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As Relações da Saúde Públicacom a Imprensa<br />
infecção pelo vírus zika e a incidência<br />
de microcefalia e outras malformações<br />
congênitas. Além disso, haviam<br />
mulheres que não desejavam a gravidez,<br />
mas acabavam engravidando por<br />
várias razões; haviam mulheres que<br />
desejavam engravidar ou que estavam<br />
grávidas, mas não conheciam<br />
os riscos decorrentes do zika; várias<br />
mães de crianças com microcefalia<br />
estavam sendo vítimas de preconceito,<br />
ou estavam sendo abandonadas<br />
por seus companheiros e/ou famílias.<br />
E, no geral, ficava evidenciado<br />
que as mulheres não tinham informações<br />
sobre seus direitos e sobre<br />
os serviços disponíveis.<br />
É nesse contexto, e a partir das experiências<br />
e insumos colhidos junto às<br />
populações atingidas pela epidemia,<br />
que surge a campanha “Mais Direitos,<br />
Menos Zika”. Criada como um desdobramento<br />
da iniciativa “Atuando<br />
em contextos de Zika”, a campanha<br />
foi desenvolvida para dar apoio tanto<br />
às ações de comunicação de base<br />
comunitária, quanto aos esforços de<br />
informar e conscientizar o público em<br />
escala nacional sobre as implicações<br />
e ações preventivas a serem adotadas<br />
frente ao zika, uma arbovirose com a<br />
qual o Brasil terá que conviver daqui<br />
para a frente.<br />
A campanha foi idealizada para complementar<br />
a linha de comunicação oficial,<br />
centralizada no controle do vetor,<br />
por meio de uma narrativa centrada<br />
nas mulheres e em sua saúde e direitos<br />
reprodutivos, abordando ainda a<br />
promoção do uso de preservativos<br />
masculinos e femininos como parte<br />
do protocolo de prevenção da transmissão<br />
sexual do vírus zika (“não<br />
basta usar repelente, use também<br />
camisinha”). Não por acaso, a campanha<br />
vincula o enfoque de direitos<br />
humanos ao enfrentamento do zika<br />
e tem como marca a silueta de uma<br />
jovem afrodescendente, associada à<br />
hashtag #EuQuero (Mais Direitos,<br />
Menos Zika). Em função do público<br />
prioritário da ação, a campanha foi<br />
lançada no dia 16 de novembro de<br />
2016, durante o 1º Simpósio Internacional<br />
de Saúde da População Negra,<br />
em Porto Alegre (RS).<br />
A criação ficou por conta da agência<br />
Duo Design, de Brasília, que desenvolveu<br />
um amplo conjunto de peças<br />
para mídias variadas, oferecendo<br />
mensagens direcionadas a vários<br />
perfis de público – a campanha se<br />
destina a toda a população, mas,<br />
em especial, às mulheres em idade<br />
reprodutiva (15 a 49 anos) grávidas<br />
e não grávidas, com ênfase nas<br />
populações afrodescendentes que<br />
vivem ou trabalham em municípios<br />
e territórios localizados em contextos<br />
de vulnerabilidade socioambiental<br />
agravada e/ou com maior incidência de<br />
microcefalia e malformações sugestivas<br />
de infecções causadas por zika<br />
e outras arboviroses. Outros públicos<br />
de interesse incluem os parceiros/<br />
companheiros de mulheres em idade<br />
reprodutiva (homens adultos e jovens),<br />
familiares de mulheres em idade reprodutiva,<br />
profissionais de saúde, incluindo<br />
agentes comunitários de saúde e<br />
agentes de endemias, profissionais de<br />
educação, profissionais da assistência<br />
social e lideranças comunitárias.<br />
102<br />
1 Seis entidades de Pernambuco - Grupo Curumim; Gestos: soropositividade, comunicação e gênero; Mirim Brasil - Movimento Infanto-juvenil<br />
de Reinvindicação; SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia; Coletivo Mangueiras; Uyala Mucaje - Organização de Mulheres Negras<br />
de Pernambuco – e quatro entidades da Bahia - Instituto Odara; Coletivo Mangueiras; Mulheres do Calafate; Rede de Protagonistas em Ação<br />
de Itapagipe; a implementação ficou a cargo da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE).