28.02.2018 Views

Revista Curinga Edição 21

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ausente<br />

Texto: André Nascimento e Laís Stefani<br />

Foto: Ana Paula Bitencourt<br />

Arte: Ticiane Alves<br />

Educação é direito social garantido pelo artigo<br />

205 da Constituição Federal de 1988, que se refere<br />

ao “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo<br />

para o exercício da cidadania e sua qualificação<br />

para o trabalho”. Em outras palavras, a Constituição<br />

deve assegurar o conhecimento sobre o mundo<br />

para que a condição de cidadão seja praticada. No<br />

entanto, um problema grave é enfrentado pelo Brasil<br />

desde o período colonial: o analfabetismo. Segundo<br />

o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística<br />

(IBGE), em 2015, a taxa de brasileiros maiores<br />

de 15 anos não alfabetizados era de 8,7%. O índice<br />

diminuiu se comparado ao ano de 2000, quando a<br />

taxa chegava a 13,3%. Olhando apenas os dados<br />

percentuais parece uma mudança positiva, mas estamos<br />

falando de, aproximadamente, 13 milhões<br />

de brasileiros não alfabetizados. O analfabetismo<br />

não toca, apenas, no processo de leitura e escrita.<br />

Está relacionado diretamente ao desenvolvimento<br />

pessoal dos indivíduos e é reflexo de um histórico<br />

processo discriminatório.<br />

O analfabetismo tem cor. Seu índice alarmante<br />

é resultado do processo de segregação e desigualdade<br />

racial conhecido como escravidão e que, até<br />

hoje direciona o caminho do negro à marginalidade.<br />

Sheila Dias, 38 anos, sabe que é uma exceção à<br />

regra. Ela viu sua família de cinco irmãos e quatro<br />

primos adotados se separar para fugirem de uma<br />

vida de miséria e violências. Foi com um dos irmãos<br />

morar no Rio de Janeiro na casa de uma tia. “Eu,<br />

com 12 anos, analfabeta, comecei a trabalhar como<br />

empregada doméstica para poder ajudar a compor<br />

a renda”. E foi assim até os 16 anos de idade, quando<br />

participou de um projeto na igreja em que frequentava<br />

e teve a oportunidade de se alfabetizar.<br />

CURINGA | EDIÇÃO <strong>21</strong> <strong>21</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!