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Olimpicamente #3

Publicação mensal do Comité Olímpico Caboverdeiano

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Comité Olímpico<br />

Cabo-verdiano<br />

OLIMPICAMENTE<br />

www.coc.cv<br />

MARÇO 2018<br />

#003


2<br />

Março Janeiro 2018<br />

Cristina Ferreira, a mulher no desporto.<br />

Forum: A Mulher e o Desporto. Um ano depois<br />

Cristina Ferreira preside à<br />

Comissão da Mulher no Comité<br />

Olímpico Cabo-verdiano.<br />

Olha para as recomendações<br />

saídas do forum, e constata a<br />

realidade.<br />

Foto COC<br />

Assiste-se de facto a um reforço<br />

do papel da mulher?<br />

- Do meu conhecimento não há<br />

estudo, indicadores traçados ou<br />

um observatório da participação<br />

da mulher no desporto em Cabo<br />

Verde, pelo que se torna difícil<br />

responder à questão. Contudo,<br />

baseando em perceção geral<br />

não nos parece ter havido reforço<br />

do papel da mulher no<br />

desporto, tal como foi recomendado<br />

no Fórum. As barreiras<br />

culturais persistem decorrentes<br />

de estereótipos em relação à<br />

divisão do trabalho entre mulher<br />

e homem e discriminação<br />

da primeira.<br />

Igualdade efectiva?<br />

- A sociedade está mais atenta<br />

à igualdade efectiva e o país<br />

acaba de dar um passo importante<br />

com a aprovação da lei da<br />

paridade.<br />

As mulheres estão mais reivindicativas<br />

dos seus direitos<br />

mas em relação ao lazer e ao<br />

desporto, essa manifestação<br />

é ainda bastante tímida. Com<br />

efeito, a mulher continua assoberbada<br />

pela sua função de cuidadora<br />

e de gestora doméstica.<br />

Lembro-me que no mês de<br />

agosto do ano passado (2017),<br />

a Comissão Mulher e Desporto<br />

do COC e a ONG Womenise.it<br />

se associaram para uma conversa<br />

aberta com as mulheres<br />

da Associação de Safende, sobre<br />

a mulher e o desporto, e os<br />

motivos evocados pelos organizadores<br />

pela fraca presença<br />

das jovens do bairro foram que<br />

estavam nas lides de casa ou<br />

tinham ido à igreja.<br />

Estão a ser chamadas para processos<br />

de decisão?<br />

- Não se nota evidências de<br />

uma mobilização efetiva das<br />

mulheres para os processos de<br />

tomada de decisão nos encontros<br />

e nos Fora que acontecem.<br />

Não raras vezes, há projetos<br />

que são concebidos e a mulher é<br />

chamada mais para legitimá-los<br />

e operacionalizá-los sem poder<br />

influenciar grandemente as escolhas,<br />

as orientações.<br />

Afirmação. Tem a mulher percepção<br />

da necessidade?<br />

- A mulher reconhece a necessidade<br />

da sua afirmação em


Março Janeiro 2018 2018 3<br />

processos de liderança e quando<br />

os assume fá-lo com convicção<br />

e empenho. No entanto,<br />

as barreiras culturais, institucionais,<br />

não raras vezes afetam-na<br />

e acabam por desmotivá-la. A<br />

estratégia face a isso é de evitamento<br />

e desistência. Estou a<br />

lembrar-me agora da entrevista<br />

que ouvi na rádio na semana<br />

passada, da Presidente da<br />

Associação de Andebol do Sal,<br />

que apresentou esses obstáculos,<br />

a dificuldade em conciliar<br />

diversas funções em termos<br />

profissionais, pessoais e de<br />

gerir pessoas no desporto.<br />

Faz falta uma rede de mento-<br />

ring de mulheres para um maior<br />

envolvimento nos processos de<br />

liderança. Recordo que na sequência<br />

do Fórum houve uma<br />

formação sobre a liderança,<br />

de um conjunto de mulheres<br />

intervenientes no desporto nas<br />

diferentes ilhas e nos diversos<br />

concelhos.<br />

Existem ainda sessões de formação<br />

contínua, em linha, mas<br />

não há reutilização, a não ser<br />

nalguns casos, das ferramentas<br />

disponibilizadas.<br />

Mudança. Estamos a conseguir<br />

influenciar o Estado, as organizações?<br />

- Pouco ou nada. Não conheço<br />

uma estratégia de plaidoyer/<br />

advocacia em prol de uma participação<br />

efetiva da mulher no<br />

desporto. Como referi o foco<br />

tem sido os direitos económicos.<br />

Donde que se infere do discurso<br />

de Cristina Ferreira, que continua<br />

bem viva a necessidade<br />

de “abrir” as cabeças, e lutar<br />

permanentemente no combate<br />

à discriminação.<br />

Olympians Sports 4Life<br />

Desporto para a Vida - Inspiração<br />

Uma bolsa de 5000 dólares<br />

para um projecto do Comité<br />

OLímpico Cabo-verdiano, impulsionado<br />

pela Associação de<br />

Atletas Olímpicos.<br />

Para que todos eles, cumpram,<br />

ultrapassando os limites de sua<br />

carreira desportiva, um papel<br />

determinante na propagação<br />

dos valores do olimpismo.Na<br />

sociedade.<br />

No país. Junto das escolas, da<br />

família, dos amigos.<br />

Com base nestes pressupostos,<br />

foi criado um projecto, visando<br />

essa difusão.<br />

A associação mundial reconheceu<br />

o valor da proposta cabo-verdiana<br />

e decidiu-se pela<br />

atribuição da verba, para que<br />

em Cabo Verde e na diáspora,<br />

os atletas sejam valorizados<br />

nas suas acções de dinamização.<br />

A “cara” do conceito, Isménia<br />

Frederico, primeira atleta a<br />

representar o país nuns Jogos<br />

Olímpicos, está imbuída de um<br />

espírito missionário, com vista<br />

a que o Olympians Sport 4Life<br />

seja um modelo inspirador.<br />

Para que o envolvimento de<br />

todos em actividades de promoção<br />

da igualdade e da inclusão,<br />

seja uma referencial de<br />

comportamento e atitude.<br />

Foto de COC


4<br />

Março Janeiro 2018<br />

Entrevista com Filomena Fortes<br />

Mais mulheres na liderança desportiva<br />

- “ ... se formos a ver bem o que<br />

se passou no último ano, pouco<br />

ou nada foi feito. Isto claro,<br />

à luz das recomendações<br />

do Fórum Mulher e Desporto,<br />

realizado precisamente há um<br />

ano.”<br />

Para a presidente do Comité<br />

Olímpico Cabo-verdiano,<br />

“... continuamos a querer<br />

chamar a atenção para a<br />

questão da paridade”.<br />

Houve nesse capítulo, um<br />

compromisso do governo para<br />

que se trabalhe uma lei que<br />

regule a paridade no desporto.<br />

Há vontade, parece existir já<br />

um projecto-lei, mas ainda<br />

muito na base do desconhecimento.<br />

- “ Quanto ao Comité Olímpico,<br />

continuamos na luta, e a<br />

fazer apostas claras na equidade<br />

do género. Conforme as<br />

recomendações emanadas do<br />

Fórum”. - reafirma Filomena<br />

Fortes, que insiste em chamar<br />

atenção para o programa<br />

M-Olympics, que tinha essas<br />

preocupações, e percorreu todas<br />

as ilhas do arquipélago.<br />

- Estaremos a olhar para o<br />

combate às desigualdades de<br />

outra forma?<br />

- “ Eu era contra, agora sou a<br />

favor das cotas. Numa base da<br />

competência.<br />

Se não trabalharmos com as<br />

cotas, o facto de reconhecermos<br />

a qualidade, só por si,<br />

não basta.<br />

Temos três mulheres no governo.<br />

Neste momento só temos<br />

duas mulheres a presidir<br />

a associações desportivas...<br />

portanto...” !<br />

Filomena Fortes bate quase<br />

sempre numa tecla. Que é a<br />

da culpa da própria mulher. As<br />

mulheres não se apresentam,<br />

não se afirmam. Faltam passos,<br />

faltam decisões. Muitas<br />

vezes, são elas a dizer não aos<br />

desafios.<br />

- “ ... temos que começar pelos<br />

pequenos cargos. Como<br />

treinadora, dirigente... crescer<br />

nas organizações, para chegarmos<br />

à liderança.”- é a convicção,<br />

o conselho de uma das<br />

poucas dirigentes deste nível<br />

no mundo.<br />

Quanto aos resultados conseguidos<br />

pelo Fórum Mulher e<br />

Desporto, segundo Filomena<br />

Fortes, ficou-se muito aquém.


Março Janeiro 2018 2018 5<br />

Ou seja, as pessoas abriram<br />

os corações, discutiram,<br />

mostraram caminhos, mas um<br />

ano depois... andou-se pouco.<br />

A propósito da comemoração<br />

do dia da Mulher Cabo-verdiano,<br />

voltou a equacionar-se<br />

2020, como o ano da Lei da<br />

Paridade.<br />

Para Filomena Fortes, já nem<br />

deveria merecer discussão.<br />

Deveria ser hoje uma realidade.<br />

- “ O discurso é muito bonito,<br />

mas ficamos pela beleza<br />

do discurso.” - ironiza a dirigente<br />

que reforça a ideia da<br />

criação no âmbito do COC da<br />

Comissão da Mulher, do programa<br />

“M-Olympics”, e a aposta<br />

recente em projectos de<br />

formação do FutbolNet, uma<br />

outra forma de, através do futebol,<br />

olhar para os valores da<br />

igualdade.<br />

No FutbolNet, as equipas são<br />

mistas, e valorizam-se as boas<br />

acções, princípios e valores.<br />

Resumindo e concluindo; São<br />

necessárias mais mulheres na<br />

liderança desportiva!<br />

Foto SUL<br />

Ética<br />

Apresentação de Cartilha<br />

Marinne Antunes, apresenta-se como uma sobrevivente<br />

do cancro. E é. De facto. Esteve na Cidade<br />

da Praia, a contar a sua história de superação pela<br />

mão da Associação Cabo-verdiana de Luta contra<br />

o cancro.<br />

De uma penada, em parceria com o Comité Olímpico,<br />

o momento de partilha teve como palco, a Ética<br />

no Desporto.<br />

Vendo bem, faz todo o sentido a ligação. Falamos do<br />

carácter. E de princípios morais. Um conceito que vai<br />

da filosofia à prática, e que nos remete para comportamentos,<br />

ideais de vida e de prosperidade.<br />

Um modo de estar. No desporto como na vida. O<br />

COC quis lançar uma Cartilha e assim foi apresentada.<br />

Pela sua autora, Zelinda Cohen, por Orlando<br />

Mascarenhas presidente da Comissão de Ética do<br />

Comité Olímpico, e pelo reputado académico António<br />

Correia e Silva.<br />

Afinal, o desporto é muito mais do que uma competição.<br />

É respeito, é superação, é excelência, é paz.<br />

Foto SUL


6<br />

Março Janeiro 2018 2018<br />

Lúcia Moniz, futebolista da Seven Stars.<br />

É uma “bandeira” do futebol feminino em Cabo Verde. Não se diz, muito menos<br />

se escreve a idade de uma mulher, mas podemos afiançar que Lúcia Moniz anda<br />

nisto há muitos, muitos anos. E mais. Não quer parar. Continua com a mesma vontade,<br />

energia e entusiasmo.Também foi jogadora de Andebol, mas o futebol levou a melhor.<br />

Estudou em Portugal, onde jogou futsal. Hoje é capitã das Seven Stars. A formação campeã.<br />

A “irmã” Lúcia.<br />

Podemos dizer que nos últimos<br />

anos, mudou muito pouco no<br />

futebol feminino.Mas da mesma<br />

forma, podemos dizer que mudou<br />

muito.Confusos?!<br />

Lúcia Moniz explica; “... ou seja,<br />

as exigências que fazíamos há<br />

quatro anos, continuamos a fazêlas.<br />

Vejo que as entidades competentes<br />

continuam a olhar para<br />

isto com os mesmo olhos... mas<br />

por outro lado, há mais equipas,<br />

e mais mulheres a querer jogar<br />

futebol.<br />

Parece um contra-senso, mas<br />

valha-nos o entusiasmo que é<br />

crescente.<br />

Temos muita esperança na nova<br />

ordem federativa. Algo vai mudar...<br />

e nós queremos fazer parte<br />

da mudança.<br />

A nova federação tem muitos projectos<br />

para o futebol feminino. E<br />

hoje recebemos muitos e bons<br />

“inputs” da Europa e de vários<br />

países de África.<br />

Temos potencial, portanto é escolher<br />

o caminho certo.<br />

Há mais torneios, e os regionais<br />

são mais competitivos.<br />

E temos equipas a aparecer<br />

também no futebol de 7 e no<br />

futsal.<br />

O que se nota que ainda falta, é a<br />

capacidade organizativa.<br />

É bom que se pense em formar<br />

uma selecção nacional. Acredito<br />

que acontecerá em breve.<br />

Ainda quer dar muito ao futebol...<br />

tem muitas coisas em mente,<br />

objectivos em comum com a federação,<br />

para passos seguros.<br />

Fechamos com um exemplo de<br />

abertura. “Nós antes tínhamos<br />

que mendigar um espaço para<br />

treinar, hoje em dia temos o Estádio<br />

da Várzea a partir das seis<br />

da tarde, de segunda a sexta-feira,<br />

à disposição do futebol feminino”.<br />

reforça Lúcia Moniz.<br />

Acreditemos, portanto!


Março Janeiro 2018 2018 7<br />

Silvéria Nédio<br />

“ O Futebol nasceu comigo “<br />

Tocar a “ Bola prá Frente”!<br />

Literalmente. Em toda a linha. Nome de clube... nome de vida! Num primeiro contacto, Nita, “petit<br />

nom” por que é conhecida, diz-nos quem é, e de onde vem a sua força. Das raízes, da origem, das<br />

necessidades.<br />

mulheres. Jogou, jogou... e acabou a ensinar o<br />

futebol. Como coadjuvante num projecto - escola<br />

fomentado pelo antigo jogador Jorge Andrade e<br />

pela federação. A experiência teve morte prematura...<br />

e Nita ficou, pode dizer-se, com as crianças<br />

nas mãos. À data Mário Semedo, presidente federativo,<br />

incentivou-a a continuar com a escola.<br />

“Bola prá Frente”!<br />

-”Os miúdos tinham que crescer, que a vida é<br />

andar para a frente... que a escola tem que ir<br />

andando... é prá frente... e bola, porque... está-se<br />

mesmo a ver”. - assim se justifica para a escolha<br />

do nome da sua escola de futebol.<br />

Quem a quer ver feliz, é dando indicações aos<br />

muitos, mesmo muitos miúdos, que correm,<br />

chutam e festejam. Dos quatro aos dezessete<br />

anos.<br />

Foto SUL<br />

-Ӄ assim; eu acho que o futebol nasceu comigo!<br />

Desde muito cedo, mas muito cedo mesmo, eu<br />

jogava à bola com tudo e com todos”.<br />

Resumo; uma mulher trabalhador que sempre<br />

adorou o futebol. Começou a jogar bem cedo,<br />

apaixonou-se pelo jogo... e viveu-o. Vive e vai<br />

continuar a viver. Hoje transmite os seus conhecimentos,<br />

mas também os seus valores, a largas<br />

dezenas de miúdos que todas as semanas lhe<br />

passam pelo campo.<br />

-” Mais do que descobrir bons jogadores, importa<br />

formar boas pessoas. Jovens com princípios,<br />

com educação”. afirma, em forma de remate,<br />

Silvéria Nédio.<br />

Jogou sempre com os miúdos. Rejeitou o preconceito<br />

o “diz que disse” do povo, das outras<br />

E algumas crianças que merecem atenção especial.<br />

-”Muito cuidado!” - avisa Silvéria Nédio, que<br />

já foi campeã em vários escalões.<br />

-” Com 150 crianças, daqui a 10 anos, 10 serão<br />

futebolistas... daqui a 20 anos, só 5 conseguirão<br />

algum dinheiro a jogar futebol... agora, o que<br />

eu tenho a certeza, é que quase todos, seguramente,<br />

serão bons homens amanhã”. - afiança a<br />

companheira Nita, confiando nos seus créditos<br />

e motivos.<br />

Prefere treinar meninos, porque eles vêm cedo<br />

para o futebol. As meninas só muito mais tarde.<br />

Ainda há algum preconceito relativamente às<br />

mulheres no futebol. Os pais sugerem outros<br />

caminhos para as suas filhas.<br />

Este é o mundo de Silvéria Nédio, que diz que<br />

será treinadora de futebol até à velhice. Ama sua<br />

vida, que é mais completa, porque também tem<br />

dá aulas de ginástica rítmica a miúdas.


8<br />

Março Janeiro 2018 2018<br />

FutbolNet<br />

FOTO Sul<br />

Formação de “TEAMERS”<br />

Não tarda, quando<br />

se falar em FutbolNet<br />

estaremos<br />

a ser conduzidos para<br />

a ideia de “jogo limpo”.<br />

Foi precisamente isto, que<br />

esteve na raíz do pensamento<br />

da Fundação<br />

Barcelona, quando em<br />

2011 criou o conceito.<br />

Uma metodologia de intervenção<br />

social, utilizando o<br />

futebol como eixo, para a<br />

melhoria de vida, e perspectiva<br />

do futuro de crianças e jovens<br />

que crescem em contextos<br />

adversos e vulneráveis.<br />

Em Cabo Verde, o Comité<br />

Olímpico chamou a si o papel<br />

de principal interventor<br />

na passagem do modelo.<br />

E em conjunto com as<br />

fundações, Barcelona e<br />

Olympafrica, lança as bases<br />

para, através do jogo, um<br />

efectivo e proveitoso fomento<br />

de valores tão fundamentais,<br />

como o esforço, o respeito<br />

e o trabalho de equipa.<br />

Em Santa Cruz, e na Praia<br />

têm decorrido acções que<br />

despoletam o entusiasmo,<br />

e que visam a formação<br />

de formadores e<br />

pela criação de torneios.<br />

Chamam-lhes “teamers”,<br />

e vão ajudar a im<br />

plementar o projecto.<br />

Capacitados para a<br />

realização de competições<br />

locais, visando<br />

uma grande final, que<br />

decorrerá a 21 de Abril.<br />

Mais... na sequência será<br />

formada uma selecção nacional<br />

que representará<br />

o país num torneio internacional<br />

na Gâmbia.<br />

O FutbolNet, é um jogo de<br />

crianças. São elas, em equipas<br />

mistas, que promovem<br />

as regras e se valorizam.<br />

E é com elas, e a pensar<br />

nelas, que durante Abril,<br />

mês do Desporto para o<br />

Desenvolvimento da Paz,<br />

se fará uma grande aposta<br />

na demonstração das qualidades<br />

deste “futebol limpo”.


Março Janeiro 2018 2018 9<br />

OUTROS PLANOS<br />

Triatlo em Cabo Verde.<br />

Jogos Africanos de Praia 2019<br />

Protocolo COC - CMSal - ACNOA<br />

Associação de triatlo<br />

com Daniel Gonçalves.<br />

Começou por ser Triathlon. Vem do grego. O Triatlo<br />

é uma combinação atlética de três variantes.<br />

A Natação, o Ciclismo e a Corrida.<br />

O moderno nasceu nos Estados Unidos, na<br />

década de 70 do século passado. Competição<br />

dura, que obriga a uma enorme capacidade de<br />

resistência.<br />

Estreou-se nos Jogos Olímpicos em Sidney 2000,<br />

com 1,5 Km de natação, 40 Kms em bicicleta, e<br />

10 Kms de corrida.<br />

É um desporto que ganha cada vez mais adeptos<br />

em todo o mundo.<br />

Por cá também.<br />

Na forja, uma Associação pela mão de Daniel<br />

Gonçalves.<br />

Estamos de acordo. Quanto à importância da realização dos Jogos Africanos de Praia. Para o Sal,<br />

para Cabo Verde... para o desporto do país... e para o Movimento Olímpico.<br />

O encontro de ideias, de expectativas, e de concretização, reflectido num protocolo assinado no Sal,<br />

entre a Câmara Municipal, O Comité Olímpico Cabo-verdiano e a ACNOA, Associação de Comités<br />

Olímpicos de África. Um entendimento e um reforço de competências, no sentido do sucesso absoluto<br />

da organização.<br />

Em Abril, os Jogos terão uma imagem, uma mascote, e o <strong>Olimpicamente</strong> mostrará tudo na próxima<br />

edição.<br />

Foto CM Sal


10<br />

Março Janeiro 2018 2018<br />

Taekwondo<br />

(tê quón dô)<br />

O combate de que as mulheres gostam.<br />

FOTO José Alves<br />

FOTO José Alves<br />

Pés, mãos e mente. As três<br />

armas utlizadas nesta<br />

técnica de combate para<br />

defesa pessoal, que nasceu<br />

na Coreia e se tornou um dos<br />

desportos mais praticados pela<br />

juventude em todo o mundo.<br />

E como se nota o seu desenvolvimento<br />

em Cabo Verde. Muito<br />

por fruto, dos bons resultados<br />

obtidos por alguns altletas em<br />

competições internacionais.<br />

Indira Barros e Vânia Timas<br />

têm 15 anos de idade. Há cerca<br />

de 2, tiveram o primeiro contacto<br />

com o TaeKwondo. São<br />

viznhas, amigas,companheiras<br />

de escola, e partilham sonhos.<br />

Ambas querem representar<br />

Cabo Verde nos Jogos Olímpicos.<br />

Vestem as cores do Taekwondo<br />

do país, e trabalham<br />

arduamente para atingirem o<br />

topo. Treinam todos os dias, e<br />

com afinco tal, que até parece<br />

provável possam concretizar os<br />

objectivos que têm em mente.<br />

Quando se lhes pergunta,<br />

porque não escolheram outro<br />

desporto, a resposta parece automática.<br />

Sempre se sentiram<br />

atraídas pelas artes marciais, e<br />

é este combate que querem ter.<br />

Um combate que está a ser ganho<br />

pelas mulheres. São cada<br />

vez mais a dedicar-se ao taekwondo.<br />

Para isso muito contribui<br />

a dedicação,o empenho, os ensinamentos,<br />

e os valores fundamentais<br />

que recebem do mestre<br />

João Germano, pioneiro do taekwondo<br />

em Cabo Verde. Preci-<br />

samente um ano após o “baptismo<br />

de fogo” como modalidade<br />

olímpica de exibição em Seoul 88.<br />

No Centro Taekwondo Mestre<br />

Chung, em Palmarejo, na Cidade<br />

da Praia, dezenas de crianças<br />

e jovens, lutam diariamente por<br />

serem melhores atletas... ...fundamentalmente<br />

por um crescimento<br />

com princípios de educação<br />

e valores de respeito. Isto<br />

lhes é incutido como algo fundamental<br />

para uma vida saudável.<br />

Por aqui, fazem-se bons atletas,<br />

formam-se bons cidadãos.<br />

O interesse e entusiasmo são<br />

crescentes, face também ao<br />

aparecimento de novos projectos,<br />

outros centros de ensino,<br />

que visam numa primeira<br />

abordagem a inclusão, o<br />

combate às desigualdades.


Março Janeiro 2018 2018 11<br />

Neste percurso encontramos<br />

Mayara da Rosa e Naicha Silva,<br />

que tal como outras companheiras,<br />

receberam o “bichinho” do<br />

taekwondo, resolveram experimentar,<br />

e hoje é vê-las diariamente<br />

a formarem-se como atletas.<br />

Fazem-no ali para os lados de<br />

Tira Chapéu, um bairro onde<br />

existem focos de muita vulnerabilidade<br />

infanto-juvenil, e onde<br />

Djaló Correia que também ensina<br />

karaté, reune à sua volta,<br />

dezenas de pequenos-grandes<br />

adeptos das artes marciais.<br />

Assiste-se ao fim do dia a uma<br />

classe de taekwondo, e percebese<br />

de imediato o quanto é importante<br />

para estas crianças,<br />

esta reunião, esta partilha.<br />

Aqui também se sonha com<br />

percursos de sucesso, com carreiras<br />

desportivas, com bons<br />

resultados, com medalhas.<br />

Mais importante, o preenchimento<br />

pessoal, a realização humana.<br />

Os novos “inputs” de Djaló Almeida<br />

em Tira-Chapéu, e a mestria<br />

e experiência de João Germano<br />

no Palmarejo, criam expectativas<br />

tão boas... que propôem um futuro<br />

melhor<br />

FOTO José Alves<br />

Campeonato Africano<br />

de Taekwondo<br />

E os resultados estão à vista.<br />

Em Agadir, Marrocos, norte de<br />

África, três atletas cabo-verdianas<br />

deram bem a imagem de<br />

como se está a trabalhar no<br />

país.<br />

Maria Andrade, que representou<br />

Cabo Verde no Rio 2016, Ingrid<br />

Carvalho e Sofia Reis, subiram<br />

ao pódium dos campeonatos,<br />

para receberem a medalha de<br />

bronze nas suas categorias.<br />

FOTO José Alves<br />

Foto Eneias Rodrigues<br />

Camarões<br />

O que por lá se passou, com Sabino Correia<br />

África e o Olimpismo. E o centro<br />

do continente desta vez, foi a<br />

República dos Camarões.<br />

Sabino Correia, que representou<br />

o movimento olímpico cabo-verdiano,<br />

explica o que lá<br />

foi fazer. Para começar, o encontro<br />

de todas as Academias<br />

Olímpicas de África, numa vasta<br />

troca de experiências e de<br />

apresentação de projectos.Um<br />

dos momentos mais altos, foi a<br />

inauguração do Centro de Estudos<br />

Olímpicos Africanos que<br />

em Yaoundé, vai dedicar-se à<br />

promoção de informação técnica<br />

e científica na área dos estudos<br />

do olimpismo.<br />

Nesse sentido, o responsável<br />

do Clube Olímpico de Santa<br />

Cruz, participou num colóquio<br />

científico centrado nos desportos<br />

tradicionais africanos. As<br />

origens, os percursos, e a ambição<br />

do ingresso no programa<br />

olímpico.Para Sabino Correia,<br />

foi ainda muito relevante perceber<br />

a forma como o movimento<br />

olímpico em Cabo Verde, tem<br />

hoje uma outra cotação. Enquanto<br />

líder, os ganhos conseguidos<br />

vão revelar-se em<br />

especial na preparação e organização<br />

de eventos em Santiago<br />

Sul, nomeadamente no<br />

Centro Olympafrica em Santa<br />

Cruz, e no que ao FutbolNet diz<br />

respeito. Rematando, Sabino<br />

Correia considerou a experiência<br />

como “única”.


OLIMPICAMENTE<br />

www.coc.cv<br />

Publicação mensal. Propriedade do Comité Olímpico Cabo-verdiano.<br />

Todos os direitos reservados.<br />

Desporto para a Paz<br />

Finalmente Abril.<br />

Eventos mil !<br />

Em prol da paz. Pelo respeito, pela amizade, pela tolerância, pela igualdade.O desporto na rua. Em parceria com<br />

o Comité Olímpico Cabo-verdiano, os recém-formados Clubes Olímpicos, numa demonstração de pujança, levam<br />

à prática uma série de iniciativas, que se focam no desenvolvimento social através de variás modalidades.<br />

Como o cativante FutbolNet (futebol limpo), a ginástica aeróbica, na organização de torneios de futsal e ténis de mesa,<br />

corridas de atletismo, bem como em encontros que permitirão às crianças o acesso a vários exercicíos desportivos.<br />

Tudo isto a pensar na inclusão, no combate à discriminação na paz. Assinala-se o dia do Desporto para o Desenvolvimento<br />

da Paz, e o principal foco são os milhares de crianças dos cinco aos doze anos.Uma valente acção de sensibilização para<br />

os valores olímpicos.Associando-se a uma iniciativa global, Cabo Verde, volta a mostrar um “White Card”, cartão branco<br />

para a paz, e para o desenvolvimento social.<br />

Tóquio 2020<br />

Adysangela Moniz quer lá estar!<br />

Com esse propósito, a judoca cabo-verdiana, mudou<br />

o rumo da sua carreira desportiva, e rumou a<br />

Portugal para se preparar para os próximos Jogos<br />

Olimpicos.Como bolseira da Solidariedade<br />

Olímpica, Adysangela iniciou um plano junto do<br />

clube português Sport Lisboa e Benfica.-”Optimista<br />

e muito focada!”- frisou à partida para Portugal.<br />

Adysangela Moniz representou Cabo Verde em<br />

Londres 2012.<br />

COMITÉ OLÍMPICO<br />

CABO-VERDIANO<br />

Presidente<br />

Filomena Fortes<br />

Secretário-Executivo<br />

Leonardo Cunha<br />

Secretário-Geral<br />

Nelson Jesus<br />

Travessa Pierre de Coubertin, Nº1<br />

ASA Praia - Santiago<br />

Foto Francisco Figueiredo

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