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O Mensageiro das Estrelas - Galileu Galilei - 1610

Livro escrito pelo cientista Galileu Galilei em 1610 sob título original de "Sidereus Nuncius". Livro científico

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[14r] do que 4 milhas italianas. Mas na Terra não existem<br />

montanhas que tenham sequer a altura de 1 milha vertical.<br />

É, pois, evidente que as proeminências lunares são<br />

mais eleva<strong>das</strong> do que as terrestres. 55<br />

Gostaria de explicar aqui a causa de um outro fenómeno<br />

lunar digno de admiração. Este fenómeno foi por<br />

nós observado, não recentemente mas há já muitos anos,<br />

mostrado a alguns amigos próximos e alunos, explicado, e<br />

dele dei uma demonstração causal. 56 Mas uma vez que a<br />

sua observação é facilitada e mais notória com o auxílio<br />

da luneta, pareceu-me que não era desajustado repeti-la<br />

aqui, especialmente para que o parentesco e a semelhança<br />

entre a Lua e a Terra apareçam mais claramente. 57<br />

Quando a Lua, quer antes quer depois <strong>das</strong> conjunções,<br />

se encontra próxima do Sol, oferece à nossa vista<br />

não apenas aquela parte do seu disco que está adornada<br />

com cornos brilhantes, mas também um ténue círculo,<br />

levemente reluzente, que parece delimitar o contorno da<br />

parte escura (isto é, a parte afastada do Sol) e separá-la<br />

do fundo mais escuro do próprio éter. Mas se examinarmos<br />

este assunto com mais cuidado, veremos não apenas<br />

o rebordo extremo da parte escura brilhando com brilho<br />

ténue, mas toda a face da Lua - nomeadamente aquela<br />

parte que ainda não sente o brilho do Sol - branqueada<br />

por alguma luz não despicienda. A primeira vista, contudo,<br />

só aparece uma fina circunferência brilhante devido<br />

à proximidade <strong>das</strong> partes mais escuras do céu em torno<br />

dela, enquanto, pelo contrário, o resto da superfície<br />

parece mais escuro devido ao contacto com os cornos brilhantes,<br />

que escurecem a nossa visão. Mas se se escolher<br />

um lugar tal que esses cornos brilhantes fiquem ocultos<br />

por um tecto, uma chaminé, ou outro obstáculo entre o<br />

nosso olho e a Lua (mas colocado longe do olho),<br />

ficando a restante parte [14v] do globo lunar exposta à<br />

nossa vista, então descobrir-se-á que esta região da Lua,<br />

embora desprovida de luz solar, também brilha com uma<br />

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