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PALAVRAS DO EDITOR<br />
Tao Te Ching de Lao-Tsé é um dos livros mais importantes da literatura<br />
universal. Escrito por volta do século VI a.C., na China, tem sido livro de<br />
cabeceira de reis, chefes de estado, filósofos, políticos, homens de ação,<br />
empreendedores e de grandes líderes espirituais.<br />
É indiscutível a influência do livro no budismo (Zen). É a essência filosóficareligiosa<br />
do Taoísmo. O espírito da China é o próprio Tao.<br />
Sobre o filósofo Lao-Tsé, tido como autor do livro e fundador do Taoísmo,<br />
sabe-se muito pouco. Sob a ótica histórica pode-se afirmar que se trata de um<br />
personagem mitológico. Em alguns trechos de sua história surge como a figura<br />
de um homem estranho, exótico, avesso a honrarias e manifestações sociais.<br />
Era a perfeita antítese de seu famoso contemporâneo Confúcio (Kong-fu-Tsé).<br />
Lao-Tsé nunca passou de um eficiente funcionário público – bibliotecário do rei<br />
ou de algum mandarim da China Imperial.<br />
Conta a lenda que, no fim da sua vida, com mais de 80 anos, desapareceu na<br />
fronteira do oeste, em direção à Ásia Central, onde, segundo as tradições,<br />
continua vivendo, já que é imortal.<br />
Tao Te Ching (essa é a sua verdadeira grafia e pronúncia), com suas 5.000 e<br />
poucas palavras, distribuídas em 81 poemas ou capítulos, teria sido escrito a<br />
pedido de seu amigo Yin Hsi, pouco antes de Lao-Tsé partir para sempre da<br />
China. O livro teria sido escrito durante um pernoite, por solicitação do amigo,<br />
que era o guarda da fronteira. A tradição conserva, ainda, o espanto e a<br />
veneração daquele guarda de fronteira pelo solene velho-sábio de comprida<br />
barbicha, montado num búfalo, que se mudava de seu país por não concordar<br />
com o caos administrativo local.<br />
Foi uma grande sorte para o mundo civilizado que aquele guarda de fronteira<br />
pedisse ao velho filósofo o resumo de sua sabedoria. O texto, escrito em estilo<br />
telegráfico, extremamente conciso, é seco e sem floreios literários. É um livro<br />
hermético que não admite leitura superficial, pois só vai se revelando, ao leitor,<br />
aos poucos.<br />
No Brasil, essa obra imortal recebeu várias traduções. 'Uma das primeiras foi<br />
publicada pela Editora Coordenada de Brasília, no início da década de 70, sob<br />
o nome de O Livro do Caminho Perfeito (Tao Te Ching), com tradução e<br />
adaptação, prefácio e comentários do monge budista, dr. Murillo Nunes de