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AEDES AEGYPTI, VETOR DE EPIDEMIAS ANUNCIADAS<br />
está muito além do atendimento à<br />
imprensa. No entanto, para uma boa<br />
Assessoria de Imprensa é fundamental<br />
que tudo esteja funcionando bem:<br />
que as equipes técnicas conversem<br />
com a Ascom para que esta trate a<br />
informação de maneira jornalística;<br />
que a Ascom convença seu assessorado<br />
da importância de saber lidar<br />
com os jornalistas e que, enfim, todos<br />
entendam como a imprensa trabalha<br />
– a necessidade de agilidade das<br />
respostas, a preparação dos porta-vozes,<br />
a importância dos dados, etc. A<br />
confiança na informação repassada é<br />
nossa principal aliada.<br />
Infelizmente, não é possível apresentar<br />
todas as estratégias utilizadas<br />
por todos os estados, mas, a título de<br />
exemplo, cito o ConectaSUS, estratégia<br />
implantada pelo estado de Goiás.<br />
Por meio do ConectaSUS, política<br />
de atuação da Secretaria para o<br />
aprimoramento da gestão, dados são<br />
disponibilizados online, em tempo<br />
real, acessíveis para toda a população,<br />
incluindo, obviamente, a imprensa,<br />
mudando a dinâmica da Comunicação.<br />
Na relação assessoria e imprensa,<br />
é importante dispor de dados atualizados<br />
e contextualizados. Por isso a<br />
experiência de Goiás é tão relevante.<br />
Além disso, o processo de implantação<br />
do ConectaSUS integrou ainda<br />
mais a equipe da Secretaria com a<br />
Ascom. O sistema já foi implementado<br />
em todas as regiões de Saúde do<br />
estado e as secretarias municipais de<br />
Saúde de Goiás também passarão a<br />
contar com a ferramenta, possibilitando<br />
a integração da gestão.<br />
Outra experiência exitosa é a do estado<br />
do Paraná, que em 2016 optou por<br />
imunizar grupos prioritários específicos<br />
nos 30 municípios com maior<br />
incidência de dengue, com uma única<br />
vacina que protege contra os quatros<br />
sorotipos da doença. Os comunicadores<br />
da Secretaria relatam o apoio<br />
da mídia na primeira etapa da vacinação,<br />
medido por levantamento que<br />
revelou que, de quase 300 matérias<br />
veiculadas, 90% foram positivas. A<br />
campanha, no entanto, se deparou<br />
com outras dificuldades, como a de<br />
vacinar os mais jovens – faixa etária<br />
que não tem o hábito de frequentar<br />
a unidade de saúde ou mesmo de<br />
se vacinar (questão semelhante à<br />
da baixa cobertura de imunização<br />
contra o HPV). A baixa temperatura<br />
no período da vacinação também influenciou<br />
negativamente a imunização,<br />
pois nesse período o número de<br />
casos é baixo, levando a população<br />
a acreditar que não há necessidade<br />
de vacinação. São circunstâncias que<br />
explicitam a importância da Comunicação,<br />
que deve deixar claro que<br />
é no período em que a incidência de<br />
casos é baixa que os cidadãos devem<br />
ser vacinados, a partir de calendário<br />
e planejamento feito anteriormente.<br />
Outro ponto importante é em relação<br />
à informação científica, seus<br />
detalhes e minúcias, que devem ser<br />
esclarecidos ao máximo entre fonte,<br />
Assessoria e imprensa, para que<br />
sejam realmente compreendidos pela<br />
sociedade. Não é à toa que a imprensa<br />
busca objetividade e clareza da<br />
informação, ainda mais nos dias atuais,<br />
em que vivemos uma enxurrada<br />
de informações, científicas ou não,<br />
na internet e redes sociais. Devemos<br />
estar mais atentos a veracidade<br />
destas informações. Refletir sobre a<br />
importância da informação é papel<br />
do comunicador de Saúde, assim<br />
como estar sempre atento para que<br />
a informação repassada à imprensa<br />
seja a mais confiável possível.<br />
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