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Abril2018_consciente

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determinado facto aconteça, gerando ansiedade<br />

e prejudicando a paz interior. Quem sofre de<br />

sofrer por antecipação despende de uma grande<br />

quantidade de energia por algo que pode ou não<br />

acontecer, o que trás consequências penosas<br />

para a saúde, altera ciclos de sono e muitas<br />

vezes prejudica as áreas funcionais da sua vida,<br />

tendo consequências no rendimento das suas<br />

competências, por exemplo a nível académico ou<br />

profissional. Preocupar-se com o futuro é um<br />

pensar longe, onde são feitas conjeturas que se<br />

tornam verdades absolutas, sobre coisas que<br />

nem estão ao nosso alcance, porque não<br />

aconteceram e não sabemos, nem temos como<br />

saber, se vão acontecer. São criadas<br />

expectativas, em vão e que podem ou não ser<br />

correspondidas. É urgente prestar atenção a<br />

pensamentos que nos tiram a única coisa que<br />

realmente temos: o momento presente. O<br />

passado já passou e o futuro é só um<br />

pensamento. Estamos sempre no aqui e agora.<br />

Como eu estou aqui e agora a escrever no meu<br />

computador. Não nos podemos permitir sofrer<br />

com um futuro que não temos certeza como será<br />

e deixar que isso prejudique o nosso presente,<br />

que é uma dádiva.O facto de pensar no futuro,<br />

desleixar o presente e sofrer com isso, leva a um<br />

desgaste emocional e a um sofrimento profundo.<br />

Às noites mal dormidas e ao cansaço visível,<br />

acrescenta-se dores de cabeça, tensões<br />

musculares e deficit de memória. É preciso ter<br />

consciência de que as coisas acontecem, da<br />

forma que têm de acontecer, que a preocupação<br />

e o sofrimento antecipado não irá mudar nada,<br />

apenas muda o presente, que não está a ser<br />

aproveitado e daqui a nada é passado.<br />

Augusto Cury, psiquiatra, psicoterapeuta, cientista e escritor, autor do livro «Ansiedade – como enfrentar o mal do<br />

século» diz-nos que sofrer por antecipação é «fazer um velório antes do tempo» e que «só devemos pensar no futuro<br />

para traçar metas».Sugere que nos devemos treinar a dar um choque de lucidez a nós próprios em cada pensamento<br />

perturbador e que isso deve ser um treino diário. Dizendo-nos que «temos de impugnar cada ideia, cada sofrimento<br />

por antecipação, para não registar a experiência ruim e não empulhar nossa memória com dados inúteis.» Sofrer por<br />

antecipação, preencher os dias do presente com pensamentos sobre o futuro, é auto lesivo. É pagar um preço<br />

demasiado elevado por funcionar assim.<br />

Deixamos as nossas sugestões para travar os pensamentos do futuro e viver o presente<br />

Respire: inspira e expira profundamente, pelo menos três vezes ao dia.<br />

Pratique exercício físico: escolha um desporto que goste, caminhe, corra, inscreva-se num ginásio, mas mexa-se! Ajude a<br />

abstrair-se do que a preocupa e aumente a sensação de bem-estar, dada a libertação de endorfinas.<br />

Aproveite o tempo livre: combine sessões de cinema, jantares, passeios, coisas que lhe deem prazer com as pessoas que<br />

gosta ( amigos, família).<br />

Faça das refeições um ritual sagrado:saboreie a comida, repare na forma como a sua refeição está apresentada. Sinta o<br />

seu aroma, preste atenção às diferentes texturas e coma devagar para que possa apreciar cada garfada.<br />

Pratique atenção plena (mindfulness):esta técnica milenar budista consiste em viver no momento presente e ajuda-a a<br />

focar no aqui e agora.<br />

38 CONSCIENTE Abril www.revista<strong>consciente</strong>.pt

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