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Revista Ferroviária Edição de Maio/Junho 2018

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FERROVIÁRIO DO ANO<br />

GERALDO ALCKMIN<br />

<strong>Maio</strong> / <strong>Junho</strong> <strong>2018</strong> - R$ 31,50<br />

Legado <strong>de</strong><br />

problemas<br />

Projetos previstos para a Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014 ainda sem solução


DORMENTES<br />

DE CONCRETO<br />

Referência no mercado<br />

há 77 anos, presente em<br />

gran<strong>de</strong>s projetos, com<br />

excelência e mobilida<strong>de</strong>.<br />

www.cavan.com.br<br />

DORMENTES DE CONCRETO<br />

+55 11 3631-4810


editorial<br />

Este ano o Prêmio <strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong> vai fazer uma<br />

homenagem especial, post-mortem, a Raul Randon, falecido no início<br />

<strong>de</strong> março, dias antes da inauguração da nova fábrica <strong>de</strong> semirreboques<br />

e vagões ferroviários, em Araraquara (SP). Um plano que os Randon<br />

chegaram a adiar, diante da recessão histórica pela qual o país passou.<br />

Raul Randon – que com o irmão Hercílio, transformou a oficina mecânica<br />

do pai num império industrial – marcou presença não só no mercado<br />

ferroviário mas em toda a economia brasileira. Deixou sementes e uma<br />

sólida marca. Merece todas as homenagens.<br />

Anual: R$ 149,00<br />

ASSINE www.revistaferroviaria.com.br<br />

6 edições, newsletter e acesso ao site<br />

CONSELHO EDITORIAL<br />

Alexan<strong>de</strong>r Ellwanger<br />

DIRETORA DE REDAÇÃO<br />

Regina Perez<br />

regina@revistaferroviaria.com.br<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Regina Perez - Mtb 14.194<br />

Ano 79 - <strong>Maio</strong> / <strong>Junho</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong><br />

<strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong> é uma publicação da<br />

Editora <strong>Ferroviária</strong> Ltda.<br />

CNPJ: 12.464.344/0001-30<br />

Inscrição Municipal: 4.131.725-4<br />

Registro no INPI: 816.399.964<br />

Antonio Ismael Ballan<br />

Bento José <strong>de</strong> Lima<br />

Guilherme Quintella<br />

Guilherme Mello<br />

Henrique Aché<br />

João Gouveia<br />

José Antonio Martins<br />

Marcelo Spinelli<br />

Valter <strong>de</strong> Souza<br />

REDAÇÃO<br />

Editora: Bianca Rocha<br />

Estagiária: Julia <strong>de</strong> Paula<br />

Colaboradores: Adriana <strong>de</strong> Araújo<br />

An<strong>de</strong>rson Baltar<br />

Annaclara Velasco<br />

Luciana Calaza<br />

Murillo Magaroti<br />

Romulo Tesi<br />

redacao@revistaferroviaria.com.br<br />

PUBLICIDADE<br />

Diretor Comercial: Claudinei Carvalho<br />

Diretor <strong>de</strong> Contas: Gustavo Lauria<br />

Executivo <strong>de</strong> contas: Geraldo Golfeto<br />

publicida<strong>de</strong>@revistaferroviaria.com.br<br />

CIRCULAÇÃO<br />

Daniel Moreira<br />

assinaturas@revistaferroviaria.com.br<br />

Distribuição Nacional pela<br />

Treelog S.A. Logística e Distribuição<br />

DIAGRAMAÇÃO<br />

Fabio Hirata<br />

contato@fabiohirata.com.br<br />

SEDE<br />

Rua Pamplona, 1.465 - Cj. 61/62<br />

Cep: 01405-002, São Paulo - SP<br />

Tel: (11) 3059-6060<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 3


sumário<br />

Ano 79 - <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> <strong>2018</strong><br />

Trens da CAF<br />

armazenados no<br />

espaço on<strong>de</strong> seria<br />

construído o CCO<br />

do VLT <strong>de</strong> Cuiabá.<br />

Foto: Divulgação<br />

Secid/MT<br />

Pág. 36<br />

Manutenção <strong>de</strong> via<br />

Operadoras <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong><br />

passageiros têm 1.472<br />

equipamentos<br />

60


Entrevista<br />

Eduardo Copello fala sobre<br />

projetos metroferroviários<br />

<strong>de</strong> Salvador<br />

14<br />

Prêmio RF <strong>2018</strong><br />

Ferroviário do Ano,<br />

categorias e<br />

regras <strong>de</strong> votação 20<br />

Linha 5-Lilás<br />

Gestores viram réus<br />

por compra<br />

<strong>de</strong> trens<br />

24<br />

Capacitação<br />

Cursos técnicos e<br />

especializações<br />

em ferrovia<br />

48<br />

Trem da VLI, para transporte <strong>de</strong> carga agrícola, próximo ao Terminal Integrador<br />

Porto Nacional, em Tocantins<br />

Foto: Divulgação/VLI


cartas<br />

Trem <strong>de</strong> passageiros da Irish Rail<br />

Impressões <strong>de</strong> um<br />

ferroviário irlandês<br />

Meu conhecimento sobre o setor<br />

ferroviário no Brasil é da perspectiva<br />

<strong>de</strong> passageiro e turista. Gostaria<br />

<strong>de</strong> falar com profissionais ferroviários<br />

brasileiros para enten<strong>de</strong>r melhor<br />

os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> manutenção e<br />

investimentos no setor e suas experiências.<br />

Fiquei muito impressionado<br />

com a eficiência dos sistemas <strong>de</strong><br />

metrô e trem em São Paulo. No que<br />

diz respeito à Irlanda, a população<br />

já usufrui do princípio que chamamos<br />

<strong>de</strong> "parque e passeio" no setor<br />

ferroviário, em que os passageiros<br />

po<strong>de</strong>m dirigir-se para uma localização<br />

segura nos subúrbios da cida<strong>de</strong>,<br />

estacionar seu carro e pegar um trem<br />

para a cida<strong>de</strong>, para o trabalho, lazer<br />

e compras. Trata-se <strong>de</strong> um sistema<br />

que ajuda a reduzir a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> carros particulares que entram e<br />

saem das principais cida<strong>de</strong>s nos horários<br />

<strong>de</strong> pico, a diminuir o tempo<br />

<strong>de</strong> viagem e a melhorar a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida dos viajantes.<br />

A Irlanda é um país pequeno em<br />

comparação ao Brasil, com uma<br />

pequena re<strong>de</strong> ferroviária <strong>de</strong> 2.400<br />

6<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

quilômetros, focada no transporte<br />

<strong>de</strong> passageiros, com apenas uma<br />

pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> clientes <strong>de</strong><br />

carga. Após as crises econômicas <strong>de</strong><br />

2008, o setor ferroviário irlandês sofreu<br />

com a redução do financiamento<br />

público para manutenção e outros<br />

investimentos. Tivemos que adaptar<br />

nossas estratégias para trabalhar <strong>de</strong><br />

forma mais eficiente e maximizar os<br />

ciclos <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> ativos. A Irish Rail<br />

adotou a gestão <strong>de</strong> ativos <strong>de</strong> infraestrutura<br />

para conseguir isso. Esse é o<br />

meu campo <strong>de</strong> atuação. Desenvolvo<br />

o mapeamento <strong>de</strong> negócios e analiso<br />

processos e novas tecnologias.<br />

Todos os trabalhos e problemas <strong>de</strong><br />

manutenção são registrados em nosso<br />

sistema SAP e a manutenção é adaptada<br />

aos nossos registros <strong>de</strong> risco. A<br />

Irish Rail tem uma enorme quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> dados <strong>de</strong> ativos que ajudam<br />

os engenheiros e a administração a<br />

tomar as melhores <strong>de</strong>cisões sobre investimento<br />

e manutenção. Eu forneço<br />

conselhos sobre como o SAP po<strong>de</strong> ser<br />

utilizado para alcançar nossos objetivos<br />

<strong>de</strong> negócios.<br />

John Kennedy<br />

john.j.kennedy@irishrail.ie<br />

Divulgação/Irish Rail<br />

Linha 18-Bronze<br />

Gostaria que verificassem a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fazer alguma reportagem<br />

sobre a Linha 18-Bronze do Metrô,<br />

cujo projeto não sai do papel. São<br />

mais <strong>de</strong> 300 mil possíveis usuários<br />

que se beneficiarão com um transporte<br />

<strong>de</strong> mais qualida<strong>de</strong>, interligando<br />

o ABC com a re<strong>de</strong> metroviária da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Hoje é necessário uma pressão junto<br />

à STN do Ministério da Fazenda<br />

(governo fe<strong>de</strong>ral) e também um<br />

follow up junto ao governo do estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo. Vejam se é possível alguma<br />

divulgação do assunto.<br />

Eu fiz um abaixo assinado, cujo documento<br />

traz um histórico (http://<br />

chn.ge/2BsyPWa), e também estou<br />

enviando e-mails para alguns <strong>de</strong>putados<br />

e para a Câmara Municipal <strong>de</strong><br />

São Bernardo. Tudo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> minhas<br />

possibilida<strong>de</strong>s. Não me parece haver<br />

muitos interessados – isso <strong>de</strong> qualquer<br />

partido que seja, pois é um assunto<br />

complexo por conta da <strong>de</strong>pendência<br />

dos governos fe<strong>de</strong>ral, estadual<br />

e municipal.<br />

Acho que os órgãos <strong>de</strong> imprensa po<strong>de</strong>m<br />

contribuir e daí meu contato para<br />

tentar encontrar algum meio a<strong>de</strong>quado<br />

para reforçar a necessida<strong>de</strong> da Linha<br />

18-Bronze para a população do ABC.<br />

Gostaria <strong>de</strong> ouvi-los a respeito da<br />

solicitação que lhes faço. Certo <strong>de</strong><br />

sua atenção, fico no aguardo <strong>de</strong> um<br />

retorno e à disposição para o que se<br />

fizer necessário.<br />

Obrigado.<br />

J.L.Cezar Attab<br />

cezar.attab@bol.com.br<br />

Para escrever para a <strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong><br />

man<strong>de</strong> um email para:<br />

redacao@revistaferroviaria.com.br<br />

ou escreva para:<br />

Rua Pamplona, 1.465 - Cj. 61/62<br />

CEP 01405-002, São Paulo - SP


expressas Bianca Rocha<br />

Meio século <strong>de</strong> metrô em SP<br />

O mês <strong>de</strong> maio foi agitado para o Metrô <strong>de</strong> São Paulo. Na comemoração<br />

pelos 50 anos, a operadora organizou shows, exposições e apresentações<br />

nas estações. Teve até uma réplica <strong>de</strong> um carro da extinta Frota A exposta no<br />

mezanino da Estação da Sé – a mais movimentada do sistema, que aten<strong>de</strong> as<br />

linhas 1-Azul e 3-Vermelha e recebe por dia 536 mil usuários. Criada pelos<br />

funcionários da equipe <strong>de</strong> manutenção, a réplica apresentou vários itens originais<br />

dos primeiros trens fabricados pela Mafersa, no início da década <strong>de</strong><br />

1970, como a cabine do operador e o console <strong>de</strong> comando.<br />

Paralisação no dia do aniversário<br />

Em meio às celebrações, um susto: no<br />

dia do aniversário <strong>de</strong> 50 anos, 24 <strong>de</strong><br />

abril, a Linha 1-Azul – a primeira do<br />

sistema a ser inaugurada – sofreu uma<br />

falha elétrica, resultando na paralisação<br />

<strong>de</strong> todos os trens da linha durante uma<br />

hora e meia. Todas as estações da Linha<br />

1-Azul tiveram que ser esvaziadas. O<br />

caso está sendo investigado pela polícia.<br />

O Metrô SP disse que ainda não há prazo<br />

para a conclusão do laudo.<br />

A suspeita da STM é o acionamento in<strong>de</strong>vido<br />

do Sistema <strong>de</strong> Prevenção <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes<br />

em Plataforma (SPAP), composto<br />

por um botão e um telefone em um<br />

totem disposto nas plataformas, às vistas<br />

dos passageiros. O dispositivo po<strong>de</strong> ser<br />

acionado, por exemplo, em caso <strong>de</strong> queda<br />

<strong>de</strong> usuário na via, para que cesse o<br />

fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica no local.<br />

Ao ser acionado, no entanto, o funcionamento<br />

normal da linha é afetado.<br />

Não é <strong>de</strong> hoje que o acionamento <strong>de</strong>ste<br />

botão causa transtornos nas linhas<br />

do Metrô <strong>de</strong> SP. Em 2014, a operadora<br />

chegou a contratar seguranças para<br />

Enquanto isso em Salvador...<br />

A tão aguardada estação Aeroporto, do metrô <strong>de</strong> Salvador,<br />

enfim, foi aberta ao público em abril, colocando a capital<br />

baiana no rol <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s com interligação ferroviária entre o<br />

centro e o aeroporto internacional. Mais três capitais brasileiras<br />

usufruem <strong>de</strong>sse ‘luxo’: São Paulo, com a recente Linha<br />

13-Ja<strong>de</strong>; Recife (Metrorec), cuja estação está a 500 metros<br />

do Aeroporto; e Porto Alegre, on<strong>de</strong> a Trensurb dispõe da estação<br />

Aeroporto (Linha 1) e <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> aeromóvel que<br />

leva os passageiros até o terminal aéreo.<br />

Pelo projeto, a próxima parada do metrô será Lauro <strong>de</strong> Freitas,<br />

município vizinho a Salvador. Mas a expansão está atrelada<br />

agora a uma meta <strong>de</strong>finida no contrato <strong>de</strong> concessão<br />

com a CCR Metrô Bahia: 6 mil passageiros <strong>de</strong>verão acessar<br />

a estação Aeroporto nos horários <strong>de</strong> pico por seis meses consecutivos<br />

para que sejam iniciados os estudos para a construção<br />

da estação Lauro <strong>de</strong> Freitas.<br />

Os horários <strong>de</strong> maior movimento no metrô <strong>de</strong> Salvador são<br />

<strong>de</strong> 6h30 às 8h30 e <strong>de</strong> 16h30 às 18h30. Atualmente, entre 6h<br />

e 8h, 2,3 mil passageiros acessam a estação Aeroporto. À<br />

tar<strong>de</strong>, entre 16h e 19h, são 5,5 mil usuários. Hoje o metrô<br />

transporta cerca <strong>de</strong> 300 mil passageiros por dia, número que<br />

Fotos: Divulgação<br />

ficarem ao lado das cabines do SPAP,<br />

após a Linha 3-Vermelha ser paralisada<br />

parcialmente por conta do acionamento<br />

dos botões na plataforma. No caso<br />

mais recente, o Sindicato do Metroviários<br />

afirma que não houve violação<br />

dos lacres das cabines nas estações Ana<br />

Rosa e Paraíso, o que indica não ter havido<br />

interferência humana. O sindicato<br />

sustenta que houve falha automática no<br />

sistema SPAP e que a situação só foi<br />

normalizada após técnicos do metrô<br />

darem ‘reset’ no sistema.<br />

ainda está aquém da projeção da CCR para o atual estágio <strong>de</strong><br />

expansão (aproximadamente 450 mil/dia).<br />

O aumento da <strong>de</strong>manda no metrô também passa pela necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reorganização das linhas <strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong> Salvador,<br />

também concessionadas à iniciativa privada, o que geraria<br />

menos competição entre os modais e mais eficiência na mobilida<strong>de</strong><br />

urbana da capital baiana.<br />

A 2,5 km do aeroporto, a estação do metrô <strong>de</strong> Salvador dispõe <strong>de</strong><br />

shuttles gratuitos que levam passageiros ao terminal aéreo<br />

8<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> MAIO/JUNHO DE <strong>2018</strong>


Os chineses venceram<br />

O consórcio Skyrail, composto pelas<br />

chinesas BYD, fabricante <strong>de</strong> ônibus<br />

elétricos e monotrilhos, e a Metrogreen,<br />

braço da BYD e atuante nas áreas<br />

<strong>de</strong> locação e operações, foi o único<br />

a entregar proposta na licitação para<br />

o projeto <strong>de</strong> revitalização dos trens<br />

<strong>de</strong> subúrbio <strong>de</strong> Salvador. O valor do<br />

projeto, avaliado em R$ 1,5 bilhão;<br />

o baixo aporte <strong>de</strong> recursos<br />

do po<strong>de</strong>r público na PPP, que<br />

pelo edital está fixado em<br />

R$ 100 milhões; e a suposta<br />

<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> passageiros superestimada<br />

pelo governo,<br />

<strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> fora da concorrência<br />

importantes players<br />

do mercado, como a CCR,<br />

operadora do metrô da capital<br />

baiana, e a Hyundai-Rotem.<br />

A vitória da BYD <strong>de</strong>ve alterar<br />

a i<strong>de</strong>ia original do governo,<br />

que era a implementação <strong>de</strong><br />

Passo a passo para eficiência<br />

Projetos <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana viáveis<br />

técnico e financeiramente são poucos<br />

no Brasil, admite o diretor <strong>de</strong> Planejamento<br />

e Informações da Secretaria<br />

Nacional <strong>de</strong> Mobilida<strong>de</strong> Urbana (Semob),<br />

vinculada ao Ministério das<br />

Cida<strong>de</strong>s, Cléver Almeida. E a falta <strong>de</strong><br />

bons projetos foi um dos motivos que<br />

levou à redução <strong>de</strong> 58% dos recursos<br />

<strong>de</strong>stinados pela Semob para estados<br />

e municípios brasileiros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2016,<br />

quando foram liberados R$ 67,7 bilhões.<br />

Para este ano, a estimativa é<br />

que R$ 39,5 bilhões sejam <strong>de</strong>stinados<br />

a projetos <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana. Entre<br />

as principais dificulda<strong>de</strong>s relatadas<br />

pelo diretor estão a baixa capacida<strong>de</strong><br />

técnica e institucional do corpo funcional<br />

das prefeituras; falta <strong>de</strong> planejamento<br />

e inexistência <strong>de</strong> planos <strong>de</strong><br />

mobilida<strong>de</strong> urbana consistentes; baixa<br />

qualida<strong>de</strong> dos projetos; estimativa <strong>de</strong><br />

custo inicial <strong>de</strong>ficiente; dificulda<strong>de</strong>s<br />

na obtenção <strong>de</strong> licenças etc.<br />

Cléver Almeida foi um dos palestrantes<br />

no lançamento do “Guia TPC:<br />

orientações para seleção da tecnologia<br />

e implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />

Transporte Público Coletivo”, organizado<br />

no auditório do BNDES, em<br />

maio. O guia, elaborado por técnicos<br />

do banco, em parceria com o Ministério<br />

das Cida<strong>de</strong>s e a Cooperação<br />

Financeira Alemã, serve como material<br />

<strong>de</strong> apoio para a escolha e implementação<br />

<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> transporte<br />

público coletivo. O guia tem como<br />

objetivo ajudar secretários, gestores<br />

municipais e estaduais na escolha do<br />

modal mais a<strong>de</strong>quado para cada cida<strong>de</strong>,<br />

levando em consi<strong>de</strong>ração o entorno<br />

e custo-benefício.<br />

Veículo Leve sobre Trilhos, em substituição<br />

aos velhos trens que rodam<br />

na linha da capital baiana. Salvador,<br />

aliás, po<strong>de</strong>rá ser a segunda capital do<br />

Brasil a apostar no monotrilho. São<br />

Paulo tem as linhas <strong>de</strong> monotrilho<br />

15-Prata e 17-Ouro (em construção)<br />

para chamar <strong>de</strong> suas. Usada em larga<br />

escala na China, a tecnologia é <strong>de</strong>sconhecida<br />

no Oci<strong>de</strong>nte – Europa e<br />

EUA não dispõem <strong>de</strong> operação com<br />

este modal.<br />

O diretor da BYD no Brasil, Alexandre<br />

Liu, falou um pouco sobre o projeto<br />

da empresa que ainda precisa ser<br />

aprovado pelo governo da Bahia: serão<br />

15 km <strong>de</strong> via elevada a três metros<br />

<strong>de</strong> altura, mais 5 km <strong>de</strong> via elevada<br />

a cinco metros <strong>de</strong> altura.<br />

A empresa preten<strong>de</strong><br />

aproveitar o traçado já<br />

existente. Segundo Liu,<br />

o valor total do projeto<br />

<strong>de</strong>ve ser superior ao<br />

previsto no edital. “Já<br />

estamos em conversas<br />

avançadas com fundos<br />

europeus para conseguir<br />

o financiamento para as<br />

obras. Devemos financiar<br />

80% do projeto”,<br />

afirma o diretor.<br />

Outro guia<br />

informativo<br />

A ANPTrilhos também preten<strong>de</strong><br />

lançar, em parceria com o Ministério<br />

das Cida<strong>de</strong>s, um guia<br />

para ajudar gestores e profissionais<br />

da área a formular projetos<br />

metroferroviários. O Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong><br />

Viabilida<strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong>ve reunir<br />

conceitos e as necessida<strong>de</strong>s básicas<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

estudos <strong>de</strong> viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistema<br />

<strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros<br />

sobre trilhos. O material elenca<br />

tópicos que abordam as análises<br />

econômicas e jurídicas, passando<br />

por estudos <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda,<br />

plano e concepção operacional.<br />

O ca<strong>de</strong>rno está em fase final <strong>de</strong><br />

elaboração, e ainda não há previsão<br />

<strong>de</strong> lançamento.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> MAIO/JUNHO DE <strong>2018</strong> 9


gente<br />

Competência e paixão pela ferrovia<br />

Trabalhar em um meio<br />

dominado por homens<br />

nunca foi problema para<br />

Gleidiane Pinheiro . Sua<br />

carreira profissional começou na construção<br />

civil, aos 18 anos. Quatro anos<br />

<strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>sembarcou na Estrada <strong>de</strong><br />

Ferro Carajás (EFC), para trabalhar na<br />

área técnica <strong>de</strong> via permanente. Gleidiane,<br />

que hoje tem 32 anos, cresceu<br />

e apareceu na ferrovia. Única mulher<br />

a operar na Vale um equipamento rodoferroviário<br />

<strong>de</strong> inspeção preditiva<br />

por meio <strong>de</strong> ultrassom, ela ganhou em<br />

"Gosto da minha<br />

profissão e busco<br />

fazer o melhor,<br />

pois sei que o meu<br />

trabalho é muito<br />

importante para<br />

garantir a segurança<br />

no transporte<br />

ferroviário."<br />

<strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> Gleidiane – que <strong>de</strong>sempenha<br />

uma função <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança numa<br />

equipe composta por 21 homens – se dá<br />

a cada 15 dias (estes divididos em sete<br />

dias <strong>de</strong> trabalho, mais sete dias <strong>de</strong> folga).<br />

Durante os dias <strong>de</strong> inspeção, Gleidiane,<br />

que mora em São Luís, capital do<br />

Maranhão, percorre diversas cida<strong>de</strong>s do<br />

estado por meio dos trilhos da EFC. Em<br />

um mês costuma completar a extensão<br />

abril mais um reconhecimento: tornou-se<br />

a primeira mulher no Brasil a<br />

obter a Certificação Metroferroviária<br />

<strong>de</strong> Via Permanente (US-N2-VP) da<br />

Associação Brasileira Ensaios Não<br />

Destrutivos e Inspeção (Abendi). Pegando<br />

carona no Dia do Ferroviário,<br />

comemorado em 30 <strong>de</strong> abril, a RF selecionou<br />

a história <strong>de</strong> Gleidiane para<br />

ilustrar a seção Gente <strong>de</strong>sta edição.<br />

A área em que a profissional atua<br />

hoje na EFC é responsável por garantir<br />

a confiabilida<strong>de</strong> da ferrovia, pois<br />

tem a função <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar ao longo<br />

<strong>de</strong> todo o trecho avarias e eventuais<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s nos trilhos. O turno<br />

da ferrovia, <strong>de</strong> 889 quilômetros, a bordo<br />

do veículo rodoferroviário <strong>de</strong> ultrassom.<br />

“Trabalhei na via permanente como<br />

técnica e aprendi muita coisa sobre ferrovia,<br />

logística, minério <strong>de</strong> ferro, Vale<br />

e mundo. Após um tempo, surgiu a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operar uma máquina<br />

e, assim, diagnosticar a linha por meio<br />

<strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> ultrassom. E foi nessa<br />

área que me aperfeiçoei profissionalmente,<br />

busquei conhecimento a fundo<br />

sobre o processos e me <strong>de</strong>diquei. Gosto<br />

da minha profissão e busco fazer o<br />

melhor, pois sei que o meu trabalho é<br />

muito importante para garantir a segurança<br />

no transporte ferroviário”, conta.<br />

Não por acaso, Gleidiane é apaixonada<br />

por ferrovias e se interessa por<br />

todo assunto relacionado ao setor. Ao<br />

ver pela primeira vez um trem passando<br />

pelos trilhos, ficou admirada e percebeu<br />

que ali estava o seu futuro profissional.<br />

“Eu me sinto lisonjeada por<br />

estar nesse universo ferroviário. Gosto<br />

do que faço e pretendo avançar ainda<br />

mais na carreira. Atualmente trabalho<br />

no período diurno e estudo à noite, sou<br />

casada e ainda não tenho filhos. Até<br />

o momento, consigo conciliar os horários<br />

<strong>de</strong> profissional, estudante e esposa,<br />

e espero que continue assim pra<br />

sempre, afinal nós, mulheres, temos<br />

essa habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer muitas coisas<br />

ao mesmo tempo”.<br />

10<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


agenda<br />

BRASIL<br />

JULHO<br />

REUNIÕES CB06*<br />

03 a 06/07 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Simefre<br />

Site: www.simefre.org.br<br />

FÓRUM DE MOBILIDADE ANPTRILHOS<br />

18/07 – Brasília, DF<br />

Organizador: ANPTrilhos<br />

Site: http://www.forummobilida<strong>de</strong>.com.br/<br />

16º SIMPÓSIO SAE BRASIL DE POWERTRAIN<br />

30 e 31/07 – Campinas, SP<br />

Organizador: SAE<br />

Site: www.portal.saebrasil.org.br/eventos/geral<br />

AGOSTO<br />

REUNIÕES CB06*<br />

07 a 10/08 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Simefre<br />

Site: www.simefre.org.br<br />

15º FÓRUM SAE BRASIL DE TECNOLOGIA DE<br />

MOTORES DIESEL<br />

14 e 15/08 - Paraná e Santa Catarina<br />

Organizador: SAE<br />

Site: www.portal.saebrasil.org.br/eventos/geral<br />

24ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA<br />

21 a 24/08 - São Paulo, SP<br />

Organizador: Aeamesp<br />

Site: www.aeamesp.org.br<br />

CONAEND&LEV<strong>2018</strong><br />

27 a 29/08 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Abendi<br />

Site: www.conaend.org.br<br />

SETEMBRO<br />

27º CONGRESSO E MOSTRA INTERNACIONAIS SAE BRASIL<br />

DE TECNOLOGIA DA MOBILIDADE <strong>2018</strong><br />

03 a 05/09 – São Paulo, SP<br />

Organizador: SAE<br />

Site: http://portal.saebrasil.org.br/eventos/congresso<br />

TRANSPOQUIP LATIN AMERICA <strong>2018</strong><br />

12 a 13/09 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Real Alliance<br />

Site: www.transpoquip.com.br<br />

FÓRUM INTERNACIONAL SUPPLY CHAIN -<br />

EXPO LOGÍSTICA <strong>2018</strong><br />

18 a 20/09 – São Paulo, SP<br />

Organizador: ILOS<br />

Site: www.forum.ilos.com.br<br />

OUTUBRO<br />

REUNIÕES CB06*<br />

02 a 05/10 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Simefre<br />

Site: www.simefre.org.br<br />

10º SIMPÓSIO SAE BRASIL DE MANUFATURA<br />

10/10 - Seção Caxias do Sul, RS<br />

Organizador: SAE<br />

Site: www.portalsaebrasil.org.br<br />

NOVEMBRO<br />

REUNIÕES CB06*<br />

06 a 09/11 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Simefre<br />

Site: www.simefre.org.br<br />

2019<br />

MARÇO<br />

21º NEGÓCIOS NOS TRILHOS<br />

26 a 28/03 – São Paulo, SP<br />

Organizador: UBM<br />

Site: www.ntexpo.com.br<br />

EXTERIOR<br />

JUNHO<br />

SAFERAIL<br />

11 e 12/06 – Washington, EUA<br />

Organizador: Saferail<br />

Site: www.smartrailworld.com<br />

AFRICA RAIL<br />

12 e 13/06 – Joanesburgo, África do Sul<br />

Organizador: Terrapinn<br />

Site: www.terrapinn.com/exhibition/africa-rail<br />

*Comitê Brasileiro <strong>de</strong> Normas Técnicas Metroferroviárias


agenda<br />

UIC SECURITY WEEK<br />

18 a 21/06 – Paris, França<br />

Organizador: UIC<br />

Site: http://www.uic.org/contact-us<br />

WORLD METRORAIL CONGRESS AMERICAS <strong>2018</strong><br />

26 e 27/06 – Filadélfia, EUA<br />

Organizador: Terrapinn<br />

Site: www.terrapinn.com/conference/metrorail-americas<br />

JULHO<br />

COMPRAIL <strong>2018</strong>: 16TH INTERNATIONAL CONFERENCE ON<br />

RAILWAY ENGINEERING DESIGN & OPERATION<br />

02 a 04/07 – Lisboa, Portugal<br />

Organizador: Wessex Institute<br />

E-mail: wit@wessex.ac.uk<br />

SETEMBRO<br />

FOURTH INTERNATIONAL CONFERENCE ON RAILWAY<br />

TECHNOLOGY: RESEARCH, DEVELOPMENT AND MAINTENANCE<br />

03 a 07/09 – Barcelona, Espanha<br />

Organizador: Elsevier<br />

Site: www.railwaysconference.com<br />

THE INTERNATIONAL MAGLEV BOARD<br />

05 a 07/09 – São Petersburgo, Rússia<br />

Organizador: Maglev Board<br />

Site: www.maglevboard.net/en/<br />

INNOTRANS <strong>2018</strong><br />

18 a 21/09 – Berlim, Alemanha<br />

Organizador: Messe Berlin<br />

Site: www.innotrans.<strong>de</strong><br />

NOVEMBRO<br />

WORLD RAIL FESTIVAL <strong>2018</strong><br />

13 e 14/11 – Amsterdã, Holanda<br />

Organizador: Terrapin<br />

E-mail: tayyab.abbasi@terrapinn.com<br />

AUSRAIL – CONFERENCE & EXHIBITION<br />

27 a 28/11 – Camberra, Austrália<br />

Organizador: Australasian Railway Association<br />

Site: www.ausrail.com/<br />

2019<br />

ABRIL<br />

EURASIA RAIL 2019<br />

10 a 12/04 – Izmir, Turquia<br />

Organizador: ITE Turkey<br />

Site: www.eurasiarail.eu<br />

JUNHO<br />

RAILLOG KOREA<br />

01/06 – Busan, Coréia do Sul<br />

Organizador: Messe Frankfurt Korea Ltd<br />

Site: www.raillog-korea.kr.messefrankfurt.com<br />

TRANSPORT + LOGISTIK<br />

04 a 07/06 – Munique, Alemanha<br />

Organizador: Messe München<br />

Site: www.transportlogistic.<strong>de</strong><br />

SETEMBRO<br />

TRAKO 2019 – 13º INTERNATIONAL RAILWAY FAIR<br />

24 a 27/09 - Gdasnk, Polônia<br />

Organizador: MTG - Gdansk International Fair Co<br />

Site: www.trakofair.com<br />

RAILWAY INTERCHANGE 2019<br />

22 a 25/09 - Mineápolis, EUA<br />

Organizador: AREMA<br />

Site: www.railwayinterchange.org<br />

OUTUBRO<br />

6TH RAILWAY FORUM<br />

01 e 02/10 – Berlim, Alemanha<br />

Organizador: Competence Partner<br />

Site: www.railwayforumberlin.com


entrevista<br />

A transformação <strong>de</strong> Salvador<br />

De 2013 para cá, muita coisa mudou na<br />

mobilida<strong>de</strong> urbana <strong>de</strong> Salvador. Foi naquele<br />

ano que o sistema <strong>de</strong> metrô da capital baiana<br />

– um projeto inacabado que se arrastava<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1999 e reuniu todo o tipo <strong>de</strong> clichê que<br />

costuma aparecer em obras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte no<br />

Brasil – engrenou com a abertura do processo<br />

<strong>de</strong> licitação das linhas 1 e 2 para a iniciativa<br />

privada (cuja vencedora foi a CCR). De seis<br />

quilômetros inoperantes em 2013, o sistema<br />

hoje tem 33 quilômetros e duas linhas, sendo<br />

que a inauguração mais recente, que aconteceu<br />

em abril <strong>de</strong>ste ano, foi da estação Aeroporto,<br />

que liga o centro da cida<strong>de</strong> ao Aeroporto<br />

Internacional <strong>de</strong> Salvador.<br />

Quando o município transferiu o bastão do<br />

projeto <strong>de</strong> metrô para o governo do estado,<br />

também em 2013, passou-se a ter uma visão mais<br />

holística sobre as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um programa<br />

<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana não só para Salvador como<br />

para os municípios vizinhos à capital baiana,<br />

afirma o diretor-presi<strong>de</strong>nte da Companhia <strong>de</strong><br />

Transportes do Estado da Bahia, Eduardo Copello,<br />

que tem na cartola outros projetos sobre trilhos.<br />

A experiência positiva do Metrô <strong>de</strong> Salvador <strong>de</strong>u<br />

gás para que o sistema <strong>de</strong> trens <strong>de</strong> subúrbio,<br />

<strong>de</strong> 13,5 quilômetros, seja revitalizado também<br />

por meio <strong>de</strong> uma PPP. O trecho, que hoje vai<br />

<strong>de</strong> Calçada a Paripe, <strong>de</strong>ve ganhar mais sete<br />

quilômetros <strong>de</strong> linha e duas estações, passando<br />

<strong>de</strong> 14 mil passageiros/dia atualmente para 83 mil<br />

passageiros transportados diariamente. No fim<br />

<strong>de</strong> maio, a CTB divulgou o nome do consórcio<br />

vencedor da licitação: Skyrail Bahia, composto<br />

pela chinesa BYD e Metrogreen. Copello <strong>de</strong>ixou<br />

em aberto o tipo <strong>de</strong> modal ferroviário que será<br />

implementado na via. Inicialmente pensouse<br />

no Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), mas<br />

com a vitória da BYD – fabricante chinesa <strong>de</strong><br />

monotrilhos – o plano <strong>de</strong>ve mudar.<br />

Há ainda o projeto do VLT metropolitano,<br />

que é a ligação <strong>de</strong> Salvador com quatro cida<strong>de</strong>s<br />

vizinhas, que são municípios industriais:<br />

Can<strong>de</strong>ias, Simões Filho, Camaçari e Dias D’Ávila.<br />

Serão 65 quilômetros <strong>de</strong> trilhos, mas o projeto<br />

ainda está no papel, na fase preliminar <strong>de</strong><br />

estudos. Se tudo <strong>de</strong>r certo, afirma Copello,<br />

Salvador passará dos atuais 46,5 quilômetros<br />

para 127 quilômetros <strong>de</strong> trilhos, caso todas as<br />

expansões se concretizem. “Estamos em uma<br />

curva <strong>de</strong> crescimento. Acredito que em pouco<br />

tempo seremos a terceira cida<strong>de</strong> brasileira que<br />

mais transporta passageiros sobre trilhos, atrás<br />

apenas <strong>de</strong> São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro.”<br />

Eduardo Copello é engenheiro, com mestrado<br />

em Administração. Trabalhou por 20 anos em<br />

empresas do ramo industrial até ingressar, em<br />

2010, na secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano<br />

do Estado da Bahia, on<strong>de</strong> foi chefe <strong>de</strong> gabinete.<br />

Des<strong>de</strong> 2014, ocupa o cargo <strong>de</strong> diretor-presi<strong>de</strong>nte<br />

da CTB e também é membro conselheiro e diretor<br />

<strong>de</strong> Desenvolvimento da ANPTrilhos.<br />

Eduardo Copello<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte da Companhia <strong>de</strong> Transportes do Estado da Bahia<br />

14<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


O estado percebeu que <strong>de</strong>veria ter um olhar<br />

mais abrangente e começou a tratar a mobilida<strong>de</strong><br />

com uma visão metropolitana.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 15


entrevista<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong> – O Metrô <strong>de</strong> Salvador foi i<strong>de</strong>alizado na<br />

década <strong>de</strong> 1990, mas a construção só começou <strong>de</strong> fato em 2000.<br />

O projeto chegou a reunir todos os clichês que costumam aparecer<br />

em obras <strong>de</strong>sse porte no Brasil, com várias alterações, cortes<br />

<strong>de</strong> verbas, <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s e uma série <strong>de</strong> idas e<br />

vindas que atrasaram em muitos anos o início da operação. O<br />

que <strong>de</strong> fato aconteceu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios <strong>de</strong>sse projeto?<br />

Eduardo Copello – Em 1999, o município <strong>de</strong> Salvador<br />

<strong>de</strong>u início a um empreendimento batizado <strong>de</strong> Metrô <strong>de</strong><br />

Salvador, cujo projeto era uma linha <strong>de</strong> 12 quilômetros<br />

que ia do centro da cida<strong>de</strong>, na Lapa, até Pirajá. Naquele<br />

momento este trecho era o principal corredor disparado<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> passageiros para transporte público.<br />

Em 1999, portanto, foi assinado o contrato original, o<br />

contrato <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>sse trecho, que contou inicialmente<br />

com recursos <strong>de</strong> Banco Mundial, da União e da<br />

prefeitura <strong>de</strong> Salvador. A obra então foi sendo tocada<br />

pela prefeitura, com paradas e retomadas, sempre à<br />

mercê do fluxo <strong>de</strong> recursos. O Ministério Público e o<br />

Tribunal <strong>de</strong> Contas chegaram a <strong>de</strong>cidir em um momento<br />

pela suspensão das obras. Por volta <strong>de</strong> 2006, houve a<br />

constatação por parte da prefeitura <strong>de</strong> que seria difícil<br />

concluir os 12 quilômetros previstos inicialmente no<br />

projeto, por conta da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> alavancar recursos<br />

e das dificulda<strong>de</strong>s com a justiça.<br />

RF – E o que foi <strong>de</strong>cidido a partir <strong>de</strong> então?<br />

EC – A prefeitura então tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> priorizar um<br />

trecho <strong>de</strong>sse percurso, <strong>de</strong> Lapa até Acesso Norte, que é<br />

exatamente a meta<strong>de</strong> do trecho inicialmente proposto. A<br />

linha foi dividida em duas partes, mais ou menos equilibradas<br />

em termos <strong>de</strong> quilômetros. Seis a seis. Então,<br />

o trecho entre Lapa e Acesso Norte foi priorizado, com<br />

quatro estações no total: Lapa, Campo <strong>de</strong> Pólvora, Brotas,<br />

Bonocô e Acesso Norte. O que ficou do sexto ao décimo<br />

segundo quilômetro do trecho total foram pilares e pedaços<br />

<strong>de</strong> viadutos, sinais <strong>de</strong> uma obra inconclusiva.<br />

RF – Quanto foi gasto em obras no Metrô <strong>de</strong> Salvador <strong>de</strong><br />

1999 até 2013, quando o metrô se tornou uma concessão?<br />

EC – Não se sabe ao certo, mas comenta-se que o investimento<br />

foi algo em torno <strong>de</strong> R$ 1 bilhão. Não sei se o número<br />

está corrigido monetariamente. Os recursos foram gastos<br />

sem que estivesse havido serviço disponível à população.<br />

Até 2013, quando o metrô foi concessionado, havia quatro<br />

estações quase prontas. Foram R$ 1 bilhão para seis quilômetros.<br />

E <strong>de</strong> resto tinham obras miúdas, incompletas. Em<br />

resumo: era impossível operar do jeito que estava.<br />

RF – O Metrô <strong>de</strong> Salvador também chegou a viver uma situação<br />

parecida com que houve em outros sistemas inconclusivos,<br />

como a chegada <strong>de</strong> trens sem que efetivamente tivesse<br />

uma linha concluída. Como foi esse imbróglio? Quantos trens<br />

foram comprados na época e on<strong>de</strong> foram armazenados?<br />

EC – Os trens foram adquiridos pelo estado da Bahia em<br />

2008 e entregues ao município como uma contribuição do<br />

estado na época. Foram entregues seis trens com quatro<br />

carros fabricados pela Hyundai-Rotem. Os trens chegaram,<br />

mas não tinham condições <strong>de</strong> operação naquele momento.<br />

O estado guardou esses trens em um galpão fechado<br />

para não danificá-los. Mais tar<strong>de</strong>, quando a CCR Metrô<br />

Bahia assumiu a operação, essas composições foram reformadas<br />

e adaptadas ao sistema.<br />

Quando, então, as obras do trecho <strong>de</strong> seis quilômetros estavam<br />

caminhando, <strong>de</strong> Lapa a Acesso Norte, vamos dizer<br />

assim, estava se enxergando que po<strong>de</strong>ria realmente ficar<br />

pronto, a prefeitura buscou o apoio do estado, na época, e<br />

foi aí que foi feito um convênio e o estado aportou diretamente<br />

recursos para a compra <strong>de</strong> trens. O estado não <strong>de</strong>u<br />

o dinheiro para a prefeitura comprar os trens. O estado<br />

adquiriu os trens diretamente com o fabricante.<br />

RF – Sabemos que a história do Metrô <strong>de</strong> Salvador começou<br />

a mudar a partir do momento que Salvador foi escolhida como<br />

cida<strong>de</strong>-se<strong>de</strong> dos jogos da Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014, certo?<br />

Criamos um mapa mostrando o contorno das<br />

linhas metroviárias, trem <strong>de</strong> subúrbio e projetos <strong>de</strong><br />

VLT metropolitano, que é o resultado do trabalho<br />

do PMI e mais alguns estudos complementares.<br />

16<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


Por meio dos projetos recebidos, chegou-se à conclusão<br />

<strong>de</strong> que <strong>de</strong>veria ser construída uma linha metroviária,<br />

que ficou sendo chamada <strong>de</strong> Linha 2. E não o BRT.<br />

EC – A Copa do Mundo alavancou investimentos em infraestrutura<br />

e, no caso <strong>de</strong> Salvador, a prefeitura, a mesma<br />

prefeitura que estava empreen<strong>de</strong>ndo o Metrô, fez um plano<br />

<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> que inclusive foi incluído na Matriz da<br />

Copa. Falou-se sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um modal que pu<strong>de</strong>sse<br />

fazer a interligação do Aeroporto <strong>de</strong> Salvador com a<br />

cida<strong>de</strong>. Quase todas as cida<strong>de</strong>s da Copa tiveram algo parecido,<br />

no fundo, o legado é para as pessoas, é para a cida<strong>de</strong>.<br />

E aqui se estabeleceu um projeto, <strong>de</strong>ntro da Matriz da<br />

Copa, <strong>de</strong> um modal chamado BRT (Bus Rapid Transit). E<br />

esse projeto <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> ficou <strong>de</strong>ntro do guarda-chuva<br />

das responsabilida<strong>de</strong>s do estado, que iria bancar, financiar<br />

esse empreendimento.<br />

RF – E como foi a virada <strong>de</strong>ste jogo? Em que momento foi<br />

<strong>de</strong>cidido que o investimento seria <strong>de</strong>stinado efetivamente<br />

para a conclusão do projeto <strong>de</strong> metrô?<br />

EC – Ao estudar a Linha 2, <strong>de</strong> Acesso Norte ao município<br />

<strong>de</strong> Lauro <strong>de</strong> Freitas, passando pelo Aeroporto e cortando<br />

a Avenida Paralela, o estado percebeu que <strong>de</strong>veria ter um<br />

olhar mais abrangente, um olhar <strong>de</strong> estado, até porque não<br />

queria sobrepor-se as competências do município, e começou<br />

a tratar a mobilida<strong>de</strong> com uma visão metropolitana.<br />

Mas havia um dilema e uma <strong>de</strong>cisão a tomar sobre o modal<br />

que <strong>de</strong>veria ser implantado na capital baiana. Em 2011, realizamos<br />

um Procedimento <strong>de</strong> Manifestação <strong>de</strong> Interesse,<br />

um processo muito interessante e transparente, que fizemos<br />

<strong>de</strong> maneira online e presencial, com <strong>de</strong>bates, apresentações<br />

públicas dos projetos. O objetivo era trazer elementos para<br />

se ter uma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre o que fazer nessa área da<br />

Avenida Paralela. Ao final, recebemos sete propostas muito<br />

consistentes com dados e estudos aprofundados por trás. Na<br />

internet foram mais <strong>de</strong> 10 mil acessos acompanhando esse<br />

processo, inclusive até do exterior.<br />

RF – Foi, então, que se chegou à conclusão <strong>de</strong> que a re<strong>de</strong><br />

metroviária seria o i<strong>de</strong>al para essa área?<br />

EC – Sim, por meio dos projetos recebidos, chegou-se à<br />

conclusão <strong>de</strong> que <strong>de</strong>veria ser construída uma linha metroviária,<br />

que ficou sendo chamada <strong>de</strong> Linha 2. E não o BRT.<br />

Para isso, era imprescindível a conclusão da Linha 1, até<br />

Pirajá pelo menos. E que a Linha 2 <strong>de</strong>veria chegar ao município<br />

<strong>de</strong> Lauro <strong>de</strong> Freitas, por conta da conurbação que<br />

existia naquela área. Os estudos técnicos, pesquisa <strong>de</strong> origem<br />

e <strong>de</strong>stino, tudo que foi realizado naquele momento<br />

mostrou um novo panorama sobre o transporte público<br />

em Salvador. Criamos um mapa mostrando o contorno das<br />

linhas metroviárias, trem <strong>de</strong> subúrbio e projetos <strong>de</strong> VLT<br />

metropolitano, que é praticamente o resultado do trabalho<br />

do PMI e mais alguns estudos complementares feitos pelo<br />

estado. Esse mapa ficou pronto em 2012, e gerou o que<br />

chamamos <strong>de</strong> Programa <strong>de</strong> Mobilida<strong>de</strong> da Região Metropolitana<br />

<strong>de</strong> Salvador. É um programa do estado.<br />

RF – O estado da Bahia, então, tomou as ré<strong>de</strong>as da situação...<br />

EC – O cenário da época era: não havia recursos, Tribunal<br />

<strong>de</strong> Contas e Ministério Público atuando fortemente sobre<br />

o empreendimento do município. Foi, então, que o estado<br />

fez uma proposição ao município, para que passasse o metrô<br />

para a gestão estadual. Em abril <strong>de</strong> 2013, foi assinado<br />

um contrato chamado <strong>de</strong> Contrato <strong>de</strong> Programa, entre o<br />

estado e os municípios <strong>de</strong> Salvador e Lauro <strong>de</strong> Freitas.<br />

Um mês <strong>de</strong>pois, em maio, o estado licitou o metrô. Já estávamos<br />

prontos, trabalhando em paralelo. Licitamos uma<br />

concessão, e não uma obra. Uma concessão <strong>de</strong> um serviço<br />

chamado Sistema Metroviário <strong>de</strong> Salvador e Lauro<br />

<strong>de</strong> Freitas, por 30 anos através <strong>de</strong> uma PPP, que incluía<br />

a conclusão da Linha 1 até Pirajá e a implantação, saindo<br />

do zero, da Linha 2, <strong>de</strong> Acesso Norte até Lauro <strong>de</strong> Freitas,<br />

além dos terminais <strong>de</strong> ônibus, com o objetivo <strong>de</strong> se preparar<br />

para um sistema intermodal e integrado. A vencedora,<br />

como todos sabem, foi a CCR.<br />

RF – Pela PPP, a CCR ficou responsável pelas obras? Como<br />

ficou a questão da divisão dos recursos?<br />

EC – Em valores <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2013, concluímos que quase<br />

R$ 4 bilhões <strong>de</strong> investimentos seriam necessários para<br />

finalizar a Linha 1 e a Linha 2, incluindo sete terminais<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 17


entrevista<br />

<strong>de</strong> ônibus. O po<strong>de</strong>r conce<strong>de</strong>nte, que é o estado, ficaria responsável<br />

por injetar R$ 2,283 bilhões sem correção. Desses,<br />

R$ 1 bilhão são recursos do estado obtido por meio<br />

<strong>de</strong> financiamento com o FGTS/Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral.<br />

A preço histórico, a CCR ficou responsável pelas obras e<br />

por investir o restante, em torno <strong>de</strong> R$ 1,7 bilhão. Há ainda<br />

em projeto a construção <strong>de</strong> duas estações na Linha 1,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Pirajá, que são Brasilgás e Águas Claras. Estão<br />

sob responsabilida<strong>de</strong> financeira do estado, porém <strong>de</strong>ntro<br />

do direito <strong>de</strong> concessão da CCR.<br />

RF – Há o projeto para a revitalização do trem <strong>de</strong> subúrbio<br />

<strong>de</strong> Salvador, que, inclusive, já foi licitado pelo governo da<br />

Bahia. Po<strong>de</strong> nos <strong>de</strong>talhar um pouco esse projeto?<br />

EC – Queremos requalificá-lo como um sistema novo,<br />

aproveitando os 13,5 quilômetros <strong>de</strong> faixa existente, mas<br />

ampliando e chegando mais perto do centro da cida<strong>de</strong>,<br />

na região do Comércio. Uma nova estação que propusemos<br />

no projeto, que é a estação no Comércio, na extremida<strong>de</strong><br />

da nova linha, está a 100 metros do Mercado<br />

Mo<strong>de</strong>lo, famoso ponto turístico <strong>de</strong> Salvador. Tem uma<br />

<strong>de</strong>manda ali gran<strong>de</strong>. Serão três quilômetros e meio da<br />

estação Calçada, já existente, até a estação Comércio. Na<br />

outra extremida<strong>de</strong>, outra estação será construída do zero,<br />

a São Luís, que vem logo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Paripe, por on<strong>de</strong><br />

a população ficará mais perto da Ilha <strong>de</strong> São João, no<br />

município <strong>de</strong> Simões Filho. Então são 19,9 quilômetros<br />

no total. Praticamente 20 quilômetros licitados. São 13,5<br />

quilômetros aproveitando a faixa existente e mais sete<br />

quilômetros <strong>de</strong> linha nova.<br />

RF – A linha vai ser adaptada para receber que tipo <strong>de</strong> modal?<br />

EC – O vencedor da licitação foi o consórcio Skyrail<br />

Bahia, composto pela BYD Brasil e Metrogreen. Eles<br />

entregaram proposta com <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 0,01% na contraprestação<br />

anual, que será <strong>de</strong> R$152.977.352,12. O<br />

consórcio terá 60 dias para cumprir obrigações burocráticas<br />

e apresentar um projeto <strong>de</strong>talhado, para a nossa<br />

aprovação. Comprovando a vantajosida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse projeto,<br />

as obras po<strong>de</strong>m começar. A estimativa é que as obras<br />

comecem daqui a cinco ou seis meses. A BYD é uma<br />

fabricante chinesa <strong>de</strong> ônibus elétrico e monotrilhos e<br />

tem representação no Brasil. Ainda não está <strong>de</strong>finido<br />

o tipo <strong>de</strong> modal ferroviário que será utilizado. Mas o<br />

nosso maior patrimônio é a faixa. Não precisa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapropriações<br />

e isso já é meio caminho andado. Mas<br />

como é um sistema bem antigo, é preciso revitalizar. A<br />

<strong>de</strong>manda, o investimento é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 1,5 bilhão,<br />

para reestruturar tudo e comprar os novos trens. A expectativa,<br />

com os estudos <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda, é que a <strong>de</strong>manda<br />

pule <strong>de</strong> 14 mil passageiros/dia para 83 mil passageiros/<br />

dia no início da operação.<br />

RF – Trata-se <strong>de</strong> um aumento significativo...<br />

EC – Que mágica é essa? Muito simples. Num sistema urbano,<br />

praticamente, você ter um trem <strong>de</strong> 40 em 40 minutos<br />

e com muita suspensão <strong>de</strong> viagem, <strong>de</strong>vido à precarieda<strong>de</strong><br />

da frota, isso <strong>de</strong>sestimula as pessoas. Esse é o primeiro<br />

ponto. O segundo ponto é com a vinda até essa região,<br />

<strong>de</strong> um sistema mo<strong>de</strong>rno e confiável, com intervalo baixo<br />

entre trens baixo, isso já salta logo pra algo <strong>de</strong>ssa dimensão.<br />

Fizemos até uma previsão conservadora, porque trabalhamos<br />

sempre com as piores hipóteses do estudo, que<br />

foi feito pela TTC, uma empresa <strong>de</strong> São Paulo. Em um<br />

outro momento, queremos fazer uma interligação com a<br />

Linha 1 do Metrô <strong>de</strong> Salvador. Caso isso se concretize, a<br />

<strong>de</strong>manda po<strong>de</strong> pular para R$ 130 mil passageiros/dia. Mas<br />

a integração com o metrô não faz parte do projeto. É uma<br />

outra etapa.<br />

RF – O sistema hoje está bem fragilizado...<br />

EC – O sistema, ainda no tempo da CBTU, passou por<br />

um congelamento <strong>de</strong> tarifas. Em 2002, até antes <strong>de</strong> passar<br />

para o município, em 2005, a CBTU tinha congelado<br />

Queremos requalificar os trens <strong>de</strong> subúrbio,<br />

aproveitando os 13,5 quilômetros <strong>de</strong> faixa existente.<br />

18<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


O VLT metropolitano está só no papel.<br />

Não temos ainda nenhuma iniciativa concreta.<br />

Estamos na etapa preliminar <strong>de</strong> estudos.<br />

a tarifa em R$ 0,50. Na época uma tarifa <strong>de</strong> ônibus era<br />

R$1. O sistema foi tornando-se precário, o trem mais novo<br />

é <strong>de</strong> 1961. Não tem sistema <strong>de</strong> controle, não tem nada<br />

automático. O intervalo entre os trens é <strong>de</strong> 40 minutos.<br />

Tem pouca disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trens, não existem peças <strong>de</strong><br />

reposição para as composições, são trens muito antigos. A<br />

movimentação é em torno <strong>de</strong> 14 mil passageiros/dia. Tem<br />

quatro trens lá que rodam. Geralmente está rodando três<br />

trens, um fica sempre na oficina.<br />

RF – Essa licitação já teve alguns adiamentos. O que houve efetivamente?<br />

EC – Quando nós lançamos a licitação, no ano passado,<br />

ela veio acompanhada <strong>de</strong> algumas liminares que ao<br />

longo do tempo foram esclarecidas e superadas. E aí<br />

foi relançada esse ano, não tivemos nenhuma outra liminar,<br />

mas fizemos três adiamentos para dar mais prazo<br />

às empresas. Não foram adiamentos longos, por volta<br />

<strong>de</strong> 15 ou 20 dias, por solicitação mesmo do mercado.<br />

O projeto gerou dúvidas técnicas e <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m financeira<br />

<strong>de</strong> possíveis interessados. Do investimento total previsto<br />

para esse projeto, <strong>de</strong> R$ 1,5 bilhão, R$ 100 milhões seria<br />

aporte público.<br />

RF – Ainda há um terceiro empreendimento sob a alçada do<br />

estado, que vai mudar o panorama na região metropolitana<br />

<strong>de</strong> Salvador, certo?<br />

EC – Sim. Temos o projeto <strong>de</strong> um terceiro empreendimento,<br />

que é a ligação <strong>de</strong> Salvador com quatro cida<strong>de</strong>s<br />

vizinhas, que são municípios industriais. É on<strong>de</strong> tem<br />

toda, praticamente, toda parte da indústria do estado, que<br />

são: Can<strong>de</strong>ias, Simões Filho, Camaçari e Dias D’Ávila.<br />

A i<strong>de</strong>ia é implantar um VLT metropolitano, parecido<br />

com que existe em Fortaleza, com uma característica interessante<br />

que é a seguinte: essas indústrias puxam muita<br />

mão <strong>de</strong> obra qualificada que está basicamente em Salvador.<br />

A turma que vai trabalhar lá e, por outro lado, diferentemente<br />

<strong>de</strong> outras regiões metropolitanas que a gente<br />

tem, as cida<strong>de</strong>s aqui em volta são muito pequenas. Há<br />

uma distância muito gran<strong>de</strong> entre elas e Salvador. Isso<br />

faz com que Salvador seja a gran<strong>de</strong> ofertante <strong>de</strong> serviços.<br />

De tudo. Mas o VLT metropolitano está só no papel.<br />

Não temos ainda nenhuma iniciativa concreta. Estamos<br />

na etapa preliminar <strong>de</strong> estudos.<br />

RF – Com todos esses projetos, Salvador tem em mãos uma<br />

gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar significativamente a sua<br />

re<strong>de</strong> metroferroviária...<br />

EC – Em 2010, tínhamos 13,5 quilômetros <strong>de</strong> um sistema<br />

<strong>de</strong> trem <strong>de</strong> subúrbio, seis quilômetros <strong>de</strong> uma obra<br />

inacabada <strong>de</strong> metrô e seis trens inoperantes. Estamos<br />

chegando agora, ao final <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, com 33 quilômetros<br />

<strong>de</strong> metrô e, não está batido o martelo, mas temos<br />

amplas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estar com 20 quilômetros do<br />

trem <strong>de</strong> subúrbio revitalizado e mais cinco quilômetros<br />

<strong>de</strong> metrô em obras, que é o trecho Brasilgás e Águas<br />

Claras. A intenção é que as obras comecem esse ano.<br />

Não foi licitado ainda, mas está em vias <strong>de</strong> acontecer. A<br />

parte <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> implantação tem o custo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

R$ 800 milhões, incluindo sistemas.<br />

RF – Po<strong>de</strong>ria nos <strong>de</strong>talhar o tamanho da malha ferroviário caso<br />

todos os projetos sejam executados como previstos?<br />

EC – São 42 quilômetros <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> metrô (incluindo<br />

a estação Lauro <strong>de</strong> Freitas), mais 20 quilômetros via, <strong>de</strong><br />

Comércio até São Luís, e mais 65 quilômetros <strong>de</strong> VLT<br />

Metropolitano, totalizando 127 quilômetros <strong>de</strong> trilhos. Do<br />

ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento e guardada<br />

as <strong>de</strong>vidas proporções, pois nosso número absoluto evi<strong>de</strong>ntemente<br />

será sempre menor do que o <strong>de</strong> São Paulo e o<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro, houve uma alavancagem em um curto<br />

espaço <strong>de</strong> tempo. Hoje temos 300 mil usuários/dia no metrô,<br />

o que nos coloca como o quarto estado brasileiro com<br />

o maior número <strong>de</strong> passageiros transportados diariamente<br />

sobre trilhos. Em primeiro lugar vem São Paulo, segundo,<br />

Rio, terceiro, Recife, e quarto, Salvador. E estamos em<br />

uma curva <strong>de</strong> crescimento, então, acredito que em pouco<br />

tempo seremos o terceiro.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 19


prêmio rf<br />

Divulgação/Governo <strong>de</strong> SP<br />

Geraldo Alckmin<br />

é o Ferroviário do Ano<br />

Nome foi escolhido pela capacida<strong>de</strong> do<br />

governo <strong>de</strong> SP <strong>de</strong>stravar obras metroferroviárias<br />

Geraldo Alckmin inaugurou a estação<br />

Moema, da Linha 5-Lilás, pouco antes<br />

<strong>de</strong> renunciar ao cargo <strong>de</strong> governador<br />

20<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

Acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stravar obras <strong>de</strong> expansão<br />

da malha ferroviária paulista, no âmbito da<br />

CPTM e Metrô <strong>de</strong> São Paulo, levou Geraldo<br />

Alckmin a ganhar o título <strong>de</strong> Ferroviário do<br />

Ano <strong>de</strong> 2017, pelo Conselho Editorial da <strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong>.<br />

A <strong>de</strong>speito da recessão econômica pela qual o Brasil<br />

atravessou nos últimos três anos, o governo <strong>de</strong> São Paulo<br />

<strong>de</strong>u prosseguimento a importantes projetos <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />

urbana sobre trilhos.<br />

Só este ano, Alckmin inaugurou a Linha 13-Ja<strong>de</strong><br />

(CPTM), as estações Moema (Linha 5-Lilás), Higienópolis-Mackenzie<br />

e Oscar Freire (Linha 4-Amarela) e um<br />

novo trecho da Linha 15-Prata. Saiu do governo <strong>de</strong> São<br />

Paulo, em abril, para se candidatar à presidência pelo<br />

PSDB, mas <strong>de</strong>ixou engrenado um extenso programa <strong>de</strong><br />

inaugurações. Até o fim <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, o plano é colocar em<br />

operação o total <strong>de</strong> 23 estações, o que levará a um aumento<br />

<strong>de</strong> 34 km <strong>de</strong> via (22 km <strong>de</strong> Metrô e 12 km <strong>de</strong> CPTM).<br />

O investimento nos últimos quatros anos terá sido <strong>de</strong> R$<br />

19 bilhões, com 212 trens (sendo 114 novos e 98 mo<strong>de</strong>rnizados).<br />

Trata-se <strong>de</strong> um salto gigantesco no tamanho da<br />

malha e sem prece<strong>de</strong>ntes na história da capital paulista.<br />

Prêmio RF <strong>2018</strong><br />

A cerimônia <strong>de</strong> premiação, marcada para o dia 14 <strong>de</strong><br />

junho, em São Paulo, reserva gran<strong>de</strong>s emoções. Além do<br />

anúncio dos vencedores nas 24 categoriais setoriais e da<br />

homenagem feita ao Ferroviário do Ano <strong>de</strong> 2017, o Prêmio<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong> prepara um tributo póstumo a<br />

Raul Anselmo Randon, fundador do grupo Randon.<br />

Os vencedores nas categorias setoriais são escolhidos<br />

por profissionais atuantes no setor metroferroviário, que<br />

formam um colégio eleitoral altamente qualificado. A votação<br />

é cruzada, <strong>de</strong> forma que nenhum profissional possa<br />

votar diretamente em sua empresa <strong>de</strong> atuação. Fornecedores<br />

votam em operadoras e operadoras votam em fornecedores.<br />

Os vencedores são <strong>de</strong>finidos por meio <strong>de</strong> uma<br />

média pon<strong>de</strong>rada entre a pontuação obtida no somatório<br />

dos quesitos e o número <strong>de</strong> votantes naquela empresa.<br />

Os concorrentes ao Prêmio RF são <strong>de</strong>finidos pela Co-


missão Organizadora do Prêmio (COP), que garante às<br />

empresas um período para inclusão ou exclusão. Já a escolha<br />

do Ferroviário o Ano é feita pelo Conselho Editorial<br />

da <strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong>. Para mais informações e lista completa<br />

dos concorrentes ao Prêmio RF <strong>2018</strong>, acesse o site:<br />

www.lojarevistaferroviaria.com.br/premio<strong>2018</strong>.<br />

As categorias setoriais:<br />

I) Melhor operadora <strong>de</strong> carga<br />

II) Melhor operadora <strong>de</strong> sistema metroviário<br />

III) Melhor operadora <strong>de</strong> sistema metropolitano<br />

IV) Melhor operadora <strong>de</strong> VLT<br />

V) Melhor operadora logística<br />

VI) Melhor cliente<br />

VII) Melhor fabricante <strong>de</strong> material rodante – passageiros<br />

VIII) Melhor fabricante <strong>de</strong> material rodante – locomotivas<br />

IX) Melhor fabricante <strong>de</strong> material rodante – vagões<br />

X) Melhor fabricante <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> construção, manutenção e componentes para via permanente<br />

XI) Melhor fabricante <strong>de</strong> dormentes<br />

XII) Melhor fabricante <strong>de</strong> sistemas e produtos - sinalização, controle e telecomunicações<br />

XIII) Melhor fabricante <strong>de</strong> sistemas e produtos – alimentação elétrica, re<strong>de</strong> aérea e auxiliares<br />

XIV) Melhor fabricante <strong>de</strong> rodas, eixos, truques, rolamentos, freios e sistemas <strong>de</strong> choque e tração<br />

XV) Melhor fabricante <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> bilhetagem e controle <strong>de</strong> acesso<br />

XVI) Melhor criador <strong>de</strong> TI<br />

XVII) Melhor fornecedor <strong>de</strong> vidros, poltronas, ar condicionado, janelas, portas, gangways e <strong>de</strong>mais componentes para veículos <strong>de</strong> passageiros e carga<br />

XVIII) Melhor construtora <strong>de</strong> infraestrutura para sistema metroferroviário<br />

XIX) Melhor construtora <strong>de</strong> superestrutura <strong>de</strong> via permanente<br />

XX) Melhor representante metroferroviário (bens & serviços)<br />

XXI) Melhor consultora<br />

XXII) Melhor instituição <strong>de</strong> ensino<br />

XXIII) Melhor operadora com investimento em preservação ferroviária<br />

XXIV) Melhor fabricante <strong>de</strong> motores, partes & peças, acessórios e componentes eletrônicos<br />

Ferroviários Padrão <strong>de</strong> Carga e <strong>de</strong> Passageiros<br />

Os Ferroviários Padrão são indicados<br />

pelas operadoras <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong><br />

passageiros. O Conselho Editorial da<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong>, por meio da análise<br />

das informações enviadas, faz a<br />

escolha final dos vencedores (um para<br />

carga e outro para passageiros). A<br />

premiação conta com o apoio da ANTF<br />

e da ANPTrilhos. No dia da cerimônia,<br />

Carga<br />

todos os indicados são convidados ao<br />

palco para receber uma homenagem<br />

da associação que representa as operadoras<br />

nas quais trabalham.<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong> sugere às operadoras<br />

como critérios <strong>de</strong> escolha o<br />

cumprimento da meta <strong>de</strong> produção do<br />

funcionário ou <strong>de</strong> seu grupo; espírito<br />

<strong>de</strong> equipe; e criativida<strong>de</strong> na busca <strong>de</strong><br />

Passageiros<br />

soluções. Os três critérios po<strong>de</strong>m ser<br />

aplicados a qualquer funcionário(a), em<br />

qualquer área. No entanto, para manter<br />

a premiação próxima da coletivida<strong>de</strong> dos<br />

ferroviários, a i<strong>de</strong>ia é levar em conta os<br />

colaboradores efetivos abaixo do segundo<br />

nível <strong>de</strong> hierarquia, ou seja, excluindo<br />

diretores e superinten<strong>de</strong>ntes gerais. Veja<br />

abaixo os indicados pelas operadoras:<br />

EFC Denio Oliveira da Fonseca (Inspetor Orientador)<br />

EFVM Márcio Almeida (Inspetor Orientador Operacional Especialista)<br />

FCA Aloncio Laurimar Careli (Inspetor <strong>de</strong> Processo)<br />

FNS Hemerson <strong>de</strong> Oliveira Souza (Analista Operacional Pleno)<br />

FTC Maria Kuntz Lutz (Assistente <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Pessoal)<br />

FTL Wellington Batista Amaral (Gerente <strong>de</strong> Pátios e Terminais)<br />

MRS José Pimenta (Consultor <strong>de</strong> Planejamento da Circulação e Controle da Produção)<br />

Rumo Luiz Henrique Hungria (Especialista na área <strong>de</strong> Engenharia)<br />

Transnor<strong>de</strong>stina Luiz Henrique Ferreira <strong>de</strong> Oliveira (Gerente <strong>de</strong> Planejamento e Controle)<br />

CBTU Gualberto Ferreira Lima (Técnico Industrial)<br />

CCR Metrô Bahia Flávio Tollentino da Rosa (Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Manutenção)<br />

CPTM Moises Satilo dos Santos (Agente <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Operação)<br />

CTB Reginaldo <strong>de</strong> Carvalho (Auxiliar Operacional)<br />

Metrô DF João Gomes da Silva (Técnico em Eletrotécnica)<br />

MetrôRio Nelson da Silva Pontes (Supervisor Controle Operacional)<br />

Metrô <strong>de</strong> SP Francisco <strong>de</strong> Gouveia Branco (Agente <strong>de</strong> Segurança Metroviária II)<br />

SuperVia Estanislau Melchior Ramalho (Coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> Engenharia e Subestações)<br />

Trensurb Paulo Rogério Conceição <strong>de</strong> Fraga (Agente Metroviário)<br />

Via Quatro Maiúra Araújo Castro (Analista na área <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Atendimento<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 21


prêmio rf<br />

Galeria <strong>de</strong> Ouro<br />

Há 29 edições, o Prêmio RF<br />

reconhece quem mais fez pela ferrovia.<br />

Veja as personalida<strong>de</strong>s que já receberam<br />

o título 'Ferroviário do Ano':<br />

2008 2012 2016<br />

Humberto <strong>de</strong> Freitas<br />

Dilma Rousseff<br />

2007 2011 2015<br />

Rubens Ometto<br />

Marcos Lutz<br />

2006 2010 2014<br />

Murillo Ferreira<br />

Bernardo Figueiredo<br />

2005 2009 2013<br />

Alex Ellwanger<br />

Paulo Sérgio Passos<br />

Bernardo Hees<br />

José Serra<br />

Ivoncy Ioschpe<br />

Julio Fontana


1996<br />

2000<br />

2004<br />

FOTO: SHEYLA LEAL<br />

1992<br />

1991<br />

1990<br />

1989<br />

1995<br />

1994<br />

1993<br />

1999<br />

1998<br />

1997<br />

2003<br />

2002<br />

2001<br />

Alexandre Behring<br />

Roger Agnelli<br />

Antônio Ermírio <strong>de</strong> Moraes<br />

Oliver Hossepian<br />

João Gouveia<br />

Fernando Perrone<br />

Mário Covas<br />

Benjamin Steinbruch<br />

Fernando Henrique Cardoso<br />

Marcello Alencar<br />

Guilherme Frering<br />

Isaac Popoutchi<br />

Joaquim Roriz<br />

Albuíno Azeredo<br />

Guilherme Quintella<br />

Olacyr <strong>de</strong> Moraes


eportagem<br />

Fotos: Divulgação/Metrô SP<br />

Trens da Frota P do Metrô <strong>de</strong> SP, que aten<strong>de</strong>m a Linha 5-Lilás<br />

Caso <strong>de</strong> Justiça<br />

Promotor <strong>de</strong>nuncia nove gestores públicos pela compra <strong>de</strong> trens para a Linha 5-Lilás<br />

Por Romulo Tesi<br />

Os 26 trens da espanhola CAF adquiridos pelo<br />

governo <strong>de</strong> São Paulo, para a expansão da<br />

Linha 5-Lilás do Metrô <strong>de</strong> São Paulo, virou<br />

caso <strong>de</strong> Justiça após quase sete anos da data<br />

<strong>de</strong> compra do material rodante. De um lado, o promotor<br />

Marcelo Milani, responsável pela <strong>de</strong>núncia, afirma que<br />

as composições foram adquiridas em meio à paralisação<br />

das obras da linha, não tinham bitola a<strong>de</strong>quada e estavam<br />

abandonadas e sem garantia do fabricante. De outro, o<br />

atual secretário estadual <strong>de</strong> Transportes Metropolitanos,<br />

Clodoaldo Pelissioni, um dos réus da ação, nega as acusações<br />

e diz que todos os trens já estão operando na Linha<br />

5-Lilás <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 2017, quando a Bombardier concluiu<br />

a implementação do sistema <strong>de</strong> sinalização CBTC.<br />

Em 18 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>ste ano, a Justiça <strong>de</strong> São Paulo tornou<br />

réus nove pessoas da administração estadual que<br />

participaram, no enten<strong>de</strong>r do Ministério Público, da<br />

formalização do contrato ou se omitiram posteriormente<br />

à data da compra. A acusação: improbida<strong>de</strong> administrativa,<br />

por terem, sob o ponto <strong>de</strong> vista do promotor<br />

Marcelo Milani, autorizado a compra <strong>de</strong> trens que não<br />

po<strong>de</strong>riam ser usados, já que a obra da Linha 5-Lilás, a<br />

Outubro 2002<br />

Linha 5-Lilás começa a operar<br />

entre as estações Capão Redondo<br />

e Largo Treze<br />

Janeiro 2009<br />

TCE suspen<strong>de</strong> preventivamente a licitação<br />

das obras <strong>de</strong> expansão da Linha 5-Lilás, por<br />

suspeitas <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s no edital<br />

Abril 2010<br />

O então governador Alberto Goldman<br />

manda que todas as propostas das empresas<br />

para os sete lotes sejam refeitas<br />

24<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


enten<strong>de</strong>r do promotor, estava parada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009.<br />

Tornaram-se réus, após <strong>de</strong>cisão do juiz Adriano Marcos<br />

Laroca: Clodoaldo Pelissioni, atual secretário estadual <strong>de</strong><br />

Transportes Metropolitanos e ex-presi<strong>de</strong>nte do Metrô <strong>de</strong><br />

SP; Paulo Menezes <strong>de</strong> Figueiredo, presi<strong>de</strong>nte do Metrô <strong>de</strong><br />

SP; Sérgio Avelleda, ex-presi<strong>de</strong>nte do Metrô <strong>de</strong> SP (atualmente<br />

é chefe <strong>de</strong> gabinete da Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo após<br />

a posse do vice Bruno Covas); Jorge Fagali, ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

do Metrô <strong>de</strong> SP; Peter Walker, ex-presi<strong>de</strong>nte do Metrô <strong>de</strong><br />

SP; Luiz Antonio Pacheco, ex-presi<strong>de</strong>nte do Metrô; Jurandir<br />

Fernan<strong>de</strong>s, ex-secretário <strong>de</strong> Transportes Metropolitanos;<br />

e os ex-executivos do Metrô <strong>de</strong> SP, Laércio Biazzotti<br />

e David Turubuk.<br />

Marcelo Milani afirma, em ação <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2016, que<br />

os trens estavam abandonados e foram vandalizados,<br />

com pichações, e estavam per<strong>de</strong>ndo a garantia <strong>de</strong> dois<br />

anos, que segundo o promotor contam a partir da data da<br />

entrega das composições. Além disso, as composições,<br />

<strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>núncia, tinham a bitola <strong>de</strong> 1.372mm,<br />

ina<strong>de</strong>quadas, portanto, para a Linha 5-Lilás, com<br />

1.435mm. Em nota, a Secretaria <strong>de</strong> Transporte Metropolitanos<br />

<strong>de</strong> São Paulo reforçou<br />

que os trens estão a<strong>de</strong>quados<br />

para a bitola da Linha 5-Lilás,<br />

que é standard, ou seja, <strong>de</strong><br />

1.435mm. A Linha 4-Amarela<br />

também foi construída em<br />

bitola standard. Confrontado<br />

com esse fato, Milani alegou<br />

que a bitola <strong>de</strong> 1.435mm impediria<br />

uma integração com<br />

as linhas 1, 2 e 3, que operam<br />

com bitola 1.600mm, e obrigaria<br />

os passageiros trocarem<br />

<strong>de</strong> trem, o que é comum em<br />

sistemas metropolitanos.<br />

“Compraram trem com uma<br />

bitola que só serve para a Linha<br />

5-Lilás. O que me adianta<br />

ter uma linha em que não<br />

posso integrar os trens com<br />

outras. Só serve para aquilo. É<br />

antieconômico”, afirma Milani, sem citar que a compra <strong>de</strong><br />

trens com bitola diferente forçaria a realização <strong>de</strong> obras<br />

no trecho <strong>de</strong> 8,4 km até então existente da Linha 5-Lilás<br />

(entre as estações Capão Redondo e Largo Treze).<br />

“O metrô continuou a construção da linha usando a<br />

mesma bitola no trecho que já existia. Se não continuasse<br />

é que seria um <strong>de</strong>scalabro”, contesta o secretário Pelissioni.<br />

Além disso, segundo ele, as 26 unida<strong>de</strong>s adquiridas da<br />

CAF já estão rodando na linha <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 2017.<br />

Na ação, o promotor cobra pouco mais <strong>de</strong> R$ 184 milhões<br />

dos réus para cobrir o suposto prejuízo, equivalente<br />

a 30% do valor do contrato. A aquisição, em 2011,<br />

custou US$ 386,4 milhões aos cofres públicos. “Foi uma<br />

omissão grave. Eles <strong>de</strong>veriam ter previsto e não ter <strong>de</strong>ixado<br />

que isso acontecesse”, disse o promotor Milani à<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Ferroviária</strong>.<br />

O promotor insiste que a garantia dos trens era <strong>de</strong> somente<br />

dois anos, sem contar o início da operação. “A<br />

questão da garantia o governo não tem como rebater. Está<br />

no contrato e assinado, e o que tem são dois anos”, afirma.<br />

Mas o secretário Clodoaldo Pelissioni rebate e afirma<br />

Trens da Linha 5-Lilás foram armazenados nos pátios Capão Redondo<br />

e Guido Caloi, outros guardados na fábrica da CAF, em Hortolândia<br />

<strong>Junho</strong> 2010<br />

Governo <strong>de</strong> SP lança licitação<br />

para a compra <strong>de</strong> 26 trens<br />

para a Linha 5-Lilás<br />

Outubro 2010<br />

Governo anuncia as vencedoras para as<br />

obras da Linha 5-Lilás. Uma semana <strong>de</strong>pois,<br />

Goldman or<strong>de</strong>na paralisar as obras por<br />

suposta combinação <strong>de</strong> resultados do leilão<br />

<strong>Maio</strong> 2011<br />

Governo <strong>de</strong> Geraldo Alckmin <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />

manter a licitação da Linha 5-Lilás<br />

com os vencedores originais<br />

<strong>Junho</strong> 2011<br />

CAF vence licitação<br />

para a entrega dos<br />

trens da Linha 5-Lilás<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 25


eportagem<br />

que não houve perda da garantia. Ele argumenta, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo<br />

inclusive os gestores anteriores arrolados no processo,<br />

que a interrupção do contrato da compra dos trens,<br />

caso acontecesse, como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Milani, é que causaria<br />

prejuízo para o erário. “O que meus antecessores fizeram:<br />

para não parar a fabricação dos trens, <strong>de</strong>cidiu-se primeiro<br />

esten<strong>de</strong>r a garantia dos trens, que passaram a ser <strong>de</strong> dois<br />

anos após o início da operação comercial. Se interrompe<br />

o contrato, como queria o promotor, a fábrica teria que ser<br />

fechada. Nós teríamos que pagar reequilíbrio econômico<br />

e financeiro para a empresa, na melhor das hipóteses. Aí,<br />

sim, teria um gasto ao erário público. Pior: a fábrica po<strong>de</strong>ria<br />

não querer mais produzir trens”, explica Pelissioni.<br />

O secretário lembra que a fabricação <strong>de</strong> trens não é um<br />

processo simples. “Não há trens em estoque, na prateleira,<br />

em que eu compro quando quiser”, diz. “É diferente<br />

<strong>de</strong> comprar um carro. Você vai lá e compra meia dúzia,<br />

por exemplo. Se não tiver em uma loja, você vai em outra,<br />

faz um cheque e vai embora. Trem não é assim. E<br />

não se fabrica todos aos trens ao mesmo tempo, é preciso<br />

enten<strong>de</strong>r isso”, diz.<br />

Pelissioni nega que o governo tenha pago à CAF o<br />

aluguel para manter os trens na fábrica da empresa espanhola,<br />

em Hortolândia (SP). “A CAF ficou com os trens<br />

na fábrica sem cobrar um real a mais. Tenho o aditivo do<br />

contrato, posso provar. Ela se comprometeu a entregar em<br />

perfeito estado, e foi o que fez”, afirma, lembrando ainda<br />

que a compra foi feita com o câmbio perto <strong>de</strong> R$ 1,50. “Se<br />

<strong>de</strong>ixássemos para <strong>de</strong>pois, po<strong>de</strong>ria sair muito mais caro”. E<br />

acrescenta: “O promotor recebeu informações do sindicato<br />

e não nos ouviu. Se o contrato fosse interrompido, não<br />

teríamos todos os trens agora. Qual é o prejuízo se todos<br />

os trens estão funcionando? Colocamos o sistema para<br />

funcionar, testamos e comissionamos todos os trens, não<br />

pagamos um real a mais pelo contrato, todos os trens estão<br />

operando. Quem quiser po<strong>de</strong> ir lá verificar, tirar foto e<br />

andar nos trens, novinhos em folha, andando muito bem.”<br />

Pelissioni também contesta sua inclusão na ação: “Quando<br />

cheguei, já existiam 21 trens fabricados. Qual foi a minha<br />

omissão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2015 até agora? O que eu<br />

po<strong>de</strong>ria fazer com esse contrato, que agora o promotor me<br />

acusa? Qual foi minha omissão?”, pergunta.<br />

O promotor insiste que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

abertura das novas estações, com os<br />

novos trens rodando, aumentou o número<br />

<strong>de</strong> panes e, consequentemente,<br />

<strong>de</strong> atrasos e interrupções. Segundo Milani,<br />

os problemas são causados pela<br />

falta <strong>de</strong> testes. “É sintomático”, afirma.<br />

“Nós enten<strong>de</strong>mos que a ação é ina<strong>de</strong>quada,<br />

inoportuna, sem nenhum<br />

nexo, sem o menor cabimento. Vamos<br />

comprovar em juízo. Não é possível<br />

que uma corte não veja quão transparente<br />

são esses dados”, argumenta o<br />

secretário <strong>de</strong> Transportes.<br />

As obras da Linha 5-Lilás começaram a todo vapor em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2011<br />

Entenda o caso<br />

Para enten<strong>de</strong>r o problema, é preciso<br />

voltar no tempo. A Linha 5-Lilás<br />

já operava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2002, no<br />

curto trecho <strong>de</strong> 8,4 km entre Capão<br />

Redondo e Largo Treze. Em janeiro<br />

Agosto 2011<br />

O Ministério Público <strong>de</strong> São<br />

Paulo recomenda a paralisação<br />

das obras, mas o governo<br />

resolve tocar os trabalhos<br />

Novembro 2011<br />

Justiça manda parar as obras<br />

e afastar Sérgio Avelleda. A<br />

fabricação dos trens continua<br />

Dezembro 2011<br />

Governo entra com um<br />

recurso e consegue a<br />

liberação das obras<br />

Janeiro 2013<br />

O primeiro<br />

trem da CAF<br />

é entregue<br />

Fevereiro 2014<br />

Estação Adolfo<br />

Pinheiro é<br />

inaugurada<br />

26<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


“O metrô continuou<br />

a construção da linha<br />

usando a mesma bitola no<br />

trecho que já existia. Se<br />

não continuasse é que seria<br />

um <strong>de</strong>scalabro.”<br />

<strong>de</strong> 2009, época do governo José Serra, o TCE (Tribunal<br />

<strong>de</strong> Contas do Estado) suspen<strong>de</strong>u preventivamente<br />

a licitação das obras do segundo trecho <strong>de</strong> Largo Treze<br />

até Chácara Klabin (Linha 2-Ver<strong>de</strong>), por suspeitas <strong>de</strong><br />

irregularida<strong>de</strong>s no edital, que, segundo duas empresas<br />

reclamantes, restringia a participação <strong>de</strong> alguns consórcios.<br />

A Delta Construções e a Galvão Engenharia<br />

foram as duas companhias autoras <strong>de</strong> representações.<br />

Em fins <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2010, o então governador Alberto<br />

Goldman, que assumiu após Serra se lançar candidato à<br />

Presidência da República, mandou que todas as propostas<br />

das empresas para os sete lotes fossem refeitas. Na<br />

época, o governo alegou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “reformulação<br />

dos preços”. No dia 21 <strong>de</strong> outubro do mesmo ano,<br />

o governo anunciou as vencedoras e comemorou a consequente<br />

retomada dos trabalhos na linha, com entrega<br />

prevista para 2014.<br />

A obra ficou dividida em seis trechos, um com cada<br />

consórcio: Camargo<br />

Corrêa-Andra<strong>de</strong><br />

Gutierrez;<br />

Men<strong>de</strong>s Junior;<br />

Heleno Fonseca-<br />

-Triunfo; Carioca-<br />

-Cetenco; O<strong>de</strong>brecht-OAS-Queiroz<br />

Clodoaldo Pelissioni, STM<br />

Galvão; e CR Almeida-Consbem.<br />

No entanto, cinco dias <strong>de</strong>pois, o jornal Folha <strong>de</strong> S.<br />

Paulo publicou uma reportagem que lançaria suspeitas<br />

sobre a lisura da licitação e causaria forte abalo na imagem<br />

do governo. A Folha afirmou que soube seis meses<br />

antes, em 20 <strong>de</strong> abril, o resultado da disputa. O jornal<br />

registrou em ví<strong>de</strong>o, no mesmo dia, e no 2º Cartório <strong>de</strong><br />

Notas, em São Paulo, no dia 23, os nomes dos vencedores<br />

<strong>de</strong> cada lote. A <strong>de</strong>núncia apontava para uma suposta<br />

combinação <strong>de</strong> resultados do leilão.<br />

A obra, que estava orçada em pouco mais <strong>de</strong> R$<br />

4 bilhões, sequer foi começada formalmente. A assinatura<br />

do contrato havia sido firmada em torno <strong>de</strong><br />

uma semana antes da <strong>de</strong>núncia. “Nenhum tostão foi<br />

gasto até agora”, <strong>de</strong>clarou Goldman na ocasião, ao<br />

mandar paralisar o processo por conta da antecipação<br />

do resultado.<br />

Em paralelo, o governo tocava a compra dos trens,<br />

seguindo o cronograma estabelecido. A licitação foi<br />

lançada no dia 16 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2010, época em que a<br />

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eportagem<br />

disputa pelos contratos da construção<br />

da Linha 5-Lilás estavam em andamento.<br />

A data para a entrega dos envelopes<br />

da concorrência para o material<br />

rodante foi marcada para o dia 2<br />

<strong>de</strong> agosto. A compra seria feita com<br />

um financiamento <strong>de</strong> R$ 615 milhões<br />

(aproximadamente) do Banco Mundial.<br />

Logo <strong>de</strong>pois – em outubro – veio<br />

a <strong>de</strong>núncia da combinação <strong>de</strong> resultados<br />

na licitação das obras.<br />

A equipe <strong>de</strong> Geraldo Alckmin se<br />

preparava para assumir o governo <strong>de</strong> São Paulo após vitória<br />

nas eleições daquele ano. E a suposta irregularida<strong>de</strong><br />

causava dor <strong>de</strong> cabeça na administração estadual. Integrante<br />

do time <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> Alckmin, Jurandir Fernan<strong>de</strong>s<br />

alertava que, caso a licitação fosse cancelada, a entrega<br />

da obra em 2014 seria afetada.<br />

A <strong>de</strong>cisão final só foi divulgada em 19 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />

2011: o governo <strong>de</strong>cidiu manter a licitação com os vencedores<br />

originais. Na outra concorrência, dos trens, a<br />

“Compraram trem com<br />

uma bitola que só serve<br />

para a Linha 5-Lilás. O<br />

que me adianta ter uma<br />

linha em que não posso<br />

integrar os trens com<br />

outras. Só serve para<br />

aquilo. É antieconômico.”<br />

Marcelo Milani,<br />

promotor <strong>de</strong> Justiça<br />

CAF foi anunciada no mês seguinte<br />

como vencedora do contrato para o<br />

fornecimento do material rodante.<br />

Em fins <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2011, o Ministério<br />

Público <strong>de</strong> São Paulo, em<br />

ação do promotor Marcelo Milani,<br />

recomendou a paralisação das obras.<br />

Mas o governo resolveu tocar os trabalhos,<br />

alegando que a investigação<br />

interna não havia <strong>de</strong>scoberto provas<br />

<strong>de</strong> combinação <strong>de</strong> resultados.<br />

Até que, em 21 <strong>de</strong> novembro, a<br />

Justiça mandou parar as obras e afastar o então presi<strong>de</strong>nte<br />

do Metrô <strong>de</strong> São Paulo, Sérgio Avelleda. “Eventual<br />

atraso na conclusão [das obras] não será tão <strong>de</strong>sastroso<br />

do que a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma frau<strong>de</strong>, ou melhor, a<br />

chancela <strong>de</strong> um conluio entre particulares em benefício<br />

próprio (visando mais lucros e menos gastos com a obra<br />

pública)”, escreveu na época a juíza Simone Gomes<br />

Rodrigues Casoretti. A esta altura, o processo para a<br />

fabricação dos trens já andava sem sobressaltos.<br />

Tatuzão perfura túnel para a chegada da linha na estação Alto da Boa Vista<br />

Janeiro 2017<br />

CBTC é instalado na Linha<br />

5-Lilás pela Bombardier. Trens<br />

da CAF começam a operar<br />

Setembro 2017<br />

Estações Alto da Boa Vista,<br />

Borba Gato e Brooklin, da Linha<br />

5-Lilás, são inauguradas<br />

Janeiro <strong>2018</strong><br />

CCR arremata a operação<br />

das linhas 5-Lilás e 17-Ouro<br />

(monotrilho) em leilão<br />

Março <strong>2018</strong><br />

Governo inaugura<br />

estação Eucaliptos<br />

Abril <strong>2018</strong><br />

Estação Moema<br />

entra em<br />

operação<br />

28<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


A INFRAESTRUTURA QUE O GRUPO CCR JÁ LEVA<br />

PARA O BRASIL CHEGOU TAMBÉM À BAHIA.<br />

E CHEGOU RÁPIDO: DE METRÔ.<br />

É uma gran<strong>de</strong> satisfação para a CCR Metrô Bahia, concessionária responsável pela construção e operação do Sistema<br />

Metroviário <strong>de</strong> Salvador e Lauro <strong>de</strong> Freitas ajudar a mudar a vida <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas. A implantação do terceiro<br />

maior projeto <strong>de</strong> trem urbano do Brasil promove o <strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da<br />

população baiana e confirma o compromisso do Grupo CCR em promover o <strong>de</strong>senvolvimento da infraestrutura do Brasil.<br />

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CCR S.A.<br />

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eportagem<br />

O governo entrou com um recurso<br />

e conseguiu a liberação das<br />

obras cerca <strong>de</strong> 10 dias <strong>de</strong>pois – na<br />

ocasião, ainda na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>molição<br />

<strong>de</strong> imóveis. Em 15 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro,<br />

o governo comemorava a<br />

junção dos túneis no poço <strong>de</strong> serviço<br />

Delmiro Sampaio, na Avenida<br />

Adolfo Pinheiro, com o túnel<br />

<strong>de</strong> manobras da estação Largo<br />

Treze. Ao que parecia, as obras<br />

tinham, enfim, andado.<br />

30<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

Obras da Linha 5-Lilás<br />

Em 2013, com três tatuzões<br />

perfurando o subsolo paulistano,<br />

a promessa era entregar a Linha<br />

5-Lilás completa em 2015, já <strong>de</strong>pois<br />

da Copa, portanto, mas sem<br />

tanto impacto. Isso porque os jogos<br />

seriam disputados em Itaquera<br />

e não mais no Morumbi, região<br />

mais próxima das estações da Linha<br />

5-Lilás.<br />

Se as obras estavam andando,<br />

as construtoras vencedoras da polêmica<br />

licitação ainda estavam na<br />

mira da Justiça. Mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

o Ca<strong>de</strong> (Conselho Administrativo<br />

<strong>de</strong> Defesa Econômica) concluir<br />

que não houve cartel, a mesma<br />

juíza Simone Casoretti recebeu<br />

a ação civil pública movida pelo<br />

MPE e mandou citar as empresas,<br />

além <strong>de</strong> Avelleda, já fora da presidência<br />

do Metrô <strong>de</strong> São Paulo, sob<br />

a acusação <strong>de</strong> improbida<strong>de</strong> administrativa<br />

por suposto prejuízo <strong>de</strong><br />

R$ 330 milhões.<br />

Posteriormente, em fevereiro<br />

<strong>de</strong> <strong>2018</strong>, os réus foram con<strong>de</strong>nados<br />

a pagar R$ 327 milhões, o<br />

equivalente a 7% do total da obra<br />

– ou o sobrepreço calculado pelo<br />

MP. Foram con<strong>de</strong>nadas: O<strong>de</strong>brecht,<br />

Andra<strong>de</strong> Gutierrez, Men<strong>de</strong>s<br />

Júnior, Galvão Engenharia, Queiroz<br />

Galvão, OAS, Carioca Engenharia,<br />

CR Almeida Engenharia,<br />

Consbem Construções, Cetenco<br />

Engenharia, Heleno & Fonseca<br />

Construtécnica, Tiisa-Triunfo<br />

Iesa Infraestrutura e Serveng<br />

Civilsan Engenharia. A Camargo<br />

Corrêa teve <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> 40% na<br />

multa por ter <strong>de</strong>latado o esquema,<br />

em acordo com o MP.<br />

Além das investigações, imprevistos<br />

nas perfurações também<br />

<strong>de</strong>ixavam a obra mais longa<br />

– e custosa. Segundo reportagem<br />

do jornal Estado <strong>de</strong> S. Paulo, <strong>de</strong><br />

24 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2015, a construção<br />

havia ficado aproximadamente<br />

R$ 1 bilhão mais cara,<br />

muito por conta dos aditivos<br />

contratuais assinados com as empresas,<br />

motivados por problemas<br />

não previstos no projeto original,<br />

durante as perfurações.<br />

Enquanto isso, os trens eram<br />

entregues. O primeiro foi fornecido<br />

em janeiro <strong>de</strong> 2013. No ano seguinte,<br />

mais composições foram<br />

chegando e sendo espalhadas pelos<br />

pátios Capão Redondo, Guido<br />

Caloi e armazenados na própria<br />

fábrica da CAF, em Hortolândia<br />

(SP), on<strong>de</strong> foram produzidos. As<br />

composições, batizadas pelo Metrô<br />

<strong>de</strong> SP <strong>de</strong> Frota P, ficaram guardadas<br />

até que fosse instalado um<br />

novo sistema <strong>de</strong> sinalização na<br />

linha, no início <strong>de</strong> 2017.<br />

Os trens da CAF entregues<br />

para a Linha 5-Lilás operam<br />

com o sistema CBTC (sigla em<br />

inglês para Controle <strong>de</strong> Trens<br />

Baseado em Comunicação),<br />

mais mo<strong>de</strong>rno, enquanto os antigos<br />

da Linha 5-Lilás (Alstom)<br />

ainda funcionavam com ATC<br />

(Controle Automático <strong>de</strong> Trens,<br />

na sigla em inglês). A Bombar-<br />

Escolha da<br />

bitola standard<br />

As três primeiras linhas do Metrô <strong>de</strong> São<br />

Paulo entregues à população na década<br />

<strong>de</strong> 1970, foram construídas com bitola <strong>de</strong><br />

1.600mm. A opção, conta o especialista em<br />

assuntos metroferroviários Peter Alouche,<br />

<strong>de</strong>u-se por um motivo principal: o tamanho<br />

era o mais usado no estado, principalmente<br />

pela Re<strong>de</strong> <strong>Ferroviária</strong> Fe<strong>de</strong>ral. A intenção era<br />

seguir o padrão, imaginando uma eventual<br />

utilização da malha já existente.<br />

Além disso, pensou-se em levar os trens<br />

do Porto <strong>de</strong> Santos aos pátios da capital<br />

usando a malha. A i<strong>de</strong>ia acabaria abortada,<br />

e os trens subiram a serra <strong>de</strong> carreta. “Não<br />

se conhecia tanto <strong>de</strong> metrô naquela época”,<br />

lembra Alouche, que participou da <strong>de</strong>cisão<br />

pela mudança <strong>de</strong> bitola nas linhas 4-Amarela<br />

e 5-Lilás.<br />

Na época, como assessor técnico do Metrô,<br />

ele fez parte da equipe que orientou a adoção<br />

da bitola <strong>de</strong> 1.435mm. Segundo Alouche, a<br />

escolha se <strong>de</strong>u para <strong>de</strong>ixar o Metrô <strong>de</strong> São<br />

Paulo com a mesma bitola largamente utilizada<br />

em alguns dos sistemas mais mo<strong>de</strong>rnos do<br />

mundo. Nem se cogitou uma interligação com<br />

as <strong>de</strong>mais linhas. “Cada linha tinha um pátio<br />

<strong>de</strong> manutenção e estacionamentos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Não havia possibilida<strong>de</strong> física <strong>de</strong> intercirculação<br />

com as linhas 1-Azul, 2-Ver<strong>de</strong> e<br />

3-Vermelha”, conta.<br />

No caso específico da Linha 5-Lilás, outra<br />

questão pesou. Responsável pelo financiamento,<br />

conta Alouche, o Banco Mundial exigia<br />

uma licitação aberta ao mercado internacional,<br />

mais habituado a fabricar trens com<br />

bitola <strong>de</strong> 1.435mm, chamada <strong>de</strong> universal.<br />

Com isso, o prazo <strong>de</strong> entrega e o próprio<br />

preço po<strong>de</strong>riam ser menores. “Sem falar em<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aparelhos <strong>de</strong> mudança <strong>de</strong><br />

via praticamente na ‘prateleiras’”, completa<br />

Alouche, citando um exemplo sobre a facilida<strong>de</strong><br />

em adquirir equipamentos para trens<br />

com a bitola 1.435mm.


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eportagem<br />

dier, que venceu a licitação para o fornecimento<br />

do sistema, atrasou a entrega e chegou<br />

a ser multada pelo governo, segundo<br />

Pelissioni, em R$ 48 milhões.<br />

O CBTC só foi instalado em janeiro <strong>de</strong><br />

2017 – e aí, sim, os novos trens da CAF, enfim,<br />

começaram a aten<strong>de</strong>r os passageiros da<br />

Linha 5-Lilás. Atualmente, garante o secretário,<br />

todas as 26 unida<strong>de</strong>s estão operando<br />

entre as estações Capão Redondo e Moema.<br />

Em janeiro <strong>de</strong>sse ano, a CCR arrematou<br />

a operação das linhas 5-Lilás e 17-Ouro<br />

(monotrilho) em leilão. Enquanto que para<br />

a Linha 5-Lilás o imbróglio se <strong>de</strong>u a partir<br />

da chegada dos trens, para a Linha 17-<br />

Ouro, o enredo é diferente. Responsável<br />

pela fabricação dos 14 monotrilhos, por<br />

meio <strong>de</strong> um contrato assinado em 2013, a<br />

Scomi ainda não entregou nenhuma composição<br />

ao governo <strong>de</strong> São Paulo. A previsão,<br />

segundo a STM, é receber o primeiro<br />

trem ainda este ano.<br />

A outorga, que inclui a operação das linhas<br />

5-Lilás e 17-Ouro, foi assinada entre as partes<br />

no início <strong>de</strong> abril. Após algumas etapas<br />

burocráticas do contrato, a CCR <strong>de</strong>ve assumir<br />

efetivamente a operação das linhas em<br />

agosto próximo. Entre o fim <strong>de</strong> 2017 e início<br />

<strong>de</strong>ste ano, a Linha 5-Lilás ganhou mais cinco<br />

estações: Alto da Boa Vista, Borba Gato,<br />

Brooklin, Eucaliptos e Moema.<br />

Trens que chegaram antes da linha<br />

A situação <strong>de</strong> trens fora <strong>de</strong> operação aguardando o fim das obras não é<br />

totalmente nova para São Paulo. Algumas unida<strong>de</strong>s do monotrilho da Linha<br />

15-Prata do Metrô <strong>de</strong> SP, fabricadas pela Bombardier, também aguardam<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2015 o fim da construção da via para começarem a rodar. Dos 27<br />

trens, apenas oito estão operando.<br />

Nos empreendimentos ferroviários, não é incomum que os trens fiquem<br />

prontos e cheguem aos seus <strong>de</strong>stinos antes que as obras na linha sejam<br />

concretizadas. Além da Linha 15-Prata do Metrô do São Paulo, outros dois<br />

exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scompasso entre material rodante e via notórios nos Brasil<br />

ocorreram em Salvador e Cuiabá.<br />

Na capital baiana, on<strong>de</strong> a construção do metrô levou quase 15 anos para<br />

ser concluída, os trens chegaram bem antes que as linhas ficassem prontas.<br />

Antes da conclusão do trecho da Linha 1, Lapa-Acesso Norte, o governo<br />

estadual da Bahia adquiriu em 2008 seis trens <strong>de</strong> quatro carros da Hyundai-<br />

-Rotem. O início da operação comercial <strong>de</strong>ssas composições aconteceu em<br />

junho <strong>de</strong> 2014, quando a CCR<br />

“Nos empreendimentos<br />

ferroviários, não é<br />

incomum que os trens<br />

fiquem prontos e cheguem<br />

aos seus <strong>de</strong>stinos antes que<br />

as obras na linha sejam<br />

concretizadas.”<br />

Metrô Bahia já havia assumido a<br />

concessão e as obras <strong>de</strong> expansão<br />

do sistema (veja nas págs.<br />

14 a 19).<br />

Sem a linha pronta, os trens<br />

foram guardados na Estação<br />

Aduaneira do Interior (Eadi/Salvador).<br />

O custo do aluguel do espaço<br />

por mês, pago pela Companhia<br />

<strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano<br />

do Estado da Bahia (Con<strong>de</strong>r), era<br />

<strong>de</strong> R$ 80 mil por mês. Três meses <strong>de</strong>pois, o Con<strong>de</strong>r pelo menos passou a<br />

economizar R$ 70 mil por mês com a transferência das unida<strong>de</strong>s para galpões<br />

da Companhia <strong>de</strong> Transporte <strong>de</strong> Salvador.<br />

Em Cuiabá, os trens do VLT seguem até hoje parados.<br />

O material rodante foi fabricado pela CAF, integrante<br />

do grupo que venceu a licitação em maio <strong>de</strong><br />

Divulgação/CCR Metrô Bahia<br />

Trens da Hyundai-Rotem foram<br />

comprados antes da conclusão<br />

das linhas em Salvador<br />

2012. O consórcio, responsável também pelas obras,<br />

conta também com a CR Almeida, Santa Bárbara<br />

Construções, Magna Engenharia e Astep Engenharia.<br />

Os trens começaram a ser entregues em novembro<br />

<strong>de</strong> 2013, mas, nessa época, as obras já se arrastavam.<br />

Nem os mais otimistas imaginavam que os mo<strong>de</strong>rnos<br />

bon<strong>de</strong>s circulariam pela capital mato-grossense durante<br />

o Mundial <strong>de</strong> futebol, do qual a cida<strong>de</strong> foi uma<br />

das se<strong>de</strong>s. Com isso, os 40 VLTs foram estacionados<br />

no espaço on<strong>de</strong> seria o Centro <strong>de</strong> Controle Operacional<br />

do sistema. Não há prazo para o início da operação<br />

(veja nas págs. 36 a 43).<br />

32<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


arquivo ferroviário<br />

Trem mo<strong>de</strong>lo X’Ttrapolis Mega, da<br />

Alstom, estacionado na estação Pretoria,<br />

localizada na cida<strong>de</strong> sul-africana<br />

<strong>de</strong> mesmo nome. As composições<br />

fazem parte <strong>de</strong> um contrato bilionário<br />

assinado em 2013 entre a estatal Prasa<br />

(Passenger Rail Agency of South<br />

Africa) e o consórcio Gibela – li<strong>de</strong>rado<br />

pela Alstom, com a participação<br />

das empresas locais Ubumbano Rail e<br />

New Africa Rail – que prevê a entrega<br />

<strong>de</strong> 600 trens daquele mo<strong>de</strong>lo até 2023.<br />

As primeiras 20 unida<strong>de</strong>s foram fabricadas<br />

na unida<strong>de</strong> da Lapa, em São<br />

Paulo, e entregues em 2017. O restante<br />

será produzido em uma fábrica <strong>de</strong><br />

600 mil metros quadrados em Dunnottar (a 50 km <strong>de</strong> Joanesburgo), que<br />

vai começar a operar no fim <strong>de</strong>ste ano. Colaboradores da Alstom Brasil<br />

foram à África do Sul para treinar profissionais que serão responsáveis<br />

pela continuação da produção naquele país.<br />

VEJA A FOTO AMPLIADA


arquivo ferroviário


capa<br />

Fotos: Divulgação<br />

VLTs <strong>de</strong> Cuiabá permanecem<br />

armazenados e sem operação<br />

Quatro anos após o Mundial <strong>de</strong> futebol, projetos que eram 'legados da Copa' não foram entregues<br />

Por Luciana Calaza<br />

Nem em 2014,<br />

nem em <strong>2018</strong><br />

Novas linhas <strong>de</strong> VLT, monotrilhos e trens urbanos<br />

prometiam mudar a forma <strong>de</strong> locomoção<br />

em cinco das 12 cida<strong>de</strong>s-se<strong>de</strong> do maior evento<br />

<strong>de</strong> futebol do planeta, realizado no Brasil há<br />

quatro anos. Quando foram anunciados, esses sistemas<br />

metroferroviários representavam parte do chamado legado<br />

da Copa <strong>de</strong> 2014 e tinham cara <strong>de</strong> solução para os<br />

problemas <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s brasileiras.<br />

Todos <strong>de</strong>veriam estar funcionando antes <strong>de</strong> a bola<br />

rolar em junho <strong>de</strong> 2014, mas, às vésperas do Mundial <strong>de</strong><br />

<strong>2018</strong>, nenhum <strong>de</strong>les ficou pronto. Os projetos em Manaus,<br />

São Paulo, Fortaleza, Cuiabá e Brasília estão com as obras<br />

travadas, atrasadas, canceladas ou nunca saíram do papel.<br />

O diretor executivo da ANPTrilhos, João Gouveia, explica<br />

que uma conjugação <strong>de</strong> fatores acabou impactando os<br />

investimentos: “Houve a frustração dos investimentos que<br />

estavam garantidos pelo PAC para a Copa do Mundo, e não<br />

se viabilizaram, a crise econômica, e variáveis como falta<br />

<strong>de</strong> planejamento, <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> verbas etc. A crise afetou fortemente<br />

o nosso setor, que é totalmente a<strong>de</strong>rente ao PIB. Com<br />

a não realização dos projetos, a re<strong>de</strong> metroferroviária brasileira<br />

registrou um crescimento muito pouco significativo”.<br />

36<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

Gouveia comenta ainda que um fator relevante no setor<br />

é o fato <strong>de</strong> os investimentos serem <strong>de</strong> longo prazo. E,<br />

no Brasil, por questões <strong>de</strong> eleição, existe uma <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong><br />

administrativa e política a cada quatro anos.<br />

“Assim, existe uma incompatibilida<strong>de</strong> para se completar<br />

essas obras, já que nenhum governante quer <strong>de</strong>ixar o legado<br />

para o outro”.<br />

O diretor da ANPTrilhos ressalta que a <strong>de</strong>manda por<br />

<strong>de</strong>slocamento no país é crescente e estamos muito aquém<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> <strong>de</strong>veríamos estar no quesito mobilida<strong>de</strong> urbana.<br />

“São 21 sistemas <strong>de</strong> transportes <strong>de</strong> passageiros sobre<br />

trilhos no país distribuídos em 11 estados e no Distrito<br />

Fe<strong>de</strong>ral. Por outro lado, o país tem hoje 27 regiões metropolitanas<br />

com mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> habitantes, que já<br />

<strong>de</strong>mandariam algum sistema estruturante <strong>de</strong> alta capacida<strong>de</strong>.<br />

Entretanto, apenas 13 <strong>de</strong>las contam com transporte<br />

sobre trilhos”, diz, lembrando que um estudo da Confe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional dos Transportes mostra que, para se <strong>de</strong>senvolver<br />

uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte a<strong>de</strong>quada nas gran<strong>de</strong>s e<br />

médias cida<strong>de</strong>s do Brasil, seria preciso ampliar a malha<br />

<strong>de</strong> sistemas sobre trilhos em pelo menos 850 km, cujos<br />

investimentos totalizariam R$ 167 bilhões.


VLT <strong>de</strong> Brasília:<br />

obras convertidas num viaduto<br />

Alstom expôs<br />

em Brasília um<br />

protótipo do VLT<br />

que nunca saiu<br />

do papel<br />

O VLT <strong>de</strong> Brasília foi um dos primeiros projetos previstos<br />

para entrar em operação a tempo da Copa do Mundo<br />

<strong>de</strong> 2014, mas teve a sua execução cancelada em setembro<br />

<strong>de</strong> 2012. Pelo projeto original, o sistema <strong>de</strong>veria ter 25<br />

estações e 22,6 km <strong>de</strong> extensão, interligando o Aeroporto<br />

Internacional Jucelino Kubitschek às zonas sul, norte e<br />

central do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, ao custo <strong>de</strong> R$ 1,55 bilhão. Na<br />

época, o projeto <strong>de</strong> VLT foi anunciado como o primeiro<br />

da América Latina.<br />

Em 2009, ainda no governo <strong>de</strong> José Roberto Arruda, a<br />

obra chegou a ser iniciada pelo consórcio Brastram composto<br />

pela Alstom, TC/BR, Men<strong>de</strong>s Jr. e Via, para a fase<br />

1 do projeto do VLT. A Alstom, que seria a fabricante dos<br />

16 VLTs Citadis contratados para o projeto, que inclusive,<br />

utilizaria a mesma tecnologia que hoje é empregada no sistema<br />

do Rio (VLT Carioca) – a alimentação <strong>de</strong> energia pelo<br />

solo (APS), que dispensa o uso <strong>de</strong> catenárias. A fabricante<br />

francesa chegou a expor em Brasília, em 2009, um protótipo<br />

do trem que seria utilizado quando a via estivesse pronta.<br />

Em janeiro <strong>de</strong> 2010, o projeto foi incluído na Matriz <strong>de</strong><br />

Responsabilida<strong>de</strong>s da Copa do Mundo com orçamento <strong>de</strong><br />

R$ 364 milhões, mas acabou sendo paralisada em setembro<br />

do mesmo ano pela Justiça por suspeitas <strong>de</strong> irregularida<strong>de</strong>s<br />

no processo <strong>de</strong> licitação. O Instituto do Patrimônio<br />

Histórico e Artístico Nacional (Iphan) chegou a alegar à<br />

época que teria indícios <strong>de</strong> que não havia um estudo <strong>de</strong><br />

impacto ambiental do projeto, que previa a <strong>de</strong>rrubada das<br />

árvores da W3, uma das principais avenidas <strong>de</strong> Brasília,<br />

e a passagem <strong>de</strong> trens nas proximida<strong>de</strong>s do zoológico do<br />

Distrito Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Com a proximida<strong>de</strong> da Copa do Mundo e a dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> realizar licitações em tempo hábil, o VLT acabou saindo<br />

do calendário <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> previstas para o<br />

mundial oficialmente em setembro <strong>de</strong> 2012. Cerca <strong>de</strong> R$ 26<br />

milhões foram liberados pelo Ministério das Cida<strong>de</strong>s para a<br />

execução <strong>de</strong> um pequeno trecho da obra – entre o Aeroporto<br />

Internacional Juscelino Kubitschek e o final da Asa Sul.<br />

Atualmente, as obras do VLT neste local foram convertidas<br />

em um viaduto, que segundo o Metrô DF, fazia<br />

parte do projeto inicial. Em nota, o Metrô-DF informou<br />

que "o projeto do VLT previsto à época da Copa <strong>de</strong> 2014,<br />

i<strong>de</strong>alizado na gestão do então governo Arruda e a cargo<br />

da Secretaria <strong>de</strong> Transportes da época, foi cancelado por<br />

<strong>de</strong>cisão judicial".<br />

A nota diz ainda que "o planejamento do VLT estará<br />

contemplado no Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento do Transporte<br />

Público Sobre Trilhos do Distrito Fe<strong>de</strong>ral (PDTT/DF). O<br />

Metrô encomendou um planejamento, a médio e a longo<br />

prazos, do Sistema <strong>de</strong> Transporte Público sobre Trilhos do<br />

Distrito Fe<strong>de</strong>ral (STPT/DF). A intenção é seguir um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento físico-sustentável e a<strong>de</strong>quado ao<br />

padrão <strong>de</strong> atendimento da <strong>de</strong>manda por transporte urbano<br />

no DF. Como os estudos ainda não estão prontos, ainda não<br />

foi possível realizar o cronograma e <strong>de</strong>stinar o orçamento".<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 37


capa<br />

Cuiabá:<br />

linhas inacabadas e sem previsão <strong>de</strong> novo edital<br />

Vias do VLT<br />

sem operação na<br />

capital do MT<br />

No Mato Grosso, em junho <strong>de</strong> 2011, a Assembleia Legislativa<br />

aprovou a construção <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> VLT, <strong>de</strong><br />

custo então previsto <strong>de</strong> R$ 1,477 bilhão, na capital Cuiabá.<br />

A obra foi incluída no plano <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana<br />

da cida<strong>de</strong> para a Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014, contrariando<br />

a opinião unânime <strong>de</strong> técnicos que estimavam baixa <strong>de</strong>manda<br />

para um projeto com custo bilionário.<br />

Composto por duas linhas (Aeroporto-CPA, <strong>de</strong> 15 km,<br />

e Coxipó-Porto, <strong>de</strong> 7 km), com total <strong>de</strong> 22 km (com alimentação<br />

elétrica dos trens por meio <strong>de</strong> catenárias), o<br />

VLT previa 33 estações <strong>de</strong> embarque e <strong>de</strong>sembarque e<br />

três terminais <strong>de</strong> integração, localizados nas extremida<strong>de</strong>s<br />

do trecho, além <strong>de</strong> uma estação para integração com<br />

ônibus. O modal operaria com 40 veículos com oito carros<br />

cada (todos já entregues), cada um com capacida<strong>de</strong><br />

para até 400 passageiros.<br />

Em novembro <strong>de</strong> 2013, chegaram a Cuiabá os primeiros<br />

trens fabricados pela CAF (também responsável pela<br />

sinalização do sistema), que compõe o Consórcio VLT<br />

Cuiabá-Várzea Gran<strong>de</strong>, formado ainda pelas empresas<br />

CR Almeida, Santa Bárbara, Magna Engenharia, e Astep<br />

Engenharia. Atualmente, as 40 composições estão estacionadas<br />

em um espaço on<strong>de</strong> seria construído o Centro<br />

<strong>de</strong> Controle e Operação. O local conta com áreas cobertas<br />

e não-cobertas. Segundo informações do consórcio,<br />

a manutenção dos trens é realizada por um grupo <strong>de</strong> engenheiros<br />

e técnicos da CAF, que seguem um “Plano <strong>de</strong><br />

Conservação para Unida<strong>de</strong>s Fora <strong>de</strong> Serviço”, <strong>de</strong>senvolvido<br />

exclusivamente para Cuiabá.<br />

Basicamente esta manutenção busca simular <strong>de</strong> forma<br />

estática o serviço comercial dos VLTs, para manter os<br />

equipamentos em funcionamento, evitando <strong>de</strong>gradação<br />

por inativida<strong>de</strong>. São executadas ativida<strong>de</strong>s como: funcionamento<br />

dos mecanismos <strong>de</strong> porta (ciclos <strong>de</strong> abertura<br />

e fechamento), testes nos sistemas <strong>de</strong> freio e <strong>de</strong> estanqueida<strong>de</strong>,<br />

arranque nos sistemas <strong>de</strong> ar-condicionado <strong>de</strong><br />

salão e cabine com limpeza <strong>de</strong> dutos e filtros etc. Ainda<br />

<strong>de</strong> acordo com o consórcio, cada VLT é <strong>de</strong>slocado quatro<br />

metros para frente e 3,5 metros para trás, na periodicida<strong>de</strong><br />

estabelecida pelo plano, para evitar calosida<strong>de</strong> e ovalização<br />

nas rodas, além <strong>de</strong> danos aos rolamentos e eixos.<br />

Estas ativida<strong>de</strong>s são registradas em relatório mensais,<br />

enviados à Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Cida<strong>de</strong>s do Estado <strong>de</strong><br />

Mato Grosso (Secid).<br />

Dentro do valor global das obras <strong>de</strong> implantação do<br />

VLT, a aquisição do material rodante (que incluem os<br />

carros) correspon<strong>de</strong> a pouco mais <strong>de</strong> um terço. Em meio<br />

a <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> corrupção e problemas <strong>de</strong> execução nas<br />

obras, o sistema <strong>de</strong> transporte não ficou pronto a tempo<br />

do Mundial <strong>de</strong> futebol. A capital <strong>de</strong> Mato Grosso é cortada<br />

por pouco mais <strong>de</strong> seis quilômetros <strong>de</strong> linhas inacabadas<br />

do VLT, cuja construção alcançou a marca <strong>de</strong><br />

33% <strong>de</strong> conclusão, está parada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final <strong>de</strong> 2014 e<br />

já consumiu cerca <strong>de</strong> R$ 1 bilhão dos cofres estaduais.<br />

38<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


Em março do ano passado, o governo chegou a anunciar<br />

que havia fechado um acordo com o consórcio para<br />

a retomada das obras. Recentemente, o estado <strong>de</strong>cidiu<br />

romper o contrato com o consórcio e cobra uma multa <strong>de</strong><br />

R$ 147 milhões. A <strong>de</strong>cisão tomada está relacionada com<br />

infrações contratuais praticadas pelo consórcio, após o<br />

conhecimento dos fatos divulgados pela Operação Descarrilho,<br />

<strong>de</strong>flagrada em agosto do ano passado pela Polícia<br />

Fe<strong>de</strong>ral (PF).<br />

Agora, a i<strong>de</strong>ia é realizar licitação para a contratação<br />

<strong>de</strong> uma nova empresa ou <strong>de</strong> um consórcio para<br />

concluir as obras do VLT e firmar uma parceria público-privada<br />

(PPP) para a operação do novo modal. Em<br />

nota, a assessoria <strong>de</strong> imprensa do Governo do Estado<br />

do Mato Grosso informou que "o edital internacional<br />

da concorrência pública está sendo elaborado pela<br />

equipe técnica da Secid sob gestão do secretário da<br />

pasta, Wilson Santos. O documento trará prazos e valores<br />

para a conclusão da obra, parada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 2014. Embora não haja uma previsão <strong>de</strong> conclusão<br />

e publicação do edital, o governo estadual afirmou que<br />

preten<strong>de</strong> lançá-lo ainda este ano.<br />

VLT <strong>de</strong> Fortaleza:<br />

conclusão este ano<br />

VLTs da Bom Sinal<br />

operam no trecho<br />

entre Parangaba<br />

e Mucuripe<br />

Na capital cearense, o principal projeto para a mobilida<strong>de</strong><br />

no Mundial era <strong>de</strong> uma linha <strong>de</strong> VLT ligando o terminal<br />

Intermodal do Bairro <strong>de</strong> Parangaba à região portuária<br />

e hoteleira do Mucuripe, passando pela rodoviária e<br />

pelo aeroporto. O trecho total tem 13,4 quilômetros e <strong>de</strong>z<br />

estações, passando por 22 bairros <strong>de</strong> Fortaleza. A entrega<br />

era prevista para junho <strong>de</strong> 2013.<br />

O projeto foi alvo <strong>de</strong> duras críticas por conta da remoção<br />

<strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> áreas por on<strong>de</strong> os trilhos passariam –<br />

ao longo <strong>de</strong> todo o ramal, 2,6 mil imóveis foram <strong>de</strong>sapropriados<br />

– e, em junho <strong>de</strong> 2014, o governador do Estado<br />

rompeu o contrato com o Consórcio CPE-VLT Fortaleza,<br />

responsável pela execução da obra, e formado pelas<br />

empresas Consbem Construção e Comércio, Construtora<br />

Passareli e Engexata. Em maio do mesmo ano, a pasta estadual<br />

havia admitido que a obra não ficaria pronta até a<br />

Copa do Mundo.<br />

Nada saiu como o esperado, porém as obras ganharam<br />

fôlego <strong>de</strong>pois do Mundial <strong>de</strong> futebol. Após a realização<br />

<strong>de</strong> três novas licitações e divisão do projeto<br />

em trechos, a obra foi retomada em meados <strong>de</strong> 2015.<br />

Atualmente, o trecho <strong>de</strong> 5 km que liga as estações Parangaba<br />

e Borges <strong>de</strong> Melo está em operação assistida<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2017 (sem cobrança <strong>de</strong> tarifa). São<br />

quatro estações em funcionamento e 620 passageiros<br />

transportados por dia.<br />

Já o trecho entre as estações Borges <strong>de</strong> Melo e Iate segue<br />

em obras. Segundo a assessoria <strong>de</strong> imprensa da Se-<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 39


capa<br />

cretaria <strong>de</strong> Infraestrutura do Ceará (Seinfra-CE), nesse<br />

trecho, já foi iniciada a operação experimental, sem passageiros,<br />

entre as estações Borges <strong>de</strong> Melo e São João do<br />

Tauape. A estimativa do governo do Ceará é concluir o<br />

ramal Parangaba-Mucuripe até o fim <strong>de</strong>ste ano.<br />

Dos 13,4 km <strong>de</strong> extensão do ramal, serão 12 quilômetros<br />

em superfície e 1,4 quilômetro <strong>de</strong> trechos elevados.<br />

As <strong>de</strong>z estações são: Parangaba; Montese; Vila União;<br />

Borges <strong>de</strong> Melo; São João do Tauape; Pontes Vieira; Antônio<br />

Sales; Papicu; Mucuripe e Iate. A conclusão do projeto<br />

está prevista para 2022.<br />

O VLT irá promover a integração com outros modais<br />

<strong>de</strong> transporte. A estação da Parangaba possibilitará integração<br />

à Linha Sul do Metrô <strong>de</strong> Fortaleza e ao terminal<br />

rodoviário do bairro. Já a estação Papicu se integrará à<br />

Linha Leste do Metrô e ao terminal rodoviário. A previsão<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda potencial do modal é <strong>de</strong> 90 mil passageiros<br />

por dia. Ao todo, são oito VLTs fabricados pela Bom Sinal<br />

(sete já foram entregues ao governo do Ceará). Movidos<br />

a diesel, os trens possuem ar-condicionado, sendo<br />

mais confortáveis que os antigos trens. A estimativa é que<br />

o percurso <strong>de</strong> uma ponta a outra da linha seja feito em,<br />

aproximadamente, 30 minutos, com intervalo médio entre<br />

veículos <strong>de</strong> sete minutos.<br />

Manaus:<br />

monotrilho enterrado <strong>de</strong> vez<br />

Projeto sobre<br />

trilhos foi<br />

substituído<br />

por ônibus<br />

O planejamento oficial <strong>de</strong> governo fe<strong>de</strong>ral, estado do<br />

Amazonas e prefeitura <strong>de</strong> Manaus, estabelecido em janeiro<br />

<strong>de</strong> 2010, previa que a se<strong>de</strong> amazônica da Copa receberia<br />

investimentos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 1,7 bilhão. O governo<br />

estadual comprometeu-se a construir uma linha <strong>de</strong> monotrilho<br />

e o município <strong>de</strong> Manaus assumiu a obrigação <strong>de</strong><br />

fazer um sistema <strong>de</strong> corredores <strong>de</strong> ônibus integrado. Prazo<br />

<strong>de</strong> conclusão dos trabalhos: <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2013.<br />

Na hora <strong>de</strong> construir, porém, constatou-se que Estado e<br />

prefeitura não haviam se dado conta <strong>de</strong> que os projetos <strong>de</strong><br />

monotrilho e BRT <strong>de</strong>veriam ter sido pensados juntos e, em<br />

muitos pontos, passariam pelas mesmas localida<strong>de</strong>s, chegando<br />

até a ter pontos <strong>de</strong> parada previstos exatamente no<br />

40<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

mesmo local, o que seria impossível <strong>de</strong> operacionalizar.<br />

Na meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2012, o governo amazonense reduziu<br />

seu plano inicial do monotrilho a ser entregue até a Copa<br />

dos originais 39 quilômetros para menos da meta<strong>de</strong>, ou<br />

15,5 quilômetros. Já em novembro do mesmo ano, quando<br />

as obras ainda não tinham saído do papel, governo e<br />

prefeitura jogaram a toalha e avisaram que a obra não<br />

sairia a tempo da Copa, mas falaram em entregá-la primeiro<br />

em 2015, e <strong>de</strong>pois em 2020. Porém, no ano seguinte,<br />

em 2013, a Justiça cancelou a licitação <strong>de</strong>pois<br />

que um estudo da CGU (Controladoria Geral da União)<br />

mostrou que a obra era inviável. Logo <strong>de</strong>pois da Copa,<br />

ainda em 2014, governo do estado e prefeitura assumiam


capa<br />

que o trem podia não mais sair, e falavam em um sistema<br />

<strong>de</strong> VLT ou BRT para substituí-lo.<br />

O capítulo mais recente <strong>de</strong>ssa novela aconteceu no dia<br />

6 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2017: o ministro das Cida<strong>de</strong>s, Bruno Araújo,<br />

assinou um <strong>de</strong>creto enterrando <strong>de</strong> vez o projeto do monotrilho<br />

<strong>de</strong> Manaus, que nunca saiu do papel e era previsto<br />

para estar rodando no final <strong>de</strong> 2013. O <strong>de</strong>creto cancelou<br />

qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contar com linhas <strong>de</strong> crédito especiais<br />

do BNDES, o que na prática inviabiliza o projeto<br />

estimado em R$ 1,3 bilhão.<br />

A Secretaria <strong>de</strong> Comunicação Social do Governo do<br />

Amazonas informou, por meio <strong>de</strong> nota, que “o Plano <strong>de</strong><br />

Mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Manaus foi apresentado pelo governo passado,<br />

cujo governador foi cassado, <strong>de</strong>pois substituído por<br />

um interino até a eleição do atual governador Amazonino<br />

Men<strong>de</strong>s, que assumiu em outubro <strong>de</strong> 2017. Todos os projetos<br />

<strong>de</strong> infraestrutura passam por revisão do governo para<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>, com exceção <strong>de</strong> projetos mais<br />

avançados, como a implantação da avenida das Flores e a<br />

duplicação da AM-070”.<br />

São Paulo:<br />

monotrilho fica para o fim <strong>de</strong> 2019<br />

Obras da<br />

Linha 17-Ouro<br />

estão em<br />

andamento<br />

na Zona Sul<br />

A Linha 17-Ouro é um dos pontos sensíveis da expansão<br />

da malha metroferroviária paulista. Tratada como um dos<br />

legados da Copa do Mundo, portanto com entrega originalmente<br />

prevista para 2014, antes do início do Mundial<br />

<strong>de</strong> futebol, o monotrilho – cuja operação ficará a cargo da<br />

CCR, que venceu a licitação para operar as linhas 17-Ouro<br />

e 5-Lilás – só <strong>de</strong>ve ser aberto totalmente em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

2019, ou seja, sete anos após o início das obras. A partir<br />

<strong>de</strong> então, o paulistano terá mais uma opção para chegar ao<br />

Aeroporto <strong>de</strong> Congonhas, e não mais somente automóvel<br />

e ônibus, livrando-se do trânsito pesado na região da Zona<br />

Sul e com menos risco <strong>de</strong> atrasos.<br />

A primeira fase da obra terá oito estações e 7,7 quilômetros<br />

<strong>de</strong> extensão entre Morumbi e o aeroporto (no total <strong>de</strong><br />

oito estações). A linha completa terá 17,7 km e 18 estações.<br />

42<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

Não há previsão <strong>de</strong> entregas este ano. A fabricação dos 14<br />

monotrilhos (<strong>de</strong> cinco carros) encomendados pelo governo<br />

estadual para a Linha 17-Ouro está a cargo da Scomi. As primeiras<br />

unida<strong>de</strong>s estão sendo produzidas na Malásia. Ainda<br />

não há previsão para a chegada das primeiras composições.<br />

Procurado pela equipe <strong>de</strong> reportagem, o Metrô SP respon<strong>de</strong>u<br />

em nota: “Não é correto e não faz nenhum sentido<br />

continuar relacionando as obras da Linha 17-Ouro do Metrô<br />

com a Copa <strong>de</strong> 2014, uma vez que o Estádio do Morumbi<br />

foi substituído pelo <strong>de</strong> Itaquera para sediar os jogos em São<br />

Paulo anos antes da competição. Com isso, a Linha 17-Ouro,<br />

que aten<strong>de</strong>ria o Morumbi, foi oficialmente retirada da Matriz<br />

<strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong> da Copa (Resolução 22 <strong>de</strong> 21/12/2012,<br />

publicada no Diário Oficial da União <strong>de</strong> 26/12/2012), o que<br />

permitiu ao Metrô alterar seu cronograma.”


VLT Carioca: longe da capacida<strong>de</strong><br />

Parte <strong>de</strong> um antigo projeto <strong>de</strong> realização da região central do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, que ganhou vida quando a cida<strong>de</strong> foi escolhida<br />

para sediar os Jogos Olímpicos <strong>de</strong> 2016, o VLT Carioca teve a<br />

Linha 1 inaugurada em junho daquele ano. A implantação do novo<br />

meio <strong>de</strong> transporte teve custo avaliado em R$ 1,157 bilhão, sendo<br />

R$ 525 milhões financiados por recursos fe<strong>de</strong>rais, do Programa<br />

<strong>de</strong> Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilida<strong>de</strong>, e R$ 632<br />

milhões <strong>de</strong> reais viabilizados por meio <strong>de</strong> uma parceria público-<br />

-privada (PPP).<br />

Uma pesquisa recente do Instituto Datafolha aponta que 92%<br />

dos usuários do VLT Carioca avaliam o sistema <strong>de</strong> forma positiva<br />

(bom ou muito bom). Sete em cada <strong>de</strong>z passageiros recomendariam<br />

o VLT como uma forma eficiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento. Apesar do<br />

sucesso, o sistema <strong>de</strong> transporte ainda é usado por bem menos<br />

que o programado originalmente. A frota <strong>de</strong> 32 trens fabricados<br />

pela Alstom – todos já entregues e se revezando na operação<br />

diária – foi projetada para receber até 200 mil pessoas por dia. A<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada trem é <strong>de</strong> 420 passageiros. Atualmente, no<br />

entanto, o veículo transporta, em média, 60 mil pessoas por dia<br />

útil. Segundo a concessionária, o número está <strong>de</strong>ntro do planejado<br />

para este momento do projeto e em crescimento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início<br />

da operação.<br />

A primeira linha, ligando o Aeroporto Santos Dumont à Rodoviária<br />

Novo Rio, foi inaugurada em junho <strong>de</strong> 2016. No fim do ano<br />

passado, foi inaugurada a Estação Central, última estação aberta<br />

no trajeto entre a Rodoviária e a Praça Quinze, que completa o<br />

traçado previsto para a Linha 2 do bon<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rno. A tecnologia<br />

utilizada nas linhas é o APS – Alimentação pelo Solo, da Alstom,<br />

que dispensa o uso <strong>de</strong> catenárias.<br />

Ainda falta entrar em operação a Linha 3, que ligará a Central<br />

do Brasil ao Aeroporto Santos Dumont, passando pela Avenida<br />

Marechal Floriano, com<br />

três novas paradas, totalizando<br />

3 km. A ligação<br />

com a Linha 1 se dará na<br />

Avenida Rio Branco, entre<br />

as paradas São Bento e<br />

Can<strong>de</strong>lária. As obras tiveram<br />

início em janeiro<br />

<strong>de</strong>ste ano, mas foram paralisadas.<br />

A retomada da construção só aconteceu na segunda<br />

quinzena <strong>de</strong> maio. A concessionária VLT Carioca afirma, porém,<br />

que o cronograma está mantido e até o fim <strong>de</strong>ste ano, a Linha 3<br />

<strong>de</strong>ve entrar em operação.<br />

Segundo a Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Urbano da Região<br />

do Porto, órgão da prefeitura responsável pela gestão do Porto<br />

Maravilha, as obras pararam <strong>de</strong>vido a exigências legais com o<br />

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Durante<br />

as escavações foram encontrados trilhos antigos, que estão<br />

sendo analisados pelo Iphan.<br />

Máquinas sem troco<br />

Para andar no VLT do Rio, é preciso ter em mãos o Bilhete Único<br />

Carioca, já que o serviço não possui cobrador nos trens nem<br />

catraca nas estações <strong>de</strong> embarque. Passageiros, no entanto, vêm<br />

reclamando <strong>de</strong> problemas: paradas sem máquina <strong>de</strong> autoatendimento,<br />

máquinas que não dão troco e longas filas em guichês são<br />

apontados como maiores dificulda<strong>de</strong>s do sistema.<br />

Procurada, a concessionária informou que o funcionamento<br />

dos terminais <strong>de</strong> autoatendimento teve melhora sensível ao longo<br />

<strong>de</strong> 2017, com disponibilida<strong>de</strong> na casa dos 95% ao longo do segundo<br />

semestre.<br />

“No início <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, o VLT instalou, nas paradas e estações, terminais<br />

<strong>de</strong> consulta nos quais os usuários po<strong>de</strong>m verificar o saldo<br />

antes <strong>de</strong> embarcar, <strong>de</strong>sbloquear cartões e liberar recargas feitas<br />

por meio do aplicativo VLT ou pelo site da Riocard. Esse processo<br />

tem agilizado embarques e diminuído filas nas paradas. Para este<br />

ano, a concessionária estuda junto aos fornecedores a adoção <strong>de</strong><br />

tecnologias que tornem esse processo <strong>de</strong> pagamento ainda mais<br />

ágil. A intenção é que seja possível, por exemplo, utilizar o celular<br />

como alternativa para o pagamento”.<br />

VLT, fabricado pela<br />

Alstom, é dotado da<br />

tecnologia APS<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 43


eportagem<br />

Há (poucas) vagas<br />

Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego po<strong>de</strong>m aumentar com a renovação das concessões, diz estudo<br />

Por Annaclara Velasco<br />

A<br />

economia brasileira saiu da recessão em 2017,<br />

com crescimento <strong>de</strong> 1% do Produto Interno<br />

Bruto (PIB), mas o <strong>de</strong>semprego ainda não <strong>de</strong>u<br />

sinais <strong>de</strong> recuperação. Em diversos segmentos,<br />

o número <strong>de</strong> contratações ainda não está no nível <strong>de</strong>sejado<br />

para aliviar a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupação no país, que é <strong>de</strong> 13,1%,<br />

<strong>de</strong> acordo com o dado mais recente do IBGE. O setor ferroviário<br />

não foge à regra, mas há uma luz no fim do túnel<br />

com a renovação dos contratos <strong>de</strong> concessão, acreditam<br />

especialistas. Entre as operadoras <strong>de</strong> carga, por enquanto,<br />

a intenção é fazer contratações <strong>de</strong> reposição, sem volume<br />

expressivo. No ramo <strong>de</strong> passageiros, as expansões em São<br />

Paulo <strong>de</strong>ram uma aquecida no mercado, principalmente<br />

na área <strong>de</strong> operações.<br />

Um estudo recente do Instituto <strong>de</strong> Pesquisa Econômica<br />

Aplicada (Ipea) e da Fundação Getulio Vargas (FGV)<br />

revela que se as concessões forem renovadas em <strong>2018</strong>,<br />

a estimativa é que nos próximos <strong>de</strong>z anos haja a criação<br />

<strong>de</strong> quase 700 mil empregos diretos e indiretos no país. O<br />

número, segundo Fernando Marcato, professor da FGV e<br />

um dos responsáveis pelo estudo, foi estimado por meio<br />

da metodologia insumo/produto, utilizada pelo IBGE. “A<br />

prorrogação antecipada está atrelada à obrigação <strong>de</strong> realização<br />

<strong>de</strong> investimentos nas linhas ferroviárias das atuais<br />

concessões. Adicionalmente, permite a arrecadação <strong>de</strong> outorga<br />

pelo governo. Com a alocação <strong>de</strong> maiores montantes<br />

para a ampliação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e redução <strong>de</strong> conflitos<br />

urbanos, o resultado natural são benefícios tanto <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

social como econômica”, afirma.<br />

Na MRS Logística, o quadro <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> seis mil funcionários<br />

tem se expandido principalmente em São Paulo<br />

e Minas Gerais, impulsionado pelo aumento da <strong>de</strong>manda<br />

Fotos: Divulgação<br />

Recentemente, a MRS abriu vagas<br />

para engenheiros e analistas<br />

44<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


<strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> produtos agrícolas. Em abril, foi aberto o<br />

processo seletivo para o Programa <strong>de</strong> Estágio <strong>2018</strong>/2019<br />

da companhia, com vagas para os estados <strong>de</strong> São Paulo,<br />

Minas Gerais e Rio <strong>de</strong> Janeiro para estudantes <strong>de</strong> nível<br />

superior e técnico. Também foram abertas vagas efetivas<br />

em Minas e São Paulo para especialistas, como gerente <strong>de</strong><br />

Regulação, analista PCCO e especialista <strong>de</strong> custos.<br />

No entanto, o gerente geral <strong>de</strong> Comunicação da empresa,<br />

Marcelo Kanhan, afirma que o eventual crescimento<br />

na movimentação <strong>de</strong> carga agrícola não é necessariamente<br />

proporcional ao número <strong>de</strong> contratações, <strong>de</strong>vido<br />

ao constante emprego <strong>de</strong> tecnologias para melhorar a<br />

eficiência do sistema logístico. Em razão da alta complexida<strong>de</strong><br />

das ativida<strong>de</strong>s e da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rigorosos procedimentos<br />

<strong>de</strong> segurança, Kanhan explica<br />

que existe pouca rotativida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mão <strong>de</strong> obra nessa área, uma vez que<br />

a empresa investe na formação profissional<br />

dos funcionários que já fazem<br />

parte da equipe. Anualmente, a MRS<br />

aporta mais <strong>de</strong> R$ 500 milhões em salários,<br />

treinamentos e benefícios.<br />

“O que acontece é um efeito histórico.<br />

A ferrovia nunca foi muito<br />

privilegiada em termos <strong>de</strong> políticas<br />

públicas e, por isso, o país não <strong>de</strong>senvolveu<br />

centros <strong>de</strong> formação específica<br />

para essa área. Quando o governo entregou as ferrovias<br />

para a iniciativa privada, as empresas se viram<br />

com este <strong>de</strong>safio e todas assumiram a função <strong>de</strong> centro<br />

<strong>de</strong> formação. Um maquinista, por exemplo, leva cerca<br />

<strong>de</strong> dois anos para se formar. É preferível mantê-lo disponível,<br />

mesmo que não esteja produzindo a todo vapor,<br />

pois po<strong>de</strong> surgir uma <strong>de</strong>manda e a empresa não ter<br />

tempo hábil <strong>de</strong> formar um novo profissional”, esclarece<br />

o gerente da MRS.<br />

Mão <strong>de</strong> obra<br />

Na VLI, o cenário para <strong>2018</strong> é <strong>de</strong> manutenção dos cerca<br />

<strong>de</strong> 7,5 mil postos <strong>de</strong> trabalho – atualmente, 70% do quadro<br />

da li<strong>de</strong>rança é composto por colaboradores formados<br />

internamente. A companhia abriu, em março, oito vagas<br />

para Tecnologia da Informação e outras áreas, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> fomentar inovação e mo<strong>de</strong>rnizar processos.<br />

Sobre o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> formar a mão <strong>de</strong> obra, a gerente <strong>de</strong><br />

RH da companhia, Francielle Pedrosa, <strong>de</strong>staca que a área<br />

<strong>de</strong> Educação Corporativa planeja o <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />

“Com a alocação <strong>de</strong><br />

maiores montantes para a<br />

ampliação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong><br />

e redução <strong>de</strong> conflitos<br />

urbanos, o resultado<br />

natural são benefícios<br />

tanto <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m social<br />

como econômica.”<br />

Fernando Marcato, FGV<br />

profissionais relacionando as necessida<strong>de</strong>s do negócio, a<br />

aquisição <strong>de</strong> novas tecnologias e o aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />

Apesar <strong>de</strong> cada posição exigir competências específicas,<br />

Francielle garante: “A VLI compreen<strong>de</strong> que o conhecimento<br />

técnico é importante, mas o comportamento<br />

alinhado aos valores é fundamental para gerar propósito e<br />

engajamento das pessoas”.<br />

O perfil comportamental é um fator consi<strong>de</strong>rado importante<br />

também para a MRS, <strong>de</strong> acordo com Marcelo<br />

Kanhan: “Nossa empresa busca profissionais que tenham<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação, tendo em vista que está constantemente<br />

se reinventando. As pessoas acham que, por<br />

ser um setor tradicional, não emprega tanta tecnologia,<br />

mas não há nada mais distante da realida<strong>de</strong>. À medida<br />

que o Brasil e a economia mudam,<br />

precisamos repensar uma série <strong>de</strong><br />

coisas e por isso nossos funcionários<br />

precisam ter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar<br />

fora da caixa. Outro aspecto crucial é<br />

a segurança pessoal. Lidamos o tempo<br />

todo com riscos altos e nossa equipe<br />

precisa valorizar e estar atenta aos<br />

procedimentos <strong>de</strong> segurança o tempo<br />

todo”, afirma.<br />

Ainda entre as operadoras <strong>de</strong> carga,<br />

a Vale também abriu seleções este<br />

ano. Em abril, a empresa disponibilizou<br />

no seu portal novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> emprego para<br />

atuação em Minas Gerais e no Pará. Houve seleções para<br />

técnicos, operadores, engenheiros, analistas e advogados.<br />

A Vale não quis comentar sobre essas contratações.<br />

Já a especialista em Recrutamento e Seleção da Rumo,<br />

Annie Nunes, diz que houve um aumento no volume <strong>de</strong><br />

admissões no primeiro trimestre <strong>de</strong>sse ano comparado<br />

com o mesmo período <strong>de</strong> 2017. Ela preferiu não relatar a<br />

dimensão <strong>de</strong>sse crescimento, mas afirmou que as contratações<br />

vieram em meio a “um bom momento da <strong>de</strong>manda<br />

pelo transporte ferroviário e para aten<strong>de</strong>r projetos específicos<br />

em diversas áreas da operadora”. Na Rumo são<br />

8,6 mil funcionários próprios.<br />

“A Rumo tem contratado profissionais para os níveis<br />

técnico, operacional e superior <strong>de</strong> forma recorrente.<br />

Hoje, 70% das nossas vagas estão no nível operacional,<br />

enquanto 30% são tático e estratégico. Todos eles entraram<br />

na companhia por meio <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> seleção, o<br />

qual ocorre para todos os tipos <strong>de</strong> cargo (inclusive programas<br />

<strong>de</strong> estágio e trainee)”, ressalta Annie.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 45


eportagem<br />

Expansão em SP gerou oportunida<strong>de</strong>s<br />

A CPTM abriu vagas <strong>de</strong> concurso para as áreas <strong>de</strong> manutenção e operação<br />

Algumas operadoras também estão<br />

contratando no ramo <strong>de</strong> passageiros. O<br />

MetrôRio disponibilizou em abril vagas<br />

para seis cargos, em diferentes níveis <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong>. Na CTPM, a inauguração da<br />

Linha 13-Ja<strong>de</strong>, em março, e que liga a<br />

capital paulista ao Aeroporto <strong>de</strong> Guarulhos,<br />

levou a um aumento do quadro funcional<br />

da empresa por meio <strong>de</strong> concursos<br />

públicos. Já o Metrô <strong>de</strong> São Paulo anunciou<br />

no início <strong>de</strong>sse ano a contratação <strong>de</strong><br />

214 novos funcionários, para os cargos<br />

<strong>de</strong> operadores <strong>de</strong> transporte metroviário,<br />

agentes <strong>de</strong> segurança, oficiais e técnicos<br />

<strong>de</strong> manutenção. As novas vagas foram<br />

criadas a partir da expansão das linhas<br />

5-Lilás e 15-Prata, cujas estações foram<br />

inauguradas entre o fim do ano passado<br />

e o início <strong>de</strong>sse ano.<br />

A gerente <strong>de</strong> Recursos Humanos da<br />

CPTM, Elisabete Cristina <strong>de</strong> Carvalho,<br />

afirma que o governo do estado autorizou<br />

a companhia a contratar funcionários, incialmente,<br />

para 155 posições, distribuídas<br />

entre operação e manutenção – o quadro<br />

efetivo atual é <strong>de</strong> 8.253 empregados. Em<br />

janeiro, foi autorizada a contratação <strong>de</strong> 94<br />

novos empregados para reposição <strong>de</strong> vagas<br />

nas áreas <strong>de</strong> operação e manutenção. Nos<br />

meses seguintes, interessados pu<strong>de</strong>ram se<br />

inscrever para prestar concurso para oito vagas<br />

<strong>de</strong> Oficial Logística Almoxarifado I e 73<br />

<strong>de</strong> Operadores <strong>de</strong> Circulação (maquinista).<br />

“O mecanismo <strong>de</strong> preenchimento das<br />

vagas na CPTM é feito por meio <strong>de</strong> concurso<br />

público. Depois das etapas do processo<br />

<strong>de</strong> seleção, o candidato aprovado passa<br />

por um treinamento extenso. No caso <strong>de</strong><br />

maquinistas, por exemplo, a capacitação<br />

dura quatro meses e os profissionais são<br />

treinados com o auxílio <strong>de</strong> cinco simuladores<br />

<strong>de</strong> operação <strong>de</strong> trens altamente tecnológicos.<br />

Além disso, a companhia mantém,<br />

em parceria com o Senai, o Centro <strong>de</strong> Formação<br />

Profissional Engº James C. Stewart,<br />

que prepara jovens para o mercado metroferroviário”,<br />

ressalta Elisabete.<br />

Em Salvador<br />

Dados do último relatório divulgado pela<br />

ANPTrilhos, em abril <strong>de</strong>ste ano, mostram<br />

que houve um aumento <strong>de</strong> 2% <strong>de</strong> empregados<br />

próprios no segmento <strong>de</strong> passageiros<br />

entre 2017 e 2016, ultrapassando a<br />

marca <strong>de</strong> 32 mil colaboradores no ano passado.<br />

Já com relação à contratação <strong>de</strong> mão<br />

<strong>de</strong> obra terceirizada, o acréscimo superou<br />

a marca <strong>de</strong> 20%, fechando o ano <strong>de</strong> 2017<br />

com mais <strong>de</strong> 10 mil trabalhadores. Esse<br />

aumento é percebido pelo volume <strong>de</strong> obras<br />

que estavam sendo executadas no ano passado,<br />

como o Metrô <strong>de</strong> Salvador, que inaugurou<br />

14 km em 2017, o que fez com que<br />

o número <strong>de</strong> contratados crescesse.<br />

A gestora <strong>de</strong> Recursos Humanos da CCR<br />

Metrô Bahia, Cristiane Adad, reitera que a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão da malha está<br />

associada à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas contratações.<br />

A empresa é responsável pela operação<br />

das linhas 1 e 2 da capital baiana, cujo<br />

sistema metroviário tem 33 quilômetros <strong>de</strong><br />

extensão, 20 estações e oito terminais <strong>de</strong><br />

integração com ônibus. No ano passado,<br />

a companhia atingiu o quadro máximo <strong>de</strong><br />

funcionários <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da concessão,<br />

em 2013 – oito mil colaboradores, consi<strong>de</strong>rando<br />

diretos, indiretos e terceirizados.<br />

Atualmente, CCR Metrô Bahia possui<br />

uma média <strong>de</strong> 1.500 contratados diretos, e<br />

a expectativa para <strong>2018</strong> é reter essas vagas<br />

e investir na qualificação dos funcionários.<br />

Recentemente, a companhia abriu sete vagas<br />

para atuação nas áreas <strong>de</strong> manutenção<br />

e segurança do trabalho. A operadora também<br />

acredita na fórmula <strong>de</strong> alinhar técnica<br />

e comportamento e preza por profissionais<br />

que gostem <strong>de</strong> trabalhar com o público.<br />

“Nós trabalhamos com prestação <strong>de</strong><br />

serviço, então o candidato tem que se sentir<br />

bem quando está servindo ao próximo.<br />

É necessário um nível <strong>de</strong> inteligência emocional<br />

bastante elevado, pois não po<strong>de</strong>m<br />

haver falhas no atendimento à população.<br />

Dez minutos <strong>de</strong> atraso em um trem po<strong>de</strong><br />

mudar a vida <strong>de</strong> uma pessoa, impedi-la <strong>de</strong><br />

pegar um voo ou participar <strong>de</strong> uma entrevista<br />

<strong>de</strong> emprego, por exemplo. Por isso,<br />

nossos treinamentos têm gran<strong>de</strong> foco no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento comportamental”, esclarece<br />

a gestora.<br />

46<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


eportagem<br />

Ferrovia na sala <strong>de</strong> aula<br />

Instituições <strong>de</strong> ensino pelo país oferecem uma gama <strong>de</strong> cursos técnicos e especializações ferroviárias<br />

Por Thaise Constancio<br />

Fotos: Divulgação<br />

Nononon nononon nononon nononon noonon nononon nononon nono<br />

Aula <strong>de</strong> especialização em Engenharia <strong>Ferroviária</strong> no Instituto Mauá <strong>de</strong> Tecnologia<br />

Curso técnico, graduação, pós-graduação, especialização,<br />

mestrado, doutorado. A cada ano<br />

as instituições <strong>de</strong> ensino e os centros acadêmicos<br />

oferecem mais – e novas – formações<br />

voltadas para os segmentos metroferroviário e <strong>de</strong> carga.<br />

A multiplicação <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> capacitação pelo país não<br />

acontece por acaso: há <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> alunos e também uma<br />

necessida<strong>de</strong> do ramo por profissionais que sejam altamente<br />

especializados no negócio <strong>de</strong> ferrovia.<br />

A partir <strong>de</strong> agosto, o Instituto Fe<strong>de</strong>ral do Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />

Minas Gerais vai começar, no Campus Santos Dumont, a<br />

primeira turma da graduação em Engenharia <strong>Ferroviária</strong> e<br />

Metroferroviária, que terá duração <strong>de</strong> cinco anos, em turno<br />

integral. Coor<strong>de</strong>nador da graduação em Engenharia <strong>Ferroviária</strong><br />

e Metroviária, o professor Philipe Pacheco explica<br />

que a formação foi <strong>de</strong>senhada em três gran<strong>de</strong>s áreas: Operação,<br />

Manutenção e Gestão <strong>Ferroviária</strong> e Metroviária.<br />

“Sabemos da necessida<strong>de</strong> do setor por mão <strong>de</strong> obra<br />

qualificada e nossos cursos se baseiam nessa carência. No<br />

ramo ferroviário, sempre foi difícil encontrar esse profissional,<br />

já que o número <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong> ensino voltadas<br />

para o setor ainda é baixo e isso se reflete no mercado.<br />

Quanto mais profissionais qualificados tivermos, maior<br />

será o crescimento do setor”, explica Pacheco.<br />

O instituto oferece também, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010, o curso técnico<br />

em Manutenção <strong>de</strong> Sistemas Metroferroviários. Além<br />

disso, há um intercâmbio constante com Instituto Fe<strong>de</strong>ral<br />

do Espírito Santo (Ifes) que disponibiliza um curso técnico<br />

em Manutenção <strong>de</strong> Sistemas Metroferroviários integrado<br />

ao ensino médio, no Campus Cariacica, e com o<br />

Centro Tecnológico <strong>de</strong> Joinville da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC).<br />

No Ifes, o técnico em Manutenção <strong>de</strong> Sistemas Metroferroviários<br />

é vinculado ao ensino médio integral e<br />

vai ofertar 64 vagas em 2019 – hoje são 32. A formação<br />

também é estruturada em três setores: elétrica, mecânica e<br />

metroferroviária, para que o profissional possa atuar <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a montagem até a análise da base <strong>de</strong> dados. Para aplicar<br />

o conhecimento na prática, no último ano, os alunos <strong>de</strong>senvolvem<br />

um trabalho final que mescla as habilida<strong>de</strong>s<br />

aprendidas no curso.<br />

Coor<strong>de</strong>nador do curso, o professor Renan Carreiro Rocha<br />

conta que o Ifes recebeu investimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> R$<br />

350 mil da Vale para construir e equipar o laboratório <strong>de</strong><br />

48<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


Realida<strong>de</strong> Virtual, on<strong>de</strong> é possível fazer a pesquisa “Plataforma<br />

virtual 3D para capacitação em Manutenção <strong>de</strong> Vagão GDE”.<br />

“A simulação proporciona a imersão do colaborador em um<br />

ambiente próximo do real, retratando os equipamentos e sua<br />

operação, cenas e rotinas operacionais, criando a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> plena capacitação para o <strong>de</strong>sempenho da função <strong>de</strong> maneira<br />

segura, além <strong>de</strong> possibilitar a rápida apropriação <strong>de</strong> conceitos e<br />

procedimentos <strong>de</strong> operação”, afirma Carreiro Rocha.<br />

Parte dos alunos são estagiários ou funcionários da própria Vale<br />

e da VLI. O Ifes estuda criar uma especialização técnica na área<br />

ferroviária voltada para profissionais que já possuam curso técnico<br />

em Mecânica ou Eletrônica. A longo prazo, o Instituto planeja<br />

oferecer uma pós-graduação em Manutenção/Confiabilida<strong>de</strong>.<br />

Certificado internacional<br />

Começaram em fevereiro as aulas do primeiro curso <strong>de</strong> Certificação<br />

Internacional em Gestão <strong>de</strong> Sistemas Ferroviários e<br />

Metroferroviários no Brasil, oferecidos pelo Sest/Senat em<br />

parceria com o Instituto <strong>de</strong> Transporte e Logística (ITL). Profissionais<br />

indicados pela Deutsche Bahn Rail Aca<strong>de</strong>my, que<br />

pertence ao Grupo DB (Deutsche Bahn), coor<strong>de</strong>nam e ministram<br />

as aulas, que contam com 35 alunos entre gestores e especialistas<br />

<strong>de</strong> empresas associadas à ANTF e ANPTrilhos.<br />

O objetivo estratégico para a implantação da certificação é<br />

elevar o nível <strong>de</strong> formação dos participantes a padrões internacionais,<br />

a fim <strong>de</strong> agregar valor e aumentar a competitivida<strong>de</strong><br />

e produtivida<strong>de</strong> dos segmentos metroferroviário e <strong>de</strong> carga. O<br />

curso é composto por sete módulos, com 21 disciplinas no total,<br />

e uma etapa final <strong>de</strong> aprendizado virtual. A organização<br />

ainda não bateu o martelo sobre uma nova turma, fato que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>,<br />

entre outras coisas, <strong>de</strong> aprovação da Confe<strong>de</strong>ração Nacional<br />

<strong>de</strong> Transportes, uma das financiadoras do curso.<br />

“Essa capacitação é simbólica por mostrar que o sistema<br />

está comprometido com a formação gerencial <strong>de</strong> alto nível.<br />

Nosso papel é traduzir os problemas do setor e buscar transformá-los<br />

em soluções sob a ótica da integração do sistema<br />

<strong>de</strong> logística e <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> urbana”, discursou o diretor-executivo<br />

da Confe<strong>de</strong>ração Nacional do Transporte (CNT), Bruno<br />

Batista, durante o evento <strong>de</strong><br />

“Sabemos da<br />

necessida<strong>de</strong> do setor<br />

por mão <strong>de</strong> obra<br />

qualificada e nossos<br />

cursos se baseiam<br />

nessa carência.”<br />

inauguração do curso.<br />

Quando criou o curso <strong>de</strong> Engenharia<br />

<strong>Ferroviária</strong> e Metroviária<br />

no Centro Tecnológico <strong>de</strong><br />

Joinville, em 2009, a UFSC foi<br />

uma das primeiras universida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras a oferecer uma<br />

graduação no segmento. Hoje,<br />

INSTITUIÇÃO CURSO DURAÇÃO<br />

Instituto Fe<strong>de</strong>ral<br />

do Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />

Minas Gerais<br />

(IF-Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />

Minas)<br />

Instituto Fe<strong>de</strong>ral<br />

do Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />

Minas Gerais<br />

(IF-Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong><br />

Minas)<br />

Instituto Fe<strong>de</strong>ral<br />

do Espírito Santo<br />

(Ifes)<br />

Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa<br />

Catarina (UFSC)<br />

Universida<strong>de</strong><br />

Paulista (Unip)<br />

Instituto Mauá <strong>de</strong><br />

Tecnologia<br />

Faetec - Escola<br />

Técnica <strong>de</strong><br />

Transportes<br />

Engenheiro Silva<br />

Freire<br />

Unicamp<br />

Instituto Militar <strong>de</strong><br />

Engenharia (IME)<br />

Instituto Militar <strong>de</strong><br />

Engenharia (IME)<br />

Sest/Senat, ITL e<br />

Deutsche Bahn<br />

Rail Aca<strong>de</strong>my<br />

Universida<strong>de</strong><br />

Estácio <strong>de</strong> Sá<br />

Engenharia<br />

<strong>Ferroviária</strong> e<br />

Metroviária<br />

Técnico em<br />

Manutenção<br />

<strong>de</strong> Sistemas<br />

Metroferroviários<br />

Técnico em<br />

Manutenção<br />

<strong>de</strong> Sistemas<br />

Metroferroviários<br />

Graduação em<br />

Engenharia<br />

<strong>Ferroviária</strong> e<br />

Metroviária<br />

MBA em<br />

Infraestrutura <strong>de</strong><br />

Transportes<br />

Especialização<br />

em Engenharia<br />

<strong>Ferroviária</strong> e<br />

Especialização<br />

em Engenharia<br />

Metroferroviária<br />

Técnico em<br />

Manutenção<br />

<strong>de</strong> Sistema<br />

Metroferroviário<br />

Disciplinas<br />

avulsas <strong>de</strong><br />

Superestrutura<br />

ferroviária,<br />

Complementos<br />

<strong>de</strong> via<br />

permanente<br />

e Projeto<br />

Geométrico<br />

ferroviário<br />

Mestrado em<br />

Engenharia <strong>de</strong><br />

Transportes<br />

Especialização<br />

Lato Sensu<br />

em Transporte<br />

Ferroviário <strong>de</strong><br />

Carga<br />

Certificação<br />

Internacional<br />

em Gestão<br />

<strong>de</strong> Sistemas<br />

Ferroviários e<br />

Metroferroviários<br />

Pós-graduação<br />

em Engenharia<br />

<strong>Ferroviária</strong><br />

FORMA DE<br />

INGRESSO<br />

5 anos Vestibular<br />

e Sistema<br />

<strong>de</strong> Seleção<br />

Unificada<br />

(Sisu)<br />

2 anos Processo<br />

seletivo com<br />

prova<br />

3 anos Processo<br />

seletivo com<br />

prova<br />

5 anos Vestibular e<br />

Sisu<br />

360 horas Entrevista<br />

com o<br />

coor<strong>de</strong>nador<br />

do curso<br />

400 horas<br />

cada<br />

1 ano e<br />

meio<br />

45 horas/<br />

aula/<br />

semestre<br />

Análise<br />

curricular e<br />

entrevista<br />

com o<br />

coor<strong>de</strong>nador<br />

do curso<br />

Processo<br />

seletivo<br />

com prova e<br />

sorteio<br />

Inscrição<br />

e possuir<br />

Ensino<br />

Superior em<br />

curso ou<br />

completo<br />

2 anos Processo<br />

seletivo com<br />

análise <strong>de</strong><br />

currículo<br />

e regras<br />

internas do<br />

IME<br />

440 horas Indicação<br />

das<br />

empresas<br />

e lista <strong>de</strong><br />

espera<br />

420 horas Indicação <strong>de</strong><br />

empresas<br />

ferroviárias<br />

ou<br />

metroviárias<br />

400 horas Entrevista<br />

presencial<br />

Philipe Pacheco, IF-<br />

Su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Minas REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 49<br />

VAGAS<br />

30/<br />

semestre<br />

35/ano<br />

32/ano em<br />

<strong>2018</strong> e 64<br />

a partir <strong>de</strong><br />

2019<br />

20/<br />

semestre<br />

40/<br />

semestre<br />

20/turma<br />

80/<br />

semestre<br />

20/turma<br />

(curso<br />

bianual)<br />

60 a 100<br />

candidatos,<br />

sem limite<br />

<strong>de</strong> vagas<br />

36/turma<br />

com<br />

priorida<strong>de</strong><br />

para<br />

engenheiros<br />

35/turma<br />

25/turma


eportagem<br />

ainda segue sendo o primeiro campus a<br />

funcionar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um parque industrial<br />

privado, o Perini Business Park.<br />

Des<strong>de</strong> então, conta o coor<strong>de</strong>nador do<br />

curso, professor Yesid Asaff, a universida<strong>de</strong><br />

se propõe a formar profissionais que<br />

possam atuar com projeção veicular (locomotivas,<br />

vagões e carros <strong>de</strong> passageiro<br />

e veículos <strong>de</strong> manutenção), operação, manutenção<br />

e gestão ferroviária e metroviária.<br />

“Nossos alunos estão alocados em<br />

vários setores. São funcionários <strong>de</strong> operadoras<br />

como a Rumo, engenheiros <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s empresas fabricantes <strong>de</strong> componentes<br />

e equipamentos como a Brastan,<br />

Wabtec, Knorr-Bremse, Frauscher, até<br />

mesmo egressos que cursam mestrado<br />

em diversas universida<strong>de</strong>s no país. Como<br />

em todos os setores industriais, a tecnologia<br />

vive em contínuo avanço, portanto,<br />

é imprescindível a atualização constante<br />

“Nossos alunos são<br />

funcionários <strong>de</strong> operadoras<br />

como a Rumo, engenheiros<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empresas<br />

fabricantes <strong>de</strong> componentes e<br />

equipamentos como a Brastan,<br />

Wabtec, Knorr-Bremse,<br />

Frauscher.”<br />

Yesid Asaff, UFSC<br />

dos profissionais no setor ferroviário e<br />

metroviário”, aconselha Asaff.<br />

A Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

(UFMG) estuda lançar uma especialização<br />

em Engenharia <strong>Ferroviária</strong> ainda<br />

no segundo semestre <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, com a oferta<br />

<strong>de</strong> 40 vagas. No entanto, ainda não há<br />

previsão <strong>de</strong> data. A Escola Politécnica da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

(Poli-UFRJ) oferece, no curso <strong>de</strong> Engenharia<br />

Civil disciplinas <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong><br />

Transportes, sendo uma especificamente<br />

<strong>de</strong> Transporte Ferroviário. De acordo<br />

com o professor Hostílio Ratton, da Poli-UFRJ,<br />

a recuperação do mercado ferroviário<br />

<strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> passageiros e novas<br />

contratações nos setores público e privado<br />

têm contribuído para o aumento da procura<br />

<strong>de</strong> alunos pela ênfase em Transportes.<br />

No Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010 a Faetec<br />

– Escola Técnica <strong>de</strong> Transportes Engenheiro<br />

Silva Freire – oferece o curso<br />

<strong>de</strong> Manutenção em Sistema Metroferroviário.<br />

A unida<strong>de</strong> é a primeira escola do<br />

estado especializada em transporte sobre<br />

trilhos e inaugurou o primeiro “Trem-Escola”<br />

do Brasil, que funciona como uma<br />

escola itinerante em um vagão cedido<br />

pela SuperVia.<br />

Há dois anos, a unida<strong>de</strong> foi transferida<br />

do Engenho <strong>de</strong> Dentro, na zona Norte,<br />

para Deodoro, na zona Oeste, o que fez<br />

com que a procura pelo curso gratuito<br />

fosse ampliada. Com 80 novas vagas no<br />

segundo semestre <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, a formação é<br />

<strong>de</strong>stinada para quem está no segundo ano<br />

ou já concluiu o Ensino Médio.<br />

Na Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Campinas<br />

(Unicamp), o professor Cassio <strong>de</strong> Paiva<br />

coor<strong>de</strong>na a especialização em Engenharia<br />

<strong>Ferroviária</strong> que só é ofertada quando<br />

há <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>clarada pelo mercado para<br />

a universida<strong>de</strong>. A última turma foi 2004,<br />

por <strong>de</strong>manda da CPTM, <strong>de</strong> São Paulo.<br />

No entanto, a cada dois anos ele oferece<br />

três disciplinas avulsas que integram<br />

a qualificação: Superestrutura <strong>Ferroviária</strong>,<br />

Complementos <strong>de</strong> Via Permanente<br />

e Projeto Geométrico Ferroviário. Cada<br />

disciplina tem 45 horas/aula por semestre<br />

e é oferecida no período noturno para<br />

profissionais da área ferroviária que tenham<br />

interesse. A previsão é abrir novas<br />

turmas em 2020.<br />

Turmas lotadas<br />

As universida<strong>de</strong>s particulares também<br />

começam a olhar para a ferrovia. No geral,<br />

os cursos <strong>de</strong> especialização voltados para<br />

quem já atua ou quer atuar na área cos-<br />

50<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


Operadoras <strong>de</strong> carga<br />

investem em capacitação<br />

No setor ferroviário não há dúvida: quando os<br />

funcionários se qualificam, isso se reflete na eficiência<br />

do serviço prestado. Não por acaso, algumas<br />

ferrovias <strong>de</strong> carga <strong>de</strong>senvolvem e apoiam<br />

cursos em parceria com as universida<strong>de</strong>s com o<br />

objetivo <strong>de</strong> oferecer oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> capacitação<br />

para os colaboradores.<br />

Como as ofertas <strong>de</strong> capacitações e especializações<br />

disponíveis no mercado não aten<strong>de</strong>m 100% das<br />

<strong>de</strong>mandas específicas das empresas, muitas criam<br />

universida<strong>de</strong>s corporativas ou firmam parcerias com<br />

instituições <strong>de</strong> ensino para cursos in company. Instituições<br />

como a Escola James Stewart, ligada ao Senai<br />

<strong>de</strong> São Paulo, e o Senai <strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora (MG) só<br />

aten<strong>de</strong>m <strong>de</strong>mandas específicas da CPTM e da MRS,<br />

respectivamente. A MRS tem ainda um convênio com<br />

o Instituto Militar <strong>de</strong> Engenharia, que disponibiliza especializações<br />

para os funcionários da operadora.<br />

Gerente <strong>de</strong> Educação da Vale, Carla Soutelinho<br />

conta que a empresa passou a ofertar internamente<br />

cursos sobre contato roda-trilho, via permanente,<br />

manutenção <strong>de</strong> vagões, locomotivas, telecomunicações<br />

na ferrovia, prevenção e investigação <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarrilamentos,<br />

projetos ferroviários, etc. A empresa<br />

disponibiliza esses cursos porque, segundo Soutelinho,<br />

não existe no mercado uma capacitação que<br />

abor<strong>de</strong> todos os conteúdos que fazem parte da rotina<br />

dos engenheiros ferroviários.<br />

“Incentivamos continuamente todos os empregados<br />

a buscarem o protagonismo no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> suas carreiras. Os benefícios são muitos, entre<br />

eles, maior engajamento, eliminação <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong><br />

aci<strong>de</strong>ntes, maior produtivida<strong>de</strong>, e consequente ganho<br />

operacional para a Vale”, avalia Carla.<br />

Dentro da companhia, instrutores da Aca<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> Operações ensinam os funcionários sobre temas<br />

relacionados à logística e à ferrovia. Externamente<br />

há parcerias com instituições como Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Ouro Preto (Ufop), Instituto<br />

Militar <strong>de</strong> Engenharia (IME), Pontifícia Universida<strong>de</strong><br />

Católica (PUC), Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (USP),<br />

Fundação Getulio Vargas (FGV), Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

do Pará (UFPA), entre outras, além <strong>de</strong> custeio<br />

por coparticipação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s educacionais <strong>de</strong><br />

interesse dos funcionários.<br />

Em 2015, a VLI criou a Unida<strong>de</strong> Móvel <strong>de</strong> Treinamento<br />

para aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas internas <strong>de</strong><br />

capacitação. “Pela capilarida<strong>de</strong> das nossas operações,<br />

essa foi uma das alternativas para ter uma<br />

atuação mais eficiente na formação <strong>de</strong> mão <strong>de</strong><br />

obra nas diversas regiões que atuamos. Construímos<br />

essa estrutura volante a<strong>de</strong>quada para treinamentos<br />

locais, com recursos <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong> aula<br />

tradicional e equipamentos para simulações e<br />

testes”, <strong>de</strong>screve a gerente <strong>de</strong> Recursos Humanos<br />

da VLI, Francielle Pedrosa.<br />

A companhia também incentiva a participação<br />

dos funcionários em treinamentos técnicos, comportamentais,<br />

requisitos legais e li<strong>de</strong>rança – foram<br />

mais <strong>de</strong> 55 mil participações nos últimos três anos.<br />

No ano passado, a VLI investiu cerca <strong>de</strong> R$ 1,6<br />

milhão em reembolso educacional para aproximadamente<br />

500 profissionais. Além disso, a área <strong>de</strong><br />

Educação Corporativa planeja o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

dos profissionais relacionando-o às necessida<strong>de</strong>s<br />

do negócio, aquisição <strong>de</strong> novas tecnologias e aumento<br />

<strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>.<br />

Entre os principais parceiros da VLI estão a Fundação<br />

Dom Cabral, com o MBA Executivo e capacitações<br />

para a li<strong>de</strong>rança; o Senai que atua nos programas<br />

<strong>de</strong> porta <strong>de</strong> entrada (aprendiz, estágio, trainee);<br />

e a PUC-Minas, que promove uma pós-graduação<br />

para trainees e funcionários.<br />

Para a Rumo, ainda faltam profissionais qualificados<br />

para atuar em ferrovias. Por isso, a empresa<br />

investe em pesquisas, inovação, bibliografia e<br />

incentivo à formação acadêmica e profissional. A<br />

companhia oferece bolsas <strong>de</strong> estudos aos funcionários<br />

e firma convênios com universida<strong>de</strong>s e escolas<br />

<strong>de</strong> negócios visando a capacitação interna.<br />

“O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio é transformar o conhecimento<br />

adquirido em resultados no trabalho e na carreira<br />

profissional”, diz Fernanda Inça, especialista em<br />

Recursos Humanos da Rumo Logística.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 51


eportagem<br />

52<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

“Mesmo diante da<br />

<strong>de</strong>saceleração da<br />

economia, o setor continua<br />

a gerar <strong>de</strong>mandas que<br />

exigem profissionais<br />

altamente capacitados.”<br />

Emerson Rocha,<br />

Universida<strong>de</strong> Estácio <strong>de</strong> Sá<br />

Na Faetec, alunos tornam-se técnicos<br />

em manutenção metroferroviária<br />

tumam ter turmas lotadas. A Universida<strong>de</strong> Paulista (Unip)<br />

criou o MBA (pós-graduação Lato Sensu) em Infraestrutura<br />

<strong>de</strong> Transportes. Diretor <strong>de</strong> pós-graduação da entida<strong>de</strong>, o<br />

professor Jesuíno Junior conta que o curso foi <strong>de</strong>senvolvido<br />

após a percepção <strong>de</strong> que parte da formação profissional no<br />

segmento tem se dado, majoritariamente, na prática cotidiana<br />

e não nos centros acadêmicos. O processo seletivo para<br />

o segundo semestre começa em 15 <strong>de</strong> junho, em São Paulo.<br />

Há três anos, a Universida<strong>de</strong> Estácio <strong>de</strong> Sá criou a pós-<br />

-graduação Lato Sensu em Engenharia <strong>Ferroviária</strong>, com<br />

média <strong>de</strong> 24 alunos por turma. Em São Paulo (SP), Belo<br />

Horizonte (MG), Vitória (ES) e Rio <strong>de</strong> Janeiro (RJ), cerca<br />

<strong>de</strong> 140 estudantes concluíram a especialização.<br />

“A procura aumentou nos últimos anos, sobretudo em<br />

virtu<strong>de</strong> da carência <strong>de</strong> profissionais habilitados para atuar<br />

na área, o que tem levado as empresas a estimular os<br />

novos colaboradores a buscarem qualificação em nível<br />

<strong>de</strong> especialização e/ou extensão universitária. O modal<br />

ferroviário tem impacto em pelo menos dois aspectos do<br />

crescimento do Produto Interno Bruto: mobilida<strong>de</strong> urbana<br />

e escoamento da produção. Mesmo diante da <strong>de</strong>saceleração<br />

da economia, o setor continua a gerar <strong>de</strong>mandas que<br />

exigem profissionais altamente capacitados”, avalia o coor<strong>de</strong>nador<br />

da pós-graduação em Engenharia <strong>Ferroviária</strong>,<br />

Emerson Rocha.<br />

Para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda crescente, a instituição planeja<br />

implantar a pós-graduação também em Brasília (DF),<br />

Curitiba (PR) e São Luís (MA), assim como em cida<strong>de</strong>s<br />

do interior <strong>de</strong> São Paulo. A universida<strong>de</strong> estuda, ainda,<br />

criar cursos <strong>de</strong> extensão universitária com temas específicos<br />

do mercado ferroviário.<br />

Des<strong>de</strong> o segundo semestre <strong>de</strong> 2017, o Instituto Mauá <strong>de</strong><br />

Tecnologia também passou a ofertar duas especializações<br />

complementares: em Engenharia <strong>Ferroviária</strong> e em Engenharia<br />

Metroferroviária que po<strong>de</strong>m ser fundidos em uma<br />

terceira especialização, caso o aluno queira.<br />

“Os cursos são modulares e multidisciplinares e a gra<strong>de</strong><br />

curricular inclui diversos seminários técnicos, específicos<br />

<strong>de</strong> cada módulo, nos quais as empresas<br />

do setor apresentam suas tecnologias,<br />

produtos e estratégias <strong>de</strong> atuação<br />

no mercado. A especialização é<br />

um diferencial na formação dos profissionais,<br />

dado o papel que as ferrovias<br />

<strong>de</strong>sempenham na infraestrutura<br />

do país e nos aspectos <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong><br />

urbana, nos gran<strong>de</strong>s centros”, <strong>de</strong>screve<br />

o coor<strong>de</strong>nador da pós-graduação do Instituto Mauá <strong>de</strong><br />

Tecnologia, professor Júlio Cesar Lucchi.<br />

Ele acrescenta que o setor <strong>de</strong> ferrovias <strong>de</strong> carga está<br />

em expansão e necessita, cada vez mais, <strong>de</strong> especialistas.<br />

Além das aulas em São Paulo, há turmas no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

e capacitações in company para empresas privadas e órgãos<br />

públicos. A próxima turma do Instituto Mauá começa<br />

em agosto, com 40 vagas.<br />

Para quem busca se especializar e, ao mesmo tempo,<br />

retomar os laços com a aca<strong>de</strong>mia, o Instituto Militar <strong>de</strong><br />

Engenharia (IME) oferece anualmente o mestrado Stricto<br />

Sensu em Engenharia <strong>de</strong> Transportes, gratuito. O curso<br />

nasceu a partir da especialização em transporte ferroviário<br />

e recebeu alunos do Exército e oriundos <strong>de</strong> RFFSA,<br />

CBTU, MRS, Vale, Rumo, MetrôRio, Engefer, entre outras.<br />

Há, ainda, a especialização Lato Sensu em Transporte<br />

Ferroviário <strong>de</strong> Carga, a cada dois anos, e o curso <strong>de</strong><br />

extensão em Análise e Prevenção <strong>de</strong> Descarrilamento, que<br />

é ofertado sob <strong>de</strong>manda.<br />

“O projeto pedagógico do mestrado e o curso <strong>de</strong> especialização<br />

têm os mesmos fundamentos. O primeiro é<br />

mais conceitual e acadêmico e o segundo, mais objetivo,<br />

voltado especificamente para o setor ferroviário e com<br />

participação <strong>de</strong> profissionais externos ao IME e conhecimento<br />

específico na área ferroviária. Hoje, a maioria dos<br />

profissionais está no mercado e aqueles<br />

que não estão e fazem curso <strong>de</strong><br />

especialização, em geral, são absorvidos”,<br />

explica o professor do IME coronel<br />

Luiz Antonio Silveira Lopes. As<br />

aulas são ministradas no IME, no Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, e a parte prática do curso<br />

<strong>de</strong> extensão, em um pátio da MRS, em<br />

Barra do Piraí.


O Sucesso da sua<br />

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ja passou!<br />

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consciência individual e a coletiva. Os campos ou<br />

sistemas aos quais pertencemos são movidos<br />

tanto por fatores explícitos como por relações<br />

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mencione o código RF<strong>2018</strong>.<br />

comportamento<br />

e atitu<strong>de</strong>


evento<br />

À espera das renovações<br />

Operadoras <strong>de</strong> carga ressaltam a importância da prorrogação antecipada das concessões<br />

Divulgação/ANTF<br />

No painel<br />

<strong>de</strong> abertura,<br />

o ministro<br />

Valter Casimiro<br />

falou sobre o<br />

papel do setor<br />

privado<br />

Arenovação antecipada dos contratos <strong>de</strong> concessão<br />

ferroviária <strong>de</strong>u tom ao VII Brasil nos Trilhos,<br />

organizado pela ANTF, no início <strong>de</strong> maio.<br />

Presentes no evento, executivos das operadoras<br />

<strong>de</strong> carga <strong>de</strong>ixaram claro: a prorrogação é <strong>de</strong>cisiva para<br />

<strong>de</strong>stravar investimentos e gerar mais segurança nos contratos<br />

<strong>de</strong> longo prazo com clientes. O encontro, que reuniu<br />

representantes do governo fe<strong>de</strong>ral, clientes e empresas<br />

fornecedoras, também trouxe para o <strong>de</strong>bate outros temas,<br />

como o exemplo bem-sucedido da <strong>de</strong>sregulação nos EUA<br />

e as perspectivas do governo para o setor.<br />

O diretor-executivo da ANTF, Fernando Paes, foi enfático<br />

ao afirmar que <strong>2018</strong> po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado um ano<br />

histórico para as ferrovias <strong>de</strong> carga, ressaltando que até R$<br />

25 bilhões em investimentos po<strong>de</strong>rão ser injetados no setor<br />

nos próximos 30 anos, caso a renovação dos contratos<br />

seja assinada. Paes evi<strong>de</strong>nciou também os ganhos obtidos<br />

em 21 anos <strong>de</strong> privatização das ferrovias <strong>de</strong> carga. “Foi<br />

um processo que <strong>de</strong>u certo”, disse.<br />

O Ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter<br />

Casimiro Silveira, reforçou a importância da parceria<br />

entre os setores público e privado. “O salto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a<br />

expansão da malha e a mo<strong>de</strong>rnização da estrutura ferroviária<br />

só ocorrerão com parcerias sólidas com o setor privado.<br />

É impossível <strong>de</strong>senvolver a infraestrutura que este país precisa<br />

somente com recurso público”, disse Casimiro.<br />

Embora reconheça a complexida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> renovação<br />

das concessões, o secretário <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong><br />

projetos da Secretaria <strong>de</strong> Programas <strong>de</strong> Parcerias <strong>de</strong> Investimentos<br />

(SPPI), Tarcísio Freitas, disse estar confiante.<br />

“As prorrogações não estão ameaçadas. Vamos trabalhar<br />

para que saiam esse ano”, enfatizou Freitas, cobrando<br />

mais participação do setor privado: “Os setores produtivos<br />

têm que li<strong>de</strong>rar, mover as estruturas do país. Dizer “nós<br />

queremos isso agora, não daqui a nove anos”.<br />

In<strong>de</strong>finição<br />

A falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição clara sobre o futuro dos contratos<br />

<strong>de</strong> concessão já impactam o cotidiano das operadoras. O<br />

presi<strong>de</strong>nte da VLI, Marcelo Spinelli, afirmou que ainda<br />

não conseguiu assinar um contrato <strong>de</strong> R$ 500 milhões<br />

com um cliente por conta <strong>de</strong>ssa incerteza. “É uma <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> risco não renovar as concessões agora. A última coisa<br />

que queremos ver é um apagão <strong>de</strong> infraestrutura daqui a<br />

dois ou três anos”, reforçou.<br />

Clientes <strong>de</strong> ferrovias também tiveram voz no evento. O<br />

diretor <strong>de</strong> Logística e Suprimentos da Fibra, Wellington<br />

Giacomin, alegou que a incerteza quanto à futura capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> escoamento da produção dificulta a tomada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão e análise <strong>de</strong> custos. Giacomin relatou que a <strong>de</strong>finição<br />

da logística <strong>de</strong> transporte para a chegada da carga<br />

ao Porto <strong>de</strong> Santos foi o maior <strong>de</strong>safio durante o processo<br />

recente <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> uma fábrica da empresa no Mato<br />

Grosso do Sul.<br />

54<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


Benefícios<br />

Estudo da Fundação Getulio Vargas,<br />

em parceria com o Instituto <strong>de</strong><br />

Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),<br />

apresentado pelo economista Fabiano<br />

Pompermayer, diretor <strong>de</strong> Estudos e<br />

Políticas Setoriais <strong>de</strong> Inovação e Infraestrutura<br />

do Ipea, mostrou as vantagens<br />

<strong>de</strong> uma eventual renovação antecipada das concessões<br />

ferroviárias. São R$ 12 bilhões previstos nos próximos <strong>de</strong>z<br />

anos, caso a prorrogação se concretize. O efeito dos aportes<br />

na economia do país seria <strong>de</strong> R$ 42 bilhões.<br />

“A prorrogação antecipada permite a atualização dos<br />

contratos pelas melhores práticas regulatórias. É a melhor<br />

opção. A cada ano que a gente adia essa <strong>de</strong>cisão é um ano a<br />

menos <strong>de</strong> captura dos benefícios”, mencionou.<br />

O levantamento prevê a migração (das rodovias para as<br />

ferrovias) <strong>de</strong> 40 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> cargas por ano, caso<br />

os investimentos previstos sejam aplicados pelas operadoras.<br />

Isso po<strong>de</strong> gerar uma redução nos custos <strong>de</strong> transporte em torno<br />

<strong>de</strong> 30%, diz o estudo. Sem a antecipação das concessões<br />

e as consequentes a<strong>de</strong>quações na capacida<strong>de</strong> das vias, a tendência<br />

é que o frete aumente em 12% nos próximos anos.<br />

“O salto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a<br />

expansão da malha e a<br />

mo<strong>de</strong>rnização da estrutura<br />

ferroviária só ocorrerão<br />

com parcerias sólidas com<br />

o setor privado.”<br />

Valter Casimiro, Ministro dos<br />

Transportes, Portos e Aviação Civil<br />

Exemplo americano<br />

O ex-conselheiro do Surface Transportation<br />

Board (STB), Raymond<br />

Atkins, falou sobre o <strong>de</strong>creto Staggers<br />

Act, assinado na década <strong>de</strong> 1980, que<br />

“racionalizou” a regulamentação das<br />

ferrovias, concentrando-a em dois órgãos<br />

fe<strong>de</strong>rais. Por meio do <strong>de</strong>creto, o<br />

governo conce<strong>de</strong>u incentivos tributários para a construção<br />

<strong>de</strong> pequenas linhas e <strong>de</strong>u liberda<strong>de</strong> aos proprietários para<br />

fixar a cobrança <strong>de</strong> tarifas e assinar contratos.<br />

Os resultados, segundo Atkins, vieram na forma <strong>de</strong> aumento<br />

da produtivida<strong>de</strong> e do volume <strong>de</strong> carga transportada<br />

e redução das tarifas para usuários. Hoje, o país é todo interligado<br />

por estradas <strong>de</strong> ferro. São 230 mil quilômetros, sete<br />

linhas principais e 603 pequenas linhas que se conectam<br />

aten<strong>de</strong>ndo a todo o território norte-americano.<br />

A viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo no Brasil foi contestada pela<br />

advogada do escritório Manesco, Tatiana Cymbalista. A especialista<br />

disse que replicar o formato norte-americano no<br />

Brasil é complexo sob o ponto <strong>de</strong> vista jurídico. “As ferrovias<br />

brasileiras são bens estatais e a exploração supõe a prestação<br />

<strong>de</strong> um serviço público sujeito à concessão” <strong>de</strong>stacou.<br />

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eportagem<br />

Ferrovias<br />

Olhar clínico<br />

Por An<strong>de</strong>rson Baltar<br />

investem<br />

em soluções inéditas<br />

<strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong><br />

via para aumentar a<br />

segurança no transporte<br />

Em vinte anos <strong>de</strong> concessão, as ferrovias não só<br />

aumentaram o volume <strong>de</strong> carga transportada<br />

como também passaram a ter uma operação<br />

mais segura. Dados da ANTT e ANTF confirmam<br />

que houve, entre 2006 e 2016, uma redução <strong>de</strong><br />

50,9% nos índices <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes nas vias. Gran<strong>de</strong> parte<br />

dos aci<strong>de</strong>ntes que ocorre hoje, segundo as entida<strong>de</strong>s, é<br />

causada por interferência <strong>de</strong> terceiros. Um dos motivos<br />

que contribuiu para essa evolução foi o investimento das<br />

operadoras em tecnologia <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> via. As<br />

empresas têm lançado mão <strong>de</strong> soluções diversas para garantir<br />

a segurança da movimentação. O cardápio vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

pesquisas sobre o uso <strong>de</strong> satélites e abalos sísmicos<br />

até a instalação <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectores <strong>de</strong> última geração para a<br />

verificação <strong>de</strong> avarias nos trilhos.<br />

Pelos quase 1.700 km <strong>de</strong> sua malha ferroviária, a<br />

MRS aplica uma vasta gama <strong>de</strong> procedimentos e tecnologias<br />

para garantir a segurança da operação. O <strong>de</strong>staque<br />

é o investimento naquilo que não está a olhos<br />

vistos. “Temos como prática a busca incessante da<br />

antecipação <strong>de</strong> possíveis problemas em nossa malha<br />

ferroviária. Desta forma, investimos em equipamentos<br />

e expertise para monitorar não só o que acontece nos<br />

trilhos, mas sobretudo, conhecer o que acontece nas<br />

proximida<strong>de</strong>s e no subsolo”, explica Anelize Salzani,<br />

gerente geral <strong>de</strong> Infraestrutura.<br />

Dentre os equipamentos utilizados pela MRS está o <strong>de</strong>tector<br />

<strong>de</strong> queda <strong>de</strong> barreiras. O dispositivo tem a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> indicar qualquer queda <strong>de</strong> material em cortes e encostas.<br />

Instalado em regiões <strong>de</strong> risco, tem sensores específicos que,<br />

quando acionados, enviam um aviso via radiofrequência<br />

alertando o maquinista que realiza um trajeto próximo para<br />

que pare a composição, evitando aci<strong>de</strong>ntes graves.<br />

Outro procedimento é a instrumentação. Com tecnologia<br />

inédita, a operadora <strong>de</strong>senvolveu um conjunto <strong>de</strong><br />

sensores e softwares aplicados para diversos fins, como a<br />

inspeção das condições físicas da via, dinâmica dos trens<br />

e da via. A aplicação se dá, sobretudo, em pontes. “Temos<br />

apresentado este procedimento em diversos congressos<br />

internacionais. Com ele, realizamos várias simulações dos<br />

56<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

trens, saindo da velocida<strong>de</strong> zero até a velocida<strong>de</strong> máxima<br />

do trecho e, assim, enten<strong>de</strong>mos as interferências que<br />

causam <strong>de</strong>feitos nos trens e nas vias e, com isso, po<strong>de</strong>mos<br />

direcionar ações mais eficazes. Enten<strong>de</strong>ndo a fundo<br />

a característica do tráfego, po<strong>de</strong>mos, <strong>de</strong> antemão, planejar<br />

toda uma política <strong>de</strong> manutenção”, explica Anelize.<br />

Projetos em estudo<br />

A MRS conta com alguns projetos em <strong>de</strong>senvolvimento<br />

para incrementar ainda mais as condições <strong>de</strong> segurança<br />

dos cerca <strong>de</strong> 200 trens que circulam diariamente por sua<br />

malha nos estados do Rio <strong>de</strong> Janeiro, São Paulo e Minas<br />

Gerais. Está em andamento um projeto <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong><br />

barreiras dinâmicas, apontadas como um eficaz sistema<br />

<strong>de</strong> proteção contra a queda <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões.<br />

“Esperamos minimizar os custos em contenção <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s talu<strong>de</strong>s. O piloto será implementado ainda neste<br />

ano e, sendo bem-sucedido, será largamente utilizado”,<br />

ressalta a gerente.<br />

Os investimentos da operadora também estão direcio-


nados para dois sistemas, que estão no radar e aguardam<br />

o momento certo <strong>de</strong> ser colocados em prática. Um <strong>de</strong>les<br />

é o monitoramento via satélite, que terá a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

processar imagens das condições geológicas do entorno<br />

do sistema ferroviário <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um período pré-<strong>de</strong>terminado.<br />

O maior entrave para sua utilização é a dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> processar os dados em um tempo hábil. No momento,<br />

o custo-benefício ainda não é favorável.<br />

Outra iniciativa que a MRS observa com atenção é<br />

a implantação da tecnologia <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> abalo sísmico.<br />

Apesar <strong>de</strong> o Brasil não sofrer com terremotos, as<br />

movimentações das placas tectônicas em países vizinhos<br />

po<strong>de</strong>m causar algum efeito por aqui e afetar trechos <strong>de</strong><br />

ferrovias construídos sobre aterros. Por isso, este monitoramento<br />

é interessante, afirma Anelize. Um projeto-piloto<br />

instalado em um trecho da ferrovia no estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

já foi testado. O sistema consiste em sensores <strong>de</strong> fibra ótica<br />

capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar, em tempo real, qualquer modificação<br />

geológica que afete um trecho <strong>de</strong> ferrovia construído<br />

sobre um aterro. Com isso, a interrupção <strong>de</strong> operação em<br />

um ponto crítico seria or<strong>de</strong>nada quase que imediatamente.<br />

A preocupação com as condições naturais das ferrovias<br />

e a busca por diminuir os erros operacionais são <strong>de</strong>monstradas<br />

nos números. Dos 107 aci<strong>de</strong>ntes ocorridos com os<br />

trens da MRS em 2017, 103 aconteceram por casos fortuitos<br />

ou <strong>de</strong> força maior. Apenas um se <strong>de</strong>u por falha humana<br />

Divulgação/Rumo<br />

e três por problemas na vias permanentes. “Temos a convicção<br />

<strong>de</strong> que estamos <strong>de</strong>ntro dos melhores patamares <strong>de</strong><br />

operação no cenário mundial”, comemora a gerente.<br />

Já a Rumo tem como principal tecnologia o aparelho<br />

<strong>de</strong> DTQ (Detector <strong>de</strong> Trilho Quebrado), que vem sendo<br />

utilizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2017. O método consiste na instalação do<br />

aparelho em meio a um trecho <strong>de</strong> 8 km, formando dois circuitos<br />

elétricos paralelos e extremamente sensíveis. Após<br />

a passagem do trem pelo trecho medido, todo o processo<br />

fica disponível em um gráfico que <strong>de</strong>tecta se o trilho voltou<br />

ao normal. Ao ser constatado algum problema, um sinal é<br />

enviado para o CCO da operadora, que bloqueia o trecho e<br />

manda uma equipe <strong>de</strong> via provi<strong>de</strong>nciar o conserto.<br />

O processo foi inteiramente <strong>de</strong>senvolvido pelo setor <strong>de</strong><br />

inovação da companhia. “Procuramos otimizar a nossa<br />

operação. Para isso, tornou-se fundamental i<strong>de</strong>ntificar as<br />

fraturas <strong>de</strong> trilhos, que era uma das principais causas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scarrilamento <strong>de</strong> trens. As quebras nem sempre são evi<strong>de</strong>ntes<br />

e a inspeção ultrassônica feita para i<strong>de</strong>ntificar esse<br />

processo é lento. Nossa equipe apostou em um sistema<br />

capaz <strong>de</strong> substituir o circuito <strong>de</strong> via, com vantagens técnicas<br />

e <strong>de</strong> custo muito mais baixo”, explica Yugo Nomura,<br />

gerente <strong>de</strong> TI na área <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Automação.<br />

As vantagens <strong>de</strong>ste novo processo não ficam apenas<br />

no custo, mas, sobretudo na<br />

“Temos como prática<br />

a busca incessante<br />

da antecipação <strong>de</strong><br />

possíveis problemas<br />

em nossa malha<br />

ferroviária.”<br />

viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong><br />

resultados mais rápidos. De<br />

acordo com Nomura, o monitoramento<br />

24 horas pelo<br />

chamado circuito <strong>de</strong> via, que<br />

serve para i<strong>de</strong>ntificar o posicionamento<br />

dos trens e <strong>de</strong>tectar<br />

rupturas, possui custo<br />

elevado e era praticamente Anelize Salzani, MRS<br />

inviável para os trajetos <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> extensão. O gerente <strong>de</strong>staca que existem tecnologias<br />

no mercado internacional com propostas semelhantes<br />

ao DTQ, mas com custo <strong>de</strong> aquisição muito mais alto.<br />

De acordo com dados da ANTT, a concessionária teve<br />

54 ocorrências em 2017 motivadas por conta <strong>de</strong> problemas<br />

nas vias permanentes. Segundo Nomura, a tendência<br />

é que estes números sejam reduzidos já a partir <strong>de</strong> <strong>2018</strong>.<br />

“O DTQ já apresenta resultados qualitativos, alertando casos<br />

<strong>de</strong> insegurança que ajudam a evitar aci<strong>de</strong>ntes. E nossa<br />

observação em campo é permanente. Temos profissionais<br />

extremamente capacitados em consonância com o bom<br />

uso da tecnologia”, assegura.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 57


eportagem<br />

Divulgação/Valec<br />

Máquinas<br />

voadoras<br />

nos trilhos<br />

Amplamente usados no ramo do agronegócio, os drones começam,<br />

<strong>de</strong> forma tímida, a ser utilizados no setor ferroviário. Aos<br />

poucos, as empresas <strong>de</strong> carga incluem a tecnologia para uma<br />

gama <strong>de</strong> funcionalida<strong>de</strong>s. As máquinas voadoras já se fazem presentes<br />

para prevenir invasões <strong>de</strong> ferrovias, auxiliar no projeto <strong>de</strong><br />

obras e antecipar problemas geológicos que possam impedir o<br />

tráfego <strong>de</strong> trens. Mas ainda há um mar <strong>de</strong> potencialida<strong>de</strong>s a se<br />

explorar. “Ainda estamos muito atrás <strong>de</strong> países europeus e dos<br />

Estados Unidos. Há uma <strong>de</strong>ficiência muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> equipamentos<br />

para a área ferroviária. Mas estamos buscando soluções,<br />

já que o drone é um equipamento ágil e <strong>de</strong> baixo custo”, explica<br />

Bruno Nogueira da Costa, gerente <strong>de</strong> Arqueologia da Valec.<br />

A Valec começou a utilizar drones em outubro <strong>de</strong> 2016 para<br />

fazer, primordialmente, o monitoramento e controle da faixa <strong>de</strong><br />

domínio, sobretudo para prevenir a questão <strong>de</strong> invasões <strong>de</strong> terrenos<br />

no entorno da ferrovia Norte-Sul, no trecho que ainda não<br />

foi licitado pelo governo fe<strong>de</strong>ral, que vai <strong>de</strong> Porto Nacional (TO) a<br />

Estrela D’Oeste (SP). A Valec conta com quatro drones para fazer<br />

esse trabalho. Em sua ativida<strong>de</strong>-fim, as máquinas conseguiram<br />

um nível <strong>de</strong> eficácia inédito para a operadora.<br />

“Conseguimos reduzir drasticamente a questão das invasões<br />

<strong>de</strong> terra. I<strong>de</strong>ntificamos rapidamente o problema e tomamos a<br />

<strong>de</strong>cisão cabível em relação ao invasor com mais rapi<strong>de</strong>z. Esta<br />

precisão nos fez sermos cada vez mais requisitados pelo setor<br />

<strong>de</strong> obras e operações da Valec, para fazer diversos registros e<br />

auxiliar na resolução <strong>de</strong> problemas estruturais”, explica o gerente.<br />

A empresa também se vale do monitoramento por satélite. Porém,<br />

os voos <strong>de</strong> drones, que, cada, têm uma autonomia <strong>de</strong> 120<br />

km <strong>de</strong> cobertura diária, dão um nível maior <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe para a análise<br />

dos terrenos. A imagem do drone tem um nível <strong>de</strong> precisão<br />

100 vezes maior do que a colhida pelo satélite. E o custo é bem<br />

convidativo: R$ 250 por quilômetro voado. “O custo é fantástico<br />

comparado com o benefício e a niti<strong>de</strong>z das imagens que conseguimos”,<br />

assegura Costa.<br />

Em todo o sistema <strong>de</strong> monitoramento trabalham 17 funcionários,<br />

58<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

das mais diversas qualificações: engenheiros civis e florestais, topógrafos,<br />

geógrafos, técnicos em edificações, motoristas e auxiliares.<br />

Em pouco mais <strong>de</strong> um ano e meio, foram realizados mais <strong>de</strong> três<br />

mil voos, percorridos mais <strong>de</strong> 30 mil km e obtidas 500 mil fotos.<br />

Inspeção geológica<br />

Outra operadora que, aos poucos, vai começando a utilizar os<br />

drones é a MRS. A principal ativida<strong>de</strong> que envolve as máquinas<br />

voadoras é a inspeção em pontes e talu<strong>de</strong>s. “Estamos usando os<br />

drones para inspeção nas estruturas das nossas pontes e viadutos,<br />

sobretudo em partes on<strong>de</strong> o acesso humano é complicado,<br />

para nos trazer imagens mais aproximadas e que nos permitam<br />

ver quaisquer falhas. Dessa forma, conseguimos nos antecipar<br />

em relação à manutenção”, relata Anelize Salzani, gerente geral<br />

<strong>de</strong> Infraestrutura da operadora.<br />

Anelize <strong>de</strong>staca que a eficácia do sistema ainda não é total, já<br />

que, em muitos casos, pelas condições climáticas, os voos ten<strong>de</strong>m<br />

a se tornar instáveis ou as imagens não possuem um nível<br />

aceitável <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe. Quando isso ocorre, a presença do inspetor<br />

para uma verificação in loco torna-se fundamental.<br />

A MRS também está se valendo <strong>de</strong> drones para inspeção geológica,<br />

investigando os blocos <strong>de</strong> pedra que ficam no entorno <strong>de</strong><br />

seus trilhos. Qualquer talu<strong>de</strong> que pareça suspeito é totalmente<br />

fotografado e estudado por meio das máquinas, possibilitando um<br />

diagnóstico mais célere. “É mais rápido e seguro do que colocarmos<br />

os técnicos em cordas e nos dá um ótimo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe”,<br />

assegura a gerente, que ainda <strong>de</strong>staca o uso dos drones para o<br />

acompanhamento e mapeamento <strong>de</strong> obras.<br />

Na opinião da gerente da MRS, o drone chegou para ficar,<br />

<strong>de</strong>stacando seu baixo custo (estimado em um terço do que seria<br />

gasto com uma inspeção por helicóptero) e acessibilida<strong>de</strong>. “Nós<br />

mesmos po<strong>de</strong>mos operar. Mas não po<strong>de</strong> ser usado para tudo e<br />

está longe <strong>de</strong> ser a única solução <strong>de</strong> monitoramento. Ele tem limitações<br />

<strong>de</strong> autonomia <strong>de</strong> voo e ainda é bastante suscetível aos<br />

aspectos climáticos”, analisa.


ENGENHARIA COM ÉTICA E RESPONSABILIDADE<br />

Construtora <strong>de</strong><br />

Infraestrutura para Sistema Metroferroviário<br />

e Superestrutura <strong>de</strong> Via Permanente<br />

Esses são alguns dos exemplos das<br />

milhares <strong>de</strong> obras ferroviárias que fazem da<br />

Pelicano Construções uma referência em construção no Brasil.<br />

Mais <strong>de</strong> 150 km <strong>de</strong> Superestrutura e Infraestrutura <strong>Ferroviária</strong> na duplicação da EFC;<br />

Mais <strong>de</strong> 380 km <strong>de</strong> Via Totalmente Renovada, com troca completa <strong>de</strong> lastro, trilhos e<br />

dormentes na EFC;<br />

Manutenção <strong>de</strong> Infra e Superestrutura nas principais ferrovias do Brasil: EFVM, EFC,<br />

VLI/FCA, MRS, Rumo, FNS, Transnor<strong>de</strong>stina;<br />

Obras <strong>de</strong> Infra e Superestrutura no Terminal <strong>de</strong> Grãos do Maranhão (TEGRAM), da VLI;<br />

Construção e prolongamento <strong>de</strong> 24 pátios <strong>de</strong> cruzamento no sistema Minas - São Paulo – Bahia da VLI/FCA;<br />

Construção e implantação total do Pátio <strong>de</strong> Anápolis (GO), que conecta a Ferrovia Norte-Sul a malha da VLI/FCA;<br />

Empresa não operadora com o maior número <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte para correção geométrica<br />

do Brasil - 18 máquinas <strong>de</strong> correção geométrica (socadoras/niveladoras/alinhadoras e reguladoras <strong>de</strong> lastro).<br />

Implantação do Pátio Ferroviário<br />

<strong>de</strong> Anápolis - FNS<br />

Duplicação Completa E. F.Carajás<br />

150 KM<br />

Construção do Novo Pátio Ferroviário<br />

(TFPM/EFC)<br />

Av. Talma Rodrigues Ribeiro, 6897 - Civit II, Serra/ES<br />

+55 (27) 3298-5200 - diretoria@pelicano.eng.br www.pelicano.eng.br


estudo <strong>de</strong> mercado<br />

Quase 1,5 mil equipamentos<br />

No segmento <strong>de</strong> carga são 865 máquinas para a manutenção <strong>de</strong> vias; no <strong>de</strong> passageiros são 597<br />

Afrota total <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong><br />

via das operadoras <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> passageiros<br />

no Brasil é <strong>de</strong> 1.472 máquinas. Entre as ferrovias<br />

<strong>de</strong> carga, são 865 equipamentos. Já no<br />

segmento <strong>de</strong> passageiros, as operadoras contam com 597<br />

máquinas. A Ferrovia Centro-Atlântica, operada pela VLI<br />

e com 7.220 quilômetros <strong>de</strong> extensão, é a que apresenta<br />

o maior número <strong>de</strong> equipamentos – são 265 no total. Em<br />

segundo lugar, vem a Rumo com a 166 máquinas, contabilizando<br />

todas as máquinas utilizadas nas malhas Sul,<br />

Paulista, Oeste e Norte.<br />

A Estrada <strong>de</strong> Ferro Carajás (EFC) conta hoje com 107<br />

equipamentos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via. Entre 2017 e este<br />

ano, a ferrovia incorporou à frota três reguladoras <strong>de</strong> lastro<br />

USP2005 Plasser, mo<strong>de</strong>lo 2016; três socadoras <strong>de</strong> linha 09<br />

3X DYN WS Plasser, <strong>de</strong> 2016; e um estabilizador dinâmico<br />

62N, também da Plasser, fabricado em 2015. Máquinas<br />

mais antigas foram retiradas <strong>de</strong> circulação pela operadora<br />

entre 2017/<strong>2018</strong>, sendo duas reguladoras <strong>de</strong> lastro PBR202<br />

Plasser, <strong>de</strong> 1984; e três reguladoras PBR202-R, <strong>de</strong> 1985.<br />

A Estrada <strong>de</strong> Ferro Vitoria a Minas (EFVM) opera com<br />

80 equipamentos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via, três a menos que<br />

no ano passado. A empresa aposentou um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> 1987<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sguarnecedora Plasser e substituiu três esmerilhadoras<br />

italianas Speno, também fabricadas na década <strong>de</strong> 1980, por<br />

uma da marca americana Loram, fabricada em 2017.<br />

Entre 2017/<strong>2018</strong>, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) adquiriu<br />

três novos equipamentos: um cravador <strong>de</strong> estacas da<br />

finlan<strong>de</strong>sa Movax; um escarificador <strong>de</strong> lastro adquirido com<br />

a norte-americana John Deere, que recebeu adaptação nacional<br />

da Super Metal; e um carro controle F-350 da Nomadlog.<br />

A operadora corrigiu o número da frota <strong>de</strong> vagonetes <strong>de</strong> material<br />

Geovia/Araguari 600: são 83 vagonetes, e não 75 como<br />

informado no estudo <strong>de</strong> mercado divulgado no ano passado.<br />

Houve correções também na frota <strong>de</strong> autos <strong>de</strong> linha CMB,<br />

que passou <strong>de</strong> 10 para 12, e <strong>de</strong> escava<strong>de</strong>iras 323D da Caterpillar,<br />

<strong>de</strong> seis para sete máquinas em operação.<br />

Outros equipamentos estão inativos: um carro controle<br />

Solid Track <strong>de</strong> 2010, uma socadora <strong>de</strong> linha mo<strong>de</strong>lo 08-16/<br />

SNA e as duas reguladoras <strong>de</strong> lastro PBR-102. Segundo a<br />

VLI, estes equipamentos po<strong>de</strong>m ser reabilitados e voltarem<br />

à frota futuramente.<br />

60<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

Fotos: Divulgação<br />

Fotos: Divulgação<br />

Socadora fabricada pela Plasser é um dos equipamentos da frota da MRS<br />

A Ferrovia Norte-Sul teve apenas um acréscimo, entre<br />

2017 e este ano, <strong>de</strong> um caminhão rodoferroviário ATEGO<br />

2425. Mesma situação da MRS, que acrescentou um caminhão<br />

rodoviário 17-190 à frota e conta hoje com 132<br />

equipamentos utilizados para manutenção da via.<br />

A Ferroeste <strong>de</strong>volveu à Rumo duas socadoras Plasser que<br />

estavam alugadas até o ano passado. A Ferrovia Transnor<strong>de</strong>stina<br />

Logística (FTL) acrescentou à frota <strong>de</strong>z autos <strong>de</strong> linha.<br />

Já a TLSA, Estrada <strong>de</strong> Ferro Juruti e Ferrovia Tereza Cristina<br />

não apresentaram acréscimo à frota entre 2017 e este ano.<br />

Operadoras <strong>de</strong> passageiros<br />

O Metrô <strong>de</strong> São Paulo tem hoje 163 equipamentos<br />

<strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via. Entre o ano passado e este ano,<br />

a empresa incorporou à frota dois autos <strong>de</strong> linha fabricados<br />

pela Empretec, e um veículo <strong>de</strong> inspeção ultrassônica<br />

VW Mistras. Já a ViaQuatro saltou <strong>de</strong> 64 equipamentos<br />

listados na frota do ano passado para 87 este ano. Os equipamentos<br />

adquiridos, fabricados entre 2016 e 2017, foram<br />

um trolley da Geismar, para medição <strong>de</strong> geometria; sete<br />

pórticos da Shimizu, para movimentação <strong>de</strong> trilhos; uma<br />

perfuratriz <strong>de</strong> concreto da Hilti; uma fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trilhos<br />

da Geismar; um gerador portátil a diesel da Toyama; e uma<br />

estação total topográfica da Sokkia.<br />

Além disso, alguns números foram corrigidos pela empresa.<br />

Houve a inclusão <strong>de</strong> mais dois equipamentos <strong>de</strong><br />

solda aluminotérmica da Railtech e <strong>de</strong> uma rebarbadora<br />

hidráulica da Geismar, e a exclusão <strong>de</strong> um equipamento <strong>de</strong>


A SuperVia conta com duas retroescava<strong>de</strong>iras ferroviárias<br />

fabricadas pela Caterpillar<br />

nível ótico da Sokkia. A frota <strong>de</strong> equipamentos da Robel<br />

também foi revista. A ViaQuatro conta com duas sapatas<br />

para tração <strong>de</strong> trilhos, e não uma como informado no ano<br />

passado; são dois aproximadores <strong>de</strong> trilhos; duas esmerilhadoras;<br />

e sete sistemas <strong>de</strong> iluminação.<br />

A CBTU Recife conta hoje com dois equipamentos a mais<br />

na listagem, um caminhão <strong>de</strong> linha e um carro torre, ambos<br />

fabricados pela Via Permanente em 2010. A variação, porém,<br />

também não é real, uma vez que segundo a própria CBTU<br />

esses equipamentos já faziam parte da frota em 2017. No<br />

Metrô <strong>de</strong> Salvador, mesma situação. o equipamento incluído<br />

este ano, uma rebarbadora <strong>de</strong> solda da Matweld, já existia<br />

ano passado, embora não tenha sido contabilizado. CPTM,<br />

Supervia, MetrôRio, Trensurb, Metrofor e as CBTUs <strong>de</strong> Belo<br />

Horizonte, João Pessoa, Maceió e Natal mantiveram a mesma<br />

frota do ano passado. O Metrô DF não tem frota própria<br />

<strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via.<br />

No levantamento <strong>de</strong>ste ano, a RF acrescentou à frota os<br />

equipamentos utilizados pelo VLT da Baixada Santista. O<br />

sistema <strong>de</strong> Santos conta hoje com sete equipamentos, todos<br />

fabricados pela brasileira Empretec em 2017. O VLT<br />

Carioca não forneceu as informações a tempo para o fechamento<br />

da edição.<br />

Equipamentos <strong>de</strong> Manutenção <strong>de</strong> Via - Carga<br />

Equipamento<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Vagão <strong>de</strong> Rejeito MFS 60 B Plasser & Theurer 2013 Áustria 4<br />

Socadora 07 16-S4 Plasser & Theurer 1983 Áustria 4<br />

Socadora 08 16-SNA Plasser & Theurer 1991 Áustria 1<br />

Socadora 09 16-CAT Plasser & Theurer 2013 Áustria 4<br />

Roça<strong>de</strong>ira PBR-102 Plasser & Theurer 1983 Áustria 2<br />

Roça<strong>de</strong>ira PBR-400 Plasser & Theurer 1983 Áustria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR202 Plasser & Theurer 1983 Áustria 4<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR400 Plasser & Theurer 1989 Áustria 3<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR400 Plasser & Theurer 2013 Áustria 4<br />

Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilho BR BS 16 Plasser & Theurer 1977 Áustria 1<br />

Desguarnecedora RM-74 Plasser & Theurer 2013 Áustria 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL<br />

CIA Mecanica<br />

Brasileira<br />

1992 Brasil 2<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL Geismar 1975 França 5<br />

Capina Mecânica GKF Não informado 2017 Não informado 1<br />

Capina Mecânica GKF Não informado 1975 Não informado 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL Robel 1975 Alemanha 5<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL<br />

UTV-20<br />

CIA Mecanica<br />

Brasileira<br />

1981 Brasil 4<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL 1050 Geovia 1984 Brasil 5<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha<br />

ACLVMT-721-2<br />

Geismar 1983 França 4<br />

Carro controle EM-40 Plasser & Theurer 1983 Áustria 2<br />

Auto <strong>de</strong> linha ACL Matisa 1988 Suíça 3<br />

Auto <strong>de</strong> linha ACL 1030 Geovia 1988 Brasil 17<br />

Auto <strong>de</strong> linha ACL SÉRIE 600 Araguari 1983 Brasil 30<br />

Auto <strong>de</strong> linha ACL ASG Geovia 1975 Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha ACL Wickann 1975<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Auto <strong>de</strong> linha ACL UTL<br />

CIA Mecanica<br />

Brasileira<br />

1990 Brasil 5<br />

Auto <strong>de</strong> linha ALC ALL ALL 2009 Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha ACL Geovia 1980 Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha e Caminhão <strong>de</strong><br />

Linha ACL C-20<br />

Chevrolet 1987 Brasil 1<br />

Rumo<br />

Quant. Equipamento Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Quant.<br />

Auto <strong>de</strong> linha ACL SÉRIE 600 Araguari 1986 Brasil 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha CARGO 1723 Ford 2015 Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha e Caminhão <strong>de</strong><br />

Linha ACL C-20<br />

Fairmont 1971<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR-400 Plasser & Theurer Não informado Áustria 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha CARGO 1729 Ford Não informado Brasil 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha CARGO 1119 Ford Não informado Brasil 1<br />

Capina Mecânica GKF Não informado Não informado Não informado 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha CRE Robel 1980 Alemanha 2<br />

Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilho ETH Harsco 2010<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Ônibus <strong>de</strong> Linha OLV Via Permanente 2016 Brasil 2<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro RLP Plasser & Theurer 1980 Áustria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro RLP Plasser & Theurer 1970 Áustria 6<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro RLP Plasser & Theurer 2010 Áustria 2<br />

Socadora SAG GMAC 2010 China 1<br />

Socadora SAP Plasser & Theurer 1970 Áustria 2<br />

Socadora SAP Plasser & Theurer 2000 Áustria 2<br />

Socadora SAP Plasser & Theurer 2010 Áustria 3<br />

Carro Controle CCP Ford 2000 Brasil 1<br />

Guincho Burro GFK Não informado Não informado Não informado 1<br />

Trator Rodoferroviário CHG Pettibone<br />

Não<br />

informado<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Vagão <strong>de</strong> Rejeito VRP Plasser & Theurer 2010 Áustria 2<br />

Ro<strong>de</strong>iro Instrumentado NRC-CNRC 2010 Não informado 1<br />

Auto <strong>de</strong> Linha ACL Wickann 1980<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Auto <strong>de</strong> Linha ASI Matisa 1960 Suíça 1<br />

Carro Controle CCP Merce<strong>de</strong>s Andian Não informado Não informado 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha CLE Geismar 1980 França 3<br />

Carro <strong>de</strong> Via CLR Robel Não informado Alemanha 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha CLR Robel 1980 Alemanha 4<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha ACL Via Permanente 2016 Brasil 2<br />

Total 166<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 61


estudo <strong>de</strong> mercado<br />

Equipamento<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Socadora <strong>de</strong> linha 07-32 Plasser & Theurer 1980 Austria 1<br />

Socadora <strong>de</strong> linha 09-16 CSM Plasser & Theurer 1984 Austria 4<br />

Socadora <strong>de</strong> linha 09-3X Plasser & Theurer 2009 Austria 1<br />

Estabilizador dinâmico<br />

DGS-90N<br />

Plasser & Theurer 2009 Austria 1<br />

Socadora <strong>de</strong> AMV 08-275 3S Plasser & Theurer 1994 Austria 1<br />

Socadora <strong>de</strong> AMV B45UE Matisa 2009 Austria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> lastro USP303 Plasser & Theurer 1984 Austria 4<br />

Reguladora <strong>de</strong> lastro SPZ 350 XFGE 2009 China 1<br />

Multi-funcional Unimat Junior MF Plasser & Theurer 1997/2003 Austria 5<br />

Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilhos<br />

RG415<br />

Loram 2017<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Esmerilhadora <strong>de</strong> AMV LRG Loram 2009<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Desguarnecedora à vácuo LRV Loram 2009<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Veículo <strong>de</strong> ultrassom<br />

rodoferroviário Innotech<br />

Starmans 2009<br />

Rep.<br />

Tcheca<br />

1<br />

Carro controle EM-80 Plasser & Theurer 2008 Austria 1<br />

Equipamento<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

Ultrassom RTI<br />

Rail Technology<br />

International<br />

2000 Australia 1<br />

Ultrassom DIO-2000 Empretec 2015<br />

República<br />

Tcheca<br />

1<br />

Auto <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> serviço Geovia 1986 Brasil 2<br />

Auto <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> inspeção Geovia 1986 Brasil 1<br />

Socadora <strong>de</strong> Linha mo<strong>de</strong>lo<br />

09-3X CAT<br />

Plasser & Theurer 2014 Áustria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 2014 Áustria 1<br />

Escava<strong>de</strong>ira 336D2L Caterpillar 2015 Brasil 2<br />

Escava<strong>de</strong>ira 323D Caterpillar 2011 Brasil 1<br />

Guindaste rodoferroviário<br />

KGT-4RS<br />

Geismar 2011 França 2<br />

Caminhão rodoviário AXOR2831 Merce<strong>de</strong>z Benz 2010 Brasil 2<br />

Estrada <strong>de</strong> Ferro Vitória a Minas (EFVM)<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Auto <strong>de</strong> Serviço AS Geovia 1983 Brasil 20<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha (Auto <strong>de</strong><br />

Serviço) TG80A<br />

Plasser & Theurer 2015 Áustria 6<br />

Escava<strong>de</strong>ira 336D2 Caterpillar 2010 EUA 4<br />

Trator <strong>de</strong> Esteira D9T Caterpillar 2006 EUA 4<br />

Multifunção GM13 Plasser & Theurer 2006 Áustria 1<br />

Pá Carrega<strong>de</strong>ira 924 Caterpillar 2012 EUA 1<br />

Guindaste Socorro Ferroviario KIROW Kirow 2017 Alemanha 1<br />

Desguarnecedora Total RM900B Plasser & Theurer 2009 Áustria 1<br />

Desguarnecedora Vacuo LRV 8/9 Loram 2009 EUA 1<br />

Módulo <strong>de</strong> Desguarnecimento<br />

MFS 60B<br />

Plasser & Theurer 2012 Áustria 5<br />

Módulo <strong>de</strong> Desguarnecimento WY130 XFGE 2009 China 12<br />

Renovadora <strong>de</strong> Linha P190 Matisa 2010 Suiça 1<br />

Auto <strong>de</strong> Inspeção AI Geovia 1986 Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> Inspeção IF7 Plasser & Theurer 2015 Áustria 1<br />

Auto <strong>de</strong> Inspeção IF10 Plasser & Theurer 2015 Áustria 1<br />

Carro Ultrassom DIO2000 Empretec/Innotech <strong>2018</strong> Brasil/EUA 1<br />

Carro Ultrassom 8000SX Empretec/RTI 2014 Brasil/EUA 2<br />

Carro Controle EM100 Plasser & Theurer 2012 Áustria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro SPZ 350 XFGE 2009 China 3<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro USP2005 Plasser & Theurer 2016 Áustria 3<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro USP303 Plasser & Theurer 1996 Áustria 1<br />

62<br />

Equipamento<br />

Fabricante<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Quant. Equipamento Fabricante<br />

Ferrovia Norte-Sul (FNS)<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Desguarnecedora <strong>de</strong> lastro RM900 Plasser & Theurer 2010 Austria 1<br />

Desguarnecedora <strong>de</strong> lastro<br />

RM-76-UHR<br />

Plasser & Theurer 1994 Austria 1<br />

Módulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sguarnecimento WY-130 XFGE 2009 China 6<br />

Renovadora <strong>de</strong> linha P190 Matisa 2012 Austria 1<br />

Autos <strong>de</strong> linha AL<br />

Geovia / Robel /<br />

Plasser & Theurer<br />

1980 Austria 6<br />

Caminhões <strong>de</strong> linha OBW-8 Plasser & Theurer 1976-1983 Austria 26<br />

Guindaste ferroviário GF Burro Crane 1950<br />

Estados<br />

Unidos<br />

3<br />

Guindaste ferroviário GF Little Giant 2006<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Guindaste rodoferroviário KGT/V Geismar 1996 Itália 3<br />

Guindaste rodoferroviário KGT 3000 Geismar 2001 Itália 1<br />

Guindaste rodoferroviário KGS 3000 Geismar 1983 França 1<br />

Guindaste rodoferroviário J 882 La Falco 2004 Itália 1<br />

Guindaste rodoferroviário V704FC VaiaCar 2009 Itália 5<br />

Total 80<br />

Fonte: Vale<br />

Quant. Equipamento Fabricante<br />

Estrada <strong>de</strong> Ferro Carajás (EFC)<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Caminhão rodoviário AXOR2831 Merce<strong>de</strong>z Benz 2011 Brasil 1<br />

Caminhão rodoferroviário ATEGO2726 Merce<strong>de</strong>z Benz/O&M 2009 Brasil 2<br />

Caminhão rodoferroviário ATEGO 2425 Merce<strong>de</strong>z Benz/O&M 2009 Brasil 2<br />

Caminhão rodoferroviário Atego 2425 Merce<strong>de</strong>z Benz/O&M 2010 Brasil 1<br />

Caminhão rodoviário L1218 Merce<strong>de</strong>z Benz 2002 Brasil 1<br />

Caçamba rodoviária 1420 Merce<strong>de</strong>z Benz 2003 Brasil 1<br />

Caminhonete rodoferroviária F350 Ford 2010 Brasil 1<br />

Caminhonete rodoferroviária F350 Ford 2010 Brasil 1<br />

Vagonete <strong>de</strong> passageiro Supermetal 2011 Brasil 3<br />

Vagonete <strong>de</strong> material Geovia 1986 Brasil 3<br />

Vagonete <strong>de</strong> capina química Geovia 1986 Brasil 1<br />

Vagonete <strong>de</strong> solda Geovia 1986 Brasil 1<br />

Total 32<br />

Fonte: VLI<br />

Quant. Equipamento Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Quant.<br />

Quant.<br />

Quant.<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR202 Plasser & Theurer 1984 Áustria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP110 Robel/P&T 2006 Áustria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR500 Plasser & Theurer 2011 Áustria 3<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR202-R Plasser & Theurer 1985 Áustria 1<br />

Socadora <strong>de</strong> Linha 09 32 Plasser & Theurer 1996 Áustria 1<br />

Socadora <strong>de</strong> Linha 09-3X Plasser & Theurer 2006 Áustria 1<br />

Socadora <strong>de</strong> Linha 09 3X DYN Plasser & Theurer 2009 Áustria 3<br />

Socadora <strong>de</strong> Linha 09 3X DYN WS Plasser & Theurer 2016 Áustria 3<br />

Socadora <strong>de</strong> Linha 08-16 Plasser & Theurer 2017 Áustria 2<br />

Estabilizador Dinâmico 62N Plasser & Theurer 2015 Áustria 1<br />

Socadora <strong>de</strong> AMV 08-16 SH 3S Plasser & Theurer 2011 Áustria 1<br />

Socadora <strong>de</strong> AMV 09-475 4S Plasser & Theurer 2015 Áustria 1<br />

Socadora <strong>de</strong> AMV B45UE Matisa 2009 Suiça 1<br />

Esmerilhadora <strong>de</strong> AMV LRG 15/16 Loram 2009 EUA 1<br />

Trem Esmerilhador PGM96 Harsco 2008 EUA 1<br />

Guindaste Rodoferroviário<br />

KGT-4RS<br />

Geismar 2011 Itália 10<br />

Guindaste Rodoferroviário LA<br />

FALCO<br />

La Falco 1995 Itália 1<br />

Construtora <strong>de</strong> Linha NTC Harsco 2010 EUA 1<br />

Levantadora <strong>de</strong> Linha Track Lifter Harsco 2011 EUA 1<br />

Lançadora <strong>de</strong> Painéis Track Lifter Kirow 2015 Alemanha 1<br />

Total 107<br />

Fonte: Vale


Equipamento<br />

MRS Logística<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Auto <strong>de</strong> Linha Fairmont 1960-1970 - 4<br />

Auto <strong>de</strong> Linha - 1960-1970 - 3<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Plasser 1960-1970 - 11<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Geovia 1960-1970 - 6<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Robel 1960-1970 - 2<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

F-250<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

F-4000<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

F-2422<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

F-2422<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

F-350<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

F-350<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

9-150<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

17-180<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

17-180<br />

Ford 2000 - 3<br />

Ford<br />

2003-<br />

2005-2006 - 20<br />

Ford 2005 - 1<br />

Ford 2010 - 2<br />

Ford 2006 - 1<br />

Ford 2010/2011 - 6<br />

Volkswagen 2010/2011 - 8<br />

Volkswagen 2011 - 3<br />

Volkswagen 2011 - 1<br />

Caminhão Rodoviário 17-180 Volkswagen 2011 - 1<br />

Caminhão Rodoviário 17-180<br />

com oficina<br />

Volkswagen 2011 - 2<br />

Caminhão Rodoviário 17-190 Volkswagen 2014 - 1<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

26-220<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

L-1518<br />

Volkswagen 2011 - 3<br />

Merce<strong>de</strong>s - - 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Solda MWT Holland 2012<br />

Estados<br />

Unidos<br />

Escava<strong>de</strong>ira PC-200 Komatsu 2000 - 3<br />

Escava<strong>de</strong>ira PC-150 Komatsu 2002 - 3<br />

Escava<strong>de</strong>ira PC-160 Komatsu 2005 - 3<br />

Escava<strong>de</strong>ira PC-320 LC-7 Komatsu 2011 - 1<br />

Escava<strong>de</strong>ira ROBEX 320 LC-7 Hyundai 2011 - 1<br />

Escava<strong>de</strong>ira CAT 315-D Catterpillar 2011 - 3<br />

Escava<strong>de</strong>ira R140W-7 Hyundai 2011 - 1<br />

Pá Mecânica Catterpillar 1988 - 1<br />

Retroescava<strong>de</strong>ira CAT 416-E Catterpillar 2011 - 3<br />

Retroescava<strong>de</strong>ira 380 M - 2011 - 2<br />

Trator Komatsu - - 3<br />

Socadora Plasser 1979/1982 Áustria 7<br />

Socadora Plasser 2007 Áustria 1<br />

Socadora Plasser 2013 Áustria 2<br />

Socadora Plasser 1979/1982 Áustria 2<br />

Reguladora Plasser 1981 Áustria 6<br />

Reguladora Plasser 2007/2013 Áustria 4<br />

Desguarnecedora <strong>de</strong> Ombro<br />

<strong>de</strong> Lastro<br />

Loran 2006<br />

Esmerilhadora Loran 2012<br />

Tie gang Harsco 2012<br />

Desguarnece<strong>de</strong>ra a Vácuo<br />

Rail Vac<br />

Loran 2012<br />

Estados<br />

Unidos<br />

Estados<br />

Unidos<br />

Estados<br />

Unidos<br />

Estados<br />

Unidos<br />

Track Star Holland 2001 EUA 1<br />

Total 132<br />

Fonte: MRS<br />

Quant.<br />

2<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

Equipamento<br />

Ferrovia Centro-Atlântica (FCA)<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Quant.<br />

Socadora <strong>de</strong> Linha mo<strong>de</strong>lo<br />

07-16/S4<br />

Plasser & Theurer 1982 Áustria 5<br />

Socadora <strong>de</strong> Linha mo<strong>de</strong>lo<br />

08-16/SNA<br />

Plasser & Theurer 1989 Áustria 3<br />

Socadora <strong>de</strong> Linha mo<strong>de</strong>lo<br />

09-16 CAT<br />

Plasser & Theurer 2014 Áustria 2<br />

Socadora <strong>de</strong> Linha mo<strong>de</strong>lo<br />

08-16 CAT<br />

Plasser & Theurer 2015 Áustria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR-202 Plasser & Theurer 1982 Áustria 4<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro PBR-400 Plasser & Theurer 1989 Áustria 5<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP 203 F Plasser & Theurer 2014 Áustria 2<br />

Escava<strong>de</strong>ira 323D Caterpillar 2011 Brasil 7<br />

Escava<strong>de</strong>ira320D Caterpillar 2011 Brasil 3<br />

Mini escava<strong>de</strong>ira 302.5 D Caterpillar 2011 Brasil 2<br />

Pá Carrega<strong>de</strong>ira 924H Caterpillar 2011 Brasil 1<br />

Guindaste Rodoferroviário<br />

KGT-4RS<br />

Geismar 2011 França 2<br />

Guindaste Rodoferroviário<br />

KGT-4RS CM<br />

Geismar 2013 França 8<br />

Carro controle F-350 Nomadlog 2017 Brasil 1<br />

Carro controle PV6 Matisa 1969 Suíça 1<br />

Ultrassom DIO-2000 - F-350 Starmans 2010<br />

República<br />

Tcheca<br />

2<br />

Ultrassom GMC-14190 -<br />

SYS-300<br />

Rail Technology<br />

International<br />

2000 Austrália 1<br />

Ultrassom RTI<br />

Rail Technology<br />

International<br />

2000 Austrália 2<br />

Caminhão Atergo 2426 Merce<strong>de</strong>s Benz 2012 Brasil 10<br />

Esmerilhadora <strong>de</strong> trilhos Loran 2014 EUA 1<br />

Guindaste Burro Crane<br />

Mo<strong>de</strong>l 30<br />

Crane 1959 EUA 3<br />

Guindaste Burro Crane<br />

Mo<strong>de</strong>l 40<br />

Crane 1988 EUA 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha Geovia 1988 Brasil 25<br />

Auto <strong>de</strong> linha Araguari 600 RFFSA 1983 Brasil 48<br />

Auto <strong>de</strong> linha Araguari 300 RFFSA 1983 Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha CMB 1986 Brasil 12<br />

Auto <strong>de</strong> linha Plasser & Theurer 1986 Áustria 2<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Geovia 1985 Brasil 4<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha CMB 1986 Brasil 5<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Robel 1971 Alemanha 6<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Geismar - França 2<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Plasser & Theurer 1986 Áustria 1<br />

Vagonete <strong>de</strong> material<br />

Geovia/Araguari<br />

600<br />

1986 Brasil 83<br />

Manipuladora <strong>de</strong> dormentes<br />

130G<br />

Supermetal /<br />

John Deere<br />

2016<br />

Brasil /<br />

EUA<br />

3<br />

Substituidora <strong>de</strong> dormentes Kershaw 2016 EUA 2<br />

Escava<strong>de</strong>ira Jonh Deere 2016 EUA 2<br />

Equipamento Cravador <strong>de</strong><br />

estacas<br />

Movax 2016 Finlândia 1<br />

Equipamento Escarificador<br />

<strong>de</strong> Lastro<br />

Supermetal /<br />

John Deere<br />

2017<br />

Brasil /<br />

EUA<br />

1<br />

Total 265<br />

Fonte: VLI<br />

Equipamento<br />

Estrada <strong>de</strong> Ferro Juruti<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Quant.<br />

Muck ferroviario Empretec 2006 Brasil 1<br />

Vagonete CFC Empretec 2006 Brasil 1<br />

Vagão plataforma Usimec 2007 Brasil 4<br />

Vagão fechado FRC Usimec 2007 Brasil 1<br />

Vagão hopper HAD Usimec 2007 Brasil 1<br />

Total 8<br />

Fonte: Alcoa<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 63


estudo <strong>de</strong> mercado<br />

Equipamento<br />

Equipamento<br />

Ferrovia Transnor<strong>de</strong>stina Logística (FTL)<br />

Fabricante<br />

Ferrovia Tereza Cristina (FTC)<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Socadora alinhadora Plasser & Theurer 1984* Áustria 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha com munck - <strong>2018</strong> Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha - 2013 Brasil 21<br />

Caminhão <strong>de</strong> via - 1990* Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha rebocador Matisa 1980* Áustria 1<br />

Total 25<br />

*Passaram por reforma entre 2014 e 2015. Fonte: Transnor<strong>de</strong>stina<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Socadora <strong>de</strong> lastro Plasser 1977 Austria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> lastro Plasser 1977 Austria 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> via Plasser 1987 Austria 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha Araguari - Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha Diversos - Brasil 7<br />

Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> dormente Diversos - Diversos 7<br />

Tirefonadora Diversos - Diversos 8<br />

Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trilho Diversos - Diversos 6<br />

Policorte <strong>de</strong> trilho Diversos - Diversos 6<br />

Esmerilha<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trilho Diversos - Diversos 6<br />

Total 44<br />

Fonte: FTC<br />

Quant.<br />

Quant.<br />

Equipamento<br />

Equipamento<br />

Transnor<strong>de</strong>stina Logística S.A. (TLSA)<br />

Fabricante<br />

Estrada <strong>de</strong> Ferro Paraná Oeste (Ferroeste)<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Reguladora <strong>de</strong> lastro Knox<br />

KBR 925<br />

Kershaw 2007 - 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> lastro PBR<br />

400<br />

Plasser & Theurer 2010 - 2<br />

Socadora <strong>de</strong> linha 08-16<br />

SPLIT HEAD<br />

Plasser & Theurer 2010 - 3<br />

Pórtico hidráulico PTH 500 Geismar 2010 - 4<br />

Auto <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> manutenção<br />

AL<br />

Via Permanente 2015 - 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha <strong>de</strong> inspeção<br />

VLT 1722<br />

Empretec 2006 - 1<br />

Caminhão rodoferroviário<br />

1519<br />

Empretec 2013 - 1<br />

Máquina <strong>de</strong> soldar elétrica<br />

Holland H650<br />

Holland 2010 - 1<br />

Total 14<br />

Fonte: Transnor<strong>de</strong>stina<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Equipamento móvel <strong>de</strong><br />

ultrassom mo<strong>de</strong>lo Rain Rover<br />

SIUI 2014 China 1<br />

Retroescava<strong>de</strong>ira Caterpillar 2010 Brasil 1<br />

Total 2<br />

Fonte: Ferroeste<br />

Quant.<br />

Quant.<br />

Equipamentos <strong>de</strong> Manutenção <strong>de</strong> Via - Passageiros<br />

Equipamento<br />

Pick-up - Terra-via O&M 2007/2009 Brasil 7<br />

Ccaminhão Terra-via<br />

Geovia /<br />

Empretec / O&M<br />

2007/2009 Brasil 15<br />

Trator <strong>de</strong> manobra<br />

Trackmobile /<br />

Tectran / Avibrás<br />

1976/1977<br />

1988/1996<br />

2001/2006<br />

Estados<br />

Unidos<br />

17<br />

/2011<br />

Gôndola pipa<br />

Cobrasma /<br />

Empretec<br />

1979/2011 Brasil 2<br />

Gõndola prancha<br />

Cobrasma / FNV /<br />

Empretec<br />

1975/1980<br />

/2011<br />

Brasil 10<br />

Trem esmerilhador Speno / Schalke<br />

1977/2001<br />

/2010<br />

Suíça /<br />

Alemanha<br />

4<br />

Máquina <strong>de</strong> soldar trilhos Schlatter 2002 Alemanha 1<br />

Equipamento<br />

Fabricante<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Socadora, Alinhadora e<br />

Niveladora <strong>de</strong> Vias 09-16 CSM<br />

Plasser & Theurer 2008 Áustria 1<br />

Socadora, Alinhadora e<br />

Niveladora <strong>de</strong> AMV's 08-275 3S<br />

Plasser & Theurer 2008 Áustria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 2008 Áustria 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha VMT 750 Geismar 2008 Itália 6<br />

Veículo <strong>de</strong> Controle e Apoio à<br />

Re<strong>de</strong> Aérea VMT 865<br />

Geismar 2008 Itália 3<br />

Veículo Lançador e Rebobinador<br />

<strong>de</strong> Cabos e Fios <strong>de</strong> Re<strong>de</strong> aérea Geismar 2008 Itália 1<br />

<strong>de</strong> Tração VMT 865 DER<br />

Desguarnecedora <strong>de</strong> Lastro<br />

VM 250 JUMBO<br />

Plasser & Theurer 2011 Áustria 1<br />

Carro Controle EM100U Plasser & Theurer 2011<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha BFCL 1054 Borg / Geovia 1981 Brasil 3<br />

64<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

Metrô <strong>de</strong> São Paulo<br />

Quant. Equipamento Fabricante<br />

CPTM<br />

Trator multiuso Geismar 2011 França 1<br />

Troles para transporte <strong>de</strong><br />

trilhos<br />

Geismar / EVE /<br />

O&M / Empretec<br />

- Brasil 98<br />

Veículo para manutenção <strong>de</strong><br />

catenárias<br />

Plasser & Theurer 2002 Áustria 2<br />

Veículo lança cabos Plasser & Theurer 2002 Áustria 1<br />

Veículo <strong>de</strong> via Plasser & Theurer 2002 Áustria 1<br />

Máquina socadora / niveladora Plasser & Theurer 1987 Áustria 1<br />

Auto <strong>de</strong> Linha Empretec 2016 Brasil 2<br />

Veiculo <strong>de</strong> Inspeção<br />

Ultrassônica Dinâmica<br />

VW - Mistras 2016 Brasil/EUA 1<br />

Total 163<br />

Fonte: Metrô <strong>de</strong> SP<br />

Quant. Equipamento Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Quant.<br />

Socadora, Alinhadora e<br />

Niveladora <strong>de</strong> Vias 07-16<br />

Plasser & Theurer 1982 Áustria 1<br />

Socadora, Alinhadora e<br />

Niveladora <strong>de</strong> AMV's 07-275<br />

Plasser & Theurer 1982 Áustria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP103 Plasser & Theurer 1982 Áustria 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha OBW-8 Plasser & Theurer 1986 Brasil 4<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha VMT 721 Geismar 1995 Itália 1<br />

Socadora, Alinhadora e<br />

Niveladora <strong>de</strong> Vias 08-16<br />

Plasser & Theurer 1996 Áustria 1<br />

Socadora, Alinhadora e Niveladora<br />

<strong>de</strong> AMV's Mo<strong>de</strong>lo 08-275<br />

Plasser & Theurer 1996 Áustria 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> Lastro SSP 203 Plasser & Theurer 1996 Áustria 1<br />

Esmerilhadora / Reperfiladora<br />

<strong>de</strong> Trilhos Atlas RR16<br />

Speno 1996<br />

Suíça /<br />

Itália<br />

1<br />

Total 30<br />

Fonte: CPTM<br />

Quant.


Equipamento<br />

ViaQuatro (Linha 4 - Amarela Metrô <strong>de</strong> SP)<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Quant.<br />

Caminhão Rodoferroviário com Baú Ford/Empretec 2008 Brasil 1<br />

Caminhão Rodoferroviário com Baú<br />

(Reencarrilhador)<br />

Ford/Empretec 2008 Brasil 1<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

com Munck ( 4t )<br />

Ford/Empretec 2009 Brasil 1<br />

"PICKUP" <strong>de</strong> Via com cesto Ford/Empretec 2009 Brasil 1<br />

Trator <strong>de</strong> Manobras TrackMobil 2009<br />

Estados<br />

Unidos<br />

2<br />

Trator <strong>de</strong> Manobras Avibrás 2011 Brasil 1<br />

Vagão Plataforma Santa Fé 2009 Brasil 1<br />

Troleys para Trilho Empretec 2009 Brasil 10<br />

Troleys para Trilho Geismar 2011 Brasil 10<br />

Trem Esmerilhador Plasser Theurer 2009 Austria 1<br />

Vagão Geométrico Plasser Theurer 2009 Austria 1<br />

Aparelho <strong>de</strong> Medição <strong>de</strong><br />

Corrugação<br />

Vogel & Plotter 2009 Alemanha 1<br />

Equipamento para Execução<br />

<strong>de</strong> Solda Aluminotérmica<br />

Railtech 2014 França 3<br />

Perfuratriz <strong>de</strong> Concreto DD 120 HILTI 2010 Brasil 1<br />

Perfuratriz <strong>de</strong> Concreto DD 200 HILTI 2017 Brasil 1<br />

Régua <strong>de</strong> Bitola Manual Geismar 2010 França 2<br />

Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Trilhos Erico 2011 Brasil 2<br />

Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Trilhos Geismar 2017 França 1<br />

Régua <strong>de</strong> Bitola Digital Geismar 2012 França 2<br />

Medidor <strong>de</strong> Perfil <strong>de</strong> Trilhos<br />

a Laser<br />

NextSense 2012 Austria 1<br />

Gerador Hidráulico Portátil<br />

com policorte, esmiralhadora<br />

manual <strong>de</strong> trilhos e soldas e<br />

Manifold 2012<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

rebarbadora<br />

Policorte <strong>de</strong> Trilhos Hidráulico Manifold 2012<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilhos<br />

Hidráulica<br />

Manifold 2012<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Rebarbadora Hidráulica Manifold 2012<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Policorte a Gasolina Geismar/Sthill 2010/2013 Brasil 2<br />

Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilhos Elétrica Geismar 2011/2013 França 2<br />

Câmera Portátil - Boroscópio EXTECH 2013 Brasil 1<br />

Rebarbadora Hidráulica Geismar 2013 França 2<br />

Gerador Portátil a Diesel Toyama 2013 Brasil 1<br />

Gerador Portátil a Diesel Toyama 2017 Brasil 1<br />

Sapata para Tração <strong>de</strong> Trilhos Robel 2014 França 2<br />

Aproximador <strong>de</strong> Trilhos Robel 2014 França 2<br />

Sistema <strong>de</strong> Iluminação com Gerador Robel 2014 França 7<br />

Esmerilhadora <strong>de</strong> Trilhos<br />

Angular<br />

Robel 2014 França 2<br />

Nível Ótico Sokkia 2012/2014 Brasil 1<br />

Estação Total Topografica Sokkia 2017 Brasil 1<br />

Equipamento para Execução<br />

<strong>de</strong> Solda Aluminotérmica<br />

Ploetz 2014 Alemanha 1<br />

Equipamento para Execução<br />

<strong>de</strong> Solda Aluminotérmica<br />

Railtech 2014 França 1<br />

Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Trilhos com<br />

Base Magnética<br />

Merax 2015 Brasil 2<br />

Aparelho <strong>de</strong> Ultrassom<br />

Portátil<br />

SIUI 2015 China 1<br />

Aparelho <strong>de</strong> Ultrassom para<br />

Trilhos Longos<br />

SIUI 2015 China 1<br />

Equipamento para Lavagem<br />

<strong>de</strong> Via Permanente<br />

Wezzo 2015 Brasil 1<br />

Troley <strong>de</strong> Medição <strong>de</strong><br />

Geometria <strong>de</strong> Via Permanente<br />

Geismar 2017 França 1<br />

Pórtico para Movimentação <strong>de</strong> Trilhos Shimizu 2016 Japão 3<br />

Pórtico para Movimentação <strong>de</strong> Trilhos Shimizu 2017 Japão 4<br />

Total 87<br />

Fonte: ViaQuatro<br />

Equipamento<br />

SuperVia<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Auto <strong>de</strong> serviço Araguari<br />

Bitola 1600MM Série 17<br />

RFFSA 1979 Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> serviço Araguari<br />

Bitola 1000MM Série 17<br />

RFFSA 1979 Brasil 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Bitola<br />

1600MM<br />

Geismar 2001 França 2<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Bitola<br />

1600MM<br />

Plasser & Theurer 1979 Áustria 6<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Bitola<br />

1000MM<br />

Plasser & Theurer 1979 Áustria 1<br />

Carro barra longa 01 Série<br />

40.61, Bitola 1600MM<br />

Robel 1979 Áustria 1<br />

Carro controle Plasser 80.<br />

EM-80 L, Série 39, Bitola Plasser & Theurer 1979 Áustria 1<br />

1600MM<br />

Carro guindaste Fujy 01,<br />

Série CWB, Bitola 1600MM<br />

Fuji Hevy 1979 Japão 1<br />

Desguarnecedora <strong>de</strong> lastro<br />

Plasser 01 RM76 UHR, Série Plasser & Theurer 1979 Áustria 1<br />

162, Bitola 1600MM<br />

Equipamento utilizado para<br />

inspeção <strong>de</strong> trilhos por Ensco 2015<br />

Estados<br />

ultrassom<br />

Unidos<br />

1<br />

Reguladora <strong>de</strong> lastro Plasser<br />

04 PBR 202, Série 389, Plasser & Theurer 1979 Áustria 1<br />

Bitola 1000MM<br />

Reguladora <strong>de</strong> lastro Plasser<br />

05 SSP 103, Série 386, Plasser & Theurer 1979 Áustria 2<br />

Bitola 1600MM<br />

Socadora alinhadora Plasser<br />

02 07-16 Unomatic, Série Plasser & Theurer 1979 Áustria 2<br />

2070, Bitola 1600MM<br />

Socadora alinhadora Plasser<br />

07-16 S4 Unomatic, Série Plasser & Theurer 1979 Áustria 1<br />

2065, Bitola 1000MM<br />

Socadora <strong>de</strong> chaves 07-275<br />

DNB, Bitola 1600MM<br />

Plasser & Theurer 1979 Áustria 2<br />

Socorro ferroviário, Série 101,<br />

Bitola 1000MM<br />

Orton Crane e<br />

Shovel<br />

1976 - 1<br />

Socorro ferroviário, Série 11,<br />

Bitola 1600MM<br />

Orton Crane e<br />

Shovel<br />

1972 - 1<br />

Socorro rodoferroviário, Série<br />

51, Bitola 1600MM<br />

Orton Crane e<br />

Shovel<br />

1979<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Trator <strong>de</strong> esteira D85 -12,<br />

Série 20053<br />

Komatsu 1979 Japão 1<br />

Vagão gôndola com bordas<br />

tombantes, Bitola 1600 MM<br />

Cobrasma 1979 Brasil 22<br />

Vagão hopper não<br />

remunerado, Bitola 1600 MM<br />

Cobrasma 1979 Brasil 15<br />

Vagão plataforma<br />

convencional com piso Cobrasma 1979 Brasil 8<br />

metálico, Bitola 1600 MM<br />

Vagão plataforma não<br />

remunerado, Bitola 1600 Cobrasma 1979 Brasil 1<br />

MM, Grua do TS-1<br />

Vagão plataforma não<br />

remunerado, Bitola 1600 MM, Cobrasma 1979 Brasil 1<br />

Retro escava<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> pneu<br />

Vagão plataforma não<br />

remunerado, Bitola 1600 Cobrasma 1979 Brasil 1<br />

MM, Trator Komatsu<br />

Vação plataforma não<br />

remunerado, Bitola 1600 Cobrasma 1979 Brasil 1<br />

MM, REK-1<br />

Vagão <strong>de</strong> serviço plataforma<br />

convencional com piso Cobrasma 1979 Brasil 16<br />

metálico da oficina metalizada<br />

Retro escava<strong>de</strong>ira ferroviária<br />

CAT 416E, Série 12804 SB60<br />

Caterpillar 2014 Brasil 1<br />

Retro escava<strong>de</strong>ira ferroviária<br />

CAT 416E, Série 12805 SB60<br />

Caterpillar 2014 Brasil 1<br />

Total 95<br />

Fonte: SuperVia<br />

Quant.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong> 65


estudo <strong>de</strong> mercado<br />

Equipamento<br />

Equipamento<br />

Metro <strong>de</strong> Salvador (CCR Bahia)<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Aparelho <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> trilhos<br />

por abrasão<br />

Robel 2014 Suíça 3<br />

Endireitador <strong>de</strong> agulhas AMVs Robel 2014 Suíça 1<br />

Extratos e insersor <strong>de</strong> grampo<br />

Pandrol<br />

Geismar 2014 França 1<br />

Macaco para via férrea com<br />

manivela <strong>de</strong> segurança<br />

Robel 2014 Suíça 5<br />

Máquina <strong>de</strong> parafusamento<br />

por impacto<br />

Robel 2014 Suíça 2<br />

Máquina <strong>de</strong> perfuração <strong>de</strong> trilho Robel 2014 Suíça 2<br />

Máquina <strong>de</strong> perfurar dormente Robel 2014 Suíça 4<br />

Máquina esmerilhadora para<br />

boleto do trilho<br />

Robel 2014 Suíça 2<br />

Máquina rebarbadora trilhos<br />

e esmerilhamento AMV<br />

Robel 2014 Suíça 2<br />

Socadora vertical motora<br />

gasolina<br />

Robel 2014 Suíça 6<br />

Troley <strong>de</strong> medição Geismar 2015 - 1<br />

Tensionador <strong>de</strong> trilhos Robel 2014 Suíça 1<br />

Rebarbadora <strong>de</strong> Solda Matweld 2014 EUA 1<br />

Total 31<br />

Fonte: CCR Bahia<br />

Equipamento<br />

CBTU João Pessoa<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Locomotiva Diesel Elétrica<br />

RS-8<br />

ALCO Bombardier 1959* - 1<br />

Retroescava<strong>de</strong>ira 580N Case 2014 - 1<br />

Caminhão caçamba basculante<br />

Rodoferroviário 1319<br />

Ford 2014 - 1<br />

Total 3<br />

*Reformada em 2015. Fonte: CBTU<br />

Equipamento<br />

MetrôRio<br />

Fabricante<br />

CBTU Natal<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Jipão Ferroviário MetrôRio - Brasil 2<br />

Locotrator Trackmobile 1976<br />

Estados<br />

Unidos<br />

2<br />

Locotrator Trackmobile 1978<br />

Estados<br />

Unidos<br />

3<br />

Locotrator Tectran 1998 Brasil 3<br />

Locotrator Trackmobile 2014<br />

Estados<br />

Unidos<br />

2<br />

Auto <strong>de</strong> Linha Via Permanente 2011 Brasil 2<br />

Pick up rodoferroviária GM/Empretec - Brasil 1<br />

Trem Esmerilhador Speno 1981 Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> Linha Plasser 1989 Brasil 5<br />

Maquina <strong>de</strong> Socaria Harsco 2011<br />

Estados<br />

Unidos<br />

1<br />

Auto <strong>de</strong> Linha Via Permanente 2014 Brasil 2<br />

Locotrator elétrico (baterias) Zagro 2014 Alemanha 2<br />

Auto <strong>de</strong> Linha Via Permanente 2015 Brasil 2<br />

Total 28<br />

Fonte: MetrôRio<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Locomotiva RS8 ALCO 1958 - 1<br />

Caminhão caçamba<br />

rodoferroviário<br />

Ford 2014 - 1<br />

Trolhe RFFSA 1980 - 1<br />

Total 3<br />

*Inoperante. Fonte: CBTU<br />

66<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

Quant.<br />

Quant.<br />

Quant.<br />

Quant.<br />

Equipamento<br />

Metrofor<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Caminhão basculante - - - 1<br />

Caminhão Munck - - - 2<br />

Caminhão rodoferroviário Ford - - 1<br />

Conjunto Jackson Geismar - - 3<br />

Conjunto Oxicorte - - - 1<br />

Esmerilhadora - - - 1<br />

Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> dormente Geismar - - 2<br />

Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> dormente Sthill - - 1<br />

Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trilho Geismar - - 2<br />

Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trilho Brastan - - 2<br />

Macaco <strong>de</strong> linha - - - 5<br />

Motosserra Sthill - - 1<br />

Policorte Sthill - - 3<br />

Rebarbadora - - - 1<br />

Réguas <strong>de</strong> superelevação e bitola - - - 5<br />

Retroescava<strong>de</strong>ira Case - - 1<br />

Roça<strong>de</strong>iras Sthill - - 8<br />

Tirefona<strong>de</strong>ira Geismar - - 2<br />

Tirefona<strong>de</strong>ira Brastan - - 1<br />

Transit ferroviário (VAN) Ford - - 1<br />

Vagão pipa - - 1<br />

Total 45<br />

Fonte: Metrofor<br />

Equipamento<br />

Equipamento<br />

Fabricante<br />

Fabricante<br />

Trensurb<br />

CBTU Maceió<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

08.275 GS Plasser & Theurer 1984 Áustria 1<br />

Caminhão ferroviário Plasser & Theurer 1984 Áustria 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha Plasser & Theurer 1984 Áustria 1<br />

Reguladora PBR 202 Plasser & Theurer 1984 Áustria 1<br />

Caminhão rodoferroviário Empretec 2004 Brasil 1<br />

Retro-Randon RK 406 Randon 2003 Brasil 1<br />

Vagão hopper Cobrasma Anterior a 1984 Brasil 2<br />

Locomotiva auxiliar GE 80T Anterior a 1984 Estados Unidos 2<br />

Grupo <strong>de</strong> socaria manual Jackson 1984 - 2<br />

Tirefonadoura Geismar - França 4<br />

Fura<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> dormentes Geismar - França 4<br />

Pórtico para trilhos Geismar 1984 França 4<br />

Rebarbadora hidráulica Geismar 1984 França 2<br />

Plataforma rebocadora Empretec 2009 Brasil 1<br />

Caminhão rodoferroviário<br />

(montado sobre caminhão<br />

Iveco 1329 Vertis 90V16)<br />

Empretec 2013/2014 Brasil 1<br />

Auto <strong>de</strong> linha (montado<br />

sobre Ford Ranger)<br />

Empretec 2004/2005 Brasil 1<br />

Autotorre - 1987 - 1<br />

Vagão prancha - 1981 - 1<br />

Vagão <strong>de</strong> manutenção (bailão) - 1981 - 1<br />

Caminhão rodoferroviário<br />

(montado sobre caminhão Volkswagen)<br />

2014 - 1<br />

Esmerilhadora <strong>de</strong> trilhos Geismar 1984 França 3<br />

Total 36<br />

Fonte: Trensurb<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Locomotiva, 6002 e 6019 ALCO Bombardier 1957* Estados Unidos 2<br />

Caminhão rodoferroviário Empretec 2011 Brasil 1<br />

Plataforma - - - 5<br />

Gôndola - - - 2<br />

Auto <strong>de</strong> linha - - - 1<br />

Total 11<br />

*Ano <strong>de</strong> chegada ao Brasil. Fonte: CBTU<br />

Quant.<br />

Quant.<br />

Quant.


Equipamento<br />

CBTU Recife<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Auto <strong>de</strong> linha RFFSA SR-2 1984 Brasil 1<br />

Carro <strong>de</strong> controle Plasser & Theurer 1986 Áustria 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Geovia 1984 Brasil 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha Plasser & Theurer 1989 Áustria 1<br />

Locomotiva Diesel Elétrica General Eletric 1967<br />

Locomotiva Diesel Elétrica General Eletric 1967<br />

Estados<br />

Unidos<br />

Estados<br />

Unidos<br />

Locotrator* Tectran 1985 Brasil 2<br />

Niveladora alinhadora Plasser & Theurer 1998 Áustria 2<br />

Reguladora <strong>de</strong> lastro Plasser & Theurer 1986 Áustria 1<br />

Trem esmerilhador Speno 1986 Itália 1<br />

Carro torre Plasser & Theurer 1986 Áustria 1<br />

Carroça Geovia 1986 Brasil 2<br />

Carroça Plasser & Theurer 1986 Áustria 2<br />

Vagão fechado - 1956 Brasil 2<br />

Vagão prancha Cobrasma 1956 Brasil 2<br />

Vagão <strong>de</strong> brita Cobrasma 1968 Brasil 4<br />

Caminhão <strong>de</strong> re<strong>de</strong> aérea Volkswagen 1985 Brasil 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> linha, bitola métrica Via Permanente 2010 Brasil 1<br />

Carro torre Via Permanente 2010 Brasil 1<br />

Total 28<br />

*Inoperante. Fonte: CBTU<br />

Quant.<br />

1<br />

1<br />

Equipamento<br />

CBTU Belo Horizonte<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Auto <strong>de</strong> Linha AL-1030-D Geovia Brasil 1988 Brasil 1<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha com<br />

guindaste OBW 8 Br nº 62<br />

Caminhão <strong>de</strong> Linha com<br />

plataforma elevatória CS-6<br />

Plasser do Brasil 1995 Brasil 1<br />

Plasser do Brasil 1995 Brasil 1<br />

Vagão Trem <strong>de</strong> Lastro - - Brasil 4<br />

Locomotiva GE/ALCO 1953 Canadá 1<br />

Locomotiva* GE/ALCO 1952 Canadá 1<br />

Auto-Torre VMT 850 C/GR Geismar Itália 1998 Itália 1<br />

Locotrator TT9 Tectran 1998 Brasil 1<br />

Locotrator TT9 Tectran 1998 Brasil 1<br />

Socadora, Alinhadora e<br />

Niveladora 08-16<br />

Plasser & Theurer 1998 Áustria 1<br />

Reperfiladora <strong>de</strong> trilhos* - - - 1<br />

Reguladora <strong>de</strong> lastro SSP-203 Plasser & Theurer 1998 Áustria 1<br />

Reboque do VF010 A 10 Br nº 63 Geismar Itália 1995 Itália 1<br />

Reboque do VF002 A 10 Br nº 63 Plasser do Brasil 1995 Brasil 2<br />

Reboque do VF001 Geovia Brasil 1995 Brasil 2<br />

Caminhão Rodoferroviário<br />

088 VW 13.180<br />

Volkswagem 2005 Brasil 1<br />

Vagão Descarga <strong>de</strong> Brita - - Brasil 4<br />

Vagão Prancha - - Brasil 5<br />

Total 30<br />

*Aguardando reforma. Fonte: CBTU<br />

Quant.<br />

Equipamento<br />

Locotrator Empretec 2017 Brasil 1<br />

Trole <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> trilhos Empretec 2017 Brasil 1<br />

Vagão plataforma Empretec 2017 Brasil 1<br />

Veículo auxiliar <strong>de</strong> manutenção<br />

<strong>de</strong> via permanente<br />

Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Empretec 2017 Brasil 1<br />

VLT Baixada Santista<br />

Quant. Equipamento Fabricante<br />

Ano <strong>de</strong><br />

fabricação<br />

País <strong>de</strong><br />

Origem<br />

Veículo auxiliar <strong>de</strong> manutenção<br />

pesado <strong>de</strong> via permanente<br />

(caminhão rodoferroviários<br />

Empretec 2017 Brasil 1<br />

com guindaste)<br />

Veículo auxiliar leve <strong>de</strong> via Empretec 2017 Brasil 1<br />

Veículo auxiliar <strong>de</strong><br />

manutenção <strong>de</strong> re<strong>de</strong> aérea<br />

Empretec 2017 Brasil 1<br />

Total 7<br />

Fonte: EMTU<br />

Quant.


suprimentos<br />

Inovação em superestrutura<br />

Empresas apostam em soluções diferenciadas para ganhar competitivida<strong>de</strong> no mercado<br />

Fotos: Divulgação<br />

Socadora mo<strong>de</strong>lo 6700 da Harsco opera no MetrôRio e em ferrovias na Argentina<br />

Há boas expectativas para as fabricantes <strong>de</strong> materiais<br />

e máquinas <strong>de</strong>stinadas a superestrutura,<br />

especialmente para as que também atuam no<br />

segmento <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via. Empresas estrangeiras<br />

e nacionais, como Plasser, Harsco, Empretec,<br />

Matisa, Mermec, Boslooper, Via Permanente, Super Metal<br />

e Brastan, investem em inovação para ganhar competitivida<strong>de</strong><br />

no mercado e aumentar as chances <strong>de</strong> participação<br />

no setor ferroviário tanto no Brasil quanto em outros<br />

países da América Latina.<br />

Uma das máquinas <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque da austríaca Plasser &<br />

Theurer, que por aqui é representada pela Plasser do Brasil,<br />

é a 09-4X DYNAMIC Tamping Express E³, da série<br />

<strong>de</strong>nominada E³ (Econômica, Ergonômica e Ecológica). A<br />

máquina faz serviços <strong>de</strong> socaria, nivelamento, alinhamento<br />

e estabilização da linha ferroviária, numa produção <strong>de</strong><br />

até 2.700 metros/hora, e já está sendo utilizada na França,<br />

Áustria, Suíça e Alemanha. Outro equipamento da série E³<br />

é similar a um auto-torre para re<strong>de</strong>s áreas, com autonomia<br />

para 12 horas <strong>de</strong> trabalho por bateria, também em operação<br />

na Europa, em países como Suíça, Itália e Áustria.<br />

A Harsco, fabricante norte-americana com representação<br />

na Harsco Rail do Brasil, já fez alguns negócios no Brasil.<br />

Entre os equipamentos disponíveis na frota do MetrôRio,<br />

68<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

há uma socadora 6700SJ2PD, voltada para a manutenção<br />

da via e correção da geometria, nivelamento e alinhamento<br />

da linha férrea. Segundo informações da Harsco, as últimas<br />

encomendas <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> máquina foram para a<br />

Argentina; por lá já são três equipamentos utilizados em bitola<br />

métrica e um operando em bitola indiana (1.676 mm).<br />

O primeiro cliente a receber a máquina na Argentina foi a<br />

Construtura Milicic, que já renovou mais <strong>de</strong> 40 km <strong>de</strong> via,<br />

em aproximadamente 1.500 horas <strong>de</strong> operação. O mo<strong>de</strong>lo<br />

6700 da Harsco está em operação na Belgrano Cargas (Argentina),<br />

e na Trenes Argentinos (<strong>de</strong> passageiros), o equipamento<br />

está em fase <strong>de</strong> comissionamento.<br />

Encomendas<br />

A brasileira Empretec tem em seu portfólio uma série <strong>de</strong><br />

equipamentos para manutenção da via permanente, entre<br />

camionetas, autos <strong>de</strong> linha, escava<strong>de</strong>iras, equipamentos <strong>de</strong><br />

capina, vagonetas, trolleys e plataformas <strong>de</strong> manutenção.<br />

Entre as últimas inovações, a Empretec <strong>de</strong>staca três. Uma<br />

<strong>de</strong>las é um veículo com sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> vegetação,<br />

que <strong>de</strong>verá ser entregue à CPTM. Outra solução <strong>de</strong>senvolvida<br />

recentemente foi um caminhão <strong>de</strong> combate a incêndios<br />

nas imediações da via férrea. Segundo a Empretec, este caminhão<br />

po<strong>de</strong> combater focos <strong>de</strong> incêndio em um raio <strong>de</strong>


Máquina multifuncional da Plasser<br />

& Theurer faz serviços que vão <strong>de</strong><br />

socaria à estabilização da linha férrea<br />

54 metros e foi <strong>de</strong>stinado à Vale.<br />

A empresa também <strong>de</strong>senvolveu<br />

uma escava<strong>de</strong>ira sobre pneus,<br />

para manutenção da via, troca <strong>de</strong><br />

dormentes e trabalho com lastro.<br />

O equipamento está em fase <strong>de</strong><br />

testes e três mo<strong>de</strong>los já foram encomendados pela Vale.<br />

Da Suíça, a Matisa, fabricante <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> manutenção,<br />

renovação e construção <strong>de</strong> ferrovias — presente<br />

no Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2012 — também está <strong>de</strong> olho no mercado<br />

sul-americano. A empresa inseriu recentemente em sua<br />

gama <strong>de</strong> máquinas uma linha mais econômica <strong>de</strong> socadoras<br />

(mo<strong>de</strong>lo B 35 C) e <strong>de</strong> reguladora (mo<strong>de</strong>lo R 20 E).<br />

A Matisa está participando <strong>de</strong> um amplo projeto <strong>de</strong> renovação<br />

das vias urbanas <strong>de</strong> algumas cida<strong>de</strong>s francesas, o<br />

que levou a empresa a produzir diversos protótipos <strong>de</strong> máquinas<br />

multifuncionais e que pu<strong>de</strong>ssem atuar como uma<br />

verda<strong>de</strong>ira usina ferroviária, ou seja, substituir dormentes,<br />

pub_2_8-6-14.pdf 1 7/8/2014 3:31:50 PM<br />

fixações, trilhos, lastro e entregar a via nivelada, alinhada<br />

e estabilizada para a circulação. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> máquina em<br />

operação na França é o TEVO.<br />

Também da Europa, a italiana Mermec (representada<br />

no Brasil pela Imexbra) apresenta dois lançamentos para<br />

o mercado metroferroviário. O primeiro é o Track Geometry,<br />

um novo sistema <strong>de</strong> geometria <strong>de</strong> via, que é leve,<br />

compacto e econômico no consumo <strong>de</strong> energia. Segundo<br />

a Imexbra, o sistema po<strong>de</strong> ser embarcado em equipamento<br />

próprio <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> via ou até em locomotivas,<br />

vagões e trens <strong>de</strong> passageiros, em operação não-assistida.<br />

O Track Geometry consegue fazer medições com o trem<br />

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suprimentos<br />

parado, por isso, po<strong>de</strong> ser utilizado em operações com<br />

muitas paradas ou em velocida<strong>de</strong> reduzida. O equipamento<br />

está em operação em países como França, Inglaterra,<br />

Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão.<br />

A Mermec também lançou um sistema <strong>de</strong> inspeção <strong>de</strong><br />

ultrassom <strong>de</strong> trilhos, que faz medições em até 90 km/h.<br />

Esse sistema <strong>de</strong> ultrassom já está sendo utilizado em ferrovias<br />

na Espanha e, segundo a Imexbra, há outro equipamento<br />

em instalação em Taiwan.<br />

Marcas nacionais<br />

Já a brasileira Boslooper <strong>de</strong>staca o poste articulado, instalado<br />

ao lado da via, que po<strong>de</strong> ser movimentado para que<br />

o técnico faça manutenção e instalação <strong>de</strong> equipamentos<br />

como o DDV (<strong>de</strong>tector <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarrilamento), sem precisar<br />

fazer o serviço pendurado em altura, diminuindo o risco<br />

<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, o tempo para realização do serviço e a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> EPIs (equipamento <strong>de</strong> proteção individual). Segundo<br />

a Boslooper, o projeto já tem certificado técnico<br />

baseado em diversos testes feitos em campo. As malhas da<br />

Rumo já receberam a instalação <strong>de</strong> 21 postes articulados<br />

e outros 12 serão instalados em breve. A Boslooper atua<br />

nos segmentos <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> equipamentos eletrônicos,<br />

instalação e manutenção <strong>de</strong> tecnologia embarcada em<br />

locomotivas, além <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> campo.<br />

A Via Permanente, fabricante brasileira <strong>de</strong> equipamentos<br />

<strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte para manutenção e construção<br />

<strong>de</strong> vias, também fez entregas recentemente. Entre elas, a<br />

<strong>de</strong> caminhões rodoferroviários à Rumo, com caixa clarck<br />

e apoio no treinamento com o equipamento e na operação<br />

assistida. Os caminhões rodoferroviários da Via Permanente<br />

po<strong>de</strong>m acompanhar implementos para reboque, sistema<br />

<strong>de</strong> câmeras, garras para coletar dormentes, equipamento<br />

<strong>de</strong> solda, entre outros.<br />

A empresa também entregou há alguns meses uma socadora<br />

para a FTL (Ferrovia Transnor<strong>de</strong>stina Logística),<br />

Novos produtos na via<br />

A DAG, em parceria com a Dorbrás<br />

— fabricante brasileira <strong>de</strong> dormentes <strong>de</strong><br />

concreto e sistemas <strong>de</strong> fixação e via permanente<br />

—, <strong>de</strong>senvolveu uma solução<br />

<strong>de</strong> palmilhas amortecedoras resilientes.<br />

Essas palmilhas são produzidas com componentes<br />

elastoméricos e têm, segundo a<br />

A Coimor <strong>de</strong>senvolveu projetos<br />

sustentáveis para a fabricação <strong>de</strong><br />

dormentes <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

70<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

DAG, vantagens como aumento da fixação;<br />

atenuação das vibrações, reduzindo o ruído<br />

e o <strong>de</strong>sgaste dos trilhos e rodas dos trens;<br />

e redução <strong>de</strong> impactos dinâmicos entre<br />

15% e 40%. Além disso, <strong>de</strong> acordo com a<br />

DAG, as palmilhas mantêm as características<br />

elásticas por longos tempos <strong>de</strong> serviço,<br />

sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição, são<br />

capazes <strong>de</strong> compensar <strong>de</strong>feitos superficiais<br />

das mesas <strong>de</strong> apoio dos trilhos, inclusive<br />

homogeneizando a distribuição das cargas<br />

sobre os dormentes, e ajudam a evitar o<br />

<strong>de</strong>sgaste prematuro das mesas <strong>de</strong> apoio e<br />

a ocorrência <strong>de</strong> corrugação nos trilhos.<br />

A fabricante brasileira Vibtech traz como<br />

inovação placas <strong>de</strong> fixação para trilhos. As<br />

placas são emborrachadas e vulcanizadas,<br />

visando aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas dos operadores<br />

metroferroviários. A característica<br />

principal do produto da Vibtech é a fixação<br />

elástica dos trilhos, contando também com<br />

a função <strong>de</strong> amortecimento, para o controle<br />

da vibração e do ruído durante a passagem<br />

<strong>de</strong> trens. O objetivo é aumentar o conforto<br />

dos passageiros e também das comunida<strong>de</strong>s<br />

por on<strong>de</strong> a linha férrea passa. Segundo<br />

a Vibtech, as placas suportam diferentes<br />

<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros,<br />

indo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 12 toneladas por eixo até 25<br />

toneladas por eixo.<br />

Já a Coimor, fabricante <strong>de</strong> dormentes,<br />

está investindo em preservação. Segundo<br />

a empresa, esse investimento se dá<br />

em reflorestamentos para exploração e<br />

produção e também em tratamentos para<br />

preparação <strong>de</strong> dormentes. O tratamento<br />

industrial empregado à ma<strong>de</strong>ira pelo processo<br />

‘Bethell’, por exemplo, é <strong>de</strong>stacado<br />

pela empresa. No processo utiliza-se produto<br />

preservativo hidrossolúvel especialmente<br />

<strong>de</strong>senvolvido para esta finalida<strong>de</strong>,<br />

com registro no Ibama. Após o período<br />

<strong>de</strong> cura, fixa-se o produto à celulose da<br />

ma<strong>de</strong>ira, que age por longo período, <strong>de</strong>vido<br />

a seu alto po<strong>de</strong>r residual <strong>de</strong> ação<br />

fungicida e inseticida, contra ataques <strong>de</strong><br />

insetos, cupins, brocas e fungos apodrecedores,<br />

proporcionando assim sobrevida<br />

à ma<strong>de</strong>ira, favorecendo a natureza pela<br />

gradativa redução na exploração florestal.


A fabricante suíça Matisa tem uma<br />

linha econômica <strong>de</strong> socadoras.<br />

Na foto, o mo<strong>de</strong>lo R 20 E<br />

com sugador <strong>de</strong> brita. A socadora<br />

passou pelo 'retrofitting'<br />

da Via Permanente. Neste<br />

processo, é realizada a revisão<br />

ou reforma total do equipamento,<br />

que recebe ainda<br />

upgra<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com as<br />

necessida<strong>de</strong>s do cliente. Segundo a Via Permanente, essa<br />

alternativa representa uma redução <strong>de</strong> até um quarto do<br />

custo comparada com a compra <strong>de</strong> um equipamento novo.<br />

Outra representante da indústria nacional é a Super Metal,<br />

que também fabrica e adapta os equipamentos para a<br />

manutenção da via, tais como veículos rodoferroviários,<br />

guindastes <strong>de</strong> dormentes, escarificadores <strong>de</strong> lastro, rebocadores<br />

<strong>de</strong> vagões, <strong>de</strong>scarregadores <strong>de</strong> dormentes, manipuladores<br />

<strong>de</strong> trilhos, entre outros. O kit rodoferroviário<br />

da Super Metal se baseia na adoção do sistema <strong>de</strong> eixos<br />

rígidos, visando confiabilida<strong>de</strong>, durabilida<strong>de</strong> e conforto. A<br />

Super Metal já adaptou caminhões para uso em inspeção<br />

<strong>de</strong> túneis e <strong>de</strong> pontes, limpeza <strong>de</strong> bueiros, galerias e canaletas,<br />

capina seletiva, carregamento e içamento <strong>de</strong> cargas,<br />

ultrassom e inspeção geométrica nos trilhos etc.<br />

A Brastan <strong>de</strong>senvolveu um conjunto <strong>de</strong> socaria com eixo<br />

flexível 100% nacional. Segundo a empresa, o foco é aten<strong>de</strong>r<br />

a socaria <strong>de</strong> lastro. O equipamento trabalha com sistema<br />

<strong>de</strong> mangotes <strong>de</strong> 4,70 metros, po<strong>de</strong>ndo ser fabricado<br />

em outros tamanhos sob medida para o cliente. De acordo<br />

com a Brastan, este tipo <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> socaria possui menor<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção, gerando mais produtivida<strong>de</strong>.


nota técnica<br />

Alocação ótima <strong>de</strong> pátios ferroviários: uma<br />

abordagem utilizando otimização via simulação<br />

Carlos Henrique Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Faria; Allan Messe<strong>de</strong>r Caldas Bretas; Alexandre Alves Andra<strong>de</strong><br />

Supervisão <strong>de</strong> Pesquisa Operacional – Gerência <strong>de</strong> Planejamento da Capacida<strong>de</strong>,<br />

VLI multimodal S.A.<br />

Resumo<br />

Este artigo apresenta o <strong>de</strong>senvolvimento e a implementação <strong>de</strong> uma abordagem utilizando<br />

simulação e otimização como uma ferramenta para a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão no nível estratégico<br />

<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> corredor ferroviário <strong>de</strong> carga geral, operado pela VLI S.A. (Valor da Logística<br />

Integrada). O objetivo foi <strong>de</strong>terminar o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> uma linha singela <strong>de</strong> aproximadamente 700<br />

km no su<strong>de</strong>ste do Brasil, através da <strong>de</strong>finição do número e da posição <strong>de</strong> novos pátios ferroviários<br />

<strong>de</strong> cruzamentos necessários para aten<strong>de</strong>r o volume plurianual projetado. A fim <strong>de</strong> minimizar o<br />

custo total, essa ferramenta verificou o tra<strong>de</strong> off entre o nível <strong>de</strong> investimento <strong>de</strong>mandado para a<br />

construção <strong>de</strong>stes pátios e o impacto financeiro gerado pelo atraso médio dos trens em circulação.<br />

Os resultados <strong>de</strong>stacam a flexibilida<strong>de</strong> do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> linha singela proposto, apresentando um<br />

bom <strong>de</strong>sempenho computacional com factibilida<strong>de</strong> para a aplicação prática. A ferramenta <strong>de</strong><br />

Simulação via otimização foi previamente verificada e validada com dados reais, apresentando um<br />

erro inferior a 5% nos resultados.<br />

Palavras-chave: otimização <strong>de</strong> localização, simulação a eventos discretos, simulação-otimização,<br />

planejamento <strong>de</strong> longo prazo, ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimento.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Devido ao seu custo <strong>de</strong> capital muito elevado, uma linha<br />

férrea <strong>de</strong>ve ser projetada da maneira mais econômica<br />

possível e, ao mesmo tempo, ser capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda<br />

esperada. Claramente, este tra<strong>de</strong> off evi<strong>de</strong>ncia uma<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> análise para apoiar as tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />

Para <strong>de</strong>terminar a posição <strong>de</strong> um pátio ferroviário<br />

<strong>de</strong> cruzamento, por exemplo, muitos aspectos <strong>de</strong>vem ser<br />

consi<strong>de</strong>rados para se atingir o objetivo. Ceciliano (2007),<br />

Faria e Cruz (2017) enfatizam que no exercício do planejamento<br />

dos pátios <strong>de</strong> cruzamento, geralmente existem<br />

diversos fatores que os operadores ferroviários <strong>de</strong>vem<br />

consi<strong>de</strong>rar. Uma das principais variáveis <strong>de</strong> interesse é a<br />

estimativa do trem hora parado (THP) em um <strong>de</strong>terminado<br />

formato do sistema. No mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> otimização via simulação<br />

proposto neste estudo, o atraso é mo<strong>de</strong>lado como<br />

um indicador <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, uma vez que é a principal<br />

limitação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> ferroviária e, portanto,<br />

a capacida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve ser planejada sem levar em<br />

conta a estimativa do atraso. Além disso, a inclusão do<br />

variável custo (investimento) é também um fator chave. A<br />

literatura tem inúmeros mo<strong>de</strong>los que incluem tal variável.<br />

No presente trabalho, o objetivo é planejar o transporte<br />

do volume plurianual <strong>de</strong> uma linha singela no Brasil. Para<br />

esta proposta, um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> otimização via simulação foi<br />

<strong>de</strong>senvolvido para avaliar diversas variáveis da performance<br />

operacional. Esta metodologia <strong>de</strong>termina o <strong>de</strong>senho<br />

<strong>de</strong> um corredor ferroviário, propondo a localização da<br />

construção <strong>de</strong> novos pátios ferroviários <strong>de</strong> cruzamento. A<br />

função objetivo é para minimizar o custo total consi<strong>de</strong>rando<br />

a capacida<strong>de</strong> do sistema, o impacto financeiro gerado<br />

pela média do trem hora parado (THP) e os investimentos<br />

requeridos para construir os novos pátios <strong>de</strong> cruzamento.<br />

Neste trabalho, uma otimização via simulação foi <strong>de</strong>senvolvida<br />

para Ferrovia Centro Atlântica (FCA) para<br />

auxiliar nas <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> investimento. Cruzando um total<br />

<strong>de</strong> 700 quilômetros <strong>de</strong> comprimento na região su<strong>de</strong>ste do<br />

Brasil, a FCA possui uma linha singela que conecta três<br />

terminais <strong>de</strong> carga geral no estado <strong>de</strong> Minas Gerais (Uberaba,<br />

Araguari e Guará) ao terminal integrador portuário<br />

Luiz Antônio Mesquita (TIPLAM) no estado <strong>de</strong> São Paulo,<br />

Brasil.<br />

72<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


Este mo<strong>de</strong>lo também po<strong>de</strong> auxiliar em algumas análises,<br />

como o atraso total esperado para um dado cenário e,<br />

finalmente, o tra<strong>de</strong> off entre o investimento requerido para<br />

a construção dos novos pátios ferroviários <strong>de</strong> cruzamento<br />

e a estimativa <strong>de</strong> redução nos custos gerados pela diminuição<br />

do atraso total dos trens na malha ferroviária.<br />

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

Este artigo aborda o método da simulação e otimização<br />

combinadas, aplicado ao planejamento estratégico da ca<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> suprimento. O objetivo da abordagem otimização<br />

via simulação é procurar pela melhor combinação <strong>de</strong> parâmetros<br />

<strong>de</strong> entrada para otimizar as medidas <strong>de</strong> performance<br />

do sistema sob condições específicas (restrições) (Pinto<br />

et al. (2015)). A principal diferença entre a otimização via<br />

simulação em relação à otimização pura é sua natureza estocástica.<br />

Medidas <strong>de</strong> performance não po<strong>de</strong>m ser acessadas<br />

com precisão, i.e., elas precisam ser estimadas. Assim<br />

sendo, não há uma maneira <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar se uma configuração<br />

é melhor do que a outra (Carson et al. (2005)).<br />

Dentre alguns estudos recentes, a análise <strong>de</strong> um artigo<br />

<strong>de</strong> simulação via otimização em uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos<br />

(Huerta-Barrientos et al. (2014)) se <strong>de</strong>staca. O trabalho<br />

mostra que por muitos anos essa abordagem foi assunto<br />

<strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> muitos (353) pesquisadores em vários (35)<br />

países. Pesquisadores têm focado principalmente na metodologia<br />

<strong>de</strong> resposta <strong>de</strong> superfície, métodos <strong>de</strong> pesquisa<br />

baseados em gradientes e algoritmos genéticos. Também<br />

vale a pena notar o baixo índice <strong>de</strong> aplicação prática<br />

<strong>de</strong>stes mo<strong>de</strong>los em indústrias. A abordagem apresentada<br />

nesse projeto <strong>de</strong> pesquisa (programação estocástica e<br />

otimização robusta integrada com simulação <strong>de</strong> eventos<br />

discretos) é pouco explorada, indicando uma lacuna na<br />

literatura.<br />

O <strong>de</strong>sempenho da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos foi avaliado<br />

por meio da simulação <strong>de</strong> eventos discretos (Cigolini et<br />

al. (2014)); (<strong>de</strong> FARIA et al. (2015)) e (CARNEIRO II<br />

(2010)), cujo foco da avaliação <strong>de</strong>stes estudos é o funcionamento<br />

da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> suprimentos. Portanto, nenhuma<br />

medida <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho relacionada ao nível <strong>de</strong> serviço<br />

nem à operação do planejamento <strong>de</strong> médio/curto prazo<br />

foram avaliadas. Em um outro estudo (Chu et al. (2015)),<br />

uma abordagem genérica para sistemas <strong>de</strong> conexão múltipla<br />

é adotada. Neste sistema, cada instalação po<strong>de</strong> operar<br />

com uma política diferente, sendo que um algoritmo <strong>de</strong><br />

corte <strong>de</strong> planos resolve o problema <strong>de</strong> otimização. A simulação<br />

baseada em agentes é usada no <strong>de</strong>senho das ca<strong>de</strong>ias<br />

<strong>de</strong> suprimento, como no caso <strong>de</strong> uma biorrefinaria (Singh<br />

et al. (2014)). A simulação via otimização também é utilizada<br />

na avaliação <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> suprimento centralizadas<br />

e <strong>de</strong>scentralizadas (Sahay and Ierapetritou (2014)).<br />

3. MÉTODOS<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> simulação foi <strong>de</strong>senvolvido para permitir<br />

alterações no tamanho do sistema sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

esforço adicional ao se alterar os blocos lógicos do mo<strong>de</strong>lo,<br />

sendo necessário apenas a mudança <strong>de</strong> algumas variáveis<br />

que <strong>de</strong>finem as principais características da linha singela.<br />

Na figura 1, as seções on<strong>de</strong> os trens circulam foram<br />

representados pelos nós e os pátios <strong>de</strong> cruzamento foram<br />

representados pelos arcos. As setas <strong>de</strong> duplo sentido <strong>de</strong>notam<br />

os pátios <strong>de</strong> cruzamento.


nota técnica<br />

• VPi: indica se o segmento i do vetor binário tem um<br />

pátio ferroviário;<br />

• n: é o número <strong>de</strong> segmentos;<br />

• m: é o número <strong>de</strong> trechos<br />

Figura 1: Representação genérica<br />

do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> linha singela.<br />

A discretização do comprimento total do sistema é necessária<br />

para encontrar o objetivo da otimização, que é<br />

a escolha dos novos pátios <strong>de</strong> cruzamento. O sistema foi<br />

dividido em partes, chamados <strong>de</strong> segmentos. Neste sentido,<br />

cada nó (sub trecho) da malha foi dividido em vários<br />

processos sequenciais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>ixando o pátio <strong>de</strong><br />

cruzamento (fila) não pertencente a um nó, mas a um segmento<br />

específico. Deve-se notar que a formulação geral<br />

do problema <strong>de</strong> otimização-simulação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita<br />

como segue a seguir:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

• J(θ): é a função objetivo que minimiza o atraso e o<br />

custo <strong>de</strong> construção dos pátios ferroviários;<br />

• Ω: representa a replicação;<br />

• D(θ, Ω): <strong>de</strong>sempenho do sistema, nesse caso o atraso<br />

total do trem;<br />

• E[D(θ, Ω)]: o valor esperado do D(θ, Ω);<br />

• h: representa o custo por hora <strong>de</strong> um trem parado;<br />

• D: representa o atraso total;<br />

• f(c): é a função <strong>de</strong> custo para construção dos pátios<br />

que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>talhada da seguinte forma:<br />

On<strong>de</strong>:<br />

• Cij: é o custo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> um pátio no segmento<br />

i no trecho j;<br />

Assim sendo, a função objetivo consi<strong>de</strong>ra os custos<br />

<strong>de</strong> construção dos pátios e os custos por espera na fila.<br />

Um fator <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong> é aplicado para o trem em uma<br />

fila genérica. A medida <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho J(θ) não é avaliada<br />

analiticamente, então mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> simulação é usado<br />

para retornar uma aproximação numérica. Muitas áreas da<br />

companhia, como planejamento estratégico da capacida<strong>de</strong>,<br />

engenharia <strong>de</strong> operações ferroviárias, engenharia <strong>de</strong><br />

via permanente, centro <strong>de</strong> controle operacional e projetos,<br />

participaram na <strong>de</strong>finição das premissas operacionais para<br />

o mo<strong>de</strong>lo.<br />

Os parâmetros <strong>de</strong> entrada principais utilizados no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da estrutura <strong>de</strong> simulação via otimização<br />

foram os seguintes:<br />

• Número <strong>de</strong> segmentos i: i = 1, ..., n;<br />

• Número <strong>de</strong> trechos j: j = 1, ..., m;<br />

• Custo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> um pátio no segmento i no<br />

trecho j ;<br />

• Vetor binário <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão do segmento i que<br />

informa se o segmento terá um pátio;<br />

• Número <strong>de</strong> replicações do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Simulação para<br />

atingir a precisão <strong>de</strong>sejada;<br />

• Tolerância máxima para <strong>de</strong>terminar se duas soluções<br />

são iguais.<br />

As principais respostas obtidas pelo mo<strong>de</strong>lo foram: a<br />

localização dos novos pátios <strong>de</strong> cruzamento, a estimativa<br />

do trem hora parado (THP) da linha e o custo total (tra<strong>de</strong><br />

off entre investimento e o atraso total do trem).<br />

4. CONFIGURAÇÕES DO EXPERIMENTO<br />

Todos os cenários simulados foram rodados em uma<br />

janela <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> 12 meses com 50 replicações em aproximadamente<br />

5 minutos (Intel Core i7-5600U CPU 2.60<br />

GHz com 4.0 GB RAM). A aplicação <strong>de</strong>senvolvida retornou<br />

as melhores localizações para construção dos novos<br />

pátios, bem como a estimativa <strong>de</strong> redução do transit time<br />

(no trecho entre as estações consi<strong>de</strong>radas neste estudo). A<br />

tabela 1 mostra os resultados encontrados:<br />

74<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


Tabela 1: Melhor localização para os novos pátios<br />

Cenários Transit time (horas) Realização do volume (%) Localização dos novos pátios<br />

Cenário base 35,50 98,9% Base<br />

Adicionando um pátio 32,75 99,8% Local 1<br />

Adicionando dois pátios 28,92 107,6%<br />

Local 1<br />

Local 2<br />

Adicionando três pátios 27,86 107,6%<br />

Local 1<br />

Local 2<br />

Local 3<br />

Adicionando quatro pátios 27,55 111,7%<br />

Local 1<br />

Local 2<br />

Local 3<br />

Local 4<br />

Adicionando cinco pátios 27,22 111,9%<br />

Local 1<br />

Local 2<br />

Local 3<br />

Local 4<br />

Local 5<br />

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

De acordo com os resultados apresentados na Figura 2,<br />

nota-se que há uma melhoria menos significativa no transit<br />

time a partir da inclusão do terceiro pátio <strong>de</strong> cruzamento.<br />

O número total <strong>de</strong> vagões alocados foi estimado com<br />

base na redução do transit time, conforme a figura 3.<br />

Portanto, baseado na estimativa <strong>de</strong> redução do transit<br />

time, os riscos operacionais anuais foram mapeados. Um<br />

aumento na probabilida<strong>de</strong> da execução do volume foi observado,<br />

como mostrado na tabela 2, uma vez que com o<br />

<strong>de</strong>créscimo do transit time, a ferrovia passaria a operar <strong>de</strong><br />

maneira mais eficiente.<br />

Figura 2: Transit time com os pátios novos


nota técnica<br />

Figura 3: Número <strong>de</strong><br />

vagões alocados<br />

Produto<br />

Cenário base<br />

Tabela 2: Probabilida<strong>de</strong> adicional <strong>de</strong> realização do volume.<br />

Adicionando<br />

1 pátio<br />

Adicionando<br />

2 pátios<br />

Adicionando<br />

3 pátios<br />

Adicionando<br />

4 pátios<br />

Adicionando<br />

5 pátios<br />

Soja Base +16% +19% +21% +21% +22%<br />

Milho Base +17% +24% +27% +28% +28%<br />

A¸cu´car Base +10% +15% +17% +18% +19%<br />

De acordo com as premissas assumidas neste estudo,<br />

foi possível verificar a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> e a<br />

localização para construção <strong>de</strong> novos pátios na malha<br />

ferroviária, bem como a estimativa na redução do<br />

THP e, consequentemente, do transit time. O foco foi<br />

o tra<strong>de</strong> off entre os investimentos para construção dos<br />

novos pátios versus os custos financeiros gerados pela<br />

diminuição dos atrasos na malha. O cenário recomendado<br />

foi a construção <strong>de</strong> dois novos pátios, já que <strong>de</strong><br />

acordo com os resultados obtidos, seria possível uma<br />

redução da alocação <strong>de</strong> aproximadamente 115 vagões.<br />

Isto correspon<strong>de</strong> a uma diminuição <strong>de</strong> custos bastante<br />

relevante. A<strong>de</strong>mais, o nível <strong>de</strong> confiança para o volume<br />

<strong>de</strong> soja, milho e açúcar aumentaria consi<strong>de</strong>ravelmente<br />

neste cenário, 19%, 24% e 15%, respectivamente para<br />

cada um dos produtos.<br />

6. CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS<br />

Como trabalhos futuros, <strong>de</strong>staca-se o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> análises similares em outros corredores ferroviários<br />

operados pela VLI, tais como: Centro-Leste, Centro-Norte<br />

e outros fluxos do corredor Centro-Su<strong>de</strong>ste. No sentido<br />

<strong>de</strong> melhorar o mo<strong>de</strong>lo, alguns parâmetros <strong>de</strong> entrada po<strong>de</strong>riam<br />

ser modificados, como, por exemplo, os valores<br />

<strong>de</strong> investimentos dos pátios discriminados para cada segmento<br />

analisado.<br />

REFERÊNCIAS<br />

CARNEIRO II, W. (2010). Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> filas e Simulação para análise<br />

do <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> linhas ferroviárias singelas. Master’s thesis, Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Minas Gerais.<br />

Carson, I., Nicol, D. M., Nelson, B. L., Banks, J., et al. (2005). Discrete-event<br />

system simulation.<br />

Ceciliano, W. R. A. (2007). Aplicação <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> simulação-<br />

-otimização na ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>de</strong> minérios <strong>de</strong> ferro. PhD thesis,<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Chu, Y., You, F., Wassick, J. M., and Agarwal, A. (2015). Integrated<br />

planning and scheduling un<strong>de</strong>r production uncertainties: Bi-level<br />

mo<strong>de</strong>l formulation and hybrid solution method. Computers<br />

& Chemical Engineering, 72:255–272.<br />

Cigolini, R., Pero, M., Rossi, T., and Sianesi, A. (2014). Linking<br />

supply chain configuration to supply chain performance: A discrete<br />

event simulation mo<strong>de</strong>l. Simulation Mo<strong>de</strong>lling Practice<br />

and Theory, 40:1–11.<br />

Faria, C.H.F., M.M. Cruz (2015). Simulation mo<strong>de</strong>lling of Vitoria-<br />

-Minas closed-loop rail network. Transport Problems: an International<br />

Scientific Journal, 10.<br />

Faria, C.H.F., M.M. Cruz (2017). Railway planning: an integrated<br />

approach using discrete event simulation. Proceedings of the International<br />

Conference on Harbor Maritime and Multimodal Logistics<br />

Mo<strong>de</strong>ling and Simulation, 1:148–156. An optional note.<br />

Huerta-Barrientos, A., Elizondo-Cortes, M., and <strong>de</strong> la Mota, I. F.<br />

(2014). Analysis of scientific collaboration patterns in the co-authorship<br />

network of simulation–optimization of supply chains.<br />

Simulation Mo<strong>de</strong>lling Practice and Theory, 46:135–148.<br />

Pinto, L., Silva, P., and Young, T. (2015). A generic method to <strong>de</strong>velop<br />

simulation mo<strong>de</strong>ls for ambulance systems. Simulation<br />

Mo<strong>de</strong>lling Practice and Theory, 51:170–183.<br />

Sahay, N. and Ierapetritou, M. (2014). Hybrid simulation based<br />

optimization framework for centralized and <strong>de</strong>centralized supply<br />

chains. Industrial & Engineering Chemistry Research,<br />

53(10):3996–4007.<br />

Singh, A., Chu, Y., and You, F. (2014). Biorefinery supply chain network<br />

<strong>de</strong>sign un<strong>de</strong>r competitive feedstock markets: an agent-<br />

-based simulation and optimization approach. Industrial & Engineering<br />

Chemistry Research, 53(39):15111–15126.<br />

76<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


estatísticas<br />

Setor <strong>de</strong> passageiros cresce 5,7%<br />

Em carga, houve aumento <strong>de</strong> 4,3% em TKU nos quatro primeiros meses <strong>de</strong>ste ano<br />

Omês <strong>de</strong> abril foi especial para as operadoras<br />

<strong>de</strong> passageiros e <strong>de</strong> carga no Brasil. No acumulado<br />

até março, o resultado total no segmento<br />

<strong>de</strong> passageiros superava em 2,5% o do<br />

mesmo período <strong>de</strong> 2017. Até abril, essa alta já chega a<br />

5,7%. A média dia útil <strong>de</strong> abril <strong>de</strong>ste ano foi <strong>de</strong> 10,5 milhões<br />

<strong>de</strong> passageiros, contra 9,9 milhões em abril <strong>de</strong> 2017.<br />

O total acumulado no ano está em quase 958 milhões <strong>de</strong><br />

passageiros transportados.<br />

As principais operadoras do país têm apresentado<br />

crescimento em número <strong>de</strong> usuários transportados. A<br />

ViaQuatro, operadora da Linha 4-Amarela <strong>de</strong> São Paulo,<br />

dispõe do resultado mais substancial: 9,4% <strong>de</strong> alta<br />

até abril. Das cinco principais operadoras, do eixo Rio-<br />

-São Paulo, apenas o MetrôRio está transportando menos<br />

em <strong>2018</strong>. O Metrofor cresceu 38,9% em volume<br />

<strong>de</strong> passageiros; a CBTU Natal, 20,2%; e os Bon<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Santa Teresa, 34,3%. Os sistemas mais novos contribuíram<br />

significativamente para o resultado total. O Metrô<br />

<strong>de</strong> Salvador cresceu 267%; o VLT da Baixada Santista,<br />

49%; o VLT Carioca teve acrécimo <strong>de</strong> 77,8%; e o VLT<br />

<strong>de</strong> Sobral transportou entre janeiro e abril <strong>de</strong> <strong>2018</strong> volume<br />

equivalente a mais <strong>de</strong> 10 vezes o total <strong>de</strong> passageiros<br />

transportados no mesmo período <strong>de</strong> 2017.<br />

Nas ferrovias <strong>de</strong> carga, o cenário é parecido: em termos<br />

<strong>de</strong> TKU houve crescimento <strong>de</strong> 4,3% no acumulado<br />

até abril <strong>de</strong>ste ano. A Rumo apresentou aumento do volume<br />

<strong>de</strong> cargas transportadas em todas as malhas que opera.<br />

O crescimento mais relevante aconteceu na Malha Oeste:<br />

36% em TKU até abril <strong>de</strong> <strong>2018</strong>, em comparação com o<br />

mesmo período do ano passado. A Estrada <strong>de</strong> Ferro Carajás<br />

(EFC), ferrovia que mais movimenta carga no Brasil,<br />

teve resultado 12,7% superior em TU e 14,5% em TKU,<br />

no acumulado até abril <strong>de</strong> 2017/<strong>2018</strong>. Ferroeste, Ferrovia<br />

Tereza Cristina (FTC) e as ferrovias operadas pela VLI<br />

também cresceram em volume transportado. Já a Estrada<br />

<strong>de</strong> Ferro Vitoria a Minas (EFVM) e MRS apresentaram<br />

queda no período mencionado.<br />

Veja mais em www.revistaferroviaria.com.br<br />

Nas tabelas <strong>de</strong> transporte urbano sobre trilhos estão contabilizadas as transferências entre as linhas<br />

TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - MARÇO <strong>2018</strong><br />

03/17 03/18<br />

Δ% Acumulado no ano até Março<br />

Operadoras Mar 17/Mar 17 2017 <strong>2018</strong> Δ%<br />

TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU<br />

Rumo - Malha Sul 1.675,9 1.079,7 1.865,0 1.186,9 11,3 9,9 4.073,0 2.575,2 4.648,4 2.936,8 14,1 14,0<br />

Transnor<strong>de</strong>stina Log. 104,4 50,9 97,0 50,5 (7,1) (0,8) 299,8 150,9 294,9 146,8 (1,6) (2,7)<br />

E.F. Carajás 12.951,6 11.445,7 15.631,5 13.978,8 20,7 22,1 38.888,2 34.236,4 43.263,7 38.759,8 11,3 13,2<br />

E.F.V.M. 11.093,4 6.277,7 8.298,3 4.598,1 (25,2) (26,8) 32.187,8 18.415,3 27.686,8 15.561,9 (14,0) (15,5)<br />

Rumo - Malha Paulista 239,1 221,3 298,2 266,3 24,8 20,4 935,7 824,1 1.178,7 948,6 26,0 15,1<br />

Rumo - Malha Norte 1.771,2 2.773,1 2.100,4 3.196,8 18,6 15,3 4.124,3 6.431,8 5.043,1 7.647,4 22,3 18,9<br />

Ferroeste* 66,0 16,6 72,8 20,6 10,3 24,0 185,5 62,0 194,5 88,5 4,8 42,9<br />

FCA 2.736,9 2.027,4 2.895,2 2.150,1 5,8 6,1 6.469,4 4.516,4 7.012,8 4.671,8 8,4 3,4<br />

FTC 242,3 18,7 234,5 18,2 (3,2) (2,6) 700,6 53,7 675,9 52,4 (3,5) (2,5)<br />

MRS Logística 11.995,4 5.571,1 10.756,5 5.002,1 (10,3) (10,2) 33.241,2 15.397,6 29.799,3 13.821,2 (10,4) (10,2)<br />

Rumo - Malha Oeste 315,5 69,6 335,7 65,5 6,4 (5,9) 867,9 141,6 1.018,3 220,7 17,3 55,9<br />

Ferrovia Norte-Sul 927,0 885,9 1.115,3 1.072,3 20,3 21,0 1.561,9 1.435,4 1.640,0 1.527,4 5,0 6,4<br />

Total 44.118,7 30.437,8 43.700,5 31.606,2 (0,9) 3,8 123.535,3 84.240,2 122.456,4 86.383,4 (0,9) 2,5<br />

Fonte: ANTT.<br />

TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - ABRIL <strong>2018</strong><br />

Operadoras<br />

04/17 04/18<br />

Δ% Acumulado no ano até Abril<br />

Abr 18/Abr 17 2017 <strong>2018</strong> Δ%<br />

TU (10³) TKU (10 6 ) TU (10³) TKU (10 6 ) TU TKU TU (10³) TKU (10 6 ) TU (10³) TKU (10 6 ) TU TKU<br />

Rumo - Malha Sul 1.708,2 1.066,0 1.897,5 1.217,5 11,1 14,2 5.781,2 3.641,1 6.545,9 4.154,3 13,2 14,1<br />

Transnor<strong>de</strong>stina Log. 96,2 46,4 98,6 49,4 2,6 6,5 395,9 197,3 393,5 196,2 (0,6) (0,5)<br />

E.F. Carajás 12.482,8 11.060,0 14.651,4 13.126,2 17,4 18,7 51.371,0 45.296,4 57.915,0 51.886,0 12,7 14,5<br />

E.F.V.M. 9.567,7 5.361,1 9.824,7 5.398,7 2,7 0,7 41.755,5 23.776,4 37.511,5 20.960,5 (10,2) (11,8)<br />

Rumo - Malha Paulista 307,0 243,7 251,4 218,0 (18,1) (10,5) 1.242,7 1.067,8 1.430,0 1.166,7 15,1 9,3<br />

Rumo - Malha Norte 1.657,8 2.590,7 2.013,5 3.065,9 21,5 18,3 5.782,1 9.022,5 7.056,6 10.713,3 22,0 18,7<br />

Ferroeste* 36,1 12,0 42,0 10,1 16,3 (15,6) 221,6 73,9 236,5 98,6 6,7 33,4<br />

FCA 2.747,3 2.052,2 3.000,3 2.206,7 9,2 7,5 9.216,7 6.568,6 10.013,1 6.878,5 8,6 4,7<br />

FTC 195,3 14,9 238,8 18,5 22,3 24,4 895,9 68,6 914,7 70,9 2,1 3,3<br />

MRS Logística 11.216,4 5.218,9 10.569,0 4.916,2 (5,8) (5,8) 44.457,6 20.616,5 40.368,3 18.737,5 (9,2) (9,1)<br />

Rumo - Malha Oeste 303,8 67,4 358,7 63,4 18,1 (5,9) 1.171,7 209,0 1.377,1 284,1 17,5 36,0<br />

Ferrovia Norte-Sul 889,3 854,0 1.081,8 1.050,1 21,7 23,0 2.451,1 2.289,4 2.721,8 2.577,5 11,0 12,6<br />

Total 41.207,8 28.587,3 44.027,6 31.340,8 6,8 9,6 164.743,1 112.827,5 166.484,0 117.724,2 1,1 4,3<br />

Fonte: ANTT. *Os dados da Ferroeste não consi<strong>de</strong>ram direito <strong>de</strong> passagem e tráfego mútuo, apenas as cargas geradas na ferrovia.<br />

Continua<br />

78<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong>


Continuação<br />

TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - MARÇO <strong>2018</strong><br />

Operadora<br />

03/17 03/18 Δ% Acumulado no ano até Março Δ%<br />

Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2016 Passag.(10³)2017 Passag.(10³)<br />

Metrô-SP 3.901.388 99.177 3.946.232 99.155 1,1 (0,0) 262.938 261.563 (0,5)<br />

Via Quatro 700.146 18.467 786.839 19.470 12,4 5,4 49.017 51.387 4,8<br />

CPTM 2.784.978 74.367 2.932.690 74.475 5,3 0,1 197.480 200.715 1,6<br />

Metrô Rio 904.466 22.466 876.203 21.100 (3,1) (6,1) 63.552 60.607 (4,6)<br />

SuperVia 578.303 13.993 590.961 13.914 2,2 (0,6) 38.687 37.947 (1,9)<br />

CBTU Recife 331.682 8.828 354.074 8.801 6,8 (0,3) 25.180 25.373 0,8<br />

Trensurb 183.493 4.866 179.344 4.476 (2,3) (8,0) 12.731 12.309 (3,3)<br />

CBTU BH 201.078 5.081 204.372 5.161 1,6 1,6 14.313 14.463 1,0<br />

Metrofor 25.017 635 32.267 832 29,0 31,1 1.766 2.372 34,3<br />

CTB Salvador 11.594 294 10.715 267 (7,6) (9,2) 821 780 (5,0)<br />

CBTU João Pessoa 7.254 174 7.415 174 2,2 (0,0) 508 532 4,7<br />

CBTU Natal 10.736 271 13.610 331 26,8 21,8 774 909 17,5<br />

CBTU Maceió 4.221 106 10.118 233 139,7 119,8 232 645 177,7<br />

Metrô DF 134.940 3.643 113.228 2.944 (16,1) (19,2) 9.165 8.341 (9,0)<br />

VLT do Cariri 0 0 1.326 29 - - 0 84 -<br />

Metrô <strong>de</strong> Salvador 78.223 2.026 234.444 7.087 199,7 249,8 5.444 19.370 255,8<br />

VLT da Baixada Santista 17.700 489 22.737 598 28,5 22,2 974 1.580 62,3<br />

VLT <strong>de</strong> Sobral 291 8 4.116 100 1.314,4 1.212,7 27 276 911,8<br />

VLT Carioca 29.000 834 61.000 1.430 110,3 71,5 2.254 3.991 77,1<br />

Bon<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santa Teresa 652 14 779 23 19,5 57,1 59 73 23,1<br />

Metrô <strong>de</strong> Teresina 6.800 156 6.100 134 (10,3) (14,2) 412 366 (11,3)<br />

Total 9.911.962 255.896 10.388.570 260.734 4,8 1,9 686.335 703.684 2,5<br />

Fonte: Operadoras.<br />

TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - ABRIL <strong>2018</strong><br />

estatísticas<br />

Operadora<br />

04/17 04/18 Δ% Acumulado no ano até Abril Δ%<br />

Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2016 Passag.(10³)2017 Passag.(10³)<br />

Metrô-SP 3.911.481 85.215 3.980.459 96.677 1,8 13,5 348.153 358.240 2,9<br />

Via Quatro 684.130 15.094 786.800 18.757 15,0 24,3 64.110 70.143 9,4<br />

CPTM 2.699.860 62.919 2.924.151 72.421 8,3 15,1 260.399 273.136 4,9<br />

Metrô Rio 952.915 20.234 874.810 19.765 (8,2) (2,3) 83.786 80.371 (4,1)<br />

SuperVia 597.556 12.250 606.499 13.401 1,5 9,4 50.937 51.348 0,8<br />

CBTU Recife 338.396 7.834 351.284 8.943 3,8 14,2 33.014 34.316 3,9<br />

Trensurb 193.570 4.235 179.096 4.409 (7,5) 4,1 16.966 16.718 (1,5)<br />

CBTU BH 202.126 4.428 206.851 5.119 2,3 15,6 18.741 19.582 4,5<br />

Metrofor 25.761 554 35.195 851 36,6 53,5 2.321 3.223 38,9<br />

CTB Salvador 10.715 235 10.673 248 (0,4) 5,5 1.056 1.028 (2,7)<br />

CBTU João Pessoa 6.570 137 7.276 163 10,7 19,6 645 696 7,8<br />

CBTU Natal 11.846 243 14.459 312 22,1 28,7 1.017 1.222 20,2<br />

CBTU Maceió 5.598 106 10.423 236 86,2 121,7 339 881 160,2<br />

Metrô DF 125.149 3.004 131.599 3.422 5,2 13,9 12.169 11.763 (3,3)<br />

VLT do Cariri 0 0 1.313 29 - - 0 113 -<br />

Metrô <strong>de</strong> Salvador 82.808 1.825 293.140 7.318 254,0 301,1 7.269 26.688 267,2<br />

VLT da Baixada Santista 18.700 470 23.373 572 25,0 21,6 1.444 2.152 49,0<br />

VLT <strong>de</strong> Sobral 380 7 4.403 105 1.058,7 1.348,3 35 381 1.003,0<br />

VLT Carioca 30.000 769 62.000 1.383 106,7 79,8 3.022 5.374 77,8<br />

Bon<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Santa Teresa 594 11 760 21 27,9 96,5 70 94 34,3<br />

Metrô <strong>de</strong> Teresina 6.500 117 6.150 135 (5,4) 15,6 529 501 (5,4)<br />

Total 9.904.275 219.678 10.510.714 254.286 6,1 15,8 906.014 957.970 5,7<br />

Fonte: Operadoras.


artigo<br />

20 anos <strong>de</strong><br />

concessão<br />

metroferroviária<br />

no Brasil<br />

JOUBERT FLORES,<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Associação Nacional dos Transportadores <strong>de</strong> Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos)<br />

Com o advento da <strong>de</strong>scentralização dos serviços<br />

públicos, a partir <strong>de</strong> 1997 surgiram as primeiras<br />

concessões e com elas a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pensar tais serviços não apenas com a ótica<br />

<strong>de</strong> política pública, mas com componentes <strong>de</strong> mercado,<br />

agregando uma visão <strong>de</strong> negócio que pu<strong>de</strong>sse levar em<br />

consi<strong>de</strong>ração fatores políticos, técnicos e econômicos, que<br />

privilegiassem a eficiência.<br />

A primeira concessão metroferroviária do Brasil completou<br />

20 anos. Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1997, na Bolsa <strong>de</strong> Valores<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro, o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro conce<strong>de</strong>u<br />

o direito <strong>de</strong> explorar o serviço metroviário da capital<br />

fluminense, mas foi em abril <strong>de</strong> 1998 que o MetrôRio assumiu<br />

a operação, manutenção e administração das linhas<br />

1 e 2 do sistema <strong>de</strong> metrô do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Des<strong>de</strong> a sua inauguração, o metrô carioca passou por<br />

uma gran<strong>de</strong> evolução. Ele foi inaugurado com 4,3 km <strong>de</strong><br />

vias e transportando 500 mil passageiros ao ano. Hoje, o<br />

sistema conta com 54,4 km <strong>de</strong> linhas, que são responsáveis<br />

pela condução <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 274 milhões <strong>de</strong> passageiros<br />

por ano.<br />

O transporte <strong>de</strong> passageiros sobre trilhos, por se tratar<br />

do modal <strong>de</strong> alta capacida<strong>de</strong>, é o garantidor da estruturação<br />

da mobilida<strong>de</strong> urbana. Durante muito tempo este setor<br />

foi tratado apenas sob a ótica <strong>de</strong> obrigação do estado e<br />

motivador <strong>de</strong> dispêndio, seja através do investimento nas<br />

expansões ou do subsídio governamental para custear a<br />

operação. Entretanto, sob essa nova ótica, o setor vem<br />

se renovando ao <strong>de</strong>senvolver mo<strong>de</strong>lagens negociais que<br />

proporcionam a redução da <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> investimento<br />

público, liberando recursos para setores como educação,<br />

saú<strong>de</strong> e segurança, ao mesmo tempo que estimulam o investimento<br />

privado e a continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetos para o<br />

80<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Maio</strong>/<strong>Junho</strong> DE <strong>2018</strong><br />

atendimento da mobilida<strong>de</strong> do cidadão.<br />

Só para se ter uma i<strong>de</strong>ia, antes da concessão do metrô,<br />

o governo do Rio <strong>de</strong> Janeiro precisava aportar cerca <strong>de</strong><br />

US$100 milhões anuais para a garantia da operação do<br />

sistema. Com a sua concessão, em 1997, o governo estadual<br />

<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> aportar tais recursos. Além da economia, a<br />

prorrogação da concessão em 2007, resultou em R$ 1,15<br />

bilhão em investimentos da operadora em ativos como<br />

trens e estações que passaram a pertencer à socieda<strong>de</strong>.<br />

Des<strong>de</strong> a primeira concessão <strong>de</strong> transporte urbano <strong>de</strong><br />

passageiros sobre trilhos no Brasil, em 1997, já são sete<br />

sistemas operados pela iniciativa privada, que somam<br />

335,7 quilômetros <strong>de</strong> linhas e 206 estações, representando<br />

cerca <strong>de</strong> 33% das operações no país. E a expectativa da<br />

ANPTrilhos é <strong>de</strong> que até 2020 se somem a esse hall pelo<br />

menos mais seis novos sistemas metroferroviários em regime<br />

<strong>de</strong> concessão.<br />

A ANPTrilhos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o investimento para o avanço<br />

das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte sobre trilhos, seja ele público ou<br />

privado. É necessário que o po<strong>de</strong>r público planeje e estabeleça<br />

priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimentos, avaliando o dimensionamento<br />

da sua capacida<strong>de</strong> financeira, pessoal e institucional<br />

para realizar o conjunto <strong>de</strong> estudos e projetos,<br />

e busque o apoio da iniciativa privada para elaboração,<br />

implantação e operação dos mesmos, com sua tradicional<br />

agilida<strong>de</strong> e eficiência.<br />

O importante é que os projetos levem em conta as necessida<strong>de</strong>s<br />

quanto à otimização <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, atendimento a<strong>de</strong>quado<br />

à <strong>de</strong>manda dos corredores e à integração física e tarifária<br />

entre os modais, garantindo que não sofram solução <strong>de</strong><br />

continuida<strong>de</strong> e sejam administrados <strong>de</strong> forma eficiente para<br />

cumprimento <strong>de</strong> prazos e custos planejados das obras, o início<br />

da operação e a qualida<strong>de</strong> da mobilida<strong>de</strong> do cidadão.


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foto do mês<br />

Duas locomotivas mo<strong>de</strong>lo Traxx<br />

MS2, da Bombardier, <strong>de</strong>sembarcaram<br />

na República Tcheca em abril,<br />

para operar nos trechos Praga–<br />

Ostrava (República Tcheca)–Kosice<br />

(Eslováquia); Praga–Brno–Breclav<br />

(República Tcheca); e Bratislava<br />

(capital da Eslováquia)–Viena<br />

(capital da Áustria). A operadora <strong>de</strong><br />

trens interurbanos <strong>de</strong> longa distância<br />

é a RegioJet, que no primeiro<br />

trimestre <strong>de</strong>sse ano transportou 1,25<br />

milhão <strong>de</strong> passageiros.<br />

Foto: Divulgação/RegioJet

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