You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Ano 01 | Edição <strong>004</strong> | Maringá, abril de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Pág. 5<br />
EDSON SCABORA<br />
UM VICE NA COLA DE ULISSES<br />
“Nós atendemos a agenda praticamente juntos, atuo até como conselheiro do prefeito.” (Edson Scabora)<br />
O <strong>FATO</strong> <strong>MANDACARU</strong> é um jornal comunitário do mundo que aborda temas de cunho social, e a política através do sistema democrático é o principal<br />
fator de construção de uma sociedade justa e igualitária. A figura do vice, em qualquer âmbito dos cargos públicos sempre foi renegada a um<br />
zero à esquerda, bem por isso, nossa redação decidiu conversar com o Vice- Prefeito de Maringá Edson Scabora, sobre suas reais funções<br />
na administração pública do município e entender também como ele pensa a cidade no senso de aglomeração humana.<br />
Ligiane Ciola, Jornalista Responsável na foto com o Vice-Prefeito Scabora<br />
Entrevista de: Ligiane Ciola e J.C . Leonel<br />
Ligiane Ciola: O que o senhor<br />
está fazendo para mudar o imaginário<br />
coletivo que vê o vice-prefeito<br />
como alguém que nada faz?<br />
Edson Scabora: “O viceprefeito<br />
geralmente é aquele sujeito<br />
que pagou a campanha ou pertence<br />
a um partido que tem um bom<br />
tempo de televisão; então, normalmente<br />
não tem nenhuma afinidade<br />
entre prefeito e vice, são meros<br />
acordos políticos. O problema é<br />
que após as eleições essa fórmula<br />
não funciona pois o prefeito passa<br />
a atuar praticamente sozinho, só<br />
na ausência do prefeito é que o vice<br />
assume mas não dá continuidade<br />
ao trabalho, aliás na maioria dos<br />
casos o vice não faz nada, fica lá<br />
no seu gabinete, é só uma figura<br />
que assina papéis. No meu caso e<br />
do Ulisses, é bem diferente. Existe<br />
uma cumplicidade muito grande<br />
entre nós. Eu estou no dia a dia, todo<br />
o tempo na sala dele. Nós atendemos<br />
a agenda praticamente juntos.<br />
Isso faz com que eu cumpra a<br />
real obrigação do vice-prefeito.”<br />
Ligiane Ciola: Mas qual é a<br />
verdadeira função do viceprefeito?<br />
Edson Scabora: “Eu acho que<br />
a função do vice-prefeito é justamente<br />
esta. Estar junto com o prefeito,<br />
atento a tudo e no meu caso<br />
até como conselheiro do prefeito.<br />
Não houve nesse um ano e dois<br />
meses de mandato, nenhuma<br />
ação do Ulisses que eu não tivesse<br />
ciência e aprovasse. Fica muito fácil<br />
quando ele sai de férias como<br />
aconteceu em janeiro, a minha atuação<br />
como prefeito interino. Para<br />
que vocês tenham uma ideia, o<br />
acordo com a TCCC fui eu que fechei,<br />
mas não fui eu que fechei, foi<br />
a administração que fechou, pois<br />
nós dois juntos havíamos tratado<br />
desse assunto. Essa é a maneira<br />
correta de governar uma cidade.”<br />
Ligiane Ciola: O senhor nunca<br />
havia exercido um cargo público.<br />
Como foi que o professor Scabora<br />
terminou na política?<br />
Edson Scabora: ”Por incrível<br />
que pareça não enfrentei nenhum tipo<br />
de conflito pois minha experiência<br />
é empresarial. Estou gerenciando<br />
uma escola há 30 anos e participo<br />
também do Rotary, Maçonaria,<br />
Associação Comercial; já o<br />
Ulisses, tem 30 anos de vida pública.<br />
Nós em modo natural juntamos<br />
o que há de bom na vida pública<br />
com a experiência empresarial.<br />
Para mim, a gestão é maravilhosa,<br />
estamos desburocratizando<br />
a máquina, agilizando processos e<br />
transformando Maringá em uma cidade<br />
melhor ainda do que ela já<br />
é.”<br />
Ligiane Ciola: Na edição anterior<br />
de O <strong>FATO</strong> <strong>MANDACARU</strong>, o<br />
presidente da Associação Comunitária<br />
do Jardim Alvorada disse que<br />
pretende reivindicar a criação de<br />
uma vice-prefeitura para o bairro,<br />
como o senhor vê essa ideia?<br />
Edson Scabora: “É uma das<br />
nossas ideias. Ouvindo a população<br />
a gente descobre o que ela<br />
quer e precisa. A ideia é muito bacana,<br />
agora nem tudo depende só<br />
do executivo e precisamos ouvir<br />
também o pessoal técnico da administração<br />
pública.”<br />
Ligiane Ciola: Hoje o senhor<br />
está diretamente envolvido em algum<br />
projeto da administração?<br />
Edson Scabora: “Aqui as coisas<br />
não funcionam assim, muitos<br />
me perguntam: Você é um secretário?<br />
Eu digo, não, sou o viceprefeito.<br />
Todas as ações da prefeitura<br />
eu estou junto com o Ulisses.<br />
Todas, não existe nenhuma obra,<br />
nenhum projeto que eu não saiba<br />
o que está acontecendo e eu não tenha<br />
efetiva participação.”<br />
J.C. Leonel: O senhor tem ambições<br />
políticas? (A essa pergunta<br />
Scabora reage com um largo sorriso<br />
antes de responder).<br />
Edson Scabora: “Rapaz,<br />
quem entra na política parece que<br />
é picado pela “mosquinha azul”. A<br />
gente tem sim ambições políticas,<br />
daqui há 3 anos nós tentaremos a reeleição<br />
e depois disso aí sim, quem<br />
sabe a gente se empolgue e se candidate<br />
a prefeito de Maringá.”<br />
J.C. Leonel: Quais são os projetos<br />
para <strong>2018</strong>?<br />
Edson Scabora: “Muita coisa,<br />
muitas obras. Já vai sair esse ano<br />
ainda, até dezembro ficará pronto<br />
o Hospital da Criança, uma grande<br />
conquista para Maringá. Teremos<br />
também a duplicação da Avenida<br />
Carlos Borges que será a mais<br />
bonita de Maringá. Agora o que<br />
vislumbramos para Maringá são<br />
locais públicos belos como espaço<br />
de convivência nos bairros e atrativos<br />
para os turistas no centro. No<br />
total são 54 obras em andamento<br />
que somam aproximadamente R$<br />
150 milhões de investimento.”<br />
J.C. Leonel: O senhor fala de<br />
obras, mas nós estamos interessados<br />
em saber como a Maringá que<br />
lidera o ranking de IDH no Brasil,<br />
resolverá o problema dos mais de<br />
300 moradores de rua que hoje temos?<br />
Quais são os projetos sociais<br />
que incluem esses seres humanos,<br />
cidadãos que por algum motivo foram<br />
empurrados para a margem da<br />
sociedade?<br />
Edson Scabora: “Existe uma<br />
comissão permanente que discute<br />
o problema, inclusive o promotor<br />
Kalache faz parte dela. O problema<br />
de moradores de rua, de usuários<br />
de drogas, é que eles só vão ao<br />
tratamento se eles se voluntariarem,<br />
essa é uma grande dificuldade.<br />
Há dinheiro para o tratamento<br />
e existem os locais, agora o que<br />
não existe é a vontade dessas pessoas<br />
quererem ir. Esse trabalho já<br />
é feito, já existe. Eu insisto, já é feito<br />
um trabalho através da SASC<br />
mas enquanto a pessoa não se voluntariar<br />
a ir se tratar, a gente não<br />
pode fazer nada. Infelizmente é assim<br />
que funciona a nossa lei. No<br />
meu ponto de vista, quem hoje usa<br />
drogas, tá numa situação psicológica<br />
que não tem mais força sobre<br />
si mesmo. Nesses casos não deveria<br />
existir o voluntariar-se. Eu<br />
acho que aí a pessoa deveria compulsoriamente<br />
ser levada a um local<br />
para se tratar, mas infelizmente<br />
a lei não é assim. A pessoa tem que<br />
querer mas muitas vezes se perde a<br />
vida da pessoa porque ele não quis<br />
ir e a lei não nos permite forçar a<br />
ida dele ao tratamento”.<br />
Ligiane Ciola: Como o senhor<br />
avalia esse primeiro ano de governo?<br />
Edson Scabora: “Tivemos<br />
uma revolução na saúde. Nós praticamente<br />
zeramos as filas das consultas<br />
especializadas. O Jair que é<br />
nosso secretário, entende muito da<br />
logística da saúde e com poucas<br />
mudanças obteve resultados relevantes.<br />
Nos serviços públicos, nós<br />
praticamente estamos cortando 10<br />
vezes mais árvores e plantando praticamente<br />
o triplo do que plantava<br />
antes. Em resumo, avançamos muito<br />
apesar de ser nosso primeiro<br />
ano de mandato.”■