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Revista LiteraLivre 9ª edição

9ª Edição da Revista LiteraLivre, uma revista virtual e ecológica, criada para unir autores que escrevem em Língua Portuguesa em todo o mundo. 9nd Edition of LiteraLivre Magazine, a virtual and ecological magazine, created to bring together authors who write in Portuguese throughout the world. Http://cultissimo.wixsite.com/revistaliteralivre/comoparticipar

9ª Edição da Revista LiteraLivre, uma revista virtual e ecológica, criada para unir autores que escrevem em Língua Portuguesa em todo o mundo. 9nd Edition of LiteraLivre Magazine, a virtual and ecological magazine, created to bring together authors who write in Portuguese throughout the world. Http://cultissimo.wixsite.com/revistaliteralivre/comoparticipar

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<strong>LiteraLivre</strong> nº 9 – Maio/Jun de 2018<br />

Emilai<br />

João Marcelo Rocha<br />

Candeias/BA<br />

Margarida, Maria, Emília e Rita eram quatro flores que habitavam o jardim<br />

de São João, próximo à fonte D’ávila, no lugar mais próximo do paraíso que a<br />

Terra já viu. Um canto lindo de se ver e de se estar. Lá o céu era azul cor de mar,<br />

quase isento de nuvens. O sol era amarelo ouro e coloria todo o ambiente. E o<br />

vento era calmo e refrescante, como um banho de piscina no domingo de tarde.<br />

O cenário ideal para a paz e a alegria imperarem.<br />

Apesar de toda a maravilha que perto delas havia, as quatro flores<br />

entendiam que algo faltava em suas vidas. Algo que trouxesse mais luz às suas<br />

pétalas e força às suas folhas. Algo mais brilhante que a lua e gracioso que um<br />

colibri. Foi quando Emília, a mais experiente das quatro – uma simples rosa de<br />

cor vermelha e cheiro e beleza inconfundíveis, pediu aos céus (o mesmo que as<br />

alimentava com a água e o sol) que as dessem uma companhia - alguém a quem<br />

pudessem apreciar, amar e chamar de amor.<br />

Dias depois, no fim da tarde de uma sexta-feira, um beija-flor (chamado<br />

Jorge) chegou ao jardim após beber sua água na fonte D’Ávila. Ele que era<br />

grande amigo de Margarida, aproximou-se das flores e colheu um pouco do pólen<br />

de cada uma. Foi ao chão e apanhou, com seu bico, um punhado de terra fresca.<br />

Voltou-se, então, para Rita e coletou um pouco da água da chuva que<br />

armazenava em suas pétalas. Elevou, por fim, sua fronte aos céus e, num clarão<br />

de luz, tudo o que ele havia colhido foi transformado pelo sol em um brilhante<br />

cristal azul. Ao cristal, em homenagem à Emília, foi dado o nome de Emilai. Ele<br />

foi posto sob a sombra de Maria, ao lado de Rita e Margarida, para que todo<br />

aquele que visitasse o jardim fosse por ele cativado – E nenhum coração é o<br />

mesmo depois de cativado.<br />

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