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Revista Curinga Edição 21

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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Segundo o censo de 2010 do Instituto Brasileiro<br />

de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil,<br />

44% da população dos 190 milhões de habitantes<br />

não tem o hábito da leitura e 30% nunca comprou<br />

um livro. O fato de 8% dos brasileiros, com<br />

15 anos ou mais, ser analfabeta (censo do IBGE<br />

de 2007/2015) ajuda a explicar essa pouca estima<br />

pelo papel impresso. Sendo a alfabetização o primeiro<br />

contato com o livro, a maneira como é feita<br />

é crucial para que se continue utilizando este<br />

meio de acesso à informação.<br />

As bibliotecas, antes sinônimo de livro e principal<br />

fonte de acesso da população a eles, sofrem com<br />

a concorrência de outros meios de informação (TV,<br />

smartphones, tablets). Os leitores consideram mais<br />

cômodo e satisfatório fazer uma pesquisa através<br />

de um aparelho eletrônico.<br />

Tuila Dias, 27 anos, aluna de Jornalismo, prefere<br />

o aparelho de leitura digital pela facilidade de<br />

acesso a livros clássicos, teóricos e, principalmente,<br />

lançamentos. Segundo afirma, nunca foi de comprar<br />

muitos livros, sempre foi leitora de biblioteca<br />

ou adquiria as obras por meio de empréstimos de<br />

amigos, porém, a partir do momento em que optou<br />

pela leitura digital, sua relação com a leitura<br />

melhorou, uma vez que suas opções aumentaram.<br />

Aponta também como incentivo maior para a utilização<br />

do leitor digital o fato de alguns livros físicos<br />

serem pesados e isso dificultar seu transporte.<br />

smartphones em especial) cresce o acesso das<br />

pessoas aos livros, já que não precisa mais ir até um<br />

local físico para encontrar o que quer ler”.<br />

A biblioteca resiste<br />

Hoje, o próprio conceito de biblioteca tende a<br />

ser repensado através de projetos, de ordem pública<br />

ou privada, para se tornar atrativo à população.<br />

Segundo Juliana Alves, Secretária de Educação da<br />

cidade de Mariana, MG, “os projetos aplicados nas<br />

escolas têm como principal objetivo estimular e fomentar<br />

o gosto pela leitura”.<br />

Nas creches e escolas de educação infantil, cada<br />

instituição desenvolve o seu projeto. No caso da<br />

creche os livros são entregues aos pais, para a leitura<br />

dos alunos em casa. Já na educação infantil é<br />

realizada diariamente nas próprias escolas, com a<br />

contagem de histórias para as crianças através dos<br />

livros. De acordo com Lúcia Zanetti Vinha, Coordenadora<br />

da Educação Infantil de Mariana, MG, “em<br />

todo início de ano, as ideias de incentivo a leitura<br />

são escritas e entregues às escolas, porém fica<br />

a critério delas a maneira como desenvolver isso.”<br />

Nas escolas de primeiro ao quinto ano, além do incentivo<br />

diário, uma vez por semana os alunos vão<br />

para as bibliotecas orientados por seus professores<br />

e, nas sextas-feiras, levam um livro para casa.<br />

Avanço Digital<br />

Francisco de Assis Santos, bibliotecário, 67,<br />

trabalha na Casa de Cultura de Mariana, MG, há<br />

31 anos. No local onde se encontra uma pequena<br />

biblioteca montada com livros de doações, essa<br />

mudança de hábito se torna clara: antes acostumado<br />

a ver a casa sempre cheia de leitores em<br />

busca de conhecimentos, hoje a encontra vazia<br />

e “desativada”. Santos comenta que o espaço<br />

virou o museu de um velho hábito.<br />

A troca de um livro por um aparelho eletrônico<br />

é o grande impasse atualmente. Com o advento<br />

da tecnologia, a leitura antes feita através das<br />

folhas de papéis foram substituídas pelas letras<br />

em uma tela de celular ou computador. O que<br />

torna preocupante nesse novo hábito é a qualidade<br />

do que se é transmitido e o tempo gasto<br />

para se absorver a informação.<br />

Para Marcos Eduardo de Sousa, 32, Auxiliar<br />

de Biblioteca do Instituto de Ciências Humanas e<br />

Sociais (ICHS): “A substituição dos livros físicos por<br />

correlatos digitais tem se mostrado uma tendência,<br />

na qual é impossível ir contra. Com a ampliação<br />

da utilização de dispositivos móveis (tablet e<br />

Distribuição das<br />

bibliotecas públicas<br />

pelo Brasil, 2015<br />

São 6102 bibliotecas públicas,<br />

sendo:<br />

503 na Região Norte<br />

1.847 na Região Nordeste<br />

501 na Região Centro-Oeste<br />

1958 na Região Sudeste<br />

1293 na Região Sul<br />

Fonte: Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas<br />

CURINGA | EDIÇÃO <strong>21</strong> 13

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