26.02.2018 Views

ebook_seminario_internacional

ebook_seminario_internacional

ebook_seminario_internacional

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

As Relações da Saúde Públicacom a Imprensa<br />

infecção pelo vírus zika e a incidência<br />

de microcefalia e outras malformações<br />

congênitas. Além disso, haviam<br />

mulheres que não desejavam a gravidez,<br />

mas acabavam engravidando por<br />

várias razões; haviam mulheres que<br />

desejavam engravidar ou que estavam<br />

grávidas, mas não conheciam<br />

os riscos decorrentes do zika; várias<br />

mães de crianças com microcefalia<br />

estavam sendo vítimas de preconceito,<br />

ou estavam sendo abandonadas<br />

por seus companheiros e/ou famílias.<br />

E, no geral, ficava evidenciado<br />

que as mulheres não tinham informações<br />

sobre seus direitos e sobre<br />

os serviços disponíveis.<br />

É nesse contexto, e a partir das experiências<br />

e insumos colhidos junto às<br />

populações atingidas pela epidemia,<br />

que surge a campanha “Mais Direitos,<br />

Menos Zika”. Criada como um desdobramento<br />

da iniciativa “Atuando<br />

em contextos de Zika”, a campanha<br />

foi desenvolvida para dar apoio tanto<br />

às ações de comunicação de base<br />

comunitária, quanto aos esforços de<br />

informar e conscientizar o público em<br />

escala nacional sobre as implicações<br />

e ações preventivas a serem adotadas<br />

frente ao zika, uma arbovirose com a<br />

qual o Brasil terá que conviver daqui<br />

para a frente.<br />

A campanha foi idealizada para complementar<br />

a linha de comunicação oficial,<br />

centralizada no controle do vetor,<br />

por meio de uma narrativa centrada<br />

nas mulheres e em sua saúde e direitos<br />

reprodutivos, abordando ainda a<br />

promoção do uso de preservativos<br />

masculinos e femininos como parte<br />

do protocolo de prevenção da transmissão<br />

sexual do vírus zika (“não<br />

basta usar repelente, use também<br />

camisinha”). Não por acaso, a campanha<br />

vincula o enfoque de direitos<br />

humanos ao enfrentamento do zika<br />

e tem como marca a silueta de uma<br />

jovem afrodescendente, associada à<br />

hashtag #EuQuero (Mais Direitos,<br />

Menos Zika). Em função do público<br />

prioritário da ação, a campanha foi<br />

lançada no dia 16 de novembro de<br />

2016, durante o 1º Simpósio Internacional<br />

de Saúde da População Negra,<br />

em Porto Alegre (RS).<br />

A criação ficou por conta da agência<br />

Duo Design, de Brasília, que desenvolveu<br />

um amplo conjunto de peças<br />

para mídias variadas, oferecendo<br />

mensagens direcionadas a vários<br />

perfis de público – a campanha se<br />

destina a toda a população, mas,<br />

em especial, às mulheres em idade<br />

reprodutiva (15 a 49 anos) grávidas<br />

e não grávidas, com ênfase nas<br />

populações afrodescendentes que<br />

vivem ou trabalham em municípios<br />

e territórios localizados em contextos<br />

de vulnerabilidade socioambiental<br />

agravada e/ou com maior incidência de<br />

microcefalia e malformações sugestivas<br />

de infecções causadas por zika<br />

e outras arboviroses. Outros públicos<br />

de interesse incluem os parceiros/<br />

companheiros de mulheres em idade<br />

reprodutiva (homens adultos e jovens),<br />

familiares de mulheres em idade reprodutiva,<br />

profissionais de saúde, incluindo<br />

agentes comunitários de saúde e<br />

agentes de endemias, profissionais de<br />

educação, profissionais da assistência<br />

social e lideranças comunitárias.<br />

102<br />

1 Seis entidades de Pernambuco - Grupo Curumim; Gestos: soropositividade, comunicação e gênero; Mirim Brasil - Movimento Infanto-juvenil<br />

de Reinvindicação; SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia; Coletivo Mangueiras; Uyala Mucaje - Organização de Mulheres Negras<br />

de Pernambuco – e quatro entidades da Bahia - Instituto Odara; Coletivo Mangueiras; Mulheres do Calafate; Rede de Protagonistas em Ação<br />

de Itapagipe; a implementação ficou a cargo da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!