Revista Penha | março 2018
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
O que acontece, quem são as pessoas que marcam a Freguesia e ainda algumas curiosidades sobre a Penha de França. Uma revista editada pela Junta de Freguesia da Penha de França.
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<strong>Revista</strong> Mensal<br />
Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
jf-penhafranca.pt<br />
f Freguesia<strong>Penha</strong>DeFranca<br />
nr. 24<br />
mar‘ 18
Propriedade<br />
Junta de Freguesia da<br />
<strong>Penha</strong> de França<br />
Directora<br />
Sofia Oliveira Dias<br />
Subdiretor<br />
Manuel dos Santos Ferreira<br />
Coordenadora<br />
Teresa Oliveira<br />
Design e Grafismo<br />
WL Partners<br />
Fotografia<br />
André Roma<br />
Impressão<br />
WCC<br />
Tiragem<br />
23.500 exemplares<br />
Distribuição Gratuita<br />
Depósito Legal 408969/16<br />
SEDE DA JUNTA DE FREGUESIA<br />
Travessa do Calado, nº 2<br />
1170-070 Lisboa<br />
Telefone: 218 160 720<br />
Email: geral@jf-penhafranca.pt<br />
Secretaria: 2.ª a 6.ª feira, das 9h às 18h<br />
ESPAÇO MULTIUSOS<br />
Avenida Coronel Eduardo Galhardo (sob<br />
o viaduto da Avenida General Roçadas)<br />
Telefone: 218 100 390<br />
Email: multiusos@jf-penhafranca.pt<br />
Horário: 2.ª a 6.ª feira, das 9h30 às 22h<br />
Sábado, das 10h às 19h<br />
Secretaria: 2.ª a 6.ª feira, das 9h às 17h<br />
ESPAÇO NOVA ATITUDE<br />
Quinta do Lavrado, Avenida Marechal<br />
Francisco da Costa Gomes<br />
Telefone: 210 532 377<br />
Email: espaco.n.atitude@jf-penhafranca.pt<br />
Horário: 2.ª a 6.ª feira das 9h30 às<br />
13h e das 14h às 17h30<br />
O Polo Morais Soares está encerrado por tempo indeterminado.
EDITORIAL<br />
O LONGO CAMINHO DOS<br />
DIREITOS DAS MULHERES<br />
Já passaram mais de cem anos desde<br />
que, a 8 de Março de 1917, mulheres do<br />
sector têxtil encheram as ruas de São<br />
Petersburgo, começando uma greve pelo<br />
‘Pão e Paz’, onde exigiam que terminasse<br />
o racionamento de comida, a saída da<br />
Rússia da I Guerra Mundial e o fim do<br />
regime czarista.<br />
Em 1975, durante o Ano Internacional<br />
da Mulher, este dia seria adoptado pelas<br />
Nações Unidas para celebrar as mulheres<br />
e alertar para as suas necessidades e<br />
direitos. Nascia assim, a nível planetário,<br />
o Dia Internacional da Mulher.<br />
8 de Março de 1917 não foi a primeira vez,<br />
nem a última, que as mulheres tiveram<br />
que lutar pelos seus direitos. Já antes<br />
tinha havido manifestações femininas em<br />
vários países do mundo, nomeadamente<br />
nos EUA, Áustria, Dinamarca, Alemanha<br />
e Suíça.<br />
Nestes 101 anos foi percorrido um grande<br />
caminho. Em Portugal foi instituído o<br />
direito ao voto, o acesso a cargos políticos<br />
e à magistratura, generalizou-se o direito<br />
à educação e ao trabalho fora de casa.<br />
Mas esta batalha continua até aos dias<br />
de hoje, porque continua a haver mais<br />
homens que mulheres em posições de<br />
poder, porque ainda há uma grande<br />
desigualdade na repartição das tarefas<br />
domésticas e no apoio aos filhos numa<br />
altura em que ambos os cônjuges estão<br />
empregados, porque ainda há uma grande<br />
disparidade salarial entre os dois sexos.<br />
Aliás, neste Dia da Mulher de <strong>2018</strong>,<br />
recebemos uma má notícia: Portugal foi<br />
o país onde a diferença salarial entre<br />
homens e mulheres mais aumentou na<br />
União Europeia. Três dias antes, a 5 de<br />
<strong>março</strong>, tinha-se celebrado o Dia Europeu<br />
da Igualdade Salarial, mas no nosso<br />
país, segundo um estudo do Eurostat, os<br />
homens ganharam mais 17,5% que as<br />
mulheres em 2016.<br />
E aproveito para desafiar toda as mulheres,<br />
especialmente as jovens, a interessaremse<br />
pela política, a participarem na política.<br />
Uma nota final:<br />
Em Fevereiro a Junta de Freguesia da<br />
<strong>Penha</strong> de França iniciou o seu programa<br />
de regularização extraordinária dos<br />
vínculos precários, depois de ter sido<br />
feito um rigoroso levantamento dos<br />
funcionários necessários para exercer as<br />
funções próprias e permanentes da Junta.<br />
SOFIA OLIVEIRA DIAS<br />
Presidente da Junta de Freguesia<br />
da <strong>Penha</strong> de França<br />
sofia.dias@jf-penhafranca.pt<br />
3
VIVAM AS<br />
MULHERES<br />
8 de <strong>março</strong>, DIA INTERNACIONAL DA MULHER. Nascido da<br />
luta feminina por melhores condições de vida e trabalho, é um<br />
dia de especial importância que a Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong><br />
de França faz questão de assinalar todos os anos com a já<br />
simbólica entrega de flores. Um dia que começou de manhã bem<br />
cedo com a visita aos lares, residências e centros paroquiais<br />
da Freguesia, passou pela Rua Morais Soares e Praça Paiva<br />
Couceiro, e que acabou com a festa no Salão Paroquial da Igreja<br />
da <strong>Penha</strong> de França. Um dia repleto de sorrisos, de histórias de<br />
coragem e de brilho nos olhos.
5
SUAVIDADE<br />
Suave e airoso é teu corpo encantador<br />
Que me prende num laço muito ardente<br />
Suave é teu cabelo de tão linda cor<br />
Que te torna deveras atraente<br />
Suave é teu olhar de franco esplendor<br />
Que me ilumina a vida docemente<br />
Suave é tua boca que com grande ardor<br />
Eu procuro alcançar sofregamente<br />
Todo o teu ser emana suavidade<br />
Que em ti sempre palpitou a ansiedade<br />
De poderes amar para um lenitivo<br />
Só eu na mais completa melancolia<br />
Deambulo tristemente dia a dia<br />
Porque quero-te amar e não consigo<br />
_ Santos Ferreira<br />
Um poema do Secretário da Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França, Manuel Santos Ferreira,<br />
para celebrar o Dia da Mulher, que se comemora a 8 de <strong>março</strong>.
OS SEIS<br />
MESES DA<br />
MERCEARIA<br />
SOCIAL<br />
Apoiar cidadãos ou famílias que se encontram em situação de<br />
desvantagem social, no acesso a produtos alimentares e não alimentares,<br />
é o objetivo da MERCEARIA SOCIAL DA PENHA DE<br />
FRANÇA.<br />
Nesta Mercearia foi também criada uma área destinada a alimentos<br />
para animais, o que permite apoiar os utentes que tenham<br />
animais de companhia e construir, assim, mais uma resposta complementar<br />
do projeto.<br />
Nos últimos 6 meses, a Mercearia Social já apoiou 109 agregados<br />
familiares, o que corresponde a um universo de 306 pessoas.<br />
Foram ainda distribuídos 274 cabazes: cerca de 46 por mês, que<br />
correspondem a uma média mensal de um cabaz por família.<br />
No mês de dezembro, foram ainda doados 417 cabazes de natal,<br />
ajudando a colmatar as necessidades de 1003 pessoas. No total,<br />
nestes últimos 6 meses, a Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
distribuiu 691 cabazes, alcançando cerca de 1309 pessoas.<br />
8
Mas o projeto não se esgota na Mercearia, já que foram<br />
criados espaços de cozinha e lavandaria que permitem<br />
fazer workshops – sobre alimentação saudável, por<br />
exemplo – ou ações de sensibilização em gestão de economia<br />
familiar.<br />
Os destinatários deste conjunto de serviços são os agregados<br />
familiares acompanhados pelos serviços sociais<br />
da Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França e pelos seus<br />
parceiros locais, existindo critérios previamente estabelecidos<br />
para atribuir o apoio.<br />
A Mercearia Social da <strong>Penha</strong> foi inaugurada a 1 de setembro<br />
de 2017 e tem como padrinhos a atriz Sílvia Rizzo e<br />
o empresário Marco Galinha. Vive apenas de doações,<br />
de empresas e outras entidades, e de particulares. Destacam-se<br />
a recolha diária de bens nos supermercados<br />
Lidl de Xabregas e da <strong>Penha</strong> de França, a angariação<br />
9
de bens ou participação em eventos solidários, o<br />
apoio de empresas como a Nobre, do grupo Campo<br />
Frio, a Delta e o Grupo Nabeiro, o MARL e o<br />
Grupo Bel.<br />
Em breve será iniciado um protocolo com a Associação<br />
Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão<br />
Deficiente Mental (APPCDM), de forma a<br />
permitir a integração e a colaboração de jovens na<br />
dinâmica da organização da Mercearia, bem como<br />
na receção diária de bens alimentares.<br />
Contribua para a Mercearia Social.<br />
Ajude-nos a ajudar.<br />
VAI COMEÇAR O PENHA LIGA<br />
Com arranque previsto para o próximo dia 2 de abril, o<br />
projeto <strong>Penha</strong> Liga pretende ser uma ajuda aos idosos<br />
que se encontrem em situação de isolamento e solidão.<br />
Irá promover o diálogo, a companhia, dar uma palavra de<br />
conforto, oferecendo assim um meio de apoio à sua saúde<br />
física e psicológica.<br />
Desenvolvido pelo pelouro de Desenvolvimento Social e<br />
Saúde da Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França, através<br />
de técnicos especializados, será dinamizado através de<br />
um contacto telefónico diário. Para assegurar que este é<br />
realizado de acordo com os objetivos previstos, a chamada<br />
telefónica será orientada por um guião.<br />
Se precisar deste apoio, não hesite: inscreva-se.<br />
10
SOPAS,<br />
CONVÍVIO<br />
E CALOR<br />
Organizado pela Juventude Mariana Vicentina<br />
da Igreja de São João Evangelista, o<br />
RALLY DAS SOPAS, já na sua 8ª edição,<br />
encheu o renovado Centro Social Paroquial.<br />
Uma noite cheia de alegria, onde não faltou<br />
o som do acordeão, e muita vontade de provar<br />
as dez sopas a concurso, bem como os<br />
restantes petiscos e doces.<br />
Momentos de convívio e calor que sabem<br />
sempre bem em noites chuvosas e frias. A<br />
grande vencedora deste Rally foi a Sopa da<br />
Pedra da D. Sónia, que deu até uma lembrança<br />
aos sortudos que encontraram a pedra<br />
no prato.<br />
11
ALTO DO PINA<br />
DE REGRESSO<br />
ÀS MARCHAS<br />
DE LISBOA<br />
O Alto do Pina vai marchar na Avenida da Liberdade<br />
no próximo dia 12 de junho. Depois de muitos meses<br />
de incógnita sobre a realização da MARCHA DO<br />
ALTO DO PINA em <strong>2018</strong>, a decisão da Câmara Municipal<br />
de Lisboa e da EGEAC (a empresa municipal<br />
que organiza as Marchas) foi anunciada no plenário<br />
da Assembleia Municipal de Lisboa que se realizou a<br />
13 de <strong>março</strong>.<br />
A presidente da Assembleia Municipal, Helena Roseta,<br />
leu uma informação da CML e da EGEAC onde se<br />
declara que as duas entidades “entenderam alargar a<br />
edição deste ano do concurso das Marchas Populares,<br />
passando de 20 a 23 marchas, permitindo assim<br />
a participação das marchas selecionadas por sorteio<br />
ao abrigo das condições de concurso em vigor, e, excecionalmente,<br />
as marchas do Alto do Pina, Benfica e<br />
Santa Engrácia”.<br />
O Vogal do Associativismo da Junta de Freguesia da<br />
<strong>Penha</strong> de França e também deputado municipal pelo<br />
Partido Socialista, João Valente Pires, congratula-se<br />
com a “decisão justa que permite à Marcha do Alto do<br />
Pina desfilar este ano, uma decisão pela qual a Junta<br />
batalhou desde o início”.<br />
12
No mesmo plenário foi ainda aprovada por todos os<br />
partidos, apenas com um voto contra, a recomendação<br />
da 7.ª Comissão desta Assembleia Municipal.<br />
Recomendação que, entre outras medidas, propõe a<br />
admissão da Marcha do Alto do Pina a “título excecional”<br />
nas Marchas de <strong>2018</strong>, que se “diligencie uma<br />
solução para encontrar instalações que permitam a<br />
realização dos ensaios da Marcha do Alto do Pina” e<br />
que se “apoie e proteja as coletividades, associações<br />
e agremiações ainda existentes em Lisboa, face ao<br />
seu importante papel na promoção e organização das<br />
marchas dos seus bairros, bem como na sua ação<br />
na coesão social e divulgação cultural das suas memórias”.<br />
Pela parte da Câmara, o Vereador João Paulo Saraiva<br />
afirmou que “foram dadas indicações à EGEAC pela<br />
vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, no sentido<br />
de as recomendações desta Assembleia serem acolhidas<br />
e serem tratadas em sede própria, de forma a<br />
que seja possível dar-lhes execução”.<br />
Pedro Jesus, em representação da Marcha do Alto do<br />
Pina, agradeceu a “todos os bairros e coletividades,<br />
aos deputados de todos os partidos e em particular<br />
aqueles que mais se empenharam” nesta solução. Vivam<br />
as marchas da nossa Freguesia, viva a Marcha<br />
do Alto do Pina!<br />
13
SOPAS PARA<br />
TODOS OS<br />
GOSTOS<br />
Já na sua 8.ª edição, este ano, a FESTA DAS SOPAS pôs<br />
à prova mais de trinta variedades de sopa, incluindo especialidades<br />
de restaurantes locais. Como sempre, o salão<br />
paroquial da Igreja da <strong>Penha</strong> de França encheu e muitas<br />
foram as pessoas que quiseram vir petiscar e votar na melhor<br />
sopa.<br />
A votação foi digital, através de tablets, e estando a concurso<br />
sopas bastante originais, os 27 votos da vitória foram<br />
para a tradicional Sopa de Feijão Verde feita pelo Lobito<br />
Diogo e pela sua mãe Cátia.<br />
Parabéns!<br />
14
O FUTURO DO VALE<br />
DE SANTO ANTÓNIO<br />
Integrado no programa Lisboa Renda Acessível e em período de participação<br />
pública chegou, pela voz do Diretor do Departamento de Planeamento<br />
da Câmara Municipal de Lisboa, uma ideia do que se pode esperar<br />
para o futuro do VALE DE SANTO ANTÓNIO.<br />
Na biblioteca da Escola Nuno Gonçalves, acompanhado por membros do<br />
executivo de ambas as freguesias abrangidas pelo projeto e por uma sala<br />
cheia de moradores e interessados, o resposável da Câmara mostrou a<br />
nova visão da CML para estes cerca de 48 hectares.<br />
Ao contrário do modelo anterior aprovado para esta área, esta revisão do<br />
plano pretende diminuir a malha urbana e valorizar o parque. A aposta<br />
é dar a esta zona um novo parque verde urbano, onde a habitação e os<br />
equipamentos se integrem, havendo quase um esbatimento entre estes e<br />
a zona envolvente, como se tem feito em vários projetos a nível internacional.<br />
Um exemplo desta integração é que os edifícios a construir estejam dispersos<br />
pelo vale, em vez de compactados, com coberturas e terraços ajardinados.<br />
Este debate, que pretendia recolher contributos para o início da revisão do<br />
plano, foi muito participado, tendo havido bastantes propostas dos cidadãos<br />
presentes. Esta foi a primeira de outras iniciativas para tornar realidade<br />
este ambicioso projeto.<br />
Pode consultar a documentação relativa ao plano para o Vale da Santo<br />
António no site da CML.<br />
15
PIRATA QUASE<br />
CENTENÁRIO VEIO<br />
PARA A PENHA<br />
JORGE TAVARES,<br />
O PIRATA<br />
RUA MORAIS SOARES, 95<br />
TELEFONE: 218 140 150<br />
Com o novo poiso vieram também o Pirata e<br />
o Perna de Pau, as marcas da casa. “O Pirata<br />
é uma bebida registada desde 1946. Foi<br />
inventado nas tertúlias que antigamente se<br />
faziam e alguém terá dito ‘isto parece mais<br />
uma bebida pirata que outra coisa’. E assim<br />
ficou até aos dias de hoje”, explica. “Passados<br />
uns cinco ou seis anos surgiu o Perna de<br />
Pau, também registado. São os ex-libris da<br />
casa”, acrescenta o proprietário.<br />
E o que são estas bebidas? Dois aperitivos,<br />
leves e agradáveis, que trazem consigo segredos:<br />
“O Pirata é composto por vinho generoso<br />
com soda, que fazemos cá na casa.<br />
E o Perna de Pau é igual ao Pirata, só que<br />
leva ginjinha para ficar um pouco mais doce<br />
e uma casquinha de limão. A mistura do vinho<br />
generoso também é feita por mim, um<br />
segredo que me foi ensinado por um senhor<br />
chamado Eduardo, que esteve 47 anos no<br />
velho Pirata”.<br />
‘Para grandes males, grandes remédios’. Foi<br />
nisto que terão pensado dois dos antigos<br />
proprietários do Bar Pirata que, em janeiro<br />
de 2017, encerrou o seu negócio quase centenário<br />
nos Restauradores. O fecho não se<br />
deveu à falta de clientes, saíram porque o<br />
edifício onde existia o bar está a ser transformado<br />
num prédio de apartamentos turísticos<br />
de luxo.<br />
Agora, um ano depois, O PIRATA renasceu<br />
maior e mais confortável pela mão de JOSÉ<br />
TAVARES e JOSÉ ALMEIDA (ambos do velho<br />
Pirata) e um outro investidor. "A nostalgia<br />
era muito grande”, desabafa o Sr. José Tavares,<br />
há 22 anos proprietário da casa fundada<br />
em 1921.<br />
Nesta nova casa, além das bebidas, podem<br />
comer-se as muitas variedades de salgados<br />
que enchem a montra, sandes de panado ou<br />
de ovo com salsicha, prego à Pirata, bifanas<br />
cozinhadas à moda tradicional numa frigideira<br />
sempre ligada, e comida portuguesa, de<br />
que o Sr. Tavares destaca o bifinho à casa<br />
com molho especial, as iscas e o arroz doce.<br />
Em projeto, está a vontade de recriar uma<br />
velha tradição d’O Pirata, umas tapas, uns<br />
“cacetezinhos com sardinha, presunto, paté<br />
e outras coisas que se comia com o Pirata,<br />
para a bebida não cair a seco no estômago”.<br />
Ficamos à espera, Sr. Tavares!<br />
16
OS FAMOSOS<br />
LOMBINHOS<br />
E MUITO MAIS<br />
JOÃO AMORIM,<br />
O ABRIGO<br />
RUA MESTRE ANTÓNIO MARTINS, 23A<br />
TELEFONE: 218 078 711<br />
O Sr. João, dos mais novos, chegou a Lisboa<br />
com 12 anos para trabalhar para um restaurante<br />
em Campolide, onde já estava outro<br />
dos irmãos.<br />
Voltando ao Abrigo. Vêm clientes da Freguesia,<br />
quem cá mora ou aqui trabalha, mas<br />
também pessoas de fora. “Bom dia Sr. João”,<br />
cumprimenta animado um casal, ainda não é<br />
meio-dia. São clientes antigos, que vêm de<br />
propósito à <strong>Penha</strong> de França para almoçar.<br />
Há quem se refira a este restaurante na<br />
Rua Mestre António Martins pelo seu nome,<br />
O ABRIGO. Mas também há quem o conheça<br />
pelo seu prato mais emblemático, ‘os lombinhos’,<br />
umas fatias suculentas e tenras de<br />
lombo de porco grelhadas na chapa que têm<br />
uma longa história. E há quem venha de toda<br />
a cidade para as saborear, acompanhadas de<br />
um ovo a cavalo e batatas fritas.<br />
O prato nasceu na Adega dos Lombinhos,<br />
um mítico estabelecimento da Baixa lisboeta<br />
que fechou portas em 2013, após 96 anos de<br />
existência. “Trabalhei ali trinta e quatro anos<br />
com o meu irmão, que era quem os cozinhava,<br />
e que lá esteve quarenta e seis”, recorda<br />
o SR. JOÃO AMORIM, o proprietário. A casa<br />
era “de uns senhores de Valença do Minho”,<br />
conta, e quando estes se reformaram, o Sr.<br />
João e o irmão (também minhotos) tomaram<br />
o trespasse.<br />
Mas só puderam gozar o negócio durante<br />
nove anos. “O prédio foi comprado pelo Grupo<br />
Espírito Santo, pelo Sr. Ricardo Salgado,<br />
para fazerem um hotel. Mas ainda lá está<br />
tudo na mesma, tudo a cair”, lamenta-se o Sr.<br />
João. “Tenho bastantes saudades. Não estou<br />
mal aqui, vem cá muita gente, mas lá não parávamos<br />
de manhã à noite”.<br />
Já conhecia esta zona porque outro dos seus<br />
irmãos explorava uma taberna, já desaparecida,<br />
na Rua da <strong>Penha</strong> de França. Aliás,<br />
vem de uma família dedicada à restauração:<br />
de oito irmãos, só um seguiu outro rumo.<br />
Se na Adega o espaço disponível limitava a<br />
ementa, neste restaurante há espaço para<br />
cozinhar outros pratos da cozinha tradicional<br />
portuguesa. O espaço abriu há quatro anos e<br />
diariamente utiliza produtos frescos comprados<br />
no Mercado. O arroz de pato, às terças, o<br />
‘cozido à portuguesa’, às quartas, o bacalhau<br />
à minhota e à lagareiro alternam à sexta-feira,<br />
em parceria com a carne de porco à portuguesa<br />
ou à alentejana.<br />
E nunca esquecendo os famosos lombinhos<br />
na chapa que foi trazida da Adega. Sr. João,<br />
qual é a receita do sucesso? “São cortados<br />
em fatias fininhas, por mim, sem gordura nenhuma.<br />
É porco, mas não é um prato gordo.<br />
E depois levam o tempero, mas esse é segredo.<br />
Um segredo muito antigo”.<br />
17
TRABALHAR<br />
COM ARTE<br />
RUI FERNANDO CRUZ,<br />
MOLDURAS RUI FERNANDO CRUZ<br />
RUA D. FUAS ROUPINHO, 42A<br />
TELEFONE: 218 121 863<br />
objetos de que se gosta muito. “Uma vez<br />
trouxeram-me uma coleção de borboletas,<br />
todas desfeitas. Primeiro tive de as refazer<br />
todas, com muita paciência e cuidado, e depois<br />
emoldurei-as numa caixa. Gosto destas<br />
coisas diferentes, são desafios!”.<br />
Foi a vontade de juntar um dinheirito durante<br />
as férias que ditou o futuro de Rui Fernando<br />
Cruz. Tinha 16 anos e pediu ao avô, Manuel<br />
Santos Fonseca, para ir trabalhar para a<br />
sua fábrica de molduras. “E assim fiquei. Fui<br />
aprendendo, fui gostando, tudo o que sei foi o<br />
meu avô que me ensinou”, conta. Entretanto,<br />
passaram 32 anos desde que resolveu experimentar<br />
esta arte, e, pelo meio, comprou-lhe<br />
o negócio.<br />
Fazer molduras é um trabalho artesanal, feito<br />
com muita minucia. É preciso determinar que<br />
medida de caixilhos cortar, depois os vidros,<br />
a largura do passe-partout, a tampa, e unir todas<br />
estas peças para construir um resultado<br />
final harmonioso. É-se um pouco marceneiro,<br />
um pouco vidraceiro, é preciso ter sentido<br />
estético e artístico. Em todo este processo,<br />
qual é a tarefa mais importante? “Para mim, é<br />
chegar ao fim e dizer: ‘gosto disto’”.<br />
Outra coisa que lhe agrada é emoldurar obras<br />
vindas diretamente das mãos dos artistas.<br />
“Gosto muito, adoro ser o primeiro a vê-las”.<br />
Obras de arte que às vezes também têm a<br />
mão e o talento de Rui Cruz. Aliás, o trabalho<br />
que o mais entusiasmou foi um projeto artístico:<br />
“O projeto mais desafiante que fiz foi um<br />
objeto para um hotel, que precisou de 14 mil<br />
bolas de plástico, furadas e coladas. Um trabalho<br />
de 60 e tal metros de altura, através<br />
de uma arquiteta com quem trabalho. Ela dá<br />
ideias, eu dou ideias. E ficou espetacular”.<br />
Continuam juntos porque, aos 97 anos, ainda<br />
vem ter com o neto todos os dias, a pé. Para<br />
dois dedos de conversa e porque, “quando há<br />
alguma coisa que goste, ainda faz” – uma das<br />
tarefas é cortar à mão, uma a uma, as molduras<br />
de papel que se põem dentro dos quadros<br />
(passe-partout).<br />
“Pode emoldurar-se tudo”, diz Rui. “Tudo o<br />
que quiser pôr na parede, eu faço”. No seu<br />
currículo tem vestidos de noiva, de batizado,<br />
sapatos de bebé, roupas antigas, talheres,<br />
copos, esculturas, corais, entre muitas outras<br />
coisas. No fundo são “molduras armário”,<br />
explica, uma maneira de proteger e realçar<br />
18
DO VELHINHO<br />
RÁDIO AOS<br />
MODERNOS LCD<br />
ROGÉRIO PICANÇO,<br />
UNITRON<br />
AVENIDA GENERAL ROÇADAS, 25 A/B<br />
TELEFONE: 218 146 001<br />
A UNITRON chegou à <strong>Penha</strong> de França vai<br />
fazer 15 anos. Veio de perto, de S. Vicente,<br />
à procura de mais espaço e maior facilidade<br />
de parqueamento. Mudou de casa, mas<br />
continuou a fazer o mesmo: reparação de<br />
televisores LCD ou Plasma, leitores de MP3<br />
e MP4, DVD, sistemas de áudio, projetores,<br />
câmaras digitais, em resumo tudo o que no<br />
ramo se designa por ‘eletrónica de consumo’.<br />
São aceites produtos de todas as marcas,<br />
mas a grande maioria é da Samsung, de<br />
quem o estabelecimento do SR. ROGÉRIO<br />
PICANÇO é, há já 25 anos, reparador autorizado.<br />
“Nessa altura a marca ainda não era<br />
conhecida. Perguntavam-me: ‘que é isso?<br />
é para comer?”, recorda a sorrir, “agora é o<br />
maior fabricante de Eletrónica de Consumo<br />
do mundo”.<br />
Formado em eletrónica, o Sr. Rogério assistiu<br />
a uma enorme transformação deste tipo<br />
de produtos desde que iniciou a sua carreira.<br />
“Dantes, para comprar um televisor era<br />
preciso dois ou mais meses de ordenado<br />
médio, isto até finais dos anos 80. Os produtos<br />
eram fiáveis, duravam muito tempo.<br />
Agora são baratos, há muitas condições de<br />
crédito, e a vida média dos aparelhos cada<br />
vez é menor”.<br />
Também tem produtos para venda na Unitron,<br />
mas a maior parte do negócio é mesmo<br />
o da reparação. “Fundamentalmente de<br />
produtos que ainda se encontram na garantia,<br />
porque já há poucos clientes que querem<br />
reparar face ao preço dos novos”, explica.<br />
“Alguns deles mandam reparar por questões<br />
ambientais, embora estes sejam ainda menos.<br />
Mas deviam ser mais, porque há um grande<br />
problema mundial com os resíduos eletrónicos,<br />
isto é: os restos dos televisores, computadores,<br />
smartphones, que se deitam fora”.<br />
Como prova da longevidade dos produtos de<br />
antigamente, tem na sua loja alguns rádios<br />
antigos que ainda funcionam. Considera-se da<br />
última geração que estudou as válvulas - componentes<br />
essenciais para os antigos rádios e<br />
televisões, e que para os amantes de sistemas<br />
de áudio são os que produzem som de melhor<br />
qualidade. “É mais interessante reparar um<br />
rádio destes, é um prazer diferente, nomeadamente<br />
pela nostalgia de arranjar um aparelho<br />
do início da minha carreira. Por acaso esta semana<br />
apareceram três para reparar, um deles<br />
de uma firma que faz restauro de móveis”. Se<br />
tiver a sorte de ter um destes bonitos rádios,<br />
mas não funcionar, leve-o à Unitron. Aqui há<br />
muitas peças para os fazer brilhar e, sobretudo,<br />
conhecimento sobre como devolver vida a<br />
estes objetos de culto. “Vendi um deles para<br />
um turismo de habitação e as pessoas mais<br />
novas adoram. E eu também, tem um som<br />
mais quente”.<br />
19
SABE PORQUE DEVE<br />
FAZER O RASTREIO<br />
DO CANCRO DO<br />
COLO-RECTAL?<br />
Neste mês, a Unidade de SAÚDE FAMILIAR ORIENTE explica a<br />
importância de fazer o rastreio do cancro colo-rectal. Não esqueça:<br />
é sempre melhor prevenir do que remediar.<br />
O QUE É O CANCRO COLO-RECTAL?<br />
O cancro colo-rectal é um tumor que cresce<br />
no cólon ou no recto a partir de pequenos<br />
pólipos pré-malignos - adenomas.<br />
É a 2.ª causa de morte por cancro em todo<br />
o mundo e em Portugal diagnosticam-se<br />
6000 novos casos por ano.<br />
Uma em cada três pessoas diagnosticadas<br />
com cancro colo-rectal morre em 5 anos.<br />
A identificação precoce e a remoção de<br />
lesões pré-malignas salvam cerca de um<br />
terço das pessoas com este cancro.<br />
COMO É FEITO O RASTREIO?<br />
QUANDO DEVO FAZER O RASTREIO?<br />
O rastreio deve ser realizado entre os 50 e<br />
74 anos. Se neste intervalo de idades não<br />
tiver feito uma PSOF ou uma colonoscopia<br />
nos últimos 10 anos deve procurar o seu<br />
médico de família.<br />
Numa fase inicial estas lesões não provocam<br />
sintomas nem perdas de sangue evidentes,<br />
contudo, se sentir dores abdominais<br />
recorrentes, perda de sangue nas fezes ou<br />
alteração dos hábitos intestinais (obstipação<br />
e/ou diarreia), deve consultar o seu médico.<br />
O QUE FAÇO SE TIVER UM PSOF<br />
POSITIVO?<br />
QUE CUIDADOS DEVO TER PARA<br />
REDUZIR A PROBABILIDADE DE<br />
DESENVOLVER ESTE CANCRO?<br />
Se tiver familiares diretos que tenham tido<br />
este tumor maligno, deve informar o seu<br />
médico de família para que este esteja<br />
atento à maior probabilidade de vir a desenvolver<br />
este cancro. Outros fatores que contribuem<br />
para o aparecimento deste cancro<br />
são o sedentarismo, a obesidade e o consumo<br />
de bebidas alcoólicas e de tabaco. Uma<br />
dieta rica em gorduras, carnes vermelhas e<br />
enchidos, e pobre em legumes, vegetais e<br />
fibras, também pode levar ao aparecimento<br />
deste tumor maligno.<br />
Segundo a DGS, pode ser feita uma Pesquisa<br />
de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF)<br />
através de amostras de fezes do indivíduo,<br />
devendo ser repetida anualmente. Em alternativa,<br />
pode ser feita uma colonoscopia,<br />
onde se visualiza o cólon e recto, para identificar<br />
possíveis lesões suspeitas e proceder<br />
à sua remoção.<br />
Se tiver um resultado positivo deve fazer<br />
uma colonoscopia para identificar e remover<br />
possíveis lesões. O tipo de lesão define<br />
quando deve repetir o exame, se não tiver<br />
alterações pode ser repetido apenas passados<br />
10 anos, se continuar sem sintomas.<br />
Dr. João Freitas Cruz, Médico Interno de<br />
Medicina Geral e Familiar. Revisto pela<br />
equipa médica da USF Oriente<br />
USF Oriente<br />
Telefone: 218 10 10 10<br />
Avenida Afonso III, Lote 16<br />
20
134º ANIVERSÁRIO DO CMU<br />
Poucos clubes há com a força deste. E não é só porque aqui se formam atletas na luta, é também porque<br />
comemorou o seu 134.º aniversário no passado dia 2 de <strong>março</strong>.<br />
Uma festa que se fez com a direção do clube, presidida por Fátima Gil, atletas, amigos e o vogal da Junta de<br />
Freguesia da <strong>Penha</strong> de França, João Valente Pires, que nesta ocasião tão especial anunciou um presente<br />
muito importante para o clube: um subsídio extraordinário para que possa regularizar dívidas antigas.<br />
Parabéns! Que o CLUBE MUSICAL UNIÃO se mantenha vivo por, pelo menos, mais 134 anos.<br />
21
Curtas<br />
Curtas<br />
Curtas<br />
POP ESCOLAS AVANÇA<br />
Terminou no dia 25 de fevereiro a fase de<br />
Recolha de Propostas para o POP <strong>Penha</strong><br />
<strong>2018</strong>, e a fase de votação das propostas<br />
está mesmo a chegar: será de 1 a 30 de<br />
abril. O stand POP e as sessões publicas<br />
percorreram a Freguesia, foram ouvidas<br />
as pessoas e recolhidas mais de 100 propostas<br />
para melhorar a <strong>Penha</strong> de França<br />
– sendo que cerca de metade foram enviadas<br />
através do novo site do POP. Muito<br />
importante foi ainda a participação dos mais<br />
novos, com 24 turmas das nossas escolas<br />
a selecionarem as suas propostas para o<br />
POP Escolas <strong>2018</strong>.<br />
TERRAMOTOS JÁ NÃO<br />
ASSUSTAM AS NOSSAS<br />
CRIANÇAS<br />
Se o seu filho anda numa das escolas<br />
básicas da nossa Freguesia, pode contar<br />
com ele se a terra tremer. A Proteção<br />
Civil levou um grupo de sensibilização<br />
às escolas para explicar e preparar os<br />
mais pequenos para a eventualidade<br />
de um sismo. Já sabe, qualquer dúvida<br />
que tenha, pergunte-lhes, de certeza<br />
que lhe saberão dizer para onde ir e<br />
como se preparar! De qualquer forma,<br />
já agora, leia também a informação<br />
abaixo.<br />
22
ASSEMBLEIA<br />
DE FREGUESIA<br />
Reunião de<br />
Assembleia de<br />
Freguesia<br />
A Assembleia de Freguesia da <strong>Penha</strong><br />
de França reuniu, em sessão extraordinária,<br />
no dia 19 de fevereiro.<br />
Em cima da mesa esteve o processo<br />
de regularização dos trabalhadores<br />
precários e os recursos humanos da<br />
Junta de Freguesia. Nesta discussão<br />
intervieram todas as bancadas da<br />
Assembleia, bem como a Presidente<br />
da Junta de Freguesia, tendo sido<br />
aprovadas moções apresentadas<br />
pelo BE e pelo PS.<br />
Queremos agradecer a todos os habitantes<br />
da <strong>Penha</strong> de França que confiaram<br />
em nós, no nosso programa, e na nossa<br />
motivação para construir uma melhor freguesia.<br />
Eu, Rui Seixas e a Cristina Neno,<br />
fomos os representantes eleitos para a<br />
bancada do Bloco de Esquerda, que pela<br />
1ª vez vê-se representado nesta Assembleia<br />
de Freguesia com dois deputados. É<br />
com grande alegria, orgulho e sentimento<br />
de responsabilidade que vemos a nossa<br />
força aumentada, e que faremos tudo para<br />
merecer essa confiança.<br />
O mês de Fevereiro mostrou que as<br />
palavras Precariedade e <strong>Penha</strong> de frança,<br />
podem estar interligadas pelas piores<br />
razões. Os direitos de quem trabalha e<br />
a precariedade, sempre foram questões<br />
centrais para a bancada do BE, e por<br />
isso, conjuntamente com as restantes<br />
forças politicas, pedimos uma Assembleia<br />
de Freguesia extraordinária, para que<br />
obtivéssemos todos os esclarecimentos<br />
sobre os despedimentos dos funcionários<br />
da Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França<br />
ocorridos desde o início deste mandato,<br />
e que muito infelizmente ficamos a saber,<br />
não por justificações dadas pela junta de<br />
freguesia mas pelos fregueses visados.<br />
Estes fregueses estão neste momento com<br />
muitas dificuldades, vindo-se destituídos do<br />
seu emprego, de forma repentina, desumana<br />
e sem qualquer justificação cabal.<br />
O BE conseguiu nesta Assembleia de<br />
Freguesia ter uma moção aprovada por<br />
maioria, um documento que rejeita, por<br />
completo, a precaridade, e tenta proteger<br />
os trabalhadores. Nesta proposta pedimos<br />
a readmissão imediata dos funcionários<br />
que estavam em regime de prestação de<br />
serviço, a implementação do processo<br />
de regularização dos vínculos precários<br />
existentes na autarquia, assim como, até<br />
à conclusão desta regularização, travar o<br />
despedimento de todos os trabalhadores<br />
em situação de precariedade.<br />
Não queremos com isto dizer que só nos<br />
preocupamos com os trabalhadores da<br />
Junta de Freguesia, mas sim com todos<br />
aqueles que por razões injustas, ficaram<br />
desprovidos do seu trabalho, dos seus<br />
direitos e do seu sustento.<br />
Abraçamos com sentido de compromisso e<br />
responsabilidade a luta contra a precariedade.<br />
Contem connosco e com o Bloco de<br />
Esquerda.<br />
Grupo do BE da <strong>Penha</strong> de França<br />
penhadefrancabe@gmail.com<br />
Rui Seixas<br />
BE<br />
Cristina Neno<br />
BE<br />
23
SABIA QUE...<br />
RECORDAÇÃO<br />
DA PRESENÇA<br />
MUÇULMANA<br />
Estrada, Azinhaga, Travessa, são muitas<br />
as designações da Calçada do Poço dos<br />
Mouros ao longo dos tempos. Há pouca<br />
informação disponível sobre esta via secular,<br />
por isso pedimos o apoio do Núcleo<br />
de Toponímia do Departamento de Património<br />
Cultural da Câmara Municipal de<br />
Lisboa, que se dedica ao estudo dos nomes<br />
das ruas da cidade e cuja ajuda aqui<br />
agradecemos.<br />
“Os registos escritos mais antigos que se<br />
encontram referentes à Calçada do Poço<br />
dos Mouros são de datas próximas do terramoto<br />
de 1755, embora o topónimo muito<br />
provavelmente remonte à ocupação muçulmana<br />
de Lisboa.<br />
E diz-se, provavelmente, porque este sítio<br />
foi um arrabalde da cidade pelo menos até<br />
ao séc. XVIII, pleno de hortas e pomares e<br />
relativamente próximo da Mouraria. Neste<br />
caso, parece consensual que tenha sido<br />
mesmo a ocupação muçulmana a gerar<br />
os mouros do poço no topónimo da Calçada.<br />
Aliás, refira-se que havia um caminho<br />
que ia do que é hoje a Rua da <strong>Penha</strong> da<br />
França à Almofala, o arrabalde mourisco<br />
extramuros de Lisboa começado a construir<br />
em 1271 que hoje corresponde à<br />
zona da Graça.<br />
Nas memórias paroquiais imediatamente<br />
anteriores ao terramoto de 1755 já se<br />
encontra mencionada a Calçada do Poço<br />
dos Mouros na Freguesia de Nossa Senhora<br />
dos Anjos. Catorze anos após a<br />
catástrofe, em 1769, na descrição do Sargento-Mor<br />
Eng. José Monteiro de Carvalho,<br />
apenas surge o Largo do Poço dos<br />
Mouros na então nova freguesia de Santo<br />
André. No ano seguinte, as plantas da<br />
remodelação paroquial de 1770 também<br />
mencionam a Calçada, na mesma freguesia<br />
de Santo André.<br />
Em 1812 a Calçada do Poço dos Mouros<br />
e o sítio Poço dos Mouros surgem na<br />
planta do Duque de Wellington. Em 1858,<br />
Filipe Folque menciona o Poço dos Mouros,<br />
com um desenho que aparenta ser<br />
um poço, no local que atualmente corresponde<br />
ao início da Rua Carvalho Araújo (o<br />
mesmo sucede nas cartas de Francisco D<br />
Milcont, de 1785, e Duarte Fava, de 1807).<br />
Nesse mesmo mapa, a Calçada do Poço<br />
dos Mouros é designada como Travessa<br />
do Marquês de Soudor, uma toponímia<br />
que pouco durou.<br />
3/6/<strong>2018</strong> Tile Service Viewer<br />
CartografiaHistoricaDuqueWellington1812 (MapServer) Built using the ArcGIS API for JavaScript<br />
<br />
No final do séc. XIX, também é mencionada<br />
uma Azinhaga do Poço dos Mouros<br />
que às vezes também é denominada<br />
como Azinhaga do Areeiro. Ainda em<br />
1910, na planta da cidade municipal, a<br />
artéria é designada por Estrada do Poço<br />
dos Mouros e não Calçada do Poço dos<br />
Mouros. Todavia, entre 1910 e 1918, os<br />
documentos municipais indicam procedimentos<br />
para o alargamento da Calçada<br />
do Poço dos Mouros.<br />
Em resumo, Poço dos Mouros é um topónimo<br />
que recorda a presença muçulmana<br />
no local, independentemente das diversas<br />
formas como foi aparecendo ao longo dos<br />
séculos.”<br />
<br />
<br />
Errata: na edição anterior da <strong>Revista</strong> <strong>Penha</strong>, nesta<br />
secção ‘Sabia que’ escreveu-se que D. Pedro V sucedeu<br />
a D. João VI. Um lapso pelo qual pedimos desculpa, já<br />
que quem sucedeu a D. João VI foi D. Pedro IV.<br />
24<br />
https://tiles.arcgis.com/tiles/1dSrzEWVQn5kHHyK/arcgis/rest/services/CartografiaHistoricaDuqueWellington1812/MapServer?f=jsapi&cacheKey=84b0f6f3493a0f48 1/1
CONCLUÍDA<br />
LIMPEZA DO<br />
ALTO DA EIRA<br />
A limpeza da envolvente das Torres do Alto<br />
da Eira, junto à Av. General Roçadas, está<br />
concluída. Levada a cabo pela Câmara Municipal<br />
de Lisboa, durou mais de uma semana<br />
e consistiu numa intervenção de fundo<br />
para remover todo o lixo e entulho ali depositado<br />
ilegalmente.<br />
Recordamos que deixar este tipo de resíduos<br />
fora dos locais apropriados é uma atividade<br />
proibida e punida com coimas. No caso<br />
dos monos (móveis velhos, colchões, eletrodomésticos<br />
de grande dimensão, etc) deve<br />
agendar-se a recolha gratuita, feita pela<br />
CML, pelo telefone n.º 808 20 32 32.<br />
De referir, ainda, que está em fase de conclusão<br />
a obra de renovação das torres do<br />
Alto da Eira, uma obra promovida também<br />
pela Câmara Municipal.<br />
25
UMA<br />
MANEIRA<br />
DIFERENTE DE<br />
FAZER TEATRO<br />
TEATRO PLAYBACK, sabe o que é? Um género de<br />
teatro interativo criado em 1975 onde os atores representam<br />
histórias partilhadas pelo público, recorrendo<br />
à improvisação teatral e musical dessas mesmas narrativas.<br />
Um espetáculo que não sendo uma terapia, é<br />
bastante terapêutico e que chegou à nossa Freguesia<br />
pelas mãos do grupo Teatro Imediato na forma de um<br />
workshop.<br />
Durante dois dias, os participantes aprenderam as<br />
bases do Teatro Playback: como surgiu, os diferentes<br />
papéis dos atores em palco, o objetivo de entreter e<br />
aproximar pessoas. Exploraram ainda diversas técnicas<br />
de entrosamento com o público e consigo mesmos.<br />
Fundado em maio de 2007, este grupo é formado por<br />
atores e não atores com as mais variadas origens profissionais:<br />
do teatro à psicologia, engenharia, gestão,<br />
ciências… todos são bem-vindos ao Teatro Imediato.<br />
26
ENCERRAMENTO<br />
DO POLO MORAIS<br />
SOARES<br />
A Junta de Freguesia da <strong>Penha</strong> de França informa que se encontra encerrado, por tempo indeterminado, o Polo Morais<br />
Soares desta instituição, sito na Rua Morais Soares, n.º 32.<br />
A Junta de Freguesia viu-se obrigada a encerrar este Polo depois de lhe ter sido entregue um parecer do Laboratório Nacional<br />
de Engenharia Civil, por si solicitado, sobre o estado de conservação e segurança do referido edifício. Tal relatório considera, de<br />
forma geral, que não estão reunidas condições de segurança para que o mesmo continue a ser utilizado.<br />
Informa-se ainda que os serviços ali existentes foram redistribuídos pelos seguintes espaços:<br />
Posto de Atendimento<br />
Sede da Junta de Freguesia e Espaço Multiusos<br />
Serviços de Enfermagem e Gabinete de Desenvolvimento Social<br />
Espaço Nova Atitude<br />
Assuntos relativos à Divisão de Educação, Desporto, Cultura, Ação Social e Saúde<br />
Espaço Multiusos<br />
Assuntos relativos à Assembleia de Freguesia<br />
Espaço Multiusos<br />
Já está definida uma localização adequada à instalação do Posto Médico, cuja abertura será em breve divulgada pelos meios<br />
habituais.<br />
SEDE DA JUNTA DE FREGUESIA<br />
Travessa do Calado, n.º 2<br />
Telefone: 218 160 720<br />
segunda a sexta-feira das 9h00 às<br />
18h00<br />
Autocarro n.º 797<br />
ESPAÇO MULTIUSOS<br />
Avenida Coronel Eduardo Galhardo<br />
(debaixo do viaduto)<br />
Telefone: 218 100 390<br />
segunda a sexta-feira das 9h00 às<br />
18h00 para os serviços acima descritos,<br />
as restantes atividades deste Espaço<br />
mantêm-se nos mesmos horários<br />
Autocarro n.º 730 e n.º 735, na Avenida<br />
General Roçadas<br />
ESPAÇO NOVA ATITUDE<br />
Quinta do Lavrado, Avenida Marechal<br />
Francisco da Costa Gomes<br />
Telefone: 210 532 377<br />
segunda a sexta-feira das 9h30 às<br />
13h00 e das 14h00 às 17h30<br />
Autocarro n.º 730<br />
Recordamos que, para todas as pessoas com necessidades especiais de locomoção,<br />
está disponível transporte da Junta de Freguesia.<br />
27