de</strong> forma<br />
estática o serviço comercial dos VLTs, para manter os<br />
equipamentos em funcionamento, evitando <strong>de</strong>gradação<br />
por inativida<strong>de</strong>. São executadas ativida<strong>de</strong>s como: funcionamento<br />
dos mecanismos <strong>de</strong> porta (ciclos <strong>de</strong> abertura<br />
e fechamento), testes nos sistemas <strong>de</strong> freio e <strong>de</strong> estanqueida<strong>de</strong>,<br />
arranque nos sistemas <strong>de</strong> ar-condicionado <strong>de</strong><br />
salão e cabine com limpeza <strong>de</strong> dutos e filtros etc. Ainda<br />
<strong>de</strong> acordo com o consórcio, cada VLT é <strong>de</strong>slocado quatro<br />
metros para frente e 3,5 metros para trás, na periodicida<strong>de</strong><br />
estabelecida pelo plano, para evitar calosida<strong>de</strong> e ovalização<br />
nas rodas, além <strong>de</strong> danos aos rolamentos e eixos.<br />
Estas ativida<strong>de</strong>s são registradas em relatório mensais,<br />
enviados à Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>s do Estado <strong>de</strong><br />
Mato Grosso (Secid).<br />
Dentro do valor global das obras <strong>de</strong> implantação do<br />
VLT, a aquisição do material rodante (que incluem os<br />
carros) correspon<strong>de</strong> a pouco mais <strong>de</strong> um terço. Em meio<br />
a <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> corrupção e problemas <strong>de</strong> execução nas<br />
obras, o sistema <strong>de</strong> transporte não ficou pronto a tempo<br />
do Mundial <strong>de</strong> futebol. A capital <strong>de</strong> Mato Grosso é cortada<br />
por pouco mais <strong>de</strong> seis quilômetros <strong>de</strong> linhas inacabadas<br />
do VLT, cuja construção alcançou a marca <strong>de</strong><br />
33% <strong>de</strong> conclusão, está parada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final <strong>de</strong> 2014 e<br />
já consumiu cerca <strong>de</strong> R$ 1 bilhão dos cofres estaduais.<br />
38<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong>
Em março do ano passado, o governo chegou a anunciar<br />
que havia fechado um acordo com o consórcio para<br />
a retomada das obras. Recentemente, o estado <strong>de</strong>cidiu<br />
romper o contrato com o consórcio e cobra uma multa <strong>de</strong><br />
R$ 147 milhões. A <strong>de</strong>cisão tomada está relacionada com<br />
infrações contratuais praticadas pelo consórcio, após o<br />
conhecimento dos fatos divulgados pela Operação Descarrilho,<br />
<strong>de</strong>flagrada em agosto do ano passado pela Polícia<br />
Fe<strong>de</strong>ral (PF).<br />
Agora, a i<strong>de</strong>ia é realizar licitação para a contratação<br />
<strong>de</strong> uma nova empresa ou <strong>de</strong> um consórcio para<br />
concluir as obras do VLT e firmar uma parceria público-privada<br />
(PPP) para a operação do novo modal. Em<br />
nota, a assessoria <strong>de</strong> imprensa do Governo do Estado<br />
do Mato Grosso informou que "o edital internacional<br />
da concorrência pública está sendo elaborado pela<br />
equipe técnica da Secid sob gestão do secretário da<br />
pasta, Wilson Santos. O documento trará prazos e valores<br />
para a conclusão da obra, parada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />
<strong>de</strong> 2014. Embora não haja uma previsão <strong>de</strong> conclusão<br />
e publicação do edital, o governo estadual afirmou que<br />
preten<strong>de</strong> lançá-lo ainda este ano.<br />
VLT <strong>de</strong> Fortaleza:<br />
conclusão este ano<br />
VLTs da Bom Sinal<br />
operam no trecho<br />
entre Parangaba<br />
e Mucuripe<br />
Na capital cearense, o principal projeto para a mobilida<strong>de</strong><br />
no Mundial era <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> VLT ligando o terminal<br />
Intermodal do Bairro <strong>de</strong> Parangaba à região portuária<br />
e hoteleira do Mucuripe, passando pela rodoviária e<br />
pelo aeroporto. O trecho total tem 13,4 quilômetros e <strong>de</strong>z<br />
estações, passando por 22 bairros <strong>de</strong> Fortaleza. A entrega<br />
era prevista para junho <strong>de</strong> 2013.<br />
O projeto foi alvo <strong>de</strong> duras críticas por conta da remoção<br />
<strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> áreas por on<strong>de</strong> os trilhos passariam –<br />
ao longo <strong>de</strong> todo o ramal, 2,6 mil imóveis foram <strong>de</strong>sapropriados<br />
– e, em junho <strong>de</strong> 2014, o governador do Estado<br />
rompeu o contrato com o Consórcio CPE-VLT Fortaleza,<br />
responsável pela execução da obra, e formado pelas<br />
empresas Consbem Construção e Comércio, Construtora<br />
Passareli e Engexata. Em maio do mesmo ano, a pasta estadual<br />
havia admitido que a obra não ficaria pronta até a<br />
Copa do Mundo.<br />
Nada saiu como o esperado, porém as obras ganharam<br />
fôlego <strong>de</strong>pois do Mundial <strong>de</strong> futebol. Após a realização<br />
<strong>de</strong> três novas licitações e divisão do projeto<br />
em trechos, a obra foi retomada em meados <strong>de</strong> 2015.<br />
Atualmente, o trecho <strong>de</strong> 5 km que liga as estações Parangaba<br />
e Borges <strong>de</strong> Melo está em operação assistida<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2017 (sem cobrança <strong>de</strong> tarifa). São<br />
quatro estações em funcionamento e 620 passageiros<br />
transportados por dia.<br />
Já o trecho entre as estações Borges <strong>de</strong> Melo e Iate segue<br />
em obras. Segundo a assessoria <strong>de</strong> imprensa da Se-<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong> 39
capa<br />
cretaria <strong>de</strong> Infraestrutura do Ceará (Seinfra-CE), nesse<br />
trecho, já foi iniciada a operação experimental, sem passageiros,<br />
entre as estações Borges <strong>de</strong> Melo e São João do<br />
Tauape. A estimativa do governo do Ceará é concluir o<br />
ramal Parangaba-Mucuripe até o fim <strong>de</strong>ste ano.<br />
Dos 13,4 km <strong>de</strong> extensão do ramal, serão 12 quilômetros<br />
em superfície e 1,4 quilômetro <strong>de</strong> trechos elevados.<br />
As <strong>de</strong>z estações são: Parangaba; Montese; Vila União;<br />
Borges <strong>de</strong> Melo; São João do Tauape; Pontes Vieira; Antônio<br />
Sales; Papicu; Mucuripe e Iate. A conclusão do projeto<br />
está prevista para 2022.<br />
O VLT irá promover a integração com outros modais<br />
<strong>de</strong> transporte. A estação da Parangaba possibilitará integração<br />
à Linha Sul do Metrô <strong>de</strong> Fortaleza e ao terminal<br />
rodoviário do bairro. Já a estação Papicu se integrará à<br />
Linha Leste do Metrô e ao terminal rodoviário. A previsão<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda potencial do modal é <strong>de</strong> 90 mil passageiros<br />
por dia. Ao todo, são oito VLTs fabricados pela Bom Sinal<br />
(sete já foram entregues ao governo do Ceará). Movidos<br />
a diesel, os trens possuem ar-condicionado, sendo<br />
mais confortáveis que os antigos trens. A estimativa é que<br />
o percurso <strong>de</strong> uma ponta a outra da linha seja feito em,<br />
aproximadamente, 30 minutos, com intervalo médio entre<br />
veículos <strong>de</strong> sete minutos.<br />
Manaus:<br />
monotrilho enterrado <strong>de</strong> vez<br />
Projeto sobre<br />
trilhos foi<br />
substituído<br />
por ônibus<br />
O planejamento oficial <strong>de</strong> governo fe<strong>de</strong>ral, estado do<br />
Amazonas e prefeitura <strong>de</strong> Manaus, estabelecido em janeiro<br />
<strong>de</strong> 2010, previa que a se<strong>de</strong> amazônica da Copa receberia<br />
investimentos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 1,7 bilhão. O governo<br />
estadual comprometeu-se a construir uma linha <strong>de</strong> monotrilho<br />
e o município <strong>de</strong> Manaus assumiu a obrigação <strong>de</strong><br />
fazer um sistema <strong>de</strong> corredores <strong>de</strong> ônibus integrado. Prazo<br />
<strong>de</strong> conclusão dos trabalhos: <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2013.<br />
Na hora <strong>de</strong> construir, porém, constatou-se que Estado e<br />
prefeitura não haviam se dado conta <strong>de</strong> que os projetos <strong>de</strong><br />
monotrilho e BRT <strong>de</strong>veriam ter sido pensados juntos e, em<br />
muitos pontos, passariam pelas mesmas localida<strong>de</strong>s, chegando<br />
até a ter pontos <strong>de</strong> parada previstos exatamente no<br />
40<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong><br />
mesmo local, o que seria impossível <strong>de</strong> operacionalizar.<br />
Na meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2012, o governo amazonense reduziu<br />
seu plano inicial do monotrilho a ser entregue até a Copa<br />
dos originais 39 quilômetros para menos da meta<strong>de</strong>, ou<br />
15,5 quilômetros. Já em novembro do mesmo ano, quando<br />
as obras ainda não tinham saído do papel, governo e<br />
prefeitura jogaram a toalha e avisaram que a obra não<br />
sairia a tempo da Copa, mas falaram em entregá-la primeiro<br />
em 2015, e <strong>de</strong>pois em 2020. Porém, no ano seguinte,<br />
em 2013, a Justiça cancelou a licitação <strong>de</strong>pois<br />
que um estudo da CGU (Controladoria Geral da União)<br />
mostrou que a obra era inviável. Logo <strong>de</strong>pois da Copa,<br />
ainda em 2014, governo do estado e prefeitura assumiam
capa<br />
que o trem podia não mais sair, e falavam em um sistema<br />
<strong>de</strong> VLT ou BRT para substituí-lo.<br />
O capítulo mais recente <strong>de</strong>ssa novela aconteceu no dia<br />
6 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2017: o ministro das Cida<strong>de</strong>s, Bruno Araújo,<br />
assinou um <strong>de</strong>creto enterrando <strong>de</strong> vez o projeto do monotrilho<br />
<strong>de</strong> Manaus, que nunca saiu do papel e era previsto<br />
para estar rodando no final <strong>de</strong> 2013. O <strong>de</strong>creto cancelou<br />
qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar com linhas <strong>de</strong> crédito especiais<br />
do BNDES, o que na prática inviabiliza o projeto<br />
estimado em R$ 1,3 bilhão.<br />
A Secretaria <strong>de</strong> Comunicação Social do Governo do<br />
Amazonas informou, por meio <strong>de</strong> nota, que “o Plano <strong>de</strong><br />
Mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manaus foi apresentado pelo governo passado,<br />
cujo governador foi cassado, <strong>de</strong>pois substituído por<br />
um interino até a eleição do atual governador Amazonino<br />
Men<strong>de</strong>s, que assumiu em outubro <strong>de</strong> 2017. Todos os projetos<br />
<strong>de</strong> infraestrutura passam por revisão do governo para<br />
<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>, com exceção <strong>de</strong> projetos mais<br />
avançados, como a implantação da avenida das Flores e a<br />
duplicação da AM-070”.<br />
São Paulo:<br />
monotrilho fica para o fim <strong>de</strong> 2019<br />
Obras da<br />
Linha 17-Ouro<br />
estão em<br />
andamento<br />
na Zona Sul<br />
A Linha 17-Ouro é um dos pontos sensíveis da expansão<br />
da malha metroferroviária paulista. Tratada como um dos<br />
legados da Copa do Mundo, portanto com entrega originalmente<br />
prevista para 2014, antes do início do Mundial<br />
<strong>de</strong> futebol, o monotrilho – cuja operação ficará a cargo da<br />
CCR, que venceu a licitação para operar as linhas 17-Ouro<br />
e 5-Lilás – só <strong>de</strong>ve ser aberto totalmente em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />
2019, ou seja, sete anos após o início das obras. A partir<br />
<strong>de</strong> então, o paulistano terá mais uma opção para chegar ao<br />
Aeroporto <strong>de</strong> Congonhas, e não mais somente automóvel<br />
e ônibus, livrando-se do trânsito pesado na região da Zona<br />
Sul e com menos risco <strong>de</strong> atrasos.<br />
A primeira fase da obra terá oito estações e 7,7 quilômetros<br />
<strong>de</strong> extensão entre Morumbi e o aeroporto (no total <strong>de</strong><br />
oito estações). A linha completa terá 17,7 km e 18 estações.<br />
42<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong><br />
Não há previsão <strong>de</strong> entregas este ano. A fabricação dos 14<br />
monotrilhos (<strong>de</strong> cinco carros) encomendados pelo governo<br />
estadual para a Linha 17-Ouro está a cargo da Scomi. As primeiras<br />
unida<strong>de</strong>s estão sendo produzidas na Malásia. Ainda<br />
não há previsão para a chegada das primeiras composições.<br />
Procurado pela equipe <strong>de</strong> reportagem, o Metrô SP respon<strong>de</strong>u<br />
em nota: “Não é correto e não faz nenhum sentido<br />
continuar relacionando as obras da Linha 17-Ouro do Metrô<br />
com a Copa <strong>de</strong> 2014, uma vez que o Estádio do Morumbi<br />
foi substituído pelo <strong>de</strong> Itaquera para sediar os jogos em São<br />
Paulo anos antes da competição. Com isso, a Linha 17-Ouro,<br />
que aten<strong>de</strong>ria o Morumbi, foi oficialmente retirada da Matriz<br />
<strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> da Copa (Resolução 22 <strong>de</strong> 21/12/2012,<br />
publicada no Diário Oficial da União <strong>de</strong> 26/12/2012), o que<br />
permitiu ao Metrô alterar seu cronograma.”
VLT Carioca: longe da capacida<strong>de</strong><br />
Parte <strong>de</strong> um antigo projeto <strong>de</strong> realização da região central do<br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, que ganhou vida quando a cida<strong>de</strong> foi escolhida<br />
para sediar os Jogos Olímpicos <strong>de</strong> 2016, o VLT Carioca teve a<br />
Linha 1 inaugurada em junho daquele ano. A implantação do novo<br />
meio <strong>de</strong> transporte teve custo avaliado em R$ 1,157 bilhão, sendo<br />
R$ 525 milhões financiados por recursos fe<strong>de</strong>rais, do Programa<br />
<strong>de</strong> Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilida<strong>de</strong>, e R$ 632<br />
milhões <strong>de</strong> reais viabilizados por meio <strong>de</strong> uma parceria público-<br />
-privada (PPP).<br />
Uma pesquisa recente do Instituto Datafolha aponta que 92%<br />
dos usuários do VLT Carioca avaliam o sistema <strong>de</strong> forma positiva<br />
(bom ou muito bom). Sete em cada <strong>de</strong>z passageiros recomendariam<br />
o VLT como uma forma eficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento. Apesar do<br />
sucesso, o sistema <strong>de</strong> transporte ainda é usado por bem menos<br />
que o programado originalmente. A frota <strong>de</strong> 32 trens fabricados<br />
pela Alstom – todos já entregues e se revezando na operação<br />
diária – foi projetada para receber até 200 mil pessoas por dia. A<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada trem é <strong>de</strong> 420 passageiros. Atualmente, no<br />
entanto, o veículo transporta, em média, 60 mil pessoas por dia<br />
útil. Segundo a concessionária, o número está <strong>de</strong>ntro do planejado<br />
para este momento do projeto e em crescimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />
da operação.<br />
A primeira linha, ligando o Aeroporto Santos Dumont à Rodoviária<br />
Novo Rio, foi inaugurada em junho <strong>de</strong> 2016. No fim do ano<br />
passado, foi inaugurada a Estação Central, última estação aberta<br />
no trajeto entre a Rodoviária e a Praça Quinze, que completa o<br />
traçado previsto para a Linha 2 do bon<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rno. A tecnologia<br />
utilizada nas linhas é o APS – Alimentação pelo Solo, da Alstom,<br />
que dispensa o uso <strong>de</strong> catenárias.<br />
Ainda falta entrar em operação a Linha 3, que ligará a Central<br />
do Brasil ao Aeroporto Santos Dumont, passando pela Avenida<br />
Marechal Floriano, com<br />
três novas paradas, totalizando<br />
3 km. A ligação<br />
com a Linha 1 se dará na<br />
Avenida Rio Branco, entre<br />
as paradas São Bento e<br />
Can<strong>de</strong>lária. As obras tiveram<br />
início em janeiro<br />
<strong>de</strong>ste ano, mas foram paralisadas.<br />
A retomada da construção só aconteceu na segunda<br />
quinzena <strong>de</strong> maio. A concessionária VLT Carioca afirma, porém,<br />
que o cronograma está mantido e até o fim <strong>de</strong>ste ano, a Linha 3<br />
<strong>de</strong>ve entrar em operação.<br />
Segundo a Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano da Região<br />
do Porto, órgão da prefeitura responsável pela gestão do Porto<br />
Maravilha, as obras pararam <strong>de</strong>vido a exigências legais com o<br />
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Durante<br />
as escavações foram encontrados trilhos antigos, que estão<br />
sendo analisados pelo Iphan.<br />
Máquinas sem troco<br />
Para andar no VLT do Rio, é preciso ter em mãos o Bilhete Único<br />
Carioca, já que o serviço não possui cobrador nos trens nem<br />
catraca nas estações <strong>de</strong> embarque. Passageiros, no entanto, vêm<br />
reclamando <strong>de</strong> problemas: paradas sem máquina <strong>de</strong> autoatendimento,<br />
máquinas que não dão troco e longas filas em guichês são<br />
apontados como maiores dificulda<strong>de</strong>s do sistema.<br />
Procurada, a concessionária informou que o funcionamento<br />
dos terminais <strong>de</strong> autoatendimento teve melhora sensível ao longo<br />
<strong>de</strong> 2017, com disponibilida<strong>de</strong> na casa dos 95% ao longo do segundo<br />
semestre.<br />
“No início <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, o VLT instalou, nas paradas e estações, terminais<br />
<strong>de</strong> consulta nos quais os usuários po<strong>de</strong>m verificar o saldo<br />
antes <strong>de</strong> embarcar, <strong>de</strong>sbloquear cartões e liberar recargas feitas<br />
por meio do aplicativo VLT ou pelo site da Riocard. Esse processo<br />
tem agilizado embarques e diminuído filas nas paradas. Para este<br />
ano, a concessionária estuda junto aos fornecedores a adoção <strong>de</strong><br />
tecnologias que tornem esse processo <strong>de</strong> pagamento ainda mais<br />
ágil. A intenção é que seja possível, por exemplo, utilizar o celular<br />
como alternativa para o pagamento”.<br />
VLT, fabricado pela<br />
Alstom, é dotado da<br />
tecnologia APS<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 43
eportagem<br />
Há (poucas) vagas<br />
Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego po<strong>de</strong>m aumentar com a renovação das concessões, diz estudo<br />
Por Annaclara Velasco<br />
A<br />
economia brasileira saiu da recessão em 2017,<br />
com crescimento <strong>de</strong> 1% do Produto Interno<br />
Bruto (PIB), mas o <strong>de</strong>semprego ainda não <strong>de</strong>u<br />
sinais <strong>de</strong> recuperação. Em diversos segmentos,<br />
o número <strong>de</strong> contratações ainda não está no nível <strong>de</strong>sejado<br />
para aliviar a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação no país, que é <strong>de</strong> 13,1%,<br />
<strong>de</strong> acordo com o dado mais recente do IBGE. O setor ferroviário<br />
não foge à regra, mas há uma luz no fim do túnel<br />
com a renovação dos contratos <strong>de</strong> concessão, acreditam<br />
especialistas. Entre as operadoras <strong>de</strong> carga, por enquanto,<br />
a intenção é fazer contratações <strong>de</strong> reposição, sem volume<br />
expressivo. No ramo <strong>de</strong> passageiros, as expansões em São<br />
Paulo <strong>de</strong>ram uma aquecida no mercado, principalmente<br />
na área <strong>de</strong> operações.<br />
Um estudo recente do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Econômica<br />
Aplicada (Ipea) e da Fundação Getulio Vargas (FGV)<br />
revela que se as concessões forem renovadas em <strong>2018</strong>,<br />
a estimativa é que nos próximos <strong>de</strong>z anos haja a criação<br />
<strong>de</strong> quase 700 mil empregos diretos e indiretos no país. O<br />
número, segundo Fernando Marcato, professor da FGV e<br />
um dos responsáveis pelo estudo, foi estimado por meio<br />
da metodologia insumo/produto, utilizada pelo IBGE. “A<br />
prorrogação antecipada está atrelada à obrigação <strong>de</strong> realização<br />
<strong>de</strong> investimentos nas linhas ferroviárias das atuais<br />
concessões. Adicionalmente, permite a arrecadação <strong>de</strong> outorga<br />
pelo governo. Com a alocação <strong>de</strong> maiores montantes<br />
para a ampliação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> conflitos<br />
urbanos, o resultado natural são benefícios tanto <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />
social como econômica”, afirma.<br />
Na MRS Logística, o quadro <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> seis mil funcionários<br />
tem se expandido principalmente em São Paulo<br />
e Minas Gerais, impulsionado pelo aumento da <strong>de</strong>manda<br />
Fotos: Divulgação<br />
Recentemente, a MRS abriu vagas<br />
para engenheiros e analistas<br />
44<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong>
<strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> produtos agrícolas. Em abril, foi aberto o<br />
processo seletivo para o Programa <strong>de</strong> Estágio <strong>2018</strong>/2019<br />
da companhia, com vagas para os estados <strong>de</strong> São Paulo,<br />
Minas Gerais e Rio <strong>de</strong> Janeiro para estudantes <strong>de</strong> nível<br />
superior e técnico. Também foram abertas vagas efetivas<br />
em Minas e São Paulo para especialistas, como gerente <strong>de</strong><br />
Regulação, analista PCCO e especialista <strong>de</strong> custos.<br />
No entanto, o gerente geral <strong>de</strong> Comunicação da empresa,<br />
Marcelo Kanhan, afirma que o eventual crescimento<br />
na movimentação <strong>de</strong> carga agrícola não é necessariamente<br />
proporcional ao número <strong>de</strong> contratações, <strong>de</strong>vido<br />
ao constante emprego <strong>de</strong> tecnologias para melhorar a<br />
eficiência do sistema logístico. Em razão da alta complexida<strong>de</strong><br />
das ativida<strong>de</strong>s e da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rigorosos procedimentos<br />
<strong>de</strong> segurança, Kanhan explica<br />
que existe pouca rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mão <strong>de</strong> obra nessa área, uma vez que<br />
a empresa investe na formação profissional<br />
dos funcionários que já fazem<br />
parte da equipe. Anualmente, a MRS<br />
aporta mais <strong>de</strong> R$ 500 milhões em salários,<br />
treinamentos e benefícios.<br />
“O que acontece é um efeito histórico.<br />
A ferrovia nunca foi muito<br />
privilegiada em termos <strong>de</strong> políticas<br />
públicas e, por isso, o país não <strong>de</strong>senvolveu<br />
centros <strong>de</strong> formação específica<br />
para essa área. Quando o governo entregou as ferrovias<br />
para a iniciativa privada, as empresas se viram<br />
com este <strong>de</strong>safio e todas assumiram a função <strong>de</strong> centro<br />
<strong>de</strong> formação. Um maquinista, por exemplo, leva cerca<br />
<strong>de</strong> dois anos para se formar. É preferível mantê-lo disponível,<br />
mesmo que não esteja produzindo a todo vapor,<br />
pois po<strong>de</strong> surgir uma <strong>de</strong>manda e a empresa não ter<br />
tempo hábil <strong>de</strong> formar um novo profissional”, esclarece<br />
o gerente da MRS.<br />
Mão <strong>de</strong> obra<br />
Na VLI, o cenário para <strong>2018</strong> é <strong>de</strong> manutenção dos cerca<br />
<strong>de</strong> 7,5 mil postos <strong>de</strong> trabalho – atualmente, 70% do quadro<br />
da li<strong>de</strong>rança é composto por colaboradores formados<br />
internamente. A companhia abriu, em março, oito vagas<br />
para Tecnologia da Informação e outras áreas, com o objetivo<br />
<strong>de</strong> fomentar inovação e mo<strong>de</strong>rnizar processos.<br />
Sobre o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> formar a mão <strong>de</strong> obra, a gerente <strong>de</strong><br />
RH da companhia, Francielle Pedrosa, <strong>de</strong>staca que a área<br />
<strong>de</strong> Educação Corporativa planeja o <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />
“Com a alocação <strong>de</strong><br />
maiores montantes para a<br />
ampliação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><br />
e redução <strong>de</strong> conflitos<br />
urbanos, o resultado<br />
natural são benefícios<br />
tanto <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m social<br />
como econômica.”<br />
Fernando Marcato, FGV<br />
profissionais relacionando as necessida<strong>de</strong>s do negócio, a<br />
aquisição <strong>de</strong> novas tecnologias e o aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />
Apesar <strong>de</strong> cada posição exigir competências específicas,<br />
Francielle garante: “A VLI compreen<strong>de</strong> que o conhecimento<br />
técnico é importante, mas o comportamento<br />
alinhado aos valores é fundamental para gerar propósito e<br />
engajamento das pessoas”.<br />
O perfil comportamental é um fator consi<strong>de</strong>rado importante<br />
também para a MRS, <strong>de</strong> acordo com Marcelo<br />
Kanhan: “Nossa empresa busca profissionais que tenham<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação, tendo em vista que está constantemente<br />
se reinventando. As pessoas acham que, por<br />
ser um setor tradicional, não emprega tanta tecnologia,<br />
mas não há nada mais distante da realida<strong>de</strong>. À medida<br />
que o Brasil e a economia mudam,<br />
precisamos repensar uma série <strong>de</strong><br />
coisas e por isso nossos funcionários<br />
precisam ter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar<br />
fora da caixa. Outro aspecto crucial é<br />
a segurança pessoal. Lidamos o tempo<br />
todo com riscos altos e nossa equipe<br />
precisa valorizar e estar atenta aos<br />
procedimentos <strong>de</strong> segurança o tempo<br />
todo”, afirma.<br />
Ainda entre as operadoras <strong>de</strong> carga,<br />
a Vale também abriu seleções este<br />
ano. Em abril, a empresa disponibilizou<br />
no seu portal novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego para<br />
atuação em Minas Gerais e no Pará. Houve seleções para<br />
técnicos, operadores, engenheiros, analistas e advogados.<br />
A Vale não quis comentar sobre essas contratações.<br />
Já a especialista em Recrutamento e Seleção da Rumo,<br />
Annie Nunes, diz que houve um aumento no volume <strong>de</strong><br />
admissões no primeiro trimestre <strong>de</strong>sse ano comparado<br />
com o mesmo período <strong>de</strong> 2017. Ela preferiu não relatar a<br />
dimensão <strong>de</strong>sse crescimento, mas afirmou que as contratações<br />
vieram em meio a “um bom momento da <strong>de</strong>manda<br />
pelo transporte ferroviário e para aten<strong>de</strong>r projetos específicos<br />
em diversas áreas da operadora”. Na Rumo são<br />
8,6 mil funcionários próprios.<br />
“A Rumo tem contratado profissionais para os níveis<br />
técnico, operacional e superior <strong>de</strong> forma recorrente.<br />
Hoje, 70% das nossas vagas estão no nível operacional,<br />
enquanto 30% são tático e estratégico. Todos eles entraram<br />
na companhia por meio <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> seleção, o<br />
qual ocorre para todos os tipos <strong>de</strong> cargo (inclusive programas<br />
<strong>de</strong> estágio e trainee)”, ressalta Annie.<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 45
eportagem<br />
Expansão em SP gerou oportunida<strong>de</strong>s<br />
A CPTM abriu vagas <strong>de</strong> concurso para as áreas <strong>de</strong> manutenção e operação<br />
Algumas operadoras também estão<br />
contratando no ramo <strong>de</strong> passageiros. O<br />
MetrôRio disponibilizou em abril vagas<br />
para seis cargos, em diferentes níveis <strong>de</strong><br />
escolarida<strong>de</strong>. Na CTPM, a inauguração da<br />
Linha 13-Ja<strong>de</strong>, em março, e que liga a<br />
capital paulista ao Aeroporto <strong>de</strong> Guarulhos,<br />
levou a um aumento do quadro funcional<br />
da empresa por meio <strong>de</strong> concursos<br />
públicos. Já o Metrô <strong>de</strong> São Paulo anunciou<br />
no início <strong>de</strong>sse ano a contratação <strong>de</strong><br />
214 novos funcionários, para os cargos<br />
<strong>de</strong> operadores <strong>de</strong> transporte metroviário,<br />
agentes <strong>de</strong> segurança, oficiais e técnicos<br />
<strong>de</strong> manutenção. As novas vagas foram<br />
criadas a partir da expansão das linhas<br />
5-Lilás e 15-Prata, cujas estações foram<br />
inauguradas entre o fim do ano passado<br />
e o início <strong>de</strong>sse ano.<br />
A gerente <strong>de</strong> Recursos Humanos da<br />
CPTM, Elisabete Cristina <strong>de</strong> Carvalho,<br />
afirma que o governo do estado autorizou<br />
a companhia a contratar funcionários, incialmente,<br />
para 155 posições, distribuídas<br />
entre operação e manutenção – o quadro<br />
efetivo atual é <strong>de</strong> 8.253 empregados. Em<br />
janeiro, foi autorizada a contratação <strong>de</strong> 94<br />
novos empregados para reposição <strong>de</strong> vagas<br />
nas áreas <strong>de</strong> operação e manutenção. Nos<br />
meses seguintes, interessados pu<strong>de</strong>ram se<br />
inscrever para prestar concurso para oito vagas<br />
<strong>de</strong> Oficial Logística Almoxarifado I e 73<br />
<strong>de</strong> Operadores <strong>de</strong> Circulação (maquinista).<br />
“O mecanismo <strong>de</strong> preenchimento das<br />
vagas na CPTM é feito por meio <strong>de</strong> concurso<br />
público. Depois das etapas do processo<br />
<strong>de</strong> seleção, o candidato aprovado passa<br />
por um treinamento extenso. No caso <strong>de</strong><br />
maquinistas, por exemplo, a capacitação<br />
dura quatro meses e os profissionais são<br />
treinados com o auxílio <strong>de</strong> cinco simuladores<br />
<strong>de</strong> operação <strong>de</strong> trens altamente tecnológicos.<br />
Além disso, a companhia mantém,<br />
em parceria com o Senai, o Centro <strong>de</strong> Formação<br />
Profissional Engº James C. Stewart,<br />
que prepara jovens para o mercado metroferroviário”,<br />
ressalta Elisabete.<br />
Em Salvador<br />
Dados do último relatório divulgado pela<br />
ANPTrilhos, em abril <strong>de</strong>ste ano, mostram<br />
que houve um aumento <strong>de</strong> 2% <strong>de</strong> empregados<br />
próprios no segmento <strong>de</strong> passageiros<br />
entre 2017 e 2016, ultrapassando a<br />
marca <strong>de</strong> 32 mil colaboradores no ano passado.<br />
Já com relação à contratação <strong>de</strong> mão<br />
<strong>de</strong> obra terceirizada, o acréscimo superou<br />
a marca <strong>de</strong> 20%, fechando o ano <strong>de</strong> 2017<br />
com mais <strong>de</strong> 10 mil trabalhadores. Esse<br />
aumento é percebido pelo volume <strong>de</strong> obras<br />
que estavam sendo executadas no ano passado,<br />
como o Metrô <strong>de</strong> Salvador, que inaugurou<br />
14 km em 2017, o que fez com que<br />
o número <strong>de</strong> contratados crescesse.<br />
A gestora <strong>de</strong> Recursos Humanos da CCR<br />
Metrô Bahia, Cristiane Adad, reitera que a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão da malha está<br />
associada à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas contratações.<br />
A empresa é responsável pela operação<br />
das linhas 1 e 2 da capital baiana, cujo<br />
sistema metroviário tem 33 quilômetros <strong>de</strong><br />
extensão, 20 estações e oito terminais <strong>de</strong><br />
integração com ônibus. No ano passado,<br />
a companhia atingiu o quadro máximo <strong>de</strong><br />
funcionários <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da concessão,<br />
em 2013 – oito mil colaboradores, consi<strong>de</strong>rando<br />
diretos, indiretos e terceirizados.<br />
Atualmente, CCR Metrô Bahia possui<br />
uma média <strong>de</strong> 1.500 contratados diretos, e<br />
a expectativa para <strong>2018</strong> é reter essas vagas<br />
e investir na qualificação dos funcionários.<br />
Recentemente, a companhia abriu sete vagas<br />
para atuação nas áreas <strong>de</strong> manutenção<br />
e segurança do trabalho. A operadora também<br />
acredita na fórmula <strong>de</strong> alinhar técnica<br />
e comportamento e preza por profissionais<br />
que gostem <strong>de</strong> trabalhar com o público.<br />
“Nós trabalhamos com prestação <strong>de</strong><br />
serviço, então o candidato tem que se sentir<br />
bem quando está servindo ao próximo.<br />
É necessário um nível <strong>de</strong> inteligência emocional<br />
bastante elevado, pois não po<strong>de</strong>m<br />
haver falhas no atendimento à população.<br />
Dez minutos <strong>de</strong> atraso em um trem po<strong>de</strong><br />
mudar a vida <strong>de</strong> uma pessoa, impedi-la <strong>de</strong><br />
pegar um voo ou participar <strong>de</strong> uma entrevista<br />
<strong>de</strong> emprego, por exemplo. Por isso,<br />
nossos treinamentos têm gran<strong>de</strong> foco no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento comportamental”, esclarece<br />
a gestora.<br />
46<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>
eportagem<br />
Ferrovia na sala <strong>de</strong> aula<br />
Instituições <strong>de</strong> ensino pelo país oferecem uma gama <strong>de</strong> cursos técnicos e especializações ferroviárias<br />
Por Thaise Constancio<br />
Fotos: Divulgação<br />
Nononon nononon nononon nononon noonon nononon nononon nono<br />
Aula <strong>de</strong> especialização em Engenharia <strong>Ferroviária</strong> no Instituto Mauá <strong>de</strong> Tecnologia<br />
Curso técnico, graduação, pós-graduação, especialização,<br />
mestrado, doutorado. A cada ano<br />
as instituições <strong>de</strong> ensino e os centros acadêmicos<br />
oferecem mais – e novas – formações<br />
voltadas para os segmentos metroferroviário e <strong>de</strong> carga.<br />
A multiplicação <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> capacitação pelo país não<br />
acontece por acaso: há <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alunos e também uma<br />
necessida<strong>de</strong> do ramo por profissionais que sejam altamente<br />
especializados no negócio <strong>de</strong> ferrovia.<br />
A partir <strong>de</strong> agosto, o Instituto Fe<strong>de</strong>ral do Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />
Minas Gerais vai começar, no Campus Santos Dumont, a<br />
primeira turma da graduação em Engenharia <strong>Ferroviária</strong> e<br />
Metroferroviária, que terá duração <strong>de</strong> cinco anos, em turno<br />
integral. Coor<strong>de</strong>nador da graduação em Engenharia <strong>Ferroviária</strong><br />
e Metroviária, o professor Philipe Pacheco explica<br />
que a formação foi <strong>de</strong>senhada em três gran<strong>de</strong>s áreas: Operação,<br />
Manutenção e Gestão <strong>Ferroviária</strong> e Metroviária.<br />
“Sabemos da necessida<strong>de</strong> do setor por mão <strong>de</strong> obra<br />
qualificada e nossos cursos se baseiam nessa carência. No<br />
ramo ferroviário, sempre foi difícil encontrar esse profissional,<br />
já que o número <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong> ensino voltadas<br />
para o setor ainda é baixo e isso se reflete no mercado.<br />
Quanto mais profissionais qualificados tivermos, maior<br />
será o crescimento do setor”, explica Pacheco.<br />
O instituto oferece também, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010, o curso técnico<br />
em Manutenção <strong>de</strong> Sistemas Metroferroviários. Além<br />
disso, há um intercâmbio constante com Instituto Fe<strong>de</strong>ral<br />
do Espírito Santo (Ifes) que disponibiliza um curso técnico<br />
em Manutenção <strong>de</strong> Sistemas Metroferroviários integrado<br />
ao ensino médio, no Campus Cariacica, e com o<br />
Centro Tecnológico <strong>de</strong> Joinville da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />
<strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC).<br />
No Ifes, o técnico em Manutenção <strong>de</strong> Sistemas Metroferroviários<br />
é vinculado ao ensino médio integral e<br />
vai ofertar 64 vagas em 2019 – hoje são 32. A formação<br />
também é estruturada em três setores: elétrica, mecânica e<br />
metroferroviária, para que o profissional possa atuar <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
a montagem até a análise da base <strong>de</strong> dados. Para aplicar<br />
o conhecimento na prática, no último ano, os alunos <strong>de</strong>senvolvem<br />
um trabalho final que mescla as habilida<strong>de</strong>s<br />
aprendidas no curso.<br />
Coor<strong>de</strong>nador do curso, o professor Renan Carreiro Rocha<br />
conta que o Ifes recebeu investimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$<br />
350 mil da Vale para construir e equipar o laboratório <strong>de</strong><br />
48<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>
Realida<strong>de</strong> Virtual, on<strong>de</strong> é possível fazer a pesquisa “Plataforma<br />
virtual 3D para capacitação em Manutenção <strong>de</strong> Vagão GDE”.<br />
“A simulação proporciona a imersão do colaborador em um<br />
ambiente próximo do real, retratando os equipamentos e sua<br />
operação, cenas e rotinas operacionais, criando a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> plena capacitação para o <strong>de</strong>sempenho da função <strong>de</strong> maneira<br />
segura, além <strong>de</strong> possibilitar a rápida apropriação <strong>de</strong> conceitos e<br />
procedimentos <strong>de</strong> operação”, afirma Carreiro Rocha.<br />
Parte dos alunos são estagiários ou funcionários da própria Vale<br />
e da VLI. O Ifes estuda criar uma especialização técnica na área<br />
ferroviária voltada para profissionais que já possuam curso técnico<br />
em Mecânica ou Eletrônica. A longo prazo, o Instituto planeja<br />
oferecer uma pós-graduação em Manutenção/Confiabilida<strong>de</strong>.<br />
Certificado internacional<br />
Começaram em fevereiro as aulas do primeiro curso <strong>de</strong> Certificação<br />
Internacional em Gestão <strong>de</strong> Sistemas Ferroviários e<br />
Metroferroviários no Brasil, oferecidos pelo Sest/Senat em<br />
parceria com o Instituto <strong>de</strong> Transporte e Logística (ITL). Profissionais<br />
indicados pela Deutsche Bahn Rail Aca<strong>de</strong>my, que<br />
pertence ao Grupo DB (Deutsche Bahn), coor<strong>de</strong>nam e ministram<br />
as aulas, que contam com 35 alunos entre gestores e especialistas<br />
<strong>de</strong> empresas associadas à ANTF e ANPTrilhos.<br />
O objetivo estratégico para a implantação da certificação é<br />
elevar o nível <strong>de</strong> formação dos participantes a padrões internacionais,<br />
a fim <strong>de</strong> agregar valor e aumentar a competitivida<strong>de</strong><br />
e produtivida<strong>de</strong> dos segmentos metroferroviário e <strong>de</strong> carga. O<br />
curso é composto por sete módulos, com 21 disciplinas no total,<br />
e uma etapa final <strong>de</strong> aprendizado virtual. A organização<br />
ainda não bateu o martelo sobre uma nova turma, fato que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>,<br />
entre outras coisas, <strong>de</strong> aprovação da Confe<strong>de</strong>ração Nacional<br />
<strong>de</strong> Transportes, uma das financiadoras do curso.<br />
“Essa capacitação é simbólica por mostrar que o sistema<br />
está comprometido com a formação gerencial <strong>de</strong> alto nível.<br />
Nosso papel é traduzir os problemas do setor e buscar transformá-los<br />
em soluções sob a ótica da integração do sistema<br />
<strong>de</strong> logística e <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana”, discursou o diretor-executivo<br />
da Confe<strong>de</strong>ração Nacional do Transporte (CNT), Bruno<br />
Batista, durante o evento <strong>de</strong><br />
“Sabemos da<br />
necessida<strong>de</strong> do setor<br />
por mão <strong>de</strong> obra<br />
qualificada e nossos<br />
cursos se baseiam<br />
nessa carência.”<br />
inauguração do curso.<br />
Quando criou o curso <strong>de</strong> Engenharia<br />
<strong>Ferroviária</strong> e Metroviária<br />
no Centro Tecnológico <strong>de</strong><br />
Joinville, em 2009, a UFSC foi<br />
uma das primeiras universida<strong>de</strong>s<br />
brasileiras a oferecer uma<br />
graduação no segmento. Hoje,<br />
INSTITUIÇÃO CURSO DURAÇÃO<br />
Instituto Fe<strong>de</strong>ral<br />
do Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />
Minas Gerais<br />
(IF-Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />
Minas)<br />
Instituto Fe<strong>de</strong>ral<br />
do Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />
Minas Gerais<br />
(IF-Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />
Minas)<br />
Instituto Fe<strong>de</strong>ral<br />
do Espírito Santo<br />
(Ifes)<br />
Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa<br />
Catarina (UFSC)<br />
Universida<strong>de</strong><br />
Paulista (Unip)<br />
Instituto Mauá <strong>de</strong><br />
Tecnologia<br />
Faetec - Escola<br />
Técnica <strong>de</strong><br />
Transportes<br />
Engenheiro Silva<br />
Freire<br />
Unicamp<br />
Instituto Militar <strong>de</strong><br />
Engenharia (IME)<br />
Instituto Militar <strong>de</strong><br />
Engenharia (IME)<br />
Sest/Senat, ITL e<br />
Deutsche Bahn<br />
Rail Aca<strong>de</strong>my<br />
Universida<strong>de</strong><br />
Estácio <strong>de</strong> Sá<br />
Engenharia<br />
<strong>Ferroviária</strong> e<br />
Metroviária<br />
Técnico em<br />
Manutenção<br />
<strong>de</strong> Sistemas<br />
Metroferroviários<br />
Técnico em<br />
Manutenção<br />
<strong>de</strong> Sistemas<br />
Metroferroviários<br />
Graduação em<br />
Engenharia<br />
<strong>Ferroviária</strong> e<br />
Metroviária<br />
MBA em<br />
Infraestrutura <strong>de</strong><br />
Transportes<br />
Especialização<br />
em Engenharia<br />
<strong>Ferroviária</strong> e<br />
Especialização<br />
em Engenharia<br />
Metroferroviária<br />
Técnico em<br />
Manutenção<br />
<strong>de</strong> Sistema<br />
Metroferroviário<br />
Disciplinas<br />
avulsas <strong>de</strong><br />
Superestrutura<br />
ferroviária,<br />
Complementos<br />
<strong>de</strong> via<br />
permanente<br />
e Projeto<br />
Geométrico<br />
ferroviário<br />
Mestrado em<br />
Engenharia <strong>de</strong><br />
Transportes<br />
Especialização<br />
Lato Sensu<br />
em Transporte<br />
Ferroviário <strong>de</strong><br />
Carga<br />
Certificação<br />
Internacional<br />
em Gestão<br />
<strong>de</strong> Sistemas<br />
Ferroviários e<br />
Metroferroviários<br />
Pós-graduação<br />
em Engenharia<br />
<strong>Ferroviária</strong><br />
FORMA DE<br />
INGRESSO<br />
5 anos Vestibular<br />
e Sistema<br />
<strong>de</strong> Seleção<br />
Unificada<br />
(Sisu)<br />
2 anos Processo<br />
seletivo com<br />
prova<br />
3 anos Processo<br />
seletivo com<br />
prova<br />
5 anos Vestibular e<br />
Sisu<br />
360 horas Entrevista<br />
com o<br />
coor<strong>de</strong>nador<br />
do curso<br />
400 horas<br />
cada<br />
1 ano e<br />
meio<br />
45 horas/<br />
aula/<br />
semestre<br />
Análise<br />
curricular e<br />
entrevista<br />
com o<br />
coor<strong>de</strong>nador<br />
do curso<br />
Processo<br />
seletivo<br />
com prova e<br />
sorteio<br />
Inscrição<br />
e possuir<br />
Ensino<br />
Superior em<br />
curso ou<br />
completo<br />
2 anos Processo<br />
seletivo com<br />
análise <strong>de</strong><br />
currículo<br />
e regras<br />
internas do<br />
IME<br />
440 horas Indicação<br />
das<br />
empresas<br />
e lista <strong>de</strong><br />
espera<br />
420 horas Indicação <strong>de</strong><br />
empresas<br />
ferroviárias<br />
ou<br />
metroviárias<br />
400 horas Entrevista<br />
presencial<br />
Philipe Pacheco, IF-<br />
Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Minas REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 49<br />
VAGAS<br />
30/<br />
semestre<br />
35/ano<br />
32/ano em<br />
<strong>2018</strong> e 64<br />
a partir <strong>de</strong><br />
2019<br />
20/<br />
semestre<br />
40/<br />
semestre<br />
20/turma<br />
80/<br />
semestre<br />
20/turma<br />
(curso<br />
bianual)<br />
60 a 100<br />
candidatos,<br />
sem limite<br />
<strong>de</strong> vagas<br />
36/turma<br />
com<br />
priorida<strong>de</strong><br />
para<br />
engenheiros<br />
35/turma<br />
25/turma
eportagem<br />
ainda segue sendo o primeiro campus a<br />
funcionar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um parque industrial<br />
privado, o Perini Business Park.<br />
Des<strong>de</strong> então, conta o coor<strong>de</strong>nador do<br />
curso, professor Yesid Asaff, a universida<strong>de</strong><br />
se propõe a formar profissionais que<br />
possam atuar com projeção veicular (locomotivas,<br />
vagões e carros <strong>de</strong> passageiro<br />
e veículos <strong>de</strong> manutenção), operação, manutenção<br />
e gestão ferroviária e metroviária.<br />
“Nossos alunos estão alocados em<br />
vários setores. São funcionários <strong>de</strong> operadoras<br />
como a Rumo, engenheiros <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s empresas fabricantes <strong>de</strong> componentes<br />
e equipamentos como a Brastan,<br />
Wabtec, Knorr-Bremse, Frauscher, até<br />
mesmo egressos que cursam mestrado<br />
em diversas universida<strong>de</strong>s no país. Como<br />
em todos os setores industriais, a tecnologia<br />
vive em contínuo avanço, portanto,<br />
é imprescindível a atualização constante<br />
“Nossos alunos são<br />
funcionários <strong>de</strong> operadoras<br />
como a Rumo, engenheiros<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empresas<br />
fabricantes <strong>de</strong> componentes e<br />
equipamentos como a Brastan,<br />
Wabtec, Knorr-Bremse,<br />
Frauscher.”<br />
Yesid Asaff, UFSC<br />
dos profissionais no setor ferroviário e<br />
metroviário”, aconselha Asaff.<br />
A Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais<br />
(UFMG) estuda lançar uma especialização<br />
em Engenharia <strong>Ferroviária</strong> ainda<br />
no segundo semestre <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, com a oferta<br />
<strong>de</strong> 40 vagas. No entanto, ainda não há<br />
previsão <strong>de</strong> data. A Escola Politécnica da<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
(Poli-UFRJ) oferece, no curso <strong>de</strong> Engenharia<br />
Civil disciplinas <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong><br />
Transportes, sendo uma especificamente<br />
<strong>de</strong> Transporte Ferroviário. De acordo<br />
com o professor Hostílio Ratton, da Poli-UFRJ,<br />
a recuperação do mercado ferroviário<br />
<strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> passageiros e novas<br />
contratações nos setores público e privado<br />
têm contribuído para o aumento da procura<br />
<strong>de</strong> alunos pela ênfase em Transportes.<br />
No Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010 a Faetec<br />
– Escola Técnica <strong>de</strong> Transportes Engenheiro<br />
Silva Freire – oferece o curso<br />
<strong>de</strong> Manutenção em Sistema Metroferroviário.<br />
A unida<strong>de</strong> é a primeira escola do<br />
estado especializada em transporte sobre<br />
trilhos e inaugurou o primeiro “Trem-Escola”<br />
do Brasil, que funciona como uma<br />
escola itinerante em um vagão cedido<br />
pela SuperVia.<br />
Há dois anos, a unida<strong>de</strong> foi transferida<br />
do Engenho <strong>de</strong> Dentro, na zona Norte,<br />
para Deodoro, na zona Oeste, o que fez<br />
com que a procura pelo curso gratuito<br />
fosse ampliada. Com 80 novas vagas no<br />
segundo semestre <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, a formação é<br />
<strong>de</strong>stinada para quem está no segundo ano<br />
ou já concluiu o Ensino Médio.<br />
Na Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas<br />
(Unicamp), o professor Cassio <strong>de</strong> Paiva<br />
coor<strong>de</strong>na a especialização em Engenharia<br />
<strong>Ferroviária</strong> que só é ofertada quando<br />
há <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>clarada pelo mercado para<br />
a universida<strong>de</strong>. A última turma foi 2004,<br />
por <strong>de</strong>manda da CPTM, <strong>de</strong> São Paulo.<br />
No entanto, a cada dois anos ele oferece<br />
três disciplinas avulsas que integram<br />
a qualificação: Superestrutura <strong>Ferroviária</strong>,<br />
Complementos <strong>de</strong> Via Permanente<br />
e Projeto Geométrico Ferroviário. Cada<br />
disciplina tem 45 horas/aula por semestre<br />
e é oferecida no período noturno para<br />
profissionais da área ferroviária que tenham<br />
interesse. A previsão é abrir novas<br />
turmas em 2020.<br />
Turmas lotadas<br />
As universida<strong>de</strong>s particulares também<br />
começam a olhar para a ferrovia. No geral,<br />
os cursos <strong>de</strong> especialização voltados para<br />
quem já atua ou quer atuar na área cos-<br />
50<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>
Operadoras <strong>de</strong> carga<br />
investem em capacitação<br />
No setor ferroviário não há dúvida: quando os<br />
funcionários se qualificam, isso se reflete na eficiência<br />
do serviço prestado. Não por acaso, algumas<br />
ferrovias <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>senvolvem e apoiam<br />
cursos em parceria com as universida<strong>de</strong>s com o<br />
objetivo <strong>de</strong> oferecer oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação<br />
para os colaboradores.<br />
Como as ofertas <strong>de</strong> capacitações e especializações<br />
disponíveis no mercado não aten<strong>de</strong>m 100% das<br />
<strong>de</strong>mandas específicas das empresas, muitas criam<br />
universida<strong>de</strong>s corporativas ou firmam parcerias com<br />
instituições <strong>de</strong> ensino para cursos in company. Instituições<br />
como a Escola James Stewart, ligada ao Senai<br />
<strong>de</strong> São Paulo, e o Senai <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora (MG) só<br />
aten<strong>de</strong>m <strong>de</strong>mandas específicas da CPTM e da MRS,<br />
respectivamente. A MRS tem ainda um convênio com<br />
o Instituto Militar <strong>de</strong> Engenharia, que disponibiliza especializações<br />
para os funcionários da operadora.<br />
Gerente <strong>de</strong> Educação da Vale, Carla Soutelinho<br />
conta que a empresa passou a ofertar internamente<br />
cursos sobre contato roda-trilho, via permanente,<br />
manutenção <strong>de</strong> vagões, locomotivas, telecomunicações<br />
na ferrovia, prevenção e investigação <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarrilamentos,<br />
projetos ferroviários, etc. A empresa<br />
disponibiliza esses cursos porque, segundo Soutelinho,<br />
não existe no mercado uma capacitação que<br />
abor<strong>de</strong> todos os conteúdos que fazem parte da rotina<br />
dos engenheiros ferroviários.<br />
“Incentivamos continuamente todos os empregados<br />
a buscarem o protagonismo no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> suas carreiras. Os benefícios são muitos, entre<br />
eles, maior engajamento, eliminação <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong><br />
aci<strong>de</strong>ntes, maior produtivida<strong>de</strong>, e consequente ganho<br />
operacional para a Vale”, avalia Carla.<br />
Dentro da companhia, instrutores da Aca<strong>de</strong>mia<br />
<strong>de</strong> Operações ensinam os funcionários sobre temas<br />
relacionados à logística e à ferrovia. Externamente<br />
há parcerias com instituições como Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Ouro Preto (Ufop), Instituto<br />
Militar <strong>de</strong> Engenharia (IME), Pontifícia Universida<strong>de</strong><br />
Católica (PUC), Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP),<br />
Fundação Getulio Vargas (FGV), Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />
do Pará (UFPA), entre outras, além <strong>de</strong> custeio<br />
por coparticipação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s educacionais <strong>de</strong><br />
interesse dos funcionários.<br />
Em 2015, a VLI criou a Unida<strong>de</strong> Móvel <strong>de</strong> Treinamento<br />
para aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas internas <strong>de</strong><br />
capacitação. “Pela capilarida<strong>de</strong> das nossas operações,<br />
essa foi uma das alternativas para ter uma<br />
atuação mais eficiente na formação <strong>de</strong> mão <strong>de</strong><br />
obra nas diversas regiões que atuamos. Construímos<br />
essa estrutura volante a<strong>de</strong>quada para treinamentos<br />
locais, com recursos <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong> aula<br />
tradicional e equipamentos para simulações e<br />
testes”, <strong>de</strong>screve a gerente <strong>de</strong> Recursos Humanos<br />
da VLI, Francielle Pedrosa.<br />
A companhia também incentiva a participação<br />
dos funcionários em treinamentos técnicos, comportamentais,<br />
requisitos legais e li<strong>de</strong>rança – foram<br />
mais <strong>de</strong> 55 mil participações nos últimos três anos.<br />
No ano passado, a VLI investiu cerca <strong>de</strong> R$ 1,6<br />
milhão em reembolso educacional para aproximadamente<br />
500 profissionais. Além disso, a área <strong>de</strong><br />
Educação Corporativa planeja o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
dos profissionais relacionando-o às necessida<strong>de</strong>s<br />
do negócio, aquisição <strong>de</strong> novas tecnologias e aumento<br />
<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />
Entre os principais parceiros da VLI estão a Fundação<br />
Dom Cabral, com o MBA Executivo e capacitações<br />
para a li<strong>de</strong>rança; o Senai que atua nos programas<br />
<strong>de</strong> porta <strong>de</strong> entrada (aprendiz, estágio, trainee);<br />
e a PUC-Minas, que promove uma pós-graduação<br />
para trainees e funcionários.<br />
Para a Rumo, ainda faltam profissionais qualificados<br />
para atuar em ferrovias. Por isso, a empresa<br />
investe em pesquisas, inovação, bibliografia e<br />
incentivo à formação acadêmica e profissional. A<br />
companhia oferece bolsas <strong>de</strong> estudos aos funcionários<br />
e firma convênios com universida<strong>de</strong>s e escolas<br />
<strong>de</strong> negócios visando a capacitação interna.<br />
“O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio é transformar o conhecimento<br />
adquirido em resultados no trabalho e na carreira<br />
profissional”, diz Fernanda Inça, especialista em<br />
Recursos Humanos da Rumo Logística.<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 51
eportagem<br />
52<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />
“Mesmo diante da<br />
<strong>de</strong>saceleração da<br />
economia, o setor continua<br />
a gerar <strong>de</strong>mandas que<br />
exigem profissionais<br />
altamente capacitados.”<br />
Emerson Rocha,<br />
Universida<strong>de</strong> Estácio <strong>de</strong> Sá<br />
Na Faetec, alunos tornam-se técnicos<br />
em manutenção metroferroviária<br />
tumam ter turmas lotadas. A Universida<strong>de</strong> Paulista (Unip)<br />
criou o MBA (pós-graduação Lato Sensu) em Infraestrutura<br />
<strong>de</strong> Transportes. Diretor <strong>de</strong> pós-graduação da entida<strong>de</strong>, o<br />
professor Jesuíno Junior conta que o curso foi <strong>de</strong>senvolvido<br />
após a percepção <strong>de</strong> que parte da formação profissional no<br />
segmento tem se dado, majoritariamente, na prática cotidiana<br />
e não nos centros acadêmicos. O processo seletivo para<br />
o segundo semestre começa em 15 <strong>de</strong> junho, em São Paulo.<br />
Há três anos, a Universida<strong>de</strong> Estácio <strong>de</strong> Sá criou a pós-<br />
-graduação Lato Sensu em Engenharia <strong>Ferroviária</strong>, com<br />
média <strong>de</strong> 24 alunos por turma. Em São Paulo (SP), Belo<br />
Horizonte (MG), Vitória (ES) e Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ), cerca<br />
<strong>de</strong> 140 estudantes concluíram a especialização.<br />
“A procura aumentou nos últimos anos, sobretudo em<br />
virtu<strong>de</strong> da carência <strong>de</strong> profissionais habilitados para atuar<br />
na área, o que tem levado as empresas a estimular os<br />
novos colaboradores a buscarem qualificação em nível<br />
<strong>de</strong> especialização e/ou extensão universitária. O modal<br />
ferroviário tem impacto em pelo menos dois aspectos do<br />
crescimento do Produto Interno Bruto: mobilida<strong>de</strong> urbana<br />
e escoamento da produção. Mesmo diante da <strong>de</strong>saceleração<br />
da economia, o setor continua a gerar <strong>de</strong>mandas que<br />
exigem profissionais altamente capacitados”, avalia o coor<strong>de</strong>nador<br />
da pós-graduação em Engenharia <strong>Ferroviária</strong>,<br />
Emerson Rocha.<br />
Para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda crescente, a instituição planeja<br />
implantar a pós-graduação também em Brasília (DF),<br />
Curitiba (PR) e São Luís (MA), assim como em cida<strong>de</strong>s<br />
do interior <strong>de</strong> São Paulo. A universida<strong>de</strong> estuda, ainda,<br />
criar cursos <strong>de</strong> extensão universitária com temas específicos<br />
do mercado ferroviário.<br />
Des<strong>de</strong> o segundo semestre <strong>de</strong> 2017, o Instituto Mauá <strong>de</strong><br />
Tecnologia também passou a ofertar duas especializações<br />
complementares: em Engenharia <strong>Ferroviária</strong> e em Engenharia<br />
Metroferroviária que po<strong>de</strong>m ser fundidos em uma<br />
terceira especialização, caso o aluno queira.<br />
“Os cursos são modulares e multidisciplinares e a gra<strong>de</strong><br />
curricular inclui diversos seminários técnicos, específicos<br />
<strong>de</strong> cada módulo, nos quais as empresas<br />
do setor apresentam suas tecnologias,<br />
produtos e estratégias <strong>de</strong> atuação<br />
no mercado. A especialização é<br />
um diferencial na formação dos profissionais,<br />
dado o papel que as ferrovias<br />
<strong>de</strong>sempenham na infraestrutura<br />
do país e nos aspectos <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />
urbana, nos gran<strong>de</strong>s centros”, <strong>de</strong>screve<br />
o coor<strong>de</strong>nador da pós-graduação do Instituto Mauá <strong>de</strong><br />
Tecnologia, professor Júlio Cesar Lucchi.<br />
Ele acrescenta que o setor <strong>de</strong> ferrovias <strong>de</strong> carga está<br />
em expansão e necessita, cada vez mais, <strong>de</strong> especialistas.<br />
Além das aulas em São Paulo, há turmas no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
e capacitações in company para empresas privadas e órgãos<br />
públicos. A próxima turma do Instituto Mauá começa<br />
em agosto, com 40 vagas.<br />
Para quem busca se especializar e, ao mesmo tempo,<br />
retomar os laços com a aca<strong>de</strong>mia, o Instituto Militar <strong>de</strong><br />
Engenharia (IME) oferece anualmente o mestrado Stricto<br />
Sensu em Engenharia <strong>de</strong> Transportes, gratuito. O curso<br />
nasceu a partir da especialização em transporte ferroviário<br />
e recebeu alunos do Exército e oriundos <strong>de</strong> RFFSA,<br />
CBTU, MRS, Vale, Rumo, MetrôRio, Engefer, entre outras.<br />
Há, ainda, a especialização Lato Sensu em Transporte<br />
Ferroviário <strong>de</strong> Carga, a cada dois anos, e o curso <strong>de</strong><br />
extensão em Análise e Prevenção <strong>de</strong> Descarrilamento, que<br />
é ofertado sob <strong>de</strong>manda.<br />
“O projeto pedagógico do mestrado e o curso <strong>de</strong> especialização<br />
têm os mesmos fundamentos. O primeiro é<br />
mais conceitual e acadêmico e o segundo, mais objetivo,<br />
voltado especificamente para o setor ferroviário e com<br />
participação <strong>de</strong> profissionais externos ao IME e conhecimento<br />
específico na área ferroviária. Hoje, a maioria dos<br />
profissionais está no mercado e aqueles<br />
que não estão e fazem curso <strong>de</strong><br />
especialização, em geral, são absorvidos”,<br />
explica o professor do IME coronel<br />
Luiz Antonio Silveira Lopes. As<br />
aulas são ministradas no IME, no Rio<br />
<strong>de</strong> Janeiro, e a parte prática do curso<br />
<strong>de</strong> extensão, em um pátio da MRS, em<br />
Barra do Piraí.
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comportamento<br />
e atitu<strong>de</strong>
evento<br />
À espera das renovações<br />
Operadoras <strong>de</strong> carga ressaltam a importância da prorrogação antecipada das concessões<br />
Divulgação/ANTF<br />
No painel<br />
<strong>de</strong> abertura,<br />
o ministro<br />
Valter Casimiro<br />
falou sobre o<br />
papel do setor<br />
privado<br />
Arenovação antecipada dos contratos <strong>de</strong> concessão<br />
ferroviária <strong>de</strong>u tom ao VII Brasil nos Trilhos,<br />
organizado pela ANTF, no início <strong>de</strong> maio.<br />
Presentes no evento, executivos das operadoras<br />
<strong>de</strong> carga <strong>de</strong>ixaram claro: a prorrogação é <strong>de</strong>cisiva para<br />
<strong>de</strong>stravar investimentos e gerar mais segurança nos contratos<br />
<strong>de</strong> longo prazo com clientes. O encontro, que reuniu<br />
representantes do governo fe<strong>de</strong>ral, clientes e empresas<br />
fornecedoras, também trouxe para o <strong>de</strong>bate outros temas,<br />
como o exemplo bem-sucedido da <strong>de</strong>sregulação nos EUA<br />
e as perspectivas do governo para o setor.<br />
O diretor-executivo da ANTF, Fernando Paes, foi enfático<br />
ao afirmar que <strong>2018</strong> po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado um ano<br />
histórico para as ferrovias <strong>de</strong> carga, ressaltando que até R$<br />
25 bilhões em investimentos po<strong>de</strong>rão ser injetados no setor<br />
nos próximos 30 anos, caso a renovação dos contratos<br />
seja assinada. Paes evi<strong>de</strong>nciou também os ganhos obtidos<br />
em 21 anos <strong>de</strong> privatização das ferrovias <strong>de</strong> carga. “Foi<br />
um processo que <strong>de</strong>u certo”, disse.<br />
O Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter<br />
Casimiro Silveira, reforçou a importância da parceria<br />
entre os setores público e privado. “O salto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a<br />
expansão da malha e a mo<strong>de</strong>rnização da estrutura ferroviária<br />
só ocorrerão com parcerias sólidas com o setor privado.<br />
É impossível <strong>de</strong>senvolver a infraestrutura que este país precisa<br />
somente com recurso público”, disse Casimiro.<br />
Embora reconheça a complexida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> renovação<br />
das concessões, o secretário <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong><br />
projetos da Secretaria <strong>de</strong> Programas <strong>de</strong> Parcerias <strong>de</strong> Investimentos<br />
(SPPI), Tarcísio Freitas, disse estar confiante.<br />
“As prorrogações não estão ameaçadas. Vamos trabalhar<br />
para que saiam esse ano”, enfatizou Freitas, cobrando<br />
mais participação do setor privado: “Os setores produtivos<br />
têm que li<strong>de</strong>rar, mover as estruturas do país. Dizer “nós<br />
queremos isso agora, não daqui a nove anos”.<br />
In<strong>de</strong>finição<br />
A falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição clara sobre o futuro dos contratos<br />
<strong>de</strong> concessão já impactam o cotidiano das operadoras. O<br />
presi<strong>de</strong>nte da VLI, Marcelo Spinelli, afirmou que ainda<br />
não conseguiu assinar um contrato <strong>de</strong> R$ 500 milhões<br />
com um cliente por conta <strong>de</strong>ssa incerteza. “É uma <strong>de</strong>cisão<br />
<strong>de</strong> risco não renovar as concessões agora. A última coisa<br />
que queremos ver é um apagão <strong>de</strong> infraestrutura daqui a<br />
dois ou três anos”, reforçou.<br />
Clientes <strong>de</strong> ferrovias também tiveram voz no evento. O<br />
diretor <strong>de</strong> Logística e Suprimentos da Fibra, Wellington<br />
Giacomin, alegou que a incerteza quanto à futura capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> escoamento da produção dificulta a tomada <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão e análise <strong>de</strong> custos. Giacomin relatou que a <strong>de</strong>finição<br />
da logística <strong>de</strong> transporte para a chegada da carga<br />
ao Porto <strong>de</strong> Santos foi o maior <strong>de</strong>safio durante o processo<br />
recente <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> uma fábrica da empresa no Mato<br />
Grosso do Sul.<br />
54<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong>
Benefícios<br />
Estudo da Fundação Getulio Vargas,<br />
em parceria com o Instituto <strong>de</strong><br />
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),<br />
apresentado pelo economista Fabiano<br />
Pompermayer, diretor <strong>de</strong> Estudos e<br />
Políticas Setoriais <strong>de</strong> Inovação e Infraestrutura<br />
do Ipea, mostrou as vantagens<br />
<strong>de</strong> uma eventual renovação antecipada das concessões<br />
ferroviárias. São R$ 12 bilhões previstos nos próximos <strong>de</strong>z<br />
anos, caso a prorrogação se concretize. O efeito dos aportes<br />
na economia do país seria <strong>de</strong> R$ 42 bilhões.<br />
“A prorrogação antecipada permite a atualização dos<br />
contratos pelas melhores práticas regulatórias. É a melhor<br />
opção. A cada ano que a gente adia essa <strong>de</strong>cisão é um ano a<br />
menos <strong>de</strong> captura dos benefícios”, mencionou.<br />
O levantamento prevê a migração (das rodovias para as<br />
ferrovias) <strong>de</strong> 40 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> cargas por ano, caso<br />
os investimentos previstos sejam aplicados pelas operadoras.<br />
Isso po<strong>de</strong> gerar uma redução nos custos <strong>de</strong> transporte em torno<br />
<strong>de</strong> 30%, diz o estudo. Sem a antecipação das concessões<br />
e as consequentes a<strong>de</strong>quações na capacida<strong>de</strong> das vias, a tendência<br />
é que o frete aumente em 12% nos próximos anos.<br />
“O salto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a<br />
expansão da malha e a<br />
mo<strong>de</strong>rnização da estrutura<br />
ferroviária só ocorrerão<br />
com parcerias sólidas com<br />
o setor privado.”<br />
Valter Casimiro, Ministro dos<br />
Transportes, Portos e Aviação Civil<br />
Exemplo americano<br />
O ex-conselheiro do Surface Transportation<br />
Board (STB), Raymond<br />
Atkins, falou sobre o <strong>de</strong>creto Staggers<br />
Act, assinado na década <strong>de</strong> 1980, que<br />
“racionalizou” a regulamentação das<br />
ferrovias, concentrando-a em dois órgãos<br />
fe<strong>de</strong>rais. Por meio do <strong>de</strong>creto, o<br />
governo conce<strong>de</strong>u incentivos tributários para a construção<br />
<strong>de</strong> pequenas linhas e <strong>de</strong>u liberda<strong>de</strong> aos proprietários para<br />
fixar a cobrança <strong>de</strong> tarifas e assinar contratos.<br />
Os resultados, segundo Atkins, vieram na forma <strong>de</strong> aumento<br />
da produtivida<strong>de</strong> e do volume <strong>de</strong> carga transportada<br />
e redução das tarifas para usuários. Hoje, o país é todo interligado<br />
por estradas <strong>de</strong> ferro. São 230 mil quilômetros, sete<br />
linhas principais e 603 pequenas linhas que se conectam<br />
aten<strong>de</strong>ndo a todo o território norte-americano.<br />
A viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo no Brasil foi contestada pela<br />
advogada do escritório Manesco, Tatiana Cymbalista. A especialista<br />
disse que replicar o formato norte-americano no<br />
Brasil é complexo sob o ponto <strong>de</strong> vista jurídico. “As ferrovias<br />
brasileiras são bens estatais e a exploração supõe a prestação<br />
<strong>de</strong> um serviço público sujeito à concessão” <strong>de</strong>stacou.<br />
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via para aumentar a<br />
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Em vinte anos <strong>de</strong> concessão, as ferrovias não só<br />
aumentaram o volume <strong>de</strong> carga transportada<br />
como também passaram a ter uma operação<br />
mais segura. Dados da ANTT e ANTF confirmam<br />
que houve, entre 2006 e 2016, uma redução <strong>de</strong><br />
50,9% nos índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes nas vias. Gran<strong>de</strong> parte<br />
dos aci<strong>de</strong>ntes que ocorre hoje, segundo as entida<strong>de</strong>s, é<br />
causada por interferência <strong>de</strong> terceiros. Um dos motivos<br />
que contribuiu para essa evolução foi o investimento das<br />
operadoras em tecnologia <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> via. As<br />
empresas têm lançado mão <strong>de</strong> soluções diversas para garantir<br />
a segurança da movimentação. O cardápio vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
pesquisas sobre o uso <strong>de</strong> satélites e abalos sísmicos<br />
até a instalação <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectores <strong>de</strong> última geração para a<br />
verificação <strong>de</strong> avarias nos trilhos.<br />
Pelos quase 1.700 km <strong>de</strong> sua malha ferroviária, a<br />
MRS aplica uma vasta gama <strong>de</strong> procedimentos e tecnologias<br />
para garantir a segurança da operação. O <strong>de</strong>staque<br />
é o investimento naquilo que não está a olhos<br />
vistos. “Temos como prática a busca incessante da<br />
antecipação <strong>de</strong> possíveis problemas em nossa malha<br />
ferroviária. Desta forma, investimos em equipamentos<br />
e expertise para monitorar não só o que acontece nos<br />
trilhos, mas sobretudo, conhecer o que acontece nas<br />
proximida<strong>de</strong>s e no subsolo”, explica Anelize Salzani,<br />
gerente geral <strong>de</strong> Infraestrutura.<br />
Dentre os equipamentos utilizados pela MRS está o <strong>de</strong>tector<br />
<strong>de</strong> queda <strong>de</strong> barreiras. O dispositivo tem a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> indicar qualquer queda <strong>de</strong> material em cortes e encostas.<br />
Instalado em regiões <strong>de</strong> risco, tem sensores específicos que,<br />
quando acionados, enviam um aviso via radiofrequência<br />
alertando o maquinista que realiza um trajeto próximo para<br />
que pare a composição, evitando aci<strong>de</strong>ntes graves.<br />
Outro procedimento é a instrumentação. Com tecnologia<br />
inédita, a operadora <strong>de</strong>senvolveu um conjunto <strong>de</strong><br />
sensores e softwares aplicados para diversos fins, como a<br />
inspeção das condições físicas da via, dinâmica dos trens<br />
e da via. A aplicação se dá, sobretudo, em pontes. “Temos<br />
apresentado este procedimento em diversos congressos<br />
internacionais. Com ele, realizamos várias simulações dos<br />
56<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />
trens, saindo da velocida<strong>de</strong> zero até a velocida<strong>de</strong> máxima<br />
do trecho e, assim, enten<strong>de</strong>mos as interferências que<br />
causam <strong>de</strong>feitos nos trens e nas vias e, com isso, po<strong>de</strong>mos<br />
direcionar ações mais eficazes. Enten<strong>de</strong>ndo a fundo<br />
a característica do tráfego, po<strong>de</strong>mos, <strong>de</strong> antemão, planejar<br />
toda uma política <strong>de</strong> manutenção”, explica Anelize.<br />
Projetos em estudo<br />
A MRS conta com alguns projetos em <strong>de</strong>senvolvimento<br />
para incrementar ainda mais as condições <strong>de</strong> segurança<br />
dos cerca <strong>de</strong> 200 trens que circulam diariamente por sua<br />
malha nos estados do Rio <strong>de</strong> Janeiro, São Paulo e Minas<br />
Gerais. Está em andamento um projeto <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong><br />
barreiras dinâmicas, apontadas como um eficaz sistema<br />
<strong>de</strong> proteção contra a queda <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões.<br />
“Esperamos minimizar os custos em contenção <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s talu<strong>de</strong>s. O piloto será implementado ainda neste<br />
ano e, sendo bem-sucedido, será largamente utilizado”,<br />
ressalta a gerente.<br />
Os investimentos da operadora também estão direcio-
nados para dois sistemas, que estão no radar e aguardam<br />
o momento certo <strong>de</strong> ser colocados em prática. Um <strong>de</strong>les<br />
é o monitoramento via satélite, que terá a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
processar imagens das condições geológicas do entorno<br />
do sistema ferroviário <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um período pré-<strong>de</strong>terminado.<br />
O maior entrave para sua utilização é a dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> processar os dados em um tempo hábil. No momento,<br />
o custo-benefício ainda não é favorável.<br />
Outra iniciativa que a MRS observa com atenção é<br />
a implantação da tecnologia <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> abalo sísmico.<br />
Apesar <strong>de</strong> o Brasil não sofrer com terremotos, as<br />
movimentações das placas tectônicas em países vizinhos<br />
po<strong>de</strong>m causar algum efeito por aqui e afetar trechos <strong>de</strong><br />
ferrovias construídos sobre aterros. Por isso, este monitoramento<br />
é interessante, afirma Anelize. Um projeto-piloto<br />
instalado em um trecho da ferrovia no estado <strong>de</strong> São Paulo<br />
já foi testado. O sistema consiste em sensores <strong>de</strong> fibra ótica<br />
capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar, em tempo real, qualquer modificação<br />
geológica que afete um trecho <strong>de</strong> ferrovia construído<br />
sobre um aterro. Com isso, a interrupção <strong>de</strong> operação em<br />
um ponto crítico seria or<strong>de</strong>nada quase que imediatamente.<br />
A preocupação com as condições naturais das ferrovias<br />
e a busca por diminuir os erros operacionais são <strong>de</strong>monstradas<br />
nos números. Dos 107 aci<strong>de</strong>ntes ocorridos com os<br />
trens da MRS em 2017, 103 aconteceram por casos fortuitos<br />
ou <strong>de</strong> força maior. Apenas um se <strong>de</strong>u por falha humana<br />
Divulgação/Rumo<br />
e três por problemas na vias permanentes. “Temos a convicção<br />
<strong>de</strong> que estamos <strong>de</strong>ntro dos melhores patamares <strong>de</strong><br />
operação no cenário mundial”, comemora a gerente.<br />
Já a Rumo tem como principal tecnologia o aparelho<br />
<strong>de</strong> DTQ (Detector <strong>de</strong> Trilho Quebrado), que vem sendo<br />
utilizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017. O método consiste na instalação do<br />
aparelho em meio a um trecho <strong>de</strong> 8 km, formando dois circuitos<br />
elétricos paralelos e extremamente sensíveis. Após<br />
a passagem do trem pelo trecho medido, todo o processo<br />
fica disponível em um gráfico que <strong>de</strong>tecta se o trilho voltou<br />
ao normal. Ao ser constatado algum problema, um sinal é<br />
enviado para o CCO da operadora, que bloqueia o trecho e<br />
manda uma equipe <strong>de</strong> via provi<strong>de</strong>nciar o conserto.<br />
O processo foi inteiramente <strong>de</strong>senvolvido pelo setor <strong>de</strong><br />
inovação da companhia. “Procuramos otimizar a nossa<br />
operação. Para isso, tornou-se fundamental i<strong>de</strong>ntificar as<br />
fraturas <strong>de</strong> trilhos, que era uma das principais causas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scarrilamento <strong>de</strong> trens. As quebras nem sempre são evi<strong>de</strong>ntes<br />
e a inspeção ultrassônica feita para i<strong>de</strong>ntificar esse<br />
processo é lento. Nossa equipe apostou em um sistema<br />
capaz <strong>de</strong> substituir o circuito <strong>de</strong> via, com vantagens técnicas<br />
e <strong>de</strong> custo muito mais baixo”, explica Yugo Nomura,<br />
gerente <strong>de</strong> TI na área <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Automação.<br />
As vantagens <strong>de</strong>ste novo processo não ficam apenas<br />
no custo, mas, sobretudo na<br />
“Temos como prática<br />
a busca incessante<br />
da antecipação <strong>de</strong><br />
possíveis problemas<br />
em nossa malha<br />
ferroviária.”<br />
viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong><br />
resultados mais rápidos. De<br />
acordo com Nomura, o monitoramento<br />
24 horas pelo<br />
chamado circuito <strong>de</strong> via, que<br />
serve para i<strong>de</strong>ntificar o posicionamento<br />
dos trens e <strong>de</strong>tectar<br />
rupturas, possui custo<br />
elevado e era praticamente Anelize Salzani, MRS<br />
inviável para os trajetos <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> extensão. O gerente <strong>de</strong>staca que existem tecnologias<br />
no mercado internacional com propostas semelhantes<br />
ao DTQ, mas com custo <strong>de</strong> aquisição muito mais alto.<br />
De acordo com dados da ANTT, a concessionária teve<br />
54 ocorrências em 2017 motivadas por conta <strong>de</strong> problemas<br />
nas vias permanentes. Segundo Nomura, a tendência<br />
é que estes números sejam reduzidos já a partir <strong>de</strong> <strong>2018</strong>.<br />
“O DTQ já apresenta resultados qualitativos, alertando casos<br />
<strong>de</strong> insegurança que ajudam a evitar aci<strong>de</strong>ntes. E nossa<br />
observação em campo é permanente. Temos profissionais<br />
extremamente capacitados em consonância com o bom<br />
uso da tecnologia”, assegura.<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 57
eportagem<br />
Divulgação/Valec<br />
Máquinas<br />
voadoras<br />
nos trilhos<br />
Amplamente usados no ramo do agronegócio, os drones começam,<br />
<strong>de</strong> forma tímida, a ser utilizados no setor ferroviário. Aos<br />
poucos, as empresas <strong>de</strong> carga incluem a tecnologia para uma<br />
gama <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong>s. As máquinas voadoras já se fazem presentes<br />
para prevenir invasões <strong>de</strong> ferrovias, auxiliar no projeto <strong>de</strong><br />
obras e antecipar problemas geológicos que possam impedir o<br />
tráfego <strong>de</strong> trens. Mas ainda há um mar <strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>s a se<br />
explorar. “Ainda estamos muito atrás <strong>de</strong> países europeus e dos<br />
Estados Unidos. Há uma <strong>de</strong>fi ciência muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos<br />
para a área ferroviária. Mas estamos buscando soluções,<br />
já que o drone é um equipamento ágil e <strong>de</strong> baixo custo”, explica<br />
Bruno Nogueira da Costa, gerente <strong>de</strong> Arqueologia da Valec.<br />
A Valec começou a utilizar drones em outubro <strong>de</strong> 2016 para<br />
fazer, primordialmente, o monitoramento e controle da faixa <strong>de</strong><br />
domínio, sobretudo para prevenir a questão <strong>de</strong> invasões <strong>de</strong> terrenos<br />
no entorno da ferrovia Norte-Sul, no trecho que ainda não<br />
foi licitado pelo governo fe<strong>de</strong>ral, que vai <strong>de</strong> Porto Nacional (TO) a<br />
Estrela D’Oeste (SP). A Valec conta com quatro drones para fazer<br />
esse trabalho. Em sua ativida<strong>de</strong>-fi m, as máquinas conseguiram<br />
um nível <strong>de</strong> efi cácia inédito para a operadora.<br />
“Conseguimos reduzir drasticamente a questão das invasões<br />
<strong>de</strong> terra. I<strong>de</strong>ntifi camos rapidamente o problema e tomamos a<br />
<strong>de</strong>cisão cabível em relação ao invasor com mais rapi<strong>de</strong>z. Esta<br />
precisão nos fez sermos cada vez mais requisitados pelo setor<br />
<strong>de</strong> obras e operações da Valec, para fazer diversos registros e<br />
auxiliar na resolução <strong>de</strong> problemas estruturais”, explica o gerente.<br />
A empresa também se vale do monitoramento por satélite. Porém,<br />
os voos <strong>de</strong> drones, que, cada, têm uma autonomia <strong>de</strong> 120<br />
km <strong>de</strong> cobertura diária, dão um nível maior <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe para a análise<br />
dos terrenos. A imagem do drone tem um nível <strong>de</strong> precisão<br />
100 vezes maior do que a colhida pelo satélite. E o custo é bem<br />
convidativo: R$ 250 por quilômetro voado. “O custo é fantástico<br />
comparado com o benefício e a niti<strong>de</strong>z das imagens que conseguimos”,<br />
assegura Costa.<br />
Em todo o sistema <strong>de</strong> monitoramento trabalham 17 funcionários,<br />
58<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong><br />
das mais diversas qualifi cações: engenheiros civis e fl orestais, topógrafos,<br />
geógrafos, técnicos em edifi cações, motoristas e auxiliares.<br />
Em pouco mais <strong>de</strong> um ano e meio, foram realizados mais <strong>de</strong> três<br />
mil voos, percorridos mais <strong>de</strong> 30 mil km e obtidas 500 mil fotos.<br />
Inspeção geológica<br />
Outra operadora que, aos poucos, vai começando a utilizar os<br />
drones é a MRS. A principal ativida<strong>de</strong> que envolve as máquinas<br />
voadoras é a inspeção em pontes e talu<strong>de</strong>s. “Estamos usando os<br />
drones para inspeção nas estruturas das nossas pontes e viadutos,<br />
sobretudo em partes on<strong>de</strong> o acesso humano é complicado,<br />
para nos trazer imagens mais aproximadas e que nos permitam<br />
ver quaisquer falhas. Dessa forma, conseguimos nos antecipar<br />
em relação à manutenção”, relata Anelize Salzani, gerente geral<br />
<strong>de</strong> Infraestrutura da operadora.<br />
Anelize <strong>de</strong>staca que a efi cácia do sistema ainda não é total, já<br />
que, em muitos casos, pelas condições climáticas, os voos ten<strong>de</strong>m<br />
a se tornar instáveis ou as imagens não possuem um nível<br />
aceitável <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe. Quando isso ocorre, a presença do inspetor<br />
para uma verifi cação in loco torna-se fundamental.<br />
A MRS também está se valendo <strong>de</strong> drones para inspeção geológica,<br />
investigando os blocos <strong>de</strong> pedra que fi cam no entorno <strong>de</strong><br />
seus trilhos. Qualquer talu<strong>de</strong> que pareça suspeito é totalmente<br />
fotografado e estudado por meio das máquinas, possibilitando um<br />
diagnóstico mais célere. “É mais rápido e seguro do que colocarmos<br />
os técnicos em cordas e nos dá um ótimo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe”,<br />
assegura a gerente, que ainda <strong>de</strong>staca o uso dos drones para o<br />
acompanhamento e mapeamento <strong>de</strong> obras.<br />
Na opinião da gerente da MRS, o drone chegou para fi car,<br />
<strong>de</strong>stacando seu baixo custo (estimado em um terço do que seria<br />
gasto com uma inspeção por helicóptero) e acessibilida<strong>de</strong>. “Nós<br />
mesmos po<strong>de</strong>mos operar. Mas não po<strong>de</strong> ser usado para tudo e<br />
está longe <strong>de</strong> ser a única solução <strong>de</strong> monitoramento. Ele tem limitações<br />
<strong>de</strong> autonomia <strong>de</strong> voo e ainda é bastante suscetível aos<br />
aspectos climáticos”, analisa.
ENGENHARIA COM ÉTICA E RESPONSABILIDADE<br />
Construtora <strong>de</strong><br />
Infraestrutura para Sistema Metroferroviário<br />
e Superestrutura <strong>de</strong> Via Permanente<br />
Esses são alguns dos exemplos das<br />
milhares <strong>de</strong> obras ferroviárias que fazem da<br />
Pelicano Construções uma referência em construção no Brasil.<br />
Mais <strong>de</strong> 150 km <strong>de</strong> Superestrutura e Infraestrutura <strong>Ferroviária</strong> na duplicação da EFC;<br />
Mais <strong>de</strong> 380 km <strong>de</strong> Via Totalmente Renovada, com troca completa <strong>de</strong> lastro, trilhos e<br />
dormentes na EFC;<br />
Manutenção <strong>de</strong> Infra e Superestrutura nas principais ferrovias do Brasil: EFVM, EFC,<br />
VLI/FCA, MRS, Rumo, FNS, Transnor<strong>de</strong>stina;<br />
Obras <strong>de</strong> Infra e Superestrutura no Terminal <strong>de</strong> Grãos do Maranhão (TEGRAM), da VLI;<br />
Construção e prolongamento <strong>de</strong> 24 pátios <strong>de</strong> cruzamento no sistema Minas - São Paulo – Bahia da VLI/FCA;<br />
Construção e implantação total do Pátio <strong>de</strong> Anápolis (GO), que conecta a Ferrovia Norte-Sul a malha da VLI/FCA;<br />
Empresa não operadora com o maior número <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte para correção geométrica<br />
do Brasil - 18 máquinas <strong>de</strong> correção geométrica (socadoras/niveladoras/alinhadoras e reguladoras <strong>de</strong> lastro).<br />
Implantação do Pátio Ferroviário<br />
<strong>de</strong> Anápolis - FNS<br />
Duplicação Completa E. F.Carajás<br />
150 KM<br />
Construção do Novo Pátio Ferroviário<br />
(TFPM/EFC)<br />
Av. Talma Rodrigues Ribeiro, 6897 - Civit II, Serra/ES<br />
+55 (27) 3298-5200 - diretoria@pelicano.eng.br www.pelicano.eng.br
estudo <strong>de</strong> mercado<br />
Quase 1,5 mil equipamentos<br />
No segmento <strong>de</strong> carga são 865 máquinas para a manutenção <strong>de</strong> vias; no <strong>de</strong> passageiros são 597<br />
Afrota total <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong><br />
via das operadoras <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> passageiros<br />
no Brasil é <strong>de</strong> 1.472 máquinas. Entre as ferrovias<br />
<strong>de</strong> carga, são 865 equipamentos. Já no<br />
segmento <strong>de</strong> passageiros, as operadoras contam com 597<br />
máquinas. A Ferrovia Centro-Atlântica, operada pela VLI<br />
e com 7.220 quilômetros <strong>de</strong> extensão, é a que apresenta<br />
o maior número <strong>de</strong> equipamentos – são 265 no total. Em<br />
segundo lugar, vem a Rumo com a 166 máquinas, contabilizando<br />
todas as máquinas utilizadas nas malhas Sul,<br />
Paulista, Oeste e Norte.<br />
A Estrada <strong>de</strong> Ferro Carajás (EFC) conta hoje com 107<br />
equipamentos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via. Entre 2017 e este<br />
ano, a ferrovia incorporou à frota três reguladoras <strong>de</strong> lastro<br />
USP2005 Plasser, mo<strong>de</strong>lo 2016; três socadoras <strong>de</strong> linha 09<br />
3X DYN WS Plasser, <strong>de</strong> 2016; e um estabilizador dinâmico<br />
62N, também da Plasser, fabricado em 2015. Máquinas<br />
mais antigas foram retiradas <strong>de</strong> circulação pela operadora<br />
entre 2017/<strong>2018</strong>, sendo duas reguladoras <strong>de</strong> lastro PBR202<br />
Plasser, <strong>de</strong> 1984; e três reguladoras PBR202-R, <strong>de</strong> 1985.<br />
A Estrada <strong>de</strong> Ferro Vitoria a Minas (EFVM) opera com<br />
80 equipamentos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via, três a menos que<br />
no ano passado. A empresa aposentou um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> 1987<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sguarnecedora Plasser e substituiu três esmerilhadoras<br />
italianas Speno, também fabricadas na década <strong>de</strong> 1980, por<br />
uma da marca americana Loram, fabricada em 2017.<br />
Entre 2017/<strong>2018</strong>, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) adquiriu<br />
três novos equipamentos: um cravador <strong>de</strong> estacas da<br />
finlan<strong>de</strong>sa Movax; um escarificador <strong>de</strong> lastro adquirido com<br />
a norte-americana John Deere, que recebeu adaptação nacional<br />
da Super Metal; e um carro controle F-350 da Nomadlog.<br />
A operadora corrigiu o número da frota <strong>de</strong> vagonetes <strong>de</strong> material<br />
Geovia/Araguari 600: são 83 vagonetes, e não 75 como<br />
informado no estudo <strong>de</strong> mercado divulgado no ano passado.<br />
Houve correções também na frota <strong>de</strong> autos <strong>de</strong> linha CMB,<br />
que passou <strong>de</strong> 10 para 12, e <strong>de</strong> escava<strong>de</strong>iras 323D da Caterpillar,<br />
<strong>de</strong> seis para sete máquinas em operação.<br />
Outros equipamentos estão inativos: um carro controle<br />
Solid Track <strong>de</strong> 2010, uma socadora <strong>de</strong> linha mo<strong>de</strong>lo 08-16/<br />
SNA e as duas reguladoras <strong>de</strong> lastro PBR-102. Segundo a<br />
VLI, estes equipamentos po<strong>de</strong>m ser reabilitados e voltarem<br />
à frota futuramente.<br />
60<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />
Fotos: Divulgação<br />
Fotos: Divulgação<br />
Socadora fabricada pela Plasser é um dos equipamentos da frota da MRS<br />
A Ferrovia Norte-Sul teve apenas um acréscimo, entre<br />
2017 e este ano, <strong>de</strong> um caminhão rodoferroviário ATEGO<br />
2425. Mesma situação da MRS, que acrescentou um caminhão<br />
rodoviário 17-190 à frota e conta hoje com 132<br />
equipamentos utilizados para manutenção da via.<br />
A Ferroeste <strong>de</strong>volveu à Rumo duas socadoras Plasser que<br />
estavam alugadas até o ano passado. A Ferrovia Transnor<strong>de</strong>stina<br />
Logística (FTL) acrescentou à frota <strong>de</strong>z autos <strong>de</strong> linha.<br />
Já a TLSA, Estrada <strong>de</strong> Ferro Juruti e Ferrovia Tereza Cristina<br />
não apresentaram acréscimo à frota entre 2017 e este ano.<br />
Operadoras <strong>de</strong> passageiros<br />
O Metrô <strong>de</strong> São Paulo tem hoje 163 equipamentos<br />
<strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via. Entre o ano passado e este ano,<br />
a empresa incorporou à frota dois autos <strong>de</strong> linha fabricados<br />
pela Empretec, e um veículo <strong>de</strong> inspeção ultrassônica<br />
VW Mistras. Já a ViaQuatro saltou <strong>de</strong> 64 equipamentos<br />
listados na frota do ano passado para 87 este ano. Os equipamentos<br />
adquiridos, fabricados entre 2016 e 2017, foram<br />
um trolley da Geismar, para medição <strong>de</strong> geometria; sete<br />
pórticos da Shimizu, para movimentação <strong>de</strong> trilhos; uma<br />
perfuratriz <strong>de</strong> concreto da Hilti; uma fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trilhos<br />
da Geismar; um gerador portátil a diesel da Toyama; e uma<br />
estação total topográfica da Sokkia.<br />
Além disso, alguns números foram corrigidos pela empresa.<br />
Houve a inclusão <strong>de</strong> mais dois equipamentos <strong>de</strong><br />
solda aluminotérmica da Railtech e <strong>de</strong> uma rebarbadora<br />
hidráulica da Geismar, e a exclusão <strong>de</strong> um equipamento <strong>de</strong>
A SuperVia conta com duas retroescava<strong>de</strong>iras ferroviárias<br />
fabricadas pela Caterpillar<br />
nível ótico da Sokkia. A frota <strong>de</strong> equipamentos da Robel<br />
também foi revista. A ViaQuatro conta com duas sapatas<br />
para tração <strong>de</strong> trilhos, e não uma como informado no ano<br />
passado; são dois aproximadores <strong>de</strong> trilhos; duas esmerilhadoras;<br />
e sete sistemas <strong>de</strong> iluminação.<br />
A CBTU Recife conta hoje com dois equipamentos a mais<br />
na listagem, um caminhão <strong>de</strong> linha e um carro torre, ambos<br />
fabricados pela Via Permanente em 2010. A variação, porém,<br />
também não é real, uma vez que segundo a própria CBTU<br />
esses equipamentos já faziam parte da frota em 2017. No<br />
Metrô <strong>de</strong> Salvador, mesma situação. o equipamento incluído<br />
este ano, uma rebarbadora <strong>de</strong> solda da Matweld, já existia<br />
ano passado, embora não tenha sido contabilizado. CPTM,<br />
Supervia, MetrôRio, Trensurb, Metrofor e as CBTUs <strong>de</strong> Belo<br />
Horizonte, João Pessoa, Maceió e Natal mantiveram a mesma<br />
frota do ano passado. O Metrô DF não tem frota própria<br />
<strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via.<br />
No levantamento <strong>de</strong>ste ano, a RF acrescentou à frota os<br />
equipamentos utilizados pelo VLT da Baixada Santista. O<br />
sistema <strong>de</strong> Santos conta hoje com sete equipamentos, todos<br />
fabricados pela brasileira Empretec em 2017. O VLT<br />
Carioca não forneceu as informações a tempo para o fechamento<br />
da edição.<br />
Equipamentos <strong>de</strong> Manutenção <strong>de</strong> Via - Carga<br />
Equipamento<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Vagão <strong>de</strong> Rejeito MFS 60 B Plasser & Theurer 2013 Áustria 4<br />
Socadora 07 16-S4 Plasser & Theurer 1983 Áustria 4<br />
Socadora 08 16-SNA Plasser & Theurer 1991 Áustria 1<br />
Socadora 09 16-CAT Plasser & Theurer 2013 Áustria 4<br />
Roça<strong>de</strong>ira PBR-102 Plasser & Theurer 1983 Áustria 2<br />
Roça<strong>de</strong>ira PBR-400 Plasser & Theurer 1983 Áustria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR202 Plasser & Theurer 1983 Áustria 4<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR400 Plasser & Theurer 1989 Áustria 3<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR400 Plasser & Theurer 2013 Áustria 4<br />
Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilho BR BS 16 Plasser & Theurer 1977 Áustria 1<br />
Desguarnecedora RM-74 Plasser & Theurer 2013 Áustria 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL<br />
CIA Mecanica<br />
Brasileira<br />
1992 Brasil 2<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL Geismar 1975 França 5<br />
Capina Mecânica GKF Não informado 2017 Não informado 1<br />
Capina Mecânica GKF Não informado 1975 Não informado 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL Robel 1975 Alemanha 5<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL<br />
UTV-20<br />
CIA Mecanica<br />
Brasileira<br />
1981 Brasil 4<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL 1050 Geovia 1984 Brasil 5<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha<br />
ACLVMT-721-2<br />
Geismar 1983 França 4<br />
Carro controle EM-40 Plasser & Theurer 1983 Áustria 2<br />
Auto <strong>de</strong> linha ACL Matisa 1988 Suíça 3<br />
Auto <strong>de</strong> linha ACL 1030 Geovia 1988 Brasil 17<br />
Auto <strong>de</strong> linha ACL SÉRIE 600 Araguari 1983 Brasil 30<br />
Auto <strong>de</strong> linha ACL ASG Geovia 1975 Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha ACL Wickann 1975<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Auto <strong>de</strong> linha ACL UTL<br />
CIA Mecanica<br />
Brasileira<br />
1990 Brasil 5<br />
Auto <strong>de</strong> linha ALC ALL ALL 2009 Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha ACL Geovia 1980 Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha e Caminhão <strong>de</strong><br />
Linha ACL C-20<br />
Chevrolet 1987 Brasil 1<br />
Rumo<br />
Quant. Equipamento Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Quant.<br />
Auto <strong>de</strong> linha ACL SÉRIE 600 Araguari 1986 Brasil 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha CARGO 1723 Ford 2015 Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha e Caminhão <strong>de</strong><br />
Linha ACL C-20<br />
Fairmont 1971<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR-400 Plasser & Theurer Não informado Áustria 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha CARGO 1729 Ford Não informado Brasil 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha CARGO 1119 Ford Não informado Brasil 1<br />
Capina Mecânica GKF Não informado Não informado Não informado 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha CRE Robel 1980 Alemanha 2<br />
Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilho ETH Harsco 2010<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Ônibus <strong>de</strong> Linha OLV Via Permanente 2016 Brasil 2<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro RLP Plasser & Theurer 1980 Áustria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro RLP Plasser & Theurer 1970 Áustria 6<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro RLP Plasser & Theurer 2010 Áustria 2<br />
Socadora SAG GMAC 2010 China 1<br />
Socadora SAP Plasser & Theurer 1970 Áustria 2<br />
Socadora SAP Plasser & Theurer 2000 Áustria 2<br />
Socadora SAP Plasser & Theurer 2010 Áustria 3<br />
Carro Controle CCP Ford 2000 Brasil 1<br />
Guincho Burro GFK Não informado Não informado Não informado 1<br />
Trator Rodoferroviário CHG Pettibone<br />
Não<br />
informado<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Vagão <strong>de</strong> Rejeito VRP Plasser & Theurer 2010 Áustria 2<br />
Ro<strong>de</strong>iro Instrumentado NRC-CNRC 2010 Não informado 1<br />
Auto <strong>de</strong> Linha ACL Wickann 1980<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Auto <strong>de</strong> Linha ASI Matisa 1960 Suíça 1<br />
Carro Controle CCP Merce<strong>de</strong>s Andian Não informado Não informado 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha CLE Geismar 1980 França 3<br />
Carro <strong>de</strong> Via CLR Robel Não informado Alemanha 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha CLR Robel 1980 Alemanha 4<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL Via Permanente 2016 Brasil 2<br />
Total 166<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 61
estudo <strong>de</strong> mercado<br />
Equipamento<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Socadora <strong>de</strong> linha 07-32 Plasser & Theurer 1980 Austria 1<br />
Socadora <strong>de</strong> linha 09-16 CSM Plasser & Theurer 1984 Austria 4<br />
Socadora <strong>de</strong> linha 09-3X Plasser & Theurer 2009 Austria 1<br />
Estabilizador dinâmico<br />
DGS-90N<br />
Plasser & Theurer 2009 Austria 1<br />
Socadora <strong>de</strong> AMV 08-275 3S Plasser & Theurer 1994 Austria 1<br />
Socadora <strong>de</strong> AMV B45UE Matisa 2009 Austria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> lastro USP303 Plasser & Theurer 1984 Austria 4<br />
Reguladora <strong>de</strong> lastro SPZ 350 XFGE 2009 China 1<br />
Multi-funcional Unimat Junior MF Plasser & Theurer 1997/2003 Austria 5<br />
Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilhos<br />
RG415<br />
Loram 2017<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Esmerilhadora <strong>de</strong> AMV LRG Loram 2009<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Desguarnecedora à vácuo LRV Loram 2009<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Veículo <strong>de</strong> ultrassom<br />
rodoferroviário Innotech<br />
Starmans 2009<br />
Rep.<br />
Tcheca<br />
1<br />
Carro controle EM-80 Plasser & Theurer 2008 Austria 1<br />
Equipamento<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
Ultrassom RTI<br />
Rail Technology<br />
International<br />
2000 Australia 1<br />
Ultrassom DIO-2000 Empretec 2015<br />
República<br />
Tcheca<br />
1<br />
Auto <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> serviço Geovia 1986 Brasil 2<br />
Auto <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> inspeção Geovia 1986 Brasil 1<br />
Socadora <strong>de</strong> Linha mo<strong>de</strong>lo<br />
09-3X CAT<br />
Plasser & Theurer 2014 Áustria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 2014 Áustria 1<br />
Escava<strong>de</strong>ira 336D2L Caterpillar 2015 Brasil 2<br />
Escava<strong>de</strong>ira 323D Caterpillar 2011 Brasil 1<br />
Guindaste rodoferroviário<br />
KGT-4RS<br />
Geismar 2011 França 2<br />
Caminhão rodoviário AXOR2831 Merce<strong>de</strong>z Benz 2010 Brasil 2<br />
Estrada <strong>de</strong> Ferro Vitória a Minas (EFVM)<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Auto <strong>de</strong> Serviço AS Geovia 1983 Brasil 20<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha (Auto <strong>de</strong><br />
Serviço) TG80A<br />
Plasser & Theurer 2015 Áustria 6<br />
Escava<strong>de</strong>ira 336D2 Caterpillar 2010 EUA 4<br />
Trator <strong>de</strong> Esteira D9T Caterpillar 2006 EUA 4<br />
Multifunção GM13 Plasser & Theurer 2006 Áustria 1<br />
Pá Carrega<strong>de</strong>ira 924 Caterpillar 2012 EUA 1<br />
Guindaste Socorro Ferroviario KIROW Kirow 2017 Alemanha 1<br />
Desguarnecedora Total RM900B Plasser & Theurer 2009 Áustria 1<br />
Desguarnecedora Vacuo LRV 8/9 Loram 2009 EUA 1<br />
Módulo <strong>de</strong> Desguarnecimento<br />
MFS 60B<br />
Plasser & Theurer 2012 Áustria 5<br />
Módulo <strong>de</strong> Desguarnecimento WY130 XFGE 2009 China 12<br />
Renovadora <strong>de</strong> Linha P190 Matisa 2010 Suiça 1<br />
Auto <strong>de</strong> Inspeção AI Geovia 1986 Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> Inspeção IF7 Plasser & Theurer 2015 Áustria 1<br />
Auto <strong>de</strong> Inspeção IF10 Plasser & Theurer 2015 Áustria 1<br />
Carro Ultrassom DIO2000 Empretec/Innotech <strong>2018</strong> Brasil/EUA 1<br />
Carro Ultrassom 8000SX Empretec/RTI 2014 Brasil/EUA 2<br />
Carro Controle EM100 Plasser & Theurer 2012 Áustria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro SPZ 350 XFGE 2009 China 3<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro USP2005 Plasser & Theurer 2016 Áustria 3<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro USP303 Plasser & Theurer 1996 Áustria 1<br />
62<br />
Equipamento<br />
Fabricante<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Quant. Equipamento Fabricante<br />
Ferrovia Norte-Sul (FNS)<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Desguarnecedora <strong>de</strong> lastro RM900 Plasser & Theurer 2010 Austria 1<br />
Desguarnecedora <strong>de</strong> lastro<br />
RM-76-UHR<br />
Plasser & Theurer 1994 Austria 1<br />
Módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sguarnecimento WY-130 XFGE 2009 China 6<br />
Renovadora <strong>de</strong> linha P190 Matisa 2012 Austria 1<br />
Autos <strong>de</strong> linha AL<br />
Geovia / Robel /<br />
Plasser & Theurer<br />
1980 Austria 6<br />
Caminhões <strong>de</strong> linha OBW-8 Plasser & Theurer 1976-1983 Austria 26<br />
Guindaste ferroviário GF Burro Crane 1950<br />
Estados<br />
Unidos<br />
3<br />
Guindaste ferroviário GF Little Giant 2006<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Guindaste rodoferroviário KGT/V Geismar 1996 Itália 3<br />
Guindaste rodoferroviário KGT 3000 Geismar 2001 Itália 1<br />
Guindaste rodoferroviário KGS 3000 Geismar 1983 França 1<br />
Guindaste rodoferroviário J 882 La Falco 2004 Itália 1<br />
Guindaste rodoferroviário V704FC VaiaCar 2009 Itália 5<br />
Total 80<br />
Fonte: Vale<br />
Quant. Equipamento Fabricante<br />
Estrada <strong>de</strong> Ferro Carajás (EFC)<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Caminhão rodoviário AXOR2831 Merce<strong>de</strong>z Benz 2011 Brasil 1<br />
Caminhão rodoferroviário ATEGO2726 Merce<strong>de</strong>z Benz/O&M 2009 Brasil 2<br />
Caminhão rodoferroviário ATEGO 2425 Merce<strong>de</strong>z Benz/O&M 2009 Brasil 2<br />
Caminhão rodoferroviário Atego 2425 Merce<strong>de</strong>z Benz/O&M 2010 Brasil 1<br />
Caminhão rodoviário L1218 Merce<strong>de</strong>z Benz 2002 Brasil 1<br />
Caçamba rodoviária 1420 Merce<strong>de</strong>z Benz 2003 Brasil 1<br />
Caminhonete rodoferroviária F350 Ford 2010 Brasil 1<br />
Caminhonete rodoferroviária F350 Ford 2010 Brasil 1<br />
Vagonete <strong>de</strong> passageiro Supermetal 2011 Brasil 3<br />
Vagonete <strong>de</strong> material Geovia 1986 Brasil 3<br />
Vagonete <strong>de</strong> capina química Geovia 1986 Brasil 1<br />
Vagonete <strong>de</strong> solda Geovia 1986 Brasil 1<br />
Total 32<br />
Fonte: VLI<br />
Quant. Equipamento Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Quant.<br />
Quant.<br />
Quant.<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR202 Plasser & Theurer 1984 Áustria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP110 Robel/P&T 2006 Áustria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR500 Plasser & Theurer 2011 Áustria 3<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR202-R Plasser & Theurer 1985 Áustria 1<br />
Socadora <strong>de</strong> Linha 09 32 Plasser & Theurer 1996 Áustria 1<br />
Socadora <strong>de</strong> Linha 09-3X Plasser & Theurer 2006 Áustria 1<br />
Socadora <strong>de</strong> Linha 09 3X DYN Plasser & Theurer 2009 Áustria 3<br />
Socadora <strong>de</strong> Linha 09 3X DYN WS Plasser & Theurer 2016 Áustria 3<br />
Socadora <strong>de</strong> Linha 08-16 Plasser & Theurer 2017 Áustria 2<br />
Estabilizador Dinâmico 62N Plasser & Theurer 2015 Áustria 1<br />
Socadora <strong>de</strong> AMV 08-16 SH 3S Plasser & Theurer 2011 Áustria 1<br />
Socadora <strong>de</strong> AMV 09-475 4S Plasser & Theurer 2015 Áustria 1<br />
Socadora <strong>de</strong> AMV B45UE Matisa 2009 Suiça 1<br />
Esmerilhadora <strong>de</strong> AMV LRG 15/16 Loram 2009 EUA 1<br />
Trem Esmerilhador PGM96 Harsco 2008 EUA 1<br />
Guindaste Rodoferroviário<br />
KGT-4RS<br />
Geismar 2011 Itália 10<br />
Guindaste Rodoferroviário LA<br />
FALCO<br />
La Falco 1995 Itália 1<br />
Construtora <strong>de</strong> Linha NTC Harsco 2010 EUA 1<br />
Levantadora <strong>de</strong> Linha Track Lifter Harsco 2011 EUA 1<br />
Lançadora <strong>de</strong> Painéis Track Lifter Kirow 2015 Alemanha 1<br />
Total 107<br />
Fonte: Vale
Equipamento<br />
MRS Logística<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Auto <strong>de</strong> Linha Fairmont 1960-1970 - 4<br />
Auto <strong>de</strong> Linha - 1960-1970 - 3<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Plasser 1960-1970 - 11<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Geovia 1960-1970 - 6<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Robel 1960-1970 - 2<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
F-250<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
F-4000<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
F-2422<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
F-2422<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
F-350<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
F-350<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
9-150<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
17-180<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
17-180<br />
Ford 2000 - 3<br />
Ford<br />
2003-<br />
2005-2006 - 20<br />
Ford 2005 - 1<br />
Ford 2010 - 2<br />
Ford 2006 - 1<br />
Ford 2010/2011 - 6<br />
Volkswagen 2010/2011 - 8<br />
Volkswagen 2011 - 3<br />
Volkswagen 2011 - 1<br />
Caminhão Rodoviário 17-180 Volkswagen 2011 - 1<br />
Caminhão Rodoviário 17-180<br />
com oficina<br />
Volkswagen 2011 - 2<br />
Caminhão Rodoviário 17-190 Volkswagen 2014 - 1<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
26-220<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
L-1518<br />
Volkswagen 2011 - 3<br />
Merce<strong>de</strong>s - - 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Solda MWT Holland 2012<br />
Estados<br />
Unidos<br />
Escava<strong>de</strong>ira PC-200 Komatsu 2000 - 3<br />
Escava<strong>de</strong>ira PC-150 Komatsu 2002 - 3<br />
Escava<strong>de</strong>ira PC-160 Komatsu 2005 - 3<br />
Escava<strong>de</strong>ira PC-320 LC-7 Komatsu 2011 - 1<br />
Escava<strong>de</strong>ira ROBEX 320 LC-7 Hyundai 2011 - 1<br />
Escava<strong>de</strong>ira CAT 315-D Catterpillar 2011 - 3<br />
Escava<strong>de</strong>ira R140W-7 Hyundai 2011 - 1<br />
Pá Mecânica Catterpillar 1988 - 1<br />
Retroescava<strong>de</strong>ira CAT 416-E Catterpillar 2011 - 3<br />
Retroescava<strong>de</strong>ira 380 M - 2011 - 2<br />
Trator Komatsu - - 3<br />
Socadora Plasser 1979/1982 Áustria 7<br />
Socadora Plasser 2007 Áustria 1<br />
Socadora Plasser 2013 Áustria 2<br />
Socadora Plasser 1979/1982 Áustria 2<br />
Reguladora Plasser 1981 Áustria 6<br />
Reguladora Plasser 2007/2013 Áustria 4<br />
Desguarnecedora <strong>de</strong> Ombro<br />
<strong>de</strong> Lastro<br />
Loran 2006<br />
Esmerilhadora Loran 2012<br />
Tie gang Harsco 2012<br />
Desguarnece<strong>de</strong>ra a Vácuo<br />
Rail Vac<br />
Loran 2012<br />
Estados<br />
Unidos<br />
Estados<br />
Unidos<br />
Estados<br />
Unidos<br />
Estados<br />
Unidos<br />
Track Star Holland 2001 EUA 1<br />
Total 132<br />
Fonte: MRS<br />
Quant.<br />
2<br />
1<br />
1<br />
1<br />
1<br />
Equipamento<br />
Ferrovia Centro-Atlântica (FCA)<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Quant.<br />
Socadora <strong>de</strong> Linha mo<strong>de</strong>lo<br />
07-16/S4<br />
Plasser & Theurer 1982 Áustria 5<br />
Socadora <strong>de</strong> Linha mo<strong>de</strong>lo<br />
08-16/SNA<br />
Plasser & Theurer 1989 Áustria 3<br />
Socadora <strong>de</strong> Linha mo<strong>de</strong>lo<br />
09-16 CAT<br />
Plasser & Theurer 2014 Áustria 2<br />
Socadora <strong>de</strong> Linha mo<strong>de</strong>lo<br />
08-16 CAT<br />
Plasser & Theurer 2015 Áustria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR-202 Plasser & Theurer 1982 Áustria 4<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR-400 Plasser & Theurer 1989 Áustria 5<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP 203 F Plasser & Theurer 2014 Áustria 2<br />
Escava<strong>de</strong>ira 323D Caterpillar 2011 Brasil 7<br />
Escava<strong>de</strong>ira320D Caterpillar 2011 Brasil 3<br />
Mini escava<strong>de</strong>ira 302.5 D Caterpillar 2011 Brasil 2<br />
Pá Carrega<strong>de</strong>ira 924H Caterpillar 2011 Brasil 1<br />
Guindaste Rodoferroviário<br />
KGT-4RS<br />
Geismar 2011 França 2<br />
Guindaste Rodoferroviário<br />
KGT-4RS CM<br />
Geismar 2013 França 8<br />
Carro controle F-350 Nomadlog 2017 Brasil 1<br />
Carro controle PV6 Matisa 1969 Suíça 1<br />
Ultrassom DIO-2000 - F-350 Starmans 2010<br />
República<br />
Tcheca<br />
2<br />
Ultrassom GMC-14190 -<br />
SYS-300<br />
Rail Technology<br />
International<br />
2000 Austrália 1<br />
Ultrassom RTI<br />
Rail Technology<br />
International<br />
2000 Austrália 2<br />
Caminhão Atergo 2426 Merce<strong>de</strong>s Benz 2012 Brasil 10<br />
Esmerilhadora <strong>de</strong> trilhos Loran 2014 EUA 1<br />
Guindaste Burro Crane<br />
Mo<strong>de</strong>l 30<br />
Crane 1959 EUA 3<br />
Guindaste Burro Crane<br />
Mo<strong>de</strong>l 40<br />
Crane 1988 EUA 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha Geovia 1988 Brasil 25<br />
Auto <strong>de</strong> linha Araguari 600 RFFSA 1983 Brasil 48<br />
Auto <strong>de</strong> linha Araguari 300 RFFSA 1983 Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha CMB 1986 Brasil 12<br />
Auto <strong>de</strong> linha Plasser & Theurer 1986 Áustria 2<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Geovia 1985 Brasil 4<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha CMB 1986 Brasil 5<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Robel 1971 Alemanha 6<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Geismar - França 2<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Plasser & Theurer 1986 Áustria 1<br />
Vagonete <strong>de</strong> material<br />
Geovia/Araguari<br />
600<br />
1986 Brasil 83<br />
Manipuladora <strong>de</strong> dormentes<br />
130G<br />
Supermetal /<br />
John Deere<br />
2016<br />
Brasil /<br />
EUA<br />
3<br />
Substituidora <strong>de</strong> dormentes Kershaw 2016 EUA 2<br />
Escava<strong>de</strong>ira Jonh Deere 2016 EUA 2<br />
Equipamento Cravador <strong>de</strong><br />
estacas<br />
Movax 2016 Finlândia 1<br />
Equipamento Escarificador<br />
<strong>de</strong> Lastro<br />
Supermetal /<br />
John Deere<br />
2017<br />
Brasil /<br />
EUA<br />
1<br />
Total 265<br />
Fonte: VLI<br />
Equipamento<br />
Estrada <strong>de</strong> Ferro Juruti<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Quant.<br />
Muck ferroviario Empretec 2006 Brasil 1<br />
Vagonete CFC Empretec 2006 Brasil 1<br />
Vagão plataforma Usimec 2007 Brasil 4<br />
Vagão fechado FRC Usimec 2007 Brasil 1<br />
Vagão hopper HAD Usimec 2007 Brasil 1<br />
Total 8<br />
Fonte: Alcoa<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 63
estudo <strong>de</strong> mercado<br />
Equipamento<br />
Equipamento<br />
Ferrovia Transnor<strong>de</strong>stina Logística (FTL)<br />
Fabricante<br />
Ferrovia Tereza Cristina (FTC)<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Socadora alinhadora Plasser & Theurer 1984* Áustria 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha com munck - <strong>2018</strong> Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha - 2013 Brasil 21<br />
Caminhão <strong>de</strong> via - 1990* Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha rebocador Matisa 1980* Áustria 1<br />
Total 25<br />
*Passaram por reforma entre 2014 e 2015. Fonte: Transnor<strong>de</strong>stina<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Socadora <strong>de</strong> lastro Plasser 1977 Austria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> lastro Plasser 1977 Austria 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> via Plasser 1987 Austria 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha Araguari - Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha Diversos - Brasil 7<br />
Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> dormente Diversos - Diversos 7<br />
Tirefonadora Diversos - Diversos 8<br />
Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trilho Diversos - Diversos 6<br />
Policorte <strong>de</strong> trilho Diversos - Diversos 6<br />
Esmerilha<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trilho Diversos - Diversos 6<br />
Total 44<br />
Fonte: FTC<br />
Quant.<br />
Quant.<br />
Equipamento<br />
Equipamento<br />
Transnor<strong>de</strong>stina Logística S.A. (TLSA)<br />
Fabricante<br />
Estrada <strong>de</strong> Ferro Paraná Oeste (Ferroeste)<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Reguladora <strong>de</strong> lastro Knox<br />
KBR 925<br />
Kershaw 2007 - 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> lastro PBR<br />
400<br />
Plasser & Theurer 2010 - 2<br />
Socadora <strong>de</strong> linha 08-16<br />
SPLIT HEAD<br />
Plasser & Theurer 2010 - 3<br />
Pórtico hidráulico PTH 500 Geismar 2010 - 4<br />
Auto <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> manutenção<br />
AL<br />
Via Permanente 2015 - 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> inspeção<br />
VLT 1722<br />
Empretec 2006 - 1<br />
Caminhão rodoferroviário<br />
1519<br />
Empretec 2013 - 1<br />
Máquina <strong>de</strong> soldar elétrica<br />
Holland H650<br />
Holland 2010 - 1<br />
Total 14<br />
Fonte: Transnor<strong>de</strong>stina<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Equipamento móvel <strong>de</strong><br />
ultrassom mo<strong>de</strong>lo Rain Rover<br />
SIUI 2014 China 1<br />
Retroescava<strong>de</strong>ira Caterpillar 2010 Brasil 1<br />
Total 2<br />
Fonte: Ferroeste<br />
Quant.<br />
Quant.<br />
Equipamentos <strong>de</strong> Manutenção <strong>de</strong> Via - Passageiros<br />
Equipamento<br />
Pick-up - Terra-via O&M 2007/2009 Brasil 7<br />
Ccaminhão Terra-via<br />
Geovia /<br />
Empretec / O&M<br />
2007/2009 Brasil 15<br />
Trator <strong>de</strong> manobra<br />
Trackmobile /<br />
Tectran / Avibrás<br />
1976/1977<br />
1988/1996<br />
2001/2006<br />
Estados<br />
Unidos<br />
17<br />
/2011<br />
Gôndola pipa<br />
Cobrasma /<br />
Empretec<br />
1979/2011 Brasil 2<br />
Gõndola prancha<br />
Cobrasma / FNV /<br />
Empretec<br />
1975/1980<br />
/2011<br />
Brasil 10<br />
Trem esmerilhador Speno / Schalke<br />
1977/2001<br />
/2010<br />
Suíça /<br />
Alemanha<br />
4<br />
Máquina <strong>de</strong> soldar trilhos Schlatter 2002 Alemanha 1<br />
Equipamento<br />
Fabricante<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Socadora, Alinhadora e<br />
Niveladora <strong>de</strong> Vias 09-16 CSM<br />
Plasser & Theurer 2008 Áustria 1<br />
Socadora, Alinhadora e<br />
Niveladora <strong>de</strong> AMV's 08-275 3S<br />
Plasser & Theurer 2008 Áustria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 2008 Áustria 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha VMT 750 Geismar 2008 Itália 6<br />
Veículo <strong>de</strong> Controle e Apoio à<br />
Re<strong>de</strong> Aérea VMT 865<br />
Geismar 2008 Itália 3<br />
Veículo Lançador e Rebobinador<br />
<strong>de</strong> Cabos e Fios <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> aérea Geismar 2008 Itália 1<br />
<strong>de</strong> Tração VMT 865 DER<br />
Desguarnecedora <strong>de</strong> Lastro<br />
VM 250 JUMBO<br />
Plasser & Theurer 2011 Áustria 1<br />
Carro Controle EM100U Plasser & Theurer 2011<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha BFCL 1054 Borg / Geovia 1981 Brasil 3<br />
64<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />
Metrô <strong>de</strong> São Paulo<br />
Quant. Equipamento Fabricante<br />
CPTM<br />
Trator multiuso Geismar 2011 França 1<br />
Troles para transporte <strong>de</strong><br />
trilhos<br />
Geismar / EVE /<br />
O&M / Empretec<br />
- Brasil 98<br />
Veículo para manutenção <strong>de</strong><br />
catenárias<br />
Plasser & Theurer 2002 Áustria 2<br />
Veículo lança cabos Plasser & Theurer 2002 Áustria 1<br />
Veículo <strong>de</strong> via Plasser & Theurer 2002 Áustria 1<br />
Máquina socadora / niveladora Plasser & Theurer 1987 Áustria 1<br />
Auto <strong>de</strong> Linha Empretec 2016 Brasil 2<br />
Veiculo <strong>de</strong> Inspeção<br />
Ultrassônica Dinâmica<br />
VW - Mistras 2016 Brasil/EUA 1<br />
Total 163<br />
Fonte: Metrô <strong>de</strong> SP<br />
Quant. Equipamento Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Quant.<br />
Socadora, Alinhadora e<br />
Niveladora <strong>de</strong> Vias 07-16<br />
Plasser & Theurer 1982 Áustria 1<br />
Socadora, Alinhadora e<br />
Niveladora <strong>de</strong> AMV's 07-275<br />
Plasser & Theurer 1982 Áustria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP103 Plasser & Theurer 1982 Áustria 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha OBW-8 Plasser & Theurer 1986 Brasil 4<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha VMT 721 Geismar 1995 Itália 1<br />
Socadora, Alinhadora e<br />
Niveladora <strong>de</strong> Vias 08-16<br />
Plasser & Theurer 1996 Áustria 1<br />
Socadora, Alinhadora e Niveladora<br />
<strong>de</strong> AMV's Mo<strong>de</strong>lo 08-275<br />
Plasser & Theurer 1996 Áustria 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 1996 Áustria 1<br />
Esmerilhadora / Reperfiladora<br />
<strong>de</strong> Trilhos Atlas RR16<br />
Speno 1996<br />
Suíça /<br />
Itália<br />
1<br />
Total 30<br />
Fonte: CPTM<br />
Quant.
Equipamento<br />
ViaQuatro (Linha 4 - Amarela Metrô <strong>de</strong> SP)<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Quant.<br />
Caminhão Rodoferroviário com Baú Ford/Empretec 2008 Brasil 1<br />
Caminhão Rodoferroviário com Baú<br />
(Reencarrilhador)<br />
Ford/Empretec 2008 Brasil 1<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
com Munck ( 4t )<br />
Ford/Empretec 2009 Brasil 1<br />
"PICKUP" <strong>de</strong> Via com cesto Ford/Empretec 2009 Brasil 1<br />
Trator <strong>de</strong> Manobras TrackMobil 2009<br />
Estados<br />
Unidos<br />
2<br />
Trator <strong>de</strong> Manobras Avibrás 2011 Brasil 1<br />
Vagão Plataforma Santa Fé 2009 Brasil 1<br />
Troleys para Trilho Empretec 2009 Brasil 10<br />
Troleys para Trilho Geismar 2011 Brasil 10<br />
Trem Esmerilhador Plasser Theurer 2009 Austria 1<br />
Vagão Geométrico Plasser Theurer 2009 Austria 1<br />
Aparelho <strong>de</strong> Medição <strong>de</strong><br />
Corrugação<br />
Vogel & Plotter 2009 Alemanha 1<br />
Equipamento para Execução<br />
<strong>de</strong> Solda Aluminotérmica<br />
Railtech 2014 França 3<br />
Perfuratriz <strong>de</strong> Concreto DD 120 HILTI 2010 Brasil 1<br />
Perfuratriz <strong>de</strong> Concreto DD 200 HILTI 2017 Brasil 1<br />
Régua <strong>de</strong> Bitola Manual Geismar 2010 França 2<br />
Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Trilhos Erico 2011 Brasil 2<br />
Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Trilhos Geismar 2017 França 1<br />
Régua <strong>de</strong> Bitola Digital Geismar 2012 França 2<br />
Medidor <strong>de</strong> Perfil <strong>de</strong> Trilhos<br />
a Laser<br />
NextSense 2012 Austria 1<br />
Gerador Hidráulico Portátil<br />
com policorte, esmiralhadora<br />
manual <strong>de</strong> trilhos e soldas e<br />
Manifold 2012<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
rebarbadora<br />
Policorte <strong>de</strong> Trilhos Hidráulico Manifold 2012<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilhos<br />
Hidráulica<br />
Manifold 2012<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Rebarbadora Hidráulica Manifold 2012<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Policorte a Gasolina Geismar/Sthill 2010/2013 Brasil 2<br />
Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilhos Elétrica Geismar 2011/2013 França 2<br />
Câmera Portátil - Boroscópio EXTECH 2013 Brasil 1<br />
Rebarbadora Hidráulica Geismar 2013 França 2<br />
Gerador Portátil a Diesel Toyama 2013 Brasil 1<br />
Gerador Portátil a Diesel Toyama 2017 Brasil 1<br />
Sapata para Tração <strong>de</strong> Trilhos Robel 2014 França 2<br />
Aproximador <strong>de</strong> Trilhos Robel 2014 França 2<br />
Sistema <strong>de</strong> Iluminação com Gerador Robel 2014 França 7<br />
Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilhos<br />
Angular<br />
Robel 2014 França 2<br />
Nível Ótico Sokkia 2012/2014 Brasil 1<br />
Estação Total Topografica Sokkia 2017 Brasil 1<br />
Equipamento para Execução<br />
<strong>de</strong> Solda Aluminotérmica<br />
Ploetz 2014 Alemanha 1<br />
Equipamento para Execução<br />
<strong>de</strong> Solda Aluminotérmica<br />
Railtech 2014 França 1<br />
Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Trilhos com<br />
Base Magnética<br />
Merax 2015 Brasil 2<br />
Aparelho <strong>de</strong> Ultrassom<br />
Portátil<br />
SIUI 2015 China 1<br />
Aparelho <strong>de</strong> Ultrassom para<br />
Trilhos Longos<br />
SIUI 2015 China 1<br />
Equipamento para Lavagem<br />
<strong>de</strong> Via Permanente<br />
Wezzo 2015 Brasil 1<br />
Troley <strong>de</strong> Medição <strong>de</strong><br />
Geometria <strong>de</strong> Via Permanente<br />
Geismar 2017 França 1<br />
Pórtico para Movimentação <strong>de</strong> Trilhos Shimizu 2016 Japão 3<br />
Pórtico para Movimentação <strong>de</strong> Trilhos Shimizu 2017 Japão 4<br />
Total 87<br />
Fonte: ViaQuatro<br />
Equipamento<br />
SuperVia<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Auto <strong>de</strong> serviço Araguari<br />
Bitola 1600MM Série 17<br />
RFFSA 1979 Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> serviço Araguari<br />
Bitola 1000MM Série 17<br />
RFFSA 1979 Brasil 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Bitola<br />
1600MM<br />
Geismar 2001 França 2<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Bitola<br />
1600MM<br />
Plasser & Theurer 1979 Áustria 6<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Bitola<br />
1000MM<br />
Plasser & Theurer 1979 Áustria 1<br />
Carro barra longa 01 Série<br />
40.61, Bitola 1600MM<br />
Robel 1979 Áustria 1<br />
Carro controle Plasser 80.<br />
EM-80 L, Série 39, Bitola Plasser & Theurer 1979 Áustria 1<br />
1600MM<br />
Carro guindaste Fujy 01,<br />
Série CWB, Bitola 1600MM<br />
Fuji Hevy 1979 Japão 1<br />
Desguarnecedora <strong>de</strong> lastro<br />
Plasser 01 RM76 UHR, Série Plasser & Theurer 1979 Áustria 1<br />
162, Bitola 1600MM<br />
Equipamento utilizado para<br />
inspeção <strong>de</strong> trilhos por Ensco 2015<br />
Estados<br />
ultrassom<br />
Unidos<br />
1<br />
Reguladora <strong>de</strong> lastro Plasser<br />
04 PBR 202, Série 389, Plasser & Theurer 1979 Áustria 1<br />
Bitola 1000MM<br />
Reguladora <strong>de</strong> lastro Plasser<br />
05 SSP 103, Série 386, Plasser & Theurer 1979 Áustria 2<br />
Bitola 1600MM<br />
Socadora alinhadora Plasser<br />
02 07-16 Unomatic, Série Plasser & Theurer 1979 Áustria 2<br />
2070, Bitola 1600MM<br />
Socadora alinhadora Plasser<br />
07-16 S4 Unomatic, Série Plasser & Theurer 1979 Áustria 1<br />
2065, Bitola 1000MM<br />
Socadora <strong>de</strong> chaves 07-275<br />
DNB, Bitola 1600MM<br />
Plasser & Theurer 1979 Áustria 2<br />
Socorro ferroviário, Série 101,<br />
Bitola 1000MM<br />
Orton Crane e<br />
Shovel<br />
1976 - 1<br />
Socorro ferroviário, Série 11,<br />
Bitola 1600MM<br />
Orton Crane e<br />
Shovel<br />
1972 - 1<br />
Socorro rodoferroviário, Série<br />
51, Bitola 1600MM<br />
Orton Crane e<br />
Shovel<br />
1979<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Trator <strong>de</strong> esteira D85 -12,<br />
Série 20053<br />
Komatsu 1979 Japão 1<br />
Vagão gôndola com bordas<br />
tombantes, Bitola 1600 MM<br />
Cobrasma 1979 Brasil 22<br />
Vagão hopper não<br />
remunerado, Bitola 1600 MM<br />
Cobrasma 1979 Brasil 15<br />
Vagão plataforma<br />
convencional com piso Cobrasma 1979 Brasil 8<br />
metálico, Bitola 1600 MM<br />
Vagão plataforma não<br />
remunerado, Bitola 1600 Cobrasma 1979 Brasil 1<br />
MM, Grua do TS-1<br />
Vagão plataforma não<br />
remunerado, Bitola 1600 MM, Cobrasma 1979 Brasil 1<br />
Retro escava<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> pneu<br />
Vagão plataforma não<br />
remunerado, Bitola 1600 Cobrasma 1979 Brasil 1<br />
MM, Trator Komatsu<br />
Vação plataforma não<br />
remunerado, Bitola 1600 Cobrasma 1979 Brasil 1<br />
MM, REK-1<br />
Vagão <strong>de</strong> serviço plataforma<br />
convencional com piso Cobrasma 1979 Brasil 16<br />
metálico da oficina metalizada<br />
Retro escava<strong>de</strong>ira ferroviária<br />
CAT 416E, Série 12804 SB60<br />
Caterpillar 2014 Brasil 1<br />
Retro escava<strong>de</strong>ira ferroviária<br />
CAT 416E, Série 12805 SB60<br />
Caterpillar 2014 Brasil 1<br />
Total 95<br />
Fonte: SuperVia<br />
Quant.<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 65
estudo <strong>de</strong> mercado<br />
Equipamento<br />
Equipamento<br />
Metro <strong>de</strong> Salvador (CCR Bahia)<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Aparelho <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> trilhos<br />
por abrasão<br />
Robel 2014 Suíça 3<br />
Endireitador <strong>de</strong> agulhas AMVs Robel 2014 Suíça 1<br />
Extratos e insersor <strong>de</strong> grampo<br />
Pandrol<br />
Geismar 2014 França 1<br />
Macaco para via férrea com<br />
manivela <strong>de</strong> segurança<br />
Robel 2014 Suíça 5<br />
Máquina <strong>de</strong> parafusamento<br />
por impacto<br />
Robel 2014 Suíça 2<br />
Máquina <strong>de</strong> perfuração <strong>de</strong> trilho Robel 2014 Suíça 2<br />
Máquina <strong>de</strong> perfurar dormente Robel 2014 Suíça 4<br />
Máquina esmerilhadora para<br />
boleto do trilho<br />
Robel 2014 Suíça 2<br />
Máquina rebarbadora trilhos<br />
e esmerilhamento AMV<br />
Robel 2014 Suíça 2<br />
Socadora vertical motora<br />
gasolina<br />
Robel 2014 Suíça 6<br />
Troley <strong>de</strong> medição Geismar 2015 - 1<br />
Tensionador <strong>de</strong> trilhos Robel 2014 Suíça 1<br />
Rebarbadora <strong>de</strong> Solda Matweld 2014 EUA 1<br />
Total 31<br />
Fonte: CCR Bahia<br />
Equipamento<br />
CBTU João Pessoa<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Locomotiva Diesel Elétrica<br />
RS-8<br />
ALCO Bombardier 1959* - 1<br />
Retroescava<strong>de</strong>ira 580N Case 2014 - 1<br />
Caminhão caçamba basculante<br />
Rodoferroviário 1319<br />
Ford 2014 - 1<br />
Total 3<br />
*Reformada em 2015. Fonte: CBTU<br />
Equipamento<br />
MetrôRio<br />
Fabricante<br />
CBTU Natal<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Jipão Ferroviário MetrôRio - Brasil 2<br />
Locotrator Trackmobile 1976<br />
Estados<br />
Unidos<br />
2<br />
Locotrator Trackmobile 1978<br />
Estados<br />
Unidos<br />
3<br />
Locotrator Tectran 1998 Brasil 3<br />
Locotrator Trackmobile 2014<br />
Estados<br />
Unidos<br />
2<br />
Auto <strong>de</strong> Linha Via Permanente 2011 Brasil 2<br />
Pick up rodoferroviária GM/Empretec - Brasil 1<br />
Trem Esmerilhador Speno 1981 Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> Linha Plasser 1989 Brasil 5<br />
Maquina <strong>de</strong> Socaria Harsco 2011<br />
Estados<br />
Unidos<br />
1<br />
Auto <strong>de</strong> Linha Via Permanente 2014 Brasil 2<br />
Locotrator elétrico (baterias) Zagro 2014 Alemanha 2<br />
Auto <strong>de</strong> Linha Via Permanente 2015 Brasil 2<br />
Total 28<br />
Fonte: MetrôRio<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Locomotiva RS8 ALCO 1958 - 1<br />
Caminhão caçamba<br />
rodoferroviário<br />
Ford 2014 - 1<br />
Trolhe RFFSA 1980 - 1<br />
Total 3<br />
*Inoperante. Fonte: CBTU<br />
66<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />
Quant.<br />
Quant.<br />
Quant.<br />
Quant.<br />
Equipamento<br />
Metrofor<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Caminhão basculante - - - 1<br />
Caminhão Munck - - - 2<br />
Caminhão rodoferroviário Ford - - 1<br />
Conjunto Jackson Geismar - - 3<br />
Conjunto Oxicorte - - - 1<br />
Esmerilhadora - - - 1<br />
Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> dormente Geismar - - 2<br />
Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> dormente Sthill - - 1<br />
Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trilho Geismar - - 2<br />
Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trilho Brastan - - 2<br />
Macaco <strong>de</strong> linha - - - 5<br />
Motosserra Sthill - - 1<br />
Policorte Sthill - - 3<br />
Rebarbadora - - - 1<br />
Réguas <strong>de</strong> superelevação e bitola - - - 5<br />
Retroescava<strong>de</strong>ira Case - - 1<br />
Roça<strong>de</strong>iras Sthill - - 8<br />
Tirefona<strong>de</strong>ira Geismar - - 2<br />
Tirefona<strong>de</strong>ira Brastan - - 1<br />
Transit ferroviário (VAN) Ford - - 1<br />
Vagão pipa - - 1<br />
Total 45<br />
Fonte: Metrofor<br />
Equipamento<br />
Equipamento<br />
Fabricante<br />
Fabricante<br />
Trensurb<br />
CBTU Maceió<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
08.275 GS Plasser & Theurer 1984 Áustria 1<br />
Caminhão ferroviário Plasser & Theurer 1984 Áustria 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha Plasser & Theurer 1984 Áustria 1<br />
Reguladora PBR 202 Plasser & Theurer 1984 Áustria 1<br />
Caminhão rodoferroviário Empretec 2004 Brasil 1<br />
Retro-Randon RK 406 Randon 2003 Brasil 1<br />
Vagão hopper Cobrasma Anterior a 1984 Brasil 2<br />
Locomotiva auxiliar GE 80T Anterior a 1984 Estados Unidos 2<br />
Grupo <strong>de</strong> socaria manual Jackson 1984 - 2<br />
Tirefonadoura Geismar - França 4<br />
Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> dormentes Geismar - França 4<br />
Pórtico para trilhos Geismar 1984 França 4<br />
Rebarbadora hidráulica Geismar 1984 França 2<br />
Plataforma rebocadora Empretec 2009 Brasil 1<br />
Caminhão rodoferroviário<br />
(montado sobre caminhão<br />
Iveco 1329 Vertis 90V16)<br />
Empretec 2013/2014 Brasil 1<br />
Auto <strong>de</strong> linha (montado<br />
sobre Ford Ranger)<br />
Empretec 2004/2005 Brasil 1<br />
Autotorre - 1987 - 1<br />
Vagão prancha - 1981 - 1<br />
Vagão <strong>de</strong> manutenção (bailão) - 1981 - 1<br />
Caminhão rodoferroviário<br />
(montado sobre caminhão Volkswagen)<br />
2014 - 1<br />
Esmerilhadora <strong>de</strong> trilhos Geismar 1984 França 3<br />
Total 36<br />
Fonte: Trensurb<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Locomotiva, 6002 e 6019 ALCO Bombardier 1957* Estados Unidos 2<br />
Caminhão rodoferroviário Empretec 2011 Brasil 1<br />
Plataforma - - - 5<br />
Gôndola - - - 2<br />
Auto <strong>de</strong> linha - - - 1<br />
Total 11<br />
*Ano <strong>de</strong> chegada ao Brasil. Fonte: CBTU<br />
Quant.<br />
Quant.<br />
Quant.
Equipamento<br />
CBTU Recife<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Auto <strong>de</strong> linha RFFSA SR-2 1984 Brasil 1<br />
Carro <strong>de</strong> controle Plasser & Theurer 1986 Áustria 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Geovia 1984 Brasil 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha Plasser & Theurer 1989 Áustria 1<br />
Locomotiva Diesel Elétrica General Eletric 1967<br />
Locomotiva Diesel Elétrica General Eletric 1967<br />
Estados<br />
Unidos<br />
Estados<br />
Unidos<br />
Locotrator* Tectran 1985 Brasil 2<br />
Niveladora alinhadora Plasser & Theurer 1998 Áustria 2<br />
Reguladora <strong>de</strong> lastro Plasser & Theurer 1986 Áustria 1<br />
Trem esmerilhador Speno 1986 Itália 1<br />
Carro torre Plasser & Theurer 1986 Áustria 1<br />
Carroça Geovia 1986 Brasil 2<br />
Carroça Plasser & Theurer 1986 Áustria 2<br />
Vagão fechado - 1956 Brasil 2<br />
Vagão prancha Cobrasma 1956 Brasil 2<br />
Vagão <strong>de</strong> brita Cobrasma 1968 Brasil 4<br />
Caminhão <strong>de</strong> re<strong>de</strong> aérea Volkswagen 1985 Brasil 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> linha, bitola métrica Via Permanente 2010 Brasil 1<br />
Carro torre Via Permanente 2010 Brasil 1<br />
Total 28<br />
*Inoperante. Fonte: CBTU<br />
Quant.<br />
1<br />
1<br />
Equipamento<br />
CBTU Belo Horizonte<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Auto <strong>de</strong> Linha AL-1030-D Geovia Brasil 1988 Brasil 1<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha com<br />
guindaste OBW 8 Br nº 62<br />
Caminhão <strong>de</strong> Linha com<br />
plataforma elevatória CS-6<br />
Plasser do Brasil 1995 Brasil 1<br />
Plasser do Brasil 1995 Brasil 1<br />
Vagão Trem <strong>de</strong> Lastro - - Brasil 4<br />
Locomotiva GE/ALCO 1953 Canadá 1<br />
Locomotiva* GE/ALCO 1952 Canadá 1<br />
Auto-Torre VMT 850 C/GR Geismar Itália 1998 Itália 1<br />
Locotrator TT9 Tectran 1998 Brasil 1<br />
Locotrator TT9 Tectran 1998 Brasil 1<br />
Socadora, Alinhadora e<br />
Niveladora 08-16<br />
Plasser & Theurer 1998 Áustria 1<br />
Reperfiladora <strong>de</strong> trilhos* - - - 1<br />
Reguladora <strong>de</strong> lastro SSP-203 Plasser & Theurer 1998 Áustria 1<br />
Reboque do VF010 A 10 Br nº 63 Geismar Itália 1995 Itália 1<br />
Reboque do VF002 A 10 Br nº 63 Plasser do Brasil 1995 Brasil 2<br />
Reboque do VF001 Geovia Brasil 1995 Brasil 2<br />
Caminhão Rodoferroviário<br />
088 VW 13.180<br />
Volkswagem 2005 Brasil 1<br />
Vagão Descarga <strong>de</strong> Brita - - Brasil 4<br />
Vagão Prancha - - Brasil 5<br />
Total 30<br />
*Aguardando reforma. Fonte: CBTU<br />
Quant.<br />
Equipamento<br />
Locotrator Empretec 2017 Brasil 1<br />
Trole <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> trilhos Empretec 2017 Brasil 1<br />
Vagão plataforma Empretec 2017 Brasil 1<br />
Veículo auxiliar <strong>de</strong> manutenção<br />
<strong>de</strong> via permanente<br />
Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Empretec 2017 Brasil 1<br />
VLT Baixada Santista<br />
Quant. Equipamento Fabricante<br />
Ano <strong>de</strong><br />
fabricação<br />
País <strong>de</strong><br />
Origem<br />
Veículo auxiliar <strong>de</strong> manutenção<br />
pesado <strong>de</strong> via permanente<br />
(caminhão rodoferroviários<br />
Empretec 2017 Brasil 1<br />
com guindaste)<br />
Veículo auxiliar leve <strong>de</strong> via Empretec 2017 Brasil 1<br />
Veículo auxiliar <strong>de</strong><br />
manutenção <strong>de</strong> re<strong>de</strong> aérea<br />
Empretec 2017 Brasil 1<br />
Total 7<br />
Fonte: EMTU<br />
Quant.
suprimentos<br />
Inovação em superestrutura<br />
Empresas apostam em soluções diferenciadas para ganhar competitivida<strong>de</strong> no mercado<br />
Fotos: Divulgação<br />
Socadora mo<strong>de</strong>lo 6700 da Harsco opera no MetrôRio e em ferrovias na Argentina<br />
Há boas expectativas para as fabricantes <strong>de</strong> materiais<br />
e máquinas <strong>de</strong>stinadas a superestrutura,<br />
especialmente para as que também atuam no<br />
segmento <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via. Empresas estrangeiras<br />
e nacionais, como Plasser, Harsco, Empretec,<br />
Matisa, Mermec, Boslooper, Via Permanente, Super Metal<br />
e Brastan, investem em inovação para ganhar competitivida<strong>de</strong><br />
no mercado e aumentar as chances <strong>de</strong> participação<br />
no setor ferroviário tanto no Brasil quanto em outros<br />
países da América Latina.<br />
Uma das máquinas <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque da austríaca Plasser &<br />
Theurer, que por aqui é representada pela Plasser do Brasil,<br />
é a 09-4X DYNAMIC Tamping Express E³, da série<br />
<strong>de</strong>nominada E³ (Econômica, Ergonômica e Ecológica). A<br />
máquina faz serviços <strong>de</strong> socaria, nivelamento, alinhamento<br />
e estabilização da linha ferroviária, numa produção <strong>de</strong><br />
até 2.700 metros/hora, e já está sendo utilizada na França,<br />
Áustria, Suíça e Alemanha. Outro equipamento da série E³<br />
é similar a um auto-torre para re<strong>de</strong>s áreas, com autonomia<br />
para 12 horas <strong>de</strong> trabalho por bateria, também em operação<br />
na Europa, em países como Suíça, Itália e Áustria.<br />
A Harsco, fabricante norte-americana com representação<br />
na Harsco Rail do Brasil, já fez alguns negócios no Brasil.<br />
Entre os equipamentos disponíveis na frota do MetrôRio,<br />
68<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />
há uma socadora 6700SJ2PD, voltada para a manutenção<br />
da via e correção da geometria, nivelamento e alinhamento<br />
da linha férrea. Segundo informações da Harsco, as últimas<br />
encomendas <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> máquina foram para a<br />
Argentina; por lá já são três equipamentos utilizados em bitola<br />
métrica e um operando em bitola indiana (1.676 mm).<br />
O primeiro cliente a receber a máquina na Argentina foi a<br />
Construtura Milicic, que já renovou mais <strong>de</strong> 40 km <strong>de</strong> via,<br />
em aproximadamente 1.500 horas <strong>de</strong> operação. O mo<strong>de</strong>lo<br />
6700 da Harsco está em operação na Belgrano Cargas (Argentina),<br />
e na Trenes Argentinos (<strong>de</strong> passageiros), o equipamento<br />
está em fase <strong>de</strong> comissionamento.<br />
Encomendas<br />
A brasileira Empretec tem em seu portfólio uma série <strong>de</strong><br />
equipamentos para manutenção da via permanente, entre<br />
camionetas, autos <strong>de</strong> linha, escava<strong>de</strong>iras, equipamentos <strong>de</strong><br />
capina, vagonetas, trolleys e plataformas <strong>de</strong> manutenção.<br />
Entre as últimas inovações, a Empretec <strong>de</strong>staca três. Uma<br />
<strong>de</strong>las é um veículo com sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> vegetação,<br />
que <strong>de</strong>verá ser entregue à CPTM. Outra solução <strong>de</strong>senvolvida<br />
recentemente foi um caminhão <strong>de</strong> combate a incêndios<br />
nas imediações da via férrea. Segundo a Empretec, este caminhão<br />
po<strong>de</strong> combater focos <strong>de</strong> incêndio em um raio <strong>de</strong>
Máquina multifuncional da Plasser<br />
& Theurer faz serviços que vão <strong>de</strong><br />
socaria à estabilização da linha férrea<br />
54 metros e foi <strong>de</strong>stinado à Vale.<br />
A empresa também <strong>de</strong>senvolveu<br />
uma escava<strong>de</strong>ira sobre pneus,<br />
para manutenção da via, troca <strong>de</strong><br />
dormentes e trabalho com lastro.<br />
O equipamento está em fase <strong>de</strong><br />
testes e três mo<strong>de</strong>los já foram encomendados pela Vale.<br />
Da Suíça, a Matisa, fabricante <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> manutenção,<br />
renovação e construção <strong>de</strong> ferrovias — presente<br />
no Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2012 — também está <strong>de</strong> olho no mercado<br />
sul-americano. A empresa inseriu recentemente em sua<br />
gama <strong>de</strong> máquinas uma linha mais econômica <strong>de</strong> socadoras<br />
(mo<strong>de</strong>lo B 35 C) e <strong>de</strong> reguladora (mo<strong>de</strong>lo R 20 E).<br />
A Matisa está participando <strong>de</strong> um amplo projeto <strong>de</strong> renovação<br />
das vias urbanas <strong>de</strong> algumas cida<strong>de</strong>s francesas, o<br />
que levou a empresa a produzir diversos protótipos <strong>de</strong> máquinas<br />
multifuncionais e que pu<strong>de</strong>ssem atuar como uma<br />
verda<strong>de</strong>ira usina ferroviária, ou seja, substituir dormentes,<br />
pub_2_8-6-14.pdf 1 7/8/2014 3:31:50 PM<br />
fixações, trilhos, lastro e entregar a via nivelada, alinhada<br />
e estabilizada para a circulação. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> máquina em<br />
operação na França é o TEVO.<br />
Também da Europa, a italiana Mermec (representada<br />
no Brasil pela Imexbra) apresenta dois lançamentos para<br />
o mercado metroferroviário. O primeiro é o Track Geometry,<br />
um novo sistema <strong>de</strong> geometria <strong>de</strong> via, que é leve,<br />
compacto e econômico no consumo <strong>de</strong> energia. Segundo<br />
a Imexbra, o sistema po<strong>de</strong> ser embarcado em equipamento<br />
próprio <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via ou até em locomotivas,<br />
vagões e trens <strong>de</strong> passageiros, em operação não-assistida.<br />
O Track Geometry consegue fazer medições com o trem<br />
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suprimentos<br />
parado, por isso, po<strong>de</strong> ser utilizado em operações com<br />
muitas paradas ou em velocida<strong>de</strong> reduzida. O equipamento<br />
está em operação em países como França, Inglaterra,<br />
Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão.<br />
A Mermec também lançou um sistema <strong>de</strong> inspeção <strong>de</strong><br />
ultrassom <strong>de</strong> trilhos, que faz medições em até 90 km/h.<br />
Esse sistema <strong>de</strong> ultrassom já está sendo utilizado em ferrovias<br />
na Espanha e, segundo a Imexbra, há outro equipamento<br />
em instalação em Taiwan.<br />
Marcas nacionais<br />
Já a brasileira Boslooper <strong>de</strong>staca o poste articulado, instalado<br />
ao lado da via, que po<strong>de</strong> ser movimentado para que<br />
o técnico faça manutenção e instalação <strong>de</strong> equipamentos<br />
como o DDV (<strong>de</strong>tector <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarrilamento), sem precisar<br />
fazer o serviço pendurado em altura, diminuindo o risco<br />
<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, o tempo para realização do serviço e a quantida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> EPIs (equipamento <strong>de</strong> proteção individual). Segundo<br />
a Boslooper, o projeto já tem certificado técnico<br />
baseado em diversos testes feitos em campo. As malhas da<br />
Rumo já receberam a instalação <strong>de</strong> 21 postes articulados<br />
e outros 12 serão instalados em breve. A Boslooper atua<br />
nos segmentos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> equipamentos eletrônicos,<br />
instalação e manutenção <strong>de</strong> tecnologia embarcada em<br />
locomotivas, além <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> campo.<br />
A Via Permanente, fabricante brasileira <strong>de</strong> equipamentos<br />
<strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte para manutenção e construção<br />
<strong>de</strong> vias, também fez entregas recentemente. Entre elas, a<br />
<strong>de</strong> caminhões rodoferroviários à Rumo, com caixa clarck<br />
e apoio no treinamento com o equipamento e na operação<br />
assistida. Os caminhões rodoferroviários da Via Permanente<br />
po<strong>de</strong>m acompanhar implementos para reboque, sistema<br />
<strong>de</strong> câmeras, garras para coletar dormentes, equipamento<br />
<strong>de</strong> solda, entre outros.<br />
A empresa também entregou há alguns meses uma socadora<br />
para a FTL (Ferrovia Transnor<strong>de</strong>stina Logística),<br />
Novos produtos na via<br />
A DAG, em parceria com a Dorbrás<br />
— fabricante brasileira <strong>de</strong> dormentes <strong>de</strong><br />
concreto e sistemas <strong>de</strong> fixação e via permanente<br />
—, <strong>de</strong>senvolveu uma solução<br />
<strong>de</strong> palmilhas amortecedoras resilientes.<br />
Essas palmilhas são produzidas com componentes<br />
elastoméricos e têm, segundo a<br />
A Coimor <strong>de</strong>senvolveu projetos<br />
sustentáveis para a fabricação <strong>de</strong><br />
dormentes <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />
70<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />
DAG, vantagens como aumento da fixação;<br />
atenuação das vibrações, reduzindo o ruído<br />
e o <strong>de</strong>sgaste dos trilhos e rodas dos trens;<br />
e redução <strong>de</strong> impactos dinâmicos entre<br />
15% e 40%. Além disso, <strong>de</strong> acordo com a<br />
DAG, as palmilhas mantêm as características<br />
elásticas por longos tempos <strong>de</strong> serviço,<br />
sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição, são<br />
capazes <strong>de</strong> compensar <strong>de</strong>feitos superficiais<br />
das mesas <strong>de</strong> apoio dos trilhos, inclusive<br />
homogeneizando a distribuição das cargas<br />
sobre os dormentes, e ajudam a evitar o<br />
<strong>de</strong>sgaste prematuro das mesas <strong>de</strong> apoio e<br />
a ocorrência <strong>de</strong> corrugação nos trilhos.<br />
A fabricante brasileira Vibtech traz como<br />
inovação placas <strong>de</strong> fixação para trilhos. As<br />
placas são emborrachadas e vulcanizadas,<br />
visando aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas dos operadores<br />
metroferroviários. A característica<br />
principal do produto da Vibtech é a fixação<br />
elástica dos trilhos, contando também com<br />
a função <strong>de</strong> amortecimento, para o controle<br />
da vibração e do ruído durante a passagem<br />
<strong>de</strong> trens. O objetivo é aumentar o conforto<br />
dos passageiros e também das comunida<strong>de</strong>s<br />
por on<strong>de</strong> a linha férrea passa. Segundo<br />
a Vibtech, as placas suportam diferentes<br />
<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros,<br />
indo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 12 toneladas por eixo até 25<br />
toneladas por eixo.<br />
Já a Coimor, fabricante <strong>de</strong> dormentes,<br />
está investindo em preservação. Segundo<br />
a empresa, esse investimento se dá<br />
em reflorestamentos para exploração e<br />
produção e também em tratamentos para<br />
preparação <strong>de</strong> dormentes. O tratamento<br />
industrial empregado à ma<strong>de</strong>ira pelo processo<br />
‘Bethell’, por exemplo, é <strong>de</strong>stacado<br />
pela empresa. No processo utiliza-se produto<br />
preservativo hidrossolúvel especialmente<br />
<strong>de</strong>senvolvido para esta finalida<strong>de</strong>,<br />
com registro no Ibama. Após o período<br />
<strong>de</strong> cura, fixa-se o produto à celulose da<br />
ma<strong>de</strong>ira, que age por longo período, <strong>de</strong>vido<br />
a seu alto po<strong>de</strong>r residual <strong>de</strong> ação<br />
fungicida e inseticida, contra ataques <strong>de</strong><br />
insetos, cupins, brocas e fungos apodrecedores,<br />
proporcionando assim sobrevida<br />
à ma<strong>de</strong>ira, favorecendo a natureza pela<br />
gradativa redução na exploração florestal.
A fabricante suíça Matisa tem uma<br />
linha econômica <strong>de</strong> socadoras.<br />
Na foto, o mo<strong>de</strong>lo R 20 E<br />
com sugador <strong>de</strong> brita. A socadora<br />
passou pelo 'retrofitting'<br />
da Via Permanente. Neste<br />
processo, é realizada a revisão<br />
ou reforma total do equipamento,<br />
que recebe ainda<br />
upgra<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com as<br />
necessida<strong>de</strong>s do cliente. Segundo a Via Permanente, essa<br />
alternativa representa uma redução <strong>de</strong> até um quarto do<br />
custo comparada com a compra <strong>de</strong> um equipamento novo.<br />
Outra representante da indústria nacional é a Super Metal,<br />
que também fabrica e adapta os equipamentos para a<br />
manutenção da via, tais como veículos rodoferroviários,<br />
guindastes <strong>de</strong> dormentes, escarificadores <strong>de</strong> lastro, rebocadores<br />
<strong>de</strong> vagões, <strong>de</strong>scarregadores <strong>de</strong> dormentes, manipuladores<br />
<strong>de</strong> trilhos, entre outros. O kit rodoferroviário<br />
da Super Metal se baseia na adoção do sistema <strong>de</strong> eixos<br />
rígidos, visando confiabilida<strong>de</strong>, durabilida<strong>de</strong> e conforto. A<br />
Super Metal já adaptou caminhões para uso em inspeção<br />
<strong>de</strong> túneis e <strong>de</strong> pontes, limpeza <strong>de</strong> bueiros, galerias e canaletas,<br />
capina seletiva, carregamento e içamento <strong>de</strong> cargas,<br />
ultrassom e inspeção geométrica nos trilhos etc.<br />
A Brastan <strong>de</strong>senvolveu um conjunto <strong>de</strong> socaria com eixo<br />
flexível 100% nacional. Segundo a empresa, o foco é aten<strong>de</strong>r<br />
a socaria <strong>de</strong> lastro. O equipamento trabalha com sistema<br />
<strong>de</strong> mangotes <strong>de</strong> 4,70 metros, po<strong>de</strong>ndo ser fabricado<br />
em outros tamanhos sob medida para o cliente. De acordo<br />
com a Brastan, este tipo <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> socaria possui menor<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção, gerando mais produtivida<strong>de</strong>.
nota técnica<br />
Alocação ótima <strong>de</strong> pátios ferroviários: uma<br />
abordagem utilizando otimização via simulação<br />
Carlos Henrique Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Faria; Allan Messe<strong>de</strong>r Caldas Bretas; Alexandre Alves Andra<strong>de</strong><br />
Supervisão <strong>de</strong> Pesquisa Operacional – Gerência <strong>de</strong> Planejamento da Capacida<strong>de</strong>,<br />
VLI multimodal S.A.<br />
Resumo<br />
Este artigo apresenta o <strong>de</strong>senvolvimento e a implementação <strong>de</strong> uma abordagem utilizando<br />
simulação e otimização como uma ferramenta para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão no nível estratégico<br />
<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> corredor ferroviário <strong>de</strong> carga geral, operado pela VLI S.A. (Valor da Logística<br />
Integrada). O objetivo foi <strong>de</strong>terminar o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> uma linha singela <strong>de</strong> aproximadamente 700<br />
km no su<strong>de</strong>ste do Brasil, através da <strong>de</strong>finição do número e da posição <strong>de</strong> novos pátios ferroviários<br />
<strong>de</strong> cruzamentos necessários para aten<strong>de</strong>r o volume plurianual projetado. A fim <strong>de</strong> minimizar o<br />
custo total, essa ferramenta verificou o tra<strong>de</strong> off entre o nível <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong>mandado para a<br />
construção <strong>de</strong>stes pátios e o impacto financeiro gerado pelo atraso médio dos trens em circulação.<br />
Os resultados <strong>de</strong>stacam a flexibilida<strong>de</strong> do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> linha singela proposto, apresentando um<br />
bom <strong>de</strong>sempenho computacional com factibilida<strong>de</strong> para a aplicação prática. A ferramenta <strong>de</strong><br />
Simulação via otimização foi previamente verificada e validada com dados reais, apresentando um<br />
erro inferior a 5% nos resultados.<br />
Palavras-chave: otimização <strong>de</strong> localização, simulação a eventos discretos, simulação-otimização,<br />
planejamento <strong>de</strong> longo prazo, ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimento.<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
Devido ao seu custo <strong>de</strong> capital muito elevado, uma linha<br />
férrea <strong>de</strong>ve ser projetada da maneira mais econômica<br />
possível e, ao mesmo tempo, ser capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda<br />
esperada. Claramente, este tra<strong>de</strong> off evi<strong>de</strong>ncia uma<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise para apoiar as tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />
Para <strong>de</strong>terminar a posição <strong>de</strong> um pátio ferroviário<br />
<strong>de</strong> cruzamento, por exemplo, muitos aspectos <strong>de</strong>vem ser<br />
consi<strong>de</strong>rados para se atingir o objetivo. Ceciliano (2007),<br />
Faria e Cruz (2017) enfatizam que no exercício do planejamento<br />
dos pátios <strong>de</strong> cruzamento, geralmente existem<br />
diversos fatores que os operadores ferroviários <strong>de</strong>vem<br />
consi<strong>de</strong>rar. Uma das principais variáveis <strong>de</strong> interesse é a<br />
estimativa do trem hora parado (THP) em um <strong>de</strong>terminado<br />
formato do sistema. No mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> otimização via simulação<br />
proposto neste estudo, o atraso é mo<strong>de</strong>lado como<br />
um indicador <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, uma vez que é a principal<br />
limitação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> ferroviária e, portanto,<br />
a capacida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve ser planejada sem levar em<br />
conta a estimativa do atraso. Além disso, a inclusão do<br />
variável custo (investimento) é também um fator chave. A<br />
literatura tem inúmeros mo<strong>de</strong>los que incluem tal variável.<br />
No presente trabalho, o objetivo é planejar o transporte<br />
do volume plurianual <strong>de</strong> uma linha singela no Brasil. Para<br />
esta proposta, um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> otimização via simulação foi<br />
<strong>de</strong>senvolvido para avaliar diversas variáveis da performance<br />
operacional. Esta metodologia <strong>de</strong>termina o <strong>de</strong>senho<br />
<strong>de</strong> um corredor ferroviário, propondo a localização da<br />
construção <strong>de</strong> novos pátios ferroviários <strong>de</strong> cruzamento. A<br />
função objetivo é para minimizar o custo total consi<strong>de</strong>rando<br />
a capacida<strong>de</strong> do sistema, o impacto financeiro gerado<br />
pela média do trem hora parado (THP) e os investimentos<br />
requeridos para construir os novos pátios <strong>de</strong> cruzamento.<br />
Neste trabalho, uma otimização via simulação foi <strong>de</strong>senvolvida<br />
para Ferrovia Centro Atlântica (FCA) para<br />
auxiliar nas <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> investimento. Cruzando um total<br />
<strong>de</strong> 700 quilômetros <strong>de</strong> comprimento na região su<strong>de</strong>ste do<br />
Brasil, a FCA possui uma linha singela que conecta três<br />
terminais <strong>de</strong> carga geral no estado <strong>de</strong> Minas Gerais (Uberaba,<br />
Araguari e Guará) ao terminal integrador portuário<br />
Luiz Antônio Mesquita (TIPLAM) no estado <strong>de</strong> São Paulo,<br />
Brasil.<br />
72<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>
Este mo<strong>de</strong>lo também po<strong>de</strong> auxiliar em algumas análises,<br />
como o atraso total esperado para um dado cenário e,<br />
finalmente, o tra<strong>de</strong> off entre o investimento requerido para<br />
a construção dos novos pátios ferroviários <strong>de</strong> cruzamento<br />
e a estimativa <strong>de</strong> redução nos custos gerados pela diminuição<br />
do atraso total dos trens na malha ferroviária.<br />
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />
Este artigo aborda o método da simulação e otimização<br />
combinadas, aplicado ao planejamento estratégico da ca<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> suprimento. O objetivo da abordagem otimização<br />
via simulação é procurar pela melhor combinação <strong>de</strong> parâmetros<br />
<strong>de</strong> entrada para otimizar as medidas <strong>de</strong> performance<br />
do sistema sob condições específicas (restrições) (Pinto<br />
et al. (2015)). A principal diferença entre a otimização via<br />
simulação em relação à otimização pura é sua natureza estocástica.<br />
Medidas <strong>de</strong> performance não po<strong>de</strong>m ser acessadas<br />
com precisão, i.e., elas precisam ser estimadas. Assim<br />
sendo, não há uma maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar se uma configuração<br />
é melhor do que a outra (Carson et al. (2005)).<br />
Dentre alguns estudos recentes, a análise <strong>de</strong> um artigo<br />
<strong>de</strong> simulação via otimização em uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos<br />
(Huerta-Barrientos et al. (2014)) se <strong>de</strong>staca. O trabalho<br />
mostra que por muitos anos essa abordagem foi assunto<br />
<strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> muitos (353) pesquisadores em vários (35)<br />
países. Pesquisadores têm focado principalmente na metodologia<br />
<strong>de</strong> resposta <strong>de</strong> superfície, métodos <strong>de</strong> pesquisa<br />
baseados em gradientes e algoritmos genéticos. Também<br />
vale a pena notar o baixo índice <strong>de</strong> aplicação prática<br />
<strong>de</strong>stes mo<strong>de</strong>los em indústrias. A abordagem apresentada<br />
nesse projeto <strong>de</strong> pesquisa (programação estocástica e<br />
otimização robusta integrada com simulação <strong>de</strong> eventos<br />
discretos) é pouco explorada, indicando uma lacuna na<br />
literatura.<br />
O <strong>de</strong>sempenho da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos foi avaliado<br />
por meio da simulação <strong>de</strong> eventos discretos (Cigolini et<br />
al. (2014)); (<strong>de</strong> FARIA et al. (2015)) e (CARNEIRO II<br />
(2010)), cujo foco da avaliação <strong>de</strong>stes estudos é o funcionamento<br />
da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos. Portanto, nenhuma<br />
medida <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho relacionada ao nível <strong>de</strong> serviço<br />
nem à operação do planejamento <strong>de</strong> médio/curto prazo<br />
foram avaliadas. Em um outro estudo (Chu et al. (2015)),<br />
uma abordagem genérica para sistemas <strong>de</strong> conexão múltipla<br />
é adotada. Neste sistema, cada instalação po<strong>de</strong> operar<br />
com uma política diferente, sendo que um algoritmo <strong>de</strong><br />
corte <strong>de</strong> planos resolve o problema <strong>de</strong> otimização. A simulação<br />
baseada em agentes é usada no <strong>de</strong>senho das ca<strong>de</strong>ias<br />
<strong>de</strong> suprimento, como no caso <strong>de</strong> uma biorrefinaria (Singh<br />
et al. (2014)). A simulação via otimização também é utilizada<br />
na avaliação <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> suprimento centralizadas<br />
e <strong>de</strong>scentralizadas (Sahay and Ierapetritou (2014)).<br />
3. MÉTODOS<br />
O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> simulação foi <strong>de</strong>senvolvido para permitir<br />
alterações no tamanho do sistema sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
esforço adicional ao se alterar os blocos lógicos do mo<strong>de</strong>lo,<br />
sendo necessário apenas a mudança <strong>de</strong> algumas variáveis<br />
que <strong>de</strong>finem as principais características da linha singela.<br />
Na figura 1, as seções on<strong>de</strong> os trens circulam foram<br />
representados pelos nós e os pátios <strong>de</strong> cruzamento foram<br />
representados pelos arcos. As setas <strong>de</strong> duplo sentido <strong>de</strong>notam<br />
os pátios <strong>de</strong> cruzamento.
nota técnica<br />
• VPi: indica se o segmento i do vetor binário tem um<br />
pátio ferroviário;<br />
• n: é o número <strong>de</strong> segmentos;<br />
• m: é o número <strong>de</strong> trechos<br />
Figura 1: Representação genérica<br />
do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> linha singela.<br />
A discretização do comprimento total do sistema é necessária<br />
para encontrar o objetivo da otimização, que é<br />
a escolha dos novos pátios <strong>de</strong> cruzamento. O sistema foi<br />
dividido em partes, chamados <strong>de</strong> segmentos. Neste sentido,<br />
cada nó (sub trecho) da malha foi dividido em vários<br />
processos sequenciais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>ixando o pátio <strong>de</strong><br />
cruzamento (fila) não pertencente a um nó, mas a um segmento<br />
específico. Deve-se notar que a formulação geral<br />
do problema <strong>de</strong> otimização-simulação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita<br />
como segue a seguir:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
• J(θ): é a função objetivo que minimiza o atraso e o<br />
custo <strong>de</strong> construção dos pátios ferroviários;<br />
• Ω: representa a replicação;<br />
• D(θ, Ω): <strong>de</strong>sempenho do sistema, nesse caso o atraso<br />
total do trem;<br />
• E[D(θ, Ω)]: o valor esperado do D(θ, Ω);<br />
• h: representa o custo por hora <strong>de</strong> um trem parado;<br />
• D: representa o atraso total;<br />
• f(c): é a função <strong>de</strong> custo para construção dos pátios<br />
que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>talhada da seguinte forma:<br />
On<strong>de</strong>:<br />
• Cij: é o custo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> um pátio no segmento<br />
i no trecho j;<br />
Assim sendo, a função objetivo consi<strong>de</strong>ra os custos<br />
<strong>de</strong> construção dos pátios e os custos por espera na fila.<br />
Um fator <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong> é aplicado para o trem em uma<br />
fila genérica. A medida <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho J(θ) não é avaliada<br />
analiticamente, então mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> simulação é usado<br />
para retornar uma aproximação numérica. Muitas áreas da<br />
companhia, como planejamento estratégico da capacida<strong>de</strong>,<br />
engenharia <strong>de</strong> operações ferroviárias, engenharia <strong>de</strong><br />
via permanente, centro <strong>de</strong> controle operacional e projetos,<br />
participaram na <strong>de</strong>finição das premissas operacionais para<br />
o mo<strong>de</strong>lo.<br />
Os parâmetros <strong>de</strong> entrada principais utilizados no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da estrutura <strong>de</strong> simulação via otimização<br />
foram os seguintes:<br />
• Número <strong>de</strong> segmentos i: i = 1, ..., n;<br />
• Número <strong>de</strong> trechos j: j = 1, ..., m;<br />
• Custo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> um pátio no segmento i no<br />
trecho j ;<br />
• Vetor binário <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão do segmento i que<br />
informa se o segmento terá um pátio;<br />
• Número <strong>de</strong> replicações do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Simulação para<br />
atingir a precisão <strong>de</strong>sejada;<br />
• Tolerância máxima para <strong>de</strong>terminar se duas soluções<br />
são iguais.<br />
As principais respostas obtidas pelo mo<strong>de</strong>lo foram: a<br />
localização dos novos pátios <strong>de</strong> cruzamento, a estimativa<br />
do trem hora parado (THP) da linha e o custo total (tra<strong>de</strong><br />
off entre investimento e o atraso total do trem).<br />
4. CONFIGURAÇÕES DO EXPERIMENTO<br />
Todos os cenários simulados foram rodados em uma<br />
janela <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> 12 meses com 50 replicações em aproximadamente<br />
5 minutos (Intel Core i7-5600U CPU 2.60<br />
GHz com 4.0 GB RAM). A aplicação <strong>de</strong>senvolvida retornou<br />
as melhores localizações para construção dos novos<br />
pátios, bem como a estimativa <strong>de</strong> redução do transit time<br />
(no trecho entre as estações consi<strong>de</strong>radas neste estudo). A<br />
tabela 1 mostra os resultados encontrados:<br />
74<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong>
Tabela 1: Melhor localização para os novos pátios<br />
Cenários Transit time (horas) Realização do volume (%) Localização dos novos pátios<br />
Cenário base 35,50 98,9% Base<br />
Adicionando um pátio 32,75 99,8% Local 1<br />
Adicionando dois pátios 28,92 107,6%<br />
Local 1<br />
Local 2<br />
Adicionando três pátios 27,86 107,6%<br />
Local 1<br />
Local 2<br />
Local 3<br />
Adicionando quatro pátios 27,55 111,7%<br />
Local 1<br />
Local 2<br />
Local 3<br />
Local 4<br />
Adicionando cinco pátios 27,22 111,9%<br />
Local 1<br />
Local 2<br />
Local 3<br />
Local 4<br />
Local 5<br />
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />
De acordo com os resultados apresentados na Figura 2,<br />
nota-se que há uma melhoria menos significativa no transit<br />
time a partir da inclusão do terceiro pátio <strong>de</strong> cruzamento.<br />
O número total <strong>de</strong> vagões alocados foi estimado com<br />
base na redução do transit time, conforme a figura 3.<br />
Portanto, baseado na estimativa <strong>de</strong> redução do transit<br />
time, os riscos operacionais anuais foram mapeados. Um<br />
aumento na probabilida<strong>de</strong> da execução do volume foi observado,<br />
como mostrado na tabela 2, uma vez que com o<br />
<strong>de</strong>créscimo do transit time, a ferrovia passaria a operar <strong>de</strong><br />
maneira mais eficiente.<br />
Figura 2: Transit time com os pátios novos
nota técnica<br />
Figura 3: Número <strong>de</strong><br />
vagões alocados<br />
Produto<br />
Cenário base<br />
Tabela 2: Probabilida<strong>de</strong> adicional <strong>de</strong> realização do volume.<br />
Adicionando<br />
1 pátio<br />
Adicionando<br />
2 pátios<br />
Adicionando<br />
3 pátios<br />
Adicionando<br />
4 pátios<br />
Adicionando<br />
5 pátios<br />
Soja Base +16% +19% +21% +21% +22%<br />
Milho Base +17% +24% +27% +28% +28%<br />
A¸cu´car Base +10% +15% +17% +18% +19%<br />
De acordo com as premissas assumidas neste estudo,<br />
foi possível verificar a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> e a<br />
localização para construção <strong>de</strong> novos pátios na malha<br />
ferroviária, bem como a estimativa na redução do<br />
THP e, consequentemente, do transit time. O foco foi<br />
o tra<strong>de</strong> off entre os investimentos para construção dos<br />
novos pátios versus os custos financeiros gerados pela<br />
diminuição dos atrasos na malha. O cenário recomendado<br />
foi a construção <strong>de</strong> dois novos pátios, já que <strong>de</strong><br />
acordo com os resultados obtidos, seria possível uma<br />
redução da alocação <strong>de</strong> aproximadamente 115 vagões.<br />
Isto correspon<strong>de</strong> a uma diminuição <strong>de</strong> custos bastante<br />
relevante. A<strong>de</strong>mais, o nível <strong>de</strong> confiança para o volume<br />
<strong>de</strong> soja, milho e açúcar aumentaria consi<strong>de</strong>ravelmente<br />
neste cenário, 19%, 24% e 15%, respectivamente para<br />
cada um dos produtos.<br />
6. CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS<br />
Como trabalhos futuros, <strong>de</strong>staca-se o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> análises similares em outros corredores ferroviários<br />
operados pela VLI, tais como: Centro-Leste, Centro-Norte<br />
e outros fluxos do corredor Centro-Su<strong>de</strong>ste. No sentido<br />
<strong>de</strong> melhorar o mo<strong>de</strong>lo, alguns parâmetros <strong>de</strong> entrada po<strong>de</strong>riam<br />
ser modificados, como, por exemplo, os valores<br />
<strong>de</strong> investimentos dos pátios discriminados para cada segmento<br />
analisado.<br />
REFERÊNCIAS<br />
CARNEIRO II, W. (2010). Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> filas e Simulação para análise<br />
do <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> linhas ferroviárias singelas. Master’s thesis, Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais.<br />
Carson, I., Nicol, D. M., Nelson, B. L., Banks, J., et al. (2005). Discrete-event<br />
system simulation.<br />
Ceciliano, W. R. A. (2007). Aplicação <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> simulação-<br />
-otimização na ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong> minérios <strong>de</strong> ferro. PhD thesis,<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Chu, Y., You, F., Wassick, J. M., and Agarwal, A. (2015). Integrated<br />
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Faria, C.H.F., M.M. Cruz (2017). Railway planning: an integrated<br />
approach using discrete event simulation. Proceedings of the International<br />
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Mo<strong>de</strong>ling and Simulation, 1:148–156. An optional note.<br />
Huerta-Barrientos, A., Elizondo-Cortes, M., and <strong>de</strong> la Mota, I. F.<br />
(2014). Analysis of scientific collaboration patterns in the co-authorship<br />
network of simulation–optimization of supply chains.<br />
Simulation Mo<strong>de</strong>lling Practice and Theory, 46:135–148.<br />
Pinto, L., Silva, P., and Young, T. (2015). A generic method to <strong>de</strong>velop<br />
simulation mo<strong>de</strong>ls for ambulance systems. Simulation<br />
Mo<strong>de</strong>lling Practice and Theory, 51:170–183.<br />
Sahay, N. and Ierapetritou, M. (2014). Hybrid simulation based<br />
optimization framework for centralized and <strong>de</strong>centralized supply<br />
chains. Industrial & Engineering Chemistry Research,<br />
53(10):3996–4007.<br />
Singh, A., Chu, Y., and You, F. (2014). Biorefinery supply chain network<br />
<strong>de</strong>sign un<strong>de</strong>r competitive feedstock markets: an agent-<br />
-based simulation and optimization approach. Industrial & Engineering<br />
Chemistry Research, 53(39):15111–15126.<br />
76<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong>
estatísticas<br />
Setor <strong>de</strong> passageiros cresce 5,7%<br />
Em carga, houve aumento <strong>de</strong> 4,3% em TKU nos quatro primeiros meses <strong>de</strong>ste ano<br />
Omês <strong>de</strong> abril foi especial para as operadoras<br />
<strong>de</strong> passageiros e <strong>de</strong> carga no Brasil. No acumulado<br />
até março, o resultado total no segmento<br />
<strong>de</strong> passageiros superava em 2,5% o do<br />
mesmo período <strong>de</strong> 2017. Até abril, essa alta já chega a<br />
5,7%. A média dia útil <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>ste ano foi <strong>de</strong> 10,5 milhões<br />
<strong>de</strong> passageiros, contra 9,9 milhões em abril <strong>de</strong> 2017.<br />
O total acumulado no ano está em quase 958 milhões <strong>de</strong><br />
passageiros transportados.<br />
As principais operadoras do país têm apresentado<br />
crescimento em número <strong>de</strong> usuários transportados. A<br />
ViaQuatro, operadora da Linha 4-Amarela <strong>de</strong> São Paulo,<br />
dispõe do resultado mais substancial: 9,4% <strong>de</strong> alta<br />
até abril. Das cinco principais operadoras, do eixo Rio-<br />
-São Paulo, apenas o MetrôRio está transportando menos<br />
em <strong>2018</strong>. O Metrofor cresceu 38,9% em volume<br />
<strong>de</strong> passageiros; a CBTU Natal, 20,2%; e os Bon<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
Santa Teresa, 34,3%. Os sistemas mais novos contribuíram<br />
significativamente para o resultado total. O Metrô<br />
<strong>de</strong> Salvador cresceu 267%; o VLT da Baixada Santista,<br />
49%; o VLT Carioca teve acrécimo <strong>de</strong> 77,8%; e o VLT<br />
<strong>de</strong> Sobral transportou entre janeiro e abril <strong>de</strong> <strong>2018</strong> volume<br />
equivalente a mais <strong>de</strong> 10 vezes o total <strong>de</strong> passageiros<br />
transportados no mesmo período <strong>de</strong> 2017.<br />
Nas ferrovias <strong>de</strong> carga, o cenário é parecido: em termos<br />
<strong>de</strong> TKU houve crescimento <strong>de</strong> 4,3% no acumulado<br />
até abril <strong>de</strong>ste ano. A Rumo apresentou aumento do volume<br />
<strong>de</strong> cargas transportadas em todas as malhas que opera.<br />
O crescimento mais relevante aconteceu na Malha Oeste:<br />
36% em TKU até abril <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, em comparação com o<br />
mesmo período do ano passado. A Estrada <strong>de</strong> Ferro Carajás<br />
(EFC), ferrovia que mais movimenta carga no Brasil,<br />
teve resultado 12,7% superior em TU e 14,5% em TKU,<br />
no acumulado até abril <strong>de</strong> 2017/<strong>2018</strong>. Ferroeste, Ferrovia<br />
Tereza Cristina (FTC) e as ferrovias operadas pela VLI<br />
também cresceram em volume transportado. Já a Estrada<br />
<strong>de</strong> Ferro Vitoria a Minas (EFVM) e MRS apresentaram<br />
queda no período mencionado.<br />
Veja mais em www.revistaferroviaria.com.br<br />
Nas tabelas <strong>de</strong> transporte urbano sobre trilhos estão contabilizadas as transferências entre as linhas<br />
TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - MARÇO <strong>2018</strong><br />
03/17 03/18<br />
Δ% Acumulado no ano até Março<br />
Operadoras Mar 17/Mar 17 2017 <strong>2018</strong> Δ%<br />
TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU<br />
Rumo - Malha Sul 1.675,9 1.079,7 1.865,0 1.186,9 11,3 9,9 4.073,0 2.575,2 4.648,4 2.936,8 14,1 14,0<br />
Transnor<strong>de</strong>stina Log. 104,4 50,9 97,0 50,5 (7,1) (0,8) 299,8 150,9 294,9 146,8 (1,6) (2,7)<br />
E.F. Carajás 12.951,6 11.445,7 15.631,5 13.978,8 20,7 22,1 38.888,2 34.236,4 43.263,7 38.759,8 11,3 13,2<br />
E.F.V.M. 11.093,4 6.277,7 8.298,3 4.598,1 (25,2) (26,8) 32.187,8 18.415,3 27.686,8 15.561,9 (14,0) (15,5)<br />
Rumo - Malha Paulista 239,1 221,3 298,2 266,3 24,8 20,4 935,7 824,1 1.178,7 948,6 26,0 15,1<br />
Rumo - Malha Norte 1.771,2 2.773,1 2.100,4 3.196,8 18,6 15,3 4.124,3 6.431,8 5.043,1 7.647,4 22,3 18,9<br />
Ferroeste* 66,0 16,6 72,8 20,6 10,3 24,0 185,5 62,0 194,5 88,5 4,8 42,9<br />
FCA 2.736,9 2.027,4 2.895,2 2.150,1 5,8 6,1 6.469,4 4.516,4 7.012,8 4.671,8 8,4 3,4<br />
FTC 242,3 18,7 234,5 18,2 (3,2) (2,6) 700,6 53,7 675,9 52,4 (3,5) (2,5)<br />
MRS Logística 11.995,4 5.571,1 10.756,5 5.002,1 (10,3) (10,2) 33.241,2 15.397,6 29.799,3 13.821,2 (10,4) (10,2)<br />
Rumo - Malha Oeste 315,5 69,6 335,7 65,5 6,4 (5,9) 867,9 141,6 1.018,3 220,7 17,3 55,9<br />
Ferrovia Norte-Sul 927,0 885,9 1.115,3 1.072,3 20,3 21,0 1.561,9 1.435,4 1.640,0 1.527,4 5,0 6,4<br />
Total 44.118,7 30.437,8 43.700,5 31.606,2 (0,9) 3,8 123.535,3 84.240,2 122.456,4 86.383,4 (0,9) 2,5<br />
Fonte: ANTT.<br />
TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - ABRIL <strong>2018</strong><br />
Operadoras<br />
04/17 04/18<br />
Δ% Acumulado no ano até Abril<br />
Abr 18/Abr 17 2017 <strong>2018</strong> Δ%<br />
TU (10³) TKU (10 6 ) TU (10³) TKU (10 6 ) TU TKU TU (10³) TKU (10 6 ) TU (10³) TKU (10 6 ) TU TKU<br />
Rumo - Malha Sul 1.708,2 1.066,0 1.897,5 1.217,5 11,1 14,2 5.781,2 3.641,1 6.545,9 4.154,3 13,2 14,1<br />
Transnor<strong>de</strong>stina Log. 96,2 46,4 98,6 49,4 2,6 6,5 395,9 197,3 393,5 196,2 (0,6) (0,5)<br />
E.F. Carajás 12.482,8 11.060,0 14.651,4 13.126,2 17,4 18,7 51.371,0 45.296,4 57.915,0 51.886,0 12,7 14,5<br />
E.F.V.M. 9.567,7 5.361,1 9.824,7 5.398,7 2,7 0,7 41.755,5 23.776,4 37.511,5 20.960,5 (10,2) (11,8)<br />
Rumo - Malha Paulista 307,0 243,7 251,4 218,0 (18,1) (10,5) 1.242,7 1.067,8 1.430,0 1.166,7 15,1 9,3<br />
Rumo - Malha Norte 1.657,8 2.590,7 2.013,5 3.065,9 21,5 18,3 5.782,1 9.022,5 7.056,6 10.713,3 22,0 18,7<br />
Ferroeste* 36,1 12,0 42,0 10,1 16,3 (15,6) 221,6 73,9 236,5 98,6 6,7 33,4<br />
FCA 2.747,3 2.052,2 3.000,3 2.206,7 9,2 7,5 9.216,7 6.568,6 10.013,1 6.878,5 8,6 4,7<br />
FTC 195,3 14,9 238,8 18,5 22,3 24,4 895,9 68,6 914,7 70,9 2,1 3,3<br />
MRS Logística 11.216,4 5.218,9 10.569,0 4.916,2 (5,8) (5,8) 44.457,6 20.616,5 40.368,3 18.737,5 (9,2) (9,1)<br />
Rumo - Malha Oeste 303,8 67,4 358,7 63,4 18,1 (5,9) 1.171,7 209,0 1.377,1 284,1 17,5 36,0<br />
Ferrovia Norte-Sul 889,3 854,0 1.081,8 1.050,1 21,7 23,0 2.451,1 2.289,4 2.721,8 2.577,5 11,0 12,6<br />
Total 41.207,8 28.587,3 44.027,6 31.340,8 6,8 9,6 164.743,1 112.827,5 166.484,0 117.724,2 1,1 4,3<br />
Fonte: ANTT. *Os dados da Ferroeste não consi<strong>de</strong>ram direito <strong>de</strong> passagem e tráfego mútuo, apenas as cargas geradas na ferrovia.<br />
Continua<br />
78<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>
Continuação<br />
TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - MARÇO <strong>2018</strong><br />
Operadora<br />
03/17 03/18 Δ% Acumulado no ano até Março Δ%<br />
Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2016 Passag.(10³)2017 Passag.(10³)<br />
Metrô-SP 3.901.388 99.177 3.946.232 99.155 1,1 (0,0) 262.938 261.563 (0,5)<br />
Via Quatro 700.146 18.467 786.839 19.470 12,4 5,4 49.017 51.387 4,8<br />
CPTM 2.784.978 74.367 2.932.690 74.475 5,3 0,1 197.480 200.715 1,6<br />
Metrô Rio 904.466 22.466 876.203 21.100 (3,1) (6,1) 63.552 60.607 (4,6)<br />
SuperVia 578.303 13.993 590.961 13.914 2,2 (0,6) 38.687 37.947 (1,9)<br />
CBTU Recife 331.682 8.828 354.074 8.801 6,8 (0,3) 25.180 25.373 0,8<br />
Trensurb 183.493 4.866 179.344 4.476 (2,3) (8,0) 12.731 12.309 (3,3)<br />
CBTU BH 201.078 5.081 204.372 5.161 1,6 1,6 14.313 14.463 1,0<br />
Metrofor 25.017 635 32.267 832 29,0 31,1 1.766 2.372 34,3<br />
CTB Salvador 11.594 294 10.715 267 (7,6) (9,2) 821 780 (5,0)<br />
CBTU João Pessoa 7.254 174 7.415 174 2,2 (0,0) 508 532 4,7<br />
CBTU Natal 10.736 271 13.610 331 26,8 21,8 774 909 17,5<br />
CBTU Maceió 4.221 106 10.118 233 139,7 119,8 232 645 177,7<br />
Metrô DF 134.940 3.643 113.228 2.944 (16,1) (19,2) 9.165 8.341 (9,0)<br />
VLT do Cariri 0 0 1.326 29 - - 0 84 -<br />
Metrô <strong>de</strong> Salvador 78.223 2.026 234.444 7.087 199,7 249,8 5.444 19.370 255,8<br />
VLT da Baixada Santista 17.700 489 22.737 598 28,5 22,2 974 1.580 62,3<br />
VLT <strong>de</strong> Sobral 291 8 4.116 100 1.314,4 1.212,7 27 276 911,8<br />
VLT Carioca 29.000 834 61.000 1.430 110,3 71,5 2.254 3.991 77,1<br />
Bon<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santa Teresa 652 14 779 23 19,5 57,1 59 73 23,1<br />
Metrô <strong>de</strong> Teresina 6.800 156 6.100 134 (10,3) (14,2) 412 366 (11,3)<br />
Total 9.911.962 255.896 10.388.570 260.734 4,8 1,9 686.335 703.684 2,5<br />
Fonte: Operadoras.<br />
TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - ABRIL <strong>2018</strong><br />
estatísticas<br />
Operadora<br />
04/17 04/18 Δ% Acumulado no ano até Abril Δ%<br />
Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2016 Passag.(10³)2017 Passag.(10³)<br />
Metrô-SP 3.911.481 85.215 3.980.459 96.677 1,8 13,5 348.153 358.240 2,9<br />
Via Quatro 684.130 15.094 786.800 18.757 15,0 24,3 64.110 70.143 9,4<br />
CPTM 2.699.860 62.919 2.924.151 72.421 8,3 15,1 260.399 273.136 4,9<br />
Metrô Rio 952.915 20.234 874.810 19.765 (8,2) (2,3) 83.786 80.371 (4,1)<br />
SuperVia 597.556 12.250 606.499 13.401 1,5 9,4 50.937 51.348 0,8<br />
CBTU Recife 338.396 7.834 351.284 8.943 3,8 14,2 33.014 34.316 3,9<br />
Trensurb 193.570 4.235 179.096 4.409 (7,5) 4,1 16.966 16.718 (1,5)<br />
CBTU BH 202.126 4.428 206.851 5.119 2,3 15,6 18.741 19.582 4,5<br />
Metrofor 25.761 554 35.195 851 36,6 53,5 2.321 3.223 38,9<br />
CTB Salvador 10.715 235 10.673 248 (0,4) 5,5 1.056 1.028 (2,7)<br />
CBTU João Pessoa 6.570 137 7.276 163 10,7 19,6 645 696 7,8<br />
CBTU Natal 11.846 243 14.459 312 22,1 28,7 1.017 1.222 20,2<br />
CBTU Maceió 5.598 106 10.423 236 86,2 121,7 339 881 160,2<br />
Metrô DF 125.149 3.004 131.599 3.422 5,2 13,9 12.169 11.763 (3,3)<br />
VLT do Cariri 0 0 1.313 29 - - 0 113 -<br />
Metrô <strong>de</strong> Salvador 82.808 1.825 293.140 7.318 254,0 301,1 7.269 26.688 267,2<br />
VLT da Baixada Santista 18.700 470 23.373 572 25,0 21,6 1.444 2.152 49,0<br />
VLT <strong>de</strong> Sobral 380 7 4.403 105 1.058,7 1.348,3 35 381 1.003,0<br />
VLT Carioca 30.000 769 62.000 1.383 106,7 79,8 3.022 5.374 77,8<br />
Bon<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santa Teresa 594 11 760 21 27,9 96,5 70 94 34,3<br />
Metrô <strong>de</strong> Teresina 6.500 117 6.150 135 (5,4) 15,6 529 501 (5,4)<br />
Total 9.904.275 219.678 10.510.714 254.286 6,1 15,8 906.014 957.970 5,7<br />
Fonte: Operadoras.
artigo<br />
20 anos <strong>de</strong><br />
concessão<br />
metroferroviária<br />
no Brasil<br />
JOUBERT FLORES,<br />
Presi<strong>de</strong>nte da Associação Nacional dos Transportadores <strong>de</strong> Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos)<br />
Com o advento da <strong>de</strong>scentralização dos serviços<br />
públicos, a partir <strong>de</strong> 1997 surgiram as primeiras<br />
concessões e com elas a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> pensar tais serviços não apenas com a ótica<br />
<strong>de</strong> política pública, mas com componentes <strong>de</strong> mercado,<br />
agregando uma visão <strong>de</strong> negócio que pu<strong>de</strong>sse levar em<br />
consi<strong>de</strong>ração fatores políticos, técnicos e econômicos, que<br />
privilegiassem a eficiência.<br />
A primeira concessão metroferroviária do Brasil completou<br />
20 anos. Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1997, na Bolsa <strong>de</strong> Valores<br />
do Rio <strong>de</strong> Janeiro, o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro conce<strong>de</strong>u<br />
o direito <strong>de</strong> explorar o serviço metroviário da capital<br />
fluminense, mas foi em abril <strong>de</strong> 1998 que o MetrôRio assumiu<br />
a operação, manutenção e administração das linhas<br />
1 e 2 do sistema <strong>de</strong> metrô do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Des<strong>de</strong> a sua inauguração, o metrô carioca passou por<br />
uma gran<strong>de</strong> evolução. Ele foi inaugurado com 4,3 km <strong>de</strong><br />
vias e transportando 500 mil passageiros ao ano. Hoje, o<br />
sistema conta com 54,4 km <strong>de</strong> linhas, que são responsáveis<br />
pela condução <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 274 milhões <strong>de</strong> passageiros<br />
por ano.<br />
O transporte <strong>de</strong> passageiros sobre trilhos, por se tratar<br />
do modal <strong>de</strong> alta capacida<strong>de</strong>, é o garantidor da estruturação<br />
da mobilida<strong>de</strong> urbana. Durante muito tempo este setor<br />
foi tratado apenas sob a ótica <strong>de</strong> obrigação do estado e<br />
motivador <strong>de</strong> dispêndio, seja através do investimento nas<br />
expansões ou do subsídio governamental para custear a<br />
operação. Entretanto, sob essa nova ótica, o setor vem<br />
se renovando ao <strong>de</strong>senvolver mo<strong>de</strong>lagens negociais que<br />
proporcionam a redução da <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> investimento<br />
público, liberando recursos para setores como educação,<br />
saú<strong>de</strong> e segurança, ao mesmo tempo que estimulam o investimento<br />
privado e a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos para o<br />
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REVISTA FERROVIÁRIA | MAIO/JunhO DE <strong>2018</strong><br />
atendimento da mobilida<strong>de</strong> do cidadão.<br />
Só para se ter uma i<strong>de</strong>ia, antes da concessão do metrô,<br />
o governo do Rio <strong>de</strong> Janeiro precisava aportar cerca <strong>de</strong><br />
US$100 milhões anuais para a garantia da operação do<br />
sistema. Com a sua concessão, em 1997, o governo estadual<br />
<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> aportar tais recursos. Além da economia, a<br />
prorrogação da concessão em 2007, resultou em R$ 1,15<br />
bilhão em investimentos da operadora em ativos como<br />
trens e estações que passaram a pertencer à socieda<strong>de</strong>.<br />
Des<strong>de</strong> a primeira concessão <strong>de</strong> transporte urbano <strong>de</strong><br />
passageiros sobre trilhos no Brasil, em 1997, já são sete<br />
sistemas operados pela iniciativa privada, que somam<br />
335,7 quilômetros <strong>de</strong> linhas e 206 estações, representando<br />
cerca <strong>de</strong> 33% das operações no país. E a expectativa da<br />
ANPTrilhos é <strong>de</strong> que até 2020 se somem a esse hall pelo<br />
menos mais seis novos sistemas metroferroviários em regime<br />
<strong>de</strong> concessão.<br />
A ANPTrilhos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o investimento para o avanço<br />
das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte sobre trilhos, seja ele público ou<br />
privado. É necessário que o po<strong>de</strong>r público planeje e estabeleça<br />
priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimentos, avaliando o dimensionamento<br />
da sua capacida<strong>de</strong> financeira, pessoal e institucional<br />
para realizar o conjunto <strong>de</strong> estudos e projetos,<br />
e busque o apoio da iniciativa privada para elaboração,<br />
implantação e operação dos mesmos, com sua tradicional<br />
agilida<strong>de</strong> e eficiência.<br />
O importante é que os projetos levem em conta as necessida<strong>de</strong>s<br />
quanto à otimização <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, atendimento a<strong>de</strong>quado<br />
à <strong>de</strong>manda dos corredores e à integração física e tarifária<br />
entre os modais, garantindo que não sofram solução <strong>de</strong><br />
continuida<strong>de</strong> e sejam administrados <strong>de</strong> forma eficiente para<br />
cumprimento <strong>de</strong> prazos e custos planejados das obras, o início<br />
da operação e a qualida<strong>de</strong> da mobilida<strong>de</strong> do cidadão.
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foto do mês<br />
Duas locomotivas mo<strong>de</strong>lo Traxx<br />
MS2, da Bombardier, <strong>de</strong>sembarcaram<br />
na República Tcheca em abril,<br />
para operar nos trechos Praga–<br />
Ostrava (República Tcheca)–Kosice<br />
(Eslováquia); Praga–Brno–Breclav<br />
(República Tcheca); e Bratislava<br />
(capital da Eslováquia)–Viena<br />
(capital da Áustria). A operadora <strong>de</strong><br />
trens interurbanos <strong>de</strong> longa distância<br />
é a RegioJet, que no primeiro<br />
trimestre <strong>de</strong>sse ano transportou 1,25<br />
milhão <strong>de</strong> passageiros.<br />
Foto: Divulgação/RegioJet