18.03.2018 Views

O Mensageiro das Estrelas - Galileu Galilei - 1610

Livro escrito pelo cientista Galileu Galilei em 1610 sob título original de "Sidereus Nuncius". Livro científico

Livro escrito pelo cientista Galileu Galilei em 1610 sob título original de "Sidereus Nuncius". Livro científico

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

cuja verdadeira natureza leitosa sempre houvera grandes controvérsias.<br />

94<br />

As observações .de agregados estelares descritas no Sidereus<br />

Nuncíus cóntêm, como já foi notado há muito, uma curiosa<br />

ausência que é o facto de <strong>Galileu</strong> não fazer qualquer menção à<br />

famosa Nebulosa de Orionte (M42), um objecto estelar cujo<br />

aspecto nebular é facilmente visto a olho nu, e que surge<br />

espectacular mesmo quando visto com telescópios muito<br />

modestos. Tendo <strong>Galileu</strong> prescrutado com atenção toda a constelação<br />

de Orionte, é difícil compreender como lhe possa ter<br />

escapado este corpo celeste. 95 Para mais, a nebulosa de Orionte<br />

seria descoberta poucos meses depois, no final de <strong>1610</strong>, por<br />

Nicholas-Claude Fabri de Peiresc (1580-1637), e seria desenhada<br />

pela primeira vez em 1653, pelo astrónomo siciliano<br />

Giovanni Battista Hodierna (1597-1660).96<br />

94 Sobre as diferentes concepções acerca da natureza da Via Láctea<br />

desde a antiguidade, vide STANLEY L. ]AKI, The Milky Wáy, an Elusive<br />

Road to Science (New York: Science History Publications, 1972). É interessante<br />

notar que no caso da Via Láctea <strong>Galileu</strong> mencionou - até em<br />

termos enfáticos - a existência de uma longa tradição de discussões, ao<br />

passo que deixou completamente em silêncio as longas discussões acerca<br />

da natureza da Lua.<br />

95 Sobre este assunto, com várias possíveis explicações para a<br />

observação tardia desta nebulosa, realizada só no final de <strong>1610</strong>, veja-se:<br />

THOMAS G. HARRISON, «The Orion Nebula: Where in History is it?»,<br />

Quarterly Journal o[ the Royal Astronomícal Society, 25 (1984) 65-79,<br />

onde o autor propõe a teoria de um súbito aumento de brilho na nebulosa<br />

de Orionte no final do ano de <strong>1610</strong>, o que finalmente a teria tornado<br />

visível. Owen Gingerich questionou esta explicação e faz notar que,<br />

querendo <strong>Galileu</strong> mostrar que afinal as u,ebulosas não eram mais do que<br />

aglomerados de estrelas, a observação da nebulosa de Orionte seria um<br />

contra-exemplo que ele prudentemente omitiu. Esta explicação é lógica, e<br />

até concorda com a personalidade de <strong>Galileu</strong>, mas deixa, apesar de rudo,<br />

em aberto a dúvida de saber porque não existem referências a esta nebulosa<br />

anteriores a <strong>1610</strong>; OWEN GINGERICH, «The mysterious nebulae,<br />

<strong>1610</strong>-1924», Journal o[ the Royal Astronomical Society o[ Canada, 81<br />

(1987) 113-127.<br />

96 Peiresc viveu em Pádua entre 1600 e 1602 e, nesse período, foi<br />

discípulo de <strong>Galileu</strong> e frequentador do círculo em torno de Paolo Sarpi.<br />

74

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!