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___Baggini-Fosl-as-Ferramentas-Dos-Filosofos-Um-Compendio-Sobre-Conceitos-e-Metodos

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ferrament<strong>as</strong> básic<strong>as</strong> da argumentação ! 51<br />

O problema do ceticismo<br />

O principal problema, filosoficamente falando, enfrentado pelos<br />

pensadores está em estabelecer que é de fato impossível para todo candidato<br />

a certeza ter um valor verdade diferente. Os pensadores céticos<br />

foram extremamente hábeis em demonstrar que praticamente qualquer<br />

<strong>as</strong>serção pode ser falsa, ainda que pareça ser verdadeira (ou que pode<br />

ser verdadeira apesar de parecer falsa). Na esteira da investigação cética,<br />

a maioria concordaria em que, no que se refere a afirmações de verdade,<br />

a certeza absoluta permanece inatingível. Ademais, ainda que fosse possível<br />

atingir este tipo de certeza, embora seja possível que tudo de que<br />

se tem certeza filosoficamente seja verdadeiro, por outro lado é muito<br />

claro que não se pode ter certeza acerca de tudo o que é verdadeiro.<br />

M<strong>as</strong>, se você não pode ter certeza demonstrável, o que pode ter<br />

que mais se aproxime disso? <strong>Um</strong>a resposta adequada a esta pergunta<br />

requer um exame muito mais amplo da teoria do conhecimento. Contudo,<br />

será proveitoso falar um pouco sobre a resposta que mais comumente<br />

nos ocorre: a probabilidade.<br />

A probabilidade é o lugar natural no qual se refugiar c<strong>as</strong>o não seja<br />

possível alcançar a certeza. Como um refúgio, porém, ela é corno a c<strong>as</strong>a<br />

de madeira na qual o porquinho se abriga ao fugir da c<strong>as</strong>a feita de palha.<br />

O problema é que a probabilidade é uma noção precisa que não pode<br />

ser entendida corno a melhor coisa logo abaixo da certeza.<br />

Probabilidade objetiva e probabilidade subjetiva<br />

Podemos estabelecer uma distinção entre a probabilidade objetiva<br />

e a probabilidade subjetiva. A probabilidade objetiva encontra-se onde<br />

o que irá acontecer é genuinamente indeterminado. A desintegração<br />

radioativa poderia ser um exemplo. Para todo átomo radioativo dado, a<br />

probabilidade de ter se desintegrado no período de sua meia-vida é de<br />

50%. Isto significa que, se você considerar dez de tais átomos, é provável<br />

que cinco deles tenham se desintegrado ao fim do período de meia-vida<br />

do elemento e que os outro cinco não tenham se desintegrado. Ao menos<br />

em algum<strong>as</strong> interpretações, é genuinamente indeterminado quais<br />

átomos estarão incluídos em cada categoria.

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