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O Mensageiro das Estrelas - Galileu Galilei - 1610

Livro escrito pelo cientista Galileu Galilei em 1610 sob título original de "Sidereus Nuncius". Livro científico

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na terceira carta sobre as manchas solares, em Istorie e dimostrazioni<br />

intorno alie macchie solari (1613) (Opere, V, 196-197)<br />

no Discorso delle comete (1619), escrito em nome de Mario<br />

Guiducci (Opere, VI, 79-85), no II Saggiatore (1623) (Opere,<br />

VI, 354-361), onde está a discussão mais desenvolvida deste<br />

tema, no Dialogo sopra i due massimi sistemi dei mondo (1632)<br />

(Opere, VII, 356-365), e mesmo no Le operazioni astronomiche,<br />

um trabalho redigido já quase no fim da vida que ficaria<br />

incompleto (Opere, VIII, 453-464). O argumento que <strong>Galileu</strong><br />

foi progressivamente desenvolvendo nestes trabalhos era o de<br />

que a vista desarmada produz ilusões ópticas que o telescópio<br />

resolve, e que, portanto, a nossa visão directa não deve ser confiada<br />

quando se trata de observações de fenómenos astro nómicos.<br />

90<br />

Observando com o telescópio duas zonas bem conheci<strong>das</strong><br />

do céu - na constelação de Orionte a zona do cinturão e da<br />

espada, e as Plêiades, na constelação do Touro -, <strong>Galileu</strong> verificou<br />

a existência de dezenas de novas estrelas fixas, invisíveis a<br />

olho nu e por isso totalmente desconheci<strong>das</strong> até então. 91 As<br />

90 Uma vez que o argumento será desenvolvido e aperfeiçoado em<br />

publicações posteriores ao Sidereus Nuncius, não cabe aqui analisá-lo<br />

em detalhe, mas importa sublinhar que o ponto essencial introduzido<br />

por <strong>Galileu</strong> reside numa progressiva afirmação de que vários problemas<br />

relacionados com as observações telescópias resultam de uma não correcta<br />

apreciação dos deftitos da visão a olho nu. Por exemplo, a coroa de irradição<br />

em torno <strong>das</strong> estrelas é, segundo <strong>Galileu</strong>, gerada pelo olho, sendo<br />

o telescópio que a permite eliminar. Qualquer pessoa compreende o<br />

passo arrojado que <strong>Galileu</strong> está a propor, alterando as noções tradicionais<br />

de teoria da percepção e sugerindo que os sentidos humanos não possuem<br />

um estatuto especial, devendo ser tratados e analisados como meros<br />

instrumentos. Vide HAROLD I. BROWN, «Galileo on the telescope and the<br />

eye», Journal for the History o/ ldeas, 46 (1985) 487-501; SVEN DUPRI:,<br />

«Galileo's telescope and celestial light», Journal for the History 01 Astronomy,<br />

34 (2003) 369-399.<br />

91 Qualquer bom atlas celeste esclarece a posição e a moderna descrição<br />

destes grupos de estrelas. Veja-se, por exemplo, MAxlMO FERREIRA,<br />

GUIUIERME DE ALMEIDA, Introdução à Astronomia e às Ohservações Astronómicas<br />

(Lisboa: Plátano, 1995).<br />

71

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