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As Relações da Saúde Públicacom a Imprensa<br />

Relato de experiência do médico e<br />

gerente da Fiocruz Brasília<br />

Gerson Penna<br />

8<br />

A vida vai se construindo dessa forma...<br />

Eu estava olhando o auditório<br />

do Seminário As Relações da Saúde<br />

Pública com a Imprensa e vendo que<br />

a primeira edição deste evento foi<br />

uma sensibilidade da Assessoria de<br />

Comunicação da Fiocruz Brasília,<br />

de olhar o que estava acontecendo<br />

no Ministério da Saúde, no país e no<br />

mundo e fazer a primeira discussão<br />

em cima da crise da febre amarela, e<br />

depois a pandemia do H1N1. O interessante<br />

é que hoje estão na plateia<br />

os que estavam todos do outo lado;<br />

estávamos no Ministério eu, José<br />

Agenor, na Anvisa; Cláudio Maierovitch,<br />

na Anvisa; Francisco Campos,<br />

no Ministério da Saúde (MS), e era<br />

o Dia Nacional de Vacinação do idoso.<br />

O estado do Pará tinha uma baixa<br />

vacinação e eu fui para lá, feliz,<br />

porque minha mãe mora lá, coincidentemente,<br />

e eu abriria a vacinação<br />

do idoso. Mas, nessa madrugada de<br />

sábado, às 3h da manhã, eu fui informado<br />

que o MS havia avisado que<br />

o canal interno das Nações Unidas<br />

alertou que dentro de duas horas faria<br />

o anúncio da pandemia de H1N1.<br />

Não abri a campanha. Consegui<br />

pegar um voo às 5h da manhã e, às<br />

10h da manhã, eu já estava instalado<br />

no gabinete de crise na Secretaria<br />

de Vigilância e Saúde, com essas<br />

pessoas que acabei de nominar aqui<br />

na plateia e todos os outros que são<br />

aqui da Fiocruz.<br />

Foi um caos, porque a gente não sabia<br />

o que fazer, literalmente era um<br />

vírus novo e nós só tínhamos um<br />

panfleto estocado de outro vírus, da<br />

possibilidade da gripe aviária que<br />

não se aplicava para aquilo. Nesse<br />

dia, às 10h, eu estava instalado no<br />

gabinete de crise e, ao meio dia, o<br />

então ministro da Saúde, José Gomes<br />

Temporão, estava desembarcando<br />

em Istambul para o Congresso Mundial<br />

de Saúde Pública, onde ele faria<br />

a conferência de abertura. Foi um<br />

horror dizer para ele: “Você precisa<br />

voltar!” e ele falou: “Mas, a conferência<br />

é à noite”, e o presidente da<br />

Fiocruz, na época, era o presidente<br />

da Associação Mundial de Saúde Pública,<br />

e me disse: “Você está maluco<br />

de tirar o conferencista da abertura?”.<br />

Eu disse: “Não, ele tem uma coletiva<br />

amanhã meio dia”.<br />

Daí a relação com a imprensa, a<br />

comunicação como ferramenta fundamental<br />

para conversar com as pessoas.<br />

Se o ministro não aparecer na<br />

televisão, ou na coletiva aparecer que<br />

o ministro está fora do Brasil, em um<br />

congresso, a credibilidade da conversa<br />

começa a ser abalada. O ministro<br />

foi sensível, não fez a conferência e<br />

voltou.<br />

Bom, na epidemia de febre amarela<br />

foi muito interessante. Dia 26 de dezembro,<br />

cheguei com a família para<br />

passar réveillon no interior da Bahia<br />

de manhã. À tarde, voltei porque apareceu<br />

o primeiro caso de febre amarela<br />

com a possibilidade de ser febre<br />

amarela urbana, e a gente só saiu da<br />

mídia no dia 2 de fevereiro, quando o<br />

Congresso Nacional voltou.

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