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___Baggini-Fosl-as-Ferramentas-Dos-Filosofos-Um-Compendio-Sobre-Conceitos-e-Metodos

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Ferrament<strong>as</strong> básic<strong>as</strong> da argumentação 1 19<br />

a p<strong>as</strong>sagem d<strong>as</strong> premiss<strong>as</strong> à conclusão é tal que, se <strong>as</strong> premiss<strong>as</strong> forem<br />

verdadeir<strong>as</strong>, a conclusão também será forçosamente verdadeira. Por<br />

exemplo, tomando o seguinte argumento:<br />

1. Elvis Presley vive num esconderijo secreto em Idaho.<br />

2. Tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> que vivem em esconderijos secretos em Idaho são<br />

infelizes.<br />

3. Portanto, Elvis Presley é infeliz.<br />

Se examinarmos nossa definição de uma dedução, poderemos ver que<br />

este argumento preenche seus requisitos. Se <strong>as</strong> du<strong>as</strong> premiss<strong>as</strong> forem<br />

verdadeir<strong>as</strong>, então a conclusão também terá de ser verdadeira. Como<br />

poderá não ser verdade que Elvis é infeliz, se for efetivamente verdade<br />

que tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> que vivem em esconderijos secretos em Idaho são<br />

infelizes, e se Elvis for uma dess<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>?<br />

Você pode estar pensando que há algo de duvi.doso a respeito disso,<br />

uma vez que você acredita que Elvis não é infeliz, já que ele simplesmente<br />

não existe mais. Assim, toda esta conversa afirmando que a conclusão<br />

tem de ser verdadeira pode lhe parecer suspeita. Neste c<strong>as</strong>o, você<br />

não deu a devida atenção à palavra-chave no início da sentença, que<br />

desempenha um papel vital na definição da dedução. A conclusão terá<br />

de ser verdadeira se <strong>as</strong> premiss<strong>as</strong> forem verdadeir<strong>as</strong>. Este "se" é muito<br />

importante. Em nosso exemplo, a conclusão, creio eu, não é verdadeira,<br />

pois uma d<strong>as</strong> premiss<strong>as</strong> não é verdadeira, ou amb<strong>as</strong> não o são (neste<br />

c<strong>as</strong>o, amb<strong>as</strong>). M<strong>as</strong> isso não altera o fato de que este é urn argumento<br />

dedutivo, pois, se Elvis efetivamente vivesse num esconderijo secreto<br />

em Idaho e se tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> que vivessem em esconderijos secretos<br />

em Idaho fossem efetivamente infelizes, disso se inferiria, necessariamente,<br />

que Elvis seria infeliz.<br />

A questão da conformação de um bom argumento dedutivo é tratada<br />

com maior detalhamento na seção concernente à validade e à solidez<br />

(1.4). M<strong>as</strong>, em certo sentido, tudo de que você precisa a respeito de<br />

um argumento dedutivo está contido na definição apresentada: um argumento<br />

dedutivo (bem-sucedido) é um argumento no qual, se <strong>as</strong> premiss<strong>as</strong><br />

forem verdadeir<strong>as</strong>, então a conclusão será também verdadeira.<br />

Antes de encerrarmos este tópico, porém, devemos retornar às investigações<br />

de nosso detetive. Lendo su<strong>as</strong> deliberações, podemos facil-

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