___Swami Vivekananda (PT) __ PALESTRAS INSPIRADAS ()
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Sexta Feira, 19 de julho de 1895<br />
Enquanto eu digo *eu e você*, tenho direito a falar de Deus como protegendo-nos.<br />
Quando vejo um *outro*, devo aceitar todas as conseqüências e introduzir o terceiro<br />
fator, o ideal, que se acha entre nós; esse é o ápice do triângulo.<br />
O vapor se faz neve, depois água, e logo, o Ganges, e quando vemos a água não<br />
pensamos que contém vapor. A idéia da criação, ou mudança, está,<br />
inseparavelmente, conectada com a vontade.<br />
Enquanto percebemos esse mundo em movimento, temos que conceber uma vontade<br />
por trás dele. A física prova a completa ilusão dos sentidos; nada é realmente como o<br />
vemos, sentimos, cheiramos ou degustamos.<br />
Certas vibrações produzem certos resultados e afetam nossos sentidos; só<br />
conhecemos a verdade relativa. A palavra sânscrita para *verdade*, é *existir* (sat).<br />
Do nosso presente ponto de vista, este mundo nos aparece como vontade e<br />
consciência. O Deus pessoal é tanto uma entidade para Si mesmo, como nós o somos<br />
para nós mesmos, e nada mais. Deus pode também ser visto como uma forma,<br />
exatamente como nós nos O vemos. Como homens, devemos ter um Deus, como<br />
deuses, não necessitamos de nada.<br />
Esta é a razão pela qual Sri Ramakrishna via, constantemente, a Divina Mãe sempre<br />
presente diante dele, mais real do que qualquer das outras coisas que o rodeavam;<br />
porém em samádhi tudo se desvanecia, exceto o EU.<br />
O Deus pessoal se aproxima, e se aproxima, até que se desvanece e não resta Deus<br />
pessoal ou eu; tudo se submerge no EU. A consciência é uma sujeição.<br />
O argumento do determinismo declara que a inteligência precede a forma; porém, se a<br />
inteligência é a causa de algo, ela, por sua vez, é também um efeito.<br />
É Maya. Deus nos cria e nós criamos a Deus, e isto é Maya.<br />
O círculo é contínuo; a mente cria o corpo e o corpo cria a mente; o ovo produz a<br />
galinha e a galinha produz o ovo; a semente produz a árvore e a árvore produz a<br />
semente.<br />
O mundo não é completamente diferenciado, nem inteiramente completamente<br />
homogêneo. O homem é livre e deve se colocar além dos dois lados.<br />
Os dois estão bem em seus lugares; porém, para ensinar a verdade, *o ser* devemos<br />
transcender tudo o quanto agora conhecemos da existência, vontade, consciência,<br />
ação, atividade e conhecimento.<br />
Não existe uma verdadeira individualidade do *jiva* (alma separada), eventualmente<br />
ela, como um composto, se dividirá em pedaços. Só o que está além de toda análise<br />
posterior é *simples*, e só isso é verdade, liberdade, imortalidade e felicidade.<br />
Todas as lutas pela preservação dessa personalidade ilusória são, realmente, vícios.<br />
Todas as lutas para perder essa individualidade, são virtudes.<br />
Tudo o quanto existe no universo, está tratando de destruir esta individualidade, seja<br />
consciente ou inconscientemente. Toda moralidade está baseada na destruição da<br />
separatividade ou falsa individualidade, porque esta é a causa de todo o pecado.