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Fides 22 N2

Um publicação do Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper.

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Editorial<br />

Em 31 de outubro de 2017 completam-se 500 anos do marco histórico da<br />

Reforma Protestante. O monge agostiniano Martin Luther, professor de Bíblia<br />

da Universidade de Wittenberg, afixou nas portas da igreja da cidade 95 teses<br />

que criticavam a prática da venda de indulgências por ameaçar o verdadeiro<br />

tesouro da igreja: o evangelho. Essa publicação provocou uma discussão de<br />

proporções seculares e deu ocasião à maior cisão da Igreja do ocidente na<br />

história. As repercussões do movimento iniciado por Lutero transformaram<br />

completamente a sociedade e a cultura da Europa e, nestes 500 anos, alcançaram<br />

todo o mundo.<br />

São incalculáveis os tesouros teológicos acumulados nesse período.<br />

A Reforma Protestante teve papel fundamental em grandes transformações<br />

eclesiásticas, políticas, científicas, educacionais, culturais, sociais, etc. Por<br />

outro lado, meio milênio é tempo suficiente para o esquecimento de verdades<br />

preciosas e o (res)surgimento de velhos e novos enganos e distorções da fé e<br />

da prática cristãs. Nem tudo são flores nesses quinhentos anos.<br />

Nesta edição especial da revista <strong>Fides</strong> Reformata, os professores do Centro<br />

Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper reuniram-se para promover<br />

um mergulho na história e no pensamento da Reforma Protestante.<br />

No primeiro artigo – “A Reforma e os historiadores” – Alderi Souza de<br />

Matos apresenta as diferentes abordagens e avaliações de historiadores sobre<br />

a Reforma Protestante e traz à luz os desafios envolvidos no estudo e na<br />

compreensão de movimentos históricos. Em seguida, em “O papel da música<br />

na Reforma e a formação do Saltério de Genebra”, Dario de Araujo Cardoso<br />

descreve as contribuições que Lutero e Calvino trouxeram no que diz respeito<br />

ao uso da música no culto e ao canto congregacional. Destaca como os reformadores<br />

reconheceram e utilizaram o poder de mobilização e edificação da<br />

música para a promoção dos valores da Reforma.<br />

No terceiro artigo – “Lutero e os antinomistas: Qual é a visão evangélica<br />

da lei?” – Heber Carlos de Campos Jr. mostra que o movimento reformado<br />

não era monolítico e apresenta uma das discussões internas ao luteranismo<br />

acerca da relação do arrependimento com a lei e o evangelho. O texto mostra<br />

como Lutero, Melanchton e João Agrícola discutiram sobre a necessidade de<br />

pregar a lei para promover o arrependimento. Mostra também que a resposta<br />

antinomista à discussão da relação entre lei e evangelho, longe de ficar restrita<br />

ao contexto luterano, ressurgiu entre os ingleses e está presente no cenário<br />

evangélico contemporâneo. Vemos assim que o antinomismo é um desafio<br />

frequente a ser enfrentado pela teologia oriunda da Reforma.<br />

O artigo “O perigo a ser evitado numa reforma”, de Heber Carlos<br />

de Campos, apresenta-nos dois aspectos da teologia de Melanchton que se

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