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Edição Março/Abril - 2018

Edição de Março/Abril 2018 da Revista Ferroviária

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PRÊMIO RF:<br />

VEJA QUEM CONCORRE<br />

<strong>Março</strong> / <strong>Abril</strong> <strong>2018</strong> - R$ 31,50<br />

Aposta na<br />

ferrovia<br />

CCR opera linhas de metrô e VLT<br />

em três capitais e quer expandir<br />

os negócios no setor


DORMENTES<br />

DE CONCRETO<br />

Referência no mercado<br />

há 77 anos, presente em<br />

grandes projetos, com<br />

excelência e mobilidade.<br />

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DORMENTES DE CONCRETO<br />

+55 11 3631-4810


editorial<br />

O Prêmio Revista Ferroviária entra este ano em sua 29ª edição.<br />

Simboliza o reconhecimento das pessoas e empresas que trabalham e<br />

se dedicam ao fortalecimento do setor metroferroviário no Brasil. Nas<br />

categorias setoriais, a escolha foi entregue ao mercado, por meio de um<br />

colégio eleitoral qualificado e com votação cruzada, num processo de<br />

aprimoramento contínuo. Escolha do Conselho Editorial, o Ferroviário do<br />

Ano é o agora ex-governador de São Paulo, que, apesar de três anos de<br />

uma recessão histórica, conseguiu ampliar o sistema ferroviário paulista<br />

em 34 quilômetros. Na premiação deste ano, a Revista Ferroviária também<br />

vai homenagear com uma menção honrosa, post mortem, Raul Randon, um<br />

empresário como poucos, com sólida atuação no setor, e que faleceu alguns<br />

dias antes de sua empresa inaugurar uma nova planta para fabricação de<br />

vagões. O país precisa de ferrovias e de pessoas que acreditem nelas. É<br />

isso que o Prêmio Revista Ferroviária identifica e premia.<br />

Anual: R$ 149,00<br />

ASSINE www.revistaferroviaria.com.br<br />

6 edições, newsletter e acesso ao site<br />

CONSELHO EDITORIAL<br />

Alexander Ellwanger<br />

DIRETORA DE REDAÇÃO<br />

Regina Perez<br />

regina@revistaferroviaria.com.br<br />

JORNALISTA RESPONSÁVEL<br />

Regina Perez - Mtb 14.194<br />

Ano 79 - <strong>Março</strong> / <strong>Abril</strong> de <strong>2018</strong><br />

Revista Ferroviária é uma publicação da<br />

Editora Ferroviária Ltda.<br />

CNPJ: 12.464.344/0001-30<br />

Inscrição Municipal: 4.131.725-4<br />

Registro no INPI: 816.399.964<br />

Antonio Ismael Ballan<br />

Bento José de Lima<br />

Guilherme Quintella<br />

Guilherme Mello<br />

Henrique Aché<br />

João Gouveia<br />

José Antonio Martins<br />

Marcelo Spinelli<br />

Valter de Souza<br />

REDAÇÃO<br />

Editora: Bianca Rocha<br />

Estagiária: Julia de Paula<br />

Colaboradores: Alessandro da Mata<br />

Annaclara Velasco<br />

Evelyn Soares<br />

Murillo Magaroti<br />

Rodolfo Bartolini<br />

Romulo Tesi<br />

redacao@revistaferroviaria.com.br<br />

PUBLICIDADE<br />

Diretor Comercial: Claudinei Carvalho<br />

Diretor de Contas: Gustavo Lauria<br />

Executivo de contas: Geraldo Golfeto<br />

publicidade@revistaferroviaria.com.br<br />

CIRCULAÇÃO<br />

Daniel Moreira<br />

assinaturas@revistaferroviaria.com.br<br />

Distribuição Nacional pela<br />

Treelog S.A. Logística e Distribuição<br />

DIAGRAMAÇÃO<br />

Fabio Hirata<br />

contato@fabiohirata.com.br<br />

SEDE<br />

Rua Pamplona, 1.465 - Cj. 61/62<br />

Cep: 01405-002, São Paulo - SP<br />

Tel: (11) 3059-6060<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong> 3


sumário<br />

Ano 79 - <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> <strong>2018</strong><br />

Entrevista<br />

Lourenço Fregonese, do Porto<br />

de Paranaguá, fala sobre<br />

Ferroeste e chineses 14<br />

Comitê da Baixada<br />

MRS, VLI e Rumo afinam<br />

investimentos no<br />

Porto de Santos<br />

44<br />

Todos os vagões<br />

Frota nacional é de mais de<br />

120 mil unidades<br />

48<br />

Trens no pátio<br />

de manutenção<br />

de Pirajá,<br />

em Salvador.<br />

Foto: Divulgação/CCR<br />

Metrô Bahia<br />

Pág. 36


Prêmio RF <strong>2018</strong><br />

Sai a lista definitiva<br />

com categorias<br />

e concorrentes 20<br />

Diário de Bordo<br />

RF acompanha troca de AMV<br />

na Linha 9-Esmeralda<br />

26<br />

Trem tracionado pela locomotiva AC44 (GE),<br />

transportando carga agrícola em trecho<br />

da Malha Paulista, próximo a Cubatão.<br />

Foto: Divulgação/Rumo


cartas<br />

Aficionados por<br />

ferromodelismo<br />

Li a reportagem no clipping da Revista<br />

Ferroviária “Florianópolis reúne<br />

aficionados por ferreomodelismo” e<br />

fiquei curioso em saber mais sobre<br />

as pessoas que curtem esse tipo de<br />

atividade, especialmente em Florianópolis<br />

(Santa Catarina). Gostaria<br />

de saber se o pessoal se reúne em<br />

algum local, se existe uma associação,<br />

se acontecem eventos na cidade.<br />

Na matéria em questão falaram<br />

sobre Frateschi, que é realmente a<br />

única empresa que fabrica modelos<br />

em escala HO no Brasil.<br />

Existem no Brasil hoje diversos<br />

eventos durante todo o ano, onde<br />

são apresentadas maquetes e organizadas<br />

exposições de modelos.<br />

Geralmente acontecem no final de<br />

Leitor assíduo da RF<br />

abril quando é comemorado o Dia<br />

do Ferroviário. Como moro em<br />

Joinville (SC) e sou ferromodelista,<br />

participo de grupo aqui na cidade.<br />

Também participo de uma exposição<br />

anual em Curitiba (Paraná),<br />

promovida pela Associação de Modelismo<br />

Ferroviário da cidade.<br />

O texto também fala sobre uma<br />

maquete construída por José Balan<br />

Filho, que está exposta na estação<br />

rodoferroviária de Curitiba. Além<br />

disso, o Balan construiu uma maquete<br />

de uma siderúrgica dos anos<br />

de 1940. Fotos e vídeos podem ser<br />

encontrados no Youtube. Como sugestão,<br />

poderiam entrar em contato<br />

com Lucas Frateschi, que conhece a<br />

agenda de eventos sobre ferromodelismo<br />

no Brasil.<br />

Ricardo Luiz Busse<br />

ventorico@yahoo.com.br<br />

Sou assinante da RF há muitos anos.<br />

Tenho preferência pela edição impressa,<br />

mas consulto rotineiramente<br />

a edição digital. E sou um assinante<br />

fiel, daqueles que reclamam quando<br />

há algum extravio no correio.<br />

A minha fidelidade não quer dizer<br />

que eu não seja crítico da Revista<br />

Ferroviária. E tenho divergências<br />

com a linha editorial: entendo que<br />

há pontos vitais abandonados pela<br />

redação, tais como: 1) absoluta necessidade<br />

de padronização das bitolas<br />

ferroviárias para que tenhamos<br />

realmente uma rede eficiente, nacional<br />

e subcontinental (no passado<br />

a Revista Ferroviária abordou esse<br />

tema); 2) importância do retorno<br />

de transporte ferroviário de passageiros<br />

de longa distância, não gerido<br />

pelo estado; 3) preservação do<br />

patrimônio ferroviário herdado do<br />

modelo anterior (os equipamentos<br />

antigos já apodreceram e estamos,<br />

aos poucos, perdendo o patrimônio<br />

imobiliário, traçados, pátios e estações).<br />

Paro por aqui para não incomodá-los<br />

mais.<br />

Por fim, que a batalha ferroviária continue.<br />

Saudações,<br />

Pedro de Camargo<br />

camargopietro@gmail.com<br />

Conexão trem-aeroporto<br />

Li a reportagem publicada na edição<br />

Janeiro/Fevereiro e quero ser<br />

um dos primeiros a testar o trem da<br />

CPTM da Linha 13-Jade, destinada<br />

ao Aeroporto de Guarulhos. Porém<br />

faço uma crítica: tomando-se o metrô<br />

na Avenida Paulista, faz a baldeação<br />

na estação Paraíso para a<br />

Linha 1-Azul, indo-se até a estação<br />

Sé. Da estação Sé, pega-se a Linha<br />

3-Vermelha e segue-se até a estação<br />

Brás (Metrô/CPTM). Da estação<br />

Brás, pega-se o trem para Calmon<br />

Viana (Variante) e segue-se até a<br />

estação Engenheiro Goulart. Da<br />

estação Engenheiro Goulart, pega-<br />

-se finalmente o novo trem da nova<br />

Linha 13, e segue-se até a estação<br />

Aeroporto. E, pasmem, a estação<br />

Aeroporto fica próxima ao terminal<br />

1 (antigo terminal 4). Assim necessita-se<br />

pegar ônibus gratuito fornecido<br />

pela concessionária do aeroporto<br />

até os terminais 2 e 3. Isso<br />

porque na área onde seria a estação<br />

terminal da CPTM no Aeroporto, a<br />

concessionária (ou a Anac) resolveu<br />

fazer um shopping! Parece que houve<br />

influência política. Será do partido<br />

que controla o aeroporto ou do<br />

lobby dos taxistas ou alguma outra<br />

entidade? Ainda segundo notas, seria<br />

criado uma espécie de trem rápido<br />

entre Luz e o Aeroporto. Mas<br />

somente com quatro frequências<br />

diárias! Sugiro ampla reportagem<br />

sobre o assunto!<br />

Ivan Tavella<br />

itavella332@yahoo.com.br<br />

RF: Obrigada pelas sugestões, Pedro. Vamos levá-las em consideração<br />

em nossas reuniões de pauta. Sem dúvida, os temas que citou são importantes<br />

para o debate em torno do desenvolvimento do setor ferroviário<br />

no Brasil.<br />

Para escrever para a Revista Ferroviária<br />

mande um email para:<br />

redacao@revistaferroviaria.com.br<br />

ou escreva para:<br />

Rua Pamplona, 1.465 - Cj. 61/62<br />

CEP 01405-002, São Paulo - SP<br />

6<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


UMA SOLUCÃO<br />

MAIS ECONÔMICA<br />

para o transporte intermunicipal de passageiros.<br />

O CR200J é um “TUE” com força motriz centralizada<br />

lançado no final de 2017. Mais econômico que o TUE<br />

distribuído, foi criado com objetivo de renovar mais de<br />

50.000 vagões de passageiros existentes na China.<br />

CARACTERÍSTICAS<br />

DO PRODUTO<br />

FORMAÇÃO<br />

POLTRONA<br />

CARGA POR EIXO<br />

VEL. OPERACIONAL<br />

1M8T / 2M16T<br />

755 / 1510<br />

16.5 t<br />

160 Km/h<br />

CONNECTING THE WORLD<br />

THROUGH BETTER MOBILITY<br />

Av. Paulista, 1337 Sala 92A São Paulo/SP (11) 3262-2784 / 2294 / 3111 contato@crrcbrasil.com.br www.crrcgc.cc/pt


expressas Bianca Rocha<br />

Estações conectadas<br />

São Paulo chegou mais perto do conceito global de smart city, aquele que prega,<br />

à luz das novas tecnologias, cidades mais conectadas e colaborativas. Desde o início<br />

de março, passageiros do Metrô de São Paulo contam com a oferta gratuita de<br />

wireless em quarenta estações das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás.<br />

O serviço de wi-fi funciona nas áreas livres e pagas, com exceção das plataformas,<br />

excluídas da novidade por uma questão de segurança, segundo a STM.<br />

A Otima, por meio de uma parceria com a N1 Telecom, é a responsável pelo<br />

desenvolvimento e gerenciamento da plataforma comercial do wi-fi nas estações.<br />

A empresa (Otima) também foi contratada pelo governo de São Paulo para<br />

implementar wireless em pontos de ônibus da capital – hoje são 150 conectados.<br />

As estações do metrô tem capacidade para receber, em média, mais de 400 acessos<br />

simultâneos, com velocidade média de 1 megabit por segundo (Mbps). O usuário<br />

deve se cadastrar com nome, e-mail e telefone, além de aceitar as condições de<br />

uso na tela que abrirá automaticamente após a seleção do wi-fi gratuito da estação.<br />

Também é possível usar os dados do Facebook ou LinkedIn para o cadastro. Cada<br />

pessoa pode usar a rede por até 15 minutos. Após esse período, a reconexão pode<br />

ser feita novamente. Não há limite para o número de acessos.<br />

Usuários aproveitam as facilidades de navegação para permanecer nas estações.<br />

Na Sé, que atende as linhas 1 e 3 do Metrô, uma das mais movimentadas do sistema,<br />

um espaço foi reservado para os passageiros que querem usufruir da internet.<br />

Desceu para a plataforma, o sinal cai, assim como dentro dos trens.<br />

Novas taxas do BNDES para o setor ferroviário<br />

O setor ferroviário foi incluído na nova política operacional (PO) do BNDES, aprovada em março, que fornece as diretrizes<br />

para o funcionamento de linhas de crédito da instituição em termos de prazos e custos. O prazo de financiamento<br />

para linhas de crédito voltadas para ferrovias de carga, projetos de mobilidade urbana e compra de vagões e locomotivas<br />

via Finame é de até 34 anos.<br />

A nova PO manteve ainda a Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituiu a TJLP nos contratos do BNDES firmados a<br />

partir de 1º de janeiro de <strong>2018</strong>. A TLP mensal é composta de uma parcela de juros reais pré-fixados e da inflação (IPCA).<br />

Já o spread médio para linhas de crédito no setor ferroviário passou de 1,7% ao ano para 1,3% ao ano – já incluindo a<br />

taxa de intermediação financeira de 0,4% ao ano. A participação máxima em financiamentos para ferrovias de carga e<br />

de passageiros é de 80% do valor do projeto, limitada a 100% dos itens financiáveis.<br />

Desembolsos para mobilidade urbana<br />

E, por falar em financiamentos via<br />

BNDES, a Revista Ferroviária teve<br />

acesso ao histórico dos desembolsos<br />

do banco na área de mobilidade<br />

urbana, de 2004 a 2017. A curva<br />

ascendente de desembolsos começou<br />

a aparecer em 2011 e atingiu o ápice<br />

em 2015, quando foram liberados<br />

quase R$ 9 bilhões. Em 2013 e 2014<br />

(ano da Copa do Mundo no Brasil),<br />

foram R$ 3,4 bilhões e R$ 6,5 bilhões,<br />

respectivamente. A partir de 2016,<br />

com o aprofundamento da crise<br />

econômica e a redução da capacidade<br />

de endividamento dos estados, veio a<br />

queda: no ano passado, o banco liberou<br />

“apenas” R$ 1,3 bilhão – projetos de<br />

expansão do metrô em São Paulo e em<br />

Salvador (CCR Metrô Bahia) estão na<br />

lista dos que receberam recursos do<br />

BNDES em 2017.<br />

Desembolsos 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010<br />

R$ mil 611.465 169.146 457.446 239.094 662.107 1.458.986 591.760<br />

Desembolsos 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017<br />

R$ mil 927.340 1.178.131 3.477.161 6.537.930 8.999.427 3.528.125 1.353.596<br />

8<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> MARÇO/ABRIL DE <strong>2018</strong>


PMI da Nova Ferroeste<br />

Quatro consórcios, compostos por empresas nacionais e internacionais<br />

(entre elas, francesa, espanhola e americana), foram<br />

selecionados pelo governo do Paraná, por meio de Procedimento de<br />

Manifestação de Interesse (PMI), para fazer os estudos de engenharia<br />

para implantação da nova Ferroeste, que pretende criar um novo<br />

acesso ao Porto de Paranaguá, sem passar pela Malha Sul da Rumo.<br />

A obra está dividida em dois trechos: um de 400 quilômetros,<br />

que liga Porto de Paranaguá a Guarapuava (PR). O segundo,<br />

com aproximadamente 600 quilômetros, vai de Guarapuava até<br />

Dourados (MS), passando por Guaíra. O projeto conta com a<br />

implantação de 350 quilômetros de linha nova, além da reabilitação<br />

do trecho já existente entre<br />

Guarapuava e Cascavel (Ferroeste).<br />

Pelo cronograma, as empresas terão<br />

270 dias (contados a partir de março)<br />

para elaborar os estudos de viabilidade<br />

técnica, econômica e ambiental da<br />

ferrovia. A partir da conclusão destes<br />

trabalhos, o governo do Paraná estará<br />

apto a abrir o processo licitatório para<br />

a construção e concessão da linha.<br />

Os consórcios/<br />

empresas selecionadas:<br />

• Consórcio HaB, único 100% nacional, constituído<br />

pelas empresas Bureau da Engenharia ECT Ltda,<br />

Hendal e Advice Consultoria e Serviços;<br />

• Consórcio SSSE, formado pela empresa<br />

espanhola Sener Ingeneria e pelas nacionais<br />

Sener Setepla e Engefoto;<br />

• Consórcio Egis-Esteio-Copel, do qual fazem parte<br />

a empresa francesa Egis Engenharia e Consultoria<br />

Ltda, e as companhias nacionais Esteio Engenharia e<br />

Aerolevantamentos S.A e Copel;<br />

• Consórcio formado por<br />

Sistemas de Transportes<br />

Sustentáveis – STS, Pullin e<br />

Campano Consultores Associados<br />

e Navarro Prado Advogados, pela<br />

consultoria Millennia Systems,<br />

dos Estados Unidos, e pela EnVia<br />

Technologies International.<br />

Chinesa de olho no mercado de monotrilho<br />

A chinesa BYD, cuja sigla significa<br />

Build Your Dreams ("construa seus<br />

sonhos", na tradução livre para o português)<br />

chegou ao Brasil em 2016,<br />

atraída pelo mercado de ônibus elétricos.<br />

Fundou uma fábrica em Campinas<br />

no mesmo ano, com capacidade<br />

de produção de 15 veículos por mês.<br />

Trinta deles já estão rodando em cidades<br />

como Campinas, São Paulo, Santos,<br />

Brasília, Volta Redonda e Belo<br />

Horizonte. A expectativa é entregar<br />

mais 100 este ano e incluir outras cidades<br />

na lista de encomendas, como<br />

Cuiabá, Belém e Maceió.<br />

Mas não é só o modal rodoviário que<br />

enche os olhos da empresa por aqui.<br />

Fabricante de monotrilhos na China,<br />

a BYD tem investido em estudos<br />

para provar a autoridades estaduais<br />

e municipais que o modal é vantajoso<br />

em capitais brasileiras. Maceió é<br />

uma delas: a empresa acredita que o<br />

monotrilho seria mais adequado que<br />

os projetos de expansão do VLT, em<br />

discussão na capital de Alagoas. Salvador<br />

também está no raio de interesse<br />

da BYD, além de São Paulo, com<br />

oportunidades mais reais a longo prazo,<br />

já que existem a Linha 15-Prata,<br />

que está em processo de expansão; e<br />

a Linha 17-Ouro, em obra.<br />

A empresa, que só tem cinco anos de<br />

atuação, já produziu monotrilhos para<br />

a cidade chinesa de Yinchuan, situada<br />

a duas horas de avião da capital Pequim.<br />

A China, por enquanto, é um<br />

dos poucos países no mundo que apostam<br />

fortemente no modal – os chineses<br />

dispõem de cerca de 200 km de linhas<br />

de monotrilho. Segundo o diretor da<br />

BYD no Brasil, Alexandre Liu, mais<br />

de 300 cidades por lá estão na “fila”<br />

para implantar projetos de monotrilho<br />

com velocidade digamos “chinesa”.<br />

Liu afirma que a construção do monotrilho<br />

em Yinchuan foi um recorde: 5,6<br />

km em apenas 130 dias.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> MARÇO/ABRIL DE <strong>2018</strong> 9


gente<br />

Novo comando na Randon<br />

Em março, Alexandre Randon<br />

assumiu a cadeira de<br />

presidente do Conselho de<br />

Administração da Randon,<br />

após o falecimento de seu pai, Raul<br />

Anselmo Randon (até então ocupante<br />

do cargo), aos 89 anos. O executivo<br />

assumiu o cargo de forma interina, até<br />

abril de 2019, quando um novo Conselho<br />

deverá ser eleito em Assembleia<br />

Geral Ordinária. Com essa mudança,<br />

Alexandre passa a acumular também<br />

a vice-presidência da empresa, até<br />

que a família Randon, acionista e controladora<br />

do grupo, conclua a escolha<br />

de um profissional do<br />

mercado para desempenhar<br />

a função.<br />

Filho do meio da<br />

família, Alexandre,<br />

de 56 anos, tem uma<br />

vasta experiência<br />

dentro e fora do grupo<br />

Randon. Antes<br />

de chegar ao Conselho de Administração,<br />

foi diretor da Randon S.A.<br />

"Passei a me<br />

dedicar a montar<br />

as pautas, atas<br />

e lidar com os<br />

conselheiros<br />

externos."<br />

Implementos e Participações e presidente<br />

do Banco Randon. Teve passagens<br />

ainda pela Rasip, JOST Brasil,<br />

Instituto Elisabetha Randon, Randon<br />

Consórcios, Randonprev, Fras-le e<br />

Randon Veículos. Fora das empresas<br />

do grupo, teve experiências na Intral,<br />

Fundição Tomé e Brasimet Tratamentos<br />

Térmicos.<br />

O executivo formou-se em duas<br />

graduações: Engenharia Mecânica e<br />

Administração de Empresas. Entre as<br />

capacitações acadêmicas, estão uma<br />

especialização em gestão pela Corporate<br />

Financial Management and Strategy<br />

Program, da Califórnia<br />

(EUA), além de<br />

cursos de aperfeiçoamento<br />

profissional em<br />

várias áreas no Brasil e<br />

no exterior. Um currículo<br />

extenso para quem<br />

vai controlar um império<br />

que faturou, só em<br />

2017, R$ 3 bilhões.<br />

“Nosso trabalho é de continuidade.<br />

Raul Randon: simplicidade e prestígio<br />

Ícone do empreendedorismo brasileiro ao criar, há quase setenta<br />

anos, as empresas Randon, do segmento de implementos<br />

para transportes, incluindo o ferroviário, Raul Randon recebeu<br />

centenas de prêmios de reconhecimento ao longo de sua jornada<br />

empresarial. Foi biografado, tema de documentários e, nos<br />

últimos anos, se dedicou também à filantropia.<br />

O empresário nasceu em 1929, na cidade de Tangara, em<br />

Santa Catarina. De origem humilde, o filho de imigrantes italianos<br />

fundou a Randon junto com o irmão Hercílio, em 1949. De lá para<br />

cá, o pequeno negócio na área metalomecânica tornou-se um<br />

dos mais importantes conglomerados da indústria automotiva da<br />

América do Sul, com filiais e escritórios em todos os continentes.<br />

O sucesso empresarial, a prosperidade e a solidez dos negócios<br />

não mudaram a forma natural com que Raul Randon se<br />

Foto: Marco Nunes<br />

Alexandre Randon assumiu a presidência do<br />

Conselho de Administração do grupo<br />

Componho o Conselho há anos<br />

e nos últimos dois eu já vinha me<br />

afastando mais da parte operacional.<br />

Deixei inclusive o comitê executivo<br />

faz um ano. Passei a me dedicar a<br />

montar as pautas, atas e lidar com<br />

os conselheiros externos”, afirmou,<br />

acrescentando que o plano é tornar a<br />

companhia mais global e, para isso,<br />

cogitam também a ideia de trazer algum<br />

executivo de fora para assumir<br />

a vice-presidência.<br />

“Por outro lado, também queremos<br />

prestigiar quem está aqui. A verdade<br />

é que está tudo muito recente. Vamos<br />

avançar no tempo certo”, declarou.<br />

relacionava com as pessoas, dentro e fora da empresa. Pessoas<br />

próximas no convívio com o empresário diziam que ele era um<br />

homem simples, que construiu a vida por meio de trabalho duro.<br />

“Fomos ousados em vislumbrar e sonhar o futuro; fomos<br />

prudentes nos investimentos e avanços tecnológicos; fomos<br />

fortes nos momentos<br />

de crise, na adversidade.<br />

Por acreditarmos no<br />

Brasil, sempre projetamos<br />

produtos afinados com<br />

o progresso, apostando<br />

no desenvolvimento nacional”,<br />

costumava dizer<br />

Raul Randon.<br />

10<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


eportagem<br />

Divulgação/Randon<br />

Randon<br />

inaugura<br />

fábrica em<br />

Araraquara<br />

ARandon pretende dominar metade do mercado<br />

brasileiro de vagões até 2020. Essa é a<br />

expectativa da empresa ao colocar de pé uma<br />

fábrica em Araraquara, no interior paulista,<br />

inaugurada no fim de março. O investimento na unidade,<br />

que também vai produzir veículos rodoviários (semirreboques<br />

canavieiros), foi de R$ 100 milhões, com 60%<br />

financiados pelo BNDES.<br />

Atualmente a Randon detém cerca de um terço do mercado<br />

total de vagões no país. De acordo com a Abifer, a<br />

previsão é que esse ano sejam produzidos de 2 mil a 3<br />

mil vagões. “Trabalhamos para essa fábrica nascer durante<br />

seis anos. Com a crise econômica, paramos 18 meses.<br />

Agora, estamos inaugurando-a com capacidade para<br />

produzir metade da demanda natural de mercado. Vamos<br />

entrar firme nas reformas e nos novos vagões”, reforça o<br />

diretor de Operações da empresa, Alexandre Gazzi.<br />

Na carteira de encomendas da Randon para este ano estão<br />

800 vagões, sendo 25 modelos Hopper para a Rumo e<br />

o restante dividido entre MRS, VLI e Vale, os principais<br />

clientes da empresa no setor ferroviário. Os executivos da<br />

Randon estão otimistas com a renovação dos contratos de<br />

concessão das operadoras de carga, fato que deve contribuir<br />

positivamente para a indústria ferroviária a partir de 2019.<br />

“Não acreditamos que isso saia mais este ano, mas contratamos<br />

até uma consultoria para servir de apoio à ANTT<br />

nos processos e estudos para a renovação dos contratos.<br />

Para isso, cobramos a participação de uma empresa isenta”,<br />

revelou o diretor comercial Wilson Ferri, sem detalhar<br />

qual foi a quantia exata disponibilizada.<br />

Unidade vai produzir diversos modelos de vagões<br />

O empreendimento ocupa 122 hectares,<br />

com 25 mil m2 destinados à fábrica,<br />

área administrativa e de apoio. “Não montamos<br />

uma fábrica pensando só em vagões.<br />

Faremos também os semirreboques<br />

canavieiros. Por isso fizemos uma planta<br />

muito versátil. Vamos atuar de forma sustentável<br />

no segmento ferroviário”, declarou<br />

o presidente do Conselho de Administração<br />

da Randon, Alexandre Randon.<br />

Os trabalhos na unidade começaram de<br />

fato, em meio a ajustes, em janeiro deste<br />

ano. Já com cerca de 100 funcionários diretos<br />

e indiretos, a expectativa é atender a<br />

demandas provenientes especialmente do<br />

agronegócio da região.<br />

A produção de vagões teve início pelos<br />

modelos Gôndola e Hopper. E o plano<br />

da Randon é de que até o final do ano a<br />

unidade de Araraquara concentre a produção<br />

dos demais formatos: Tanque, Sider,<br />

Telescópio e Plataforma. Todas essas soluções<br />

servem ao transporte de minério, grãos,<br />

combustíveis, celulose, cimento, contêineres,<br />

entre outros.<br />

O projeto arquitetônico da fábrica potencializa<br />

o aproveitamento da luz, ventilação<br />

natural, captação e reutilização de<br />

águas pluviais. No processo produtivo,<br />

prevalece o modelo Lean Manufacturing,<br />

livre de distúrbios, com ritmo e fluxo puxados<br />

pela demanda, com automatização e<br />

poucas perdas de movimentação.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong> 11


agenda<br />

BRASIL<br />

MAIO<br />

VII BRASIL NOS TRILHOS<br />

03/05 – Brasília, DF<br />

Organizador: ANTF<br />

Site: www.antf.org.br<br />

2ND ANNUAL LATIN AMERICA RAIL EXPANSION SUMMIT<br />

10 e 11/05 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Lnoppen<br />

Site: http://latinamerica.railexpansionsummit.com/<br />

JUNHO<br />

11º SIMPÓSIO SAE BRASIL DE NOVOS MATERIAIS E<br />

APLICAÇÕES NA MOBILIDADE<br />

05 e 06/06 – São Paulo, SP<br />

Organizador: SAE<br />

Site: www.portal.saebrasil.org.br/eventos/geral<br />

M&T Expo <strong>2018</strong><br />

05 a 08/06 - São Paulo, SP<br />

Organizador: Bauma Network<br />

Site: http://www.mtexpo.com.br/<br />

REUNIÕES CB06*<br />

05 a 08/06 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Simefre<br />

Site: www.simefre.org.br<br />

JULHO<br />

REUNIÕES CB06*<br />

03 a 06/07 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Simefre<br />

Site: www.simefre.org.br<br />

FÓRUM DE MOBILIDADE ANPTRILHOS<br />

04/07 – Brasília, DF<br />

Organizador: ANPTrilhos<br />

Site: http://www.forummobilidade.com.br/<br />

16º SIMPÓSIO SAE BRASIL DE POWERTRAIN<br />

30 e 31/07 – Campinas, SP<br />

Organizador: SAE<br />

Site: www.portal.saebrasil.org.br/eventos/geral<br />

AGOSTO<br />

REUNIÕES CB06*<br />

07 a 10/08 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Simefre<br />

Site: www.simefre.org.br<br />

15º FÓRUM SAE BRASIL DE TECNOLOGIA DE MOTORES DIESEL<br />

14 e 15/08 - Paraná e Santa Catarina<br />

Organizador: SAE<br />

Site: www.portal.saebrasil.org.br/eventos/geral<br />

24ª SEMANA DE TECNOLOGIA METROFERROVIÁRIA<br />

21 a 24/08 - São Paulo, SP<br />

Organizador: Aeamesp<br />

Site: www.aeamesp.org.br<br />

CONAEND&LEV<strong>2018</strong><br />

27 a 29/08 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Abendi<br />

Site: www.conaend.org.br<br />

SETEMBRO<br />

TRANSPOQUIP LATIN AMERICA <strong>2018</strong><br />

12 a 13/09 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Real Alliance<br />

Site: www.transpoquip.com.br<br />

FÓRUM INTERNACIONAL SUPPLY CHAIN - EXPO LOGÍSTICA <strong>2018</strong><br />

18 a 20/09 – São Paulo, SP<br />

Organizador: ILOS<br />

Site: www.forum.ilos.com.br<br />

OUTUBRO<br />

REUNIÕES CB06*<br />

02 a 05/10 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Simefre<br />

Site: www.simefre.org.br<br />

10º SIMPÓSIO SAE BRASIL DE MANUFATURA<br />

10/10 - Seção Caxias do Sul, RS<br />

Organizador: SAE<br />

Site: www.portalsaebrasil.org.br<br />

NOVEMBRO<br />

REUNIÕES CB06*<br />

06 a 09/11 – São Paulo, SP<br />

Organizador: Simefre<br />

Site: www.simefre.org.br<br />

*Comitê Brasileiro de Normas Técnicas Metroferroviárias


agenda<br />

2019<br />

MARÇO<br />

21º NEGÓCIOS NOS TRILHOS<br />

26 a 28/03 – São Paulo, SP<br />

Organizador: UBM<br />

Site: www.ntexpo.com.br<br />

EXTERIOR<br />

MAIO<br />

4ª EDIÇÃO DA GLOBAL EXHIBITION ON SERVICES (GES)<br />

15 a 18/05 - Mumbai, Índia<br />

Organizador: Departamento de Comércio, Ministério do Comércio e<br />

Indústria, Governo da Índia, Conselho de Promoção de Exportação<br />

de Serviços (SEPC) e Confederação da Indústria Indiana (Cll)<br />

Site: http://www.gesindia.in/<br />

WAYSIDE TRAIN MONITORING SYSTEMS <strong>2018</strong><br />

16 a 17/05 – Berlim, Alemanha<br />

Organizador: DVV Media Group GmbH<br />

E-mail: veranstaltungen@dvvmedia.com<br />

JUNHO<br />

AFRICA RAIL<br />

12 e 13/06 – Joanesburgo, África do Sul<br />

Organizador: Terrapinn<br />

Site: www.terrapinn.com/exhibition/africa-rail<br />

WORLD METRORAIL CONGRESS AMERICAS <strong>2018</strong><br />

26 e 27/06 – Filadélfia, EUA<br />

Organizador: Terrapinn<br />

Site: www.terrapinn.com/conference/metrorail-americas<br />

SAFERAIL<br />

11 e 12/06 – Washington, EUA<br />

Organizador: Saferail<br />

Site: www.smartrailworld.com<br />

SETEMBRO<br />

INNOTRANS <strong>2018</strong><br />

18 a 21/09 – Berlim, Alemanha<br />

Organizador: Messe Berlin<br />

Site: www.innotrans.de<br />

NOVEMBRO<br />

AUSRAIL – CONFERENCE & EXHIBITION<br />

27 a 28/11 – Camberra, Austrália<br />

Organizador: Australasian Railway Association<br />

Site: www.ausrail.com/<br />

2019<br />

ABRIL<br />

EURASIA RAIL 2019<br />

10 a 12/04 – Izmir, Turquia<br />

Organizador: ITE Turkey<br />

Site: www.eurasiarail.eu<br />

JUNHO<br />

RAILLOG KOREA<br />

01/06 – Busan, Coréia do Sul<br />

Organizador: Messe Frankfurt Korea Ltd<br />

Site: www.raillog-korea.kr.messefrankfurt.com<br />

TRANSPORT + LOGISTIK<br />

04 a 07/06 – Munique, Alemanha<br />

Organizador: Messe München<br />

Site: www.transportlogistic.de<br />

SETEMBRO<br />

TRAKO 2019 – 13º INTERNATIONAL RAILWAY FAIR<br />

24 a 27/09 - Gdasnk, Polônia<br />

Organizador: MTG - Gdansk International Fair Co<br />

Site: www.trakofair.com<br />

RAILWAY INTERCHANGE 2019<br />

22 a 25/09 - Mineápolis, EUA<br />

Organizador: AREMA<br />

Site: www.railwayinterchange.org<br />

OUTUBRO<br />

6TH RAILWAY FORUM<br />

01 e 02/10 – Berlim, Alemanha<br />

Organizador: Competence Partner<br />

Site: www.railwayforumberlin.com


entrevista<br />

Boas expectativas em Paranaguá<br />

Nos últimos sete anos, o Porto de<br />

Paranaguá colocou em prática uma série<br />

de melhorias com o objetivo de aumentar<br />

a capacidade de movimentação de cargas.<br />

O resultado disso foram recordes atrás de<br />

recordes. Em 2017, por exemplo, foram<br />

51,5 milhões de toneladas movimentadas,<br />

considerando cargas de importação e de<br />

exportação, segundo a Administração dos<br />

Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). O<br />

número representa um aumento de 14,2%<br />

em relação a 2016, quando foram operadas<br />

45,1 milhões de toneladas.<br />

O modal rodoviário responde por 80%<br />

das cargas transportadas até o porto.<br />

O trem movimenta 20% do volume –<br />

cerca de 9 milhões de toneladas/ano. No<br />

entanto, a chegada de vagões ao litoral de<br />

Paranaguá pode crescer consideravelmente<br />

caso vingue o projeto da Nova Ferroeste,<br />

que está dividida em dois trechos: um<br />

de 400 quilômetros, ligando o Porto de<br />

Paranaguá a Guarapuava (PR). O segundo,<br />

com aproximadamente 600 quilômetros, de<br />

Guarapuava até Dourados (MS), passando<br />

por Guaíra. O projeto cria um novo acesso ao<br />

Porto de Paranaguá, sem passar pela Malha<br />

Sul da Rumo.<br />

O diretor-presidente da Appa, Lourenço<br />

Fregonese, que acabou de assumir o cargo<br />

após Luiz Henrique Dividino pedir demissão,<br />

no fim de março, é um entusiasta da nova<br />

ferrovia. “Eu diria que com a construção da<br />

ferrovia no ramal Oeste e com a aplicação<br />

de melhorias no ramal Norte, podemos<br />

falar em elevar de 20% para 60, 70% essa<br />

participação. Inverteria a matriz”.<br />

Fregonese também falou sobre a chegada<br />

dos chineses ao Terminal de Contêineres<br />

de Paranaguá (TCP) e disse acreditar que<br />

a presença estrangeira no porto estimule<br />

investimentos privados na construção da nova<br />

ferrovia. A estatal chinesa China Merchants<br />

Port Holding (CMPorts) oficializou em fevereiro<br />

a compra de 90% do TCP, por R$ 2,9 bilhões.<br />

Lourenço Fregonese é formado em<br />

Direito e tem 16 anos de experiência na<br />

área portuária. Foi diretor empresarial da<br />

Appa de 1995 a 2002 e de 2011 a março<br />

de <strong>2018</strong>, trabalhando principalmente na<br />

aproximação e diálogo entre operadores<br />

portuários e arrendatários do porto<br />

paranaense. Além disso foi vereador em<br />

Paranaguá em 1988, presidente da Câmara<br />

de Vereadores do município e deputado<br />

estadual em 1991. Também já atuou como<br />

presidente do Instituto de Previdência de<br />

Curitiba de 2005 a 2008.<br />

Lourenço Fregonese<br />

Diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa)<br />

14<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


Nas áreas portuárias aceleramos a capacidade de descarga,<br />

promovendo uma mudança radical e sensível,<br />

inclusive na estrutura de frete rodoferroviária.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong> 15


entrevista<br />

Revista Ferroviária – O Porto de Paranaguá vem atingindo<br />

recordes frequentes de movimentação de carga. Pode nos<br />

detalhar um pouco a evolução do porto nos últimos anos e as<br />

principais cargas movimentadas?<br />

Lourenço Fregonese – Em primeiro lugar, é importante<br />

destacar que o Porto de Paranaguá tem um perfil técnico<br />

muito ligado ao agronegócio, pois aproximadamente 70%<br />

da carga que chega ao Porto é agrícola e isso se coloca como<br />

item principal da pauta. Nos últimos sete anos, fizemos uma<br />

série de intervenções de forma planejada e ordenada para<br />

repotencializar a área do porto por meio de investimentos<br />

diretos. Focamos no cliente, olhamos o importador e o<br />

exportador e daí começamos a tomar providências. Hoje<br />

temos o melhor e mais estruturado pátio para caminhões<br />

da América Latina. Instalamos uma praça de pedágio totalmente<br />

automatizado, wi-fi disponível para o motorista, assim<br />

como um posto do Detran só para atendê-lo. Sabemos<br />

que o bom atendimento ao segmento de transporte facilita<br />

muito o trabalho. A partir daí iniciamos um processo para<br />

melhorar a carga e descarga dos caminhões. Em 2011, tínhamos<br />

filas e filas de veículos que por vezes chegavam a<br />

40 quilômetros, agora não se vê mais isso.<br />

RF – Quais foram os resultados dessas mudanças?<br />

LF – Nas áreas portuárias aceleramos a capacidade de descarga,<br />

promovendo uma mudança radical e sensível, inclusive<br />

na estrutura de frete rodoferroviária, que costumava<br />

embutir um preço maior por conta dos atrasos na descarga.<br />

Entretanto, não bastava descarregar mais rápido no armazém,<br />

era preciso carregar mais rápido os navios. Nossa<br />

equipe, então, mudou todas as regras de atracação do porto.<br />

Tínhamos regras e conceitos ultrapassados de mais de 30<br />

anos. Modernizamos as regras, facilitamos a compreensão,<br />

tornando-as mais inteligíveis, ao ponto de qualquer pessoa<br />

conseguir entender como funciona o porto. Geramos um<br />

índice de transparência e conseguimos ganhar parte da produtividade<br />

melhorando a forma de fazer as coisas. Criou-se,<br />

então, um processo de ganha a ganha, em que cada terminal,<br />

para não oferecer um serviço pior que o concorrente,<br />

passou a fazer ajustes. Todo mundo entrou num processo de<br />

sintonia que possibilitou uma série de recordes, pois conseguimos<br />

ter uma sinergia entre ações de planejamento do<br />

porto e desempenho dos terminais privados.<br />

RF – Qual foi a participação da ferrovia nesse processo de melhorias<br />

pelo qual o Porto de Paranaguá passou nos últimos anos?<br />

LF – Sem dúvida, com a chegada da Rumo, já houve mudanças.<br />

A concessionária investiu em melhorias dos ramais<br />

de chegada ao porto. Isso nos permitiu elevar sensivelmente<br />

a capacidade ferroviária, dar mais segurança, eliminar todos<br />

os acidentes – algo que era comum em Paranaguá, hoje não<br />

ouvimos falar disso. A segurança melhorou muito no aspecto<br />

ferroviário. O Porto de Paranaguá movimentou em 2017 quase<br />

50 milhões de toneladas, entre importação e exportação.<br />

Deste total, 80% das cargas foram transportadas pelo modal<br />

rodoviário. O trem responde por 20% do volume – cerca de 9<br />

milhões de toneladas. Mesmo que não tenha tido um crescimento<br />

significativo do volume de carga ferroviária no porto<br />

nos últimos anos e isso se deve também a uma limitação de<br />

capacidade de transporte da concessionária, eu sempre digo<br />

que a performance da descarga ferroviária melhorou muito, o<br />

que já é importante para atender com sincronismo a ferrovia.<br />

RF – Quais foram os investimentos que permitiram uma melhora<br />

na operação ferroviária dentro do Porto de Paranaguá?<br />

LF – Os investimentos de responsabilidade da Appa foram<br />

aplicados na parte interna, como no caso da moega ferroviária<br />

do porto. Uma coisa que fizemos que tornou-se sensível<br />

para a operação foi a disponibilização de uma área<br />

estratégica para a instalação de um ramal ferroviário no<br />

Terminal de Contêineres de Paranaguá, que hoje me arrisco<br />

a dizer que é o melhor ramal ferroviário de terminal de contêineres<br />

do país. Quem não era cliente de ferrovia passou<br />

a ter uma performance grande, pois hoje cerca de 15% de<br />

tudo que fazemos em contêineres já vêm por ferrovia. Isso<br />

é considerado bastante, porque antes era praticamente zero.<br />

RF – Os caminhões dominam o porto. Você acha que houve<br />

uma preferência da Appa por direcionar investimentos que<br />

beneficiassem o modal rodoviário?<br />

Disponibilizamos uma área estratégica para instalação de um<br />

ramal ferroviário no Terminal de Contêineres de Paranaguá.<br />

16<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


Não conseguimos tratar um país, que quer ser<br />

o celeiro do mundo, em cima de pneu.<br />

LF – Para o porto, onde a matriz de transporte se configura<br />

como 20% ferrovia e o resto (80%) caminhão, não havia a<br />

possibilidade de ficarmos esperando o aumento da capacidade<br />

de transporte ferroviário. Sabemos que investimentos<br />

em ferrovia são mais complexos até por conta de uma<br />

série de etapas exigidas, como licenciamento ambiental e<br />

captação de recursos. Pensamos: não podemos tratar mal<br />

o cliente se a ferrovia ainda não consegue atender a todos<br />

e, então, partimos para atender bem o caminhão. Isso<br />

foi uma opção porque não tínhamos outra alternativa. Ou<br />

fazíamos isso ou teríamos um porto congestionado. Dessa<br />

decisão para cá, instalamos pelo menos 10 tombadores<br />

novos de caminhões no porto, quando, na verdade, nosso<br />

desejo seria instalar tombadores de vagões ou moegas de<br />

vagão. Por uma questão de não conseguirmos avançar, partimos<br />

para atender o mercado da melhor forma possível.<br />

RF – O volume de cargas por ferrovia que chega ao Porto não<br />

chega nem perto do que é transportado via caminhão. Quais<br />

são as dificuldades que levam a esse baixo volume?<br />

LF – Temos no ramal que segue para o lado Noroeste<br />

e Norte do Paraná as regiões de Maringá e Londrina,<br />

onde basicamente faltam investimentos para o aumento<br />

da capacidade de transporte, já que aproximadamente 8<br />

milhões de toneladas vêm daquela região e, no caso da<br />

Serra do Mar, precisa de investimentos também vultuosos<br />

da Rumo para poder elevar o volume de mercadorias.<br />

Estamos falando de utilizar a Ferroeste, que é um<br />

ramal de 250 quilômetros, e conectá-la com o porto por<br />

uma nova ferrovia, por um novo acesso, que ultrapasse<br />

a Serra do Mar. A malha atual da Rumo, que dá acesso<br />

ao Porto, eu diria que é uma das grandes dificuldades<br />

hoje. Trata-se de uma ferrovia cuja engenharia é de 1880,<br />

época em que era aceitável um tráfego de 6, 7 km/hora,<br />

havia problemas de rampa e de curva. O mundo moderno<br />

não aceita mais isso. Eu digo que temos que elogiar o<br />

trabalho que se tem feito com as condições que se tem.<br />

No caso do setor Oeste do Paraná, próximo aos munícipios<br />

de Toledo e Cascavel, que é uma das zonas de<br />

maior produtividade do país, não temos ferrovia hoje.<br />

Temos um Procedimento de Manifestação de Interesse<br />

(PMI) para a implantação de trilhos naquela região, cuja<br />

demanda é de cerca de 15 milhões de toneladas que poderia<br />

ser colocar na ferrovia.<br />

RF – A proposta de construção de um novo ramal ferroviário, a<br />

Nova Ferroeste, para facilitar o escoamento da produção agrícola<br />

do Centro-Oeste brasileiro pelo Porto de Paranaguá, avança.<br />

Como esse projeto pode impactar o fluxo de carga no porto?<br />

LF – Veja só, já recebemos, aproximadamente, de 12 a<br />

13 milhões de toneladas de caminhão que vêm da região<br />

Oeste do Paraná. Então, de fato, a oportunidade que nós<br />

temos de desenvolver um outro ramal ferroviário no setor<br />

Oeste que pode se conectar com a concessão da Ferroeste<br />

que vai até Dourados, no Mato Grosso do Sul; aquilo<br />

que 40 anos atrás alguém pensou e podia parecer muito<br />

longe, hoje estamos falando só de problema ambiental e<br />

de capital. Quer dizer, eu não vejo como um problema e,<br />

sim, como um desafio, além de uma grande oportunidade.<br />

As duas dificuldades são tratar o problema ambiental e<br />

buscar os recursos para o financiamento, porque demanda<br />

tem. Porque qualquer ferrovia que você tenha capacidade<br />

de injeção de carga que seja de 10 a 15 milhões, você vai<br />

fazer contas e essas contas são boas, vão fechar. Principalmente,<br />

à luz do que, isso não traz só um problema de<br />

solução da carga de commoditie que seria regularidade<br />

do atendimento, mas traria um grande ganho para as vias;<br />

para as rodovias, porque hoje é praticamente um caminhão<br />

atrás do outro, é uma loucura.<br />

RF – O senhor acredita que poderá haver aumento da participação<br />

da ferrovia no Porto de Paranaguá com a implementação<br />

desse novo acesso, independente da Malha Sul da Rumo?<br />

LF – Olha, eu diria que com a construção da ferrovia no ramal<br />

Oeste e com a aplicação de melhorias no ramal Norte, podemos<br />

falar em elevar de 20% para 60, 70% essa participação.<br />

RF – Seria uma elevação significativa, então...<br />

LF – Inverteria a matriz de transporte no acesso ao porto.<br />

Porque, o que acontece? A maior parte dos destinos da<br />

nossa produção, commodities, por exemplo, estão a 600<br />

km daqui, que é o nosso cliente, entende? Então, a partir<br />

de 600 km, você colocar uma matriz de competitividade,<br />

caminhão, vagão, enfim, outros modais como pipeline,<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong> 17


entrevista<br />

enfim; você olha exatamente qual é o ponto de competitividade<br />

dos modais. E mais, insisto, não conseguimos<br />

tratar um país, que quer ser o celeiro do mundo, em cima<br />

de pneu. Eu não tenho nada contra, inclusive, acho que os<br />

caminhões são a salvação, mas hoje eles tiram a performance<br />

e a competitividade.<br />

RF – O senhor acredita que com o processo de renovação de<br />

concessão em negociação entre operadoras e ANTT, as dificuldades<br />

na malha existente de acesso ao Porto de Paranaguá<br />

poderão ser resolvidas?<br />

LF – Para essa malha se tornar competitiva, porque ela<br />

tem um problema de custeio, o investimento é muito alto,<br />

na medida em que os trilhos têm quase 200 anos. Então,<br />

essa ferrovia, esse ramal que está aí, só vai ter uma performance,<br />

e baixo custo e retornar capital, se ele de fato<br />

trabalhar com velocidades maiores, em condições melhores;<br />

não dá para falar em andar 600/700 km em cinco a<br />

oito dias, isso não existe. Então, em função disso que eu<br />

acredito que, na minha visão, não é a renovação do contrato,<br />

eu acredito que deveria ter uma licitação com uma<br />

concessão de 50 anos, no mínimo, ou 100 anos, aí eu acredito<br />

que as dificuldades serão superadas. Não se paga 10<br />

bilhões, ou 5 ou 8 bilhões em mais 20 anos. Não vai pagar,<br />

essa conta não fecha. Por exemplo, do lado de lá, a PMI<br />

que está se fazendo do outro lado, que seria para o ramal<br />

Oeste, a concessão é de, no mínimo, 70 anos.<br />

RF – Os chineses arremataram recentemente o Terminal de Contêineres<br />

de Paranaguá, o TCP. Como a Appa encara a chegada de<br />

estrangeiros ao porto? Como isso pode impactar a operação?<br />

LF – Encaramos com bastante otimismo. Esta empresa é a<br />

maior da China e uma das maiores do mundo atuando no setor.<br />

Acreditamos que a movimentação da TCP deve aumentar<br />

muito, gerando ainda mais emprego e renda para a cidade de<br />

Paranaguá, bem como investimentos na área portuária.<br />

RF – O senhor acredita que o fato de o TCP ter sido arrematado<br />

por uma empresa chinesa contribuiria para atrair investidores<br />

privados interessados na construção da nova Ferroeste?<br />

LF – É possível. Isso porque este projeto vai ao encontro<br />

da eficiência operacional e logística já demonstrada pelos<br />

chineses na operação portuária. E acredito, sim, que a entrada<br />

desta empresa atrairá novos investimentos privados<br />

para o projeto da Nova Ferroeste.<br />

RF – Há alguns terminais no Porto de Paranaguá que serão licitados<br />

em breve pelo governo federal. Quais são? Como está<br />

essa questão?<br />

LF – São dois terminais: PAR 01 e PAR 12, que são destinados<br />

à movimentação de veículos e de celulose. Trata-se<br />

de terminais para a movimentação de carga geral. O arrendamento<br />

do Terminal PAR 01 foi qualificado para compor o<br />

Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) durante a 2º<br />

Reunião do Conselho do PPI, realizada no dia 07 de março<br />

de 2017. A área do projeto, que será na modalidade arrendamento,<br />

caracteriza-se como greenfield de aproximadamente<br />

28 mil m² e está localizada na extremidade Oeste do Cais<br />

Comercial do Porto. Atualmente, o local conta com estruturas<br />

subutilizadas e sem produtividade operacional.<br />

RF – E o PAR 12?<br />

LF – O PAR 12 tem como objetivo a construção e operação<br />

de terminal portuário para movimentação de carga<br />

geral (veículos e suas partes) no porto. A área em que será<br />

instalado o arrendamento é caracterizada como greenfield<br />

de aproximadamente 170,2 mil m², localizada na retaguarda<br />

do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) – em<br />

área adjacente ao terminal arrendado à Volkswagen.<br />

RF – Qual á relevância da movimentação de papel e celulose<br />

no Porto de Paranaguá?<br />

LF – O Porto de Paranaguá está entre os cinco principais<br />

portos exportadores de papel e celulose do Brasil. As exportações<br />

dessas cargas são destinadas, principalmente,<br />

à China e o papel exportado tem origem nos estados do<br />

Paraná e Santa Catarina. Baseada em análises de demanda<br />

e capacidade, foram identificadas as necessidades de<br />

expansão de infraestrutura para superar déficits de movimentação<br />

dessas cargas.<br />

No setor Oeste do Paraná, próximo aos munícipios<br />

de Toledo e Cascavel, que é uma das zonas de maior<br />

produtividade do país, não temos ferrovia hoje.<br />

18<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


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com rapidez, segurança e conforto<br />

é o compromisso da ViaQuatro,<br />

concessionária da Linha 4 – Amarela,<br />

para oferecer mobilidade a milhões<br />

de pessoas. O serviço de qualidade<br />

é reconhecido por mais de 90%<br />

de nossos clientes na Pesquisa<br />

de Satisfação de Usuários.


prêmio rf<br />

Após um período de avaliações,<br />

a Comissão Organizadora do<br />

Prêmio (COP) bateu o martelo<br />

para a lista definitiva com o nome<br />

das empresas concorrentes nas 24 categorias<br />

setoriais do Prêmio RF <strong>2018</strong>. A cerimônia de<br />

entrega do prêmio está marcada para o dia<br />

14 de junho, em São Paulo, e contará com<br />

a presença do Ferroviário do Ano de 2017,<br />

Geraldo Alckmin.<br />

A votação começou no dia 12 de abril. Os<br />

interessados em participar do Colégio Eleitoral<br />

podem enviar seu pedido por meio do site<br />

do prêmio. A COP analisa cada solicitação<br />

com base nos critérios do regulamento da<br />

premiação.<br />

Este ano foram criadas quatro novas<br />

categorias: Melhor Operadora Logística;<br />

Melhor Operadora com Investimento em<br />

Preservação Ferroviária; Melhor Fabricante<br />

de Rodas, Eixos, Truques, Rolamentos, Freios<br />

e Sistemas de Choque e Tração; e Melhor<br />

Fabricante de Motores, Partes & Peças,<br />

Acessórios e Componentes Eletrônicos.<br />

Que vençam os<br />

melhores!<br />

Bruna Nishihata<br />

CATEGORIA I:<br />

Melhor Operadora<br />

de Carga<br />

Concorrem<br />

ESTRADA DE FERRO CARAJÁS – EFC<br />

ESTRADA DE FERRO TROMBETAS - EFT<br />

ESTRADA DE FERRO VITÓRIA MINAS – EFVM<br />

FERROESTE – PARANÁ<br />

FERROVIA CENTRO ATLÂNTICA – FCA<br />

FERROVIA NORTE SUL – FNS<br />

FERROVIA TEREZA CRISTINA – FTC<br />

MRS LOGÍSTICA<br />

RUMO MALHA NORTE E PAULISTA<br />

RUMO MALHA SUL E OESTE<br />

TRANSNORDESTINA<br />

Votam<br />

CLIENTES<br />

FORNECEDORES<br />

CATEGORIA II:<br />

Melhor Operadora<br />

de Sistema Metroviário<br />

Concorrem<br />

CCR METRÔ BAHIA<br />

METRÔ RIO<br />

METRÔ SP<br />

METRÔ DF<br />

VIAQUATRO – SP<br />

Votam<br />

FORNECEDORES<br />

CATEGORIA III:<br />

Melhor Operadora<br />

de Sistema Metropolitano<br />

Concorrem<br />

CBTU – METRÔ BH<br />

CBTU – METROREC<br />

CMTP – TERESINA<br />

CPTM – COMPANHIA PAULISTA DE<br />

TRENS METROPOLITANOS<br />

CTB – BAHIA<br />

METROFOR<br />

SUPERVIA – RJ<br />

TRENSURB – RS<br />

Votam<br />

FORNECEDORES<br />

CATEGORIA IV:<br />

Melhor Operadora de VLT<br />

Concorrem<br />

VLT BAIXADA SANTISTA<br />

VLT CARIOCA<br />

VLT CARIRI - CE<br />

VLT JOÃO PESSOA/CBTU<br />

VLT MACEIÓ/CBTU<br />

VLT NATAL/CBTU<br />

VLT SOBRAL – CE<br />

Votam<br />

FORNECEDORES<br />

CATEGORIA V:<br />

Melhor Operadora Logística<br />

Concorrem<br />

BRADO LOGÍSTICA<br />

CONTRAIL LOGÍSTICA<br />

MRS LOGÍSTICA<br />

TORA LOGÍSTICA<br />

VLI<br />

Votam<br />

CLIENTES<br />

CATEGORIA VI:<br />

Melhor Cliente<br />

Concorrem<br />

ADM DO BRASIL<br />

AGREX DO BRASIL<br />

AGROVIA<br />

ALGAR<br />

AMAGGI<br />

ANGLO AMERICAN<br />

ARCELORMITTAL<br />

20<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


BUNGE<br />

CANTAGALO GENERAL GRAIN – CGG<br />

CARAMURU<br />

CARGILL<br />

CBA<br />

CIMENTO HOLCIM<br />

CIMENTO TUPI<br />

COPERSUCAR<br />

CSN<br />

FIBRIA<br />

GERDAU<br />

IPIRANGA<br />

KLABIN<br />

LOUIS DREYFUS<br />

PETROBRÁS<br />

RAÍZEN<br />

SUZANO<br />

USIMINAS<br />

VOTORANTIN<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORES LOGÍSTICO<br />

CATEGORIA VII:<br />

Melhor Fabricante<br />

de Material<br />

Rodante Passageiros<br />

Concorrem<br />

ALSTOM<br />

ANSALDO-HITACHI<br />

BOMBARDIER<br />

BOM SINAL<br />

CAF<br />

CRRC<br />

HYUNDAI-ROTEM<br />

SCOMI<br />

TEMOINSA<br />

T`TRANS<br />

VOSSLOH<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA VIII:<br />

Melhor Fabricante<br />

de Material Rodante -<br />

Locomotivas<br />

Concorrem<br />

GE TRANSPORTATION<br />

LOCOFER<br />

PROGRESS RAIL<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

CATEGORIA IX:<br />

Melhor Fabricante de<br />

Material Rodante - Vagões<br />

Concorrem<br />

GREENBRIER MAXION<br />

RANDON<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

CATEGORIA X:<br />

Melhor Fabricante<br />

de Equipamentos de<br />

Construção, Manutenção<br />

e Componentes para<br />

Via Permanente<br />

Concorrem<br />

BRASTAN<br />

EMPRETEC<br />

GEISMAR DO BRASIL<br />

GERB DO BRASIL<br />

HARSCO RAIL<br />

LORAM<br />

MATISA<br />

METISA<br />

PANDROL SOUTH AMERICA<br />

PLASSER<br />

ROBEL<br />

SPENO


prêmio rf<br />

SUPER METAL<br />

TEMPO OPERAÇÕES INDUSTRIAIS<br />

THERMIT<br />

VIA PERMANENTE<br />

VIBTECH<br />

VOESTALPINE - VAE<br />

VOSSLOH<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XI:<br />

Melhor Fabricante<br />

de Dormentes<br />

Concorrem<br />

CAVAN<br />

CONPREM<br />

DORBRÁS<br />

DURON<br />

EMPAC<br />

ESTÂNCIA DOS DORMENTES<br />

HIDREMEC<br />

MABA ECOLYNE<br />

PREMA<br />

SERRARIA MOHR<br />

SERRARIA SANTA RITA<br />

WISEWOOD<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XII:<br />

Melhor Fabricante<br />

de Sistemas e Produtos -<br />

Sinalização, Controle<br />

e Telecomunicações<br />

Concorrem<br />

ABB<br />

ALSTOM<br />

ANSALDO-HITACHI<br />

BARCO<br />

BOMBARDIER<br />

BOSLOOPER TECNOLOGIA FERROVIÁRIA<br />

EFACEC DO BRASIL<br />

FRAUSCHER<br />

FREQUENTIS<br />

HUAWEI BRASIL<br />

KAPSCH<br />

LAIRD<br />

MOTOROLA SOLUTIONS<br />

MOXA<br />

NIPPON SIGNAL<br />

RAD DO BRASIL<br />

SIEMENS<br />

THALES GROUP<br />

WABTEC<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XIII:<br />

Melhor Fabricante<br />

de Sistemas e Produtos -<br />

Alimentação Elétrica,<br />

Rede Aérea e Auxiliares<br />

Concorrem<br />

COBRESUL<br />

COFIBAM<br />

CORUS<br />

FAIVELEY<br />

HUBER+SUHNER<br />

KNORR BREMSE<br />

MARFEQ<br />

NEXANS<br />

PRYSMIAN GROUP<br />

SECHERON<br />

SIEMENS<br />

SNEF BRASIL<br />

TERMOMECANICA<br />

VINCI ENERGIES<br />

VOITH<br />

WEG<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XIV:<br />

Melhor Fabricante de<br />

Rodas, Eixos, Truques,<br />

Rolamentos , Freios<br />

e Sistemas de<br />

Choque e Tração<br />

Concorrem<br />

AÇOFORJA<br />

AMSTED RAIL<br />

AMSTEDMAXION<br />

CRUZAÇO<br />

FAG - SCHAEFFLER<br />

FRAS-LE<br />

HEWITT EQUIPAMENTOS<br />

MWL<br />

NSK BRASIL<br />

SKF<br />

TIMKEN<br />

VALLOUREC<br />

VILLARES METALS<br />

WABTEC<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XV:<br />

Melhor Fabricante<br />

de Sistemas de Bilhetagem<br />

e Controle de Acesso<br />

Concorrem<br />

AES AUTOMAÇÃO E SISTEMAS<br />

DATAPROM<br />

DIGICON<br />

EMPRESA 1<br />

FUGITEC<br />

MAGNETIC AUTOCONTROL<br />

PERTO<br />

PRODATA<br />

RDA TECNOLOGIA<br />

TACOM<br />

WOLPAC<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XVI:<br />

Melhor Criador de TI<br />

Concorrem<br />

ALIANSA BRASIL<br />

ART - ALTA RAIL TECH<br />

CFLEX<br />

DAIKEN<br />

DM SISTEMAS<br />

ELIPSE SOFTWARE<br />

G3 TECK<br />

GE<br />

GEOAMBIENTE<br />

MASSA PESAGEM<br />

MOTOROLA SOLUTIONS<br />

MOXA<br />

ONIX SAT<br />

RRS SOFTWARE<br />

SYSPAC<br />

T’TRANS<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XVII:<br />

Melhor Fornecedor<br />

de Vidros, Poltronas,<br />

Ar Condicionado, Janelas,<br />

Portas, Gangways e demais<br />

Componentes para Veículos<br />

de Passageiros e Carga<br />

Concorrem<br />

ASTRA ABC<br />

BITZER<br />

EUROAR<br />

FAIVELEY<br />

FINDER COMPONENTES<br />

HUBNER<br />

HUSK<br />

IBAYO CLK<br />

KNORR-BREMSE<br />

NSK BRASIL<br />

SCHUNK DO BRASIL<br />

SKF<br />

22<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


A INFRAESTRUTURA QUE O GRUPO CCR JÁ LEVA<br />

PARA O BRASIL CHEGOU TAMBÉM À BAHIA.<br />

E CHEGOU RÁPIDO: DE METRÔ.<br />

É uma grande satisfação para a CCR Metrô Bahia, concessionária responsável pela construção e operação do Sistema<br />

Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas ajudar a mudar a vida de milhares de pessoas. A implantação do terceiro<br />

maior projeto de trem urbano do Brasil promove o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualidade de vida da<br />

população baiana e confirma o compromisso do Grupo CCR em promover o desenvolvimento da infraestrutura do Brasil.<br />

GrupoCCROficial<br />

GrupoCCROficial<br />

CCR S.A.<br />

www.grupoccr.com.br<br />

É por aqui que você chega lá.


prêmio rf<br />

STEMMANN<br />

TECHBUS<br />

TEMOINSA<br />

VITROTEC<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XVIII:<br />

Melhor Construtora<br />

de Infraestrutura para<br />

Sistema Metroferroviário<br />

Concorrem<br />

ANDRADE GUTIERREZ<br />

CAMARGO CORRÊA<br />

CARIOCA<br />

COMSA S A<br />

CONSTRAN<br />

CONSTRUCAP<br />

CONSTRUTORA FERREIRA GUEDES -<br />

GRUPO AGIS<br />

COWAN<br />

CR ALMEIDA<br />

GALVÃO ENGENHARIA<br />

MENDES JÚNIOR<br />

OAS<br />

ODEBRECHT<br />

PELICANO<br />

PRUMO ENGENHARIA<br />

QUEIROZ GALVÃO<br />

S.A. PAULISTA<br />

SERVENG-CIVILSAN<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XIX<br />

Melhor Construtora<br />

de Superestrutura de<br />

Via Permanente<br />

Concorrem<br />

ACA BRASIL<br />

ALBERONI e ARRUDA<br />

AZVI BRASIL<br />

BRICK ENGENHARIA<br />

CONSBEM<br />

CONSTRUTORA MONTEIRO DE CASTRO - CMCSA<br />

EMPA<br />

ENGECOM<br />

ENGEFEL<br />

HELENO & FONSECA<br />

J FONSECA<br />

NEOPUL<br />

PELICANO CONSTRUÇÕES<br />

PRUMO ENGENHARIA<br />

SOMAFEL<br />

SOMAGUE<br />

SPA VIAS<br />

TIISA S.A.<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XX:<br />

Melhor Representante<br />

Metroferroviário<br />

(Bens & Serviços)<br />

Concorrem<br />

AMDS4<br />

BOSLOOPER TECNOLOGIA FERROVIÁRIA<br />

BR RAILPARTS<br />

CISA TRADING<br />

CM EQUIPAMENTOS<br />

COMEXPORT<br />

CONQUEST<br />

CST SENSORS<br />

DAG RAILWAY<br />

EMME 2<br />

IMEXBRA<br />

LANFRANCO<br />

PRISMA 21<br />

SUMITOMO<br />

VIA PERMANENTE<br />

WINCO<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XXI:<br />

Melhor Consultora<br />

Concorrem<br />

CERTIFER<br />

EDLP<br />

EGIS<br />

ENGECOM<br />

EPC ENGENHARIA<br />

HG CONSULTORIA<br />

IM ENGENHARIA<br />

JM SOUTO<br />

LABTRANS<br />

MONTOYA ALVES<br />

POYRY<br />

PROGEN<br />

QUAD-LOG<br />

SENER/SETEPLA<br />

SISTRAN<br />

SYSFER<br />

SYSTRA<br />

TÜV SÜD<br />

URBANIZA ENGENHARIA<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

CATEGORIA XXII:<br />

Melhor Instituição<br />

de Ensino<br />

Concorrem<br />

CEPEFER<br />

COPPE<br />

E.T. SILVA FREIRE - RJ<br />

ESCOLA JAMES STEWART - CPTM/SENAI<br />

IFET SANTOS DUMONT - MG<br />

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA - IMT<br />

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - IMERJ<br />

PUC MINAS<br />

SENAI - JUIZ DE FORA<br />

UFMG<br />

UFRJ<br />

UFSC<br />

UNICAMP<br />

UNIP<br />

USP - ESCOLA POLITÉCNICA<br />

Votam<br />

FABRICANTES<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

FORNECEDORES<br />

CATEGORIA XXIII:<br />

Melhor Operadora<br />

com Investimento em<br />

Preservação Ferroviária<br />

Concorrem<br />

ESTRADA DE FERRO CARAJÁS – EFC<br />

ESTRADA DE FERRO VITÓRIA MINAS – EFVM<br />

FERROESTE – PARANÁ<br />

FERROVIA TEREZA CRISTINA – FTC<br />

MRS LOGÍSTICA<br />

RUMO MALHA NORTE E PAULISTA<br />

RUMO MALHA SUL E OESTE<br />

TRANSNORDESTINA<br />

VLI<br />

Votam<br />

ASSOCIAÇÕES<br />

CATEGORIA XXIV:<br />

Melhor Fabricante<br />

de Motores, Partes &<br />

Peças, Acessórios e<br />

Componentes Eletrônicos<br />

Concorrem<br />

A.C. CORRÊA<br />

CUMMINS<br />

MANSER<br />

MTU<br />

SAFT BATERIAS<br />

VOITH<br />

WEG<br />

WYMA TECNOLOGIA<br />

Votam<br />

OPERADORAS DE CARGA<br />

OPERADORAS DE METRÔS<br />

OPERADORAS DE SISTEMAS METROPOLITANOS<br />

OPERADORAS DE VLT<br />

24<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


Com os melhores dormentes de aço do<br />

mundo não existem distâncias para o progresso.<br />

Tecnologia e sustentabilidade rumo a um futuro ainda mais promissor.<br />

$ $$<br />

$<br />

Menor custo no assentamento<br />

Economia de 20% de brita por km<br />

Saving 20% of gravel per km<br />

A utilização dos dormentes<br />

de aço nas ferrovias<br />

apresenta vantagens<br />

econômicas, operacionais<br />

e ecológicas em relação aos<br />

de madeira e de concreto.<br />

1 km de dormentes<br />

de madeira<br />

337<br />

árvores<br />

Combate o desmatamento<br />

Rapidez na manutenção<br />

Maior produtividade<br />

VALE - EFVM -<br />

Estrada de Ferro Vitória Minas<br />

MRS - Cremalheira de Santos<br />

VLI - Contorno Ferroviário<br />

de Belo Horizonte<br />

RUMO - Malha Paulista<br />

Av. Vale do Rio Doce, 701, Galpão H, Itacibá, Cariacica/ES - Brasil CEP.:29150-060<br />

+55 (27) 3212-6600 - dormentes@hidremec.com.br www.hidremec.com.br


diário de bordo<br />

Por dentro da manutenção<br />

Equipe da RF acompanhou a troca de jacaré num trecho da Linha 9-Esmeralda, da CPTM<br />

Por Alessandro da Mata<br />

Émanhã de domingo típico de verão. Centenas de<br />

frequentadores do Parque Villa Lobos, na Zona<br />

Oeste de São Paulo, chegam à entrada principal<br />

da área de lazer. Uma parte se aproxima pela ciclovia<br />

às margens do Rio Pinheiros. Outra vem da estação<br />

de trem próxima ao parque. É esse o cenário que encontramos<br />

ao chegar em um trecho da Linha 9-Esmeralda, em<br />

dia programado pela CPTM para ajustes na via.<br />

Chegamos de carro. Às 9 horas, o sol começa a dar as<br />

caras. O termômetro marca 27 graus. À procura de um<br />

lugar para estacionar, o celular da reportagem toca. É o supervisor<br />

geral de manutenção da CPTM, Martinho Gomes<br />

Vieira, de 66 anos. Ele está com pressa e quer antecipar a<br />

visita a pé junto aos trilhos. Uma equipe especializada já<br />

estava trabalhando nos ajustes do trecho que visitaríamos<br />

em breve. A ideia era acompanhar a troca de um jacaré,<br />

componente de Aparelho de Mudança de Via (AMV), que<br />

nada mais é do que uma placa com trilhos bifurcada, que<br />

permite a mudança de via pelas composições. Seu formato<br />

e dimensões lembram mesmo a espécie de crocodilo.<br />

Detalhe: a Linha 9-Esmeralda não pode parar. Ela atende<br />

568 mil passageiros diários. Liga Osasco ao Grajaú e é<br />

a segunda mais movimentada da companhia. Durante o<br />

conserto, os trens ficam restritos à movimentação de ida e<br />

volta por única estrutura férrea.<br />

As tratativas para a substituição da peça começaram há<br />

pelo menos 60 dias, em meio à Conserva Cíclica Programada<br />

(CCP). Trata-se do plano preventivo e minucioso<br />

de levantamento das necessidades e disponibilidades de<br />

pessoal, material e serviços para as vias permanentes da<br />

companhia. Como previsto nele, todos os dias os técnicos<br />

de manutenção percorrem de três a cinco quilômetros, a<br />

pé, lado a lado com a ferrovia. Em inspeções visuais, eles<br />

checam o estado dos dormentes, dos grampos de fixação,<br />

das bitolas, entre outros tantos componentes do sistema.<br />

Os olhares dos técnicos estão focados na ocorrência de<br />

trechos corroídos, quebrados e tortos, capazes de provocar<br />

ruídos, prejudicar a estabilidade, diminuir a velocidade de<br />

circulação dos trens ou até mesmo causar uma séria intercorrência<br />

de segurança. Esse trabalho de controle também<br />

conta com a ajuda da tecnologia de equipamentos. Mas,<br />

segundo Martinho, o olhar humano ainda é decisivo para<br />

a boa manutenção da Linha 9-Esmeralda. Com 31,8 quilômetros<br />

de extensão, ela atende a variadas classes sociais.<br />

Passa por bairros cheios de contrastes: da elite às comunidades<br />

carentes de São Paulo e Osasco.<br />

Operários da TS<br />

Manutenção, contratada<br />

pela CPTM para o suporte<br />

nas vias permanentes<br />

Fotos: Alessandro da Mata


“Revisamos tudo em nosso<br />

trabalho no dia a dia. Fazemos<br />

uma varredura. Os ajustes<br />

quase não ocorrem durante a<br />

semana. Usamos mais as madrugadas.<br />

De sábado para domingo,<br />

trabalhamos das 21h<br />

às 4h. Nos domingos, trabalhamos<br />

ainda quase que o dia<br />

todo, e é por isso que os trens<br />

chegam a intervalos de até 30<br />

minutos”, explica o supervisor geral. É o nosso primeiro<br />

contato tête-à-tête. Nos encontramos em um pequeno estacionamento<br />

para carros dos funcionários da CPTM, em<br />

uma área coligada à estação. Por uma escada, chegamos<br />

ao piso superior, com acesso às catracas.<br />

Começando a jornada<br />

Para definir o dia da troca do jacaré, entre outros ajustes<br />

nos trilhos, Martinho aciona alguns departamentos da<br />

operadora. Em geral, o Almoxarifado, Compras e o Centro<br />

de Controle de Operações, que dá o aval para o conserto<br />

em razão da demanda estimada de passageiros. Já são 26<br />

anos de CPTM e mais 15 na extinta Fepasa, empresa que<br />

respondia anteriormente pela chamada Linha Sul. A dinâmica<br />

de serviço é bem conhecida. O supervisor é técnico<br />

de agrimensura. Ele é capaz de medir e demarcar terras,<br />

fazer levantamentos topográficos e assim dar subsídios<br />

(informações) para projetos arquitetônicos e urbanísticos.<br />

“Para ampliar os conhecimentos, estou estudando engenharia<br />

civil”, conta Martinho, que não vê problema em<br />

estar na faculdade na terceira idade.<br />

Sob supervisão de Martinho, os funcionários da CPTM<br />

trazem as peças (utilizadas nos ajustes dos trilhos) da estação<br />

Presidente Altino, a cerca de meia hora de distância<br />

da estação Villa-Lobos. Eles saíram às 7h30 da base do<br />

setor de manutenção da Linha 9, em um caminhão de linha<br />

(veículo rodoferroviário). O grupo recebe pagamento<br />

de horas extras, pois as atividades costumam levar entre<br />

9 e 12 horas nos domingos. Mas para reduzir custos, as<br />

práticas mais pesadas de substituições nas vias são feitas<br />

por prestadores de serviços terceirizados, há alguns anos.<br />

A decisão do alto comando da companhia causa certo<br />

incômodo – a área de manutenção da operadora perdeu<br />

67 funcionários em 2016, conforme o último Relatório de<br />

Administração publicado no site da CPTM. Ainda assim,<br />

o líder do setor age com resiliência e reforça o respeito<br />

Trem da Linha 9-Esmeralda tem velocidade limitada a 70 km/h<br />

durante manutenção da via próxima à estação Villa-Lobos<br />

à hierarquia. O largo conhecimento<br />

do sistema como um<br />

todo, das decisões políticas às<br />

técnicas, faz com que ele coordene<br />

também os consertos na<br />

Linha 8-Diamante, entre as estações<br />

Júlio Prestes e Itapevi.<br />

Às 10h, descemos escadas e<br />

chegamos à passarela de embarque.<br />

Há poucos passageiros<br />

e um intervalo de 30 minutos<br />

entre os trens. Os sinais de cansaço e impaciência do público<br />

são evidentes. Existem pessoas com corpos inclinados<br />

para frente nos bancos. Alguns estão com as mãos<br />

segurando o queixo. A operação do sistema de transporte<br />

sobre trilhos privilegia a lógica da rotina de trabalho, durante<br />

a semana. Aos finais de semana, há a manutenção<br />

e o público, em geral com menos compromissos e sem<br />

horário apertado, precisa esperar mais.<br />

Ainda na passarela de embarque, direcionamos os olhares<br />

para um ponto de apoio para consertos de bicicletas<br />

junto à estação Villa-Lobos. Descobrimos, então, que a<br />

relação da equipe de manutenção da CPTM com os donos<br />

das “magrelas” não é lá muito prazerosa. “Para nos deslocarmos<br />

de uma estação à outra de forma ágil, com nossos<br />

equipamentos pesados, muitas vezes vamos de carro pela<br />

ciclovia. O nosso tempo geralmente é curto. Sempre foi<br />

assim antes de criarem a via para os ciclistas. Infelizmente<br />

isso causa um impacto negativo no nosso trabalho”, comenta<br />

Martinho. Logo ele desce da passarela de embarque,<br />

passa por uma portinhola e uma escada, cruza a via<br />

férrea e se desloca até um carro de apoio, que está próximo<br />

à área de consertos das bicicletas.<br />

O supervisor age de forma breve e retorna com uma caixa.<br />

Nela estão os itens obrigatórios de segurança para chegarmos<br />

às linhas. O portão frágil, já sem cadeado, e uma<br />

placa destacando o perigo ainda separam a reportagem da<br />

Revista Ferroviária da escada para o acesso aos trilhos. Há<br />

um segurança também no entorno, munido de cassetete.<br />

Segurança na via<br />

Com um par de botas, colete amarelo e capacete,<br />

partimos às 10h20 para a caminhada bem ao lado das<br />

vias permanentes. Uma delas está fechada e os trens<br />

obedecem a um revezamento. Ora sentido Osasco, ora<br />

sentido Grajaú. O ponto exato da troca do jacaré – que<br />

leva cerca de uma hora – está a 500 metros da estação,<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong> 27


diário de bordo<br />

no sentido da Companhia de Entrepostos e Armazéns<br />

Gerais de São Paulo (Ceagesp).<br />

Pelo caminho, há rastros da história: dormentes de concreto<br />

com a inscrição Fepasa. Eles são mais resistentes.<br />

Mas existem também os de madeira. “Isso é importante na<br />

inspeção: avaliar os dormentes. Quando eles são de madeira<br />

ruim, isso influencia muito. Não dão fixação. Em<br />

média duram dois anos. O certo seria termos só os de concreto,<br />

que duram 50 anos. Mas eles são bem mais caros”,<br />

diz Martinho, que percebe pouco à frente de seus pés um<br />

grampo de fixação todo amassado. Um item para trocar.<br />

Às 10h40, chegamos ao ponto exato da substituição dos<br />

trilhos. À direita da via notam-se três veículos da TS Manutenção:<br />

um pequeno caminhão, uma Van e uma Kombi.<br />

Há cerca de 20 funcionários da empresa contratada<br />

de apoio. Gente de origem humilde, disposta a enfrentar<br />

um trabalho cansativo, boa parte braçal – há que carregar<br />

muitos pedaços de trilhos. A maioria mal completou o ensino<br />

fundamental. Tem a pele judiada pelo sol, apesar das<br />

luvas, das roupas de mangas compridas, das botas quase<br />

no joelho. Alguns improvisam lenços ou máscaras para<br />

proteger o pescoço e a face. Usam protetores auriculares.<br />

As cores predominantes do vestuário são o amarelo, a fim<br />

de se sobressair aos olhos de quem acompanha o processo.<br />

Há também o cinza, mais próximo da sujeira vinculada às<br />

estruturas férreas. Cores escolhidas de maneira estratégica<br />

para a preservação da vida e dos uniformes.<br />

De repente, mudamos de foco: um trem passava pela<br />

via ao lado. Nesse momento, Martinho traz uma informação<br />

importante: “A melhor temperatura climática para<br />

fazer esse trabalho de troca de jacaré e instalação dos<br />

trilhos é entre 25 e 32 graus. Mas é raro a gente conseguir<br />

isso. Muito calor faz o trilho crescer (expandir) e<br />

flambar (dobrar, podendo provocar<br />

balanços ou até mesmo um<br />

descarrilamento). Geralmente,<br />

isso não chega a causar uma<br />

interdição ou um acidente, pois<br />

nos trechos mais curvos e perigosos,<br />

diminui-se a velocidade.<br />

O horário de pico em relação às<br />

altas temperaturas é entre 15h e<br />

16h, quando os trilhos já estão<br />

fervendo. Então, os maquinistas<br />

devem tomar mais cuidado”.<br />

Os operários da TS Manutenção<br />

vão de um lado para o outro.<br />

28<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong><br />

O supervisor Martinho Vieira destaca o trecho<br />

corroído e quebrado da linha férrea<br />

Eles usam caixas com ferramentas diversas: marretas,<br />

garfos, rebarbadoras, socas, trenas, tenaz, carrinhos de<br />

mão, tirefonadoras e máquinas rotativas com discos. Uns<br />

“cortam” trechos dos trilhos que serão substituídos. Outros<br />

já entram com as peças novas. Uns parafusam, alguns<br />

lixam, outros limpam os dormentes, soldam ou fazem os<br />

acabamentos. Vez ou outra os equipamentos ficam espalhados<br />

paralelamente à via, bem como as partes dos trilhos<br />

danificados. O supervisor de manutenção alerta para um<br />

pedaço de ferro recém-queimado deixado ao lado dos trilhos.<br />

Após 50 minutos de reparos, já é possível um trem<br />

reutilizar o trecho.<br />

Martinho continua observando tudo atentamente. Em<br />

meio à conversa, lembra de um dos pontos mais difíceis<br />

para quem trabalha na manutenção da Linha 9-Esmeralda,<br />

da CPTM. É o quilômetro 21 da linha, em Carapicuíba. Os<br />

moradores da Favela do Moinho, nas imediações, pulam<br />

os muros, paredões da CPTM que não chegam a três metros<br />

de altura. Há fios e canos para ligações clandestinas<br />

de luz e água por baixo e pelas laterais mais próximas<br />

às vias permanentes. “Há uma certa resistência de alguns<br />

moradores em relação ao trabalho de manutenção. Eles temem<br />

que a gente danifique os ‘gatos’ deles. Ameaçam os<br />

operários. Os seguranças não dão conta. O nosso trabalho<br />

atrasa. Isso prejudica os passageiros”, reclama o supervisor<br />

de manutenção.<br />

As reclamações dos usuários quanto a paralisações e<br />

atrasos de trens são constantes em São Paulo. E os motivos<br />

que levam isso acontecer são diversos. Há trens antigos<br />

com freios ultrapassados do ponto de vista tecnológico<br />

e, por isso, precisam operar com velocidade reduzida.<br />

As falhas de energia elétrica e dos sistemas eletrônicos<br />

de comandos também contribuem. Bem como os impedimentos<br />

para os fechamentos<br />

de portas, principalmente em<br />

função das superlotações. Além<br />

da falta de áreas de escape para<br />

consertos na via, dificuldades envolvendo<br />

contratos de manutenção<br />

com terceirizadas, em razão<br />

de recursos financeiros restritos<br />

ou indisponíveis.<br />

Pessoas correndo atrás de<br />

pipas e balões, furtos de fios<br />

de cobre e esconderijos de pertences<br />

e drogas ao longo da via<br />

permanente são outros fatores


diário de bordo<br />

que prejudicam os trabalhos de<br />

manutenção. Cachorros, capivaras<br />

e urubus são recorrentes nas estruturas<br />

férreas que servem aos trens,<br />

dada a proximidade com vias rodoviárias<br />

e rios, e a falta de trechos<br />

com muros cercando as ferrovias.<br />

Retirar os animais, vivos ou mortos,<br />

é um desafio. Existem outras<br />

situações inusitadas.<br />

“Já aconteceu também de material<br />

de limpeza usado nas estações<br />

cair sobre os trilhos e oxidá-los.<br />

Tivemos que trocar. Mas o que<br />

mais impacta para os passageiros é<br />

a falta de energia”, pontua Martinho,<br />

sem querer entrar nos episódios<br />

mais complexos. Uma outra<br />

equipe cuida dos reparos na rede<br />

elétrica, conforme uma agenda ou<br />

casos emergenciais, que podem<br />

ocorrer em função de temporais e<br />

raios, defeitos técnicos, da vida útil<br />

das peças, das equipes disponíveis,<br />

entre outras tantas razões.<br />

Troca do jacaré<br />

São 11h e a temperatura está nos<br />

30 graus. Por sorte, a umidade do<br />

ar não está baixa e as nuvens vez<br />

ou outra encobrem o sol. Os operários<br />

seguem retirando e colocando<br />

vários trechos de trilhos. Eles suam<br />

muito. Enfim, pegam o jacaré, o<br />

componente de Aparelho de Mudança<br />

de Via (AMV) que permite<br />

aos trens mover-se de uma via para<br />

outra. Essa tem uma cor diferente<br />

das habituais usadas nas estruturas<br />

férreas. Num universo onde tudo é<br />

acinzentado ou o tem o tom cobre,<br />

um item verde chama a atenção.<br />

O jacaré é em geral uma peça de<br />

aço fundido ou de trilhos comuns<br />

cortados, usinados, aparafusados e<br />

cravados a uma chapa de aço que<br />

se assenta no lastro. Ele também é<br />

Licitações adiadas<br />

Há uma polêmica no ar envolvendo<br />

processos de licitações na área de manutenção<br />

de via permanente da CPTM. Foi<br />

adiada pela operadora em março a concorrência<br />

que iria definir a empresa encarregada<br />

da manutenção preventiva das<br />

linhas 7-Rubi e 10-Turquesa. A companhia<br />

alega que o adiamento aconteceu em função<br />

da necessidade de análises técnicas<br />

de alguns pontos do edital questionados<br />

pelas empresas interessadas no certame.<br />

A expectativa da CPTM é que o processo<br />

seja retomado (ou seja, o edital seja republicado)<br />

no fim de abril.<br />

O contrato de manutenção da via<br />

permanente das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa<br />

com a Construtora Ferreira Guedes<br />

S.A. foi encerrado em agosto de<br />

2017. CPTM e a empresa não conseguiram<br />

chegar a um acordo para prorrogar<br />

por mais um ano o serviço. De<br />

acordo com informações contidas no<br />

Diário Oficial, houve divergências em relação<br />

a ajustes financeiros do contrato. A<br />

equipe de manutenção da CPTM assumiu<br />

os trabalhos nas linhas em caráter provisório,<br />

de acordo com nota da própria<br />

companhia. O processo de licitação teve<br />

início em outubro do ano passado, quando<br />

foi lançado o edital para a contratação das<br />

empresas responsáveis pela manutenção<br />

das duas linhas.<br />

Já a TS Manutenção, à frente das Linhas<br />

8-Diamante, 9-Esmeralda, 11-Coral<br />

e 12-Safira, teve autorizado em outubro<br />

de 2017 um acréscimo no contrato de R$<br />

24 milhões para prorrogar os serviços por<br />

pelo menos até maio deste ano. A empresa<br />

pertence a um consórcio formado pela<br />

Trail Infraestrutura – incumbida também<br />

da manutenção de trechos de linha da<br />

MRS – e a Spavias Engenharia. Ambos os<br />

contratos firmados há mais de quatro anos<br />

com a TS Manutenção e com a Construtora<br />

Ferreira Guedes S.A. previam a possibilidade<br />

de prorrogação de curto prazo, justamente<br />

para cobrir o período de trâmites<br />

legais desde o lançamento de edital até a<br />

assinatura de um novo contrato.<br />

Conforme os editais lançados no fim de<br />

2017, as empresas vencedoras devem assumir<br />

a manutenção preventiva e corretiva,<br />

o fornecimento de materiais, equipamentos<br />

e insumos para as vias permanentes das<br />

linhas da CPTM. As contratadas ficarão<br />

incumbidas das trocas de aparelhos de<br />

mudança de via (AMVs), inspeção das vias,<br />

contenção e recuperação de taludes, limpeza<br />

e conservação da faixa, manutenção e<br />

conservação dos dispositivos de drenagem<br />

e obras de arte, serviços de regularização da<br />

geometria das vias, adequação de pisos das<br />

passagens de nível, substituição de trilhos,<br />

dormentes e fixações, além da substituição<br />

e limpeza de lastro. Para a contratação das<br />

empresas terceirizadas, a CPTM estabeleceu<br />

o pagamento de aproximadamente R$<br />

790 milhões ao longo do próximo ciclo de<br />

quatro anos.<br />

Entenda o caso<br />

Em março, o Ministério Público de São<br />

Paulo abriu inquérito civil para investigar<br />

suposta falta de manutenção e riscos de<br />

acidentes na Linha 10-Turquesa. Segundo<br />

a promotoria, entre as estações Capuava<br />

e Mauá, ambas na mesma cidade, o trem<br />

reduz a velocidade de 90 km/h para 20<br />

km/h porque o trilho é antigo e deve ser<br />

substituído. A CPTM enviou uma nota à<br />

RF sobre o assunto, na qual afirmou: “as<br />

notícias veiculadas pela imprensa sobre a<br />

falta de manutenção nas linhas têm motivação<br />

política, tendo como fontes políticos<br />

de oposição buscando holofotes em ano<br />

eleitoral e sindicalistas, e estão totalmente<br />

descoladas da realidade. A CPTM está<br />

prestando todas as informações e esclarecimentos<br />

ao MP e garante que o transporte<br />

ferroviário é totalmente seguro.”<br />

30<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


diário de bordo<br />

conhecido como coração, pelo fato<br />

de suas interseções lembrarem artérias,<br />

dando fluxo estratégico e vital<br />

ao tráfego de trens.<br />

Após as máquinas de corte fazerem<br />

fendas e permitirem a retirada<br />

do fragmento férreo que servia ao<br />

AMV, os operários buscam o encaixe<br />

perfeito do novo jacaré. A<br />

peça é pesada. É necessário posicioná-la<br />

com atenção para conectá-<br />

-la bem aos demais trilhos.<br />

Logo em seguida, é a vez do soldador,<br />

Ruptura na linha antes de ser soldada<br />

Ele diz que há períodos do ano com<br />

maior atividade: “Temos mais trocas<br />

quando está frio. Os trilhos quebram<br />

mais. E de uns anos para cá,<br />

com os carros novos que entraram<br />

em operação, estamos trabalhando<br />

ainda mais. Não sei se eles freiam<br />

muito próximo das plataformas ou<br />

se usam uma quantidade maior de<br />

lubrificantes. Há muita troca de peças.<br />

A verdade é que hoje tem trem<br />

passando a cada três, cinco minutos.<br />

Dez anos atrás, isso acontecia a<br />

com seus óculos escuros de proteção e um avental de<br />

raspa de couro, “moldar” uma pequena peça complementar<br />

para a junção ideal. Em uma fôrma oval, ele esquenta<br />

um composto de ferro, alumínio e manganês, entre outras<br />

substâncias. É a chamada solda aluminotérmica. De 4 a 7<br />

minutos, chega-se ao aquecimento, próximo dos 60 graus.<br />

De forma recorrente, o trabalhador enxuga a testa molhada.<br />

Antes do derretimento pleno do composto é preciso que<br />

todos se afastem um pouco. O processo de combustão alcança<br />

1,6 mil graus, segundo o soldador. Em segundos,<br />

uma chama explode da fôrma, numa altura superior a 2<br />

metros. Faíscas se espalham ao redor. Tudo normal para<br />

aqueles que lidam com a atividade cotidianamente. Mas<br />

uma reação química surpreendente, quase que um espetáculo<br />

circense para os leigos.<br />

“Tem que fazer o aquecimento no tempo certo. A vedação<br />

também. E se o cara vacilar, dá acidente”, ressalta<br />

José Silveira, de 45 anos, funcionário da TS Manutenção.<br />

Ele está há dez na profissão de soldador. “Eu não sei se<br />

é bom ficar exposto a todo esse calor. Por enquanto não<br />

deu nada, mas eu não sei amanhã”, comenta o operário,<br />

pouco depois. Conhecido no grupo pelo bom-humor, ele é<br />

chamado de Ronaldo, por conta de um suposto faro de gol<br />

e da barriga protuberante.<br />

Logo em seguida, o excesso de material proveniente<br />

da solda é retirado da peça complementar para uma fusão<br />

próxima da perfeição entre o novo jacaré e os trilhos. Há<br />

o ajuste ainda com um contratrilho, pedaço curvo de ferro<br />

adicionado às extremidades e paralelamente à linha para<br />

evitar que o friso da roda se choque com a ponta da parte<br />

principal do AMV ou da agulha.<br />

Em meio aos trabalhos, conhecemos José Roberto Mendes,<br />

de 57 anos, encarregado de Manutenção da CPTM,<br />

cargo imediatamente abaixo do ocupado por Martinho.<br />

cada 12 a 15 minutos”, lembra o profissional com 37 anos<br />

de carreira. Nas temperaturas mais baixas, os trilhos se retraem<br />

e trincam. O aumento do volume de trens operando<br />

nos trilhos também amplia o desgaste dos mesmos.<br />

Martinho e José Roberto comentam que um engenheiro<br />

recém-formado teria dificuldades em determinar as ações<br />

de manutenção numa linha férrea. E ainda falam que as<br />

reclamações em série dos passageiros incomodam. “O que<br />

a gente faz é para o bem do usuário. Mas ele muitas vezes<br />

não entende”, expõe o encarregado.<br />

Às 12h30, pausa de alguns operários para uma água.<br />

Na companhia de Martinho, voltamos à estação Villa-Lobos.<br />

Depois de subir alguns degraus e cruzar a portinhola<br />

de segurança, chegamos à plataforma e deixamos os itens<br />

preventivos. Um dos painéis eletrônicos nas imediações<br />

está desligado. Ele deveria dar informações sobre os horários<br />

de chegada dos trens. Escutamos ao fundo o diálogo<br />

entre dois passageiros. Uma senhora de cerca de 50 anos<br />

questiona sobre os trens usarem apenas uma das vias. Um<br />

senhor de faixa etária semelhante afirma: “É normal, dia<br />

de manutenção. Vai demorar”.<br />

Enquanto isso, seguem os trabalhos dos operários. Lá<br />

embaixo, os funcionários da TS Manutenção recuam alguns<br />

metros em relação às vias permanentes. O almoço<br />

deles é por ali mesmo, em meio a uma sombra feita pelo<br />

concreto da área de circulação dos passageiros na estação.<br />

As marmitas foram compradas pela empresa terceirizada<br />

e trazidas no carro de apoio. Até o final do dia, eles ainda<br />

vão trocar outras peças e recolher o material danificado.<br />

Os trilhos deteriorados vão a leilão. Geralmente, empresas<br />

de ferro velho têm interesse. Mas essa é uma outra parte<br />

da história. E tudo tem o seu tempo. Acessamos o estacionamento<br />

e entramos no carro. Por ora, é fim da linha para<br />

a reportagem da Revista Ferroviária.<br />

32<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


arquivo ferroviário<br />

Trem de passageiros de longa distância,<br />

modelo Classe 22000, produzido<br />

pela Hyundai-Rotem, fazendo o percurso<br />

Dublin (capital) até Rosslare, na costa<br />

sudeste da Irlanda – país com belíssimas<br />

paisagens e que, não por acaso,<br />

é conhecido como a Ilha Verde da Europa.<br />

Nos trilhos da Irish Rail, operadora<br />

ferroviária, são transportados cargas e<br />

passageiros em rotas que somam 2.400<br />

quilômetros de extensão, 147 estações<br />

ferroviárias, 5.100 pontes, 14 túneis e<br />

1.240 passagens de nível. Os percursos<br />

a bordo de trem alcançam todo o território<br />

irlandês, incluindo Belfast, capital<br />

da Irlanda do Norte, que pertence ao<br />

Reino Unido. A maior parte dos trilhos é utilizada para a movimentação<br />

de passageiros – apenas 362 quilômetros do total são destinados às<br />

linhas de carga, que transportam desde celulose e minério até alimentos<br />

processados e suprimentos médicos.<br />

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arquivo ferroviário


capa<br />

Divulgação/CCR<br />

O Metrô de Salvador, sob<br />

a concessão da CCR Metrô<br />

Bahia, expandiu e vai chegar<br />

ao Aeroporto<br />

Apetite<br />

metroferroviário<br />

CCR arrematou três linhas em São Paulo,<br />

expandiu o Metrô de Salvador, é sócia no VLT Carioca,<br />

e quer crescer ainda mais no setor<br />

Por Romulo Tesi<br />

Oconsórcio Viamobilidade ainda comemorava<br />

a vitória no leilão para operação das linhas<br />

5-Lilás e 17-Ouro do Metrô de São Paulo,<br />

em meados de janeiro deste ano, quando o<br />

presidente da divisão de Mobilidade Urbana da CCR,<br />

Leonardo Vianna, já pensava no próximo alvo. "Temos interesse<br />

na Linha 15-Prata do metrô", anunciou à imprensa<br />

o executivo da empresa, sócia da Ruasinvest na disputa<br />

que havia acabado de arrematar as duas linhas por R$<br />

553,88 milhões, em um contrato de 20 anos.<br />

O episódio dá uma ideia do apetite da CCR no transporte<br />

de passageiros sobre trilhos. Com a vitória no início deste<br />

ano, a companhia passará a operar três linhas na maior cidade<br />

do país, já que é responsável pela Linha 4-Amarela, do<br />

metrô, por meio da concessionária ViaQuatro.<br />

"A empresa está sempre atenta às oportunidades de novos<br />

negócios apresentadas nos mercados nacional e internacional",<br />

diz Vianna, de forma genérica, sobre os planos<br />

de expansão da CCR.<br />

Só a Linha 4-Amarela, em São Paulo, que marcou a<br />

entrada da CCR no setor, responde por 5,4% dos negócios<br />

da empresa. O Metrô de Salvador, por outros 4,1%, e ainda<br />

há mais 1,1% em empreitadas menores, como o VLT<br />

Carioca, onde participa do consórcio com 24,9% e tem<br />

Invepar, Odebrecht e Riopar entre os sócios. Esses pouco<br />

mais 10% devem aumentar de forma significativa caso a<br />

companhia avance sobre essas novas oportunidades em<br />

São Paulo, entre elas as Linhas 13-Jade (CPTM) e Linha<br />

15-Prata (Metrô de SP) – em vias de serem licitadas pelo<br />

governo de SP.<br />

"Mobilidade urbana é uma necessidade latente nas principais<br />

metrópoles do país. Em contrapartida, a CCR tem<br />

como seu principal compromisso investir na infraestrutura<br />

e no desenvolvimento do país, e o transporte sobre trilhos<br />

é uma peça fundamental para esse desenvolvimento. Entretanto,<br />

não é segredo para ninguém que o orçamento do<br />

Estado é justo e precisa ser desonerado. Dessa forma, o<br />

modal sobre trilhos tornou-se parte integrante do negócio<br />

do grupo há mais de uma década", diz Vianna.<br />

Histórico<br />

A CCR – ou Companhia de Concessões Rodoviárias –<br />

nasceu em 1999, mas só entrou nos trilhos em 2006, ao<br />

vencer a licitação para operação da Linha 4-Amarela, do<br />

Metrô de São Paulo. Antes a empresa, como nome entrega,<br />

estava na estrada. A companhia é conhecida pela larga<br />

participação em concessões de rodovias, algumas entre as<br />

mais importantes do país, como a Via Dutra, entre Rio e<br />

36<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


São Paulo, e Raposo Tavares e Castello Branco, que liga a<br />

capital paulista ao interior do estado.<br />

A CCR começou efetivamente a operar na Linha 4-Amarela<br />

em maio de 2010, quando a linha ficou parcialmente<br />

pronta. Hoje, a ViaQuatro atende a 700 mil pessoas por<br />

dia – sem sequer está totalmente concluída –, no trecho<br />

entre Butantã e Luz. Esse ano, a linha ganhou duas novas<br />

estações: Higienópolis-Mackenzie, em janeiro, e Oscar<br />

Freire, no início de abril (ver mais nas págs. 42 e 43)<br />

"A Linha 4-Amarela é um<br />

modelo de referência para<br />

outros projetos, por ter sido<br />

a primeira PPP do país", gaba-se<br />

Vianna. A expectativa<br />

é chegar a 1 milhão de passageiros<br />

quando a linha estiver<br />

com todas as paradas funcionando,<br />

o que só deve acontecer<br />

em dezembro de 2019,<br />

que é a previsão de entrega da<br />

estação Vila Sônia, na Zona<br />

Sul. Em julho desse ano, a<br />

expectativa é ter operando a<br />

estação Morumbi-São Paulo.<br />

"Até o momento, a Via-<br />

Quatro já investiu US$ 500<br />

milhões no que existe de mais<br />

moderno em sistemas e trens no mundo. A linha também<br />

é pioneira em automação total na América Latina", diz<br />

Vianna, referindo-se ao sistema driverless – em português,<br />

trens sem condutores – tecnologia que fez sua estreia nessa<br />

região do mundo pela ViaQuatro, na Linha 4-Amarela<br />

do metrô paulista.<br />

Saindo de São Paulo, a CCR é responsável pelo Metrô<br />

de Salvador, projeto que levou tantos anos para sair do<br />

papel que enriqueceu o anedotário brasileiro sobre obras<br />

que demoram anos para serem concluídas.<br />

O metrô da capital baiana foi idealizado ainda em<br />

meados da década de 1990, mas a construção só começou<br />

de fato em 2000. Desde então, o projeto reuniu<br />

praticamente todos os clichês que costumam aparecer<br />

em obras desse porte no país, com várias alterações,<br />

cortes e uma série de idas e vindas que atrasaram em<br />

muitos anos o início da operação. A responsabilidade<br />

pelo sistema até mudou de mãos, saindo da prefeitura<br />

para o governo estadual.<br />

Em 2013, a CCR entrou sozinha na disputa e levou a<br />

concessão de parte da construção (Linha 2 e parte da Linha<br />

1) e da operação de 30 anos em contrato de PPP.<br />

Os trens começaram a rodar em 2014, mas somente em<br />

setembro do ano passado a operação começou a ser feita<br />

totalmente nas duas linhas. A tão aguardada estação Aeroporto,<br />

na ponta da Linha 2, que liga o centro da capital<br />

baiana ao Aeroporto Internacional de Salvador, está em<br />

vias de ser inaugurada.<br />

"A expectativa é que, com o novo trecho em operação,<br />

A operação da Linha 4-Amarela marcou a entrada da CCR no setor ferroviário, em 2010<br />

com o sistema operando até lá e a integração com os ônibus,<br />

mais de 500 mil pessoas por dia acessem o metrô,<br />

podendo chegar a 700 mil usuários por dia", diz Vianna.,<br />

que acrescenta: "É um negócio que nós construímos, nós<br />

operamos e tem viabilidade", declara o executivo.<br />

Atualmente, a média de passageiros por dia é de 300<br />

mil circulando pelas 20 estações, distribuídas em cerca de<br />

33 km, sendo 21 km na Linha 2 e 12 km da Linha 1. Há<br />

ainda a previsão para início das obras, ainda em <strong>2018</strong>, do<br />

ramo 3, ligando a estação Pirajá, na Linha 1, a mais duas<br />

estações: Brasilgas e Cajazeiras/Águas Claras. A expansão<br />

deve ficar pronta até 2020.<br />

O próximo avanço pode acontecer fora do país. A<br />

CCR se mantém atenta a pelo menos duas oportunidades<br />

na América do Sul: o Metrô de Bogotá e a Linha<br />

3 do Metrô de Lima. No sistema colombiano, a operação<br />

está prevista para começar em 2022, atendendo a<br />

310 mil passageiros por dia. Já no caso peruano, a linha<br />

ainda está em projeto, mas prevê transportar 720 mil<br />

pessoas diariamente.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong> 37<br />

Divulgação/CCR


capa<br />

"Seguimos buscando nichos onde o marco regulatório<br />

seja melhor, e que não exista a necessidade constante de<br />

decisões do poder concedente", afirma Vianna.<br />

Licitações<br />

De onde vem o dinheiro para pagar as outorgas? Da<br />

própria CCR. A empresa pretende usar seu caixa para bancar<br />

as próximas empreitadas no setor ferroviário. “Esse<br />

valor (de R$ 553,88 milhões pelas linhas 5-Lilás e 17-<br />

Ouro) não pesa absolutamente nada hoje na situação financeira<br />

da CCR", declarou Vianna em recente entrevista<br />

ao jornal Estado de S. Paulo.<br />

Em São Paulo, a CCR mira outras oportunidades de<br />

negócio no setor. Em recente apresentação ao mercado,<br />

a companhia revelou o que está em seu radar, as linhas<br />

13-Jade, que acabou de ser inaugurada pelo governo de<br />

SP; e a 15-Prata, que ganhou mais quatro estações em<br />

abril, e teve a autorização para o edital de concessão<br />

publicada no dia 16 de março no Diário Oficial. A ideia<br />

é conceder a operação e manutenção da linha por 20<br />

anos, com lance mínimo para a outorga de R$ 153,3 milhões<br />

e valor de contrato estimado em R$ 4,5 bilhões.<br />

A previsão é que o leilão aconteça no dia 26 de junho<br />

deste ano.<br />

“Atualmente estão sendo preparadas a audiência pública<br />

e a consulta pública para concessão das linhas<br />

8-Diamante e 9-Esmeralda, da CPTM, que poderão ser<br />

licitadas em conjunto”, afirmou a Secretaria de Transportes<br />

Metropolitanos de São Paulo (STM) em nota, sem<br />

confirmar se fará o leilão em<br />

“pacote”, como foi feito nas linhas<br />

5-Lilás e 17-Ouro.<br />

Sobre as linhas 11-Coral e<br />

12-Safira, a STM afirmou em<br />

nota: “O que temos no momento<br />

é a apresentação de uma Manifestação<br />

de Interesse Público (MIP),<br />

que está sendo analisada pelo Governo<br />

do Estado. Com relação à<br />

licitação, ainda é prematuro qualquer<br />

posicionamento.<br />

A CCR também não esconde o<br />

interesse em uma eventual concessão<br />

da Linha 7 da CPTM e do<br />

CCR no setor ferroviário<br />

Linha 4-Amarela (ViaQuatro)<br />

Linhas 5-Lilás e 17-Ouro<br />

CCR Metrô Bahia (Salvador)<br />

VLT Carioca (Rio de Janeiro)<br />

No radar da CCR, por enquanto:<br />

Concessões das linhas<br />

13-Jade (CPTM)<br />

15-Prata (Metrô de São Paulo)<br />

Trem Intercidade (TIC). O TIC é um projeto que pretende<br />

ligar Jundiaí, na ponta do ramal da CPTM, a Americana,<br />

no interior de São Paulo, passando por Campinas. Trens<br />

de média velocidade (entre 160 e 200 km/h) fariam o trajeto<br />

de cerca de 135 km do TIC, que passaria também por<br />

Santa Bárbara, Sumaré, Hortolândia, Valinhos, Vinhedo,<br />

Louveira. O custo estimado é de R$ 5 bilhões. A via passaria<br />

na faixa de domínio do governo federal, ao lado de<br />

onde operam os trens de carga. Não se sabe ainda se a<br />

CCR entraria com capital para construir a linha ou se só<br />

pretende operá-las.<br />

Desafios<br />

O avanço da empresa, porém, não está livre de obstáculos.<br />

Um deles atende pelo nome de monotrilho.<br />

Divulgação/Metrô SP<br />

A CCR deve começar a operar<br />

a Linha 5-Lilás em agosto<br />

38<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


Modal desconhecido no Brasil<br />

VLT Carioca responde por 1,1% dos negócios da empresa<br />

A começar pela própria Linha 17-Ouro, recém-comprada<br />

pela empresa.<br />

Antes de vencer a licitação, a CCR enfrentou a oposição<br />

do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, que<br />

acusou o governo paulista de direcionar a disputa para<br />

a vitória da companhia, única a atender a todos os requisitos<br />

previstos no leilão – segundo a entidade. Os<br />

sindicalistas ainda conseguiram adiar o leilão, mas o<br />

governo cassou a liminar a tempo de concluir o processo<br />

de licitação.<br />

No pacote montado pela Secretaria de Transportes Metropolitanos<br />

(STM), a CCR levou junto a Linha 5-Lilás<br />

– esta sobre trilhos convencionais e, de acordo com o secretário<br />

da pasta, Clodoaldo Pelissioni, o "filé" do prato<br />

servido pelo governo. Só assim, explicou à Revista Ferroviária,<br />

foi possível tornar a concessão atrativa para a<br />

iniciativa privada.<br />

A outorga, que inclui as linhas 5-Lilás e 17-Ouro, foi<br />

assinada durante a inauguração da estação Moema, da Linha<br />

5-Lilás, no dia 5 de abril. De acordo com os trâmites<br />

legais, a CCR deve assumir efetivamente a operação da<br />

linha em 120 dias, contados a partir da data da assinatura<br />

(em agosto, portanto).<br />

A previsão na Linha 5-Lilás é de transportar 850 mil<br />

passageiros por dia. Já na Linha 17-Ouro, a estimativa<br />

fica em torno de 170 mil a 200 mil. "Juntando as duas, o<br />

projeto para em pé direitinho", defendeu Pelissioni, justificando<br />

a união das duas linhas em um único pacote. Se<br />

oferecidas separadamente, a Linha 17-Ouro poderia ser<br />

ignorada pelos operadores, por conta de um provável prejuízo<br />

na operação.<br />

A Linha 17-Ouro fora prometida para 2014, ano de<br />

Copa, e serviria principalmente para atender ao público do<br />

estádio do Morumbi. Mas o Comitê Organizador do mundial<br />

preferiu a Arena Corinthians, em Itaquera, e o projeto<br />

do monotrilho foi encurtado. A região de Paraisópolis, por<br />

Não é de hoje que há uma desconfiança de técnicos e especialistas<br />

do setor com a tecnologia do monotrilho. Desconhecido<br />

no Brasil e até mesmo nas Américas e na Europa, o modal<br />

pode virar uma dor de cabeça para a CCR, muito por conta<br />

das dificuldades e possíveis altos custos de manutenção, por<br />

exemplo. A começar pelos 12 pneus que são utilizados por<br />

cada trem.<br />

“Esses pneus precisam ser trocados a cada 40 mil km rodados.<br />

No metrô, a distância percorrida para trocar uma roda<br />

é de 1,5 milhão de km. E o descarte desses pneus? Mais: o<br />

único fornecedor do mundo desses pneus é a Michelin”, explica<br />

o consultor de sistemas de metrô, Peter Alouche.<br />

A reportagem apurou também que a tecnologia usada nos<br />

monotrilhos não é aberta, e a manutenção só pode ser feita<br />

pelas próprias fabricantes – no caso, Bombardier na Linha<br />

15-Prata e Scomi na Linha 17-Ouro.<br />

A própria experiência de utilização de monotrilho no transporte<br />

de massa não é muito usual no mundo. Japão e China<br />

“Temos que aprender,<br />

conhecer melhor esta<br />

tecnologia. Existem<br />

monotrilhos em outros<br />

países, mas o sistema<br />

de funcionamento que<br />

são portas automáticas é<br />

igual ao do trem”<br />

Harald Zwektoff, ViaQuatro<br />

estão entre os poucos países<br />

que contam com um<br />

sistema como o projetado<br />

para São Paulo, com alta<br />

demanda. “E os japoneses<br />

não estão fabricando, já<br />

que não há mais encomendas”,<br />

diz Alouche.<br />

A tecnologia pouco conhecida<br />

do monotrilho no<br />

Ocidente, pelo visto, não<br />

assusta a empresa, ainda<br />

que, como o próprio secretário<br />

Pelissioni admite, o modal enfrente certa desconfiança<br />

por alguns operadores. Para o presidente da ViaQuatro, Harald<br />

Zwektoff, a diferença do monotrilho para o trem tradicional de<br />

metrô é uma questão meramente técnica.<br />

“O trem tem o trilho, que é uma tecnologia sedimentada,<br />

que existe há centenas de anos, e o monotrilho é uma tecnologia<br />

mais moderna. Temos que aprender, conhecer melhor esta<br />

tecnologia”, disse. O executivo acredita que não deve haver<br />

grande dificuldade de operar um sistema de monotrilho. “É<br />

uma diferença simplesmente de tipo de carro”, minimizou.<br />

Na opinião de Harald, ainda não há grandes preocupações<br />

no que diz respeito à operação da Linha 17-Ouro. “É prematuro<br />

dizer que a linha é deficitária. Trata-se de uma linha que vai<br />

atender a uma parcela significativa da população”, ressaltou.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> MARÇO/ABRIL DE <strong>2018</strong> 39


capa<br />

exemplo, ficou fora do novo traçado. Somente a comunidade<br />

tem mais de 100 mil habitantes. Na outra ponta, a<br />

linha chegaria até o Jabaquara. Mas o trecho também está<br />

suspenso, sem previsão.<br />

Nada disso afastou a CCR, que manteve o interesse<br />

na Linha 17-Ouro, mesmo com os atrasos nas obras. O<br />

que a CCR vai operar é o chamado “trecho prioritário”,<br />

que é como o governo se refere à linha entre Congonhas<br />

e Morumbi – esta na Marginal Pinheiros, na altura<br />

da estação de mesmo nome da Linha 9-Esmeralda da<br />

CPTM – cujas obras começaram somente no dia 16 de<br />

fevereiro deste ano.<br />

A previsão de entrega mais otimista de todo o “trecho<br />

prioritário” é dezembro de 2019. Até lá, talvez o Brasil já<br />

tenha até vingado o 7 a 1 da Copa de 2014, para quando<br />

a obra estava prometida. A companhia, porém, acredita<br />

estar resguardada.<br />

"O edital prevê uma tarifa de remuneração de contingência<br />

para o caso de atraso na entrega das estações",<br />

ressalta Vianna.<br />

Onde estão os trens da Linha 17-Ouro?<br />

Enquanto aguarda o fim das obras da<br />

Linha 17-Ouro, a CCR terá tempo nos<br />

próximos meses para desvendar um dos<br />

mistérios da concessão: o fornecimento<br />

do material rodante. A fabricação dos trens<br />

para o monotrilho ficou a cargo da Scomi,<br />

que até agora parece ter pouco a revelar<br />

sobre a encomenda, cujo contrato foi assinado<br />

em 2013. A companhia também se<br />

comprometeu a fornecer os sistemas, os<br />

AMVs (aparelhos de mudança de via), o<br />

sistema de sinalização e as bandejas dos<br />

cabos.<br />

Procurada pela RF, a Scomi informou,<br />

por meio do diretor da empresa no Brasil,<br />

Halan Lemos Moreira, que as caixas<br />

e truques dos 14 trens estão prontos. Só<br />

falta montar, segundo o executivo, que<br />

atendeu a reportagem por meio de mensagens<br />

de texto, respondendo algumas<br />

poucas perguntas.<br />

A produção, disse Moreira, foi dividida.<br />

Caixas de oito trens – de cinco carros – foram<br />

feitas na fábrica do Rio de Janeiro (da<br />

MPE, que se desligou do projeto) e levadas<br />

para a de Taubaté, e as outras (de seis<br />

trens), na Malásia, onde os truques foram<br />

fabricados. A fábrica em Taubaté, informa<br />

Moreira, será usada para a produção dos<br />

trens da Linha 18, a do ABC Paulista. Em<br />

2017 foi noticiado que as obras na unidade<br />

de Taubaté, cujo lançamento da pedra<br />

fundamental foi em 2016, estão paradas.<br />

40<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> MARÇO/ABRIL DE <strong>2018</strong><br />

O diretor da Scomi não quis confirmar<br />

essa informação.<br />

“No monotrilho, o truque é colocado primeiro<br />

na via e o trem em cima, ou seja, a<br />

montagem final sempre é feita na própria via,<br />

dentro do centro de manutenção”, explicou.<br />

Quem tem poucas informações sobre os<br />

trens é a própria CCR. O presidente da Via-<br />

Quatro, Harald Zwektoff, admite que pouco<br />

se sabe sobre as composições, mas espera<br />

conhecer mais a partir de agora, com o<br />

contrato assinado.<br />

“Hoje (dia 5 de abril) assinamos o contrato<br />

e passamos a ter acesso a todas as<br />

informações. Até aqui, os dados que tínhamos<br />

eram os que foram disponibilizados<br />

para todo mundo que se interessou pelo<br />

negócio e que foram usados na licitação.<br />

Agora vamos entrar em mais detalhes”, declarou<br />

Zwektoff.<br />

Pelo lado do governo, o discurso é mais<br />

brando. O secretário de Transportes Metropolitanos<br />

de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni,<br />

espera receber o primeiro dos 14 trens<br />

ainda este ano.<br />

“Já temos um trem em testes. Imaginamos<br />

neste ano que receberemos o<br />

primeiro trem da Scomi”, diz Pelissioni.<br />

Estes testes estão sendo feitos na Malásia,<br />

segundo o diretor de engenharia do<br />

Metrô, Paulo Sérgio Amalfi Meca, mas<br />

sob responsabilidade da Scomi – e bem<br />

longe da Zona Sul de São Paulo. O governo<br />

mesmo não realizou os seus.<br />

“A princípio a Scomi produziu um trem<br />

com cinco carros e colocou para teste em<br />

Kuala Lumpur (capital da Malásia), onde ela<br />

tem a fábrica. Não fizemos ainda o teste oficial<br />

do Metrô. Estamos aguardando porque<br />

eles usaram os equipamentos que não eram<br />

os definitivos”, explica. Halan Moreira não<br />

enviou fotos das caixas dos trens prontas,<br />

somente indicou um link no Youtube que, diz<br />

ele, mostra o primeiro monotrilho da Linha<br />

17-Ouro sendo testado na Malásia.<br />

O Metrô terá que esperar a Scomi realizar<br />

a montagem com o maquinário que<br />

será utilizado nos trens que serão fornecidos<br />

ao sistema paulista. Depois, então,<br />

uma comitiva vai à Malásia para, enfim,<br />

ver os trens de perto.<br />

“Vamos mandar uma equipe para acompanhar<br />

estes testes, chamados de ‘cabeça<br />

de série’. Eles são demorados porque testamos<br />

todas as funcionalidades dos trens”,<br />

explica Meca. Se a fabricante passar pela<br />

prova, o Metrô libera a produção.<br />

E quando os trens chegam? Segundo<br />

Halan Moreira, da Scomi, depende do governo.<br />

“Só quem define cronograma é o<br />

Metrô. E de acordo com o contrato, temos<br />

que entregar o trem dentro do centro de<br />

manutenção que está em construção. Nós<br />

apenas atendemos o que é definido, quando<br />

está dentro das previsões contratuais”,<br />

concluiu o executivo.


eportagem<br />

Expansão segue em SP<br />

Pouco antes de renunciar ao cargo, Geraldo Alckmin inaugurou a Linha 13-Jade e novas<br />

estações nas linhas 4-Amarela, 5-Lilás e 15-Prata<br />

Alessandro da Mata<br />

Geraldo Alckmin desembarca na estação Cecap, da recém-inaugurada Linha 13-Jade, da CPTM<br />

Os meses de março e abril foram agitados para<br />

o sistema metroferroviário de São Paulo.<br />

Pouco antes de renunciar ao cargo de governador<br />

no início de abril para concorrer<br />

à Presidência da República, Geraldo Alckmin – que é o<br />

Ferroviário do Ano de 2017 – inaugurou a Linha 13-Jade,<br />

que liga o Centro da capital ao Aeroporto de Guarulhos, e<br />

novas estações na Linha 4-Amarela (Oscar Freire), Linha<br />

5-Lilás (Moema) e Linha 15-Prata (São Lucas, Camilo<br />

Haddad, Vila Tolstói e Vila União).<br />

Uma das inaugurações mais aguardadas pelos paulistanos,<br />

a Linha 13-Jade teve seus primeiros dias movimentados:<br />

entre 31 de março e 1º de abril, cerca de<br />

55 mil usuários fizeram o novo trajeto, que conta com<br />

12,2 quilômetros e três estações: Aeroporto-Guarulhos,<br />

Guarulhos-Cecap e Engenheiro Goulart (que faz integração<br />

com a Linha 12-Safira). O investimento total foi<br />

de R$ 2,3 bilhões, financiados pela Agência Francesa<br />

de Desenvolvimento (AFD), BNDES e recursos do governo<br />

do estado.<br />

A Estação Aeroporto dispõe de uma passarela para o Terminal<br />

1 (com distância de cinco minutos a pé entre os dois<br />

pontos), onde ocorrem partidas e chegadas das companhias<br />

aéreas Azul e Passaredo. Para chegar aos terminais aéreos 2<br />

e 3, o público terá que recorrer a ônibus gratuitos oferecidos<br />

42<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong><br />

pela concessionária do aeroporto GRU Airport. O intervalo<br />

entre um coletivo e o outro é de cerca de 15 minutos, mas<br />

essa operação acompanha a demanda de viagens da CPTM<br />

e do próprio aeroporto, segundo a GRU Airport.<br />

Obras e trens<br />

A Linha 13-Jade passa sobre as rodovias Presidente<br />

Dutra, Ayrton Senna e Helio Smidt, além dos Rios Tietê e<br />

Baquirivú-Guaçú. As obras incluíram uma ponte ferroviária<br />

estaiada em curva, bicicletários e passarelas que levam<br />

a outras modalidades de transporte, como os serviços de<br />

ônibus e táxis. O sistema de sinalização da linha está a cargo<br />

da Siemens. Os oito trens destinados à Linha 13-Jade<br />

estão sendo fabricados pelo consórcio Temoinsa-Sifang<br />

e as primeiras unidades devem chegar em 2019. Enquanto<br />

as composições chinesas não chegam, trens da série 9.500<br />

da Hyundai-Rotem foram remanejados para a linha do aeroporto.<br />

Eles fazem parte do lote de 65 trens novos comprados<br />

recentemente pela CPTM.<br />

A linha férrea para passageiros volta a Guarulhos após<br />

53 anos. Antes, o chamado Trem da Cantareira serviu à<br />

cidade até o Tucuruvi, na Zona Norte de São Paulo. Ele foi<br />

eternizado pela canção “Trem das Onze”, letra de Adoniran<br />

Barbosa e sucesso de público e crítica com o grupo de<br />

samba Demônios da Garoa.


Linha 15-Prata: busca por operadoras asiáticos<br />

A inauguração de mais quatro estações da Linha 15-Prata,<br />

do Metrô de São Paulo, coloca à prova a capacidade do<br />

monotrilho. O modal é usado majoritariamente na Ásia,<br />

principalmente na China – e é exatamente neste mercado<br />

que o governo do estado quer buscar um operador privado<br />

para o trecho.<br />

As duas primeiras estações da linha, Vila Prudente e<br />

Oratório, foram inauguradas no final de 2014. Agora, no<br />

começo de abril de <strong>2018</strong>, o governo de Geraldo Alckmin<br />

entregou as estações São Lucas, Camilo Haddad, Vila<br />

Tolstói e Vila União, adicionando 5,5 km ao trecho, que<br />

passou a percorrer 7,8 km na Zona Leste, a mais populosa<br />

da capital paulista, onde vivem cerca de quatro milhões<br />

de pessoas.<br />

A promessa é que até junho deste ano, mais quatro estações<br />

estejam prontas: Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda<br />

da Juta e São Mateus. Mais uma estação, a Jardim Colonial,<br />

está em fase de licitação e deve ser entregue em 2021. Com<br />

ela, a Linha 15-Prata terá 15,3 km de extensão, 11 estações e<br />

deverá transportar 400 mil passageiros diariamente.<br />

O secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo<br />

Pelissioni, afirma que a ideia é terminar a operação assistida<br />

em junho nas quatro estações já inauguradas e, “ao mais<br />

tardar”, em agosto ou setembro nas outras quatro que serão<br />

entregues. Terminado o período de testes e ajustes, ele<br />

quer ter, antes do final de <strong>2018</strong>, um contrato assinado com<br />

o futuro concessionário para a operação comercial da linha.<br />

“Pretendemos fazer roadshow no exterior para trazer<br />

novos operadores. Na concessão das linhas 5-Lilás e<br />

17-Ouro tivemos a participação de um operador estrangeiro,<br />

o metrô de Seul. Nós queremos trazer mais, aí uma<br />

proposta de irmos à China, onde estarão todos os operadores<br />

da Ásia, que tem a maior quantidade de monotrilhos.<br />

Queremos atrair muitos concorrentes”, explica.<br />

Novo trecho<br />

Para isso, porém, é necessário otimizar a velocidade de<br />

viagem e o intervalo entre os trens, que hoje supera os sete<br />

minutos nas estações Oratório e Vila Prudente, as mais<br />

antigas. Pelissioni explica que o sistema de sinalização da<br />

linha é o CBTC e que todos os trens serão automatizados,<br />

sem condutor.<br />

No trecho novo, além da velocidade reduzida da fase<br />

de operação, os solavancos também foram notados – vale<br />

lembrar que os trens do monotrilho usam pneus. Outro<br />

problema foi o pouco tempo de intervalo entre o apito e o<br />

fechamento das portas na viagem de volta, após as inaugurações<br />

das estações. Como muita gente acompanhou a<br />

primeira viagem do trecho, algumas pessoas ficaram momentaneamente<br />

presas nas portas.<br />

Estações Oscar Freire e Moema<br />

Inauguradas na primeira semana de abril, as estações<br />

Oscar Freire, da Linha 4-Amarela, e Moema, da Linha<br />

5-Lilás, vão ser operadas pela CCR, que aguarda ainda<br />

outras expansões prometidas pelo governo do estado.<br />

Até dezembro, a Linha 5-Lilás vai ganhar mais cinco<br />

estações (AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa<br />

Cruz – ligação com Linha 1-Azul, Chácara Kalbin – ligação<br />

com Linha 2-Verde, e Campo Belo), o que levou a<br />

STM a reservar para o trecho parte da nova frota, encomendada<br />

recentemente à CAF. O sistema de sinalização<br />

da Linha 5-Lilás é o CBTC, fornecido pela Bombardier.<br />

“No total, 26 novos trens da CAF se juntaram a outros<br />

oito da Alstom, que já serviam à linha. Tivemos que<br />

implementar em todas as composições o novo sistema<br />

de sinalização. Aquele que operava no primeiro trecho é<br />

um sistema que a gente chama de bloco fixo, que não nos<br />

permitia ter um headway (intervalo entre trens) adequado<br />

para essa linha, com menor tempo. Então nós implementamos<br />

esse novo sistema, o CBTC, baseado em rádio”,<br />

explica o diretor de Engenharia do Metrô de São Paulo,<br />

Paulo Sérgio Amalfi Meca.<br />

“Se o concessionário tomar iniciativa de fazer algumas<br />

adequações para tirar os operadores do trem na Linha 5-Lilás<br />

vai ser muito fácil, porque a grande parte do sistema que daria<br />

essa condição já está implementada” acrescenta, se referindo<br />

ao sistema utilizado na Linha 4-Amarela, cuja operação se dá<br />

por meio de driveless, ou seja, trens sem condutores.<br />

Para o presidente da ViaQuatro, Harald Zwektoff, a automação<br />

da Linha 5-Lilás ainda requer estudos. “Vamos, a<br />

partir de agora, nos debruçarmos sobre essa questão. É muita<br />

coisa acontecendo a curto prazo. Vamos assumir a linha do<br />

jeito que está e, evidentemente, da mesma forma que o grupo<br />

CCR faz com todas as concessões, buscaremos inovação,<br />

melhorias de processo, qualidade e atendimento”, justifica.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong> 43


eportagem<br />

Comitê da Baixada em ação<br />

Renovações feitas por Plano Diretor Integrado dão fôlego às operações no Porto de Santos<br />

Por Evelyn Soares<br />

Quase três anos depois do início do Plano Diretor<br />

Integrado da Baixada Santista, que vem<br />

sendo discutido e elaborado em conjunto entre<br />

MRS, Rumo e VLI, mudanças nos processos<br />

de acesso ferroviário ao maior porto do Brasil já<br />

são perceptíveis e impactam o volume de movimentação a<br />

bordo de trens na região. Desde 2015, quando efetivamente<br />

os trabalhos começaram, os investimentos têm sido expressivos:<br />

duplicações e melhorias da malha ferroviária,<br />

aprimoramento da operação diária, reforma e criação de<br />

pátios novos e até a construção de um terminal dentro do<br />

Porto de Santos, o Tiplam, com o custo de R$ 2,7 bilhões<br />

por parte da VLI.<br />

“Tivemos grandes investimentos que possibilitaram<br />

melhorias de processos. Foi um conjunto de forças que<br />

levaram ao crescimento vertiginoso nesse período. Só na<br />

entrega de insumos agrícolas no porto, que é o carro-chefe<br />

da Baixada Santista para as operadoras, houve crescimento<br />

de 30% em 2017 em relação a 2016”, informou Guilherme<br />

Delgado, gerente geral de operações da MRS em São Paulo<br />

e líder do Plano Diretor.<br />

Não por acaso, em três anos, a movimentação ferroviária<br />

no Porto de Santos cresceu e isso se reflete no balanço mais<br />

recente divulgado pela Companhia Docas do Estado de São<br />

Paulo (Codesp). Segundo a entidade, a movimentação geral<br />

no porto aumentou 10,5% de 2016 para 2017. O modal<br />

ferroviário foi responsável por 2,3% do crescimento deste<br />

período e, hoje, participa com 27% de todas as cargas movimentadas<br />

no porto – percentual que, em 2013, era de apenas<br />

12%. Em projeções apresentadas em 2017 pela Codesp, as<br />

ferrovias podem chegar a 40% de participação em 2025.<br />

Ainda de acordo com dados da Codesp, as commodities<br />

respondem por 43,6% de tudo o que passou pelo porto em<br />

2017 – e o modal ferroviário foi responsável, nesse período,<br />

por 53,2% da movimentação de cargas de farelo de soja,<br />

milho e açúcar.<br />

racionalização e de ganho de eficiência na operação”, como<br />

explicou Rafael Langoni, gerente-executivo da área de Projetos<br />

e Relações Corporativas da Rumo-ALL.<br />

O grupo dividiu o trabalho em três frentes. Em Capacidades,<br />

são feitas análises de investimento atual e futuro; no<br />

quesito Normatização, a ideia é aperfeiçoar processos operacionais;<br />

e em Processo de Gestão, o objetivo é investigar<br />

ações que podem ser aplicadas para melhorar a operação,<br />

sem a necessidade de investimentos financeiros. Segundo<br />

Delgado, da MRS, o planejamento de cada etapa é feito<br />

conjuntamente, mas a maior parte dos investimentos é tratada<br />

de forma individual, ou seja, por cada operadora. Os<br />

encontros podem ser diários – no caso do setor operacional<br />

-, semanais ou mensais, e têm objetivos e níveis diferentes<br />

– sejam gerencias ou estratégicos. Ou seja, integração<br />

tornou-se a palavra de ordem para as operadoras da região.<br />

A fase inicial do grupo de trabalho, que durou do segundo<br />

semestre de 2015 a meados de 2016, teve o objetivo de colocar<br />

em prática ações para transformar a operação de forma<br />

rápida, sem a necessidade de investir capital. A primeira<br />

Aplicações imediatas<br />

O trabalho conjunto do grupo foi iniciado no segundo semestre<br />

de 2015 para “discutir a compatibilização de longo<br />

prazo de cada operadora, além de buscar oportunidades de<br />

44<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


foi a unificação do Regulamento de Operação Ferroviária<br />

(ROF), na qual técnicos das três empresas se reuniram ao<br />

longo de seis meses para definir um processo operacional<br />

comum. Em aplicação desde 2017, o ROF está salvo na nuvem<br />

e é acessado pelos funcionários por um site exclusivo.<br />

Estruturar uma célula de programação unificada também<br />

foi importante: agora, três pessoas, uma de cada ferrovia,<br />

ficam fisicamente uma ao lado da outra, acompanhando a<br />

todo momento as operações, num espaço reservado dentro<br />

da estrutura de transporte ferroviário no Porto de Santos,<br />

a cargo da Portofer (controlada pela Rumo). A mudança,<br />

aparentemente simples, faz toda a diferença na rotina das<br />

operações, afirma Delgado:<br />

“Hoje não conseguimos pensar como operávamos sem<br />

isso. Antigamente, as programações eram separadas e cada<br />

um olhava o que era melhor para o seu sistema, e não para<br />

um todo. São pautadas regras para melhorar o sistema como<br />

um todo, não o que é melhor para cada empresa ou para o<br />

porto. Os indicadores de programação estão cada vez melhores,<br />

quando se fala em assertividade de horário de trens,<br />

de aderência de programação”.<br />

Outro ponto colocado em prática pelo comitê foi a integração<br />

dos sistemas de Tecnologia da Informação (TI)<br />

das operadoras, específico para a Baixada, que hoje está<br />

em fase final de testes. Antes disso, os números não deixavam<br />

dúvidas de que era preciso mudar: em todos os dias<br />

Divulgação/MRS<br />

de agosto de 2016, foram registradas seis paradas de trem,<br />

de todas as operadoras na malha da Baixada Santista, pela<br />

baixa interoperabilidade dos sistemas individuais (de cada<br />

operadora). Com a mudança, houve apenas uma parada de<br />

trem em agosto de 2017.<br />

“Além da falta de comunicação entre os sistemas, o fator<br />

humano também influenciava. Um exemplo era o cadastro<br />

de ativos novos, necessariamente feito por um funcionário,<br />

que deveria avisar às outras empresas para que fosse reconhecido<br />

ao passar nas outras malhas. Caso não ocorresse,<br />

a composição parava. Tornamos o sistema automatizado e<br />

minimizamos esse risco de erro a quase zero”, esmiuçou o<br />

gerente da MRS.<br />

As operadoras, conjuntamente, investiram cerca de R$<br />

120 mil para desenvolver dois sistemas compartilhados: o<br />

de Documentação e o de Certificação de Maquinistas, que<br />

ainda será aplicado (no terceiro ciclo de atividade do grupo).<br />

Ambas as soluções foram providas pela empresa de<br />

softwares SAP. Individualmente, cada ferrovia adequou<br />

seus próprios sistemas parar maximizar os ganhos dessa<br />

plataforma conjunta.<br />

Investimentos das operadoras<br />

A elaboração de um plano de investimentos integrado foi<br />

outro passo dado pelas operadoras na primeira fase de trabalho<br />

conjunto. Pela primeira vez na história, MRS, VLI e<br />

Rumo fizeram, juntas, um estudo aprofundado para conhecer<br />

e quantificar o volume de carga que poderia ser transportada<br />

por ferrovia até a Baixada Santista.<br />

“Usando modelagem matemática, analisamos a capacidade<br />

e cruzamos com a demanda prevista para sabermos<br />

quais investimentos serão necessários nos próximos 20<br />

anos. Alguns deles já saíram do papel”, sinalizou Delgado.<br />

O executivo cita como fundamental a obra de adequação<br />

do pátio ferroviário da MRS em Santos, entregue em setembro<br />

do ano passado. Orçada em R$ 13 milhões, a obra<br />

incluiu a construção de 2,5 quilômetros de duas novas linhas<br />

exclusivas para manobras de trens da operadora, além<br />

da implementação de cinco Aparelhos de Mudança de Via<br />

(AMVs) e aprimoramento da rede auxiliar de energia. O<br />

local era considerado um gargalo no sistema:<br />

“Muitas vezes, um trem demorava cerca de 45 minutos<br />

da entrada do pátio até a divisa com a Portofer. O tempo<br />

caiu em 20 minutos. Os trens que seguiam para o Porto ti-<br />

MRS construiu 2,5 km de duas novas linhas exclusivas<br />

para manobras de trens no pátio de Santos (à esquerda)<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong> 45


eportagem<br />

nham que aguardar uma manobra do pátio para depois passar.<br />

Agora, eles seguem direto para o Porto, sem interrupções”,<br />

explicou Delgado.<br />

Já a Rumo investiu mais de R$ 100 milhões em diversas<br />

melhorias nesse período – como a implantação de 54<br />

AMVs elétricos com intertravamento microprocessado no<br />

trecho entre Patojo e Pai Matias; de 11 AMVs elétricos com<br />

intertravamento a relés de Gaspar (ZGP) e Paratinga (ZPT);<br />

e do sistema de licenciamento de trens via rádio digital no<br />

trecho Evangelista de Souza (ZEV) e Perequê (ZPG).<br />

A empresa também revitalizou a via permanente e ampliou<br />

pátios de estacionamento na Portofer. As remodelações<br />

do corredor de exportação e do Pátio do Macuco estão<br />

em andamento. O investimento total da Portofer, entre 2015<br />

e 2022, chega ao total de R$ 800 milhões. Langoni afirma<br />

Modal ferroviário<br />

Participação da ferrovia<br />

Porto de Santos<br />

40%<br />

giro dos trens em comparação com os terminais da ponta da<br />

praia. A empresa também adequou e ampliou os pátios de<br />

Piaçaguera e Areais.<br />

A expansão do Tiplam também trouxe uma nova rota de<br />

chegada ao Porto de Santos: a área central, em que não há a<br />

necessidade de passar pelas margens esquerda ou direita. O<br />

terminal consegue operar com capacidade máxima de importação<br />

e passa também a exportar carga agrícola – o que<br />

possibilitará movimentar até 14,5 milhões de toneladas de<br />

produtos por ano, quase seis vezes mais que anteriormente.<br />

Uma das estratégias de suporte ao Tiplam para aumentar<br />

a capacidade de acesso pelo Guarujá será a remoção e realocação<br />

dos moradores da Favela da Prainha, posicionada na<br />

margem esquerda do porto, e a posterior construção de um<br />

pátio. O plano, cuja responsabilidade é da MRS, ainda está<br />

Produtos agrícolas<br />

Movimentação em 2017<br />

12%<br />

27%<br />

43,6%<br />

53,2%<br />

Em 2013<br />

Em 2017<br />

Projeção da Codesp para 2025<br />

Total de commodities no Porto de Santos<br />

Farelo de soja, milho e açúcar por ferrovia<br />

Fonte: Codesp<br />

que a empresa já percebe alguns resultados com a conclusão<br />

dessas obras:<br />

“Os feedbacks da comunidade portuária, tanto de<br />

clientes quanto do poder concedente, são positivos e de<br />

reconhecimento. Os investimentos executados na recapacitação<br />

da malha da Portofer trouxeram resultados significativos<br />

no volume transportado nos últimos três anos,<br />

ampliando as oportunidades de mercado. Nossa perspectiva<br />

é de dar continuidade aos investimentos, aumentando a<br />

participação do modal ferroviário no transporte de cargas<br />

em direção ao Porto”.<br />

A VLI concluiu, em março, a ampliação do Terminal Integrador<br />

Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), cujo<br />

aporte alcançou R$ 2,7 bilhões. Onze quilômetros de linha<br />

férrea foram construídos dentro do terminal, formando uma<br />

pera ferroviária – solução logística na qual os trilhos ficam<br />

em formato circular. Isso permite o transbordo das cargas<br />

sem desmembrar o trem e aumenta a eficiência das manobras<br />

de entrada e saída, reduzindo em 60% o tempo de<br />

em fase inicial. Segundo a empresa, a Prefeitura de Guarujá<br />

está na fase de contratação e mobilização de recursos para<br />

construir novas moradias para as cerca de 480 famílias que<br />

permanecem no local. A empresa e o poder público local<br />

estão trabalhando a questão com a Portofer e a Codesp.<br />

Projeções a curto prazo<br />

O segundo ciclo de trabalho, iniciado em meados de<br />

2016 e ainda em curso, teve como foco os parâmetros de<br />

manutenção. Os manuais de cada empresa deram lugar a<br />

um unificado e convergente, no qual há o mesmo padrão<br />

de manutenção e as mesmas tolerâncias no que diz respeito<br />

a material rodante e vias permanentes. Também estão em<br />

estudo o aumento de velocidade de trens na Baixada Santista,<br />

assim como a revisão dos modelos de trens (vagões e<br />

locomotivas) e aumento do volume de carga por eixo, por<br />

exemplo.<br />

Atualmente o plano de investimentos integrado, feito em<br />

conjunto pelas operadoras, vem sendo revisado e adaptado.<br />

46<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


Se em 2016 o plano previa um horizonte para<br />

daqui a duas décadas, o novo documento requer<br />

observações mais a curto prazo, para os<br />

próximos cinco anos. “Esse plano é dinâmico<br />

porque a demanda varia. A abrangência dele<br />

também é maior. Aprofundamos o estudo e exploramos<br />

o acesso à Baixada Santista, à área<br />

da Portofer e aos terminais”, explicou Delgado.<br />

A expectativa é que o novo plano de investimentos<br />

integrado seja atualizado em julho.<br />

No terceiro ciclo de trabalho, cujo início é<br />

previsto para julho deste ano, deve ser realizada,<br />

entre outras ações, a formação conjunta<br />

de maquinistas das três operadoras. A ideia é<br />

equalizar os conceitos e metodologias para formar um time<br />

com condições de operar todos os trens e locomotivas das<br />

empresas (VLI, Rumo e MRS) na região.<br />

Entre os futuros pontos de debate, segundo Langoni, estão<br />

a implementação de ações que visam ao aumento de<br />

capacidade de transporte de carga por meio da relação carga/eixo<br />

e a definição de parâmetros para o uso de novas<br />

Anuncio_Revista_Ferroviária_21x14_P02.pdf 1 02/04/<strong>2018</strong> 15:24:07<br />

Navio Panamax aporta no Tiplam, obra da VLI no Porto de Santos<br />

tecnologias de sistemas de sinalização de tráfego.<br />

Os clientes também terão voz na próxima etapa. “Já estamos<br />

analisando e reparando as falhas para conseguir dar<br />

o próximo passo, que é a aproximação com os terminais<br />

portuários. Queremos bater de porta em porta para desenhar<br />

um plano de investimento e melhoria operacional que possa<br />

satisfazê-los”, comentou Delgado.<br />

Divulgação/VLI<br />

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estudo de mercado<br />

Mais de 120 mil vagões<br />

Entre março de 2017 e março de <strong>2018</strong>, frota cresceu 1.175 unidades nas ferrovias<br />

Por Murillo Magaroti<br />

Agência Vale<br />

Estrada de Ferro Carajás foi a operadora que mais adquiriu vagões no ano passado<br />

As ferrovias brasileiras registraram 120.945<br />

vagões, entre frotas própria e de clientes, em<br />

março de <strong>2018</strong>. O crescimento em um ano foi<br />

equivalente a 1.175 unidades. A Rumo, que detém<br />

mais de 12 mil quilômetros de trilhos divididos entre<br />

Malha Sul, Malha Norte, Malha Oeste e Malha Paulista,<br />

conta também com a maior frota de vagões entre as operadoras<br />

de carga: 31.954 unidades, sendo 17.328 somente<br />

do tipo Hopper, destinados ao transporte de grãos.<br />

De março de 2017 até março deste ano, além da EFC,<br />

Rumo, Ferrovia Norte-Sul (FNS) e Estrada de Ferro Juruti<br />

obtiveram crescimento na frota de vagões, contribuindo<br />

assim para o resultado positivo geral. A Rumo adquiriu<br />

667 vagões HPT (Hopper fechado, com peso bruto máximo<br />

de 130 toneladas, tara de 30 t) da Greenbrier Maxion.<br />

Segundo a empresa, outros sete vagões (seis do tipo<br />

Fechado e um do tipo Gôndola) foram retirados da frota<br />

por estarem acidentados e considerados sem recuperação.<br />

Assim, o saldo positivo da empresa entre março de 2017 e<br />

março de <strong>2018</strong> ficou em 660 unidades.<br />

48<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong><br />

As ferrovias da Vale ocupam a quarta e a quinta posições<br />

(FCA está em segundo, e MRS em terceiro) em número de<br />

vagões na tabela geral, sendo que a Estrada de Ferro Carajás<br />

(EFC) ultrapassou a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM)<br />

em quantidade de vagões no último ano. EFC e EFVM contam<br />

hoje com frotas de 20.209 e 19.022 vagões, respectivamente.<br />

A EFC foi a operadora que mais adquiriu novos vagões<br />

no ano passado: 2.074 unidades, mais de 90% delas são do<br />

tipo Gôndola para 100 toneladas (1.995 unidades), utilizados<br />

no transporte de minério. A Vale não informou o nome<br />

da empresa fabricante dos novos vagões, mas fontes do<br />

mercado afirmam que dois terços das unidades foram produzidas<br />

pela Greenbrier Maxion e o restante pela Randon.<br />

O investimento da EFC é para suprir a demanda crescente<br />

gerada pelo projeto S11D, maior complexo minerador da<br />

história da Vale, em Canaã dos Carajás, sudeste do Pará.<br />

A FNS, operada pela VLI no trecho Palmas (TO)-Açailândia<br />

(MA), conta hoje com 238 vagões a mais que em<br />

março de 2017. Segundo a VLI, todos os vagões novos do<br />

tipo Hopper foram adquiridos com a Greenbrier Maxion e


são do modelo HFT (também fechados, para grãos e calcário<br />

agrícola, com capacidade de carga de 99 toneladas,<br />

tara de 31 t). A Ferrovia Centro-Atlântica, controlada pela<br />

VLI, não apresentou crescimento da frota no período analisado,<br />

permanecendo com 23.484 vagões (o número do<br />

ano passado foi retificado pela operadora). Já a Estrada de<br />

Ferro Juruti, controlada pela Alcoa, comprou 18 novos vagões<br />

tipo GDE da Usiminas (Gôndola, com peso máximo<br />

admissível de 100 toneladas).<br />

A frota atual da MRS é de 20.331 vagões. O número<br />

deste ano revela queda em relação à quantidade apresentada<br />

em 2017 (são 1.089 vagões a menos). Segundo a<br />

concessionária, a redução se deu por “processos de baixa<br />

de ativos próprios, nos termos do que estabelece o contrato<br />

de arrendamento. Em 2017, foi feita uma atualização<br />

do cadastro entre ANTT e MRS, o que também contribuiu<br />

para a redução do quantitativo de vagões. Houve<br />

também alguns processos de desvinculação concluídos<br />

no ano passado, tudo dentro do que estabelecem os procedimentos<br />

regulatórios existentes”. A empresa retificou<br />

os números publicados na tabela "Todos os Vagões" do<br />

pub_2_8-6-14.pdf 1 7/8/2014 3:31:50 PM<br />

ano passado (edição <strong>Março</strong>-<strong>Abril</strong> 2017).<br />

A Ferrovia Norte-Sul também ajustou alguns dos dados<br />

publicados em 2017, em relação à quantidade de vagões<br />

Hopper, Fechado, Gôndola e Tanque. Transnordestina e<br />

Estrada de Ferro Vitória a Minas não explicaram, até o<br />

fechamento desta edição, a variação negativa nos números<br />

relativos ao período analisado. Os 57 vagões a menos<br />

na frota atual da Ferrovia Tereza Cristina (FTC) se dão<br />

em razão de unidades retiradas de uso em definitivo. Estes<br />

vagões devem ser indenizados e vendidos como sucata, de<br />

acordo com informações da concessionária.<br />

A Estrada de Ferro Amapá não teve seus vagões computados,<br />

pois está desativada desde 2015. Segundo o governo<br />

do Amapá, assim como a ferrovia, todo o material<br />

rodante não tem no momento condições para operação.<br />

Até ano passado, a frota da EF Amapá era de 321 vagões.<br />

O levantamento "Todos os Vagões" é publicado periodicamente<br />

na edição <strong>Março</strong>-<strong>Abril</strong> da Revista Ferroviária.<br />

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ser acessados pelos assinantes, por meio de login e senha,<br />

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estudo de mercado<br />

TOTAL DE VAGÕES POR OPERADORA<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Rumo 28.368 29.028 2.926 2.926 31.294 31.954<br />

Transnordestina (FTL + TLSA) 1.776 1.708 131 131 1.907 1.839<br />

Ferrovia Centro-Atlântica 21.487 21.487 1.997 1.997 23.484 23.484<br />

Ferrovia Norte-Sul 1.995 2.233 652 652 2.647 2.885<br />

EF Vitória a Minas 19.123 18.808 500 214 19.623 19.022<br />

EF Carajás 18.135 20.209 0 0 18.135 20.209<br />

Ferrovia Tereza Cristina 540 483 0 0 540 483<br />

MRS 19.935 18.846 1.485 1.485 21.420 20.331<br />

Ferroeste 426 426 0 0 426 426<br />

EF Trombetas 146 146 0 0 146 146<br />

EF Juruti 64 82 0 0 64 82<br />

EF Jari 84 84 0 0 84 84<br />

Total 112.079 113.540 7.691 7.405 119.770 120.945<br />

*Os dados têm como base os meses de março de 2017 e março de <strong>2018</strong>. Fonte: Operadoras<br />

RUMO<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 1.982 1.976 752 752 2.734 2.728<br />

Gôndola 1.843 1.842 3 3 1.846 1.845<br />

Hopper 16.040 16.707 621 621 16.661 17.328<br />

Plataforma 2.259 2.259 163 163 2.422 2.422<br />

Tanque 2.776 2.776 885 885 3.661 3.661<br />

Outros 3.468 3.468 502 502 3.970 3.970<br />

Total 28.368 29.028 2.926 2.926 31.294 31.954<br />

Fonte: Rumo<br />

FERROVIA CENTRO-ATLÂNTICA<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 1.631 1.631 0 0 1.631 1.631<br />

Gôndola 4.620 4.620 0 0 4.620 4.620<br />

Hopper 9.936 9.936 1.697 1.697 11.633 11.633<br />

Plataforma 3.233 3.233 300 300 3.533 3.533<br />

Tanque 1.917 1.917 0 0 1.917 1.917<br />

Outros 150 150 0 0 150 150<br />

Total 21.487 21.487 1.997 1.997 23.484 23.484<br />

Fonte: VLI<br />

FERROVIA NORTE-SUL<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 77 77 228 228 305 305<br />

Gôndola 1 1 0 0 1 1<br />

Hopper 1.570 1.808 369 369 1.939 2.177<br />

Plataforma 5 5 0 0 5 5<br />

Tanque 341 341 55 55 396 396<br />

Outros 1 1 0 0 1 1<br />

Total 1.995 2.233 652 652 2.647 2.885<br />

Fonte: VLI<br />

EF VITÓRIA A MINAS<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 249 206 46 0 295 206<br />

Gôndola 14.206 14.099 200 1 14.406 14.100<br />

Hopper 2.619 2.384 42 23 2.661 2.407<br />

Plataforma 1.937 1.884 154 190 2.091 2.074<br />

Tanque 101 99 39 0 140 99<br />

Outros 11 136 19 0 30 136<br />

Total 19.123 18.808 500 214 19.623 19.022<br />

Fonte: Vale<br />

50<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


FERROVIA TRANSNORDESTINA LOGÍSTICA (FTL)<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 242 241 85 85 327 326<br />

Gôndola 35 27 0 0 35 27<br />

Hopper 408 378 0 0 408 378<br />

Plataforma 242 214 46 46 288 260<br />

Tanque 371 371 0 0 371 371<br />

Gaiola 5 4 0 0 5 4<br />

Outros 4 4 0 0 4 4<br />

Total 1.307 1.239 131 131 1.438 1.370<br />

Fonte: Transnordestina<br />

TRANSNORDESTINA LOGÍSTICA S.A. (TLSA)<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 0 0 0 0 0 0<br />

Gôndola 12 12 0 0 12 12<br />

Hopper 305 305 0 0 305 305<br />

PlataformaC 150 150 0 0 150 150<br />

Tanque 0 0 0 0 0 0<br />

Outros 2 2 0 0 2 2<br />

Total 469 469 0 0 469 469<br />

Fonte: Transnordestina


estudo de mercado<br />

EF CARAJÁS<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 12 46 0 0 12 46<br />

Gôndola 16.314 18.309 0 0 16.314 18.309<br />

Hopper 1.171 1.210 0 0 1.171 1.210<br />

Plataforma 446 423 0 0 446 423<br />

Tanque 158 182 0 0 158 182<br />

Outros 34 39 0 0 34 39<br />

Total 18.135 20.209 0 0 18.135 20.209<br />

Fonte: Vale<br />

FERROVIA TEREZA CRISTINA<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 56 0 0 0 56 45<br />

Gôndola 410 0 0 0 410 375<br />

Hopper 20 0 0 0 20 9<br />

Plataforma 54 0 0 0 54 54<br />

Tanque 0 0 0 0 0 0<br />

Outros 0 0 0 0 0 0<br />

Total 540 0 0 0 540 483<br />

Fonte: FTC<br />

MRS<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 1.171 1.068 158 158 1.329 1.226<br />

Gôndola 12.952 12.240 514 514 13.466 12.754<br />

Hopper 2.957 2.823 813 813 3.770 3.636<br />

Plataforma 2.418 2.304 0 0 2.418 2.304<br />

Tanque 408 384 0 0 408 384<br />

Outros 29 27 0 0 29 27<br />

Total 19.935 18.846 1.485 1.485 21.420 20.331<br />

Fonte: MRS<br />

FERROESTE<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 414 414 0 0 414 414<br />

Gôndola 0 0 0 0 0 0<br />

Hopper 10 10 0 0 10 10<br />

Plataforma 2 2 0 0 2 2<br />

Tanque 0 0 0 0 0 0<br />

Outros 0 0 0 0 0 0<br />

Total 426 426 0 0 426 426<br />

Fonte: Ferroeste<br />

EF TROMBETAS<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 0 0 0 0 0 0<br />

Gôndola 142 142 0 0 142 142<br />

Hopper 2 2 0 0 2 2<br />

Plataforma 2 2 0 0 2 2<br />

Tanque 0 0 0 0 0 0<br />

Outros 0 0 0 0 0 0<br />

Total 146 146 0 0 146 146<br />

Fonte: Mineração Rio do Norte (MRN)<br />

52<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


EF JURUTI<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 1 1 0 0 1 1<br />

Gôndola 54 72 0 0 54 72<br />

Hopper 2 2 0 0 2 2<br />

Plataforma 5 5 0 0 5 5<br />

Tanque 2 2 0 0 2 2<br />

Outros 0 0 0 0 0 0<br />

Total 64 82 0 0 64 82<br />

Fonte: Alcoa<br />

EF JARI<br />

Operadora<br />

Frota própria Frota de clientes Total<br />

2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong> 2017 <strong>2018</strong><br />

Fechado 0 0 0 0 0 0<br />

Gôndola 0 0 0 0 0 0<br />

Hopper 2 2 0 0 2 2<br />

Plataforma 82 82 0 0 82 82<br />

Tanque 0 0 0 0 0 0<br />

Outros 0 0 0 0 0 0<br />

Total 84 84 0 0 84 84<br />

Fonte: EF Jari


suprimentos<br />

Soluções estratégicas<br />

Fabricantes de vagões buscam inovação no atendimento às demandas das operadoras<br />

Por Annaclara Velasco<br />

M.Scalco<br />

Vagões modelo Hopper da Randon entregues à VLI<br />

Relacionamento próximo das operadoras de<br />

carga e reuniões frequentes de grupos técnicos<br />

de engenharia são rotina para quem<br />

trabalha em empresas fabricantes de vagões<br />

no Brasil. Para agradar ao cliente, a ordem é oferecer<br />

soluções que tornem as operadoras de carga mais competitivas<br />

e reduzam os custos de operação no transporte<br />

ferroviário. Não por acaso, nos últimos anos, a evolução<br />

em termos de tecnologia do produto foi perceptível:<br />

vagões com maior capacidade de volume transportado,<br />

aumento da vida útil de componentes, redução do nível<br />

de acidentes e do tempo de espera e de parada dos ativos<br />

são apenas alguns dos resultados.<br />

Os grandes desafios são dotar as concessionárias de<br />

novas tecnologias que as tornem mais eficientes e dinamizar<br />

o mercado em um momento de baixo investimento<br />

na indústria, define Paulo Maurício Rosa, diretor de<br />

Engenharia Brasil para América do Sul da Amsted Rail,<br />

responsável por projetos de truques e sistema de choque<br />

e tração. E, para encontrar os melhores resultados, os engenheiros<br />

não economizam no uso de formas geométricas,<br />

curvas matemática e testes em laboratórios.<br />

“A demanda das ferrovias é transportar com cada vez<br />

mais produtividade, menor custo operacional e baixo<br />

número de acidentes. E nós, empresas fabricantes, estamos<br />

sempre investindo no desenvolvimento de novas<br />

soluções, utilizando tecnologia não só de material, como<br />

também de sistema, para que toda a cadeia tenha um custo<br />

de manutenção mais baixo. Todos os componentes são<br />

estudados nos mínimos detalhes”, garante o engenheiro.<br />

54<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


Uma das inovações da Amsted Rail,<br />

testada no mercado nacional há alguns<br />

anos é o Motion Control, truque que reduz<br />

o desgaste das rodas e o consumo de<br />

combustível por garantir maior estabilidade<br />

devido ao amortecimento variável<br />

de vibrações ao entrar e sair das curvas.<br />

Cerca de 90% do material rodante produzido<br />

pela Greenbrier Maxion já têm<br />

chegado ao mercado com esta solução<br />

e a empresa também oferece um kit retrofit,<br />

para que os modelos mais antigos<br />

possam ser adaptados.<br />

Já a Randon, que acabou de inaugurar uma fábrica<br />

para a produção de vagões e semirreboques canavieiros,<br />

em Araraquara (interior de São Paulo), também está<br />

atenta às demandas do mercado (veja mais na página<br />

11). A empresa espera atingir market share de 50% no<br />

setor ferroviário até 2020. Afonso Brambilla, gerente comercial<br />

Ferroviário da Randon, diz que o investimento<br />

em inovação desde a concepção do projeto até a entrega<br />

do material rodante para os clientes é a peça fundamental<br />

– e também a mais desafiadora – no caminho para<br />

alcançar esse objetivo. Entregar um produto otimizado,<br />

robusto, que permita ganho de produtividade, competitividade<br />

e manutenção eficiente da frota, está no check list<br />

da empresa.<br />

Brambilla observa que uma das mais importantes diretrizes<br />

ao desenvolver vagões é o foco em soluções que permitam<br />

melhorar a relação carga/eixo do material rodante,<br />

o que contribui para o aumento da capacidade de transporte<br />

na via. Principalmente os vagões modelo Hopper,<br />

“A demanda das<br />

ferrovias é transportar<br />

com cada vez<br />

mais produtividade,<br />

menor custo<br />

operacional e baixo<br />

número de acidentes.”<br />

Paulo Maurício Rosa,<br />

Amsted Rail<br />

Pano de fundo da indústria ferroviária<br />

para o transporte de grãos, vêm sofrendo<br />

atualizações no que se refere à tara e<br />

ao sistema de descarga, com o objetivo<br />

de diminuir o tempo de espera e de parada<br />

dos ativos.<br />

“Ao diminuir a tara do vagão, aumentamos<br />

o peso de carga transportada.<br />

Fazendo um histórico em números<br />

macros, um vagão Hopper para bitola<br />

larga, em 2003, pesava de 33 a 34 toneladas,<br />

para uma carga total de 120<br />

toneladas. Hoje, o equipamento pesa<br />

28 toneladas para uma carga total de<br />

130 toneladas, quase 155 toneladas de adição de carga<br />

por viagem”, analisa o executivo da Randon.<br />

Inovação dos fornecedores<br />

A rede de fornecedores de peças para vagões não fica<br />

atrás quando o assunto é a busca por inovação e competitividade.<br />

A MWL, especializada em rodas e eixos, desenvolveu,<br />

em parceria com a Universidade Estadual de<br />

Campinas (Unicamp), uma roda para vagões e locomotivas<br />

de aço fundido microligado com nióbio, substituindo<br />

assim o vanádio. Ao substituir o vanádio, componente<br />

mais usado na fabricação, o resultado, segundo o gerente<br />

de engenharia, Domingos José Minicucci, é uma roda<br />

mais dura, tenaz e com menor taxa de desgaste.<br />

“Nossos testes de laboratório apontaram um desgaste<br />

20% menor com esse novo produto. Ele já está<br />

sendo amplamente utilizado na Arábia Saudita e, no<br />

Brasil, empresas como Vale, Rumo e MRS já aderiram”,<br />

afirma Minicucci.<br />

Apesar da busca por melhorias e<br />

produtividade, a indústria ferroviária<br />

vive um período de baixo investimento<br />

por parte das operadoras de carga. Um<br />

dos motivos, além da crise, que paralisou<br />

investimentos de maneira geral no<br />

Brasil, é a expectativa das empresas em<br />

torno da renovação antecipada das concessões<br />

ferroviárias, cuja contrapartida<br />

é o compromisso de investimentos de<br />

R$ 25 bilhões nos próximos cinco anos<br />

(somando os valores discutidos nos processos<br />

em negociação com a ANTT), segundo<br />

dados da Abifer.<br />

Vicente Abate, presidente da entidade,<br />

afirma que as fabricantes de vagões<br />

e locomotivas estão trabalhando<br />

atualmente com um nível de ociosidade<br />

de 75% e que há previsões de que, a<br />

partir do segundo semestre deste ano,<br />

a ANTT já esteja trabalhando juntamente<br />

ao Tribunal de Contas da União para que<br />

alguns dos contratos de renovação antecipada<br />

das concessões sejam assinados<br />

ainda no terceiro trimestre de <strong>2018</strong>. Um<br />

dos processos que está mais avançado<br />

é o da Malha Paulista da Rumo.<br />

“Isso fará com que 2019 seja um<br />

ponto de crescimento da indústria,<br />

pois vai alavancar os investimentos.<br />

Enquanto as renovações não ocorrem,<br />

temos uma previsão de pedidos de 60<br />

locomotivas e algo em torno de dois<br />

mil e três mil vagões neste ano, muito<br />

aquém da nossa capacidade produtiva”,<br />

afirma Abate.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> MARÇO/ABRIL DE <strong>2018</strong> 55


nota técnica<br />

Contribuição do Carro Controle na gestão dos<br />

trilhos na Estrada de Ferro Vitória a Minas<br />

Pereira, Luciano; Tonini, Luis; Gomes, Viviane<br />

VALE, Vitoria/ES, Brasil<br />

A Estrada de Ferro Vitória a Minas atualmente tem uma extensão de 905 km de linha principal, transporta em média<br />

160 milhões de toneladas por ano, dos quais 130 milhões é minério de ferro e 30 milhões correspondem a carvão,<br />

produtos agrícolas como soja, calcário, granito, fertilizante e cargas diversas. Com relação aos trilhos, a Estrada de<br />

Ferro Vitória a Minas possui 1810 km’s de trilhos assentados na sua linha principal, o que representa aproximadamente<br />

120 mil toneladas de trilho, sendo esses trilhos do tipo TR-68 (136 RE). Hoje o trilho é o ativo mais caro da ferrovia e o<br />

segundo maior gasto anual de aquisição, abaixo somente de combustível (Diesel). Para se ter uma ideia da representatividade<br />

deste ativo, o orçamento anual de trilhos para manutenção na Estrada de Ferro Vitória a Minas gira em torno<br />

de R$ 50 milhões. Basicamente estes trilhos são substituídos por três motivos: desgaste, defeito ou fadiga. Substituir<br />

trilhos não atendendo aos parâmetros técnicos implica em risco operacional, em contrapartida, o fato de substituir os<br />

trilhos abaixo destes limites reflete em perda financeira.<br />

1 - INTRODUÇÃO<br />

A definição do momento ideal para substituição de um trilho<br />

é uma busca que garante de forma concomitante a segurança<br />

operacional e o menor custo de manutenção relacionado a este<br />

ativo. A projeção da substituição, assim como a confirmação<br />

desta necessidade, é realizada através de um monitoramento<br />

periódico, denominado “ prospecção de trilho”. Na Estrada de<br />

Ferro Vitória a Minas esta prospecção é realizada anualmente<br />

de forma manual (pelos inspetores de via). Nesta etapa ocorre<br />

a avaliação do trilho, levando em consideração os três aspectos<br />

prioritários para substituição:<br />

Desgaste: é a perda de área do boleto causada basicamente<br />

pelo atrito do friso do material rodante com o trilho.<br />

Figura 2 – Defeito superficial na pista de rolamento (Flaking).<br />

Fadiga: Trilho com elevado MTBT, já apresentando perda de<br />

algumas características mecânicas. Estes trilhos são monitorados<br />

periodicamente por inspeções do ultrassom.<br />

Figura 3 - Trilho fabricado em 1971 representando<br />

um trilho onde se estima ter passado mais de 1800 MTBT<br />

(valor definido pela estratégia de manutenção).<br />

Figura 1 – Medição manual de desgaste de trilho.<br />

Defeito Superficial: são imperfeições na superfície de rolamento<br />

causadas pela fadiga no contato roda/trilho RCF (Rolling<br />

Contact Fatigue).<br />

56<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong><br />

2. LIMITES<br />

De acordo com o motivo da substituição, o trilho apresenta<br />

seu respectivo limite. Para o desgaste, esse limite irá depender<br />

do local onde o trilho está assentado (curva ou tangente), sendo<br />

que em curvas irão variar de acordo com o grau de curvatura,<br />

conforme tabela 01.


Trilho tipo “B”: Trilho com pequenas incidências de deformações<br />

e defeitos superficiais.<br />

Tabela 01 – Tabela dos limites de desgaste<br />

em % de perda de área do boleto<br />

Com relação aos defeitos superficiais, sua substitui-ção é<br />

priorizada através de uma classificação que depende do tipo do<br />

defeito, variando do tipo A até o tipo D, sendo que o tipo D é<br />

automaticamente incluído no planejamento de substituição.<br />

Tabela 02 – Classificação dos trilhos<br />

quanto aos defeitos superficiais<br />

Trilho tipo “A”: Trilho isento de defeitos superficiais, possuindo<br />

sua superfície de rolamento regular e uniforme, que<br />

ameniza os impactos causados pelo contato roda/trilho.<br />

Figura 5 – Trilho “B” pequenas imperfeições<br />

Trilho tipo “C”: Trilho em adiantado estado de deformação/defeito<br />

superficial. Geralmente são defeitos do tipo Shelling ou Flaking.<br />

Figura 6 – Trilho “C” avançado estado de defeito<br />

Figura 4 – Trilho “A” isento de defeito<br />

Trilho tipo “D”: Trilho com a superfície de rolamento completamente<br />

comprometida. Estas imperfeições já começam a<br />

provocar outros defeitos na superestrutura da via, como desnivelamento<br />

transversal/longitudinal, afrouxamento das fixações<br />

e desconsolidação do lastro.


nota técnica<br />

Figura 7 – Trilho “D” superfície<br />

completamente comprometida<br />

3. DADOS HISTÓRICOS E DEFINIÇÃO DA META<br />

PARA MELHORIA DO PROCESSO<br />

No ano de 2015 foram substituídas 16 mil toneladas de trilhos.<br />

Levando em consideração o critério desgaste, o processo apresentava<br />

uma grande variabilidade dos dados e uma média de 38,1%<br />

de trilhos substituídos sem um critério assertivo de priorização.<br />

Diante das estatísticas descritivas, estabelecemos uma meta para<br />

melhorar a priorização dos trilhos a serem substituídos reduzindo<br />

o erro médio de 38,1% para 22,1% até Julho - 2017.<br />

Gráfico 03 – Pareto com estratificação por grau de curva<br />

Em seguida foi avaliado se os dados históricos seguiam uma<br />

distribuição normal para uso das corretas ferramentas estatísticas e<br />

a conclusão foi que os dados não seguiam uma distribuição normal.<br />

Gráfico 04 – Gráfico de análise de probabilidade normal<br />

Gráfico 01 – % de Trilhos substituídos fora dos parâmetros.<br />

4. ANÁLISE DO FENOMÊNO<br />

Foi realizada a estratificação dos dados históricos para análise<br />

do comportamento do nosso problema, sendo identificado<br />

que o maior desvio encontrava-se nos trilhos substituídos por<br />

desgaste. Dentro dos trilhos substituídos por desgaste o destaque<br />

era para as curvas com limite de 30% e 35% de perda da<br />

área do boleto.<br />

Tabela 03 e 04 - Tabelas de conclusão<br />

da análise de normalidade<br />

Pelo resultado do Teste de Normalidade de Anderson-Darling<br />

(p-Value < 0,05), concluímos que a distribuição dos dados<br />

não seguem uma curva normal.<br />

Portanto, foi necessário avaliar se os dados apresentam variabilidade<br />

através do boxplot.<br />

Gráfico 02 – Pareto com estratificação por motivo<br />

Gráfico 05 - Boxplot indicando variabilidade<br />

e assimetria dos dados<br />

58<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


Diante dos resultados estatísticos e da dificuldade de correlação<br />

e quantificação das possíveis causas, reunimos uma equipe<br />

multidisciplinar com representantes das áreas envolvidas (Engenharia<br />

de via, Confiabilidade de via, PCM VP e Equipe de manutenção),<br />

afim de realizar o levantamento das possíveis causas do<br />

problema. Diante das possíveis causas, foram realizadas inspeções<br />

no trecho para comprovação e tratamento das mesmas.<br />

5. COMPROVAÇÃO DAS CAUSAS E AÇÕES<br />

DE TRATAMENTO<br />

A primeira causa a ser comprovada e tratada, foi o método de<br />

realização da prospecção de trilho, que por ser manual,<br />

é muito sensitiva e depende da avaliação humana.<br />

Então estudamos os dados extraídos do carro controle<br />

para fazer o monitoramento periódico dos trilhos<br />

e assim obter a definição correta do desgaste de trilho<br />

impedindo projeções equivocadas e garantindo a adoção<br />

do valor máximo de desgaste nominal.<br />

Para obter um melhor resultado, realizamos um novo<br />

estudo de análise dos dados gráficos do carro controle<br />

e convertemos em uma tabela numérica para ser mais<br />

assertiva e menos interpretativa.<br />

Figura 8 – Carro contrale da<br />

Estrada de Ferro Vitória a Minas<br />

Figura 9 – Leitura automatizada de desgaste<br />

realizada pelo Carro controle<br />

Tabela 05 – Desgaste Bimestral e<br />

previsão de vida útil dos trilhos<br />

A segunda causa comprovada e tratada, foram trilhos substituídos<br />

acima do limite de desgaste que concorriam com as demais<br />

manutenções, como substituição de dormentes, substituição<br />

de componentes de aparelho de mudança de via, realização<br />

de correções geométricas e etc. Sendo que a manutenção que<br />

mais impactava era em locais com grandes interdições. Quando<br />

um determinado trecho é entregue para uma grande manutenção,<br />

este local fica interditado por aproximadamente 30 dias,<br />

impedindo que outros serviços sejam realizados nas proximidades,<br />

ou seja, só é possível interditar a linha em outro local próximo<br />

para substituição do trilho, após a finalização da grande<br />

parada e entrega da linha para circulação. Utilizando as taxas de<br />

desgaste levantadas nas medições bimestrais do carro controle,<br />

foi possível realizar projeções de substituição e incluir a substi-


nota técnica<br />

tuição dos trilhos no plano de manutenção anual (plano de 52 semanas<br />

com as grandes paradas).<br />

A terceira ação mais significativa, foi o fornecimento de dados assertivos<br />

de desgastes com o carro controle com ampla amostragem<br />

(frequência bimensal), que propiciou o estudo estatístico de número de<br />

fraturas x desgaste da área do boleto. O resultado final deste estudo levou<br />

a alteração do limite técnico de substituição de trilhos internos das<br />

curvas. Estes limites que anteriormente eram de 30% (curvas com grau<br />

maior que 3°30’) e 35% (curvas com grau entre 2°00’ e 3°30’) foram<br />

alterados para 40%. Conforme tabela abaixo:<br />

Gráfico 07 – Histograma do processo antes das melhorias<br />

Tabela 06 – Tabela de desgaste de trilho revisada<br />

6. APURAÇÃO DOS RESULTADOS<br />

As ações foram implantadas e em Fevereiro de 2017 teve início o<br />

período de verificação dos resultados, desde então saímos do patamar<br />

de 38,1% de trilhos substituídos fora dos parâmetros de priorização<br />

por desgaste, para um patamar de 14,1%, superando a meta que era de<br />

22,1%. O resultado se mostrou estável e sustentável até a data da última<br />

atualização (FEV-<strong>2018</strong>).<br />

7. CONCLUSÃO<br />

A automatização da prospecção e o acompanhamento das inspeções<br />

utilizando o carro controle, garantem uma maior assertividade no<br />

processo. A programação das substituições de trilhos inseridas no planejamento<br />

anual das grandes paradas, evitam que trilhos ultrapassem<br />

seus limites de desgaste em regiões de difícil concessão para faixas de<br />

manutenção. Outro ganho obtido, foi a revisão dos valores de desgaste<br />

para o trilho interno, que diferente do trilho externo, está basicamente<br />

submetido a esforços verticais. Essa revisão proporcionou uma economia<br />

que foi redirecionada para atenuar o backlog de trilhos fadigados<br />

(acima de 1800 MTBT). Além dos ganhos quantitativos mencionados,<br />

foi possível reduzir a variabilidade no processo, saindo de um desvio<br />

padrão de 3,8 para 1,5. A aplicação da metodologia Seis Sigma proporcionou<br />

a tomada de decisão mais assertiva para o desenvolvimento do<br />

trabalho de forma estruturada e sustentável.<br />

Gráfico 08 – Histograma do processo depois das melhorias<br />

Gráfico 09 – Boxplot do processo antes e depois das melhorias.<br />

60<br />

Gráfico 06 – Gráfico sequencial com histórico do indicador<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong><br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

AGUIAR, S., 2002, Integração<br />

das Ferramentas da Qualidade<br />

ao PDCA e ao Programa<br />

Seis Sigma. Belo<br />

Horizonte: Editora Desenvolvimento<br />

Gerencial.<br />

ECKES, G., A Revolução Seis<br />

Sigma. Rio de Janeiro,<br />

Campus, 2001, 4ª <strong>Edição</strong><br />

NOBRE, S., 2012, Vida útil de<br />

trilhos na EFVM, DocTec<br />

10968 Vale.<br />

VALE S.A, EM– Estratégia de<br />

manutenção <strong>2018</strong>-2021<br />

para superestrutura EFVM,<br />

DocTec 13673 Vale.<br />

VALE S.A, MT – Manual<br />

técnico de Manutenção,<br />

2013.<br />

CARNEIRO, E., 1997, Estudo<br />

de determinação do desgaste<br />

máximo em trilhos<br />

na EFVM, CVRD


Início de <strong>2018</strong> em alta<br />

Movimentação nas operadoras cresceu nos dois primeiros meses do ano<br />

estatísticas<br />

Com intuito de fornecer informações mais atualizadas<br />

aos leitores, a Revista Ferroviária<br />

traz excepcionalmente nesta edição quatro<br />

meses de dados estatísticos de movimentação<br />

nos sistemas de carga e de passageiros – o período<br />

compreende entre novembro de 2017 a fevereiro deste<br />

ano. No que diz respeito ao transporte de carga, na comparação<br />

entre 2016 e 2017 houve aumento de 10% na<br />

movimentação em TKU (toneladas por quilômetro útil)<br />

pelas operadoras. Foram 375,2 bilhões de TKU transportados<br />

em 2017, 155,5 bilhões só na Estrada de Ferro<br />

Carajás que, em relação aos resultados de 2016, obteve<br />

crescimento de 14,1% em TKU. Em <strong>2018</strong>, apesar do<br />

início satisfatório em janeiro, há de se ressaltar que, no<br />

acumulado até fevereiro, o transporte de carga ainda está<br />

à frente dos resultados de 2017 em TKU, mas obteve<br />

ligeira queda em TU (toneladas úteis), de 0,8%.<br />

As operadoras de passageiros fecharam 2017 com<br />

alta de 0,2% frente à 2016, com 2,876 bilhões de passageiros<br />

transportados no ano, 1,095 bilhão apenas no<br />

Metrô de São Paulo. A MDU (Média Dia Útil) girou<br />

em torno de 9,8 milhões de passageiros transportados,<br />

tendo superado a casa dos 10 milhões de passageiros/<br />

dia útil em quatro meses durante 2017: maio, setembro,<br />

outubro e novembro. Em <strong>2018</strong>, os sistemas já demonstram<br />

crescimento de 2,9% até fevereiro, frente aos dois<br />

primeiros meses de 2017. Ano passado foi a estreia do<br />

Metrô de Salvador, VLT da Baixada Santista, VLT de<br />

Sobral, VLT Carioca (sistemas novos) nos dados estatísticos<br />

da RF; assim como os Bondes de Santa Teresa e<br />

Metrô de Teresina (antigos, mas não contabilizados até<br />

então nas estatísticas), trazendo assim uma visão mais<br />

completa sobre a realidade do transporte de passageiros<br />

por trilhos no Brasil.<br />

Veja mais em www.revistaferroviaria.com.br<br />

Nas tabelas de transporte urbano sobre trilhos estão contabilizadas as transferências entre as linhas<br />

TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - NOVEMBRO 2017<br />

Operadoras<br />

11/16 11/17<br />

Δ% Acumulado no ano até Novembro<br />

Nov 17/Nov 16 2016 2017 Δ%<br />

TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU<br />

Rumo - Malha Sul 1.298,8 817,6 1.759,7 1.119,6 35,5 36,9 17.056,9 11.022,1 19.740,5 12.525,4 15,7 13,6<br />

Transnordestina Log. 113,3 56,5 121,1 55,9 6,9 (1,2) 1.214,7 602,0 1.224,3 594,3 0,8 (1,3)<br />

E.F. Carajás 13.765,5 12.072,6 15.983,7 14.203,6 16,1 17,7 140.692,7 123.487,8 157.417,6 139.574,3 11,9 13,0<br />

E.F.V.M. 10.588,0 6.119,7 10.826,8 6.119,8 2,3 0,0 118.308,9 68.086,6 119.588,0 67.724,3 1,1 (0,5)<br />

Rumo - Malha Paulista 735,6 487,0 285,1 244,5 (61,2) (49,8) 5.470,5 4.174,4 3.706,6 3.157,7 (32,2) (24,4)<br />

Rumo - Malha Norte 659,0 958,7 1.909,5 2.945,7 189,8 207,3 14.068,0 21.772,6 18.595,8 28.922,0 32,2 32,8<br />

Ferroeste* 14,6 5,4 54,3 22,0 272,5 307,8 422,6 123,3 420,6 137,6 (0,5) 11,6<br />

FCA 1.902,7 1.354,8 2.676,0 1.879,7 40,6 38,7 23.488,3 18.005,2 31.773,2 22.769,3 35,3 26,5<br />

FTC 241,9 18,5 233,3 17,9 (3,6) (3,3) 2.699,7 208,5 2.487,2 191,1 (7,9) (8,3)<br />

MRS Logística 11.116,3 5.160,2 10.878,4 5.049,9 (2,1) (2,1) 130.180,7 60.456,0 126.640,7 59.088,8 (2,7) (2,3)<br />

Rumo - Malha Oeste 294,2 68,7 352,2 76,9 19,7 11,9 3.249,0 746,3 3.704,7 781,4 14,0 4,7<br />

Ferrovia Norte-Sul 179,7 141,4 430,1 386,7 139,3 173,6 4.827,8 4.294,8 7.646,4 7.083,2 58,4 64,9<br />

Total 40.909,6 27.261,0 45.510,3 32.122,1 11,2 17,8 461.679,6 312.979,6 492.945,6 342.549,3 6,8 9,4<br />

Fonte: ANTT. *Os dados da Ferroeste não consideram direito de passagem e tráfego mútuo, apenas as cargas geradas na ferrovia.<br />

TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - DEZEMBRO 2017<br />

Operadoras<br />

12/16 12/17<br />

Δ% Acumulado no ano até Dezembro<br />

Dez 17/Dez 16 2016 2017 Δ%<br />

TU (10³) TKU (10 6 ) TU (10³) TKU (10 6 ) TU TKU TU (10³) TKU (10 6 ) TU (10³) TKU (10 6 ) TU TKU<br />

Rumo - Malha Sul 1.287,8 809,3 1.613,9 1.030,4 25,3 27,3 18.344,7 11.831,4 21.354,5 13.555,7 16,4 14,6<br />

Transnordestina Log. 105,1 50,4 105,8 51,1 0,7 1,5 1.319,8 652,3 1.330,1 645,4 0,8 (1,1)<br />

E.F. Carajás 14.559,6 12.780,4 17.914,9 15.963,2 23,0 24,9 155.252,3 136.268,2 175.332,5 155.537,5 12,9 14,1<br />

E.F.V.M. 11.292,1 6.472,2 10.319,3 5.793,6 (8,6) (10,5) 129.601,0 74.558,8 129.907,3 73.517,9 0,2 (1,4)<br />

Rumo - Malha Paulista 506,2 355,3 344,9 286,3 (31,9) (19,4) 5.976,7 4.529,7 4.051,5 3.444,0 (32,2) (24,0)<br />

Rumo - Malha Norte 838,3 1.225,0 1.791,5 2.740,7 113,7 123,7 14.906,3 22.997,6 20.387,3 31.662,7 36,8 37,7<br />

Ferroeste 17,2 7,7 44,3 21,5 158,0 180,9 439,8 130,9 464,9 159,1 5,7 21,5<br />

FCA 1.504,4 1.039,9 2.412,7 1.660,0 60,4 59,6 24.992,7 19.045,1 34.185,8 24.429,3 36,8 28,3<br />

FTC 198,8 15,3 190,8 14,6 (4,0) (4,4) 2.898,4 223,8 2.678,0 205,7 (7,6) (8,1)<br />

MRS Logística 11.320,5 5.189,6 10.485,5 4.820,2 (7,4) (7,1) 141.501,2 65.645,7 137.126,2 63.909,0 (3,1) (2,6)<br />

Rumo - Malha Oeste 255,8 50,8 341,5 76,3 33,5 50,4 3.504,7 797,0 4.046,1 857,7 15,4 7,6<br />

Ferrovia Norte-Sul 201,5 157,0 250,5 210,5 24,3 34,1 5.029,2 4.451,8 7.896,9 7.293,8 57,0 63,8<br />

Total 42.087,3 28.152,8 45.815,5 32.668,5 8,9 16,0 503.766,9 341.132,4 538.761,1 375.217,8 6,9 10,0<br />

Fonte: ANTT.<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong> 61


estatísticas<br />

TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - JANEIRO <strong>2018</strong><br />

Operadoras<br />

01/17 01/18<br />

Δ% Acumulado no ano até Janeiro<br />

Jan 18/Jan 17 2017 <strong>2018</strong> Δ%<br />

TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU TU (10³) TKU (106) TU (10³) TKU (106) TU TKU<br />

Rumo - Malha Sul 1.078,8 664,2 1.329,7 832,3 23,3 25,3 1.078,8 664,2 1.329,7 832,3 23,3 25,3<br />

Transnordestina Log. 106,9 52,2 113,5 54,8 6,1 4,9 106,9 52,2 113,5 54,8 6,1 4,9<br />

E.F. Carajás 14.089,1 12.356,7 15.835,6 14.173,7 12,4 14,7 14.089,1 12.356,7 15.835,6 14.173,7 12,4 14,7<br />

E.F.V.M. 11.042,3 6.386,5 10.498,8 5.944,1 (4,9) (6,9) 11.042,3 6.386,5 10.498,8 5.944,1 (4,9) (6,9)<br />

Rumo - Malha Paulista 438,0 358,9 544,6 383,2 24,3 6,8 438,0 358,9 544,6 383,2 24,3 6,8<br />

Rumo - Malha Norte 859,2 1.324,6 1.135,6 1.699,5 32,2 28,3 859,2 1.324,6 1.135,6 1.699,5 32,2 28,3<br />

Ferroeste 31,0 14,2 56,6 37,7 82,3 165,8 31,0 14,2 56,6 37,7 82,3 165,8<br />

FCA 1.681,3 1.014,0 1.927,3 1.111,6 14,6 9,6 1.681,3 1.014,0 1.927,3 1.111,6 14,6 9,6<br />

FTC 232,3 17,7 219,4 16,9 (5,6) (4,4) 232,3 17,7 219,4 16,9 (5,6) (4,4)<br />

MRS Logística 10.341,8 4.742,7 9.895,8 4.597,7 (4,3) (3,1) 10.341,8 4.742,7 9.895,8 4.597,7 (4,3) (3,1)<br />

Rumo - Malha Oeste 277,1 40,0 353,0 81,0 27,4 102,5 277,1 40,0 353,0 81,0 27,4 102,5<br />

Ferrovia Norte-Sul 205,1 163,5 193,7 166,0 (5,6) 1,5 205,1 163,5 193,7 166,0 (5,6) 1,5<br />

Total 40.383,0 27.135,3 42.103,5 29.098,6 4,3 7,2 40.383,0 27.135,3 42.103,5 29.098,6 4,3 7,2<br />

Fonte: ANTT.<br />

TRANSPORTE DE CARGA POR FERROVIA - FEVEREIRO <strong>2018</strong><br />

02/17 02/18<br />

Δ% Acumulado no ano até Fevereiro<br />

Operadoras Fev 18/Fev 17 2017 <strong>2018</strong> Δ%<br />

TU (10³) TKU (10 6 ) TU (10³) TKU (10 6 ) TU TKU TU (10³) TKU (10 6 ) TU (10³) TKU (10 6 ) TU TKU<br />

Rumo - Malha Sul 1.318,3 831,2 1.453,7 917,5 10,3 10,4 2.397,1 1.495,4 2.783,4 1.749,9 16,1 17,0<br />

Transnordestina Log. 88,5 47,7 84,4 41,5 (4,6) (13,0) 195,4 100,0 197,9 96,3 1,3 (3,6)<br />

E.F. Carajás 11.847,4 10.433,9 11.796,5 10.607,3 (0,4) 1,7 25.936,6 22.790,7 27.632,2 24.781,0 6,5 8,7<br />

E.F.V.M. 10.052,1 5.751,2 8.889,6 5.019,6 (11,6) (12,7) 21.094,4 12.137,6 19.388,5 10.963,8 (8,1) (9,7)<br />

Rumo - Malha Paulista 258,7 243,9 335,9 299,1 29,8 22,6 696,7 602,8 880,4 682,3 26,4 13,2<br />

Rumo - Malha Norte 1.493,9 2.334,1 1.807,2 2.751,1 21,0 17,9 2.353,1 3.658,7 2.942,8 4.450,7 25,1 21,6<br />

Ferroeste 88,4 31,2 65,0 30,3 (26,4) (3,0) 119,5 45,4 121,6 68,0 1,8 49,8<br />

FCA 2.051,3 1.475,0 2.190,3 1.410,0 6,8 (4,4) 3.732,5 2.489,0 4.117,6 2.521,6 10,3 1,3<br />

FTC 226,0 17,3 222,0 17,2 (1,7) (0,5) 458,3 35,0 441,4 34,2 (3,7) (2,5)<br />

MRS Logística 10.903,9 5.083,8 9.147,1 4.221,4 (16,1) (17,0) 21.245,7 9.826,5 19.042,9 8.819,2 (10,4) (10,3)<br />

Rumo - Malha Oeste 275,3 32,0 329,6 74,2 19,7 132,3 552,4 71,9 682,6 155,2 23,6 115,7<br />

Ferrovia Norte-Sul 429,8 385,9 331,1 289,2 (23,0) (25,1) 634,9 549,4 524,7 455,2 (17,3) (17,2)<br />

Total 39.033,6 26.667,2 36.652,4 25.678,6 (6,1) (3,7) 79.416,6 53.802,5 78.755,9 54.777,2 (0,8) 1,8<br />

Fonte: ANTT.<br />

TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - NOVEMBRO 2017<br />

Operadora<br />

11/16 11/17 Δ% Acumulado no ano até Novembro Δ%<br />

Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2016 Passag.(10³)2017 Passag.(10³)<br />

Metrô-SP 3.841.283 92.211 3.928.193 91.386 2,3 (0,9) 1.017.001 1.006.754 (1,0)<br />

Via Quatro 705.048 16.561 742.061 16.307 5,2 (1,5) 184.236 183.562 (0,4)<br />

CPTM 2.823.044 68.763 2.821.253 68.958 (0,1) 0,3 748.328 756.587 1,1<br />

Metrô Rio 921.327 20.864 880.936 19.364 (4,4) (7,2) 248.482 238.338 (4,1)<br />

SuperVia 632.351 14.069 602.289 12.874 (4,8) (8,5) 166.146 147.645 (11,1)<br />

CBTU Recife 342.191 8.788 348.550 8.818 1,9 0,3 97.903 95.172 (2,8)<br />

Trensurb 193.727 4.596 199.304 4.814 2,9 4,7 51.546 50.494 (2,0)<br />

CBTU BH 202.173 4.874 203.669 4.945 0,7 1,5 54.542 54.007 (1,0)<br />

Metrofor 25.514 606 32.122 808 25,9 33,5 6.675 7.724 15,7<br />

CTB Salvador 11.143 258 11.416 269 2,4 4,1 2.983 2.946 (1,3)<br />

CBTU João Pessoa 6.997 155 7.816 172 11,7 11,0 1.566 1.816 15,9<br />

CBTU Natal 11.216 250 13.262 290 18,2 16,3 2.802 3.167 13,0<br />

CBTU Maceió 2.940 67 7.332 164 149,4 143,8 1.662 1.062 (36,1)<br />

Metrô DF 128.583 3.215 76.226 1.906 (40,7) (40,7) 32.692 34.477 5,5<br />

VLT do Cariri 945 21 1.519 32 60,7 54,0 364 172 (52,9)<br />

Metrô de Salvador 51.992 1.282 253.149 6.188 386,9 382,7 8.812 35.124 298,6<br />

VLT da Baixada Santista 4.544 117 21.021 534 362,6 355,3 469 5.348 1.039,6<br />

VLT de Sobral - - 3.460 83 - - 0 266 -<br />

VLT Carioca 25.000 661 53.000 1.152 112,0 74,2 4.002 10.055 151,2<br />

Bondes de Santa Teresa 1.108 28 800 23 (27,8) (19,8) 258 202 (21,9)<br />

Metrô de Teresina 6.210 137 6.000 132 (3,4) (3,4) 1.283 1.484 15,6<br />

Total 9.937.336 237.523 10.213.378 239.220 2,8 0,7 2.631.754 2.636.401 0,2<br />

Fonte: Operadoras. *O VLT de Sobral iniciou operação comercial em dezembro de 2016. Os dados serão computados a partir de janeiro de 2017.<br />

TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - DEZEMBRO 2017<br />

Operadora<br />

12/16 12/17 Δ% Acumulado no ano até Dezembro Δ%<br />

Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2016 Passag.(10³)2017 Passag.(10³)<br />

Metrô-SP 3.557.293 90.322 3.619.203 88.991 1,7 (1,5) 1.107.322 1.095.745 (1,0)<br />

Via Quatro 627.915 16.236 673.803 16.104 7,3 (0,8) 200.472 199.667 (0,4)<br />

CPTM 2.685.045 71.156 2.806.271 71.086 4,5 (0,1) 819.484 827.673 1,0<br />

Metrô Rio 918.280 21.662 874.249 19.609 (4,8) (9,5) 270.144 257.947 (4,5)<br />

SuperVia 625.145 14.265 606.025 13.142 (3,1) (7,9) 180.411 160.786 (10,9)<br />

CBTU Recife 331.997 9.107 347.726 9.067 4,7 (0,4) 107.009 104.240 (2,6)<br />

Trensurb 178.652 4.666 184.387 4.563 3,2 (2,2) 56.212 55.057 (2,1)<br />

CBTU BH 195.316 4.803 203.088 4.788 4,0 (0,3) 59.345 58.794 (0,9)<br />

Metrofor 27.231 714 37.102 913 36,2 27,7 7.389 8.637 16,9<br />

CTB Salvador 10.462 263 11.445 262 9,4 (0,2) 3.246 3.208 (1,2)<br />

CBTU João Pessoa 7.128 169 8.128 175 14,0 4,1 1.735 1.991 14,8<br />

CBTU Natal 10.999 283 13.774 322 25,2 13,7 3.086 3.489 13,1<br />

CBTU Maceió 2.647 65 9.187 196 247,1 203,7 1.727 1.259 (27,1)<br />

Metrô DF 117.652 3.177 84.736 2.203 (28,0) (30,6) 35.869 36.680 2,3<br />

VLT do Cariri* 0 0 1.364 30 - - 364 201 (44,7)<br />

Metrô de Salvador 73.447 1.855 271.790 6.531 270,0 252,1 10.667 41.655 290,5<br />

VLT da Baixada Santista 5.070 135 19.216 527 279,0 289,6 605 5.875 871,7<br />

VLT de Sobral - - 3.661 87 - - 0 353 -<br />

VLT Carioca 29.000 738 57.000 1.285 96,6 74,0 4.741 11.340 139,2<br />

Bondes de Santa Teresa 1.100 25 996 27 (9,5) 8,7 283 229 (19,2)<br />

Metrô de Teresina 6.040 133 5.800 128 (4,0) (4,0) 1.416 1.612 13,8<br />

Total 9.410.419 239.773 9.838.951 240.036 4,6 0,1 2.871.527 2.876.437 0,2<br />

Fonte: Operadoras. *O VLT Cariri teve as operações suspensas em razão de obras da Avenida do Contorno, incluindo dois viadutos sobre a linha férrea.<br />

Continua<br />

62<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>


Continuação<br />

TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - JANEIRO <strong>2018</strong><br />

Operadora<br />

01/17 01/18 Δ% Acumulado no ano até Janeiro Δ%<br />

Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2016 Passag.(10³)2017 Passag.(10³)<br />

Metrô-SP 3.175.245 80.039 3.177.580 78.475 0,1 (2,0) 80.039 78.475 (2,0)<br />

Via Quatro 589.516 14.678 609.408 15.110 3,4 2,9 14.678 15.110 2,9<br />

CPTM 2.406.398 61.345 2.469.338 63.057 2,6 2,8 61.345 63.057 2,8<br />

Metrô Rio 822.776 20.096 797.642 20.024 (3,1) (0,4) 20.096 20.024 (0,4)<br />

SuperVia 543.950 12.651 537.668 12.747 (1,2) 0,8 12.651 12.747 0,8<br />

CBTU Recife 305.563 8.423 334.373 8.561 9,4 1,6 8.423 8.561 1,6<br />

Trensurb 160.967 4.169 165.390 4.252 2,7 2,0 4.169 4.252 2,0<br />

CBTU BH 173.066 4.547 173.443 4.590 0,2 1,0 4.547 4.590 1,0<br />

Metrofor 24.361 604 33.511 835 37,6 38,2 604 835 38,2<br />

CTB Salvador 12.162 295 12.266 298 0,9 0,9 295 298 0,9<br />

CBTU João Pessoa 7.925 188 8.543 203 7,8 7,7 188 203 7,7<br />

CBTU Natal 10.937 266 13.207 310 20,8 16,7 266 310 16,7<br />

CBTU Maceió 2.816 66 9.221 225 227,5 241,7 66 225 241,7<br />

Metrô DF 102.893 2.675 95.694 2.584 (7,0) (3,4) 2.675 2.584 (3,4)<br />

VLT do Cariri 0 0 1.303 31 - - 0 31 -<br />

Metrô de Salvador 65.481 1.687 242.231 6.298 269,9 273,3 1.687 6.298 273,3<br />

VLT da Baixada Santista 7.540 158 18.279 502 142,4 216,8 158 502 216,8<br />

VLT de Sobral 460 12 3.613 93 685,4 679,3 12 93 679,3<br />

VLT Carioca 33.182 790 56.000 1.390 68,8 75,9 790 1.390 75,9<br />

Bondes de Santa Teresa 1.261 30 1.176 33 (6,7) 11,1 30 33 11,1<br />

Metrô de Teresina 6.540 137 5.700 125 (12,8) (8,7) 137 125 (8,7)<br />

Total 8.452.920 212.855 8.765.586 219.740 3,7 3,2 212.855 219.740 3,2<br />

Fonte: Operadoras.<br />

TRANSPORTE URBANO SOBRE TRILHOS - FEVEREIRO <strong>2018</strong><br />

estatísticas<br />

Operadora<br />

02/17 02/18 Δ% Acumulado no ano até Fevereiro Δ%<br />

Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag./dia útil Passag.(10³) Passag.(10³)2016 Passag.(10³)2017 Passag.(10³)<br />

Metrô-SP 3.689.011 83.723 3.729.224 83.934 1,1 0,3 163.761 162.408 (0,8)<br />

Via Quatro 684.851 15.871 722.254 16.807 5,5 5,9 30.549 31.917 4,5<br />

CPTM 2.745.272 61.768 2.786.281 63.182 1,5 2,3 123.114 126.240 2,5<br />

Metrô Rio 890.671 20.989 857.384 19.483 (3,7) (7,2) 41.085 39.507 (3,8)<br />

SuperVia 580.964 12.043 577.230 11.286 (0,6) (6,3) 24.694 24.033 (2,7)<br />

CBTU Recife 336.560 7.929 346.973 8.011 3,1 1,0 16.352 16.572 1,3<br />

Trensurb 171.261 3.696 162.643 3.581 (5,0) (3,1) 7.865 7.833 (0,4)<br />

CBTU BH 199.380 4.685 196.768 4.712 (1,3) 0,6 9.232 9.302 0,8<br />

Metrofor 25.581 528 32.565 705 27,3 33,6 1.132 1.540 36,1<br />

CTB Salvador 10.603 232 9.422 215 (11,1) (7,2) 527 513 (2,6)<br />

CBTU João Pessoa 7.257 146 7.749 155 6,8 6,3 334 358 7,1<br />

CBTU Natal 11.995 237 13.894 269 15,8 13,4 503 579 15,2<br />

CBTU Maceió 2.984 60 8.492 187 184,6 209,9 126 412 226,5<br />

Metrô DF 118.601 2.846 117.237 2.814 (1,2) (1,1) 5.522 5.397 (2,2)<br />

VLT do Cariri 0 0 1.292 25 - - 0 55 -<br />

Metrô de Salvador 73.907 1.731 266.989 5.985 261,2 245,8 3.418 12.283 259,4<br />

VLT da Baixada Santista 17.167 326 20.466 480 19,2 47,3 485 982 102,7<br />

VLT de Sobral 347 8 3.576 83 930,5 973,9 20 176 794,8<br />

VLT Carioca 33.158 630 57.000 1.171 71,9 85,9 1.420 2.561 80,4<br />

Bondes de Santa Teresa 662 15 857 18 29,5 14,8 45 51 12,3<br />

Metrô de Teresina 6.250 119 5.900 106 (5,6) (10,6) 256 232 (9,6)<br />

Total 9.606.482 217.584 9.924.196 223.210 3,3 2,6 430.439 442.951 2,9<br />

Fonte: Operadoras.


artigo<br />

Chegou a hora de o<br />

governo e iniciativa<br />

privada destravarem<br />

o setor ferroviário<br />

ANDRÉ LUÍS LUDOLFO DA SILVA,<br />

Analista de Infraestrutura do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e diretor de Estudos<br />

e Pesquisas da Associação Nacional dos Analistas e Especialistas em Infraestrutura (ANEInfra)<br />

64<br />

REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong><br />

Dados publicados no 4º Levantamento da Safra<br />

de Grãos 2017/<strong>2018</strong> da Companhia Nacional de<br />

Abastecimento (Conab) indicam que a produção<br />

de grãos da safra 2017/<strong>2018</strong> pode chegar a<br />

227,9 milhões de toneladas. Mesmo com um ligeiro recuo<br />

de 4,1% em relação à safra passada, de 237,7 milhões de<br />

toneladas, o agronegócio segue firme no país, e a tendência<br />

de demanda por transporte ferroviário continuará a crescer.<br />

Em contrapartida, o momento de austeridade fiscal relacionado<br />

ao financiamento público da infraestrutura aponta<br />

para a necessidade de estreitamento do diálogo entre<br />

o setor público e a iniciativa privada, com o objetivo de<br />

buscar soluções para superar os desafios da infraestrutura<br />

ferroviária nacional.<br />

Nossa principal carência ainda é a baixa extensão da<br />

malha ferroviária, dada as dimensões continentais do Brasil.<br />

Nesse aspecto, observamos que três grandes projetos<br />

ferroviários, com leilões previstos para o ano de <strong>2018</strong>, estão<br />

em destaque: Ferrovia Norte-Sul, Ferrogrão e Ferrovia<br />

de Integração Oeste-Leste (Fiol).<br />

Mesmo quando concluídos tais projetos, ainda teremos<br />

considerável estoque de oportunidades de expansão da malha<br />

ferroviária frente à enorme demanda por este modo de<br />

transporte. Entretanto, ao que tudo indica, os futuros projetos<br />

sairão do papel apenas com o compartilhamento dos<br />

investimentos entre os setores público e privado, dividindo<br />

os riscos do empreendimento entre as entidades envolvidas.<br />

Em termos de cifras, os números de 2017 do Global Infrastructure<br />

Hub, órgão criado pelo grupo dos 20 países mais<br />

ricos do mundo – G20, nos permitem ter uma noção da magnitude<br />

dos desafios: os cálculos baseados na expectativa de<br />

crescimento da economia e da população, além dos níveis<br />

históricos de investimento em infraestrutura e outros fatores<br />

mostram que, se fosse mantida uma taxa média anual de<br />

crescimento do PIB de 1,7%, a tendência de investimentos<br />

em ferrovias no Brasil até 2040 girariam em torno de US$<br />

106 bilhões, todavia, a projeção da real necessidade de investimentos<br />

para o setor seriam de US$ 207 bilhões. Ou seja,<br />

quase o dobro dos valores estimados para o setor.<br />

Diante da perspectiva da redução dos investimentos<br />

públicos em todos os setores de infraestrutura, será primordial<br />

a criação de um ambiente político, econômico e<br />

regulatório propício e atrativo aos investidores não apenas<br />

no curto prazo, uma vez que os investimentos no setor<br />

ferroviário demandam longo tempo de maturação.<br />

Uma ótima oportunidade para se fazer um prognóstico<br />

de como serão os próximos investimentos no setor ferroviário<br />

está na questão da possibilidade de prorrogação antecipada<br />

de alguns contratos de concessão ferroviária, caso<br />

seja demonstrada a vantajosidade da prorrogação frente à<br />

realização de novas licitações. Teremos a chance de solucionar<br />

inúmeros conflitos rodoferroviários nas áreas urbanas<br />

por onde passam as ferrovias, dada a necessidade de investimentos<br />

obrigatórios das concessionárias como parte da<br />

contrapartida às prorrogações. Ressalto que projetos para<br />

a solução de tais conflitos dificilmente seriam executados<br />

pelo governo frente à escassez de recursos públicos.<br />

Ainda no bojo das possíveis prorrogações contratuais,<br />

o aperfeiçoamento do ambiente regulatório, o fortalecimento<br />

da Agência Nacional de Transportes Terrestres e a<br />

modernização dos antigos contratos garantirão segurança<br />

jurídica para que as concessionárias possam investir em<br />

suas malhas. Isso contribuirá para a ampliação da capacidade<br />

de operação das empresas para atender aos usuários,<br />

e por consequência, ajudará na redução de entraves logísticos<br />

de transporte de carga no Brasil.


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foto do mês<br />

O trem de dois andares da Bombardier, modelo Twindexx Swiss Express,<br />

começou a operar, no fim de fevereiro, no trecho Zurique-Berna, na Suíça.<br />

A composição, apelidada de FV-Dosto pela Swiss Federal Railways (SBB),<br />

foi fabricada especialmente para o sistema de longa distância da Suíça. A<br />

encomenda de 62 trens desse modelo é de 2010, mas polêmicas envolvendo a<br />

falta de acessibilidade das composições impactaram o prazo. Até agora, seis<br />

trens chegaram à SBB e a conclusão da entrega está prevista para 2020.<br />

Foto: Divulgação/Bombardier

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