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As Relações da Saúde Públicacom a Imprensa<br />
mundo e ela vai ter o que o mundo tem de mais sublime, de Shakespeare a<br />
coisas não tão clássicas como um barato carro popular, e, também há mentira,<br />
desinformação e veneno.<br />
Quais são os desafios de uma boa cobertura? O principal é informar errado e<br />
o informar sem que tenha checado, continuamente e exaustivamente. Então,<br />
o boato da dengue que foi mencionado aqui, antes, ele deriva de sua realização<br />
de formação desqualificada e o risco para que as pessoas enfrentem isso<br />
e entrem em pânico, e atinjam o sistema de saúde, com demandas que muitas<br />
vezes não são necessárias e que podem inclusive causar até tumulto.<br />
Existe a responsabilidade pela checagem e eventuais correções, e ela cabe<br />
tanto à empresa, quanto aos órgãos públicos, eu vou falar daqui a pouco<br />
sobre a missão da Imprensa. A imprensa não deve se eximir! A questão é que<br />
a responsabilidade compartilhada caracteriza uma sociedade em rede e nós<br />
estamos no mesmo barco. Então, além do monitoramento contínuo das redes<br />
e demais mídias, nós jornalistas e cientistas e o pessoal responsável pela<br />
comunicação de entidades como a Fiocruz e o governo devemos ser ágeis na<br />
produção de informação qualificada, focada e amigável à população. Já sabemos<br />
o nível da capacidade de entendimento no celular para a população que<br />
já tem curso superior e pós-graduação. Imagine quem não tem então? Como<br />
transmitir conceitos que são refinados, complexos e como priorizar? Como<br />
conversar com a população? Esse é um grande desafio nosso.<br />
O poder da dispersão da informação é muito grande. Eu me concentrei no<br />
meio digital, mas existem outros meios importantes, como rádio. Tivemos<br />
acesso às informações que estão repercutindo no Brasil e no mundo pela<br />
ferramenta Bites Consultoria (www.bites.com.br). Alguns exemplos são uma<br />
matéria gerada pela Agência Brasil, que gerou 231 mil compartilhamentos<br />
e outra matéria sobre o mosquito da dengue, distribuída pelo R7, Portal da<br />
Rede Record, que teve mais de 48 mil compartilhamentos na reportagem<br />
original. O que mais me chamou atenção nessa matéria é que ela não cita<br />
cientistas e espalha o senso comum. É de má qualidade, se encaixa no ecossistema<br />
de desinformação e é o tipo de conteúdo que eu, como editora, não<br />
gostaria de ver sendo divulgada e está sendo divulgada.<br />
Há matérias como da BBC, que são mais longas e contextualizadas, que deixa<br />
o leitor inquieto e traz dados de pesquisadores. A BBC Brasil é um site responsável<br />
e de qualidade, mas pode ainda gerar um monte de matéria equivocada,<br />
para dizer o mínimo. Uma matéria do G1 mostra o lado humano, o que<br />
é importante para captar a atenção das pessoas.<br />
Eu fiz apenas uma amostragem rápida no meio digital, não tenho a pretensão<br />
de ter feito uma análise da cobertura da imprensa, eu dei um contexto<br />
de onde estamos e o que a imprensa pode e precisa fazer. A nossa missão de<br />
informar, contextualizar, dizer o fato e também de ouvir opiniões não mudou<br />
a nossa capacidade. É mais ou menos daquele provérbio que se usa na<br />
língua inglesa “A vida é curta, o mundo não é justo e ainda por cima, os vírus<br />
podem ser letais”, esse último pedaço sou eu que estou acrescentando.<br />
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Então, para isso vai ser preciso que a comunicação seja focada na população,<br />
que seja o cliente e beneficiário final. Então, por tudo, seja o estágio da vaci-