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Eurobike magazine #18

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ISSN 2179 - 2046<br />

18<br />

9 772179 204008<br />

R$ 20,00<br />

RAZÃO | EMOÇÃO | PRAZER | DEVANEIO


C<br />

M<br />

Y<br />

CM<br />

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Caro leitor,<br />

Gostaria de usar este espaço para fazer uma homenagem especial, um agradecimento<br />

a quem dedicou cinco intensos anos à <strong>Eurobike</strong>, à frente do departamento<br />

de Marketing, Patricia Braga.<br />

Sua contribuição durante este período foi inestimável – e continuará sendo, já<br />

que ela abriu vias e as deixou pavimentadas. Obrigado, Patricia, e boa sorte em<br />

sua nova trilha!<br />

Apesar dos percalços que o mercado de carros importados vem enfrentando,<br />

seguimos firmes com nossa política de expansão, não vamos desacelerar. Inauguramos<br />

em Bauru, SP, uma loja multimarcas de veículos Premium, são mais<br />

opções concentradas em um único local. E a partir de 2012, a <strong>Eurobike</strong> passa a<br />

comercializar as marcas Chrysler – Chrysler, Jeep e Dodge – em Uberlândia, MG.<br />

Esta edição encerra o ano com muita coisa interessante. Para comentar o momento<br />

econômico atual, convidamos Luiz Fernando Figueiredo, e sobre a Land<br />

Rover no Brasil, Flavio Padovan. Vale a pena ouvir o que eles têm a dizer.<br />

Fotografamos o novo Audi A6, o sedan revigorado, com novo design; sobrevoamos<br />

a bela represa de Bragança Paulista a bordo de um legítimo Tiger Moth totalmente<br />

restaurado; adentramos o universo da caligrafia-arte; visitamos a região<br />

de Andorra e outros temas mais.<br />

Boa leitura, boas festas, feliz 2012!<br />

Um grande abraço,<br />

Henry Visconde<br />

Diretor Presidente<br />

<strong>magazine</strong>@eurobike.com.br<br />

6 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

EDITORIAL


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4 5 6<br />

<strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong> é uma publicação do Grupo <strong>Eurobike</strong> de concessionárias<br />

Audi, BMW, Land Rover, MINI, MV Agusta, Porsche e Volvo.<br />

Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1600, CEP 14021-630 - Ribeirão Preto - SP<br />

Tel.: (16) 3965-7000<br />

www.eurobike<strong>magazine</strong>.com.br<br />

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Ouvidoria<br />

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(11) 3627-3080<br />

7 8 9<br />

10 11 12<br />

Editorial: Eduardo R. da C. Rocha, Heloisa C. M. Vasconcellos<br />

Direção de arte: Eduardo R. da C. Rocha<br />

Coordenação e produção gráfica: Heloisa C. M. Vasconcellos<br />

Administração: Nelson Martins<br />

Publicidade: blue media - eduardo@bluemedia.net.br<br />

Preparação e revisão: Denis Araki<br />

Produção: blue media<br />

13<br />

1 André Hawle, 2 Betto D’Elboux,<br />

3 Carol Da Riva, 4 Eduardo Petta,<br />

5 Eduardo Sardinha, 6 Kriz Knack,<br />

7 Lalo de Almeida, 8 Oscar Pilagallo,<br />

9 Paula Queiroz, 10 Pedro Damian,<br />

11 Percy Faro, 12 Ricardo Landi,<br />

13 Simone Fonseca<br />

Tiragem desta edição: 13.000 exemplares<br />

Impressão: Aquarela<br />

Distribuição: <strong>Eurobike</strong><br />

Proibida a reprodução, total ou parcial, de textos e fotografias sem<br />

autorização da <strong>Eurobike</strong>.<br />

As matérias assinadas não expressam, necessariamente, a opinião<br />

da revista.<br />

<strong>Eurobike</strong> na internet<br />

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Tels.: 11 2822-9791 | 7655-5745<br />

8 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

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Auditado por KPMG Auditores Associados<br />

Foto da capa: André Hawle


# 18 | 12 2011<br />

CONTEÚDO<br />

10 | razão<br />

12 | Uma ressaca de três anos<br />

18 | Evoque será um divisor de<br />

águas para o mercado automobilístico<br />

22 | emoção<br />

24 | Audi A6 por André Hawle<br />

36 | Evolução técnica<br />

38 | MV Agusta na <strong>Eurobike</strong>!<br />

42 | MINI Coupé S<br />

46 | Uma paixão pelos Porsche<br />

rumo à felicidade<br />

10 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


56 | prazer<br />

58 | Restauro no ar<br />

68 | Papel e caneta na mão<br />

72 | Criatividade essencial<br />

76 | Achados e imperdíveis<br />

78 | devaneio<br />

80 | Andorra: pequeno grande país<br />

11 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


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12 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

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E s ta belecer uma meta e se entregar a ela<br />

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13 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

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Por Oscar Pilagallo | Fotos Kriz Knack<br />

14 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

RAZÃO<br />

Uma ressaca de três anos<br />

Ex-diretor do BC diz que Brasil está mais bem<br />

preparado para lidar com a crise, mas critica a<br />

política industrial por causa do aumento do IPI<br />

para carros importados


15 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


16 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

RAZÃO<br />

Administrador de fortunas, Luiz Fernando Figueiredo ainda não<br />

está jogando polo aquático com a intensidade que gostaria. Bicampeão<br />

mundial na categoria máster, ele interrompeu a participação<br />

em torneios internacionais com o tsunami financeiro<br />

de 2008 e ainda não voltou ao desempenho que tinha antes da<br />

crise econômica mundial.<br />

O fato de ter voltado a cair na piscina, no entanto, embora sem a<br />

dedicação das três décadas anteriores, tem a seguinte tradução:<br />

a crise é séria, sim, mas o Brasil se encontra numa situação especialmente<br />

forte para enfrentá-la. Dá até para dar uma nadada<br />

entre uma e outra orientação de investimento.<br />

O diagnóstico de Figueiredo remonta a 2008. “Estamos vivendo<br />

a ressaca do que se fez para evitar o mal maior três anos atrás”,<br />

afirma Figueiredo, 47 anos, em entrevista na sede da Mauá<br />

Sekular, em São Paulo, no bairro de Itaim Bibi, em São Paulo,<br />

para onde se mudou com seus sócios no início de 2010.<br />

Ele lembra que os sistemas bancários norte-americano e europeu<br />

tinham dado um passo maior do que as pernas com a<br />

alavancagem do crédito. Como não podiam quebrar, se colocou<br />

em marcha um processo sem precedentes, com a transferência<br />

de dívidas do setor privado para o setor público. Coisa da<br />

ordem de uma dezena de trilhões de dólares. “Nem na década<br />

de 1930, durante a Grande Depressão, houve algo dessa magnitude”,<br />

compara Figueiredo.<br />

Nos Estados Unidos, o esforço ficou na casa dos US$ 7 trilhões,<br />

o que fez a dívida pública mais do que dobrar em três anos,<br />

passando de 45% para cerca de 100% do PIB. Na Europa, onde<br />

na média a dívida era mais elevada, entre 70% e 80% do PIB,<br />

também atingiu-se o 100%. A média, no entanto, mascara uma<br />

realidade mais preocupante. Na Itália, o endividamento público<br />

chega a 120%; na Irlanda, 130%; e na Grécia, onde a crise é<br />

mais aguda, a dívida era equivalente a 160% do PIB antes do<br />

acordo do final de outubro, que reduziu o valor que os credores<br />

teriam a receber.<br />

Para Figueiredo, a diferença entre as duas situações é que enquanto<br />

nos Estados Unidos a dívida é administrável, na Europa<br />

já deixou de ser. “Em vários países isso não é mais possível por<br />

mais austeridade que se venha a ter”, afirma.<br />

“Nos Estados Unidos”, continua Figueiredo, “o momento é de<br />

começar a pagar essa conta.” Isso significa que o país vai gastar<br />

menos e, consequentemente, crescer menos. Quanto menos?<br />

Figueiredo arrisca uma previsão: a expansão natural, de 2,5%<br />

ao ano, será limitada a 1% durante três, quatro ou até cinco<br />

anos. “É um processo penoso, mas positivo, porque ao final<br />

desse período a economia voltará a ser saudável.”<br />

E a Europa? Lá, a situação é mais dramática, diz Figueiredo. Os<br />

governos do continente minimizaram o problema por algum tempo<br />

e agora a ameaça é que a crise dos países periféricos contagie<br />

as economias centrais da zona do euro. Isso ocorre porque<br />

o sistema financeiro europeu, que é todo interligado, está frágil.<br />

“Diferentemente dos Estados Unidos depois de 2008, os bancos<br />

na Europa têm grau de alavancagem muito alto, ou seja, o risco<br />

é muito grande”, adverte o economista. Enquanto nos EUA a<br />

alavancagem está restrita a cerca de dez vezes o patrimônio, na<br />

Europa, vários grandes bancos têm alavancagem que chega a<br />

trinta ou quarenta vezes.<br />

Figueiredo tem uma tese sobre a origem mais remota dessa<br />

crise. “É a governança horrorosa na Europa. Não há capacidade<br />

de decisão, de ação”, afirma. Quando os europeus fizeram o<br />

Tratado de Maastrichit, que rege o euro, não colocaram algo fundamental:<br />

a união fiscal. Eles têm a união monetária e tributária,<br />

mas não a fiscal, devido à dificuldade de ordem política. “É um<br />

tripé em que falta um pé.”<br />

O problema maior, agora, é que a Europa não tem recursos suficientes<br />

para sanar a crise. “A conta é muito grande”, afirma<br />

Figueiredo. Num “chute qualificado”, estima as necessidades da<br />

Europa em até 3 trilhões de euros, mas o dinheiro disponível<br />

não chega a 300 bilhões. “A novela europeia vai longe. Mesmo<br />

no melhor cenário, haverá longo processo recessivo porque as<br />

políticas que estão sendo implementadas são contracionistas.”<br />

A análise da economia internacional não é completa sem se<br />

levar em conta o fator China. Para Figueiredo, o país é uma<br />

incógnita, tanto pelo tamanho como pela falta de transparência.<br />

O economista, porém, não poupa esforços para entender mais<br />

os chineses. Viaja com alguma frequência à China, e este ano<br />

mesmo esteve por lá tentando decifrar como eles vão lidar com<br />

a crise mundial. A conclusão é que o país tem muitos instrumentos<br />

para manobrar num ambiente adverso. “A China pode ter um<br />

crescimento menor, mas não muito menor. Se antes o país crescia<br />

em torno de 9% a 10% por ano, provavelmente irá crescer


“Infelizmente, estamos num mundo protecionista.<br />

Minimizo a negatividade porque está todo mundo<br />

fazendo a mesma coisa, mas não é por isso que<br />

vou achar que a medida é boa.”<br />

17 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


18 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

RAZÃO<br />

por volta de 8%. Ou seja, a China também vai sofrer, mas não<br />

vai atrapalhar a economia mundial.”<br />

Quanto ao Brasil, não vai deixar de sofrer, pois está inserido no<br />

mundo. Mas, para Figueiredo, o país nunca esteve em tão boa<br />

forma, estruturalmente, para enfrentar um problema como esse.<br />

O economista identifica uma grande diferença entre os governos<br />

do ex-presidente Lula e da presidente Dilma no trato da questão.<br />

“Lula falava em marolinha, mas este governo está encarando a<br />

crise como coisa muito séria”, compara Figueiredo, com a autoridade<br />

de quem já esteve do lado de lá do balcão — foi diretor<br />

de Política Monetária do Banco Central, durante o segundo<br />

mandato de Fernando Henrique Cardoso, e ajudou na transição<br />

para o governo Lula. Para ele, o governo está com a percepção<br />

correta de que esta crise, embora menos aguda que a de 2008,<br />

será mais longa.<br />

Figueiredo endossa a ação do governo, que desta vez está<br />

comprometido com uma política fiscal apertada, o que abre espaço<br />

para a redução das taxas de juros. Ele trabalha com os seguintes<br />

números: com a manutenção de um superávit primário<br />

da ordem de 3% do PIB, o governo terá condição de cortar os juros<br />

básicos de 12,5% ao ano para 8% ou 9% em pouco mais de<br />

seis meses. Para o economista, o Banco Central está na direção<br />

correta ao baixar os juros. “O mercado esteve cético, mas aos<br />

poucos vai convergindo para o diagnóstico do Banco Central.”<br />

Se o governo não merece dez com louvor, na avaliação de<br />

Figueiredo, é por causa de um aspecto de sua política industrial.<br />

O economista critica a decisão de elevar o IPI (Imposto sobre<br />

Produtos Industrializados) para carros importados. “É uma medida<br />

ruim, como toda medida protecionista”, afirma.<br />

A contabilidade de medidas protecionistas, porém, é favorável<br />

ao Brasil. Desde 2008, o Brasil adotou mais de setenta medidas<br />

protecionistas, diz Figueiredo, enquanto nos Estados Unidos,<br />

foram quase cem, a exemplo do que também aconteceu<br />

na Alemanha e no Canadá. “Infelizmente, estamos num mundo<br />

protecionista. Minimizo a negatividade porque está todo mundo<br />

fazendo a mesma coisa, mas não é por isso que vou achar que<br />

a medida é boa.”<br />

Para ele, a médio prazo, todos saem perdendo com esse tipo<br />

de medida. “O imposto maior protege a indústria, mas gera inflação”,<br />

afirma. “Também provoca menor competição, o que faz<br />

com que as empresas sejam menos eficientes. Assim, os aspectos<br />

positivos são neutralizados por ineficiência e inflação.<br />

No final, é ruim para a economia como um todo. Isso sempre<br />

desemboca em empresa sucateada e produto de pior qualidade,<br />

com custo maior para o consumidor.”<br />

O Brasil, de qualquer maneira, sairá da crise numa posição relativamente<br />

melhor, pois vai perder menos do que outros países,<br />

prevê Figueiredo. O efeito maior será em termos de menor crescimento,<br />

um pouco abaixo de 3% em 2012, “o que não deixa<br />

de ser bom se pensarmos no cenário mundial”. Para ele, se<br />

a situação na Europa não piorar muito, o país poderá crescer<br />

perto de 4% em 2013. A Copa do Mundo em 2014 terá alguma<br />

contribuição. Será um contrapeso num ambiente adverso, mas<br />

Figueiredo não acredita em impacto relevante na economia.<br />

Quanto à inflação, é algo que vem desaparecendo do radar do<br />

economista. “Inflação nunca é causa, mas sempre consequência<br />

do que acontece na economia. Olhar a inflação é como olhar<br />

no retrovisor”, diz Figueiredo. “Se estava aumentando nos últimos<br />

meses é porque antes a economia crescia demais.” Mas<br />

isso é coisa do passado. “A partir de agora, como o Brasil vai<br />

crescer menos do que pode, a inflação será mais baixa.” Sua<br />

previsão indica uma mudança de patamar: 5% no próximo ano,<br />

em comparação com um pico recente superior a 7%.<br />

O cenário econômico para o Brasil sugere que a Bolsa de Valores,<br />

de um modo geral, está barata. Na ocasião da entrevista,<br />

o índice Bovespa girava em torno de 55 mil pontos, uma região<br />

intermediária entre o pico de 70 mil e o piso inferior a 50 mil,<br />

ambos batidos neste ano. Muitas ações estão tão baratas, ele<br />

comenta, que as empresas estão aproveitando para recomprar<br />

seus próprios papéis.<br />

Seria hora, então, de entrar num investimento de risco? Figueiredo<br />

é cauteloso na resposta. Para ele, se o país estivesse crescendo<br />

sem o freio da crise mundial, o patamar poderia estar<br />

entre 65 mil a 70 mil pontos. Por isso, se cair a 40 mil o investidor<br />

pode fechar os olhos e comprar que estará fazendo um bom<br />

negócio a médio ou longo prazo. Mas nem tudo é pechincha, e<br />

as oportunidades precisam ser escolhidas caso a caso, diz.<br />

Proteger patrimônios em tempo de crise não é tarefa fácil.<br />

Figueiredo voltou a nadar, mas com alguma frequência o treino<br />

fica prejudicado por e-mails internos trocados com sócios e<br />

analistas depois da meia-noite. Se a volta à piscina indica que<br />

a crise é administrável, as mensagens em altas horas lembram<br />

que ela precisa ser administrada. “O momento é intenso”, resume<br />

Figueiredo.


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19 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


20 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong> RAZÃO


Novo cenário no<br />

mercado de SUVs<br />

Executivo responsável pelas operações da Jaguar Land Rover na<br />

América Latina e Caribe, Flavio Padovan aposta em crescimento<br />

das vendas da marca no Brasil<br />

Por Pedro Damian | Fotos Marcos Camargo<br />

Em novembro de 2011, o executivo Flavio<br />

Padovan completou um ano no comando das<br />

operações da Jaguar Land Rover na América<br />

Latina e Caribe. Com mais de trinta anos de<br />

experiência no setor automotivo, e passagens<br />

na alta direção da Ford e da Volkswagen<br />

no país, Padovan está à frente de uma<br />

empresa que vive bom momento de vendas,<br />

respondendo por quase 50% do segmento de<br />

SUVs Premium no Brasil, segundo o próprio.<br />

Recentemente a filial brasileira subiu um posto,<br />

de oitavo para sétimo, no ranking mundial dos<br />

mercados onde a marca britânica participa. E,<br />

com a chegada do recém-lançado Range Rover<br />

Evoque, as perspectivas são das melhores.<br />

SUV. Freelander, Defender, Discovery e Range<br />

Rover estão sempre no topo da lista dos mais<br />

vendidos em seus segmentos. O que não<br />

representa nenhuma novidade, na visão do<br />

executivo. “A Land Rover chega a atingir quase<br />

50% do segmento SUV Premium no Brasil.<br />

Eu acredito que isso se deve à superioridade<br />

dos nossos produtos em relação à qualidade,<br />

tecnologia e estilo”, diz Padovan, que completa:<br />

“possuir um Land Rover significa ter um estilo<br />

de vida diferente, gostar de liberdade, aventura<br />

e de sofisticação. Com um Land Rover nossos<br />

clientes sentem confiança em chegar a todos<br />

os lugares, a qualquer momento, com o máximo<br />

de segurança e requinte”.<br />

“A Jaguar Land Rover tem um plano agressivo<br />

de crescimento no mercado brasileiro e<br />

também nos outros países da América Latina”,<br />

afirma Padovan. “A subida no ranking mundial<br />

fez do Brasil um protagonista para o cenário<br />

internacional da Land Rover. A empresa está<br />

sempre buscando otimizar e melhorar suas<br />

operações no mundo todo, inclusive no Brasil”,<br />

afirma o executivo.<br />

O portfólio da empresa no Brasil abrange<br />

praticamente todos os tipos e tamanhos de<br />

A marca também se preocupa com fidelização,<br />

e por isso promove com frequência encontros<br />

com consumidores para que estes possam<br />

estar em contato mais direto com a marca.<br />

“Para isso, fazemos todos os anos um evento<br />

em Interlagos e recentemente inauguramos<br />

o nosso Land Rover Experience Centre em<br />

Monte Mor, próximo a Campinas, interior de<br />

São Paulo, onde os consumidores podem<br />

experimentar de verdade do que um Land<br />

Rover é capaz”, diz.<br />

21 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


RAZÃO<br />

Evoque sinaliza o futuro da Range Rover<br />

Conhecida pelos utilitários esportivos robustos,<br />

de alto luxo e design sóbrio, a marca surpreendeu<br />

o mercado ao lançar no segundo<br />

semestre de 2011 o Range Rover Evoque.<br />

Não só pela alta tecnologia e luxo sem limites,<br />

que fazem parte do DNA da Land Rover,<br />

mas pelo tamanho do SUV, mais compacto,<br />

e, principalmente, pelo ousado design, que<br />

combina sofisticação e futurismo. “Com<br />

certeza o Evoque chega para apresentar um<br />

novo conceito de automóvel”, diz Padovan. “O<br />

modelo traz um design inovador e um conteúdo<br />

tecnológico espetacular. O Evoque é um divisor<br />

de águas não só para a Land Rover, mas para<br />

todo o mercado automobilístico”, afirma.<br />

O novo modelo, segundo Padovan, deve<br />

agregar à marca novos consumidores, por<br />

conta das novidades que apresenta. “O Range<br />

Rover Evoque é um carro essencialmente<br />

urbano, criado e inspirado nas mais importantes<br />

metrópoles do mundo. Muitas das pessoas<br />

dessas cidades antes não imaginavam possuir<br />

um Land Rover, ainda que admirassem a marca.<br />

O Range Rover Evoque chega para conquistar<br />

esse público, serão novos consumidores”,<br />

explica.<br />

Entre os destaques do novo modelo, o qual<br />

Padovan define como “o primeiro da linha<br />

Range Rover”, o executivo cita o sistema de<br />

som Meridian, tecnologia de entretenimento<br />

de última geração, opções de acabamento<br />

de extremo luxo, além dos tradicionais itens<br />

funcionais como o terrain response e a capacidade<br />

off-road.<br />

A estratégia de marketing para levar o carro<br />

ao conhecimento do público acompanhará o<br />

estilo do modelo. “A estratégia será diferente<br />

dos outros produtos da marca porque o<br />

posicionamento do Evoque é diferente”, diz o<br />

executivo. “Um carro de presença marcante,<br />

design irresistível, tecnologia de ponta e grande<br />

sofisticação. A campanha foge do tradicional,<br />

buscando atingir o público urbano e ligado nas<br />

tendências de moda, música e tecnologia. Um<br />

exemplo disso é o blog montado especificamente<br />

para o carro (www.rangeroverevoque.com.br)”,<br />

afirma, esclarecendo que o próximo passo será<br />

a divulgação da campanha de lançamento.<br />

Por conta das inovações e da novidade que o<br />

Evoque representa, Padovan acredita que o<br />

modelo cairá no gosto do brasileiro, “que deseja<br />

um carro com um design muito avançado,<br />

tecnologia para levá-lo a todos os destinos que<br />

deseja, que tenha conforto e entretenimento<br />

para passar quanto tempo for necessário<br />

dentro dele”, de acordo com suas palavras.<br />

Se as previsões se concretizarem, segundo o<br />

executivo, as vendas do Range Rover Evoque<br />

devem atingir ao redor de 40% do volume total<br />

da marca no Brasil dentro de um ano.<br />

Isso, claro, se a alta do IPI para aqueles<br />

automóveis considerados “importados puros”,<br />

ou seja, com 100% de conteúdo importado,<br />

como são os modelos da Land Rover, não<br />

atrapalhar os planos da empresa. Sobre o<br />

assunto, Padovan prefere manter a cautela.<br />

“A Land Rover está sempre atenta ao<br />

mercado e às políticas governamentais para a<br />

comercialização do produto que vende, mesmo<br />

quando as regras do jogo mudam. Estamos<br />

estudando sempre as melhores alternativas<br />

para o nosso negócio e as melhores condições<br />

para o consumidor”, afirma.<br />

22 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

Para o dirigente da Jaguar Land Rover, o<br />

mercado pode esperar grandes novidades para<br />

os próximos anos. “Temos grande ambição de<br />

crescer e de oferecer sempre produtos cada<br />

vez mais evoluídos tecnologicamente e que<br />

atendam às necessidades dos consumidores,<br />

oferecendo soluções de mobilidade com<br />

inovação e respeito ao meio ambiente”, finaliza<br />

Padovan.


23 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


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24 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

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25 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

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26 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

EMOÇÃO<br />

Audi<br />

A6por André Hawle


27 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


28 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

EMOÇÃO


29 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


30 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

EMOÇÃO


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EMOÇÃO


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EMOÇÃO


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36 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

EMOÇÃO


37 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


38 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

EMOÇÃO<br />

Evolução técnica<br />

Por Percy Faro<br />

Há 103 anos a história da Audi é baseada em sua filosofia<br />

“Na Vanguarda da Técnica”. Quem interpretar corretamente a<br />

essência desta busca incansável da empresa, fundada em 1909<br />

por August Horch, graduado no mundo da metalomecânica,<br />

certamente não se surpreenderá com as conquistas que<br />

os veículos identificados pelas quatro argolas entrelaçadas<br />

seguidamente apresentam ao seu público consumidor.<br />

Com o novo Audi A6 não haveria de ser diferente. Pelo contrário,<br />

prevaleceu mais uma vez a missão de ir além da imaginação, o<br />

que resultou em um projeto refinado e recheado de tecnologias<br />

de última geração por todos os lados. É considerado o mais<br />

avançado sedan executivo do seu segmento, mas esbanja<br />

esportividade com o motor 3.0 TFSI que entrega ao motorista<br />

300 cv de potência, acelera de 0 a 100 km/h em apenas 5,5<br />

segundos e tem velocidade máxima limitada eletronicamente a<br />

250 km/h. O motor com compressor mecânico, em conjunto com<br />

a transmissão S tronic de dupla embreagem e sete marchas,<br />

somados à tração quattro, possibilitam ao A6 o desempenho de<br />

um carro realmente esportivo.<br />

Mesmo com a grande dose de soluções inovadoras que possui<br />

em todas as áreas de tecnologia — head-up display (informações<br />

projetadas no párabrisa), night vision (visão noturna), adaptative<br />

cruise control (iluminação na neblina para qualquer tipo de<br />

condição climática com alcance de 60 metros), pre sense<br />

plus, side assist e multi midia interface “touch” com sistema de<br />

navegação GPS de última geração são algumas delas —, o<br />

novo A6 não abriu mão das qualidades de seus irmãos maiores,<br />

como o A7 e o A8. Comparado com o modelo anterior, é 2 cm<br />

mais curto, mas a distância entre eixos ganhou 7 centímetros<br />

(agora tem 2,91 metros), o que favorece o espaço interno e o<br />

conforto dos passageiros.<br />

O sistema FlexRay, uma rede eletrônica complexa, interliga as<br />

unidades de controle de vários equipamentos de assistência ao<br />

condutor e áreas de chassis, aumentando significativamente a<br />

velocidade na qual os dados são transferidos entre eles. Um<br />

dos destaques deste conjunto é o novo controle de cruzeiro<br />

adaptativo (adaptative cruise control — ACC) com função stop<br />

& go e o Audi pre sense. Ele regula a velocidade e a distância<br />

do sedan em relação ao veículo da frente, acelerando e freando<br />

em um intervalo de 0 a 250 km/h. O motorista pode usar o<br />

sistema operacional para determinar como o equipamento<br />

deve funcionar — mais confortável ou mais esportivo.<br />

Três níveis e quatro modos de distância estão disponíveis.<br />

Já o sistema Audi pre sense é um equipamento que proporciona<br />

maior segurança a todos os ocupantes do veículo porque prevê,<br />

antes do motorista, uma situação de emergência, na medida em<br />

que trabalha em conjunto com outros sistemas e inicia medidas<br />

de proteção preventivas em caso de uma colisão iminente.<br />

Detectado o perigo, automaticamente aciona o sistema de freios,<br />

modifica o posicionamento dos assentos, tenciona os cintos de<br />

segurança dianteiros e faz o fechamento total dos vidros e do<br />

teto solar. O Audi pre sense, combinado com o ACC stop&go,<br />

pode evitar possíveis colisões traseiras com o veículo da frente<br />

em velocidades acima de 30 km/h ou atenuar as consequências<br />

de tais acidentes. Mais um grande passo que a Audi dá na esteira<br />

da sua filosofia “Na Vanguarda da Técnica”. E que certamente<br />

outros virão!<br />

André Hawle


39 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


40 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

EMOÇÃO<br />

A prestigiada marca de motos italiana MV<br />

Agusta anunciou no Salão Duas Rodas, realizado<br />

em outubro no Pavilhão de Exposições<br />

do Anhembi, em São Paulo, que já produz no<br />

Brasil três de seus mais desejados produtos:<br />

F4, Brutale 1090RR e Brutale 1090R. Outra importante<br />

notícia foi divulgada: a <strong>Eurobike</strong> será<br />

uma das seis representantes exclusivas da<br />

marca no Brasil, começando a venda das motos<br />

na novíssima loja de Porto Alegre, e depois<br />

também em outra nova loja do grupo em São<br />

Paulo.<br />

“O mercado brasileiro é prioritário para a MV<br />

Agusta, e escolhemos a <strong>Eurobike</strong> pela qualidade<br />

de seu trabalho com produtos Premium”,<br />

afirmou na ocasião Umberto Uccelli, diretor<br />

de marketing e vendas da marca italiana. O<br />

empresário, que veio da Itália especialmente<br />

para o Salão, completou dizendo que “já nos<br />

primeiros contatos com a <strong>Eurobike</strong> ficamos<br />

impressionados com o trabalho da empresa”.<br />

Uccelli afirmou também que a Agusta vai acelerar<br />

os seus projetos para conseguir trazer um<br />

maior número de modelos em um futuro bem<br />

próximo.<br />

MV Agusta<br />

na <strong>Eurobike</strong>!<br />

Por Pedro Damian | Fotos Eduardo Sardinha


eles vão ter o que não tinham até agora: um<br />

respaldo de pós-venda. Trabalharemos venda,<br />

pós-venda e fidelização”. O diretor afirmou ainda<br />

que a <strong>Eurobike</strong> “é uma parceira perfeita pela<br />

sua especialização em trabalhar apenas com<br />

produtos Premium. Estamos trabalhando no<br />

sentido de fazer a nova loja de São Paulo ser<br />

um modelo mundial”.<br />

Modelos de alto desempenho<br />

Acima, Francisco Stefanelli e Umberto<br />

Uccelli da MV Agusta<br />

A fabricação nacional é liderada pela DAFRA<br />

Motos, que representa oficialmente a marca<br />

italiana no Brasil a partir de uma parceria estratégica<br />

internacional para a montagem dos<br />

modelos na fábrica de Manaus, AM. Essa é a<br />

primeira vez que a MV Agusta entra em acordo<br />

para a produção de suas motocicletas fora da<br />

fábrica de Varese, na Itália. A DAFRA Motos faz<br />

parte do grupo Itavema, há mais de 15 anos no<br />

mercado, e com capital 100% nacional.<br />

Segundo Francisco Stefanelli, diretor da MV<br />

Agusta Brasil, “antes os aficionados pela marca<br />

só a encontravam nos importadores independentes.<br />

Com a representação oficial no Brasil,<br />

A princípio são três os modelos fabricados e<br />

vendidos no Brasil. A top de linha é a esportiva<br />

F4, também a mais cara da marca italiana, que<br />

custará R$ 68 mil. Para impulsionar a moto, a<br />

empresa a equipou com motor de 4 cilindros de<br />

998 cm³, desenvolvido em parceria com a Ferrari,<br />

que é capaz de atingir 187,3 cv de potência<br />

máxima a 12.900 rpm e torque de 11,4 mkgf a<br />

12.900 rpm.<br />

Além da esportiva F4, as nakeds Brutale 1090R<br />

e 1090RR também serão comercializadas no<br />

país. A 1090RR é a versão mais sofisticada da<br />

linha Brutale e custará R$ 64 mil. A 1090R não<br />

vem com tantos acessórios e, por isso, sairá<br />

por menos, na faixa de R$ 56 mil.<br />

41 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


EMOÇÃO<br />

MV Agusta F4<br />

4 cilindros em linha, 16V D.O.H.C de 998 cc³<br />

8 Injetores de combustíveis<br />

Freios radiais Brembo<br />

Potência máxima: 187,3 cv a 12.900 rpm<br />

Torque máximo: 11.4 kgm a 9.500 rpm<br />

Velocidade máxima (em pista): 305,0 km/h<br />

MV Agusta Brutale 1090 R e RR<br />

4 cilindros em linha de 1078 cm3, 4 tempos,<br />

4 Válvulas Radiais a câmara de combustão.<br />

42 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

Freios a disco na dianteira e na traseira<br />

Potência máxima: 144,2 cv a 10.300 rpm<br />

Torque máximo: 11.2 kgm a 8.100 rpm<br />

Velocidade máxima (em pista): 265 km/h


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43 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


EMOÇÃO<br />

MINI Coupé S<br />

por Ricardo Landi<br />

Olá pessoal,<br />

Vamos falar de um lançamento mundial: o MINI Coupé S, que<br />

foi revelado ao mundo em outubro, na cidade do Rio de Janeiro.<br />

Este é o quinto integrante da família MINI, que surgiu como carro<br />

conceito em 2009.<br />

Um verdadeiro esportivo com o teto 52 mm mais baixo que os<br />

outros modelos hatch e com apenas 2 lugares. O que me impressionou<br />

logo de cara foram suas linhas externas bem agressivas,<br />

devido ao teto mais baixo e o parabrisa mais inclinado, 13<br />

graus a mais que os outros irmãos. Na parte traseira temos um<br />

aerofólio que, quando alcançamos 80 km/h, é erguido automaticamente,<br />

dando mais pressão aerodinâmica e melhorando a<br />

aderência no eixo traseiro, podendo ser acionado por um botão<br />

no painel. Esse aerofólio, além de melhorar a condução do carro,<br />

o deixa com uma verdadeira alma de esportivo.<br />

Na parte interna, com apenas os bancos do motorista e passageiro,<br />

o porta-malas acabou ganhando espaço extra, com<br />

acesso interno também.<br />

Mesmo com o teto mais baixo, o carro continua confortável para<br />

pessoas mais altas; eu, com 1,80 m, fiquei muito bem instalado<br />

no volante sem encostar a cabeça no teto.<br />

44 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

Com todo conforto e tecnologia que os MINI’s oferecem, este<br />

não seria diferente. Ar condicionado digital, GPS, MINI connect,<br />

rádio, entre outras funções no centro do tradicional velocímetro<br />

localizado no meio do painel.<br />

Testamos o MINI Coupé em um autódromo e lá tivemos toda<br />

sua potência à nossa disposição. Seu motor 1.6 litros turbo, de<br />

184hp e com o câmbio automático Steptronic de 6 velocidades,<br />

facilmente chega aos 100 km/h em apenas 6,9 segundos. Fiquei<br />

impressionado com sua capacidade de aceleração, devido ao<br />

seu peso de 1.240 kg, com o eixo dianteiro recebendo um pouco<br />

mais do peso, aumentando a tração, ajudando a garantir que<br />

todos os cavalos de potência sejam realmente utilizados quando<br />

aceleramos.


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46 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong> EMOÇÃO<br />

O teto mais baixo o deixa mais aerodinâmico, isso gera menos<br />

arrasto com o ar e também abaixa o centro de gravidade do<br />

carro, melhorando sua performance em contorno de curvas e<br />

frenagens.<br />

Sua suspensão me chamou a atenção, pois estava acostumado<br />

com os MINI’s mais duros e este é bem mais suave, mas sem<br />

deixar de ser um esportivo, com o DSC — Controle Dinâmico de<br />

Estabilidade, ABS, EBD — Distribuição Eletrônica de Frenagem,<br />

CBC — Controle de Frenagem em Curva, Brake Assist e Hill<br />

Start Assist. O modelo John Cooper Works tem também como<br />

item de série o DTC — Controle Dinâmico de Tração, e EDLC<br />

— Controle de Bloqueio Eletrônico de Diferencial, opcional no<br />

Coupé S. Tudo isso deixa o carro “na mão” e te dá a sensação<br />

de estar pilotando um kart nas curvas.<br />

O MINI também pensou na tecnologia ambiental, um item muito<br />

importante hoje em dia. Tem recursos como Brake Energy Regeneration,<br />

Auto Start/Stop e direção assistida elétrica, resultando<br />

em um carro mais econômico e no Coupé mais “limpo”<br />

do mercado.<br />

Com relação à direção assistida elétrica (EPS), ela transmite<br />

muito conforto, pois é eficaz na absorção de choques e vibrações<br />

na direção. Possui também auxílio em manobras deixando<br />

a direção mais leve e, em velocidades mais elevadas, a deixa<br />

mais rígida para passar mais sensibilidade ao motorista.<br />

Há um botão Sport no console central, que é padrão em todos<br />

os modelos MINI. Quando o pressionei, senti na hora a mudança<br />

da resposta do acelerador, passando reações imediatas para<br />

uma condução mais esportiva.<br />

Com tudo isso o MINI Coupé me deixou uma impressão muito<br />

positiva: a beleza exterior, com suas linhas agressivas no estilo<br />

Coupé, um conforto agradável ao dirigi-lo, um desempenho excelente<br />

tanto em potência como em frenagem e contornos de<br />

curvas. Um verdadeiro MINI para ser usado no dia a dia!


00:05:00:00<br />

UMA PISTA, PILOTOS... E CARROS<br />

Agora você pode assistir a testes completos de todos os modelos<br />

pelas mãos de quem entende de carro: pilotos profissionais<br />

No programa #2 você vai ver BMW 1M e MINI Coupé S<br />

mostrando toda a sua vocação esportiva<br />

Apresentação: Ricardo Landi<br />

Convidado: Ingo Hoffmann<br />

para assistir acesse:<br />

youtube.com/eurobikenet<br />

facebook.com/eurobike<br />

twitter.com/eurobikenet<br />

47 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


48 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

EMOÇÃO<br />

Uma paixão pelos<br />

PORSCHE


O homem que trouxe a Porsche Cup ao<br />

Brasil sabe muito bem como viver a vida, como<br />

realizar sonhos e como percorrer o caminho<br />

da felicidade. Conheça um pouco da história<br />

de Dener Pires, que se confunde com a<br />

história da própria categoria que ele dirige<br />

Por Betto D’Elboux | Fotos Kriz Knack<br />

Dener nasceu em São Paulo, há 46 anos, mas morou quase<br />

sempre na Vila Galvão, bairro de Guarulhos, região metropolitana<br />

paulista onde, até hoje, vive a sua família. Foi lá também<br />

que começou o negócio da família e onde são feitas todas as<br />

manutenções e reparos de funilaria dos Porsche, ainda capitaneados<br />

pelo irmão Douglas, o “Professor Pardal” e a alma<br />

criativa da família Pires. Desde criança, Dener gostou de “por<br />

a mão na massa”. Seu pai, que sempre que pode vai a Interlagos<br />

com a esposa acompanhar a Cup, o incentivou a consertar<br />

tudo que quebrava em casa. Do liquidificador à geladeira,<br />

passando até pela enceradeira. Com 4 anos de idade, ganhou<br />

uma pequena moto do pai… quebrada. “O pai não vai consertar<br />

para você. O pai te ensina como funciona e você arruma.” O<br />

processo era assim. E Dener, louco para andar na moto, que<br />

hoje ele guarda com carinho em sua sala de trabalho, fez de<br />

tudo para conseguir fazer a moto andar. Essa relação familiar,<br />

muito próxima e extremamente carinhosa, aliada à paixão pelos<br />

carros da marca Porsche, é que norteia os princípios de Dener<br />

à frente da Porsche Cup. No seu trabalho, que ele realiza tendo<br />

os irmãos do lado — além de Douglas, sua irmã Silvana cuida do<br />

marketing da Porsche Cup —, Dener encontra o prazer e segue<br />

realizando os seus sonhos. Como ele mesmo diz, “em média,<br />

um por ano”.<br />

Você tem uma longa história de parceria com a marca<br />

Porsche. Já inclusive trabalhou em equipes alemãs e até<br />

correu em competições na Europa e nos Estados Unidos.<br />

Dá até para dizer que a sua história se confunde com a<br />

da marca no Brasil, principalmente em relação à vinda da<br />

Porsche Cup ao Brasil, certo? Dener, conte essa história pra<br />

gente…<br />

49 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong>


50 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong><br />

EMOÇÃO<br />

A minha história com a Porsche e com as competições de<br />

Porsche começou bem mais lá atrás. A primeira vez que eu fiz<br />

uma competição, que, na verdade, nem dá para chamar de competição,<br />

foi em 1988. Eu tinha um Porsche 914/6 que eu mesmo<br />

preparei e eu mesmo corri — corri de calça jeans —, e era uma<br />

prova muito rudimentar ainda. Era uma prova de uma associação<br />

de pilotos e carros antigos e históricos, chamada APCAH.<br />

Foi das primeiras vezes que eu tive contato com uma pista de<br />

corrida. Claro, fiz um cursinho de pilotagem com o [Expedito]<br />

Marazzi, imagine, no circuito antigo de Interlagos, ainda era o<br />

traçado original… Bom, fiz umas corridinhas, mas de forma bem<br />

amadora. A primeira prova que eu corri até ganhei. E assim foi.<br />

Acabou que misturou a paixão com a diversão. E eu sempre<br />

tive uma paixão pelos carros Porsche. Fui procurando, cada vez<br />

mais, me especializar neles. Eu tinha uma empresa em Guarulhos,<br />

que não era oficial-Porsche, mas era bem especializada<br />

na marca, pois eu cuidava de vários carros que já haviam sido<br />

importados para o Brasil. Tudo isso ainda naquela época, no<br />

fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990. Aí, em 1997, me<br />

associei com o Régis [Schuch] — que conheci nas pistas — e<br />

montamos a Sttutgart Serviços e Peças, que era oficial-Porsche.<br />

Naquela época, eu já havia tido alguma experiência em corridas<br />

internacionais. Trabalhei lá fora em algumas provas, com<br />

alguns times alemães, sempre com Porsche, e isso nos motivou<br />

a começar essa parceria de representação da marca aqui no<br />

Brasil. Como a gente já estava ligado à marca, tanto gostávamos<br />

quanto corríamos de Porsche, a gente se aprofundou um<br />

pouco mais nas competições. O problema é que o que havia<br />

aqui no Brasil eram as corridas de longa duração, como Mil<br />

Milhas [Brasileiras], 500 Km [de Interlagos], enfim, corridas de<br />

Endurance. Eu até cheguei a correr em um 500 Km. O carro<br />

que ganhou era da nossa equipe, e o que eu estava pilotando<br />

ficou em segundo. Mas a minha forte atração nem era tanto por<br />

correr, mas por preparar os carros, montar os times, elaborar a<br />

estratégia…<br />

Quando você fala de preparar os carros você se refere a<br />

“por a mão na massa” ou de organizar a festa toda?<br />

Estou me referindo a “por a mão na massa” mesmo! Para você<br />

ter uma ideia, a primeira Mil Milhas que a gente fez eu peguei<br />

um Porsche 1971 — lá em Guarulhos ainda — e montei ele com<br />

componentes mais modernos. Eu praticamente refabriquei um<br />

Porsche 1971 que tinha 120 cv de fábrica, um carro de rua, e<br />

transformei-o em um carro de corrida com 350 cv! Com motor<br />

mais forte, freios mais fortes e tudo da linha da marca. E foi<br />

construir mesmo… E é isso o que eu curto fazer: pegar a chave<br />

de fenda, o alicate, a solda e entrar embaixo do carro. Esse foi<br />

o meu primeiro carro e a gente até escreveu nele “Made in Vila<br />

Galvão”, que era o bairro de Guarulhos onde ficava a oficina!<br />

(risos)<br />

E como esse carro ”Made in Vila Galvão” se saiu na prova?<br />

Tivemos um ótimo resultado para uma primeira participação em<br />

Mil Milhas, que foi a de 1995. Ficamos em 3º lugar, sendo que<br />

tinhamos concorrentes fortíssimos, como o time oficial da BMW<br />

com Ingo Hoffmann e Nelson Piquet, que acabaram atrás da<br />

gente, por exemplo. Naquela mesma época, ainda entre 1994<br />

e 1995, eu fui convidado por uma equipe alemã também para<br />

trabalhar em algumas corridas fora do Brasil. Foi assim que fiz<br />

duas 24 Horas de Le Mans, como mecânico de motores; fiz durante<br />

seis anos 24 Horas de Daytona, pelo mesmo time alemão;<br />

e, já em 1998, realizei um sonho, que era o de levar um carro<br />

preparado no Brasil para correr em Daytona. Na época levamos<br />

um Porsche GT2, pilotado pelo Flávio Trindade, o Régis Schuch,<br />

o André Lara Rezende e o Maurizio Sala, e terminamos em 4º<br />

lugar.<br />

Você chegou a trabalhar com Porsche também nos mundiais<br />

da FIA?<br />

Sim. Toda a minha experiência na Europa e nos Estados Unidos<br />

foi dando cada vez mais impulsos para a gente aguçar esse<br />

nosso veio ”motorsport”. Logo depois, fiz algumas provas do<br />

campeonato BPR, que passou a ser o campeonato FIA Gran


Turismo, que, em 1996, fez duas provas no Brasil [ambas vencidas<br />

por Nelson Piquet], uma em Curitiba [2 Horas de Curitiba] e<br />

outra em Brasília [4 Horas de Brasília], quando trabalhei no time<br />

do Franz Konrad, de quem acabei ficando amigo. E participei<br />

ainda de algumas provas de carros clássicos, na Europa, como<br />

a Tour de France, que fiz um ano com o Porsche 906, outra com<br />

o Porsche 904; além de provas em Laguna Seca [EUA], que a<br />

gente fez com os Porsche 906 e Porsche 908, que são modelos<br />

protótipos, superespeciais, que foram preparados no Brasil, por<br />

mim e pelo meu irmão, o Douglas [Pires], que me ajudou muito,<br />

e com os quais conseguimos bons resultados.<br />

Ou seja, com tanto envolvimento com a Porsche, trazer a<br />

Cup para o Brasil foi um caminho até natural, não?<br />

É verdade… Por tudo isso que fizemos junto à marca fomos<br />

ganhando corpo para a Porsche nos credenciar e nos homologar<br />

como mais um País a poder ter a Porsche Cup. Não foi<br />

fácil. Foi um processo muito difícil, até provarmos que tínhamos<br />

capacidade de receber este aval. O processo todo para ter a<br />

Porsche Cup no Brasil começou em 1999 e, ao longo de todo<br />

esse período, muita coisa foi acontecendo. Com tempo, fomos<br />

amuderecendo mais e mais, criando um contigente de pilotos<br />

que pudesse correr e modulando esse formato de competição —<br />

a Porsche Cup, no Brasil, detém um modelo único, diferente das<br />

Cups dos outros países — até que conseguimos dar o start em<br />

2005. A primeira prova foi experimental, sem valer pelo campeonato,<br />

onde tivemos 14 carros Porsche 996. E fomos muito bem.<br />

Na prova seguinte, já tivemos dois ou três carros a mais e, assim,<br />

terminou o ano de 2005. Posso dizer que foi um sucesso.<br />

Um sucesso meio acanhado, mas foi um sucesso. Já para 2006<br />

colocamos ainda mais nove carros no grid e chegamos a 24<br />

carros. Em 2007 mativemos o grid e, no ano seguinte, mudamos<br />

para o modelo 997, que já era um carro com ainda mais<br />

características de carro de corrida, sem freio ABS, com câmbio<br />

sequencial, muito mais duro, bem mais potente e mais rápido, e<br />

ainda dotado de sistema de aquisição de dados. Isso tudo exigiu<br />

muito mais da nossa equipe. O fato do carro possuir aquisição<br />

de dados — que todo mundo chama de “telemetria”, mas<br />

é uma aquisição de dados — faz com que você tenha de fazer<br />

uma análise constante dessas informações. Ele fornece desde<br />

dados de ajuste do carro, até de como o piloto está guiando.<br />

Isso é mais do que um raio-X de como vocês etsá guiando, é<br />

uma ultrassonografia do seu desempenho. E ali a gente viu uma<br />

necessidade nova. Como, por princípio, todos os competidores<br />

da categoria precisam necessariamente estarem em condições<br />

iguais de disputa, com equipamentos iguais, eu precisei então<br />

trazer um novo tipo de profissional para a Porsche Cup. Uma<br />

coisa que no Brasil ainda não era muito explorada. Em parceria<br />

com a FEI, trouxemos engenheiros que tinham uma boa base<br />

teórica, mas quase nenhuma prática. Isso resultou em um time<br />

de meninos — e digo meninos porque, embora alguns fossem<br />

formados, outros ainda estavam se formando —, todos com uma<br />

baita de uma vontade e uma inteligência fora do comum. E todos<br />

disputando tecnologia, inteligência e conhecimento, de uma<br />

forma muito legal, compartilhando e muito gratificante.<br />

Ou seja, você criou um mercado novo, não apenas para pilotos,<br />

mas para outros profissionais de automobilismo no<br />

Brasil. É isso?<br />

A partir de 2008 passamos não apenas a “formar” novos pilotos,<br />

mas também profissionais de corrida, mecânicos, engenheiros…<br />

Até então a gente via que o Brasil, embora seja um celeiro<br />

de pilotos, possui gente muito profissional, com muita capacidade<br />

e que necessita de reconhecimento também. Assim como<br />

os pilotos vão à base, ou seja, começam no kart para tentar<br />

chegar à Fórmula 1, eu acredito que esse caminho possa existir<br />

também para os mecânicos. A Porsche Cup tem isso, um pouco<br />

da filosofia do automobilismo internacional e de como ele funciona.<br />

Tem também a educação, ele precisa entender também que<br />

precisa ter organização, disciplina, além, é claro, do estudo e de<br />

bastante conhecimento. E, antes disso, a gente via que no Brasil<br />

ainda havia muito do “autodidata”, que tem o seu valor também,<br />

claro. Mas se você puder agregar ao talento do brasileiro, esse<br />

autodidatismo, com a teoria necessária, eu acredito que o resultado<br />

é muito maior.<br />

E quando começou a Light?<br />

Foi na metade de 2009. Vimos que havia uma necessidade de<br />

uma categoria de entrada. Tínhamos os carros que haviam sido<br />

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EMOÇÃO<br />

utilizados em 2005, 2006 e 2007 e muitos pilotos com vontade de<br />

entrar, porém, sem a experiência para começar no meio daquele<br />

“bonde” que já estava andando muito rápido. Foi quando criamos<br />

a Porsche Cup Light, ideal para quem ou estava começando ou<br />

estava há muito tempo parado, com custos mais baixos e, principalmente,<br />

com um nível de exigência mais baixo. Essa categoria<br />

surpreendeu totalmente. Logo no primeiro meio ano a gente<br />

começou exatamente igual: começamos também com 14 carros<br />

e, depois, passamos para 25. E todos começaram muito bem.<br />

Rapidamente ganharam experiência. Eles tinham a categoria<br />

principal como referência, trocaram ideias com aquele pessoal,<br />

enxergaram o que estavam fazendo, trocaram experiências com<br />

mecânicos e até, ainda que de forma muito sutil, também com<br />

engenheiros, e o resultado é que todos evoluíram muito rápido.<br />

Mas hoje a Light já corre com os modelos 997…<br />

Sim. No final de 2010 para 2011 era um novo momento para<br />

troca de carros, pois todos os carros da Porsche Cup são substituídos<br />

a cada três anos. Então todo o pessoal da categoria Light<br />

deixou de ser Light, porque a performance deles já era muito<br />

boa, e passou a ser Challenge. Começaram a usar os modelos<br />

997 utilizados em 2009 e 2010, e os pilotos da Cup receberam<br />

o modelo atual, um 997 fase 2, que é muito parecido com o da<br />

Challenge, mas com mais potência, mais downforce. Um carro<br />

que é aproximadamente 2 segundos mais rápido que o da Challenge.<br />

Bom, então desde 2008 você está com 50 carros, entre o que<br />

hoje são da Challenge e mais os da Cup. Como foi absorver<br />

todo esse aumento de carros e pilotos?<br />

Na verdade, quando criamos a Light a gente já começou a se<br />

preparar para isso. Foi uma busca. Precisávamos aumentar toda<br />

a estrutura, espaço de manutenção para os carros, contratar<br />

mais pessoal qualificado, aumentar o estoque de peças, enfim.<br />

Todo esse trabalho começou a ser pensado lá em 2008, quando<br />

os 996 foram temporariamente abandonados, e conseguimos


colocar tudo em prática na metade de 2009, após um ano e meio<br />

de maturação, até termos capacidade de poder apresentar um<br />

serviço competente para os novos pilotos.<br />

Na Europa, existe esse modelo de classes?<br />

O que tem lá fora é classe A e classe B, que correm juntas, muito<br />

mais como forma de aumentar o grid. Eles têm, por exemplo,<br />

oito ou dez carros da A e mais oito ou dez da B, e aí formam um<br />

grid com dezesseis até vinte carros. Mas o Brasil é o país que<br />

tem o maior grid do mundo. A gente correu na preliminar do GP<br />

Brasil de F1 no ano passado com 50 carros, sendo 28 na Cup e<br />

22 na Challenge. Este ano a gente deve repetir a dose, e ainda<br />

com largadas diferentes.<br />

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EMOÇÃO


Abrir o evento da Fórmula 1 também foi um processo complicado?<br />

Não. A gente faz isso desde o primeiro ano. E a organização<br />

da prova gostou do nosso evento e, desde então, ele só tem<br />

crescido. Tanto que no segundo ano participando da competição<br />

já passamos a correr no domingo. Este ano tivemos, em nossa<br />

sétima participação, novamente um HC próprio e o status de<br />

principal evento suporte da F1 no Brasil. A Fórmula 1 é muito<br />

legal porque tem um nível de exigência grande e é um evento<br />

com 80 mil pessoas no autódromo. É muito legal participar do<br />

principal evento de automobilismo do mundo.<br />

Cada evento da Porsche Cup envolve um contingente de<br />

quantas pessoas?<br />

Em um fim de semana de corrida temos de 150 a 180 pessoas.<br />

Pessoal de staff, desde mecânicos, engenheiros, pessoal de<br />

montagem, de televisão, até os garçons que servem os convidados,<br />

marketing, assessoria, pilotos…<br />

Falando um pouco dos pilotos da Porsche Cup, quem os vê<br />

correndo não pode mais chamá-los de ”gentlemen” drivers,<br />

certo?<br />

Essa é uma conotação difícil de entender. Isso remete muito<br />

àquele cara que diz “pode vir, pode passar aqui do lado, vai você<br />

na frente”. E não é isso. Aqui a gente não tem gentlemen drivers.<br />

Essa é uma categoria muito disputada. A gente teve agora muitos<br />

exemplos, e sempre tem, como um grid onde 15 carros estão<br />

separados por menos de 1 segundo. Não dá para dizer que<br />

são gentlemen drivers. Na etapa de Buenos Aires, por exemplo,<br />

tivemos o 2º, o 3º e o 4º colocados separados na bandeirada<br />

por 1 milésimo de segundo. Onde é que tem gentileza nessa<br />

história, não é mesmo? (risos). A capacidade dos pilotos é uma<br />

coisa que impressiona bastante. Eles estão bastante adaptados<br />

ao carro. São todas pessoas de bastante sucesso em suas vidas<br />

e que ali não vão querer ser diferente disso…<br />

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EMOÇÃO<br />

Dá para dizer que a Porsche Cup é uma grande família?<br />

Sem dúvida! A disputa existe entre eles, no limite, até o momento<br />

que abaixa a bandeira. Esses pilotos disputam as provas<br />

sempre com muita ética, nos intervalos trocam informações entre<br />

eles e dão show na pista. Trocam experiências e se tornam<br />

amigos, e suas esposas se tornam amigas também, frequentam<br />

os mesmos lugares. Aí é normal que eles saiam para jantar, viajem<br />

juntos. Tudo isso é consequência deles todos estarem ali<br />

e compartilharem o mesmo esporte, a mesma paixão. É tudo<br />

muito natural.<br />

E Dener, qual foi a maior alegria que a Porsche Cup já te<br />

deu?<br />

Olha, eu tenho, na média, uma grande alegria por ano (risos).<br />

A primeira foi em 2005, quando alinhamos o grid da primeira<br />

etapa. Foi bacana. Na festa de fim de ano me emocionei com<br />

o vídeo da primeira temporada. No ano seguinte também senti<br />

uma grande felicidade quando o grid aumentou. Também me<br />

emocionei com a entrada dos garotos da FEI na categoria e<br />

sinto isso também quando vejo que os mecânicos demonstram<br />

estar acumulando um monte de conhecimento e ainda deixando<br />

as suas vidas mais bacanas. Ver um grid de 50 carros em uma<br />

corrida de F1 também é impressionante, assim como ver um grid<br />

em Portugal, o maior grid de Porsche do mundo. Pelo menos um<br />

momento por ano sempre é muito marcante pra mim.<br />

E qual é o próximo degrau?<br />

É cada vez mais passar para mais pessoas, mais pilotos,<br />

mecânicos, engenheiros, pessoas que assistem, que gostam de<br />

corridas, que gostam de Porsche, pessoal da montagem, esposas<br />

de pilotos, enfim, proporcionar essa experiência incrível,<br />

cada vez mais tornar isso ainda mais acessível.<br />

Afinal, Dener, como você encontra tempo para fazer outras<br />

coisas?<br />

Tempo sempre tem. Claro que, quando a gente faz o que gosta,<br />

mais e mais coisas instigam a gente a dedicar ainda mais tempo<br />

a elas. Mas sempre que posso eu gosto de andar de moto. Já<br />

corri de moto, já disputei um Rally dos Sertões, já fiz umas corridinhas<br />

no asfalto também. Já corri em Spa-Francorchamps<br />

também. Adoro motocicleta e, mesmo não tendo muito tempo,<br />

recentemente consegui viajar com alguns amigos da Porsche<br />

Cup pelo Chile e pela Argentina, andando um pouco no deserto,<br />

um pouco na estrada. Foi muito legal. Acho que o mais importante<br />

não é o tempo que você se dedica a alguma coisa, mas o<br />

quanto de felicidade aquilo que você faz te proporciona. Eu gosto<br />

muito de realizar os sonhos que eu tenho. Então posso trocar<br />

um pouco de diversão por trabalho, até porque estou em uma<br />

fase da vida que isso é possível, e o trabalho me proporciona a<br />

realização de muitos sonhos e muita felicidade.


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PRAZER<br />

Restauro no ar<br />

Quatro anos foi o tempo que uma equipe chefiada por um<br />

irlandês levou para restaurar um De Havilland Tiger Moth DH82A,<br />

avião da época da Segunda Guerra Mundial. Toda essa operação<br />

foi realizada aqui, no Brasil, no Aeroclube de Bragança Paulista<br />

Por Simone Fonseca | Fotos Lalo de Almeida


O encontro<br />

O ano era 2005. O irlandês Ninian Stewart Richardson visitava<br />

Belfast, capital da Irlanda do Norte. Lá, em um hangar, encontrou<br />

o que procurava há algum tempo: um autêntico De Havilland<br />

Tiger Moth. Um monomotor biplano, fabricado na década de<br />

1930 e usado para treinar pilotos da Real Força Aérea Britânica,<br />

antes e durante a Segunda Guerra Mundial.<br />

A aeronave estava bem danificada, mas ele calculou que daria<br />

para atravessar o Mar do Norte e levá-la até Manchester, onde<br />

seria desmontada e transportada para o Brasil em um navio.<br />

Assim foi. Contratou um piloto para fazer a travessia e, quando<br />

chegou na Inglaterra e uma equipe desmontou o avião, eles<br />

perceberam que a decisão de voar foi pra lá de arriscada, já que<br />

uma das asas estava totalmente avariada. Felizmente tudo deu<br />

certo. Afinal, dizem, “os anjos protegem os inocentes”.<br />

Quando chegou ao Brasil, começou sua longa peripécia em<br />

terra firme, até conseguir colocar no ar, totalmente restaurado e<br />

devidamente homologado, esse clássico da aviação.<br />

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PRAZER<br />

Contabilize aí quatro anos, doze viagens internacionais para<br />

encontrar as peças, incontáveis telefonemas, e-mails e envios de<br />

documentos, a vinda de um inspetor da Inglaterra para garantir o<br />

cumprimento de todas as exigências legais brasileiras, incluindo<br />

três inspeções da ANAC — Agência Nacional da Aviação Civil<br />

— para liberar a homologação. Isso sem falar na busca para<br />

encontrar os especialistas brasileiros responsáveis por restaurar<br />

a mecânica, a estrutura e a pintura.<br />

O pedigree<br />

Como é comum na história da aviação, toda aeronave acompanha<br />

um inventário de sua história. Como uma biografia, contém as<br />

datas da sua fabricação e de seu primeiro voo, os nomes de seus<br />

donos, os países pelos quais voou, além de outras informações<br />

técnicas, como autonomia de voo, por exemplo.<br />

No caso da aeronave protagonista de nossa história, foi<br />

fabricada no Canadá pela empresa inglesa De Havilland. Foi<br />

criada para ser um avião de treinamento de pilotos. Seu primeiro<br />

voo aconteceu em 26 de outubro de 1931 na Inglaterra, perto de<br />

Londres. Fez parte da frota da Mediterranean Allied AirForce e<br />

da Força Aérea Francesa. No final da guerra, em 1944, voou de<br />

Liverpool para Casablanca, no Marrocos, onde foi usada para<br />

treinamento. Em 1951, foi vendida para uso civil e partiu para<br />

a França, ficando hospedada no Aeroclube de L’Oise. De lá foi<br />

vendida para um outro civil que a levou para a Irlanda. E na<br />

Irlanda, foi encontrada por Ninian.<br />

Além de ser um clássico modelo das décadas de 1930 e 1940,<br />

utilizado por vários países, o Tiger Moth é também parte da<br />

história da aviação brasileira. Pertenceu à frota da Aviação Naval<br />

Brasileira, entre 1933 e 1941, e da Força Aérea Brasileira, de<br />

1941 a 1947. O Museu Aeroespacial, no Rio de Janeiro, possui<br />

um exemplar em seu acervo e o Museu da TAM, em São Carlos,


conta com outro. Mas o exemplar do Ninian é o único da América<br />

do Sul homologado pela ANAC. Calcula-se que atualmente<br />

existam cerca de 300 exemplares em todo o mundo.<br />

O Tiger Moth tem autonomia de 2 horas no ar. A velocidade de<br />

cruzeiro normal é de 80 nós (um pouco acima de 128 km/h).<br />

A cabine é dupla, sendo que o instrutor ou piloto se posiciona<br />

no assento de trás e o aluno ou passageiro na frente. Uma<br />

hélice. Um motor. Quatro asas. E um design que atrai olhares de<br />

admiração por onde quer que voe.<br />

Paixão e persistência<br />

Ninian já foi piloto de aviação comercial — dirigia taxi aéreo na<br />

Inglaterra e África — e, quando veio morar no Brasil, deixou de<br />

voar como profissão, mas começou a frequentar o Aeroclube de<br />

Bragança Paulista e se aventurar nos aviões Paulistinhas P56C<br />

que ficam naquele espaço. Nesse período foi alimentando e<br />

fazendo crescer seu sonho antigo: o de restaurar um Tiger Moth.<br />

Ele conta que sua afeição especial por esse modelo de aeronave<br />

se deve a três fatores fundamentais:<br />

1 – O desenho clássico da aeronave.<br />

2 – A experiência de voo. “É muito gostoso de voar, já que sua<br />

cabine aberta permite experimentar uma grande sensação de<br />

liberdade”, descreve Ninian.<br />

3 – A relação do Tiger Moth com o Brasil.<br />

Quando encontrou o modelo no hangar de Belfast, ali entendeu<br />

que começava sua grande aventura.<br />

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PRAZER<br />

A arte da restauração é para poucos. Exige doses imensas de<br />

paciência, dedicação e obstinação para conseguir reunir todos<br />

os elementos necessários para se chegar próximo ao objeto<br />

original. Em alguns casos a restauração é impossível, felizmente<br />

com o Tiger Moth foi possível, graças à persistência do irlandês.<br />

Todas as peças são originais, incluindo os parafusos que eram<br />

fabricados de forma artesanal em uma fábrica inglesa, seguindo<br />

o padrão BS, British Standard. Como a fábrica não existia mais,<br />

Ninian teve que ir atrás de quem tivesse os parafusos. Encontrou<br />

na Inglaterra, Irlanda e Nova Zelândia. E teve que esperar um<br />

mês de prazo para que a alfândega liberasse as peças.<br />

A asa, que estava destruída, foi totalmente remodelada por<br />

um engenheiro. Ele reconstruiu, de forma artesanal, utilizando<br />

spruce, a mesma madeira da versão original.<br />

Em relação à tela que envolve o corpo do avião, uma atualização<br />

foi permitida: ao invés de usar o linho irlandês, material muito<br />

pesado, preferiram uma tela feita de resina de nitrocelulose e<br />

poliéster, mais leve e, portanto, mais propícia ao voo.<br />

Enquanto buscava os materiais, Ninian enfrentava outro grande<br />

desafio: homologar a oficina que cuidaria da restauração do<br />

motor. Essa é uma exigência da ANAC no caso da restauração<br />

ou reconstrução de qualquer aeronave histórica. A homologação<br />

foi conseguida com a ajuda do próprio chefe da oficina do<br />

Aeroclube de Bragança Paulista, Pedrão Santos e sua equipe,<br />

onde o avião ficou durante todo o período de seu restauro.<br />

Todos os fins de semana Ninian, Pedrão, equipe e profissionais<br />

contratados se debruçavam sobre o avião. E assim, passo a<br />

passo, com atenção minuciosa, conseguiram refazer a asa,<br />

encontrar todos os componentes para refazer o corpo, fazer o<br />

wigging, que consiste na colocação dos cabos de aço que dão<br />

estabilidade ao voo, até chegar na pintura, que ficou à cargo da<br />

restauradora de arte Ana Pecoraro.<br />

Foi uma emoção para todos os envolvidos quando o avião ficou<br />

pronto. Mas para Ninian, o desafio, a partir daquele momento,<br />

era conseguir a tão sonhada homologação para poder sobrevoar<br />

os ares brasileiros.<br />

O sim da ANAC<br />

Bragança Paulista fica a 88 km de São Paulo. É uma estância<br />

climática com montanhas, trilhas para caminhadas, e uma<br />

grande represa, Jaguary-Jacareí, que reúne ao seu redor vários<br />

condomínios de casas de veraneio. Entre eles, um condomínio<br />

aeronáutico, o Vale Eldorado, também conhecido como fly-in.<br />

Esse empreendimento, além de toda a infraestrutura de um<br />

complexo de luxo, possui uma pista de pouso homologada<br />

a apenas alguns metros das casas. Nos quintais, ficam<br />

estacionadas as aeronaves, lado a lado com os barcos e<br />

automóveis. Como esse, outros condomínios similares estão<br />

sendo construídos em vários estados brasileiros.<br />

A aviação é uma atividade que cresce em nosso país e atrai


cada vez mais aficcionados. Talvez pela loucura do trânsito<br />

das grandes cidades, talvez para economizar tempo, como<br />

puro objeto de desejo ou então por todos esses motivos juntos.<br />

O fato é que os espaços para as aulas de voos e a venda das<br />

aeronaves estão aumentando.<br />

O Aeroclube de Bragança Paulista é um dos inúmeros do<br />

estado de São Paulo onde se pode embarcar na aventura do<br />

ar. Tanto em forma de aulas como em voos duplos de meia<br />

hora de duração, que sobrevoam a bela região da represa<br />

e a paisagem das montanhas.<br />

Criado em 1939 para receber o então governador do estado<br />

de São Paulo, Adhemar de Barros, o aeroclube foi oficialmente<br />

inaugurado no ano seguinte e ainda permanece em plena<br />

atividade. Já sediou um festival de acrobacias e atualmente, nos<br />

finais de semana, recebe os pilotos e amadores que querem<br />

testar seus dotes no ar.<br />

A notícia da homologação do Tiger Moth pela ANAC, depois<br />

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PRAZER


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PRAZER<br />

de um ano de exigências e três inspeções, foi uma festa para<br />

o aeroclube, e o primeiro voo foi marcado para a data desta<br />

reportagem.<br />

Ninian estava ansioso. Afinal, diz ele, por vários momentos ficou<br />

em dúvida se iria receber a licença. Caso negativo, seu Tiger<br />

Moth não teria permissão de voar.<br />

Diz que o maior prazer em todo esse processo de restauração<br />

foi quando recebeu o ”sim” da ANAC. Nesse momento, entendeu<br />

que todo o período, todas as buscas, as dificuldades, as viagens,<br />

tudo valeu a pena. E naquele dia, 6 de novembro de 2011, ele<br />

finalmente iria decolar sua obra de arte.<br />

Voar<br />

Era um domingo de sol e céu azul, límpido. Poucas nuvens e<br />

pouco vento, sinais positivos para a aviação. Era essa a previsão<br />

de todos os sites de metereologia. Chegamos por volta das 8h e<br />

aguardamos Ninian, que apareceu logo em seguida, visivelmente<br />

compenetrado, como um piloto de Fórmula 1 antes da corrida.<br />

Depois de quatro anos, seu Tiger Moth finalmente subiria aos<br />

ares brasileiros, como uma aeronave licenciada.<br />

Antes de alçar voo, existe todo um protocolo a ser cumprido. O<br />

pessoal da cabine de comando do Aeroclube precisa ser avisado,<br />

os motores testados, hélice, assentos, ventos. Tudo vistoriado,<br />

Ninian se posicionou no assento traseiro da sua cabine e Lucas,<br />

outro piloto e professor, girou as hélices. O motor pegou. A<br />

emoção do irlandês já estava no ar.<br />

Como faríamos a reportagem, Lucas acompanhou o Tiger Moth<br />

em seu próprio avião. Convidou Lalo para que fosse com ele e<br />

pudesse tirar as fotos lá de cima. E assim, foram: os dois aviões,<br />

lado a lado, em um trajeto de meia hora.<br />

Ana, a restauradora de arte que acompanhou a restauração,<br />

ficou ao meu lado em terra firme e explicou todas as vantagens<br />

e desafios de se voar num exemplar daquele. Como pontos<br />

positivos, uma cabine aberta que permite observar a paisagem<br />

lá embaixo, literalmente sentindo no rosto a liberdade do voo.<br />

Como ponto de atenção, a dificuldade em pousar. É preciso<br />

alinhar a aeronave bem certinha em relação ao solo, para uma<br />

aterrissagem adequada. Se o nariz estiver muito alto ou muito<br />

baixo, o avião poderá pular, estolar ou ambos. De qualquer<br />

forma, uma vez dominada a técnica de aterrissagem, o piloto<br />

estará mais bem preparado para dirigir outros aviões.<br />

Passados quase trinta minutos, ao longe, avistamos os dois<br />

aviões, lado a lado, um mais acima, outro mais abaixo, se<br />

aproximando da pista de pouso. Respiração suspensa para<br />

assistir a aterrissagem. Ninian desceu com suavidade.<br />

Palmas. Assobios. Gritinhos de alívio. Ele saiu do avião, feliz.<br />

Disse que ainda havia alguns ajustes a serem feitos. Mas estava<br />

realizado com o voo inaugural de seu Tiger Moth. Enfim.<br />

Sentamos em uma mesa para conversar, tomar um café e falar<br />

sobre o restauro. E ali eu percebi o que realmente está na cabeça<br />

e coração do Ninian: não é o trabalho que acabou de fazer e<br />

para o qual dedicou tempo, energia e dinheiro consideráveis,<br />

mas sim seu próximo projeto.<br />

Como um verdadeiro explorador, Ninian não descansa sobre os<br />

louros de seus feitos passados, mas está sempre em busca de<br />

novos destinos. Novos desafios.<br />

A bola da vez é um Sopwith Camel, de 1915. O avião que ganhou<br />

a Primeira Guerra Mundial. Não sobrou nenhum original, mas<br />

existem cinco exemplares — três na França e dois na Inglaterra<br />

— sendo construídos como os originais. O irlandês quer ser o<br />

sexto a embarcar nessa história. Aqui o caso não é restauração,<br />

mas reconstrução.<br />

“Calculo que levarei uns 10 anos nessa missão”, diz sorrindo.<br />

Como se essa fosse a grande graça da sua vida. Passar seus<br />

dias em novos voos. No ar e na imaginação.<br />

Ninian me lembra uma frase de Santos Dumont:<br />

“O homem há de voar.”<br />

Aeroclube de Bragança Paulista<br />

Tel.: (11) 4032-7857<br />

www.acbp.com.br


O Brilho<br />

da velha bota<br />

Por Jorge Lucki<br />

É desnecessário ressaltar a importância da Itália dentro do cenário vinícola<br />

mundial. Toda sua extensão territorial é bastante propícia para o cultivo<br />

de uvas viníferas. Não há sequer uma província italiana que não tenha<br />

história e tradição nessa área. Seu destaque, porém, é um fenômeno relativamente<br />

novo. Até meados da década de 1970 poucos vinhos produzidos<br />

no país mereciam comentários elogiosos. Isso era resultado da mentalidade<br />

vigente que dava prioridade à quantidade ao invés de qualidade.<br />

O panorama mudou quando, sem perder suas raízes, alguns produtores<br />

se deram conta da situação<br />

começaram a buscar qualidade<br />

e investir em conceitos<br />

modernos de enologia. Essa<br />

quase revolução teve como<br />

ponto de partida a Toscana,<br />

e logo se espalhou, em particular<br />

no Piemonte, até atingir<br />

o país inteiro. A melhor<br />

resposta é o reconhecimento<br />

e a estima internacional, e o<br />

prêmio, a crescente posição<br />

no mercado.<br />

O prestígio alcançado por<br />

alguns vinhos toscanos causou,<br />

no entanto, certos disparates,<br />

em prejuízo de consumidores<br />

incautos. O mais<br />

inquietante é o que cerca<br />

o Brunello di Montalcino,<br />

considerado, talvez, o rótulo<br />

mais importante da província.<br />

A região de Montalcino cresceu muito rápido e sem<br />

critério. Até 1970, havia apenas 11 produtores de brunello e a<br />

área plantada não excedia míseros 60 hectares. O número de<br />

vinhateiros dobrou na década de 70 e chegou a 53 em 1980,<br />

quando foi elevada à então recém-criada categoria DOCG,<br />

Denominazione di Origine Controllata e Garantita. O descontrole<br />

começou mesmo a partir daí: em 1985 já havia 810<br />

hectares de vinhas, número que hoje ultrapassa 2,5 mil hectares e mais de<br />

200 vinícolas. A qualidade é absurdamente heterógena. Boa parte destes<br />

novos vinhedos foram implantados em locais inadequados, especialmente<br />

em se tratando de uma casta tão difícil de ser trabalhada. Estou convicto<br />

que é um dos vinhos que mais decepções causam aos que, seduzidos pelo<br />

rótulo, pagam preços desproporcionais à qualidade que ele oferece.<br />

PUBLI-EDITORIAL<br />

Para não se deixar impressionar por rótulos, o mais indicado é não comprar<br />

às cegas. Mais do que perguntar a um vendedor, que invariavelmente<br />

sabe pouco e está interessado em vender o que tem na mão, o correto é<br />

consultar um guia confiável. Na falta de outras informações, um dado<br />

importante, sem dúvida, é buscar o ano em que a vinícola foi fundada.<br />

É o caso da Canalicchio di Sopra, propriedade familiar que iniciou suas<br />

atividades na região em 1962 (bem antes da invasão), sendo comandada<br />

atualmente pela terceira geração. Com vinhedos muito bem situados e<br />

uma visão atual, sem esquecer da tradição, produz Brunellos que, de fato,<br />

dignificam Montalcino.<br />

Rivalidades à parte, o Piemonte é, junto com a Toscana, a região vinícola<br />

mais importante e prestigiada internacionalmente da Itália. É a terra dos<br />

Barolos e dos Barbarescos, vinhos que são elaborados integralmente com<br />

o mesmo tipo de uva, a Nebbiolo,<br />

em suas respectivas<br />

regiões demarcadas. São as<br />

pequenas, mas importantes<br />

diferenças no clima e solo<br />

destas duas localidades que<br />

explicam as significativas<br />

diferenças entre os dois vinhos.<br />

O Piemonte está localizado<br />

no noroeste da Itália, tendo<br />

os Alpes como limite ao<br />

norte e a oeste, e o mar da<br />

Ligúria ao sul. Seu clima é<br />

cheio de extremos: inverno<br />

costuma ser muito severo,<br />

com frequentes inversões de<br />

neblina e os verões bastante<br />

quentes. Cultivar as uvas nas<br />

encostas das montanhas,<br />

solo com boa drenagem e<br />

perfeita exposição ao sol, é<br />

fundamental para a boa qualidade da Nebbiolo, uva de maturação<br />

tardia. O resultado são Barolos, ricos e potentes, e os<br />

elegantes e mais frutados Barbarescos.<br />

Outras uvas da região que começam a brilhar com mais intensidade<br />

nos últimos tempos são a Barbera, que está em<br />

grande ascensão, e a Dolcetto (ao contrário do que o nome<br />

sugere, propicia vinhos secos e leves), ambos tintos com grande afinidade<br />

com a culinária italiana, em especial massas, risotos e pizzas. Dois<br />

bons exemplos de produtores fiéis aos melhores propósitos do Piemonte,<br />

com vinhos de alto padrão, são a Cascina Ballarin, com seus excepcionais<br />

Barolos, e a Azienda Piero Busso, especializada em Barbarescos. Tanto um<br />

como outro, propõem também Barberas e Dolcettos de primeiro nível.<br />

Loja Mercovino Ribeirão Preto: Rua Marcondes Salgado, 1538<br />

Boulevard (16) 3635.5412<br />

Escritório São Paulo: Rua Funchal, 538 Conj. 72<br />

Vila Olímpia (11) 3841.9448<br />

www.mercovino.com.br<br />

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PRAZER


Papel e caneta<br />

na mão<br />

Na era dos notebooks, smartphones e telas touch<br />

screen, há um grupo de pessoas remando contra a<br />

maré nas escolas de caligrafia<br />

Por Paula Queiroz | Fotos Eduardo Sardinha<br />

Há quem duvide, mas caligrafia e tecnologia andam lado a lado.<br />

Como prova disso, os produtos da Apple, com design inovador,<br />

e por que não dizer encantador, já garantiram uma legião de fãs<br />

mundo afora. No discurso feito por Steve Jobs para a Universidade<br />

de Stanford, em 2005, ele conta sobre as aulas de caligrafia<br />

que cursou depois de ter largado a faculdade. “Já que eu tinha<br />

abandonado o curso e não tinha que ter aulas normais, eu decidi<br />

que teria aulas de caligrafia. Aprendi sobre serifa, espaçamentos<br />

entre diferentes combinações de letras e sobre o que faz<br />

uma ótima tipografia ser realmente ótima. Era lindo, histórico e<br />

sutilmente artístico, de uma maneira que a ciência não consegue<br />

compreender. E eu achei fascinante. Mas nada disso tinha sequer<br />

esperança de ser útil na minha vida. Só que, dez anos depois,<br />

quando desenvolvíamos o primeiro computador Macintosh,<br />

tudo veio a mim. E nós colocamos tudo isso nele”, conta Steve,<br />

que talvez, se nunca tivesse cursado caligrafia, não teria desenvolvido<br />

um computador com letras e design tão atraente.<br />

Do outro lado do continente, em plena capital paulistana, mais<br />

um exemplo para não deixar dúvidas. Antônio Ramondetti De<br />

Franco, 27 anos, professor de caligrafia, responde todas as<br />

questões de seus alunos via MSN e Skype, através do seu<br />

smathphone e do seu tablet, que estão sempre à mão. Viciado<br />

em tecnologia e amante do design, não surpreende saber que<br />

Antônio também não abre mão de sair por aí com o seu Z4, da<br />

BMW. Os tempos mudaram, mas a paixão pela escrita continua<br />

correndo nas veias da família De Franco, com tradição de<br />

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PRAZER<br />

quase cem anos na arte da escrita. “Eu sempre gostei muito de<br />

todo o tipo de tecnologia e oriento muito meus alunos pela internet.<br />

O computador é uma ferramenta muito importante para nos<br />

auxiliar na apresentação e na pesquisa de trabalhos escolares,<br />

por exemplo, mas é preciso lembrar que ele foi criado para nos<br />

ajudar e não para nos substituir”, conta Ramondetti, bisneto de<br />

Antonio De Franco, que fundou a tradicional escola de caligrafia<br />

De Franco, em 1915, no centro de São Paulo.<br />

Hoje, Ramondetti e seu pai, Antônio De Franco Neto, que já<br />

leciona há 44 anos, estão à frente da escola, agora no bairro de<br />

Pinheiros, que atende cerca de 1.500 alunos por ano. “Por aqui<br />

passam as pessoas que querem melhorar a sua letra, desde<br />

vestibulandos até profissionais que se comunicam através da<br />

escrita. Recebemos até quem já tem a letra bonita e gostaria<br />

de se profissionalizar, para realizar trabalhos caligráficos, como<br />

convites de casamento”, conta.


apareceu explicando que teve que ir pessoalmente até Salvador,<br />

para provar para a mulher que tinha sido ele quem escreveu<br />

a carta, pois ela achou que ele estava contando fatos íntimos<br />

do casal para outra pessoa. Felizmente a história acabou bem”,<br />

conta Antônio.<br />

Com tantos anos de experiência, o que não faltam são histórias<br />

pra contar. A pedido do Convento de São Pedro, a escola De<br />

Franco escreveu o nome do Papa para colocar na porta de seus<br />

aposentos, quando este veio visitar o Brasil. O trabalho agradou<br />

tanto que o Cerimonial Papal pediu para levar ao Vaticano. Pedido<br />

aceito. Outra vez, um dos alunos que se matriculou na escola<br />

estava focado em escrever uma linda carta de amor para a<br />

sua mulher, que havia ficado em Salvador, na Bahia. Depois de<br />

aperfeiçoar a sua letra, o aluno sumiu. “Três meses depois ele<br />

Para Ramondetti, foi o estudo da caligrafia feito por Jobs que<br />

destacou o seu produto da concorrência. Mas é preciso tomar<br />

cuidado, nem só de tecnologia pode viver o homem. Sobre os<br />

colégios americanos que aboliram a escrita cursiva ou aqueles<br />

que já autorizam o uso dos computadores nas salas de aula,<br />

ele alerta: “a utilização do teclar ao invés da escrita manuscrita<br />

é um grave erro de quem, por interesses financeiros ou mercadológicos,<br />

tomou tal decisão. Daqui a dez anos, quem adotou<br />

essa postura, ao faltar energia, não saberá sequer segurar uma<br />

caneta”.<br />

Escola De Franco<br />

Tel. (11) 3815-0449<br />

www.profdefranco.com.br<br />

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PRAZER<br />

CRIATIVIDADE<br />

ESSENCIAL<br />

O renomado chef Sidney Degaine, que já serviu personalidades como Bill Gates e Warren Buffet<br />

no exclusivíssimo Allen Company, inaugura seu Essence no alto da MINI, em Ribeirão Preto<br />

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Por Eduardo Rocha | Fotos André Hawle


O restaurante Essence abriu suas portas com<br />

uma noite de degustação para um seletíssimo<br />

grupo de convidados do Grupo <strong>Eurobike</strong> e da<br />

Maison Degaine.<br />

Logo na entrada, cada convidado recebia um<br />

passaporte, produzido pelo mesmo fornecedor<br />

dos passaportes brasileiros, que dará benefícios<br />

exclusivos para aqueles que visitam as casas<br />

da Maison Degaine.<br />

O projeto arquitetônico do restaurante buscou<br />

o melhor aproveitamento do espaço. No salão<br />

não há excesso de mesas, para privilegiar a<br />

circulação e o conforto. Camarotes com mesas<br />

para 6 a 8 pessoas, um pouco mais reservados,<br />

recebem grupos que vêm não apenas com<br />

o propósito de comer, mas de passar momentos<br />

prazerosos, conversando e apreciando as<br />

delícias que saem da cozinha. Existem também<br />

mesas no terraço para aqueles que querem ficar<br />

ao ar livre.<br />

O cardápio conta com seafood bar, com direito<br />

a ostras fresquíssimas que chegam diariamente,<br />

king crab, lagosta, vieiras do Canadá<br />

e diferentes tipos de caviar vindos do Alaska.<br />

As entradas são a base de foie-gras, saladas<br />

e tartars. Para o prato principal existem algumas<br />

opções de pasta e de risotos. O beef bar<br />

conta com cortes de carnes selecionados da<br />

raça Red Angus, como prime rib e t-bone, carré<br />

de cordeiro e uma boa diversidade de acompanhamentos.<br />

Tudo exposto numa vitrine para<br />

que o cliente possa escolher.<br />

A experimentação é uma marca forte. O conceito<br />

de surf & turf, criado nos Estados Unidos,<br />

combina carnes vermelhas com ingredientes<br />

do mar, produzindo resultados interessantíssimos.<br />

Experimente combinações de cortes do<br />

beef bar com vieiras, lagosta ou camarões. Um<br />

encontro delicioso entre terra e mar.<br />

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PRAZER<br />

Ao lado, Sidney e Maria Degaine, que<br />

comandam o Essence<br />

Quando se fala de ingredientes premium, logo<br />

se imaginam pratos com valores exorbitantes.<br />

Segundo Maria Degaine, executiva da casa, foi<br />

feita uma grande pesquisa de fornecedores de<br />

ingredientes, para oferecer a melhor qualidade<br />

com preços justos.<br />

Também foi montado um bar em parceria com a<br />

Veuve Clicquot, o primeiro fora do eixo Rio-São<br />

Paulo. O champanhe não poderia ser melhor<br />

para harmonizar com os frutos do mar.<br />

A adega, com perfil de wine-boutique, conta<br />

com uma seleção de 32 rótulos perfeitos para<br />

harmonizar com o cardápio.<br />

O Chef Sidney Degaine é realmente um alquimista<br />

de mão cheia. Com muito estudo na área<br />

da culinária molecular, que preserva as propriedades<br />

nutricionais dos alimentos, produz<br />

experiências sensoriais interessantíssimas,<br />

como um purê de batata aerado, com suas centenas<br />

de bolhinhas estourando sobre a língua,<br />

ou o “suspiro do dragão”, um suspiro frito no<br />

nitrogênio líquido que, ao cair na boca, faz com<br />

que você solte fumarolas pelas narinas. Divertidíssimo.<br />

O Essence chega para mostrar como o improvável,<br />

e até o impensável, podem ser surpreendentemente<br />

bons.


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PRAZER<br />

Achados e<br />

imperdíveis<br />

Por Patricia Miller<br />

Câmera Leica X1<br />

Uma “releitura” da Leica 1, com objetiva fixa de 36mm<br />

Leika Store São Paulo<br />

Shopping Cidade Jardim<br />

(11) 3758-3609<br />

Mala Salsa Air da Rimowa<br />

Feita em policarbonato com sistema<br />

multiwheel, que permite qualquer<br />

manobra sem esforço. Na cor Inca gold.<br />

www.rimowashop.com.br<br />

Caviar Petrossian<br />

Petrossian Shopping Cidade Jardim<br />

(11) 3552-7200<br />

Bule Tom’s Drag<br />

Criado pelo artista plástico<br />

Tom Hoffmann<br />

Griffes e Design<br />

(11) 3062-1510<br />

Relógio Montblanc Sport Tantalum Automatic<br />

Modelo para mergulho, com válvula de hélio e<br />

caixa de tântalo, altamente resistente a impactos<br />

e corrosão<br />

Montblanc Shopping Cidade Jardim<br />

(11) 3552-8000<br />

Caneta tinteiro Graf Von Faber Castell<br />

Em madeira nogueira<br />

Le Paquet<br />

(11) 3062-1510


Brincos Casa Affonso<br />

Brincos em ouro amarelo, diamantes negros<br />

e brancos e esmeraldas<br />

Loja Ribeirão Shopping<br />

(16) 3602-9957<br />

www.casaafonso.com.br<br />

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Relógio Certina DS Podium Lady By Vana<br />

Danydeb Joalheria<br />

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(11) 3021-6988<br />

Capacete Doc Dog<br />

Modelo Cobra-dourado<br />

Doc Dog<br />

(11) 3081-3089<br />

www.docdog.com.br<br />

Refrigerador SMEG<br />

Tecnologia e design modernos<br />

com apelo retrô<br />

SMEG<br />

www.smeg.com.br<br />

Óculos de sol Chanel<br />

Chanel Boutique<br />

(11) 3032-7294<br />

Bicicleta Dobrável MINI<br />

<strong>Eurobike</strong> MINI<br />

www.eurobike.com.br<br />

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DEVANEIO<br />

Andorra:<br />

pequeno grande país<br />

Reza a lenda que Andorra foi fundada por Carlos Magno em 805, como reconhecimento<br />

pela ajuda de seus habitantes na luta contra os Sarracenos. Seus limites<br />

geográficos, em vigor até hoje, foram estabelecidos em 1278, e desde 1993,<br />

quando foi aprovada a sua primeira constituição, é um estado soberano, o único<br />

país do mundo onde a língua oficial é o catalão<br />

Por Eduardo Petta | Fotos Carol da Riva


O país é uma “ilha” flutuando nos Pirineus. Seu ponto mais alto, Comnapedrosa, fica a 2942 metros<br />

de altitude, o mais baixo, no rio Runer, a 838 metros. De um lado está a Espanha, do outro a<br />

França. E no meio esse país de 84 mil habitantes, 468 km 2 de extensão, dos quais 92% correspondem<br />

a bosques, lagos, rios e montanhas. Um pequeno país que recebe todos os anos 9 milhões de<br />

visitantes para, debaixo de neve ou no calor do verão, descobrir seus segredos.<br />

Bastam 52 minutos para percorrer os 36,9 quilômetros entre os dois pontos mais distantes de<br />

Andorra – da fronteira espanhola até Pas de La Casa e o túnel que leva à França. No meio do<br />

caminho, Andorra la Vella, a charmosa capital. Tempo para sair a pé percorrendo seus passeios<br />

à beira-rio; sentar-se num dos tantos cafés para esquentar do frio; deleitar-se em suas bordas,<br />

os restaurantes típicos da gente da montanha; dormir em hotéis luxuosos, festar e comprar aos<br />

preços mais convidativos do velho mundo. Seja nos 150 dias do ano em que Andorra está coberta<br />

de neve, o nirvana de esquiadores, seja quando o inverno acaba e suas montanhas ficam<br />

verdinhas, o paraíso para os montanhistas, existem muitos motivos para se visitar Andorra. Aqui<br />

damos dez deles.<br />

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DEVANEIO<br />

1. Comprar a preços baixos em Andorra la Vella<br />

Andorra é um paraíso do shopping. Pense na sua marca favorita.<br />

Pensou? Com certeza ela estará lá, numa das mais de<br />

1500 lojas espalhadas por dezenas de galerias elegantes, onde<br />

os preços são, de um modo geral, mais baixos do que os do<br />

resto da Europa, graças, sobretudo, ao benevolente regime fiscal<br />

andorrano. Em Andorra la Vella, o eixo Avinguda Meritxell<br />

– Avinguda Carlemany abriga o must do mundo fashion, com<br />

lojas de grandes marcas como Hugo Boss, Levi´s, Tommy Hilfiger<br />

e Guess, além de insígnias como Dolce & Gabbana, John<br />

Galliano e Marc Jacobs em lojas multimarcas, como a Now An-


dorra (www.viamoda.ad). Pertinho dela, a cadeia Olympia tem<br />

tudo para esqui, snowboard e montanhismo (www.olympiaesports.ad).<br />

E quem quiser se esbaldar com gadgets e eletrônicos<br />

procure a La Bahaus (Carrer Bonaventura Armengol, 11; www.<br />

labahaus.com), que junta no mesmo espaço arte com entretenimento.<br />

Ainda para os amantes do luxo, Andorra é um prato cheio<br />

com grande quantidade de ourivesarias, joalherias e relojoarias.<br />

A Pons i Bartumeu (Plaça Rebés, 5, Andorra la Vella; www.<br />

ponisbartumeu.ad) é a mais famosa, com 60 anos de existência.<br />

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DEVANEIO<br />

2. Comer feito rei na montanha<br />

Andorra tem uma farta tradição culinária, que coloca no mesmo<br />

prato influências cruzadas da cozinha francesa e espanhola, receitas<br />

tradicionais e produtos nativos. Na lista fazem parte os<br />

enchidos (bringuera, buitifarra e bisbe), os azeites, o trinxat da<br />

montanha (um prato com couve, batatas, alho e bacon), diversas<br />

receitas de truta, carne de caça na pedra fumegante, as<br />

cocas (uma espécie de pizza), além de cogumelos e trufas. Para<br />

acompanhar, pode-se tomar o vinho local, de alta qualidade,<br />

produzido num dos vinhedos mais elevados da Europa, 1.100<br />

metros acima do nível do mar. Um bom exemplo é o Cim del Cel<br />

(“cume do céu”), da Casa Beal (www.casabeal.net), vinho branco<br />

criado a partir de uvas Gewurztraminer. Todas essas iguarias<br />

podem ser compradas em lojas gourmet: os enchidos na Gourmeterie<br />

Marquet (Plaça Co-Prínceps, 3, Escaldes-Engordany);<br />

os queijos na Casa del Formatage (Avinguda Verge de Canólich,<br />

132, Andorra la Vella) e os vinhos na adega Cava Benito (Avenida<br />

Carlemany, 82, Escaldes-Engordany).<br />

Apesar de possuir mais de 600 restaurantes no principado, você<br />

não deve deixar de visitar algumas das cerca de vinte “casas de


lavrador”, que compõem o itinerário de “las bordas”, os restaurantes<br />

mais autênticos dos Pirineus. Antigas casas de guardar<br />

gado e semente, as bordas são sempre acolhedores restaurantes,<br />

com pratos de montanha e decoração típica. Destaque<br />

para a Borda Estevet (La Comella, 2, Andorra La Vella; tel. +376<br />

-335099) e suas carnes de caça em la plancha, assadas na sua<br />

frente. Para um jantar mais sofisticado, procure o Platô, restaurante<br />

no piso térreo do divino Acta Art Hotel Andorra, com culinária<br />

andorenha fusion servida com arte.<br />

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88 | <strong>Eurobike</strong> <strong>magazine</strong> DEVANEIO<br />

3. Relaxar num spa high tech<br />

Vários hotéis oferecem spa, mas a jacuzzi exterior borbulhante<br />

do Sport Wellness Mountain Spa (www.sporthotels.ad) é de tirar<br />

o chapéu, ou melhor, o gorro. Dela avista-se todo o movimento<br />

das pistas de Soldeu. É o banho que precede a lista de mimos,<br />

que inclui: “massagens de chuva”, “banho nutritivo de Cleópatra”<br />

e o ritual corporal “Carícias de Seda”, um tratamento a base<br />

de flocos de neve aromáticos, que purifica a pele e elimina as<br />

células mortas. Pena que só dure 75 minutos. Outra opção é o<br />

Caldea (www.caldea.ad), o maior complexo termal do Sul da Europa,<br />

com 30 mil metros quadrados de piscinas, jacuzzis, massagens<br />

e tratamentos hidrotermais. Visto de fora, parece uma<br />

catedral futurista. De dentro, assim que anoitece, parece uma<br />

espaçonave de tantas cores que brilham e mudam de forma. A<br />

piscina central parece um lago, com água entre os 32 e os 34<br />

graus. A entrada custa 50 euros e vale por três horas, o suficiente<br />

para recuperar as energias para o dia seguinte.


4. Descobrir o gótico românico<br />

Andorra mantém viva a tradição arquitetônica do gótico românico,<br />

com suas igrejas e casas erguidas entre o século 12 e o<br />

século 15. No conjunto de suas sete paróquias, existem mais de<br />

40 igrejas, todas pequenas e graciosas. Entre tantas, não perca<br />

as três joias da coroa: Sant Cerni de Nagol, na bela Sant Julià de<br />

Lòria; a igreja de Santa Colona, erguida ainda no século 11, na<br />

deliciosa aldeia que lhe empresta o nome, onde o grande destaque<br />

é o afresco de Agnus Dei (Cordeiro de Deus) ladeado por<br />

dois anjos; e Sant Martí de la Cortinada, em Ordino, a paróquia<br />

mais remota do país — “a longínquos” 15 minutos da capital,<br />

Andorra la Vella, e um dos melhores testemunhos dos tempos<br />

antigos.<br />

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DEVANEIO<br />

5. Barcelona é logo ali<br />

Não dá pra pensar em Andorra sem dar um pulinho na vibrante<br />

capital da Catalunha, distante 2h45 de carro. Eu não ficaria menos<br />

que quatro dias na terra de Gaudí, descobrindo as obras<br />

desse gênio, como La Pedrera e a Casa Milá. Daria-me tempo<br />

para: rodar a pé por Las Ramblas, vendo seus artistas de rua;<br />

admirar as vitrines do Paseo de Gracia; fazer um pic-nic no<br />

Parque Guel; explorar o bairro gótico; visitar o Museu Picasso e<br />

Miró; passear uma tarde de bicicleta nas praias de Barceloneta.


6. E Toulouse um pouco mais ali<br />

Andorra é um lugar de sorte. De um lado, a Catalunha e Barcelona,<br />

do outro, a França e Toulouse, a cidade rosa, plana,<br />

divina e maravilhosa com suas queijarias, chocolatarias, cafés,<br />

seus restaurantes que servem deliciosos pratos a base de confit<br />

de canard, froie gras, harmonizados com os vinhos tintos das<br />

vizinhas Bordeaux e Cahor. Distante os mesmos 2h45 de carro<br />

pelo túnel que sai em Pas de La Casa, Toulouse é um achado<br />

no sul da França.<br />

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DEVANEIO<br />

7. Bike na montanha<br />

Quando acaba a neve, surge uma nova Andorra, repleta de<br />

montanhas verdinhas. As pistas de esqui se convertem em<br />

grandes descidas de downhill. Com o serviço do lift para o topo,<br />

nem é preciso pedalar, só descer e sentir a emoção. Grandvalira<br />

e Vallnord são consideradas umas das melhores bikeparks da<br />

Europa, com 17 quilômetros de percurso entre os bosques e as<br />

belas formações rochosas, com diversos níveis de dificuldade.


8. Golfe nas alturas<br />

Andorra também é ponto de encontro de golfistas. Para os<br />

praticantes que acham que já viram de tudo, o campo de Soldeu,<br />

2250 metros acima do nível do mar, é considerado o<br />

mais elevado da Europa. Segundo os especialistas, a altitude<br />

faz com que a bola ofereça menor resistência ao ar, facilitando<br />

as tacadas de longa distância. O green fica num cenário<br />

deslumbrante e o percurso leva a assinatura do inglês Jeremy<br />

Pern (www.grandvalira.com).<br />

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DEVANEIO


9. Caminhada no verão<br />

No verão é possível fazer várias caminhadas pelas montanhas<br />

dos Pirineus, passando por entre picos, lagos e vales. A maior<br />

parte das trilhas é autoguiada. Basta seguir as setas vermelhas<br />

e brancas para seguir a rota (GR). Para pés mais ousados,<br />

a dica é a Grande Rota do País (GRP), que percorre um total<br />

de cem quilômetros, mas sem grandes desafios. A GRP está<br />

dividida em sete etapas, que coincidem com a localização dos<br />

refúgios, para ser feita em seis ou sete dias. Nesses caminhos<br />

é possível dormir nos 26 abrigos de montanha, a maioria de<br />

utilização gratuita, com comodidades espartanas: lenha, água,<br />

quatro paredes e um teto – mas todos com vistas impagáveis.<br />

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DEVANEIO<br />

10. Neve para todos<br />

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Todas as opções de lazer valem a visita para Andorra. Mas se<br />

há algo que realmente destaque o pequeno país no cenário internacional<br />

são suas estações de esqui, pistas e opções de lazer<br />

na neve, que cai em média 150 dias por ano, na janela entre<br />

novembro até o final de abril. Assim que o seu manto de neve<br />

atinge os quarenta centímetros, começa a diversão nos 193<br />

quilômetros das 110 pistas de Grandvalira, que somado aos 98<br />

quilômetros e 69 pistas de Vallnord, completam um dos maiores<br />

domínios esquiáveis da Península Ibérica. Um mundo branco<br />

tomado por uma senhora infraestrutura de lifts, restaurantes e


hotéis, com DJs nos bares das pistas, iglu-bares, esqui noturno,<br />

festas, gente bonita, alegria nos rostos de esquiadores e snowboarders<br />

do mundo inteiro, de todos os níveis. A minha preferida:<br />

Ordino-Arcalís, pela beleza da paisagem. Até quem não curte<br />

a adrenalina se diverte com outras formas de deslizar, como o<br />

mushing, o passeio de trenó puxado por cães, ou o joring, uma<br />

espécie de trenó sob dois pares de esqui. E ainda há passeios<br />

com raquetes gigantes, esqui de fundo e até um tobogã de cinco<br />

quilômetros, o Tobotronc, que desliza em meio aos bosques. Diversão<br />

garantida, uma montanha de possibilidades, que fazem<br />

de Andorra esse pequeno grande país.<br />

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DEVANEIO<br />

Serviço<br />

Quando ir<br />

Para quem curte inverno e neve, a temporada vai de novembro ao<br />

final de abril. Vá de junho a setembro para ver Andorra no verão.<br />

Onde ficar<br />

Para ficar que nem rei em Andorra, o endereço é o moderno e urbano<br />

Acta Art Hotel (www.hotel-arthotelandorra.com; Prat de la Creu,<br />

15, Andorra la Vella; tel. +376 76 03 03). Localizado no coração de<br />

Andorra la Vella, pertinho de todas as lojas e galeria, o seu café da<br />

manhã e o jantar são de chorar e pedir por mais. Mais simples, mas<br />

ainda assim aconchegante e com a vantagem de se estar na beira<br />

do lift para a pista de Pal-Arinsal, de Vallnord, experimente o Magic<br />

Ski (www.hotel-magic-ski.andorramania.com; Avinguda del Ravell, 1<br />

La Massana, AD 400).<br />

Como chegar<br />

Para chegar a Andorra é preciso tomar o avião até Barcelona, na<br />

Espanha, ou Toulouse, na França. De ambos, o ideal é alugar um<br />

carro, para poder rodar por Andorra. E a distância é praticamente a<br />

mesma, 200 km, ou 2h45 na ponta do relógio.<br />

Quem leva<br />

A Action Turismo possui pacotes especializados em<br />

Andorra. www.actionturismo.com.br; tel. (21) 3861-9900.<br />

O pacote inclui:<br />

- 7 noites em quarto standard no Arthotel Andorra (35m²).<br />

- Transfer regular (ida e volta) do aeroporto de Barcelona — Arthotel<br />

- 5 dias não consecutivos SkiAndorra Pass<br />

- Café da manhã buffet (Galeria restaurante, restaurante panorâmico,<br />

5 º andar).<br />

- Buffet jantar (restaurante Galeria) ou jantar à la carte (restaurante<br />

Platô).<br />

- Entrada gratuita no spa.<br />

Valores por pessoa a partir de: U$ 1242.00 à vista, mais aéreo com<br />

Ibéria a partir de U$ 820 + U$ 84 (taxas).<br />

Agradecimento Especial: Ski Andorra (www.skiandorra.ad) e Hotansa,<br />

Hotels dels Pirineus (www.hotansa.com).

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