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___TAO TE CHING (PT) ___ Huberto Rohden ()

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Deprimido e acabrunhado ando eu...<br />

Circunspectos são eles, cheios de iniciativa!<br />

Em mim, tudo jaz morto.<br />

Inquieto, como as ondas do mar,<br />

Assim ando eu pelo mundo...<br />

A vida me lança de cá para lá,<br />

Como se eu fosse uma folha seca...<br />

A vida dos outros tem um sentido,<br />

Eu não tenho uma razão de ser...<br />

Somente a minha vida parece vazia e inútil;<br />

Somente eu sou diferente de todos os outros –<br />

..........................................................................<br />

E no entanto – sossega meu coração!<br />

Tu vives no seio da mãe do Universo.<br />

Explicação filosófica:<br />

À primeira vista parece estranho esse pessimismo do autor, esse lúgubre<br />

desânimo da vida, que lembra os lamentos de Jó. Mas não convém esquecer<br />

que todo o homem que deixou a sociedade dos profanos tem, de início, a<br />

sensação de uma solidão imensa, de um saara sem oásis; sente-se exilado,<br />

sem pátria nem lar. O homem espiritual se sente desambientado aqui na terra;<br />

ninguém o compreende; todos o consideram como um estranho, não<br />

pertencente ao nosso mundo. O próprio Jesus passou por esses transes: “As<br />

raposas têm suas cavernas, as aves têm seus ninhos – o Filho do Homem não<br />

tem onde reclinar a cabeça”. E a seus discípulos diz ele: “Por causa de mim e<br />

do Evangelho sereis odiados de todos...”. “Bem-aventurados os que choram...”<br />

Ao descer do Tabor, ele exclama: “Ó geração perversa e sem fé! Até quando<br />

estarei convosco? Até quando vos suportarei?”...<br />

Mas essa aparente solidão e abandono do homem espiritual é a “Comunhão<br />

dos Santos”, a mais bela companhia do Universo, como Lao-Tsé lembra nas

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