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Revista Curinga Edição 21

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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Efigênia não quer parar de estudar<br />

Georgia ainda quer escrever um livro<br />

Mirian logo se formará em psicologia<br />

Em seguida, iniciou o supletivo e não parou. “Eu<br />

tinha um objetivo que era o de encontrar e reunir a<br />

minha família novamente”. Ingressou na segunda<br />

turma de cotistas do curso de psicologia na Universidade<br />

do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mas<br />

como o curso era diurno e ela não tinha a possibilidade<br />

de conciliá-lo com o trabalho, teve que<br />

abandonar. Os estudos continuaram na Universidade<br />

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no curso de<br />

Serviço Social. A graduação veio em 2009. Logo em<br />

seguida, a especialização e o mestrado. Hoje, rumo<br />

ao doutorado, carrega o sobrenome Dias com o orgulho<br />

da família de mulheres “raçudas” e de sua<br />

mãe, principal incentivadora na luta para que ela<br />

chegasse onde está: sentada em seu gabinete, professora<br />

do curso de Serviço Social da Universidade<br />

de Ouro Preto (Ufop).<br />

O Relatório Anual das Desigualdades (2009 –<br />

2010), realizado pelo Laboratório de Análises Econômicas,<br />

Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações<br />

Raciais (Laeser) do Departamento de Economia<br />

da UFRJ, é o estudo mais recente que se propõe<br />

a analisar as diferenças entre grupos de cor e de<br />

sexo no Brasil. Na educação, ele aponta os índices<br />

de analfabetismo entre os anos de 1998 a 2008. No<br />

primeiro ano, a população brasileira não alfabetizada<br />

correspondia a 18,9% e no último ano declinou<br />

para 10,0%. Fazendo um recorte racial nos dados,<br />

constata-se que a taxa de analfabetismo entre os<br />

brancos caiu de 12,1% no primeiro ano para 6,2%<br />

em 2008. Entre os pretos e pardos o índice caiu de<br />

28,6% para 13,6%. Apesar das reduções, principalmente<br />

entre a população preta ou parda, mesmo<br />

com a introdução, na última década, de políticas<br />

públicas de ações afirmativas, é importante notar<br />

como os índices de 2008 para esta população ainda<br />

eram o dobro do que o expresso no contingente<br />

branco no mesmo ano.<br />

Pretos e pardos são os principais afetados pelo<br />

analfabetismo no Brasil. A professora do curso de<br />

Serviço Social da Ufop, Sheila Dias explica que os<br />

negros entraram tardiamente no processo de educação<br />

e ainda hoje são minoria nas universidades<br />

públicas. “A gente era proibido de frequentar as

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