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Olimpicamente #5

Publicação mensal do Comité Olímpico Caboverdeiano

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Comité Olímpico<br />

Cabo-verdiano<br />

OLIMPICAMENTE<br />

www.coc.cv<br />

MAIO 2018<br />

#005<br />

PROGRAMA 2.2<br />

E afinal o que é isto de Programa dois ponto dois?<br />

Trata-se de mudar os paradigmas.<br />

Acções multidisciplinares de apoio à preparação dos atletas.<br />

Acompanhamento físico e psicológico. Prevenção de lesões.<br />

Cuidados com a nutrição.Algo que é completa novidade.<br />

E que coloca a exigência a outro nível.<br />

Um “upgrade”. Criar novas bases para um rendimento superior.<br />

Uma parceria do Comité Olímpico com a Academia Efit.<br />

MEMOS<br />

Vieram das cinco partidas do mundo.<br />

O Mestrado Executivo em Gestão Desportiva.<br />

Capacitar agentes. Dar-lhes competências.<br />

No âmbito do programa mundial, International<br />

Executive Training Courses em Sport Management,<br />

com o apoio da Solidariedade Olímpica.<br />

Durante uma semana, a ilha de Santiago acolheu<br />

gestores desportivos, atletas olímpicos e dirigentes<br />

de países luso-hispânicos.<br />

FUTBOLNET<br />

Cabo Verde já tem a primeira selecção.<br />

Saiu da EFAT.<br />

A Escola de Futebol da Achada Grande Trás<br />

Na cerimónia da apresentação da equipa, o “pontapé de saída”<br />

foi dado a três. O Comité Olímpico, a Embaixada dos<br />

Estados Unidos e a Associação Bons Amigos, que<br />

na Cidade da Praia presta cuidados aos animais domésticos.<br />

Tendo o futebol como matriz, o FutbolNet<br />

é uma metodologia de intervenção social.<br />

BASQUETEBOL, um estilo de vida.<br />

Há muito que Fidel Mendonça sabe o que quer.<br />

Desde criança, olhando para os mais velhos.<br />

Hoje, continua a querer o mesmo. Para as crianças do seu bairro.<br />

Tirar os “putos” da rua, e ensinar-lhes o gosto pelo jogo.<br />

Em Lém Ferreira, onde afinal tudo começou.<br />

Para um futuro pintado com cores mais alegres.<br />

Está certificado para o fazer, com o apoio do Comité Olímpico e no âmbito<br />

de um programa patrocinado pela Solidariedade Olímpica.


2<br />

Maio 2018<br />

ACTIVISTA do DESPORTO<br />

Por Isaura Maocha<br />

Foto arquivo pessoal<br />

Isaura Maocha tem-se<br />

revelado uma “activista”<br />

do olimpismo.<br />

Uma intensa “praticante”<br />

do movimento olímpico.<br />

Recém fundadora do Clube<br />

Olímpico de Porto Novo,<br />

da qual é presidente.<br />

Convidámos esta<br />

santantonense de gema a<br />

contar-nos a “sua” ligação<br />

ao desporto.<br />

Aos onze anos, através da<br />

educação física na escola,<br />

comecei a gostar e a interessar-me<br />

pelo desporto. Enquanto<br />

os meus colegas (miúdas e rapazes),<br />

reclamavam muito dos<br />

exercícios propostos pelo professor,<br />

como correr um campo<br />

de futebol (ainda por cima, de<br />

terra batida), eu adorava, cada<br />

vez que avançava para a meta,<br />

ou ao fim do número de voltas<br />

definidas pelo professor.<br />

Com essas aulas, surgiram as<br />

diferentes modalidades: atletismo,<br />

andebol, ginástica, basket<br />

(não gostei à primeira, por ser<br />

baixinha), vólei, etc.<br />

Havia uma equipa de andebol,<br />

liderada por um dos professores<br />

de educação física,<br />

o nosso querido ”Necas. “ Um<br />

dia ele me convidou para frequentar<br />

os treinos. A “Lucy”,<br />

uma amiga que já pertencia ao<br />

grupo, também deu um “empurrãozinho”.<br />

Aos poucos o andebol<br />

passou a ser a minha primeira<br />

paixão. No início quase nunca<br />

jogava, mas não faltava a um<br />

único treino. Se não estou em<br />

erro, era a mais nova ou uma<br />

das mais novas do grupo.<br />

Não desisti, sempre gostei da<br />

adrenalina que arrebatava o<br />

meu corpo durante os treinos.<br />

Com o tempo, conheci outros<br />

treinadores e dinamizadores da<br />

modalidade. Eis alguns nomes<br />

que registarei para sempre, como<br />

exemplos de dinamismo e<br />

amantes do desporto; Renato<br />

Tavares (Nhô rei) como é conhecido,<br />

e Abílio Gomes,<br />

“Cuba”, para os amigos.<br />

Terminei o 12º ano, continuei os<br />

estudos em Assomada, Santa<br />

Catarina.<br />

A primeira coisa que fiz foi<br />

perguntar se havia equipas a<br />

treinar andebol. E lá fui eu, tentar<br />

uma vaga na equipa local.<br />

Nessa altura, comecei a desenvolver<br />

interesse por novas<br />

modalidades. A capoeira e o<br />

karaté. Pela incompatibilidade<br />

de horários, não consegui entrar<br />

em nenhuma delas.<br />

Quando voltei a Santo Antão,<br />

incentivei pessoas, inclusive as<br />

minhas amigas mais “preguiçosas”,<br />

a praticar alguma modalidade<br />

ou mesmo a fazer<br />

exercício físico.<br />

Uma dessas amigas, a “Paty”,<br />

lembro-me bem... depois de<br />

tanto a chatear, ela aceitou o<br />

meu convite ou “ultimato” para<br />

ir comigo aos treinos.<br />

Ouvi falar de uma escola de<br />

Karaté. Corri para me informar e<br />

matricular, no Shotogyna karaté<br />

Club, com o sensei<br />

Nelson Lima. Passei a frequentar<br />

o karaté e a jogar o<br />

campeonato de andebol, sem<br />

nunca faltar a um treino.<br />

Progredi no karatè, e estagnei<br />

no andebol.<br />

Em 2011 fundamos a Assciação<br />

de karaté de Santo Antão onde<br />

fui tesoureira.<br />

E assim foi até 2014.<br />

Apareceu a maternidade.<br />

Já fazia parte dos meus planos,<br />

mas antecipou-se, e tive


Maio 2018<br />

3<br />

que fazer uma pausa na prática<br />

desportiva.<br />

O meu então namorado e companheiro,<br />

que também era carateca<br />

no Fogo, Gilson Correia,<br />

veio para Santo Antão, e abrimos<br />

uma academia para crianças<br />

e adolescentes.<br />

Hoje trabalhamos a prática do<br />

karaté, mas também da ginástica.<br />

Para todos. Fomentamos o<br />

equilíbrio da mente e do corpo.<br />

Se houvesse o engajamento de<br />

vários parceiros, poderíamos<br />

ter um projeto puramente social.<br />

Como ainda não conseguimos,<br />

fazemos somente uma parte,<br />

com crianças e adolescentes<br />

de famílias carenciadas.<br />

Em novembro passado participei<br />

numa formação ministrada<br />

pelo COC.<br />

O tema era, “Organização de<br />

Eventos Desportivos”, com diversos<br />

módulos, como o olimpismo,<br />

ética e valores desportivos,<br />

liderança e empoderamento da<br />

mulher, igualdade e equidade<br />

de género, marketing, entre<br />

outros.<br />

Nessa formação conheci pessoas<br />

muito interessantes, entre<br />

as quais a minha colega Heidi<br />

e a coordenadora e formadora<br />

Ivete Rosa, uma lutadora,<br />

exemplo de dinamismo e liderança.<br />

A cada tema, me sentia inflamada<br />

pelo sentimento de que<br />

o desporto pode mudar as pessoas,<br />

ou melhor, renovar comportamentos<br />

e hábitos.<br />

Eu e a Heidi, voltamos à Praia<br />

em janeiro último, para nova formação.<br />

Desta vez “Administração<br />

desportiva”. Para além dos temas<br />

que mencionei anteriormente...<br />

uma nova dinâmica.<br />

O desenvolvimento ambiental<br />

no desporto (gostei muito), as<br />

técnicas de facilitação (adorei),<br />

o financiamento no desporto, a<br />

criação dos clubes olímpicos, e<br />

a OVEP.<br />

A troca de experiências, de<br />

expectativas, de sonhos, e a a-<br />

mizade que ali nasceu, não têm<br />

preço. No regresso, trouxemos<br />

a tarefa e o compromisso de<br />

transmitir conhecimentos e “ferramentas”,<br />

e também a missão<br />

de criarmos o Clube Olímpico de<br />

Porto Novo. Nesse sentido fui<br />

escolhida para liderar o COPN.<br />

Com os meus colegas sócios e<br />

fundadores, tenho a missão de<br />

divulgar os valores olímpicos,<br />

fazendo algo em prol de uma<br />

sociedade mais justa, e mais<br />

fraterna.<br />

É um projecto muito gratificante.<br />

Sinto que estou em algo<br />

a que pertenço. Faço o que<br />

faço através do desporto, tendo<br />

a certeza do bem que podemos<br />

alcançar.<br />

Alicerço a minha base nos valores<br />

e pilares olímpicos. Tem<br />

sido muito importante para a<br />

minha construção como ser<br />

humano.<br />

Hoje estou na Associação de<br />

andebol, no cargo de presidente<br />

do conselho de disciplina, na<br />

de karaté como tesoureiro,<br />

como gerente e professora na<br />

Academia Lucas, e presidente do<br />

Clube Olímpico de Porto Novo.<br />

Sou mãe, e sou professora de<br />

profissão.<br />

Acredito que FORMAR é o único<br />

jeito de DAR FORMA À MUDANÇA!<br />

OBRIGADA!<br />

SAUDAÇÕES OLÍMPICAS<br />

Foto arquivo pessoal


4<br />

Maio 2018<br />

Fidel Mendonça em Lém Ferreira<br />

“Basquetebol, um estilo de Vida”<br />

Foto Sul<br />

Foto SUL<br />

2º módulo curso international Coaching Enrichment Certificate Program, ICECP. Trata-se de reunir<br />

competências pessoais na área da formação e do ensino do basquetebol.<br />

E foi após esta frequência em Lausanne na Suiça, que Fidel Mendonça vem desenvolvendo em<br />

Cabo Verde, um programa a que chama...<br />

… “Basquetebol, um estilo de Vida”.<br />

Com o apoio do Comité Olímpico e no âmbito da Solidariedade Olímpica,<br />

Fidel Mendonça, aposta na descoberta de novos talentos, e no incentivo às crianças para a prática<br />

do basquetebol. O internacional cabo-verdiano quer levar o projecto a todas as ilhas, incluindo a<br />

maior. A diáspora. E começar a preparar um novo percurso no desporto que ama.<br />

O de treinador.<br />

Quase a “bater” nos trinta e quatro anos, o basquetebolista que tem actuado ao serviço do Bairro,<br />

quer dar um novo rumo à sua carreira.<br />

Continuando a jogar, e ao mesmo tempo pondo em prática, todas as competências e conhecimentos<br />

adquiridos, tirando miúdos e graúdos das ruas, dando-lhes espaço na “quadra” de<br />

basquetebol.<br />

Em Lém Ferreira, precisamente como aconteceu na infância de Fidel Mendonça.<br />

-” ...comecei exactamente aqui... do nada... vendo os mais velhos a jogar...”<br />

Praticou futebol... claro... todos os miúdos o fazem... andebol no liceu..., mas foi o basquetebol<br />

que o “levou à certa”.<br />

Jogou no “Lemfer” até aos seniores.


Maio 2018<br />

5<br />

Foto Sul<br />

Foto SUL<br />

Nesse tempo “ganhávamos tudo”- orgulha-se<br />

Fidel. Depois “passou-se”.<br />

Primeiro o Sporting, depois o ABC.<br />

Depois, já se sabe. O sonho. O<br />

querer ser profissional. Jogar no estrangeiro.<br />

Esteve quase uma década em Portugal.<br />

Ao serviço do “mítico” Sport<br />

Algés e Dafundo.<br />

E define a experiência como<br />

“fantástica”. Como jogador, e dando<br />

os primeiros passos como treinador.<br />

Acautelando o futuro. E é tudo isto,<br />

conhecimentos, competências, paixão<br />

pelo basquetebol, uma vontade<br />

enorme de fazer algo pelo seu país,<br />

que colocam Fidel Mendonça no<br />

caminho de um desafio diário.<br />

Lém Ferreira é, como tantos bairros<br />

na capital, lugar de muitas carências,<br />

é necessário criar dinâmicas para<br />

melhores perspectivas.<br />

Cabo Verde Europeu<br />

Edy Tavares venceu a Euro Liga<br />

de Basquetebol.<br />

O “poste” natural da ilha do Maio<br />

estreou-se numa final europeia ao<br />

serviço do Real Madrid que bateu<br />

o Fenerbahce da Turquia por<br />

85-80, conquistando o troféu pela<br />

décima vez.<br />

É o culminar de uma excelente<br />

época para o basquetebolista<br />

cabo-verdiano, que se transferiu<br />

para os madrilenos, após uma<br />

difícil adaptação à NBA, onde<br />

começou na sequência de um<br />

segundo “draft” em 2014 pelos<br />

Atlanta Hawks. Passou ainda<br />

pelos canadianos Raptors 905 e<br />

pelos Cavaliers de Cleveland.<br />

Walter Tavares conhecido por Edy<br />

nasceu a 22 de março de 1992,<br />

mede 2.20m e pesa 120kg.<br />

O pivô/poste auferia em 2016 um<br />

salário de aproximadamente 1<br />

milhão de dólares.<br />

Foto realmadrid.com


6<br />

Maio 2018<br />

Gestão Desportiva<br />

MEMOS em espanhol<br />

Cabo Verde acolheu o segundo módulo do<br />

Mestrado Executivo em Gestão de Organizações<br />

Desportivas (MEMOS), em espanhol, no âmbito<br />

do programa mundial, International Executive<br />

Training Courses em Sport Management, que<br />

conta com o apoio da Solidariedade Olímpica.<br />

O primeiro módulo deste mestrado teve lugar em<br />

Espanha e o nosso país escolhido para sediar<br />

o segundo, que trouxe ao arquipélago agentes<br />

do desporto de todo o mundo. Nomeadamente<br />

representantes de países onde o espanhol e o<br />

português, são línguas – mãe.<br />

Dirigentes como Filomena Fortes, Rodrigo Berjarano,<br />

Fernando Pinto, Sabino Correia e Emanuel<br />

Charles de Oliveira, também passaram por formações<br />

semelhantes, através do Comité Olímpico<br />

Cabo-verdiano.<br />

O Mestrado Executivo em Gestão Desportiva tem<br />

como objetivo capacitar agentes para a gestão<br />

de organizações desportivas ao mais alto nível<br />

e está disponível nas línguas inglesa, francesa<br />

e espanhola.<br />

A organização deste Mestrado em Cabo Verde é<br />

uma experiência bem-sucedida, revela-se como<br />

um “ganho” para o nosso país, e acrescenta mais<br />

uns “pós” ao reconhecimento das competências<br />

em organização de eventos neste sector. Toda a<br />

logística ficou a cargo do Comité Olímpico<br />

Cabo-verdiano, e foi revelador perceber junto dos<br />

participantes, a satisfação por “estarem a viver<br />

este momento”.<br />

Luís Lopez Leiro, Gestor Desportivo; “Cabo Verde é<br />

um excelente destino, com muito potencial para<br />

organizar eventos desportivos, tendo em conta a<br />

sustentabilidade, o meio-ambiente, e as pessoas<br />

que cá vivem. “<br />

Baltazar Medina presidente do Comité Olímpico da<br />

Colômbia; “ Este MEMOS em Cabo Verde é uma<br />

óptima oportunidade que todos temos, para nos<br />

actualizarmos e ganharmos outras competências.<br />

Foi muito bom estar aqui.<br />

Sergiu Oleinic, atleta olímpico luso-moldavo; “o<br />

desporto é um factor de integração. Graças à<br />

sua prática, foi muito mais rápido “tornar-me”<br />

português. A minha tese de mestrado é sobre os<br />

Foto SUL


Maio 2018<br />

7<br />

centros de alto rendimento... o estar aqui enriquece-me.<br />

“<br />

Soraya de Carvalho, atleta olímpica do Brasil; “o<br />

desporto sempre foi a minha paixão. Primeiro como<br />

ginasta... ainda fui treinadora, mas hoje dedico<br />

grande parte da minha vida à gestão desportiva.<br />

Não tinha como não estar aqui. “<br />

Filipe Boa de Jesus, Comité Olímpico de Portugal;<br />

“para além da qualidade dos professores espanhóis<br />

presentes, este inter-câmbio com países da<br />

América Latina, e o seu conhecimento em organização<br />

desportiva, são super enriquecedores. “<br />

Désirée Rivas, Comité Olímpico da Venezuela; “ uma<br />

venezuelana está em Cabo Verde para aprender.<br />

A cultura do país, e claro, “beber” conhecimentos<br />

que os demais participantes trazem. Tanto no<br />

aspecto desportivo como no social. É uma das<br />

minhas preocupações. “<br />

Neste MEMOS, Cabo Verde integrou Glenda<br />

Aguilar que é a sexta cabo-verdiana a usufruir<br />

deste programa. Como se sabe, a treinadora de<br />

atletismo tem raízes em Honduras, um país da<br />

América Central que tem o espanhol como língua<br />

oficial, o que como é óbvio tornou os contactos<br />

ainda mais profícuos.<br />

Foto Sul<br />

Manuel Pastrana no COC<br />

O nome de Manuel Pastrana diz pouco, ou mesmo<br />

nada aos cabo-verdianos.<br />

Legitimamente.<br />

Em Espanha, uma potência no desporto mundial,<br />

é conhecido como uma das entidades máximas<br />

do organigrama administrativo do Comité Olímpico<br />

Espanhol.<br />

Na qualidade de Director de Tecnologias de<br />

Informação, Pastrana que na Praia participou no<br />

Módulo 2 do MEMOS em Espanhol, prontificou-se<br />

a prestar uma sessão de esclarecimento<br />

às federações nacionais sobre formação online<br />

de agentes desportivos.<br />

Uma excelente oportunidade para fomentar a<br />

utilização de novas ferramentas visando a redução<br />

de custos de organização das acções de<br />

formação.<br />

Trata-se de uma parceria entre os dois comité<br />

olímpicos. O de Espanha e o Cabo-verdiano.<br />

Foto SUL


8<br />

Maio 2018<br />

”Diário” de uma viagem a Moçambique<br />

Por Ivete Rosa<br />

Foto Ivete Rosa<br />

Não parece, mas torna-se longa a viagem que<br />

liga a Cidade da Praia a Maputo.<br />

Afinal, as capitais de Cabo Verde e de Moçambique<br />

estão em lados opostos do ponto de vista<br />

da geografia africana.<br />

Há todo um enorme continente para atravessar.<br />

Uma vez chegados, eu e Léo Moreau, percebemos<br />

de imediato a “caloricidade” e simpatia das gentes<br />

moçambicanas. Existe de facto, muito calor<br />

humano por estas bandas.<br />

E este foi, sem dúvida, um dos pontos que importa<br />

destacar nesta experiência.<br />

Moçambique é um país enorme, extenso... impossível<br />

de conhecer em tão pouco tempo.<br />

O contacto com professores, monitores, e toda<br />

a imensa juventude participante no projecto que<br />

nos levou até lá, deu-nos uma ideia da dimensão<br />

do território.<br />

Uma partilha de conhecimento, e a possibilidade<br />

de poder mostrar o que por cá fizemos no âmbito<br />

dos conceitos Verde Olympics e M-Olympics, e os<br />

passos que damos com a criação e implementação<br />

dos Clubes Olímpicos.<br />

É uma realidade bem diferente, que se nota na<br />

alimentação, nos hábitos, no quotidiano.<br />

Este projecto foi levado a cabo pela Associação<br />

do Gestores da Cidade de Maputo, também conhecida<br />

pelo nome de OKHALIHA, que em<br />

Emakwa, uma das muitas línguas faladas em<br />

Moçambique, significa “realizar e cuidar”.<br />

A associação foi fundada em 2009, tendo como<br />

Foto Ivete Rosa


Maio 2018<br />

9<br />

Foto Ivete Rosa<br />

objectivo primeiro cuidar do bem desportivo,<br />

criando condições para garantir a qualidade competitiva<br />

e segurança nos recintos desportivos.<br />

Por estes dias, o evento teve como parceiros, o<br />

Comité Olímpico de Moçambique, a Solidariedade<br />

Olímpica e a SportImpact, uma empresa<br />

social que tem por missão promover o desenvolvimento<br />

humano através do desporto.<br />

No fundo, uma das metas do Movimento Olímpico.<br />

Neste contexto fomos convidados a ministrar uma<br />

formação em “Organização de eventos desportivos<br />

e facilitação de workshop “.<br />

Destinada a monitores desportivos, professores<br />

de educação física e de outras disciplinas, oriundos<br />

de diferentes bairros da cidade de Maputo.<br />

Durante duas semanas foram criadas secções<br />

de debates teóricos / prática com vários temas,<br />

que passaram pela liderança, planos de acção,<br />

marketing e promoção, gestão de recursos humanos,<br />

gestão de recursos materiais, preparação<br />

de propostas e formação de clubes.<br />

Na componente prática os formandos tiveram a<br />

oportunidade de construir alguns equipamentos<br />

desportivos através de processos de reciclagem<br />

de materiais, com o propósito de mostrar que é<br />

possível fazer do lixo algo útil, e acabar com as<br />

desculpas de “não fazer desporto porque não há<br />

equipamento”.<br />

O enfoque do evento “Desporto para a Vida”, foi<br />

a realização de actividades recreativas e educativas<br />

com recurso a materiais recicláveis no<br />

contexto da filosofia” zero dólares”. Estiveram<br />

presentes mais de 600 crianças da capital de<br />

Moçambique.<br />

No final da formação recebi um envelope com<br />

mensagens de todos os formandos, mensagens<br />

de carinho e de motivação que irei guardar comigo<br />

para sempre.<br />

Entre todas elas escolho esta para partilhar com<br />

vocês.<br />

“Obrigado por todo o conhecimento transmitido,<br />

me fizeste voltar a retomar valores como pontualidade,<br />

responsabilidade e acreditar que se<br />

queremos algo é possível sim, e acabar com<br />

desculpas. O desporto junta povos! Sentirei muitas<br />

saudades suas, foste especial para mim, espero<br />

ver-te um dia novamente boa viagem.”<br />

Valeu bem a pena.<br />

Foto Ivete Rosa


10<br />

Maio 2018<br />

EFAT Escola Futebol Achada Grande Trás<br />

O FutbolNet de Cabo Verde na Gâmbia, de 21 a 22 de Julho.<br />

Foto COC<br />

Ainda mal começou a andar, e já tem uma selecção que o representa. Em Cabo Verde, o FutbolNet<br />

cresce a um ritmo imprevisível, de tal forma se realizou um torneio ao nível dos Clubes Olímpicos, apurou-se<br />

uma equipa vencedora, e em julho esta adaptação do futebol estará representada na Gâmbia.<br />

A equipa sairá da Escola de Futebol da Achada Grande Trás, e o FutbolNet é uma metodologia de<br />

intervenção social, que tendo o futebol como base, desenvolve-se na matriz do respeito, da amizade,<br />

do “fair-play”, do jogo limpo.<br />

Um conceito desenvolvido pela Fundação do Futbol Clube de Barcelona, e que em parceria com a<br />

Fundação Olympafrica, está a ser implementado em vários países do continente africano.<br />

As equipas de FutbolNet são mistas, promovendo a inclusão e a igualdade.<br />

E as regras do jogo estipuladas pelas próprias crianças, que no final de cada evento, se auto-avaliam<br />

e determinam os vencedores.<br />

Na apresentação da equipa da EFAT, o Comité Olímpico teve como parceiros empenhados, a<br />

Embaixada dos Estados Unidos e a Associação Bons Amigos, que assume na Cidade da Praia um<br />

papel fundamental na prestação de cuidados aos animais domésticos.<br />

Desporto e desenvolvimento social.<br />

Foto COC


Maio 2018<br />

11<br />

Dois ponto Dois<br />

Avaliação de atletas<br />

Programa multidisciplinar de apoio.<br />

Uma parceria do Comité Olímpico<br />

com a Academia Efit, e que tem o-<br />

bjectivos muito claros. Para que as<br />

federações possam desenvolver<br />

um “upgrade” na preparação dos<br />

seus atletas.<br />

Com vista aos eventos desportivos<br />

internacionais em que Cabo Verde<br />

está envolvido nos meses que se<br />

seguem.<br />

Na prática, têm faltado acções<br />

de acompanhamento físico e psicológico<br />

dos atletas, planos de prevenção<br />

de lesões, cuidados com a<br />

nutrição... enfim... um conjunto de<br />

incidências que devem estar presentes<br />

no quotidiano dos desportistas.<br />

Sobretudo quando estamos perante<br />

um quadro de rendimento em<br />

competição.<br />

E é aqui que entra o Programa 2.2<br />

Primeiro há que perceber que tipo<br />

de trabalho se desenvolve.<br />

De seguida, a avaliação corporal<br />

de cada atleta, e a realização de<br />

testes físicos.<br />

A força e a resistência. E aqui há algumas<br />

arestas por limar. Na maior<br />

parte dos casos, os atletas não exercitam<br />

a força.<br />

Não estão habituados a exercícios<br />

de musculação. Há que introduzir<br />

algumas mudanças.<br />

Tudo passa por criar novos paradigmas.<br />

Preparar, preparar.<br />

Criar uma boa base.<br />

Para se ser um atleta de topo, é<br />

fundamental este tipo de trabalho.<br />

Foto Sul


OLIMPICAMENTE<br />

www.coc.cv<br />

Publicação mensal. Propriedade do Comité Olímpico Caboverdiano.<br />

Todos os direitos reservados.<br />

ACNOA no Sal<br />

Cabo Verde tem todas as condições para organizar com sucesso os Jogos Africanos de Praia.<br />

Quem o diz, são os representantes da ACNOA, Associação dos Comités<br />

Nacionais Africanos, que visitaram Santa Maria no Sal.<br />

O são-tomense João Costa Alegre, vice-presidente da ACNOA, gostou do que viu, do que lhe<br />

foi explicado, e do nível de preparação do evento.<br />

Durante o encontro a delegação do COJAP, comité organizador dos jogos, chefiada pela presidente<br />

Filomena Fortes, e pelo director executivo Yann Craven, mostraram o que foi aprovado<br />

como imagem, e como marca da competição.<br />

Foto COC<br />

O Logotipo e a Mascote serão divulgados publicamente durante o mês de Junho, quando decorrer<br />

o evento “One Year to Go”.<br />

Para aguçar a curiosidade dos nossos leitores, e de todos os adeptos do desporto no nosso<br />

país, o “<strong>Olimpicamente</strong>”, desvenda pequenos detalhes.<br />

Não é despiciendo insistir na ideia, já tantas vezes destacada, quer por Filomena Fortes quer<br />

pelo próprio ministro Fernando Elísio Freire, da máxima importância de que se reveste uma<br />

organização de excelência para o desporto em Cabo Verde.<br />

#SAL2019<br />

COMITÉ OLÍMPICO<br />

CABO-VERDIANO<br />

Presidente<br />

Filomena Fortes<br />

Secretário-Executivo<br />

Leonardo Cunha<br />

Secretário-Geral<br />

Nelson Jesus<br />

Travessa Pierre de Coubertin, Nº1<br />

ASA Praia - Santiago<br />

Foto Sul

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