30.04.2018 Views

___Baggini-Fosl-as-Ferramentas-Dos-Filosofos-Um-Compendio-Sobre-Conceitos-e-Metodos

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

80 1 As ferrament<strong>as</strong> dos filósofos<br />

ser entendid<strong>as</strong> de acordo com a maneira como fnncionam n<strong>as</strong> comunidades<br />

dos usuários competentes da linguagem. Isso não pode ser descrito<br />

em termos reducionist<strong>as</strong>. Podemos identificar certos <strong>as</strong>pectos recorrentes<br />

do uso da palavra, alguns dos quais podem ser, inclusive, essenciais. M<strong>as</strong><br />

não podmos ter a pretensão de conseguir depurar a lista de regr<strong>as</strong> para<br />

a aplicaçao correta de uma palavra, chegando a uma lista finita de condições<br />

específic<strong>as</strong>. Se fizéssemos isso, algo do significado do conhecimento<br />

teria sido perdido - ter-se-ia frac<strong>as</strong>sado em "apreender os fenômenos".<br />

<strong>Um</strong> recurso heurístico<br />

Nem sempre é necessário escolher entre abordagens reducionist<strong>as</strong><br />

e abordagens não reducionist<strong>as</strong>. É possível usar o reducionismo como<br />

um recurso heurístico. Neste c<strong>as</strong>o, recorrer-se-ia à redução não em virtude<br />

de acreditar que em sua explicação o fenômeno poderia ser plenamente<br />

compreendido com b<strong>as</strong>e em algo mais simples, m<strong>as</strong> porque 0<br />

processo de explicação reducionista revelaria elementos interessantes<br />

com os quais se pode aprender. Assim, por exemplo, voltando ao conhecimento<br />

como crença justificada, poder-se-ia rejeitar a visão segundo a<br />

qual uma concepção completa do que seja o conhecimento pode ser<br />

dada pen<strong>as</strong> por essa análise reducionista. M<strong>as</strong> se poderia aceitar que a<br />

tenatlva de efetuar a redução revela a importância d<strong>as</strong> idei<strong>as</strong> de justificaçao<br />

e verdade para o conceito de conhecimento. Aqui, temos o reduc10msmo<br />

como uma ferramenta no sentido pleno da palavra - algo a<br />

ser usado por aquilo que pode revelar, não algo que é, em si, uma receita<br />

para a descoberta da verdade.<br />

Ver também<br />

1.10 Definições<br />

3.18 A navalha de Ockham<br />

3.26 Adequação empírica<br />

Leitur<strong>as</strong><br />

Patrícia S. CHURCHLAND, Neurophilosophy: Towards a Unified Science of<br />

Mind-Brain, 1986.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!