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editorial<br />
Ano 21 - nº 212<br />
Julho 2016<br />
O risco de<br />
Esta revista é uma<br />
publicação independente<br />
da Correcta Editora Ltda<br />
e de público dirigido<br />
estar no Brasil<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />
Os Jogos Rio 2016 começam daqui a pouco e as delegações de atletas<br />
estrangeiros e jornalistas já estão por aqui. Logo, começam a aportar os<br />
turistas que virão para assistir as competições.<br />
As autoridades insistem em dizer que as questões sanitárias e de segurança<br />
estão sob controle, mas só saberemos se isto é verdade quando o<br />
evento, efetivamente, começar.<br />
Por enquanto, o que sabemos é que a cidade vive uma realidade de caos<br />
urbano, com guerra entre traficantes, balas perdidas para todos os lados,<br />
obras inacabadas ou acabadas sem qualidade nenhuma (vide a ciclovia Tim<br />
Maia). A linha 4 do metrô, que seguirá até a Barra da Tijuca, será inaugurada<br />
apenas para atender a família olímpica (atletas, colaboradores e público das<br />
competições). Depois deste funcionamento é que será feita uma pausa para<br />
ajustes. Quando foi inaugurado o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), houve<br />
falhas no primeiro dia útil de operação.<br />
Em relação à segurança, um dos maiores temores dos organizadores<br />
é o terrorismo. O Brasil será o foco da atenção do mundo e, apesar de não<br />
ser o alvo direto, recebe delegações de mais de 100 países, muitos deles<br />
em conflito declarado com outras nações participantes dos Jogos Rio 2016.<br />
A segurança será reforçada por mais de 20 mil soldados do exército<br />
brasileiro, que devem ocupar locais de competição, vias públicas e pontos<br />
turísticos. Além destes, forças internacionais também devem participar do<br />
esquema de segurança.<br />
Só saberemos se tudo isso irá funcionar no momento em que a Olimpíada<br />
começar. Os cariocas não estão muito animados e os outros brasileiros não<br />
se envolveram como a organização esperava. Agora, falta pouco.<br />
Neste número da <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong> vamos mostrar os riscos que podem<br />
ser garantidos pelo mercado de seguros num evento deste porte. Além<br />
disso, também mostramos como é o seguro de vida para atletas, de todas<br />
as modalidades e independente das competições.<br />
Aproveite. Boa leitura!<br />
Diretora de Redação<br />
Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para redacao@revistaapolice.com.br<br />
3
sumário<br />
28 atletas<br />
32 manaus<br />
14 PME Pequenas e médias empresas têm grandes<br />
oportunidades quando grandes eventos<br />
36 tecnologia<br />
acontecem, mas precisam se preparar para<br />
atender as demandas<br />
20 esporte<br />
39 evento<br />
Grupo Bradesco Seguros está pronto para<br />
atuar nos Jogos Rio 2016 como patrocinador<br />
e representante do mercado de<br />
seguros<br />
6 | painel<br />
24 riscos 10 | gente<br />
40 | painel saúde<br />
Eventos de grande porte envolvem uma<br />
série de riscos que preocupam organizadores<br />
e empresas. Saiba como o mercado<br />
de seguros pode contribuir<br />
42<br />
|<br />
Profissionais e amadores precisam<br />
de seguros individualizados, que<br />
atendam os diferenciais da vida de<br />
quem pratica esportes<br />
Corretores e personalidades do setor<br />
discutem oportunidades do mercado<br />
diante dos atuais consumidores,<br />
dos novos produtos e da tecnologia<br />
O mercado de seguros irá aceitar<br />
e absorver as novidades que uma<br />
disrupção tecnológica apresentará<br />
ao setor. É só uma questão de tempo<br />
Seguradora se renova e apresenta<br />
nova marca para o Brasil, com<br />
intenção de dobrar seu tamanho<br />
no País<br />
comunicação<br />
4
5
painel<br />
• nassistência<br />
Novo site e loja virtual<br />
A Fácil Assist apresenta ao mercado seu novo site institucional:<br />
www.facilassist.com.br.<br />
Totalmente reformulada, a homepage conta agora com novo visual e layout<br />
mais moderno e atrativo, para facilitar a navegação dos usuários.<br />
Outra novidade é a nova Loja Virtual - um novo serviço criado pela empresa<br />
para oferecer ao consumidor uma série de produtos e serviços de assistência<br />
personalizados, que podem ser adquiridos sob demanda.<br />
• nvida<br />
Envelhecimento<br />
da população<br />
• naeronáutico<br />
Companhia ingressa em novo segmento<br />
A AXA oferecerá aos seus clientes<br />
um novo produto. Trata-se do seguro<br />
Aeronáutico, com apólices que garantem,<br />
além da cobertura básica para casco,<br />
Responsabilidade Civil Facultativa –<br />
LUC e Responsabilidade do Explorador<br />
e Transportador Aéreo (RETA), Responsabilidade<br />
Civil de Hangares, incluindo<br />
qualquer operação relacionada à atividade<br />
aeroportuária e desenvolvida dentro<br />
das áreas restritas dos aeroportos.<br />
Segundo Mary Helen de Conti, ge-<br />
rente de subscrição aeronáutica da companhia,<br />
o diferencial da empresa será o<br />
atendimento. “Atuaremos, como sempre,<br />
estimulando as nossas parcerias com os<br />
corretores, criando nichos específicos, o<br />
que fortalecerá a nossa operação. Além<br />
disso, daremos foco especial no retorno<br />
rápido e ágil aos nossos clientes, uma demanda<br />
recorrente no setor”, explica Mary.<br />
“Nesse primeiro momento, a expectativa<br />
da AXA é emitir até o final do ano<br />
cerca de R$ 8 milhões. Entendemos que<br />
o setor aeronáutico brasileiro, o segundo<br />
maior mercado do mundo depois dos<br />
Estados Unidos, na frente inclusive do<br />
mexicano, apresenta um enorme potencial.<br />
A nossa expertise em outras regiões<br />
do mundo sem dúvida é um diferencial<br />
importante“, finaliza Jean-Marc Radureau,<br />
Vice Presidente Técnico de Grandes<br />
Riscos da AXA.<br />
Com o aumento da expectativa de<br />
vida, os brasileiros buscam formas para<br />
garantir o bem-estar na maturidade. Um<br />
dos caminhos é optar por seguro de vida<br />
e pela previdência complementar. Foi o<br />
que apontou recente pesquisa da MetLife,<br />
que mostra que 40% dos funcionários<br />
de grandes empresas no Brasil possuem<br />
esses produtos.<br />
No entanto, boa parte dessa parcela<br />
mantém o benefício por meio da empresa<br />
em que trabalha e não por iniciativa<br />
pessoal. Nesse caso, é importante que o<br />
segurado pense sobre o padrão de vida<br />
que gostaria de manter quando precisar<br />
do benefício. Será que o valor da apólice<br />
atual é suficiente para que o beneficiário<br />
e sua família não reduzam despesas<br />
ou interrompam atividades que fazem<br />
parte de sua rotina? “É importante que<br />
as pessoas invistam cada vez mais no<br />
planejamento financeiro pessoal. O orçamento<br />
familiar, muitas vezes, depende<br />
de apenas uma fonte de renda, por isso<br />
é fundamental que a família tenha uma<br />
reserva ou um seguro para se financiar<br />
em casos emergenciais”, afirma Eduardo<br />
Deperon, diretor comercial da MetLife.<br />
O seguro de vida oferece benefícios<br />
complementares por meio de vários tipos<br />
de assistências. Para quem é esportista,<br />
gosta de viajar, precisa de um chaveiro ou<br />
até mesmo de cuidados com animal de<br />
estimação, as assistências são um caminho<br />
para agilizar a vida do consumidor.<br />
6
• nbalanço<br />
Prêmios de seguros crescem no mundo<br />
Os prêmios de seguro globais aumentaram<br />
3,8% em termos reais em<br />
2015, em meio a variações nas taxas de<br />
crescimento regional, de acordo com o<br />
relatório sigma mais recente da Swiss Re.<br />
O desempenho geral foi estável após um<br />
ganho de 3,5% nos prêmios de seguros<br />
diretos subscritos em 2014, e vindo em<br />
um ambiente de moderado crescimento<br />
econômico global (2,5%), este último um<br />
motor essencial da demanda de seguro.<br />
Houve uma ligeira desaceleração no setor<br />
de vida em 2015, com o crescimento<br />
dos prêmios globais caindo para 4,0%<br />
(de 4,3%) devido ao fraco desempenho<br />
nos mercados avançados. Quanto ao<br />
não-vida, o forte crescimento nos mercados<br />
avançados da Ásia e a melhoria<br />
na América do Norte e Europa Ocidental<br />
contribuíram para um aumento de 3,6%<br />
nos prêmios de seguros globais, acima<br />
do aumento de 2,4% em 2014.<br />
A previsão é de um ligeiro aumento<br />
no crescimento dos prêmios de vida nos<br />
países avançados em 2016, porém lento<br />
nos mercados emergentes. A pequena<br />
melhoria nos mercados avançados virá de<br />
uma recuperação esperada na Oceania e<br />
da melhoria modesta na Europa Ocidental.<br />
Nos mercados emergentes, o ritmo de<br />
crescimento reflete o forte desempenho<br />
sustentado nos países emergentes da<br />
Ásia. Apesar de estar apresentando uma<br />
desaceleração, o crescimento dos prêmios<br />
na China deverá manter-se forte.<br />
Espera-se que o crescimento do<br />
segmento não-vida global se enfraqueça<br />
devido à atividade econômica moderada<br />
e aos preços reduzidos, principalmente<br />
nos mercados avançados. A perspectiva<br />
para os mercados emergentes é variada. O<br />
crescimento do segmento não-vida tende<br />
a ser forte nos países emergentes da Ásia,<br />
sustentado principalmente pela China.<br />
Em algumas outras regiões, no entanto, a<br />
previsão é de enfraquecimento ou mesmo<br />
redução do crescimento.
painel<br />
• nempresas<br />
Reembolso por<br />
acidente de trabalho<br />
• nlegislação<br />
Seguro para<br />
obras públicas<br />
• nproduto<br />
Aluguel para<br />
universitários<br />
O PASI – Plano de Amparo Social<br />
Imediato, no mês em que completa 27<br />
anos, passa a oferecer uma inédita cobertura<br />
intitulada, REAL – Reembolso à<br />
Empresa por Acidente Laborativo.<br />
A cobertura REAL, tem por objetivo<br />
cobrir as despesas oriundas da<br />
obrigação das empresas, quanto ao<br />
pagamento nos primeiros 15 dias de<br />
afastamento por acidente de trabalho<br />
do empregado. Serão reembolsadas ao<br />
empregador as despesas efetivamente<br />
comprovadas, com o salário e encargos<br />
trabalhistas, bem como outras despesas<br />
diretamente vinculadas ao evento que<br />
deu causa ao afastamento, respeitando<br />
o limite máximo da cobertura contratada.<br />
Também poderá ser oferecida<br />
ao trabalhador afastado uma complementação<br />
salarial referente ao valor da<br />
remuneração que receberia se estivesse<br />
trabalhando, obedecendo aos critérios<br />
da cobertura.<br />
A REAL em breve estará disponível<br />
para contratação em todo território nacional.<br />
O objetivo do PASI é levar através<br />
dos corretores de seguros esta cobertura<br />
para o maior número possível de empresas<br />
e trabalhadores.<br />
• nautomóvel<br />
Livre escolha<br />
O senador Fernando Bezerra Coelho<br />
(PSB-PE) afirmou que o projeto de<br />
revisão da Lei de Contratos e Licitações<br />
que está sendo discutido no Senado vai<br />
determinar que licitações para obras<br />
públicas apresentem apólices de seguro<br />
para garantir a execução dos contratos.<br />
“Estamos trazendo o seguro de obra<br />
pública, mecanismo que existe em países<br />
desenvolvidos como os Estados Unidos,<br />
o mercado europeu e o Japão. Em vez de<br />
trabalhar com cauções, que são 1% do<br />
valor da obra, trazem problemas na execução<br />
da obra e levam o poder público<br />
a refazer a licitação sempre a um preço<br />
mais caro, queremos criar condições.<br />
Temos falado com a indústria de seguros,<br />
que está nos ajudando na elaboração de<br />
uma proposta que seja factível e efetiva”,<br />
disse Coelho.<br />
A proposta também deve manter o<br />
Regime Diferenciado de Contratações<br />
(RDC) para obras acima de R$ 500 milhões.<br />
O RDC é um mecanismo que dispensa<br />
projetos executivos e plano de execução<br />
de obras. “Na realidade, estamos, de<br />
novo, querendo prestigiar a elaboração de<br />
projetos básicos e de projetos executivos<br />
e o RDC dá um drible nisso”, declarou.<br />
O consumidor que utilizar serviços de seguradora de veículos terá o direito de<br />
escolher qual oficina executará os reparos, sem limitação à rede credenciada pela<br />
seguradora de veículos. É o que determina o Projeto de Lei 5097/16, do deputado<br />
Cabo Sabino (PR CE), que assegura a livre escolha tanto para danos no carro do<br />
segurado quanto nos danos a terceiros. Segundo o projeto, a livre escolha tem<br />
de ser respeitada ainda que o segurado e o terceiro escolham oficinas diferentes.<br />
Neste caso, a seguradora precisa cobrir os serviços nos estabelecimentos diferentes.<br />
E deverá informar aos consumidores, nos contratos e no momento do<br />
sinistro, da livre opção do prestador de serviço. A livre escolha garante serviços<br />
de mecânica, de lanternagem, de pintura, de recuperação e limpeza de interior<br />
ou outras similares. No entanto, a oficina precisa ser legalmente constituída com<br />
esta finalidade e precisa apresentar um orçamento compatível com os preços<br />
médios praticados pelas empresas.<br />
Com a chegada do segundo semestre<br />
de aulas, muitos universitários começam<br />
uma nova fase com a mudança para outra<br />
cidade e com a busca por um local que<br />
se identifique para alugar e morar. Mas<br />
conseguir um fiador não é uma tarefa tão<br />
fácil, principalmente quando o jovem não<br />
tem, na nova cidade, parentes e amigos<br />
que possam ser seus fiadores para fechar<br />
o contrato de locação.<br />
Uma das soluções para esses casos é o<br />
Seguro Aluguel, que substitui o fiador e oferece<br />
benefícios e vantagens para viabilizar<br />
a locação e dar segurança, independência e<br />
tranquilidade aos jovens. “Além de tornar o<br />
fechamento do contrato mais ágil, por meio<br />
de facilidades oferecidas para os estudantes,<br />
o seguro concede aos jovens uma ampla<br />
assistência e atendimentos emergenciais de<br />
acordo com as necessidades que podem<br />
surgir no dia a dia”, afirma Luiz Henrique,<br />
superintendente de Riscos Financeiros e<br />
Capitalização da Porto Seguro.<br />
Dentro da gama de benefícios do<br />
produto estão descontos com empresas<br />
de transporte de mudanças, mão de obra<br />
de encanador para a pia que entupiu,<br />
eletricista para o chuveiro que queimou,<br />
além de chaveiro e assistência para<br />
equipamentos eletrônicos, como computadores,<br />
notebooks, tablets, TVs com<br />
acesso à internet, videogames, celulares<br />
e smartphones, entre outros serviços.<br />
Os serviços são válidos somente para<br />
Pessoa Física com locação residencial.<br />
8
• nAmérica Latina<br />
Diminui gap de proteção<br />
O gap de proteção de seguro foi<br />
reduzido na maioria dos países da<br />
América Latina nos últimos dez anos<br />
em relação ao tamanho de seus mercados<br />
seguradores. É o que afirma o mais<br />
recente relatório elaborado pelo Serviço<br />
de Estudos da Fundación Mapfre,<br />
intitulado “Tendência de crescimento<br />
dos mercados seguradores na América<br />
Latina para 2016”.<br />
Essa lacuna a que se refere a seguradora<br />
é a diferença entre a cobertura<br />
seguradora considerada ideal para cada<br />
uma das economias e a que se tem na<br />
realidade. De acordo com a pesquisa<br />
realizada pela Fundación Mapfre, sob<br />
a direção geral de Manuel Aguilera, e<br />
também com a participação de Begoña<br />
Gonzalez, José Brito Correia e Isabel<br />
Carrasco Carrascal, no ano de 2015 o se-<br />
guro latino-americano registrou receitas<br />
de prêmios de quase US$ 139 milhões,<br />
apesar da desaceleração de algumas<br />
economias, que representam 2,86% do<br />
Produto Interno Bruto da região.<br />
O relatório garante que de uma perspectiva<br />
qualitativa, o gap tende também<br />
a diminuir à medida que os mercados<br />
ficam mais sofisticados e se tornam mais<br />
maduros. Afirma ainda que “o índice de<br />
penetração de seguros na região se elevou<br />
em 2,86% em 2015, para um aumento de<br />
1.02 pontos percentuais nos últimos dez<br />
anos. O estudo diz que na última década<br />
diversos elementos contribuíram para<br />
o desenvolvimento do setor de seguros,<br />
permitindo assim um aumento no grau<br />
de cobertura de seguro na região. Entre<br />
esses elementos, destaca-se o crescimento<br />
econômico sustentado pela maioria<br />
dos mercados em um contexto de baixa<br />
inflação, o aumento da renda pessoa disponível,<br />
o desenvolvimento dos sistemas<br />
financeiros, as melhorias no marco regulatório<br />
e as políticas ativas destinadas a<br />
incrementar a cultura financeira.<br />
9
GENTE<br />
Novo presidente<br />
A Caixa Seguridade, que reúne as participações<br />
da Caixa Econômica Federal em seguros<br />
e previdência, anunciou que seu Conselho de<br />
Administração nomeou Raphael Rezende<br />
Neto como novo diretor presidente da companhia.<br />
Rezende Neto, que assume para um<br />
mandato de dois anos, podendo ser reeleito, a<br />
vai substituir Josemir Mangueira Assis, que está<br />
se aposentando, segundo comunicado enviado<br />
à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).<br />
Renovação na<br />
América Latina<br />
Direção<br />
comercial<br />
A Yasuda Marítima anunciou<br />
Eduardo Fazio de Arecippo<br />
Lima como diretor comercial<br />
da companhia responsável<br />
pelo Rio de Janeiro, Espírito<br />
Santo e regiões Norte e Nordeste.<br />
O executivo chega para<br />
contribuir com a estratégia da<br />
empresa de expandir atuação,<br />
aumentar o share de mercado e<br />
dar suporte às oportunidades de<br />
negócios por conta da ampliação<br />
do portfólio de produtos da<br />
seguradora.<br />
A Swiss Re Corporate Solutions<br />
nomeia Axel Brohm como CEO da<br />
América Latina. Brohm irá assumir a<br />
posição imediatamente e será realocado<br />
de Zurique a Miami nos próximos meses.<br />
Em sua nova posição, ele será responsável<br />
por executar a estratégia de expansão da<br />
companhia na América Latina. Como<br />
head of Corporate Development desde<br />
2012, ele foi responsável pelas iniciativas<br />
estratégicas e operacionais de Corporate<br />
Solutions, incluindo a aquisição e o processo<br />
de integração em andamento da<br />
Seguros Confianza na Colômbia.<br />
Diretor de Auto<br />
e Residência<br />
Mario Cavalcante é o<br />
novo diretor de Auto e Residência<br />
da Liberty Seguros. O<br />
executivo será responsável<br />
pela estratégia, desenvolvimento<br />
e lançamentos de produtos<br />
e serviços dessas áreas.<br />
10
GENTE<br />
Reforços no Sudeste<br />
José Cláudio Milhori é o novo gerente<br />
comercial da Berkley no estado de Minas<br />
Gerais. O executivo atuará na consolidação<br />
da companhia em Belo Horizonte, assim<br />
como em todo o estado de Minas Gerais,<br />
através da parceria com os corretores da<br />
Gerente de Subscrição de Marine<br />
região e com o Sincor MG. A filial RJ/ES<br />
também traz novidades na gerência. Com 18<br />
anos de experiência no mercado segurador,<br />
Maria Nazareth Ayres Carneiro Filha é<br />
a nova gerente da Filial do Rio de Janeiro e<br />
Espírito Santo da companhia.<br />
A operação de seguros da XL Catlin<br />
nomeou Paulo Robson Alves como gerente<br />
de Subscrição de Marine para o Brasil. Em<br />
sua nova função, ele subscreverá seguros de<br />
transportes e ampliará a carteira de clientes<br />
da companhia. Alves ficará baseado em São<br />
Paulo e se reportará a Mauricio Giuntini,<br />
gerente regional de Marine para a América<br />
Latina; e a Renato Rodrigues, gerente Geral<br />
para o Brasil.<br />
Comentando a nomeação, Renato<br />
Rodrigues, diretor geral para o Brasil,<br />
afirmou que “a experiência robusta que o<br />
Paulo traz para nossa equipe fortalece nossas<br />
operações no Brasil e nos permite atender<br />
melhor os nossos clientes e corretores.<br />
Nossa equipe de subscrição de marine, altamente<br />
experiente, tem um conhecimento<br />
profundo das regulamentações e dos mercados<br />
nacional e internacional - um ativo<br />
valioso para ajudar as empresas a gerenciar<br />
os complexos e sempre cambiantes riscos<br />
em um mercado global.<br />
CEO para o Brasil<br />
Edson Franco, atual diretorpresidente<br />
(CEO) do negócio de<br />
seguros de vida da Zurich na América<br />
Latina, foi nomeado para a função de<br />
CEO da companhia no Brasil, integrando<br />
os negócios de seguros gerais, vida,<br />
previdência e capitalização. Em sua<br />
nova função, o executivo se reportará<br />
a Claudia Dill, CEO da Zurich LatAm,<br />
e na estrutura de sua equipe contará<br />
com David Colmenares, que como<br />
CEO de Seguros Gerais no Brasil permanece<br />
na condução dos negócios<br />
deste segmento. A nomeação está<br />
relacionada à intenção da companhia<br />
de simplificar a sua estrutura, dando<br />
continuidade ao anúncio de Mário<br />
Greco como CEO Global do Grupo.<br />
O negócio no País passará a ter uma<br />
estrutura voltada para a oferta de produtos<br />
e serviços diferenciados e para<br />
a qualidade na prestação de serviços<br />
a seus clientes e parceiros comerciais.<br />
Atualmente, exerce também o cargo<br />
de presidente da Federação Nacional<br />
de Previdência Privada e Vida (Fena-<br />
Previ) e é vice presidente do Conselho<br />
Diretor da CNSeg.<br />
12
PME | produto<br />
PME’s são a grande<br />
oportunidade do momento<br />
Quando o País se torna palco de um grande evento,<br />
as pequenas e médias empresas precisam estar<br />
preparadas para atender demandas com segurança<br />
Amanda Cruz<br />
14
Quando se para pra pensar em<br />
pequenas e médias empresas<br />
no Brasil alguns dados saltam<br />
aos olhos: elas são as responsáveis<br />
por 27% do PIB, por exemplo. Essa<br />
importância se reflete na prestação de<br />
serviços e no comércio, especialmente<br />
quando o País é palco de grandes eventos.<br />
Há muito o setor já olha atentamente<br />
para esses empreendimentos, lançando<br />
produtos específicos para contemplar<br />
esse nicho. Mesmo assim, apenas 30%<br />
das PME’s no Brasil têm algum tipo de<br />
seguro e dessas muitas não contrataram<br />
❙❙Eduardo Nóbrega, da LTseg<br />
os produtos adequados e que podem fazer<br />
a diferença. “No cenário brasileiro de<br />
hoje, esse não é um tipo de negócio que<br />
o seguro atinge intensamente ou com<br />
facilidade. A penetração ainda é baixa.”,<br />
pontua Eduardo Nóbrega, diretor operacional<br />
da corretora LTseg.<br />
O Grupo Bradesco Seguros afirma<br />
que tem focado ações pontuais para pequenas<br />
e médias empresas. “No Brasil,<br />
existem mais de cinco milhões de estabelecimentos<br />
que ainda não contam com<br />
nenhum tipo de proteção e os pequenos<br />
e médios empresários estão entre os<br />
que mais temem a exposição a riscos,<br />
especialmente patrimonial, que coloca<br />
em xeque os investimentos de seus negócios”,<br />
afirma Leonardo Pereira de Freitas,<br />
superientendente-executivo.<br />
Está dada, então, a oportunidade<br />
para a mudança de cenário. Assim como<br />
foi na Copa do Mundo de 2014, os Jogos<br />
Olímpicos de 2016 deverão movimentar<br />
diversos setores e alavancar o faturamento<br />
dessas PME’s com aumento de<br />
demanda que turistas, brasileiros e estrangeiros,<br />
levarão aos empreendedores<br />
cariocas. Diversos estabelecimentos<br />
devem ser impactados com essa mudança<br />
de fluxo: bares, restaurantes,<br />
pousadas, hostels e até mesmo salões de<br />
beleza, táxis e lavanderias. Os seguros<br />
patrimoniais deverão ser alavancados,<br />
especialmente no Estado do Rio de Janeiro,<br />
à medida que o evento olímpico<br />
se aproxima. À parte de toda preparação<br />
oficial que está sendo feita, os pequenos<br />
e médios negócios estão procurando o<br />
melhor para atender os clientes. Jarbas<br />
Medeiros, superintendente de ramos<br />
elementares da Porto Seguro, afirma<br />
que já acompanha um aumento nessa<br />
movimentação, embora não estrondoso,<br />
que permite dizer que haverá ganhos<br />
para o mercado.<br />
Um ponto que pode ser levado em<br />
consideração quando se trata dessas<br />
empresas é a maneira como elas são<br />
estruturadas: geralmente são formadas<br />
por um único dono ou poucos sócios,<br />
a vida financeira delas não é simples<br />
e muitas vezes precisam de um controle<br />
diferenciado, que fica ainda mais<br />
complicado quando se trata de seguro.<br />
Os donos ainda encaram a contratação<br />
como um custo. As decisões financeiras<br />
são totalmente centralizadas nas mãos<br />
do dono que não ficam restritos apenas<br />
ao gerenciamento, mas participam de<br />
todas as etapas da empresa. Por isso,<br />
Restaurante<br />
de hotel<br />
O restaurante de um hotel<br />
teve problemas com o fogão, que<br />
acabou por causar um incêndio. A<br />
fumaça se alastrou pela bancada<br />
onde os alimentos eram preparados,<br />
prateleiras que abrigavam<br />
queijos e outros alimentos delicados,<br />
enfim, por toda cozinha. Essas<br />
comidas sensíveis foram contaminadas<br />
pela fumaça, que alterou os<br />
sabores, ficando inutilizáveis.<br />
O contrato do cliente tinha cobertura<br />
contra incêndio, com valor<br />
do imóvel e dos móveis declarados:<br />
teto, fogão, bancada etc. contratando,<br />
inclusive, cobertura para esses<br />
alimentos afetados. Só houve um<br />
problema: o restaurante não tinha<br />
controle de estoque. O proprietário<br />
foi incapaz de dizer quanto exatamente<br />
havia em alimentos danificados,<br />
impossibilitando a indenização.<br />
15
produto<br />
❙❙Gustavo Toledo, da MetLife<br />
as seguradoras contam com corretores<br />
que possam dar o que esse perfil mais<br />
precisa: atendimento personalizado.<br />
“O mercado de seguros se desenvolve<br />
pelo fator confiança e proteção e os pequenos<br />
e microempresários exigem um<br />
tratamento particular, personalizado,<br />
capaz de compreender seu universo e,<br />
sobretudo, estar próximo a ele. O cálculo<br />
preciso de custo-benefício é essencial<br />
para esse empresário”, destaca Freitas.<br />
Na Metlife não tem sido diferente,<br />
conforme afirma Gustavo Toledo,<br />
diretor comercial da companhia. Com<br />
bastante proximidade com o nicho, o<br />
executivo destaca as empresas PME’s<br />
que já tiveram que começar o processo<br />
de preparação muito antes, como é o<br />
caso das empresas de construção. “Nós<br />
percebemos um movimento dessas<br />
médias e pequenas empresas. O Rio<br />
de Janeiro virou um canteiro de obras<br />
e na construção civil, para poder prestar<br />
serviço, existem acordos coletivos<br />
que exigem a contratação do seguro<br />
de vida em grupo, então percebemos<br />
um aumento nessa procura”, afirma.<br />
Mas, nesse aspecto, Toledo indica que<br />
o aumento dessa carteira pode ter sido<br />
sazonal, já que a empresa pode ter<br />
contratado mais gente por causa dessas<br />
obras específicas, mas deverá retomar<br />
suas atividades normais com menos<br />
gente na folha de pagamento.<br />
16<br />
O primeiro desafio é mostrar para<br />
esse empreendedor que ele tem riscos<br />
inerentes aos seus negócios. Fora isso:<br />
acidentes acontecem mais do que se<br />
imagina. Danos podem ser muito mais<br />
prejudiciais para pequenos negócios.<br />
Se uma indústria de grande porte<br />
perde um container com mercadorias<br />
pode não significar muita coisa, mas<br />
um restaurante perder uma parte do<br />
que há na geladeira pode fazer com<br />
que ele feche as portas para o jantar.<br />
Ser um empreendimento pequeno<br />
não pode deixar margem para que o<br />
comando com investimentos, estoque,<br />
contratações seja descuidados. A falta<br />
de controle pode trazer sérios danos.<br />
Os tempos já foram melhores para<br />
o Brasil. Há pouco mais de dois anos,<br />
a empolgação com os grandes eventos<br />
ainda era grande. O País se preparava<br />
para receber a Copa do Mundo de 2014<br />
e já se programava para as Olimpíadas de<br />
2016, que agora finalmente chegaram. A<br />
despeito de qualquer prognóstico desfavorável,<br />
as PME’s podem ser empreendimentos<br />
capazes de lucrar com esses<br />
eventos. Para ajudar, o mercado oferece<br />
soluções personalizadas para a variada<br />
gama de situações possíveis: coberturas<br />
para materiais utilizados, lucros cessantes,<br />
responsabilidade civil etc., todos, em<br />
Restaurante de<br />
Frutos do Mar<br />
Um sinistro aconteceu no estoque<br />
refrigerado de crustáceos. Era<br />
um restaurante de alto nível, com<br />
estoque de lagostas e outros frutos<br />
do mar. Durante a noite, depois que<br />
o restaurante havia fechado, houve<br />
um dano em um dos compartimentos<br />
da câmara de refrigeração.<br />
Resultado: os crustáceos descongelaram<br />
e estragaram. Produtos<br />
importados como esses, atrelados à<br />
cotação do dólar, causam prejuízos<br />
altíssimos. O faturamento dele costumava<br />
ser de aproximadamente<br />
R$5 milhões. Naquela noite R$1<br />
milhão teria sido perdido se não<br />
houvesse seguro.<br />
❙❙Jarbas Medeiros, da Porto Seguro<br />
diversas seguradoras, com o “codinome”<br />
do estabelecimento.<br />
“Os produtos existem e não são<br />
caros. O que falta é conscientização”,<br />
afirma Nóbrega. Se isso é o que falta,<br />
Toledo diz que já enxerga mudanças<br />
nesse tipo de profissional. Mesmo<br />
porque as leis que obrigam a contratação<br />
de determinados produtos ajudam<br />
a notar a importância do seguro.<br />
“Especialmente nesse momento que<br />
estamos vivendo. Temos riscos que<br />
podem acontecer e que despertam<br />
a necessidade de proteção urgente.<br />
O empresário ganha consciência de<br />
proteger o colaborador e a si mesmo”,<br />
afirma Toledo.<br />
Um restaurante especializado em<br />
frutas do mar, por exemplo, precisaria<br />
de uma cobertura específica para danos<br />
de produtos congelados? Exagero?<br />
Não. Essa possibilidade existe e está<br />
no clausulado de diversas companhias.<br />
“O que precisamos lembrar é que o<br />
corretor precisa ter sensibilidade. Nossa<br />
função é, justamente, mostrar que isso é<br />
realidade”, alerta o corretor. Ou seja, o<br />
cliente acabará comprando uma apólice<br />
que não serve completamente às suas<br />
especificidades e se frustrará ainda mais<br />
no momento do sinistro.<br />
Se o corretor de um restaurante com<br />
frigorífico se lembrar disso e informar<br />
o cliente, este certamente se comprome-
terá em pagar um pouco mais para ter<br />
as coberturas.<br />
Aviso de piso molhado<br />
Quando andamos por um shopping<br />
é comum se deparar com a velha placa<br />
amarela: Cuidado! Piso molhado. Muitas<br />
vezes o chão já está seco há bastante<br />
tempo, mas o aviso continua por lá. O<br />
nome disso é: precaução. Se alguém escorrega<br />
naquela local que acabou de ser<br />
limpo, o dono do estabelecimento pode<br />
ser confrontado judicialmente, já que sem<br />
o aviso ele coloca a integridade física de<br />
seus clientes em risco. Essa é uma maneira<br />
básica de gerenciamento de riscos.<br />
“Se eu fosse um empreendedor de uma<br />
pequena ou média empresa que receberá<br />
muitos estrangeiros, essas seriam minhas<br />
duas medidas prioritárias: comprar a placa<br />
de piso molhado e contratar um seguro<br />
adequado” brinca Nóbrega.<br />
Isso é importante porque há outro<br />
Fratura em hotel<br />
Entre os clientes estava um<br />
hotel que recebia grande fluxo de<br />
turistas. Um dos hóspedes sofreu<br />
uma queda e fraturou o fêmur e, por<br />
conta disso, contratou um advogado<br />
internacional processou o estabelecimento.<br />
Foi preciso acionar a<br />
cobertura de Responsabilidade Civil<br />
para terceiros.<br />
ponto bastante sensível: receber turistas<br />
estrangeiros. Não é só o fluxo e a demanda<br />
que aumentam, mas a cultura. Não<br />
há julgamentos de valores, há apenas<br />
uma forma de encarar questões como<br />
atendimento, noções de responsabilização,<br />
cultura de judicialização entre<br />
outros fatores. É fato: a maneira de<br />
se relacionar e encarar essas questões<br />
muda de acordo com o background<br />
cultural. Um bom exemplo disso são os<br />
norte-americanos. Por lá, as questões de<br />
responsabilidade civil são encaradas de<br />
maneira bastante rígida, a modalidade<br />
é bastante difundida. “No Canadá, por<br />
exemplo, se há neve acumulada na calçada<br />
de sua loja e alguém cai e se machuca<br />
quem sofreu o dano pode processar o<br />
estabelecimento por não ter limpado a<br />
neve”, ilustra Nóbrega.<br />
A cobertura de Responsabilidade<br />
Civil é imprescindível e deve ser contratada<br />
com bons limites. “O dono de<br />
uma pousada, por exemplo, não sabe<br />
o porte do hóspede que receberá e se<br />
essa pessoa sofrer um acidente dentro<br />
do local impossibilitado de trabalhar ou<br />
de voltar para seu local de origem, essa<br />
cobertura garantirá o bem-estar dele e<br />
também do estabelecimento”, afirma<br />
Medeiros. O seguro de RC pode dar<br />
conta de questões como intoxicações<br />
alimentares causadas pela comida do<br />
17
produto<br />
prestador de serviços, danos por ataques<br />
de animais ou insetos, acidentes<br />
devido à prática de esportes dentro das<br />
dependências ou sinistro ocorrido em um<br />
passeio que tenha sido organizado pelo<br />
hotel, por exemplo.<br />
A necessidade de um processo judicial<br />
para ser indenizado não desestimula<br />
as pessoas a comprovar a responsabilidade<br />
dos estabelecimentos comerciais.<br />
Essas ações costumam acontecer<br />
com mais rapidez em países que têm o<br />
hábito de judicialização, no Brasil tramitam<br />
com um pouco mais de lentidão,<br />
mas um dia chegam. “Mesmo que a ação<br />
demore cinco, sete anos para se concretizar,<br />
a empresa carregará esse processo<br />
enquanto a PME existir”, ressalta.<br />
Outra cobertura que pode ser de<br />
grande valia para o pequeno e médio<br />
empreendedor é a de lucros cessantes.<br />
Em alguma situação em que está tudo<br />
pronto para receber clientes e algum<br />
sinistro ocorre, toda expectativa de<br />
ganhos fica frustrada. Em casos como<br />
incêndios severos, por exemplo, o estabelecimento<br />
pode ter que ficar fechado<br />
por dias ou meses e ter essa contratação<br />
pode cobrir o prejuízo de não poder<br />
operar os negócios. “Se uma PME para<br />
por um semestre, certamente, ela não<br />
conseguirá manter-se”, opina Eduardo<br />
Nóbrega, da LTseg. Nesse nicho, esse<br />
tipo de contratação, em 90% dos casos,<br />
os lucros cessantes estão atrelados à<br />
cobertura básica. Ou seja, se o evento<br />
que está coberto pela apólice básica<br />
ocorrer, a cobertura de lucros cessantes<br />
entra em vigor.<br />
Há duas outras coberturas que<br />
merecem atenção: a de indenizações<br />
para bens e outra de indenizações para<br />
valores de hóspedes, que são feitas separadamente,<br />
a primeira é para qualquer<br />
objeto que o cliente do estabelecimento<br />
possuir e a outra para dinheiro em espécie.<br />
“Hoje, em nossa base de clientes,<br />
só 30% contratam a cobertura para os<br />
bens dos hóspedes, enquanto a proteção<br />
contra roubo de valores é ainda menor:<br />
8%”, afirma o executivo da Porto Seguro.<br />
Semelhante a isso, há uma cobertura<br />
especial para arrastões, realidade muito<br />
presente em diversas cidades do País.<br />
Vestido indenizado<br />
Ao servir uma taça de vinho, um<br />
garçom derrubou a bebida em um<br />
vestido de alta-costura, caríssimo, de<br />
uma cliente. Ela exigiu ser ressarcida<br />
e, por possuir uma cláusula de danos<br />
a terceiros em sua apólice empresarial,<br />
o restaurante pode indenizá-la<br />
e não sofrer prejuízos.<br />
Como bem lembra Jarbas Medeiros,<br />
da Porto Seguro, existem assistências<br />
que também podem ser essenciais para<br />
os estabelecimentos. Um ar-condicionado<br />
quebrado no Rio de Janeiro ou em<br />
Salvador, por exemplo, ou um problema<br />
de chaveiro, encanador, entre outros,<br />
podem significar uma perda grande para<br />
o empreendedor. Ela pode ser evitada se<br />
ele tiver um seguro com assistência que<br />
atenda essa emergência, o que será feito<br />
de maneira mais rápida e com muito<br />
menos custos.<br />
Lacunas<br />
Um tipo de hospedagem diferente, mas<br />
que atrai muitos turistas, especialmente<br />
mochileiros de fora do país, os hostels<br />
passaram a ser uma opção com ótimo<br />
custo para aqueles que viajam buscando<br />
experiências mais diretas com a vida<br />
do local de destino. A <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />
consultou dois hostels no Rio de Janeiro,<br />
um no bairro de Santa Teresa e outro em<br />
Copacabana, para saber um pouco mais<br />
sobre o preparo dos estabelecimentos<br />
quando o assunto é seguro e o constatado<br />
foi: o básico está contratado. Incêndio,<br />
raios e explosões, alguns, como o de<br />
Santa Teresa que já passou por sinistros,<br />
também se preocupam bastante com<br />
riscos de enchentes e inundações.<br />
Mas o preparo para por aí. Os consultados<br />
disseram não contratar seguros<br />
de Responsabilidade Civil, de roubo de<br />
bens e valores e nada que vá muito além<br />
do básico. Quando perguntados se conheciam<br />
ou teriam interesse em incrementar<br />
as proteções também foram distantes.<br />
Isso mostra que o seguro ainda é<br />
um ilustre desconhecido para alguns<br />
segmentos. As pessoas até sabem que<br />
existem opções, mas conhecem pouco e<br />
não enxergam como isso pode ser efetivo<br />
em seus negócios.<br />
Nóbrega acredita que os pequenos e<br />
médios empreendedores são tomadores<br />
de risco, mesmo que nem sempre se enxerguem<br />
dessa forma. “Ele abre um estabelecimento<br />
sem saber se terá ou não<br />
clientes. Então sabe que corre riscos”.<br />
Para o corretor, agora o que é preciso<br />
é que as PME’s olhem para o que vai<br />
além disso.<br />
18
19
marketing | esporte<br />
Preparado para o<br />
grande momento<br />
Grupo Bradesco Seguros está pronto para atuar nos<br />
Jogos Rio 2016 como patrocinador e segurador oficial<br />
do maior evento esportivo mundial<br />
Kelly Lubiato<br />
Muitas iniciativas foram<br />
postas em prática durante<br />
o período que antecedeu<br />
os Jogos Rio 2016. Agora,<br />
em poucos dias começa o maior evento<br />
esportivo mundial, que conta com o patrocínio<br />
do maior grupo segurador brasileiro,<br />
que registrou no primeiro trimestre de<br />
2016 faturamento de R$ 15,2 bilhões nos<br />
segmentos de seguros, capitalização e<br />
previdência complementar aberta – evolução<br />
de 11,4% em relação ao totalizado<br />
no mesmo período de 2015.<br />
Antes dos Jogos Rio 2016, o Grupo<br />
Bradesco Seguros tem realizado ativações<br />
tanto no Circuito da Longevidade quanto<br />
na Ciclofaixa de Lazer. A preparação para<br />
receber os parceiros e segurados destacou<br />
a promoção Vai Brasil... Vai Você, que<br />
levará 50 pessoas (e acompanhantes) aos<br />
Jogos Olímpicos em um pacote especial.<br />
Estas pessoas se cadastraram na promoção<br />
20<br />
e ganharam os pacotes. “Temos clientes<br />
de todo o Brasil vencendo e o curioso<br />
é que esta é uma forma de conceder<br />
uma oportunidade às pessoas que não<br />
tinham planejado assistir aos Jogos. Isso<br />
é muito importante para nós, pois é uma<br />
contrapartida que oferecemos aos nossos<br />
clientes e parceiros, para o evento ser<br />
ainda mais especial”, adianta Alexandre<br />
Nogueira, diretor do Grupo Bradesco<br />
Seguros. “Este será um pacote no qual<br />
vamos oferecer o que há de melhor para<br />
estas pessoas.”<br />
Para levar o espírito olímpico às cinco<br />
regiões do país e envolver a população no<br />
maior evento esportivo mundial, o Grupo<br />
Bradesco Seguros promove o Museu Itinerante<br />
Se Prepara Brasil — O Caminho<br />
do Esporte até o Rio. Com o projeto, duas<br />
carretas passarão por 45 cidades em todo<br />
o território nacional para apresentar uma<br />
exposição gratuita sobre rodas, com mais<br />
de 100 peças do acervo do Comitê Olímpico<br />
Internacional (COI), do Comitê<br />
Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê<br />
dos Jogos Rio 2016, além de coleções<br />
particulares.<br />
Welcome kit
Alexandre Nogueira, Diretor do<br />
❙❙Grupo Bradesco Seguros<br />
Juntos, os veículos, que partiram<br />
de Vitória (ES) e Goiânia (GO) em 30<br />
de abril, percorrerão cerca de 30 mil<br />
quilômetros em dois roteiros distintos,<br />
que se encontrarão em agosto no Rio de<br />
Janeiro, onde o Museu ficará exposto<br />
durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos,<br />
nos Bulevares Olímpicos Parque<br />
Madureira e Porto Maravilha. Mais de<br />
75 mil pessoas já visitaram o Museu, e<br />
a previsão é de 200 mil pessoas visitem<br />
a exposição.<br />
A seguradora é a patrocinadora<br />
oficial do Time Brasil, que recebeu um<br />
kit de saúde e odontológico com todas as<br />
orientações e apoio necessário. De acordo<br />
com informações do UOL, já são 464<br />
esportistas que participarão do evento.<br />
Vamos ter um canal diferenciado para<br />
o atendimento dos atletas, respeitando<br />
as regras complexas de segurança do<br />
Comitê Olímpico Internacional”, explica<br />
Nogueira.<br />
O patrocínio do Grupo Bradesco<br />
Seguros aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos<br />
Rio 2016, assim como sua condição<br />
de segurador oficial do evento, vai ao<br />
encontro de sua estratégia de atuação<br />
de difundir para a população a importância<br />
da prática esportiva e da adoção<br />
de hábitos saudáveis como pilares para<br />
a conquista da longevidade, com saúde,<br />
qualidade de vida e bem-estar.<br />
O objetivo do Grupo Bradesco Seguros,<br />
com este patrocínio, é criar uma<br />
associação com os valores olímpicos naturalmente,<br />
o que é muito poderoso. “Isso<br />
reforça os atributos da marca. Além disso,<br />
uma campanha com este porte almeja que<br />
não clientes também intencionem adqurir<br />
seguros para participarem da promoção<br />
que oferece os pacotes de viagem como<br />
prêmio”, acrescenta Nogueira.<br />
Com a aproximação dos Jogos,<br />
grande parte das informações a respeito<br />
dos atletas, de modalidades esportivas,<br />
curiosidades etc. são publicadas diariamente<br />
na fanpage Bradesco Rumo aos<br />
Jogos Rio 2016. Esta fanpage já conta<br />
com mais de 540 mil participantes e<br />
é um canal para que o público conheça<br />
um pouco mais dos esportes. “Durante<br />
os Jogos acreditamos que aumentará a<br />
frequência do público”. Em pouco mais<br />
de um ano a página registra mais de 3,1<br />
milhões de interações do público, entre<br />
compartilhamentos, comentários e curtidas<br />
no Facebook. O Grupo Bradesco<br />
Seguros também disponibilizou em<br />
seu site uma ferramenta de contagem<br />
regressiva para os Jogos.<br />
Completando este círculo virtuoso,<br />
o Grupo Bradesco Seguros conta com os<br />
Já temos campeões<br />
O perfil de cada um<br />
dos atletas pode ser<br />
visto no site<br />
www.cob.org.br,<br />
na aba de atletas<br />
embaixadores da marca, os medalhistas<br />
olímpicos Leila e Giba, do vôlei. Para<br />
o Grupo, é importante associar os seus<br />
valores com atletas tão bem sucedidos<br />
e empáticos com o público. Mais próxima<br />
ainda à realidade brasileira está a<br />
equipe de Atletas Bradesco Seguros, que<br />
participa do Circuito da Longevidade e<br />
das principais competições nacionais e<br />
internacionais. Aliás, o Grupo Bradesco<br />
Seguros prepara uma atração muito<br />
especial para o período compreendido<br />
entre o fim dos Jogos Olímpicos e o<br />
início dos Paralímpicos: a Etapa Rio de<br />
Janeiro do Circuito da Longevidade será<br />
realizada em parte do percurso por onde<br />
passará a maratona dos Jogos Rio 2016,<br />
modalidade esportiva que simboliza<br />
o maior evento esportivo mundial.<br />
A promoção Vai Brasil... Vai Você já carimbou alguns passaportes para<br />
participarem dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O curitibano Adriano José dos<br />
Santos, cliente de seguro auto da Bradesco Seguros há dois anos, já prepara as<br />
malas. Junto com sua noiva Priscila Wutkiewicz, ele vai viajar ao Rio de Janeiro.<br />
“Estou muito ansioso porque é um momento importante. Além disso, é a minha<br />
primeira viagem de avião”, comemora o fã de futebol e torcedor do Coritiba.<br />
Ele se cadastrou no site da promoção em março deste ano. “Não acreditei<br />
quando uma moça da Bradesco Seguros me ligou para contar que eu havia<br />
ganhado. Acho que fui até meio mal educado, no momento em que ela ia<br />
me dar uma boa notícia”,<br />
lembra. Funcionário do<br />
departamento administrativo<br />
de uma escola em<br />
Curitiba, Adriano diz que<br />
pretende acompanhar<br />
as competições de vôlei<br />
(quadra e praia) e tênis.<br />
Agora, é só segurar<br />
a ansiedade e investir na<br />
preparação. Boa viagem!<br />
21
22
23
gerenciamento de risco | grande evento<br />
24
O que está<br />
em jogo no<br />
Rio de Janeiro?<br />
Um evento de grande porte como as Olimpíadas envolve uma<br />
série de riscos que preocupam organizadores e empresas que vão<br />
receber pessoas, prestar serviços etc. Como o mercado de seguros<br />
pode contribuir para minimizar estes riscos?<br />
Kelly Lubiato<br />
A<br />
expectativa de receber cerca<br />
de 400 mil turistas, 25 mil<br />
jornalistas e 10 mil atletas<br />
durante os jogos olímpicos<br />
e paralímpicos, no Rio de Janeiro, está<br />
movimentado empresas que têm a possibilidade<br />
de contribuir com produtos<br />
de proteção para patrimônio e pessoas.<br />
Os organizadores deste grande evento<br />
estão preocupados com a possibilidade<br />
de ataques terroristas, após o que aconteceu<br />
na França, Bélgica e Estados Unidos.<br />
Jean Paul Laborde, chefe de estratégia<br />
da ONU para o combate ao terrorismo,<br />
alertou que o Rio de Janeiro corre o risco<br />
de se tornar alvo fácil. “A lógica de que<br />
o Brasil não tem problemas com o terrorismo<br />
não é a abordagem correta, pois o<br />
problema são as pessoas que vêm para o<br />
País com esta intenção”.<br />
O Brasil tem certa fragilidade em<br />
suas fronteiras e, na realização de um<br />
evento grande, o controle realizado pela<br />
Polícia Federal pode não ser suficiente.<br />
Há também um relatório da Agência Brasileira<br />
de Inteligência (ABIN) sobre essa<br />
preocupação e o País já recebeu ameaças<br />
em alguns sites do Estado Islâmico, em<br />
língua portuguesa, sobre esse assunto.<br />
O diretor de Riscos Corporativos<br />
da Willis, Alvaro Igrejas, afirmou que<br />
a corretora está alertando seus clientes<br />
sobre a exposição a este risco pelo tipo<br />
de atividade, principalmente para que<br />
elas procurem medidas preventivas.<br />
Algumas empresas estão preocupadas,<br />
pelo seu tipo de exposição. Há ainda<br />
embaixadas, consulados e outros órgãos<br />
governamentais que irão receber chefes<br />
de estado, atletas e autoridades de seus<br />
respectivos países. “Toda a área ligada<br />
a transporte (aeroportos, metrôs, terminais<br />
rodoviários) receberá um grande<br />
volume de pessoas, além, é claro, das<br />
arenas esportivas e espaços olímpicos.<br />
Haverá também maior concentração<br />
de pessoas nos monumentos e pontos<br />
turísticos”, calcula Igrejas. Há ainda<br />
outros espaços com risco potencial<br />
maior, como shoppings, hotéis, hospitais,<br />
estações de tratamento e abastecimento<br />
de água, além de áreas de armazenamento<br />
de produtos inflamáveis, ou até<br />
marcas icônicas ou uma empresa de<br />
um determinado país contra o qual o EI<br />
tem uma luta direta. “Estamos alertando<br />
estas empresas sobre a sua exposição ao<br />
risco”, observa Igrejas.<br />
O executivo explica que o trabalho de<br />
gerenciamento de riscos não é específico<br />
para um evento deste tipo, mas segue<br />
num contexto perene. O que a corretora<br />
está fazendo, agora, é manter contato<br />
com os clientes que já contrataram o<br />
seguro e aqueles que ainda procuram<br />
por algum tipo de proteção. “Estamos<br />
discutindo com os clientes este trabalho<br />
de gerenciamento de risco mais focado<br />
no terrorismo”.<br />
A maioria dos contratos de seguro<br />
patrimoniais já cobre os riscos de danos<br />
materiais e de outros decorrentes de atos<br />
25
grande evento<br />
terroristas. A cobertura específica de<br />
terrorismo tem algumas particularidades.<br />
Em média, o atendimento é feito até 72<br />
horas após o ato para cobrir os danos sofridos<br />
por ataques terroristas, envolvendo<br />
a parte de remoção de entulho, proteção<br />
dos salvados e a estrutura de salvamento<br />
(contratação de bombeiros especializados,<br />
por exemplo) e a cobertura de danos<br />
materiais para o segurado ou terceiros.<br />
Nas apólices também está incluída a<br />
cobertura para interrupção de negócios,<br />
que envolve lucros cessantes.<br />
Por enquanto, a aquisição desta<br />
cobertura ainda não explodiu, mesmo<br />
porque ela representa um custo adicional<br />
para as apertadas contas das empresas.<br />
“O empresário avalia com muita atenção,<br />
porque este é um momento em que as<br />
pessoas estão tentando reduzir custos. Os<br />
executivos procuram formas de acertar<br />
os gastos para encaixar a cobertura no<br />
orçamento”, avalia Igrejas, acrescentando<br />
que a proximidade do grande evento deve<br />
fazer a procura crescer. As contratações<br />
devem ficar dentro dos limites da capacidade<br />
do mercado brasileiro.<br />
Por outro lado, algumas empresas<br />
multinacionais já possuem esta cobertura<br />
em seu pacote global de seguros.<br />
Entretanto, neste caso é necessária uma<br />
avaliação da forma como se deve proceder<br />
a questão do pagamento de indenizações.<br />
“Para o dinheiro chegar ao Brasil, em caso<br />
de sinistro, tem a questão dos impostos.<br />
Estamos apresentando isso aos nossos<br />
clientes e deixando que eles avaliem se<br />
devem ou não adquirir uma apólice local”.<br />
Alvaro Igrejas, diretor da Riscos<br />
❙❙Corporativos da Willis<br />
26<br />
❙❙Giuliano Maisto, CEO da AGCS<br />
Esta aproximação com os clientes<br />
envolve uma conversa com aqueles<br />
que tem potencial de risco, porque a<br />
exposição será grande. Além da cobertura<br />
de terrorismo, as coberturas para<br />
tumultos e greves também podem ser<br />
mais utilizadas.<br />
O Brasil está passando por um momento<br />
de transição, de mudança na forma<br />
de fazer negócios e de como encarar a exposição<br />
aos riscos cotidianos. “Apesar de<br />
vivermos em algumas cidades com uma<br />
série de situações de insegurança, ainda<br />
não se vê a questão do ato de terrorismo.<br />
Se formos avaliar, o Brasil com toda a sua<br />
diversidade religiosa, é um país bastante<br />
tranquilo. Só que agora estamos em um<br />
momento em que vamos trazer para o Rio<br />
de Janeiro os conflitos do mundo inteiro”,<br />
enfatiza Igrejas.<br />
Onde o mercado<br />
pode investir?<br />
Outros produtos do mercado de<br />
seguros podem ser mais oferecidos e<br />
utilizados pelos cidadãos e empresas<br />
que passarão pelo Rio de Janeiro no mês<br />
de agosto. Os seguros de engenharia já<br />
foram bastante utilizados no momento<br />
de preparação da infraestrutura para os<br />
jogos. Agora, é a vez das cobertura de<br />
Responsabilidade Civil, linhas financeiras<br />
e seguros ligados às propriedades.<br />
Mas, aqueles que vêm assistir, ainda<br />
devem trazer o seguro viagem. Como<br />
serão realizados muito eventos paralelos<br />
(diversos países criarão suas “casas” para<br />
receber turistas, autoridades e atletas),<br />
vale se precaver.<br />
Giuliano Maisto, CEO da AGCS,<br />
uma das resseguradoras da apólice de<br />
D&O do Comitê Olímpico, ressalta que<br />
nem só os turistas estarão expostos aos<br />
riscos. “Os atletas, delegações olímpicas,<br />
integrantes do Comitê Olímpico, autoridades<br />
que participarão das cerimônias de<br />
abertura e encerramento estão expostos.<br />
Há também os cerca de 25 mil profissionais<br />
de imprensa que vão trabalhar<br />
na transmissão, como repórteres, operadores<br />
de câmera, por exemplo e os 40<br />
mil voluntários. As forças de segurança<br />
devem ultrapassar a marca de 25 mil<br />
pessoas. Não podemos esquecer também<br />
da própria população da cidade do Rio<br />
de Janeiro, que faz parte desse grande<br />
público que participa do evento”.<br />
A apólice de D&O do Comite<br />
Olímpico cobre tanto erros e omissões<br />
durante a transmissão dos Jogos<br />
Olímpicos quanto dos Paralímpicos. A<br />
nossa apólice de D&O cobre o Comitê<br />
Olímpico durante ambos os eventos.<br />
Importante ressaltar que a AGCS é uma<br />
das resseguradoras dessas apólices e não<br />
exclusiva”, explica Maisto.<br />
As coberturas são as mesmas de<br />
todos os contratos de D&O. O objeto<br />
do contrato é o mesmo. O que ocorre é<br />
que devido à proporção e tamanho de<br />
um evento como as Olímpiadas, em que<br />
a exposição ao risco é maior do que em<br />
situações convencionais, as coberturas<br />
acabam sendo maiores para custos de defesa,<br />
riscos de reputação etc. Mas trata-se<br />
apenas de uma questão de valor de cobertura<br />
devido à grandiosidade e exposição<br />
internacional de um evento como esse.<br />
“Outro ponto importante que podemos<br />
destacar é que o mercado segurador<br />
local ganhou força e amadureceu para<br />
atender às demandas das Olimpíadas.<br />
Para fazer parte desse evento e fornecer<br />
soluções que atendam às demandas do<br />
Comitê Olímpico, a cultura do seguro é<br />
uma premissa fundamental”, completa<br />
Maisto.
❙❙Estela Pletsch, da Europ Assistance<br />
Ciclovia RJ - foto Fernando Frazão - Agência Brasil<br />
Movimentos planejados<br />
Receber esta quantidade de estrangeiros,<br />
sejam turistas, atletas, jornalistas<br />
etc, vai requerer um esquema especial<br />
também das empresas de assistência 24h.<br />
O planejamento envolve desde equipe de<br />
atendimento bilíngue até o reforço das<br />
equipes de campo.<br />
Estela Pletsch, gerente executiva de<br />
operações da Europ Assistance explica<br />
que a empresa aumentou a quantidade de<br />
prestadores de serviços disponíveis. Foram<br />
cadastradas mais ambulâncias e hospitais,<br />
trabalhando com o posicionamento<br />
estratégico de reboques e estabelecendo<br />
rotas para os deslocamentos mais difíceis.<br />
“Temos que pensar no alinhamento dos<br />
prestadores, treinamento e aumento da<br />
rede”.<br />
Segundo a executiva, a empresa de<br />
assistência projeta aumento de 20% dos<br />
atendimentos, com a maior demanda partindo<br />
dos atendimentos médicos. “Como<br />
será um período de férias escolares, o<br />
trânsito deve ficar mais tranquilo, mas<br />
calculamos aumento da demanda também<br />
para o atendimento de automóveis”.<br />
Além dos atendimentos para fatos<br />
já ocorridos, Estela acredita que haverá<br />
bastante trabalho também para o serviço<br />
de concierge. Para atender a estes<br />
clientes do mundo inteiro que estão<br />
vindo para o Brasil, a empresa prepara<br />
um roteiro turístico e cultural da cidade<br />
sede do evento.<br />
A rede médica que atenderá tanto<br />
aos turistas como as delegações e<br />
atletas de todo o mundo cobertas pela<br />
Europ Assistance foi ampliada. Além<br />
dos médicos do chamado “homecare” –<br />
que vão até o local da ocorrência para<br />
prestar o atendimento – serão mais de<br />
40 ambulâncias à disposição dos clientes<br />
e 37 hospitais cadastrados no Rio de<br />
Janeiro e em cidades que receberão os<br />
jogos de futebol. O atendimento saúde<br />
é um benefício que traz tranquilidade<br />
ao cliente que está fora de seu país de<br />
origem. Ele está atrelado a contratos<br />
de seguro saúde internacional e seguro<br />
viagem internacional e sua contratação<br />
é feita nos países de residência, com<br />
cobertura para a localidade de destino”,<br />
completa.<br />
27
esportes | atletas<br />
Competir<br />
é preciso<br />
28
Atletas profissionais e amadores<br />
precisam de seguros individualizados,<br />
que atendam as particularidades da<br />
vida de quem pratica esportes<br />
Amanda Cruz<br />
Os seguros de vida, saúde,<br />
seguro viagem estão disponíveis<br />
para todas as pessoas<br />
que querem se proteger e<br />
proteger suas famílias de contratempos<br />
e imprevistos que podem ser fatais. Mas<br />
e quando a proteção precisa ser ainda<br />
mais minuciosa? É o caso dos atletas,<br />
profissionais e também aqueles de finais<br />
de semana. “O importante é que a companhia<br />
de seguros seja baseada em cima<br />
da necessidade de cada cliente. Ou seja,<br />
dando segurança financeira para o atleta<br />
que ficar impossibilitado de atuar”, explica<br />
Sidney Calligaris, diretor comercial da<br />
Prudential Seguros.<br />
Quem pratica esportes garante melhor<br />
condicionamento físico e uma vida<br />
mais saudável, mas, ao mesmo tempo,<br />
está mais sujeito a sofrer lesões e, se não<br />
estiver bem preparado, levar seu corpo<br />
além dos limites.<br />
Não é à toa que grandes atletas fazem<br />
seguro das partes mais importantes<br />
de seu corpo: o piloto de Fórmula 1,<br />
Fernando Alonso, por exemplo, segurou<br />
seus polegares em $ 10 milhões de euros.<br />
No futebol, não faltam mais exemplos.<br />
Quando o Corinthians contratou o jogador<br />
Ronaldo, fez um seguro especial para<br />
o joelho do jogador e Cristiano Ronaldo,<br />
atacante português, tem suas pernas seguradas<br />
em $100 milhões de euros.<br />
Pode parecer exagero, mas esses são<br />
esportes que movimentam bilhões e o<br />
desfalque em competição pode ser decisivo<br />
para a carreira de um atleta. Outras<br />
modalidades são bem mais modestas e<br />
muitos atletas passam por dificuldades<br />
para garantir patrocínio e conseguir treinar,<br />
arcar com material e chegar às competições<br />
mundiais, como as Olimpíadas.<br />
O mercado de seguros tenta auxiliá-<br />
-los de variadas formas. Há seguradoras<br />
que patrocinam os esportistas dando condições<br />
financeiras para que eles tragam<br />
vitórias. Um exemplo é a Icatu Seguros<br />
que, desde 2011, desenvolve o projeto<br />
“Bons Ventos 2016” que tem como objetivo<br />
preparar um dupla de velejadores<br />
para grandes competições: Marco Grael<br />
e Gabriel Borges, que garantiram seu<br />
espaço nas Olimpíadas do Rio de Janeiro<br />
“Estamos profundamente orgulhosos e<br />
recompensados. Somos uma empresa<br />
que incentiva a todos a planejarem o seu<br />
futuro, e foi o que fizemos com esses<br />
atletas: investimos lá atrás e estamos<br />
colhendo os resultados agora” afirma a<br />
diretora de Marketing e Canais da Icatu<br />
Seguros, Aura Rebelo.<br />
Além de todos os riscos, dificuldades<br />
e desafios que o atletas encontram, há<br />
outro fator agravante: na maioria das práticas<br />
esportivas, a aposentadoria ocorre<br />
muito cedo. Jogadores de futebol acima<br />
de 35 anos já estão perto de pendurar as<br />
Marcella Ewerton, coordenadora<br />
❙❙de conteúdo da Bidu Corretora<br />
❙❙Paulo Grillo, da Ecoverde Seguros<br />
chuteiras. É preciso muito planejamento<br />
financeiro para quando a vida profissional<br />
acaba, pois ainda há muito o que se<br />
fazer pela frente. Nas prateleiras existem<br />
opções como os seguros de vida que após<br />
um tempo determinado de contribuição,<br />
o segurado deixa de pagar e ele continua<br />
valendo após esse período, com base em<br />
uma reserva matemática feita a partir<br />
do valor de contribuição. Por exemplo,<br />
se o atleta tiver uma forte lesão que o<br />
impossibilite de praticar o esporte, ele<br />
poderá resgatar a reserva que estará lá<br />
para cuidar da saúde ou manter suas<br />
despesas em dia. Quando se trata de<br />
fazer esportes profissionalmente, uma<br />
lesão, ainda que não seja permanente,<br />
mas que seja incapacitante para a prática<br />
já pode ser considerada um sinistro. “Há<br />
também a opção de contratação de um<br />
seguro para doenças graves, como câncer<br />
infarto, AVC ou queimaduras severas,<br />
por exemplo”, conforme cita Calligaris.<br />
Conhecendo bem de perto os problemas<br />
aos quais esses profissionais<br />
estão expostos, um grande nome do<br />
esporte nacional que também é senador<br />
pelo PSB-RJ, Romário, apresentou uma<br />
proposta para beneficiar os atletas brasileiros,<br />
oferecendo a eles seguro para<br />
competições nacionais e internacionais<br />
no PLS 67/2015. Nele, clubes, confederações<br />
e federações esportivas têm a<br />
obrigação de contratar seguro de vida e<br />
29
atletas<br />
contra acidentes pessoais para os atletas<br />
profissionais, que deverá ser compatível<br />
com a remuneração. Essa iniciativa vem<br />
para incrementar a Lei 9615/98 – Lei<br />
Pelé- que foi desenvolvida por Pelé enquanto<br />
ocupava o cargo de ministro do<br />
esporte no governo Fernando Henrique<br />
Cardoso. Desde lá, os clubes confederações<br />
e federações são obrigadas a<br />
contratar seguro de vida e de acidentes<br />
pessoas para os atletas que atuam profissionalmente.<br />
Essas propostas têm exemplos claros<br />
na realidade para serem observados,<br />
como foi o caso da ex-ginasta Laís Souza.<br />
Ela ficou tetraplégica em 2014, depois<br />
de um acidente enquanto esquiava e não<br />
tinha nenhum seguro. Lais passou por<br />
momentos difíceis até começar a receber<br />
ajuda do governo para manter seu<br />
tratamento.<br />
Em tese, o tipo de vida que é exigida<br />
de um atleta não é, por si só, um agravante<br />
na cotação do seguro. “O seguro<br />
para atleta profissional vai contemplar<br />
os riscos que o esportista poderá sofrer<br />
durante a prática do esporte. O preço do<br />
seguro vai variar de acordo com o risco<br />
e de diversos outros fatores que podem<br />
ser diferentes de seguradora para seguradora”,<br />
explica Marcella Ewerton, coordenadora<br />
de conteúdo da Bidu Corretora.<br />
30<br />
Também para<br />
o torcedor<br />
Quem está assistindo também<br />
pode contar com algum tipo de<br />
proteção. Algumas seguradoras oferecem<br />
proteção para quem vai assistir<br />
os atletas em ação e incentivá-los.<br />
O produto geralmente vem em<br />
forma de um seguro de acidentes<br />
pessoais que dá aos contratantes a<br />
oportunidade de concorrer a prêmios<br />
em dinheiro através da Loteria<br />
Federal.<br />
As seguradoras também adicionam<br />
outros serviços, como táxi,<br />
reservas em hotéis, auxílio em caso<br />
de perda de documentos, indicação<br />
jurídica entre outros.<br />
A executiva explica ainda que, em<br />
2012, a prática de esportes profissionais<br />
de forma segura ganhou força com a<br />
decisão da FIFA em garantir cobertura<br />
de lesões em jogadores que atuem em<br />
partidas das seleções que integram a<br />
federação de futebol.<br />
Para amadores<br />
Quem corre de final de semana ou<br />
gosta de viajar para praticar esportes<br />
também precisam se proteger. Ainda se<br />
acredita muito que quem pratica esses<br />
esportes não tenha aceitação das companhias<br />
de seguro para se proteger, mas<br />
isso já mudou no mercado há algum<br />
tempo. “As seguradoras que oferecem<br />
seguro viagem podem oferecer também<br />
uma modalidade que contemple a<br />
prática de esportes radicais, prevendo<br />
os riscos que são específicos desses esportes”.<br />
É verdade que a probabilidade<br />
desses seguros ficarem mais caros é<br />
grande, já que o risco aumenta consideravelmente,<br />
mas as muitas corretoras<br />
e seguradoras já oferecem isso como<br />
um diferencial.<br />
Já no caso dos produtos de Vida,<br />
as coisas são um pouco diferentes e a<br />
aceitação de quem pratica pode ficar<br />
comprometida dependendo da política<br />
de aceitação da companhia.
31
fórum | manaus<br />
Sem medo<br />
de inovar<br />
No Amazonas, corretores e personalidades do setor discutem<br />
o comportamento e as oportunidades do mercado diante dos<br />
atuais consumidores, dos novos produtos e da tecnologia<br />
32<br />
Diante da instabilidade econômica,<br />
o tema inovação deve ganhar<br />
ainda mais fôlego nos negócios<br />
e também no mercado<br />
segurador. Realizado em junho passado,<br />
o VI Fórum Manaus Seguros teve como<br />
pauta “Inovar é o caminho” e levou cerca<br />
de 300 corretores, além de personalidades<br />
do setor, a refletir sobre as perspectivas do<br />
segmento para os próximos anos.<br />
Palco do evento, o município que abriga<br />
a Zona Franca se fortaleceu na última<br />
década. “Basta constatar a quantidade de<br />
sucursais de seguradoras que se instalaram<br />
no local. Muitas delas trouxeram<br />
oportunidades aos corretores que aqui<br />
atuam”, analisou o presidente da Escola<br />
Nacional de Seguros, Robert Bittar.<br />
No entanto, o presidente do Sincor-<br />
-AM/RR e anfitrião do evento, Jair<br />
Fernandes, acredita que a realidade não<br />
condiz com os números inexpressivos<br />
divulgados pela Superintendência de<br />
Seguros Privados (Susep). “Alguma<br />
coisa tem de errado na apuração dessa<br />
produção, que muito provavelmente não<br />
está sendo contabilizada para o Estado da<br />
Amazônia”, avaliou o executivo.<br />
Os corretores de seguros, aliás, serão<br />
um dos grandes responsáveis para a<br />
prosperidade do setor durante o período<br />
de retração. Assim, a necessidade de qualificação<br />
profissional se torna ainda maior<br />
entre a categoria, que para Armando Vergilio,<br />
presidente da Federação Nacional<br />
dos Corretores de Seguros (Fenacor), deve<br />
superar os obstáculos impostos em diferentes<br />
períodos e demonstrar capacidade<br />
de oferecer amplas proteções securitárias<br />
a uma sociedade insegura pelas incertezas<br />
econômicas. “Vivemos um momento de<br />
retração muito séria e profunda e isso exi-
ge mudança de comportamento e atitude.<br />
Acredito que os corretores estão tendo<br />
essa percepção” afirmou ele.<br />
Vergilio traçou ainda as inovações do<br />
setor as quais acompanhou e contribuiu,<br />
como a abertura do mercado de resseguro,<br />
em 2008, época em que atuava na Susep; e<br />
a autorregulação, um conjunto de normas<br />
de boas práticas estabelecido junto com<br />
a própria categoria. Citou ainda a Lei do<br />
Desmonte, reeditada quando era deputado<br />
federal para regulamentar a atividade e<br />
combater o comércio clandestino de peças;<br />
a inclusão do corretor de seguros na<br />
tabela 3 do SuperSimples, que diminuiu<br />
a carga tributária do profissional; além<br />
do PrevSaude e o Universal Life, que já<br />
caminham para serem aprovados.<br />
❙❙Jair Fernandes realiza a abertura do evento<br />
Mais interessados e conectados<br />
A sociedade passou a demonstrar<br />
mais interesse pelas proteções securitárias,<br />
provando que os esforços do setor<br />
para disseminar a cultura do seguro já<br />
apresentam resultados significativos.<br />
Dos produtos que ganham a atenção dos<br />
consumidores está o seguro residencial,<br />
mercado que segundo o Sincor-SP deve<br />
crescer em torno de 9% ao longo de<br />
2016. “Quantos corretores estão no seu<br />
processo e ciclo de vendas com seguro<br />
residencial incorporado?”, questionou<br />
o diretor da Porto Seguro, Mauro José,<br />
acrescentando que o cross-selling pode<br />
ajudá-los a ampliar resultados.<br />
Alternativa para quem deseja adquirir<br />
ou até mesmo trocar de carro durante<br />
a crise, o veículo usado é outro nicho a<br />
ser explorado. Muitas lojas que comercializam<br />
esses automóveis não contam com<br />
um corretor de seguros para administrar<br />
o segmento.<br />
Ao passo que o consumidor se interessa<br />
pelos seguros, demonstra ainda uma<br />
nova maneira de entender um pouco mais<br />
sobre o assunto: das palavras digitadas<br />
pelos internautas no buscador Google,<br />
“seguro” aparece 11 milhões de vezes.<br />
Por isso, é necessário que os corretores<br />
entendam essa nova realidade e, segundo<br />
o superintendente regional N/CO Corporate<br />
da Bradesco, Catulo Ribeiro Freitas,<br />
tenham as informações “na ponta da<br />
língua”. “O consumidor já vem com uma<br />
experiência e, quando vai comprar algum<br />
tipo de seguro, já obteve uma informação<br />
antes; pesquisou. E o corretor tem que<br />
estar preparado para entregar o melhor<br />
produto para o cliente”.<br />
Outras oportunidades<br />
Ao mesmo tempo em que é uma<br />
carteiras responsáveis pelo maior número<br />
de apólices contratadas, o seguro<br />
de automóvel ainda encontra muito<br />
espaço para crescer. No Brasil, apenas<br />
30% da frota está segurada e, no Estado<br />
do Amazonas, somente 54 mil dos 778<br />
mil veículos contam com algum tipo de<br />
proteção. O mesmo acontece no seguro<br />
residencial, em que 4,3% das 1,4 milhão<br />
de casas estão protegidas.<br />
No entanto, o seguro de automóvel<br />
não deve ser o foco principal dos corretores<br />
de seguros. “Há outras necessidades<br />
de proteção”, lembrou Izair Lazzarotto,<br />
diretor da Bradesco Seguros. Ele aposta<br />
na oferta de vantagens, benefícios e produtos<br />
diferenciados e que vão além do<br />
tradicional seguro de veículos.<br />
A criação de novos produtos voltados<br />
à longevidade também merecem atenção<br />
do mercado segurador e seus agentes,<br />
considerando o crescimento do poder<br />
aquisitivo nos últimos anos e o aumento<br />
da expectativa de vida, que passou de 74,9<br />
para 75,2 anos entre 2013 e 2015.<br />
“Incorporar esses produtos e essa<br />
nova forma de atuar no dia a dia da corretora<br />
é uma inovação simples e totalmente<br />
eficaz”, destacou Lazzarotto.<br />
Seguro garantia<br />
Após a mudança na Lei 3.043, que<br />
incluiu o Seguro Garantia Judicial como<br />
opção de garantia às execuções fiscais,<br />
não demorou muito para que a carteira<br />
começasse a apresentar números mais<br />
expressivos. Depois das alterações, realizadas<br />
em novembro de 2014, dados<br />
preliminares divulgados pela Susep registraram<br />
alta de mais de 30% em prêmios<br />
de seguro garantia no primeiro semestre<br />
de 2015 ante o mesmo período do ano<br />
anterior. Ainda nos seis primeiros meses<br />
de 2015, o volume de prêmios emitidos<br />
em seguro garantia alcançou R$ 689,3<br />
milhões, sendo cerca de 70% referente<br />
ao segmento judicial.<br />
Hoje, o mercado estima que o produto<br />
contemple 80% de todas as emissões de<br />
seguros garantia no Brasil. “O seguro<br />
garantia judicial é uma ferramenta fundamental<br />
para o atual momento que o País<br />
atravessa”, salientou o diretor jurídico da<br />
J.Malucelli, Roque de Holanda Melo. “Em<br />
meio à crise e à retração, no que diz respeito<br />
aos projetos de infraestrutura, podemos<br />
dizer que o seguro garantia judicial está<br />
movendo o seguro garantia no Brasil”.<br />
Na visão dele, a tendência é que<br />
este tipo de seguro conquiste ainda mais<br />
espaço, principalmente porque os juízes<br />
passaram a considerar o produto como<br />
um meio de se proteger.<br />
Com informações do jornalista Sérgio Carvalho.<br />
33
eventos<br />
celebração<br />
Grupo segurador comemora 5 anos de parceria<br />
A noite foi de muita festa na Sala São<br />
Paulo. O Grupo BB e Mapfre comemorou<br />
cinco anos da parceria que uniu a seguradora<br />
e o Banco, para a distribuição de<br />
produtos multilinha. No ranking nacional,<br />
o Grupo ocupa a segunda colocação.<br />
Cerca de mil pessoas participaram da<br />
festa, que contou com uma apresentação<br />
da Orquestra Sinfônica de São Paulo.<br />
Roberto Barroso, presidente da holding<br />
BB Mapfre Vida, Habitacional e Rural,<br />
disse que estes cinco anos representam um<br />
pouco da vida de cada um. O Grupo representa<br />
6 mil empregos diretos, R$ 16 bilhões<br />
em receitas. “Somos um Grupo que se diferencia<br />
por cuidar das pessoas, dos clientes e<br />
poder de investir em tecnologia e gerar mais<br />
riquezas para o País. O objetivo do Grupo<br />
é tentar fazer uma sociedade melhor, protegendo<br />
todas as conquistas dos clientes e<br />
seu patrimônio. Não queremos ser grandes,<br />
mas sim bons no que geramos para nossos<br />
colaboradores e para a sociedade em geral.”<br />
Marcos Eduardo Ferreira, presidente<br />
do Grupo BB e Mapfre para Auto, Seguros<br />
Gerais e Affinities, que em janeiro<br />
de 2017 assume a América Latina, disse<br />
que o modelo de Governança é muito<br />
peculiar, formado por duas holdings, com<br />
mais de 22 mil corretores distribuindo os<br />
produtos multilinha. Foi um tempo de<br />
realizações, com crescimento de 70%,<br />
mais de 2 mil empregos gerados. Neste<br />
período, a companhia figurou entre as<br />
melhores empresas para se trabalhar. Temos<br />
o desafio de nos tornarmos cada dia<br />
mais relevantes e fazer com que o seguro<br />
seja um agente de transformação e de<br />
estabilidade financeira para a sociedade.<br />
Wilson Toneto falou em nome da Mapfre<br />
e do presidente, Antonio Huertas, que é<br />
um entusiasta da parceria. A Mapfre é uma<br />
seguradora global, cuja maior operação<br />
fora da Espanha (ocupa a 10ª colocação) é<br />
aqui no Brasil, com 18%. Foco no cliente,<br />
transformação digital e melhores produtos.<br />
Desempenhamos papel importante na<br />
vida das pessoas garantindo segurança do<br />
patrimônio e, independente do momento<br />
político e econômico, temos um desafio<br />
de crescimento audacioso e, ao mesmo<br />
tempo, sustentável, que considera as mudanças<br />
da sociedade buscando sempre a<br />
perenidade dos negócios. A Mapfre manterá<br />
crença no Brasil”, concluiu Toneto,.<br />
Festa de posse<br />
e comemoração<br />
dos 15 anos do Clube<br />
de Corretores de<br />
Seguros de Osasco<br />
Na foto, diretoria do biênio 2016-2018 da<br />
entidade e corretores de seguros da região<br />
(Diretoria: José Amélio de Souza – Mentor;<br />
Ednir Fornazzari – diretor administrativo;<br />
Walter de Sousa Junior– diretor secretário;<br />
Marcos Motta – diretor tesoureiro; Carlos<br />
Eduardo Monteiro Assis – diretor social;<br />
Antonio José Hernandes – suplente;<br />
Marcio Matias de Oliveira – Conselho Fiscal;<br />
José Otílio Galhardo – Conselho Fiscal)<br />
34
Nilo Carvalho, vice-presidente comercial do Grupo NotreDame,<br />
durante evento que comemorou as conquistas do primeiro<br />
trimestre de 2016.<br />
Equipe da resseguradora RGA comemora início oficial<br />
da operação no Brasil.<br />
longevidade<br />
O desafio do envelhecimento<br />
O aumento da expectativa de<br />
vida dos brasileiros, combinado<br />
com o decréscimo da taxa de natalidade<br />
nas últimas décadas traz à<br />
sociedade no presente uma questão<br />
premente: a de se preparar desde<br />
já para enfrentar a longevidade. O<br />
tema foi analisado pelo presidente<br />
do Conselho de Administração da<br />
Mongeral Aegon Seguros e Previdência,<br />
Nilton Molina, em almoço<br />
do CVG-SP realizado dia 16 de junho,<br />
no Terraço Itália. Ele chamou a atenção<br />
para o rápido envelhecimento<br />
da população. “Nos últimos 50 anos,<br />
os brasileiros ganharam em torno de<br />
mais 30 anos de vida”.<br />
A notícia seria ótima não fosse<br />
outro fenômeno ocorrido no mesmo<br />
período: a queda da taxa de natalidade,<br />
que era de 6 filhos por mulher<br />
em 1960 e caiu para cerca de 1,78<br />
até 2012. Significa, segundo Molina,<br />
que a população está abaixo da taxa<br />
de reposição, que é de dois filhos<br />
por mulher. Diante desse quadro, a<br />
primeira constatação é que o Brasil<br />
deixou de ser um país de jovens.<br />
almoço<br />
Novo foco de atuação<br />
A Aconseg-SP recebeu no 14 de junho<br />
Gabriel Portella, presidente da SulAmérica,<br />
e outros diretores da companhia para<br />
falar sobre os frutos que essa relação tem<br />
gerado e as apostas para os próximos meses,<br />
como é o caso do mercado de Vida,<br />
novo foco da seguradora.<br />
35
tecnologia | ciab 2016<br />
Um mundo<br />
diferente daquele<br />
que conhecemos<br />
O mercado de seguros irá aceitar e absorver aos<br />
poucos as novidades que uma disrupção tecnológica<br />
apresentará ao setor. É só uma questão de tempo<br />
Kelly Lubiato<br />
36
Não vai demorar para que o<br />
mercado de seguros repense<br />
a forma de distribuir seus<br />
produtos. Isso ficou muito<br />
claro durante o CIAB 2016, realizado<br />
pela Federação Brasileira de Bancos –<br />
Febraban, em São Paulo. A Trilha de<br />
Seguros mostrou que algumas iniciativas<br />
já começam a tomar forma em nosso<br />
setor, viabilizando as InsureTech (versão<br />
doméstica para as fintechs). Apesar de<br />
não estarem presentes no evento, este<br />
tipo de companhia já faz parte do cotidiano<br />
das companhias. Apenas para citar<br />
um exemplo, a Sompo Seguros já conta<br />
com uma empresa no Vale do Silício<br />
(Califórnia – EUA) e a Porto Seguro<br />
já apoia startups ligadas a tecnologia.<br />
Em agosto, a CNseg recebe propostas<br />
para o projeto MAR (homenagem ao<br />
ex-presidente Marco Antonio Rossi),<br />
através de uma aceladora de startups,<br />
a CNSpar.<br />
Marco Barros, diretor executivo da<br />
Confederação, afirmou, durante a abertura<br />
da Trilha de Seguros que na primeira<br />
fatia desse projeto, serão alocados R$ 1<br />
milhão. “Entramos com algo entre R$<br />
50 mil e R$ 75 mil por empresa por seis<br />
meses”. Além do valor, os empresários<br />
receberão capacitação em contabilidade,<br />
administração, instrumentos societários,<br />
entre outros temas. O objetivo desta<br />
iniciativa é fomentar soluções disruptivas<br />
para a distribuição de produtos<br />
por canais digitais, principalmente para<br />
seguros inclusivos.<br />
“Os investimentos em novas tecnologias<br />
ampliam a eficiência das empresas,<br />
abrindo a possibilidade de criação de<br />
novos produtos em todos os setores do<br />
seguro, saúde, previdência e capitalização,<br />
fomentando a criação de soluções”,<br />
ressaltou Barros.<br />
Seguros inclusivos x<br />
Canais Digitais<br />
O termo seguros inclusivos substituiu<br />
o microsseguro, cujo nome não ‘pegou’<br />
no Brasil. “Como o seguro sempre foi<br />
característico das classes mais altas, é<br />
difícil pulverizar esta cultura. E, claro,<br />
ninguém acorda pela manhã e pensa:<br />
hoje vou comprar um seguro”, constatou<br />
Eugenio Velasques, diretor da Bradesco<br />
Seguros, explicando que a distribuição<br />
dos seguros inclusivos depende muito do<br />
desenvolvimento tencológico para chegar<br />
até a ponta.<br />
Uma das barreiras enfrentadas pela<br />
carteira é o ‘otimismo’ do povo latino.<br />
No Brasil, o setor vinha bem até 2013,<br />
mas agora enfrenta um momento mais<br />
delicado. É fato que há uma correlação<br />
direta entre a expansão do crédito e<br />
o crescimento do seguro. “Quando as<br />
pessoas adquirem mais coisas elas se<br />
preocupam em proteger estes bens”,<br />
apontou Velasques.<br />
Para ele, é possível aproveitar os<br />
fornecedores de tecnologia do mercado<br />
financeiro para criarem meios de disseminar<br />
novos canais de distribuição. O<br />
consumidor acha o mercado de seguros<br />
burocrático e complexo. “A introdução da<br />
tecnologia é fundamental para colocar o<br />
seguro numa realidade sólida no País”,<br />
classificou o executivo.<br />
Ele ressalta que em um sistema<br />
regulatório fora da caixa, as seguradoras<br />
de nicho levariam vantagem na<br />
implantação de novas tecnologias, dado<br />
o seu tamanho. Entretanto, Velasques<br />
admitiu que foi positiva a discussão<br />
sobre o microsseguros durante vários<br />
anos no Brasil, porque acabou alavancando<br />
e desembaraçando a venda de<br />
seguros populares.<br />
A venda de seguros vai mudar<br />
A utilização de apps e dispositivos<br />
mobile é motivada a todo momento. As<br />
aplicações móveis estão mudando rapidamente,<br />
e de maneira radical, o mercado de<br />
seguros, criando oportunidades expressivas<br />
para empresas inovadoras, que estão<br />
repensando a maneira como os seguros<br />
são concebidos, vendidos e experienciados.<br />
Isso foi mostrado na palestra Novas<br />
Aplicações em Dispositivos Móveis,<br />
durante da Trilha de Seguros dentro do<br />
evento CIAB-Febraban.<br />
A utilização de aplicações tecnológicas<br />
já é uma realidade no mercado de<br />
seguros de outros países. Daniel Rocha,<br />
líder de Financial Service da Capgemini,<br />
apresentou um estudo da empresa que<br />
mostra a disposição dos consumidores<br />
em adquirir produtos e serviços através<br />
dos smartphones. “É importante ressaltar<br />
que a Geração Y não está satisfeita com o<br />
atendimento que recebe das seguradoras,<br />
tanto nos meios tradicionais quanto nos<br />
digitais”, assinalou.<br />
Outro ponto interessante é que, no<br />
Brasil, a pesquisa mostra que o cliente<br />
busca informações em vários canais<br />
antes de contratar um seguro. O corretor<br />
de seguros ainda é o canal mais procurado,<br />
apesar de se propor a adquirir<br />
produtos de seguro através de empresas<br />
de tecnologia.<br />
O cliente não pode mais ser colocado<br />
de lado. O produto precisa ser customizado,<br />
com transparência, inteligência<br />
artificial (sensores em casa, appliances<br />
nos carros) e conectividade (da casa, de<br />
si mesmo, do carro).<br />
A aplicação de mobile + IoT (internet<br />
das coisas) inclui a visão de uma<br />
casa inteligente habilitada por meio de<br />
parcerias com o primeiro fabricante de<br />
dispositivos conectados para proteção em<br />
tempo real contra invasões, incêndios,<br />
inundações, vazamento de gás, poluição<br />
e outras emergências.<br />
Rocha apresentou exemplos de<br />
empresas de seguros fora do País que<br />
já utilizam os dispositivos mobile. A<br />
United Health aperfeiçoou a experiência<br />
do corretor, agregando mais valor para<br />
o cliente, através de um app para retirar<br />
a burocracia da vida do corretor, que<br />
consegue cotar e emitir a partir de dispositivos<br />
móveis. “Isso implicou em maior<br />
agilidade para a venda”, explicou Rocha.<br />
A oferta futura da AXA para os<br />
seguros residenciais será acoplar a assistência<br />
24/7, a fim de enviar ajuda se<br />
uma emergência é detectada na casa de<br />
um cliente, conectada à empresa com<br />
dispositivos de IoT. “Isso agiliza e reduz<br />
o custo do serviço”.<br />
As fintechs tem ditado o nível e<br />
o ritmo das aplicações para seguros.<br />
InsureTechs, como são chamadas nos<br />
Estados Unidos. Naquele país foram<br />
investidos US$ 16 bilhões em insuretech.<br />
Para Rocha, “as pessoas estão<br />
saturadas com a ideia de um tamanho<br />
único para todos”.<br />
Bought by Many é uma startup que<br />
busca grupos que geralmente não tem<br />
suas demandas atendidas pelas seguradoras.<br />
Através de grupos de afinidade,<br />
37
ciab 2016<br />
a BBM constroi e negocia acordos com<br />
seguradoras. Apesar de negociado em<br />
grupo, é customizado para cada segurado.<br />
A venda é feita através de redes sociais e<br />
tem parceria com a Ping An na China. É<br />
um exemplo de economia compartilhada<br />
que já faz parte do presente da população.<br />
O Metromile aplica o conceito de<br />
seguro “pay as you go”, que calcula o<br />
valor mensal do prêmio conforme a quilometragem<br />
rodada. 65% do americanos<br />
roda menos de 200 milhas/mês, por isso,<br />
o slogan da companhia é “Drive less,<br />
save more”.<br />
O segurado conecta o dispositivo que<br />
recebe da seguradora. Este transmite as<br />
informações captadas no veículo.<br />
O BIMA comercializa microsseguros<br />
para a população de baixa renda,<br />
especialmente da África e Ásia, onde<br />
97% dos seus clientes ganham menos de<br />
USD 10/ dia. Já possuem 15 milhões de<br />
clientes, com modelo de parceria com<br />
operadoras de celular, bancos/financeiras<br />
locais, com modalidade de pagamento<br />
38<br />
diário. Já atende em 13 países onde mais<br />
de 80% dos segurados nunca haviam<br />
consumido um produto de seguro. Eles<br />
formaram mais de três mil agentes para<br />
educar a população sobre a necessidade<br />
do seguro.<br />
O Oscar é uma das fintechs de maior<br />
evidencia nos EUA. Ela comercializa<br />
apenas online: planos simples e baratos.<br />
É um aplicativo intuitivo e simples para<br />
buscar na rede referenciada os médicos/<br />
clinicas e agendamento de consultas.<br />
Pelo aplicativo é possível também dizer<br />
quais são os sintomas e o primeiro atendimento<br />
médico é prestado pelo telefone.<br />
No Brasil, Rocha citou os exemplos<br />
da Thinkseg, que propõe um novo modelo<br />
de comercialização ainda com a participação<br />
dos corretores de seguros. Outro<br />
exemplo, a Youse, se propõe a realizar a<br />
venda direta.<br />
O futuro pertence às fintechs,<br />
que devem ditar o ritmo e a forma de<br />
inovação do mercado de seguros. “A<br />
integração com a IoT e a exploração do<br />
BigData para incrementar a experiência<br />
do consumidor e reduzir os riscos são os<br />
caminhos prováveis para a evolução do<br />
setor”, completou.<br />
Angela Beatriz, diretora da BB<br />
Seguridade, disse que ainda não há<br />
nenhum produto expressivo em mobile<br />
para os consumidores de baixa renda,<br />
que não são bancarizados. “Se tivermos<br />
um modelo de negócios mais adequado,<br />
olhando para a subscrição com aparelhos<br />
mobile, este público pode ter um produto<br />
adequado”, sentenciou.<br />
A seguradora terá que ser mais que<br />
isso. O modelo disruptivo pode não vir<br />
de uma seguradora, mas de uma empresa<br />
que investe em conhecer a dor do cliente.<br />
A praticidade gera utilização muito<br />
grande. “O canal mobile, uma vez acertado,<br />
pode mudar de patamar as suas<br />
vendas. Ele precisa evoluir bastante a<br />
análise dos dados, como uma empresa<br />
de seguros que atenda completamente<br />
as necessidades do cliente”, concluiu<br />
Angela.
evento | nova marca<br />
Seguradora quer dobrar<br />
de tamanho no Brasil<br />
Desde que a Yasuda adquiriu a Marítima, em 2013, as empresas<br />
trabalham na integração. Agora, o Grupo assume a marca Sompo<br />
Seguros e pretende investir para crescer, no Brasil, pelo menos<br />
20% ao ano, nos próximos cinco anos<br />
Kelly Lubiato<br />
Mesmo com todos os problemas<br />
econômicos e políticos<br />
que o País enfrenta,<br />
o Brasil continua sendo o<br />
foco de empresas estrangeiras que já<br />
são fortes em economias estáveis. 1º de<br />
julho marcou o início da utilização da<br />
marca Sompo Seguros no Brasil. O grupo<br />
ocupa o 12º lugar no ranking mundial<br />
de seguradoras não-vida, com mais<br />
de 20 milhões de clientes ao redor do<br />
globo e faturamento de 2.552 bilhões de<br />
ienes (cerca de R$ 81 bilhões). O Brasil<br />
representa a maior operação da Sompo<br />
Seguros fora do Japão.<br />
De acordo com Junichi Tanaka,<br />
responsável pelas operações na Europa<br />
e América do Sul, o plano de negócios<br />
global da empresa envolve novos investimentos,<br />
em um programa de médio prazo,<br />
a operação internacional vai ocupar a<br />
parte mais importante das operações da<br />
empresa. “Queremos integrar o grupo<br />
para ser conhecido mundialmente. A<br />
participação das operações internacionais<br />
representavam apenas 12% em 2005, e<br />
pretendemos aumentar nos próximos 5<br />
anos para 25%”, afirmou Tanaka.<br />
O executivo disse que a Sompo<br />
Seguros confia no mercado brasileiro<br />
e prometeu que fornecerá as soluções<br />
de melhor qualidade para propiciar segurança,<br />
tranquilidade e saúde para os<br />
clientes”, concluiu.<br />
O diretor presidente da Sompo Seguros,<br />
Francisco Vidigal Filho, disse que a<br />
partir de agora são todos uma nova empresa.<br />
Ele destacou que a Sompo, no Japão é a<br />
primeira seguradora de não-vida, com uma<br />
quantidade de veículos segurados maior<br />
que toda a frota brasileira. “A empresa<br />
busca ampliar sua atuação em países emergentes,<br />
como Brasil, Cingapura e Turquia.<br />
“Estamos construindo de maneira sólida<br />
e responsável a nova marca da empresa”,<br />
disse Kiko, como é conhecido no setor.<br />
A meta para o Brasil é ter crescimento<br />
de 20% ao ano, chegando a 2020 com<br />
o dobro do tamanho. “Queremos chegar<br />
a R$ 7 bilhões em prêmios de seguro, em<br />
2020. Kiko pontuou que este processo<br />
de crescimento ainda passa por alguns<br />
problemas, entretanto, o projeto de curto<br />
❙❙Francisco Caiuby Vidigal Filho apresenta a marca Sompo<br />
prazo é ter a operação 100% alinhada,<br />
oferecendo segurança ao corretores e sem<br />
os problemas pontuais.<br />
A Sompo deve começar uma campanha<br />
de mídia em setembro para divulgar a<br />
marca. “Vamos percorrer o Brasil inteiro<br />
para mostrar quem é a Sompo e qual é a<br />
estratégia para o Brasil. É uma campanha<br />
que vai englobar TV, rádio, revistas e<br />
mídias sociais”, explicou.<br />
Finalizando, Kiko adiantou que<br />
a companhia pretende lançar novos<br />
produtos para nichos, como escritórios,<br />
petshops e caminhoneiros. Além disso, a<br />
linha Supremo deve expandir sua carteira<br />
também para vida, saúde e residência.<br />
39
saúde<br />
• nlevantamento<br />
Mais de 70% dos diabéticos<br />
não sabem que têm a doença<br />
Uma pesquisa da SulAmérica sobre<br />
os comportamentos de saúde dos brasileiros<br />
nas diferentes gerações descobriu<br />
que mais de 70% das pessoas impactadas<br />
por diabetes mellitus desconhecem<br />
possuir a doença. O levantamento<br />
analisou mais de 40 mil segurados e<br />
encontrou índices significativos de<br />
diferença entre os respondentes que<br />
reportaram hiperglicemia (587 pessoas)<br />
e os que apresentaram a condição em<br />
testes realizados (1.960 pessoas).<br />
De acordo com o estudo, as gerações<br />
Y (24 a 37 anos) e Z (até 23 anos)<br />
apresentam o maior índice de desconhecimento<br />
da doença, com percentuais,<br />
respectivamente, de 0,5% de casos<br />
relatados versus 3,3% encontrados, e<br />
de 0,3% relatados versus 2% encontrados.<br />
Na geração X (38 a 49 anos), essa<br />
diferença também é alta, já que apenas<br />
2% relataram ter a doença, embora<br />
6,3% tenham apresentado sintomas<br />
da patologia. A geração Baby Boomers<br />
(50 a 68 anos) também apresenta um<br />
índice significativo de desconhecimento<br />
da doença: somente 8,2% declararam<br />
possuir a disfunção crônica, enquanto<br />
12,9% apresentaram índices de glicemia<br />
acima do tolerado nos testes.<br />
“Os resultados reforçam a importância<br />
da realização dos exames de rotina<br />
em todas as faixas etárias. O diabetes<br />
pode atingir alto nível de cronicidade<br />
em pouco tempo, acarretando riscos<br />
graves para a saúde do indivíduo, se não<br />
for identificado e monitorado a tempo.<br />
Uma atitude preventiva, que inclui bons<br />
hábitos de saúde e acompanhamento<br />
médico, sempre é o melhor caminho<br />
para a qualidade de vida”, explica o<br />
médico e superintendente de Gestão<br />
de Saúde Populacional da companhia,<br />
Gentil Alves.<br />
n • ouvidoria<br />
As principais<br />
reclamações<br />
dos usuários<br />
A Ouvidoria da ANS divulgou o Relatório<br />
Estatístico e Analítico do Atendimento<br />
das Ouvidorias das operadoras de<br />
planos de saúde relativo a 2015. O estudo<br />
apresenta os principais temas reclamados<br />
pelos beneficiários do setor, bem como<br />
suas principais manifestações sobre rede<br />
credenciada e cobertura assistencial,<br />
entre outros temas.<br />
Entre as reclamações recebidas<br />
pelas ouvidorias, 39% referem-se à rede<br />
prestadora, 25% à cobertura assistencial,<br />
14% a questões administrativas, 13% a<br />
assuntos financeiros e 9% ao Serviço de<br />
Atendimento ao Cliente (SAC). Apesar de<br />
rede prestadora ser o tema mais frequente<br />
das reclamações, entre as operadoras das<br />
modalidades Administradora, Cooperativa<br />
Médica e Seguradora predominaram<br />
temas administrativos (57,2%), cobertura<br />
assistencial (36,4%) e financeiros<br />
(38,9%), respectivamente.<br />
Já o tema mais frequente entre as manifestações<br />
de beneficiários de planos de<br />
saúde no período foi a prestação do SAC,<br />
com aproximadamente 24% das demandas;<br />
seguido de rede prestadora (22,9%),<br />
cobertura assistencial (17,1%), administrativo<br />
(19,5%) e financeiro (16,1%).<br />
• nzika<br />
Coberturas para detecção do vírus entram em vigor<br />
Três exames para detecção de vírus<br />
Zika passam a ter cobertura obrigatória<br />
pelos planos de saúde. Os exames estabelecidos<br />
pela Agência Nacional de Saúde Suplementar<br />
(ANS) são o PCR (Polymerase<br />
Chain Reaction), indicado para a detecção<br />
do vírus nos primeiros dias da doença; o<br />
teste sorológico IgM, que identifica anticorpos<br />
na corrente sanguínea; e o IgG para<br />
verificar se a pessoa já teve contato com<br />
Zika em algum momento da vida.<br />
Os exames deverão ser assegurados<br />
para gestantes, bebês filhos de mães<br />
40<br />
com diagnóstico de infecção pelo vírus,<br />
e também aos recém-nascidos com<br />
malformação congênita sugestivas de<br />
infecção pelo Zika. Esses são os grupos<br />
considerados prioritários para detecção<br />
da doença devido à sua associação com<br />
o risco de microcefalia nas crianças,<br />
quando o cérebro delas não se desenvolve<br />
de maneira adequada.<br />
“É importante ressaltar que diversos<br />
procedimentos destinados ao acompanhamento<br />
de gestantes e bebês já têm<br />
cobertura assegurada nos planos de<br />
saúde. Portanto, essa medida assegura<br />
o diagnóstico mais preciso, melhorando<br />
a qualidade na atenção às mães e seus<br />
bebês”, afirma a diretora de Normas e<br />
Habilitação de Produtos (Dipro) da ANS,<br />
Karla Santa Cruz Coelho, destacando que<br />
a incorporação dos testes laboratoriais<br />
ocorreu de forma extraordinária, com<br />
a revisão pela ANS do Rol de Procedimentos<br />
e Eventos em Saúde, por se tratar<br />
de uma emergência em saúde pública<br />
decretada pela Organização Mundial da<br />
Saúde (OMS).
• noperação<br />
EUA desmontam esquema<br />
de fraudes em saúde<br />
O Departamento de Justiça norte-<br />
-americano anunciou os resultados de<br />
uma força-tarefa que identificou fraudes<br />
na área de saúde no valor de centenas<br />
de milhões de dólares. Essa é a maior<br />
apreensão na história – tanto em termos<br />
de número de pessoas acusadas quanto ao<br />
valor do prejuízo, de acordo com a instância.<br />
A maioria dos casos processados<br />
envolve faturamentos fraudulentos para<br />
Medicare e Medicaid e tratamentos que<br />
nunca foram prestados.<br />
Os números são surpreendentes: 301<br />
pessoas em todo o país foram acusadas<br />
de desviar cerca de US$ 900 milhões.<br />
A força-de-ataque, formada em 2007,<br />
partiu de uma iniciativa conjunta entre<br />
• ntecnologia<br />
Internet gratuita aos beneficiários<br />
Como um dos passos do Projeto de<br />
Inovação tecnológica, já em andamento,<br />
a Ameplan passou a oferecer wifi cortesia<br />
para seus beneficiários. “Não foi uma<br />
tarefa simples. Foram necessários estudos<br />
de viabilidade realizados pelo Departamento<br />
de Tecnologia, como segurança de<br />
rede, custo envolvido no projeto, tempo de<br />
permanência do beneficiário na unidade,<br />
prováveis interferências na velocidade da<br />
rede interna da Operadora, configurações<br />
de rede e outras variáveis que garantissem<br />
o sucesso do projeto”, explica José Silva<br />
dos Santos, diretor administrativo Financeiro<br />
da operadora de saúde.<br />
O executivo lembra que quem comparece<br />
em uma unidade de saúde geralmente<br />
está doente, ansioso, preocupado<br />
e cansado e a espera pelo atendimento<br />
de uma consulta pode gerar um estresse<br />
maior ainda ao paciente. Com o acesso à<br />
internet pelo wifi gratuito nas unidades,<br />
a ideia é reduzir este nível de estresse e<br />
oferecer a ferramenta como um conforto<br />
os departamentos de Justiça, de Saúde e<br />
de Serviços Humanos. O grupo já realizou<br />
apreensões e prisões resultando em<br />
mais de mil pessoas acusadas de fraudar<br />
US$ 3,5 bilhões nos cuidados à saúde.<br />
Em um dos casos, uma clínica de Detroit<br />
– fachada para esquema de narcóticos<br />
– desviou mais de US$ 36 milhões. Um<br />
médico no Texas foi acusado de participação<br />
em esquemas para fraudar a Medicare,<br />
cobrando por serviços muitas vezes não<br />
fornecidos. Na Flórida, o proprietário de<br />
várias clínicas de infusão é acusado pelo<br />
governo federal de fraudar a Medicare em<br />
mais de US$ 8 milhões em transação com<br />
reembolso de drogas intravenosas nunca<br />
compradas ou aplicadas em doentes.<br />
aos beneficiários, que podem aproveitar<br />
o tempo de espera para o atendimento<br />
lendo notícias, realizando pesquisas e<br />
estudos, verificando e-mails ou mesmo<br />
utilizando aplicativos de bate papo.<br />
• nmonitoramento<br />
Cresce a procura<br />
por mapeamento<br />
da saúde de<br />
trabalhadores<br />
Conhecer o perfil dos funcionários<br />
no quesito saúde ajuda a escolher o<br />
plano mais adequado para a equipe.<br />
“Quando o RH olha e trata com cuidado<br />
seus colaboradores, impacta<br />
diretamente na equipe, gerando<br />
mudanças de postura e engajamento.<br />
Isso otimiza custos, gera economia em<br />
torno de 30% e traz resultados para a<br />
empresa”, afirma a especialista em gestão<br />
de saúde e sócia da AzimuteMed,<br />
Luciana Lauretti.<br />
Uma análise feita pela empresa<br />
em um escritório de advocacia revelou<br />
que 67% dos colaboradores eram<br />
sedentários e 40% estavam acima do<br />
peso. O trabalho constatou também<br />
que 67% da população não tinha<br />
fidelização ao médico, o que impactava<br />
diretamente em outro dado: idas<br />
frequentes ao pronto socorro.<br />
Com o perfil da saúde dos funcionários,<br />
a operadora desenvolveu<br />
um programa focado em saúde e<br />
qualidade de vida. O escritório de advocacia<br />
passou a gerir a saúde de cada<br />
colaborador de maneira personalizada.<br />
A empresa fez um pequeno ajuste<br />
no ar condicionado, o que diminuiu a<br />
incidência de gripes e pneumonias e<br />
consequentemente o absenteísmo.<br />
Entre outras ações implantadas estão<br />
o lançamento de campanha de consumo<br />
de água, o compartilhamento<br />
de receitas de lanches nutritivos e a<br />
entrega de roteiro com restaurantes da<br />
região com alimentação saudável. Os<br />
colaboradores acima do peso receberam<br />
também dicas de lazer na cidade<br />
e avaliação nutricional periódica.<br />
41
comunicação e expressão<br />
por J. B. Oliveira*<br />
Quando o plural não<br />
é o plural do singular...!<br />
Um amigo contou, já há algum tempo, que a organização<br />
religiosa para a qual trabalhava realizava anualmente uma<br />
Assembleia em que se discutiam os principais acontecimentos<br />
e eventos do período. Os trabalhos eram então resumidos<br />
em um documento que recebia o pomposo nome de “anais<br />
da... assembleia anual da...”<br />
Até aí, tudo bem. Afinal, por dezenas e dezenas de anos<br />
esse ritual vinha se repetindo, sem qualquer problema. Até vir<br />
a presidi-la um americano, bastante crítico e inovador. Além<br />
de tudo, achava-se pleno conhecedor de nosso idioma. E o<br />
que fez? Entendendo que, como se tratava de um documento<br />
apenas, e não de vários, o título estava incorreto! Em sua<br />
“abalizada” opinião deveria ser anal da...assembleia anual<br />
da...” (E quase foi impresso assim...).<br />
Foi muito difícil demovê-lo de sua ideia e mostrar-lhe<br />
que havia “muito mais coisa ente anal e anais do que sonhava<br />
sua vã filosofia”...<br />
O problema todo foi que ele deparou com uma questão<br />
gramatical delicada, que herdamos do Latim, chamada “pluralia<br />
tantum”: palavras que só existem no plural ou que – em<br />
alguns casos – têm significado diferente, conforme estejam<br />
em uma ou outra situação.<br />
É bom que se diga que isso não é exclusividade nossa,<br />
pois o caso ocorre também em outras línguas. Em inglês,<br />
por exemplo, são “pluralia tantum”: clothes (roupa); scissors<br />
(tesoura) e trousers (calça). Em russo, dinheiro é den’gi; em<br />
holandês, cérebro é hersenen.<br />
“Meu óculos” é uma expressão tão corriqueira, que<br />
muitas são as pessoas que a usam sem se dar conta da discordância:<br />
o pronome substantivo possessivo no singular e o<br />
substantivo no plural. Então, arrazoaria alguém, poderíamos<br />
dizer “meu óculo”! Sim, poderíamos. Se estivéssemos nos<br />
referindo a um “orifício circular ou ovalado em parede”;<br />
ou “elemento de arquitetura, sendo uma abertura na fachada<br />
ou no interior, geralmente redonda ou ovalada”;<br />
ou, na linguagem da Marinha, “abertura por onde sai a<br />
boca do canhão”.<br />
Resulta, portanto, que a forma gramatical (meio pedante,<br />
é verdade, é meus óculos...).<br />
O momento político vivido pelo Brasil é marcado, intensa<br />
e reiteradamente, pelo anúncio de casos e mais casos de<br />
corrupção, nos mais diversos e inusitados setores. Figurões<br />
da alta cúpula governamental, empresarial e política estão<br />
sendo desnudados, denunciados, processados e presos,<br />
“como nunca antes na história deste país” – para usar uma<br />
frase cansativamente repetida em um dos governos recentes<br />
do Brasil... – faz até lembrar um antigo samba de Bezerra<br />
da Silva, com seu estribilho – que então parecia debochado,<br />
mas hoje é a pura expressãoda verdade – “Se gritar pega<br />
ladrão, não fica um, meu irmão”...<br />
E isso nos remete a um outro caso em que o plural não<br />
é o plural do singular: é a triste constatação de que nem<br />
sempre as pessoas de bens são pessoas de bem!<br />
Há também a considerar, nessa esteira, o fato de serem<br />
muitos os bons brasileiros que, trabalhadores dedicados e<br />
honestos, conseguem – cada vez com mais dificuldade – obter<br />
o ganho para o sustento seu e da família. É a contrapartida<br />
por seu esforço árduo e, não raro, mal recompensado.<br />
Se é empregado, esse ganho se chama salário. Se, porém,<br />
trabalha em atividade própria, chama-se féria, assim, no<br />
singular. O lamentável é que é bem diferente da forma<br />
plural férias, um período de descanso anual que nem todos<br />
podem usufruir.<br />
Uma das homenagens criadas, nas disputas olímpicas<br />
do passado, era atribuir ao vencedor, como reconhecimento<br />
de seu triunfo, uma coroa de louros. No século XX, mais<br />
precisamente em 1936, nos Jogos Olímpicos de Verão, na<br />
Alemanha, Hitler esperava que seus atletas superassem<br />
todos os demais, pois, no seu conceito, eram representantes<br />
de uma raça superior... E foi então que um atleta negro<br />
americano, Jesse Owens, ganhou nada menos que quatro<br />
medalhas de ouro, nos 100 e 200 metros rasos, no salto a<br />
distância e no revezamento 4 x 100 metros, provando que<br />
somos todos iguais, que não existe nenhum “übermensch”!<br />
Foi ele que ficou com a coroa de louros e não o atleta louro<br />
do Führer!<br />
Por fim, vale lembrar o caso do fiel que, orando humildemente<br />
a Deus, rogava: “Senhor, aumenta as nossas fezes!”<br />
* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.<br />
É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras<br />
www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br<br />
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