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e seu <strong>Reino</strong>, a vinda de Cristo na carne, em virtude <strong>do</strong> que nós<br />
podemos vivenciar a vida <strong>do</strong> <strong>Reino</strong> aqui e agora. Da mesma forma<br />
que há <strong>do</strong>is adventos de Cristo, um na carne, que chamamos encarnação,<br />
e outro em glória, que chamamos parúsia ou segun<strong>do</strong> advento;<br />
também há duas manifestações <strong>do</strong> <strong>Reino</strong> de Deus: uma em<br />
poder e glória quan<strong>do</strong> Cristo voltar, e uma presente agora, porque<br />
o Filho de Deus já apareceu entre os homens. Neste capítulo, estamos<br />
interessa<strong>do</strong>s em verificar o que o Novo Testamento nos diz<br />
sobre o aspecto futuro de seu reina<strong>do</strong>; mas em to<strong>do</strong> o resto <strong>do</strong> livro<br />
nos dedicaremos ao aspecto presente <strong>do</strong> <strong>Reino</strong> de Deus naquilo que<br />
tem que ver com a experiência presente.<br />
A fim de entender esse tema e apreciar como o <strong>Reino</strong> de Deus<br />
pode ser tanto futuro como presente, precisamos projetar essa verdade<br />
contra o pano de fun<strong>do</strong> de outro ensino bíblico, enfatiza<strong>do</strong><br />
com pouca freqüência e que talvez, para alguns, pareça uma idéia<br />
bastante nova. Na linguagem cristã popular, nós, com freqüência,<br />
contrastamos a vida presente com a futura com o uso das palavras<br />
terra e céu. Aqui na terra, vivemos nossa vida no corpo, mas a salvação<br />
futura será consumada no céu. Uma abordagem mais filosófica<br />
contrasta o tempo e a eternidade como se representassem <strong>do</strong>is<br />
mo<strong>do</strong>s diferentes de existência. Nossa vida presente é vivida “no<br />
tempo” enquanto a ordem futura será “além <strong>do</strong> tempo”, na eternidade.<br />
Esse conceito reflete-se em nossa linguagem religiosa popular<br />
religiosa no cântico:<br />
Quan<strong>do</strong> a trombeta <strong>do</strong> Senhor soar, e o tempo não mais existir,<br />
Quan<strong>do</strong> a manhã raiar eterna, reluzente e bela...<br />
Uma das mais brilhantes discussões recentes na teologia bíblica<br />
é a de Oscar Cullmann em que demonstra com êxito que esses<br />
conceitos são estranhos à visão bíblica. Seu livro, Christ and Time<br />
[Cristo e o tempo],1 mostra que a cosmovisão bíblica envolve um<br />
conceito linear, e que a “eternidade”, como pertencente à história<br />
da redenção, é simplesmente tempo sem-fim. Esse fato fica obscuro<br />
em algumas versões da Bíblia que traduzem erra<strong>do</strong> a palavra e