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Revista LiteraLivre 9ª edição

9ª Edição da Revista LiteraLivre, uma revista virtual e ecológica, criada para unir autores que escrevem em Língua Portuguesa em todo o mundo. 9nd Edition of LiteraLivre Magazine, a virtual and ecological magazine, created to bring together authors who write in Portuguese throughout the world. Http://cultissimo.wixsite.com/revistaliteralivre/comoparticipar

9ª Edição da Revista LiteraLivre, uma revista virtual e ecológica, criada para unir autores que escrevem em Língua Portuguesa em todo o mundo. 9nd Edition of LiteraLivre Magazine, a virtual and ecological magazine, created to bring together authors who write in Portuguese throughout the world. Http://cultissimo.wixsite.com/revistaliteralivre/comoparticipar

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<strong>LiteraLivre</strong> nº 9 – Maio/Jun de 2018<br />

Agora, mais do que nunca, todos acreditavam que ela era uma bruxa assassina<br />

de parentes.<br />

Na noite de sexta-feira, 13 de novembro de 2015, um grupo de meninos<br />

encapetados, liderados pelo mais endiabrado de todos, Bernardo, o diabo,<br />

resolveu pregar uma peça na bruxa de orelhas de elefante.<br />

Bernardo reunião seus colegas na garagem de casa e disse:<br />

- Quero ver quem é homem o bastante para entrar na casa da mulher<br />

elefante! Tem que entrar e sair com um objeto da casa da bruxa para provar o<br />

seu feito.<br />

Seus colegas entreolharam-se, mas ninguém se atreveu a aceitar o desafio.<br />

- Bando de frouxos! Eu vou entrar na casa daquela maldita e quero ver o<br />

que ela vai fazer comigo. Seu bando de covardes! Olhem e aprendam.<br />

Os moleques dirigiram-se à casa de Amélia Machado que, à noite, tinha um<br />

ar mais assombroso que nunca, todas as luzes estavam apagadas e parecia não<br />

haver ninguém morando ali dentro. Na verdade a casa parecia abandonada.<br />

Ninguém sabia ao certo se a orelhuda ainda vivia ali dentro.<br />

Bernardo, todo cheio de si, foi de mansinho adentrando na propriedade da<br />

pseudobruxa. Pulou o muro e foi andando feito um gato, até arrombar uma<br />

janela e adentrar no recinto assombroso.<br />

Apesar de toda a coragem que dizia ter, o menino não pode deixar de sentir<br />

um frio na barriga e um arrepio na nuca assim que pisou dentro da casa. Mas,<br />

agora que estava ali dentro, não tinha como voltar atrás; afinal, ele tinha uma<br />

reputação a zelar.<br />

Ele resolveu pegar um porta-retratos que estava sob uma mesinha<br />

empoeirada perto da parede da sala, mas a curiosidade falou mais alto e não<br />

resistiu à tentação de subir as escadas para ver se conseguia espiar a bruxa<br />

orelhuda. Andando calmamente, nas pontas do pé, Bernardo subiu feito um gato<br />

a escadaria, tremendo a cada degrau que percorria.<br />

Quando chegou ao quarto principal, o menino empurrou a porta de devagar<br />

e, olhando para a cama, não viu nada.<br />

- Bem, acho que aqui não tem orelhuda nenhuma. Isso tudo deve ser<br />

conversa para boi dormir, melhor eu ir embora e mostrar para aqueles frouxos<br />

que eu sou o homem de verdade do grupo. – pensou o garoto.<br />

Porém, quando estava pronto para dar meia volta e sair por onde entrou,<br />

Bernardo sentiu uma mão esquelética em seu ombro direito. Unhas enormes<br />

cravando sua carne e, sem saber o que fazer, soltou um grito tão alto, que pode<br />

ser ouvido da rua.<br />

- Então você pensa que pode entrar aqui e profanar o meu lar, pequeno<br />

peste? – disse Amélia Machado que, superando todas as expectativas do garoto,<br />

possuía orelhas tão grandes que formavam um conjunto grotesco junto à face<br />

horrível da mulher que, com aquelas orelhas gigantes, parecia ter três cabeças.<br />

O menino tremia da cabeça aos pés. Não pode deixar de sentir suas pernas<br />

quentes, devido ao líquido que escorria dentro de sua calça.<br />

Amélia Machado surtou. Todos aqueles anos de ofensas e maus tratos,<br />

juntos ao sofrimento causado por todas as mortes que vivenciou... Ela ficou<br />

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