Revista Apólice #218
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Ano 22<br />
Número 218<br />
Fevereiro 2017
editorial<br />
Ano 22 - nº 218<br />
Fevereiro 2017<br />
Esta revista é uma<br />
publicação independente<br />
da Correcta Editora Ltda<br />
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Os artigos assinados são de responsabilidade<br />
exclusiva de seus autores, não<br />
representando, necessariamente, a<br />
opinião desta revista.<br />
Já chegamos ao<br />
fundo do poço<br />
Parece que agora a economia parou de andar para trás. Depois<br />
de um ano difícil, com queda vertiginosa da atividade econômica,<br />
temos uma oportunidade pequena de tentar respirar mais fundo<br />
para encontrar uma ponta de esperança.<br />
O mercado de seguros fechou o ano de 2016 com crescimento<br />
de 9,2% em relação ao ano anterior, o que não é ruim se considerarmos<br />
que o PIB regrediu em 3,5%. 2017, mesmo com todos os<br />
problemas políticos que o País enfrenta, pode ter um avanço do<br />
PIB em 0,5%, segundo os especialistas em economia.<br />
O setor de seguros sentiu em 2016 o desafio de ver sua maior<br />
carteira de outrora estagnar. Os seguros de automóveis sofreram<br />
muito e tiveram queda de 2,4% em 2016 em relação a 2015, com<br />
participação reduzida para 13,3%. Para reagir a esta realidade,<br />
algumas seguradoras lançaram o seguro auto popular, que não representará<br />
uma recuperação para o mercado, mas uma alternativa<br />
para a sangria da carteira.<br />
Com tudo isso, o mercado ainda espera crescer entre 9% e 11%<br />
em 2017. As seguradoras buscam alternativas para tornar este número<br />
real. Para auxiliá-las, várias empresas prestadoras de serviços<br />
oferecem produtos para modernizar e agilizar o seu trabalho. Nesta<br />
edição especial de serviços você poderá conhecer um pouco mais<br />
das necessidades das seguradoras e corretoras. Em um momento<br />
em que as palavras de ordem são ‘inovação e mudanças disruptivas,<br />
certamente quem começar primeiro vai levar vantagem.<br />
Boa leitura!<br />
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<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />
Diretora de Redação<br />
Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para redacao@revistaapolice.com.br<br />
3
sumário<br />
12<br />
16<br />
20<br />
5<br />
9<br />
12<br />
|<br />
|<br />
|<br />
especial serviços<br />
11 | addvalora<br />
16<br />
19<br />
20<br />
|<br />
|<br />
|<br />
painel<br />
gente<br />
capa<br />
Colaboração e compartilhamento fazem da Rede Lojacorr<br />
um parceiro de negócios que facilita a atuação dos corretores<br />
de seguro de todo o País<br />
Reguladora de Sinistros atua há seis anos no Brasil e pretende<br />
investir em novos segmentos em 2017<br />
atendimento<br />
As prestadoras de serviços tornaram-se cruciais no atendimento<br />
de segurados e podem ajudá-los a decidir se ficam<br />
ou deixam uma companhia de seguros<br />
eBaotech<br />
Empresa mostra que é possível criar soluções para encurtar<br />
o caminho entre as seguradoras e os consumidores finais e<br />
corretores<br />
prestadores<br />
Os fornecedores são responsáveis pelas parcerias que resultam<br />
em um cliente bem atendido, satisfeito e fidelizado<br />
24<br />
24<br />
29<br />
32<br />
34<br />
|<br />
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|<br />
|<br />
ética<br />
A transparência na comunicação entre seguradores e corretores<br />
é a maneira mais adequada de atingir positivamente<br />
os segurados e fomentar a cultura do seguro<br />
encontro de líderes<br />
Evento organizado pela CNseg reuniu executivos de seguradoras<br />
dispostos a saber qual é o seu papel para impulsionar<br />
a sociedade<br />
painel saúde<br />
comunicação<br />
4
painel<br />
• nglobalização<br />
Advogados se unem para prestar<br />
serviços mundiais de seguros<br />
Empresas de advocacia em quarto países criaram uma<br />
aliança para prestar serviços legais internacionalmente para<br />
seguradoras e seus clientes.<br />
As companhias participam agora da Legalign Global,<br />
que conta com escritórios de Nova York (EUA), Colonia<br />
(Alemanha), Londres (Inglaterra) e Sidney (Austrália).<br />
Juntas, essas empresas têm cerca de 2 mil advogados<br />
em 58 escritórios espalhados pelos EUA, Europa, América<br />
Latina, Austrália, Nova Zelândia e Singapura.<br />
O grupo terá como foco as coberturas, necessidades de<br />
defesa, regulamentação e compliance das companhias de<br />
seguro e resseguro.<br />
“A globalização da nossa economia resultou em um<br />
crescente número de companhias conduzindo seus negócios<br />
em diferentes jurisdições,<br />
requerendo programas de<br />
seguros multinacionais e<br />
criando uma demanda por<br />
alta qualidade e representação<br />
legal consistente para<br />
disputas jurídicas que ultrapassam<br />
fronteiras”, afirma<br />
Daniel J. McMahon, chairman<br />
do Wilson Elser, um<br />
dos escritórios participantes.<br />
• nsinistro<br />
40% dos acidentes de carro<br />
ocorrem na manobra ou<br />
estacionamento<br />
Cerca de 40% dos acidentes veiculares que resultam em<br />
perdas ou danos materiais ocorrem ao manobrar ou estacionar<br />
o carro, aponta pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia<br />
Allianz (AZT) e a Continental AG. O estudo analisou cerca de<br />
3.500 casos.<br />
“A frequência dos acidentes que ocorrem durante o estacionamento<br />
e as manobras aumentou mais de 30% nos últimos<br />
dez anos e correspondem a 44% dos incidentes com perdas ou<br />
danos materiais e 39% das colisões físicas de danos plenos”,<br />
conta Rüdiger Hackhausen, chefe de Reivindicações da Allianz<br />
Versicherungs-AG.<br />
O aumento dos acidentes durante o estacionamento e as<br />
manobras pode ser atribuído às mudanças nos formatos dos<br />
veículos e ao crescimento contínuo da urbanização. Nas últimas<br />
décadas, os carros ficaram mais largos e compridos, enquanto<br />
o tamanho das vagas permaneceu o mesmo.<br />
A maioria dos incidentes ao estacionar ou manobrar<br />
acontece quando se dá marcha à ré. Situações como essa são<br />
responsáveis por mais de 70% dos sinistros e cerca de 85% dos<br />
pedidos de indenização por danos materiais plenos.<br />
Quase a metade de todos os pedidos de indenização analisados<br />
pelo estudo (41,7%) resultou de batidas de um veículo<br />
contra outro parado, sendo que o primeiro estava estacionando<br />
e dando marcha à ré. A pesquisa também apontou que uma a<br />
cada cinco manobras envolveu dois carros que colidiram quando<br />
ambos estavam parando de marcha à ré.<br />
n • produto<br />
Empresa lança rastreador com seguro<br />
para motos<br />
As vendas de veículos leves devem crescer apenas 2,31% em 2017, enquanto<br />
as de motos devem aumentar 4,4%, segundo a Federação Nacional<br />
da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).<br />
A tendência de troca de carros por motos nas grandes cidades é ainda<br />
maior devido à facilidade de locomoção e menor investimento. Mas o problema<br />
enfrentado pelos usuários é o maior risco de roubo e furto. Afinal, há<br />
no mercado poucas opções de seguro para motos.<br />
Atenta a essa demanda, a Ituran deve ampliar a cobertura do Ituran com<br />
Seguro no mês de fevereiro: motos de qualquer modelo poderão contratar<br />
os serviços da empresa. A companhia trabalhará com seu rastreador para<br />
motos com vendas na Grande São Paulo, Campinas e Baixada Santista, tendo<br />
a garantia da seguradora QBE Brasil.<br />
“Caso a sua moto seja roubada e não localizada, a QBE Brasil fará a indenização<br />
de 90% do valor da tabela Fipe”, destaca Roberto Posternak, diretor<br />
comercial da Ituran, explicando que “a cobertura contempla motos a partir<br />
250 cilindradas, de até dez anos e R$ 50 mil”.<br />
5
painel<br />
• nlongevidade<br />
Brasileiros estão<br />
menos preparados<br />
financeiramente para a<br />
velhice<br />
Estudo do Banco Mundial aponta que<br />
apenas 4% dos brasileiros poupam recursos<br />
para a velhice. Entre os 143 países avaliados,<br />
o Brasil está na 132ª posição, perdendo para o<br />
Congo, Maláui e Togo, por exemplo, com PIB<br />
per capta 15 vezes menor. Já na Tailândia, com<br />
PIB per capta semelhante ao do Brasil, a taxa<br />
de poupança para a velhice é de cerca de 60%.<br />
Entre as razões apontadas por especialistas<br />
para esse baixo índice de poupança dos brasileiros<br />
para a velhice está a memória do período<br />
de elevada inflação, que durou até os anos 1990.<br />
“Há 20 anos, mal era possível se planejar para<br />
o fim do mês”, afirmou Paulo Valle, vice-<br />
-presidente da FenaPrevi.<br />
Mas por mais que os especialistas destaquem<br />
a importância da educação financeira para<br />
o hábito da poupança, também afirmam que isso<br />
só não basta, ressaltando a importância de ações<br />
diretas sobre o comportamento.<br />
O economista-chefe do time de pesquisa<br />
em finanças e setor privado do Banco Mundial,<br />
Leora Klapper, cita os exemplos de Gana e<br />
Bangladesh, onde os salários dos trabalhadores<br />
são entregues sempre com um lembrete para<br />
que poupem. Em Gana, 55% têm o hábito de<br />
poupar e 13% economizam para a velhice. Em<br />
Bangladesh, são 24% e 6%, respectivamente.<br />
• nproduto 2<br />
Entidade apresenta seguro de vida para<br />
jornalistas<br />
A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) apresentou um novo<br />
sistema de seguros de vida para profissionais da mídia. Depois de negociar<br />
com empresas seguradoras de todo o mundo, a entidade colaborou<br />
com a IOMA Insurance e com o Lloyd’s de Londres, ajudando a criar o<br />
Insurance for Journalists.<br />
Essa modalidade de seguro tem preços mais baixos em relação<br />
aos do mercado e cobertura para todos os trabalhadores de mídia sem<br />
restrição, em qualquer parte do mundo – incluindo zonas de guerra.<br />
Há seguradoras que recusam seguros de vida para profissionais de<br />
mídia que trabalham em zonas perigosas ou cobram caro demais. Por<br />
isso, é comum que repórteres, cinegrafistas, fotógrafos e freelancers<br />
façam coberturas em países perigosos sem uma apólice de seguro.<br />
Toda apólice da “Insurance for Journalists” cobre morte acidental e<br />
mutilação, emergências e evacuação em caso de doença e repatriação<br />
de qualquer lugar do mundo (incluindo áreas hostis).<br />
O seguro “Insurance for Journalists” cobre jornalistas que estejam<br />
trabalhando ou viajando nos países da cobertura selecionada. A seguradora<br />
dividiu os países em áreas de risco extremo, risco severo, risco<br />
alto, risco médio e risco baixo.<br />
A seleção em uma categoria de risco alto permite que também se<br />
tenha cobertura do seguro em áreas de risco médio e baixo.<br />
Segundo a tabela da seguradora, o Brasil é considerado um país de<br />
baixo risco. A cobertura varia de US$ 100 mil a US$ 500 mil e o preço é<br />
tabelado de acordo com o número de semanas no local.<br />
6
• nserviço<br />
Seguradora lança serviço de carro por<br />
assinatura no Brasil<br />
A Porto Seguro apresentou o produto “Carro Fácil”, um modelo de negócio<br />
ainda inédito no Brasil, que funciona como um carro por assinatura. Com ele,<br />
você paga uma mensalidade e a seguradora se encarrega dos demais processos,<br />
como documentação e seguro. Iniciativa inclui também uma série de serviços.<br />
O novo sistema de assinatura de veículos entrega conveniência de rodar<br />
com um carro novo, sem ter a necessidade de investir na aquisição de um<br />
automóvel. Após projeto piloto inicial, a empresa oficializa a oferta do carro<br />
por assinatura no Estado de São Paulo e principais regiões do Rio de Janeiro.<br />
O modelo foi aprovado pelos corretores que adquiriram o produto ao longo<br />
do período experimental, conforme menciona o gerente do Porto Seguro Carro<br />
Fácil, Marcelo Rosal. “A aceitação é positiva, principalmente para profissionais<br />
liberais e empreendedores que precisam do carro no dia a dia, nos trajetos pela<br />
cidade e municípios vizinhos. Outro fator apontado foi o empacotamento de<br />
todos os custos rateados nas mensalidades do contrato, pagas com cartão de<br />
crédito, o que gera maior controle de despesas”, diz.<br />
Segundo Rosal, “há tempos que a aquisição de um carro deixou de ser um<br />
investimento, sobretudo se calcularmos os juros de financiamento e a desvalorização.<br />
Estamos vivendo o começo de uma mudança de comportamento do<br />
‘ter’ para o ‘usar’”.<br />
7
painel<br />
• nconsumidor<br />
Proposta protege direito de<br />
segurado em caso de falência<br />
de seguradora<br />
Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de<br />
Lei Complementar 220/16, da Comissão de Defesa do<br />
Consumidor, que protege os direitos dos segurados de<br />
planos operados por seguradoras, operadoras de plano<br />
previdenciário e sociedades de capitalização.<br />
O objetivo da proposta é fortalecer o segmento<br />
financeiro, com a possibilidade de redução ou eliminação<br />
do impacto financeiro para o consumidor no caso<br />
de falência da empresa seguradora.<br />
A proteção, pela proposta, é feita pela afetação<br />
de uma parte do patrimônio das empresas, ou seja,<br />
da separação de parte dos bens que a seguradora tem<br />
exclusivamente para quitar eventuais obrigações com<br />
os segurados.<br />
As regras da proposta não valem para seguradoras<br />
e demais entidades sob intervenção, em liquidação<br />
extrajudicial ou falência quando o texto for transformado<br />
em lei.<br />
Susep<br />
A Superintendência de Seguros Privados (Susep)<br />
será a responsável por definir qual parte do patrimônio<br />
da seguradora será afetada para garantir recursos<br />
aos segurados. Ela também irá estabelecer regras de<br />
contabilização para não confundir esse patrimônio a<br />
outros das seguradoras.<br />
Pela proposta, os bens e direitos do patrimônio<br />
de afetação serão vinculados à Susep e poderão ter<br />
sua movimentação suspensa pelo órgão. Além disso,<br />
a entidade é quem decidirá se os bens poderão ou não<br />
ser alienados.<br />
A Susep, pelo texto, também deve fixar critério<br />
para definir o nível mínimo do patrimônio de afetação<br />
de cada empresa e fiscalizar se o valor está sendo<br />
mantido. A proposta impede qualquer ação judicial que<br />
possa fazer com que o patrimônio separado para honrar<br />
dívida com o segurado fique abaixo do nível mínimo.<br />
• nlegislação<br />
Seguradora deve informar recusa de<br />
contrato em 48 horas<br />
A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados<br />
aprovou proposta que obriga as empresas fornecedoras de seguros<br />
a informar ao consumidor o motivo da recusa na contratação<br />
do seguro no prazo máximo de 48 horas. O prazo começará a ser<br />
contado a partir do prazo solicitado pela seguradora para avaliação<br />
da proposta de seguro. A medida está prevista no Projeto de Lei<br />
5541/16, do deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB).<br />
Pela proposta, a obrigação vale para as seguradoras que atuam<br />
nos ramos de seguro para cobertura de riscos sobre quaisquer<br />
tipos de bens, sejam móveis ou imóveis. A informação deverá ser<br />
prestada por escrito ao consumidor, sendo permitido o envio de<br />
mensagem para endereço eletrônico comprovadamente fornecido<br />
pelo contratante.<br />
Conforme o texto, o descumprimento da medida sujeitará<br />
os infratores às penalidades previstas no Código de Defesa do<br />
Consumidor (Lei 8.078/90), que vão desde multa à interdição do<br />
estabelecimento.<br />
O relator da proposta na Comissão, deputado Cabo Sabino<br />
(PR-CE), recomendou a aprovação da proposta. Na avaliação do<br />
parlamentar tem sido recorrente a prática de as seguradoras não<br />
prestarem informação adequada aos cidadãos que utilizam ou que<br />
buscam seus serviços.<br />
• nevento<br />
Sincor-SC promoverá Ecosegs<br />
regionais<br />
O Sincor-SC realizará em<br />
2017 os Encontros dos Corretores<br />
de Seguros Regionais em substituição<br />
ao Ecoseg tradicional.<br />
Ao todo serão sete encontros,<br />
em formato que permitirá aos<br />
corretores debater as dificuldades<br />
encontradas no exercício da<br />
função no mercado segurador.<br />
“Em breve vamos divulgar<br />
regionalmente as datas e locais,<br />
bem como a programação de<br />
cada um dos Ecosegs Regionais”,<br />
diz Auri Bertelli, presidente da<br />
entidade.<br />
Uma ferramenta será desenvolvida para que os profissionais,<br />
regionalmente, indiquem os problemas e dificuldades em seu dia<br />
a dia no mercado de seguros. Ao final dos eventos, haverá uma<br />
radiografia do mercado, por seguradora, em diferentes regiões do<br />
estado. Um documento final também será entregue às seguradoras<br />
no segundo semestre de 2017.<br />
8
GENTE<br />
Novos gerentes<br />
Monique Andrade assumiu o cargo de gerente<br />
de contas na Berkley, responsável pelo atendimento<br />
comercial aos corretores do Rio de Janeiro e Espírito<br />
Santo. “Vejo a oportunidade na Berkley como um grande<br />
desafio, em um momento oportuno de crescimento<br />
da companhia, com<br />
divulgação dos nossos<br />
produtos. Espero<br />
poder somar experiências<br />
e aprendizados<br />
junto aos meus<br />
colegas de trabalho.<br />
Estou bastante animada<br />
e disposta a<br />
dar o meu melhor”,<br />
diz a executiva, formada<br />
em Ciências<br />
Atuariais, pela Universidade<br />
Estadual<br />
do Rio de Janeiro.<br />
Titular da capitalização<br />
Carlos Alberto dos Santos Corrêa é o novo<br />
diretor executivo da Federação Nacional de Capitalização<br />
(FenaCap). Com experiência nas áreas contábil,<br />
tributária e de controladoria, ele substitui José Ismar<br />
Torres, que estava no cargo desde 2011. O executivo<br />
atuou em diversas empresas do mercado segurador,<br />
como a Brasilveículos, onde foi gerente de Controle,<br />
e a Icatu, onde exerceu o cargo de diretor de Contabilidade<br />
e Tributos.<br />
Troca de benefícios<br />
A Mercer Marsh Benefícios contratou Marcelo Borges<br />
como novo diretor técnico de benefícios da consultoria. O executivo<br />
terá papel fundamental na gestão das áreas de Placement,<br />
Proposta de Valor, Produtos & Gestão de Saúde Qualidade de<br />
Vida, agregando conhecimento técnico e visão do cliente a<br />
todas estas frentes.<br />
Baseado em São Paulo, Borges se reportará a Eduardo<br />
Marchiori, diretor da Mercer Marsh Benefícios e da Marsh<br />
Consumer, e integrará o Comitê Executivo da Marsh Brasil.<br />
Mudança em operações<br />
A BR Insurance anunciou a contratação de Flávio Alexandre<br />
de Sá como diretor de operações. Ele possui profunda<br />
experiência, tendo<br />
atuado por quase<br />
duas décadas diretamente<br />
com o<br />
segmento de saúde.<br />
De acordo com o<br />
presidente da BR<br />
Insurance, Luiz Roberto<br />
de Salles Oliveira,<br />
“a chegada<br />
de um profissional<br />
com o gabarito do<br />
executivo Flávio,<br />
além de fortalecer<br />
nossa filosofia de<br />
trabalho, vai tornar<br />
nossa empresa ainda<br />
mais preparada<br />
para os desafios futuros”,<br />
comenta.<br />
9
GENTE<br />
Gerente de marketing<br />
Priscila Fernandes é a<br />
nova gerente de Marketing<br />
da Tokio Marine. Com quase<br />
15 anos de experiência<br />
na área, a profissional estará<br />
à frente das estratégias<br />
de marketing, comunicação<br />
e relacionamento da<br />
companhia, reportando-<br />
-se diretamente ao superintendente<br />
de Estratégia<br />
de Crescimento, Apoio<br />
Comercial e Marketing,<br />
Flávio Otsuka.<br />
A executiva tem em<br />
seu currículo empresas<br />
como Citibank Brasil, Credicard<br />
e Itaú, onde atuou<br />
nas áreas de Marketing,<br />
Comunicação e Digital.<br />
Mudança na<br />
superintendência<br />
A Delphos informa que Carlos Trindade, atual<br />
gerente de Tecnologia, passa a ser o novo superintendente<br />
de Tecnologia da Informação e Comunicação<br />
(TIC) da empresa.<br />
O executivo já fazia parte da companhia. Ocupou<br />
a coordenadoria de sistemas, gerência de projetos e,<br />
por último, a gerência geral de TI.<br />
Do resseguro para o seguro<br />
A Markel Seguradora, que obteve autorização da Superintendência<br />
de Seguros Privados (Susep) para atuar no<br />
Brasil, será presidida por Leonardo Paixão, ex-presidente<br />
do IRB Brasil Re. A empresa nasce com capital social de R$<br />
48 milhões. O valor mínimo exigido pela Susep é de R$<br />
15 milhões. O grupo já conta com uma resseguradora no<br />
País. A equipe da seguradora ainda está sendo constituída.<br />
Relacionamento com corretores<br />
Leonardo Pereira de Freitas assumiu em dezembro a<br />
diretoria de Mercado do Grupo Bradesco Seguros, responsável<br />
pelo relacionamento com mais de 22 mil corretores no Brasil.<br />
O foco da área é a massificação e disseminação da cultura do<br />
seguro e o desenvolvimento<br />
dos corretores.<br />
“Os principais desafios<br />
estão relacionados à<br />
consolidação do modelo<br />
da organização de<br />
vendas, possibilitando<br />
uma visão única de<br />
clientes e corretores”,<br />
afirma.<br />
Para ele, é preciso<br />
aumentar a viabilidade<br />
de cross-selling e<br />
contribuir para a melhora<br />
dos índices de<br />
renovação e retenção de<br />
clientes. “Estarei muito<br />
próximo dos corretores<br />
de seguros e atento aos<br />
seus anseios e aos movimentos<br />
do mercado<br />
para aproveitarmos melhor<br />
as oportunidades”,<br />
pontua o executivo.<br />
10
especial serviços | addvalora<br />
O desafio de chegar e<br />
manter a liderança<br />
Reguladora de Sinistros atua há seis anos no Brasil e<br />
pretende investir em novos segmentos em 2017<br />
Seis anos de atuação no Brasil<br />
serviram de marco para a Addvalora.<br />
A empresa espanhola<br />
iniciou sua atuação por aqui<br />
através da regulação dos sinistros de<br />
Property de grande porte. A primeira<br />
operação brasileira foi montada no Rio de<br />
Janeiro, já capitaneada por seu Diretor/<br />
Procurador, Regulador Sênior, William<br />
Fernandez.<br />
Em menos de seis meses a empresa<br />
já atingia entre seus clientes a maioria<br />
das grandes seguradoras do mercado, o<br />
que a levou a começar a atender sinistros<br />
de menor valor agregado e a abrir o primeiro<br />
escritório em São Paulo. Hoje, sua<br />
presença geográfica espalha-se pelos 9<br />
principais estados brasileiros, com 16 escritórios<br />
estrategicamente localizados, o<br />
que agiliza o atendimento aos sinistros e<br />
diminui os custos. Todos os 16 escritórios<br />
são capitaneados por um Coordenador<br />
experiente e com poder de decisão.<br />
❙❙William Fernandez, diretor/procurador<br />
Clodoaldo Azevedo, vice-diretor<br />
da Addvalora no Brasil, afirma que o<br />
diferencial da atuação no mercado local<br />
é justamente a capilaridade da empresa,<br />
que permite que ela atenda com rapidez<br />
às demandas dos clientes dos corretores<br />
de seguros. “Nossa parceria e bom relacionamento<br />
são reflexo do trabalho sério,<br />
que sempre coloca uma pessoa no local<br />
do sinistro, disposta a dar agilidade e<br />
eficiência ao processo”.<br />
A partir de 2016, houve um desenvolvimento<br />
considerável da carteira de<br />
Seguros de Responsabilidade Civil Profissional,<br />
um produto muito específico,<br />
bem como de Massificados.<br />
Para atender a cada tipo de demanda,<br />
Massificados, Pequenos, Médios e<br />
Grandes Riscos, a Addvalora Brasil conta<br />
com profissionais capacitados e técnicos<br />
de diversas áreas, como engenheiros,<br />
advogados, economistas, contadores,<br />
administradores, sendo que vários com<br />
fluência nos idiomas inglês e/ou espanhol,<br />
enfim, pessoas adequadas para atender a<br />
cada tipo de evento.<br />
Atualmente, 104 profissionais compõem<br />
o quadro de Colaboradores da<br />
Addvalora, sendo que a empresa não<br />
terceiriza seus trabalhos. Este número<br />
deve aumentar de acordo com as novas<br />
demandas, que podem chegar de produtos<br />
Massificados, por exemplo, que é uma<br />
grande aposta em 2017, assim como o RC<br />
Profissional e Geral, além do Garantia.<br />
“Nosso setor recebe mais demandas<br />
em época de crise. Apesar dos problemas<br />
econômicos terem afetado os<br />
produtos nos seguros de obras, property,<br />
engenharia. Entretanto, as áreas de RC<br />
Profissional e Massificados acabaram<br />
compensando”, frisa Clodoaldo.<br />
Para 2017, os executivos da Addvalora<br />
explicam que o foco será nos<br />
produtos ligados ao Seguro Garantia e<br />
RC Geral. A empresa montou um novo<br />
escritório em Curitiba, no segundo semestre<br />
de 2016, contratou especialistas<br />
na área, e já espera o desenvolvimento<br />
destas carteiras no decorrer deste ano.<br />
O escritório brasileiro da Addvalora,<br />
em pouco tempo, já responde por<br />
cerca de 25% dos negócios globais do<br />
Grupo Addvalora e 80% das operações<br />
na América Latina.<br />
O sistema operacional desenvolvido<br />
pelo escritório brasileiro (Baruc),<br />
por suas grandes vantagens em relação<br />
a outros sistemas, foi escolhido e está<br />
sendo utilizado mundialmente por todo<br />
o Grupo. O Baruc faz o controle dos<br />
sinistros, emite relatórios, entre outras<br />
funções e, no futuro, poderá ser acessado<br />
pelas Seguradoras e Corretores de<br />
forma remota.<br />
❙❙Clodoaldo Azevedo, vice-diretor<br />
11
capa | lojacorr<br />
Expansão da Lojacorr<br />
chega a todas as<br />
regiões do Brasil<br />
Colaboração e<br />
compartilhamento<br />
fazem da Rede Lojacorr<br />
um parceiro de<br />
negócios que facilita a<br />
atuação dos corretores<br />
de seguro de todo o<br />
País<br />
A<br />
expansão da Rede Lojacorr<br />
tem um objetivo claro: preparar<br />
a empresa para enfrentar<br />
os anos e desafios que vêm<br />
pela frente. Em seus 20 anos de existência,<br />
a grande preocupação sempre foi<br />
tornar o negócio sustentável e perene para<br />
os parceiros. Hoje, ela representa a maior<br />
rede de corretores de seguros do Brasil,<br />
formada por mais de 900 profissionais<br />
habilitados e produção superior a US$<br />
100 milhões no varejo, em 2016.<br />
Este processo começou com a reestruturação<br />
das diretorias regionais, com<br />
o objetivo de cumprir o planejamento estratégico,<br />
atingindo a cobertura nacional.<br />
“Aproveitando o slogan ‘Nossa missão é<br />
proteger’, queremos cobrir o Brasil do<br />
Oiapoque ao Chuí”, explica Diogo Arndt,<br />
vice-presidente da Rede Lojacorr.<br />
No modelo anterior havia diretorias<br />
regionais por estado. Agora, o Brasil foi<br />
dividido em cinco regionais, para melhorar<br />
a comunicação e a produtividade<br />
de todo o processo. A configuração ficou<br />
assim: Regional Sul (Rio Grande do Sul,<br />
Santa Catarina e Paraná), Centro-Oeste<br />
12<br />
Kelly Lubiato<br />
(Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,<br />
Tocantins e Rondônia), Sudeste (Rio<br />
de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo),<br />
São Paulo (Estado) e Norte-Nordeste<br />
(com todos os demais estados).<br />
Neste mesmo processo, aconteceu<br />
uma reestruturação das diretorias dentro<br />
da matriz. Agora, Geniomar Pereira e<br />
Luiz Longobardi integram a diretoria<br />
estatutária da empresa. Gênio ficou<br />
com a diretoria comercial e Longobardi,<br />
passou a atuar como diretor de mercado<br />
e operações, sendo o interlocutor junto<br />
ao mercado das seguradoras e responsável<br />
pela elaboração de novos produtos.<br />
“Ele monta o menu e se certifica de que<br />
será entregue para os corretores, com<br />
qualidade e velocidade”, afirma Diogo,<br />
acrescentando que o processo tem grande<br />
necessidade de atuação junto às seguradoras,<br />
principalmente no que se refere aos<br />
contratos e condições comerciais.<br />
“Nunca colocamos as condições<br />
comerciais como principal atrativo para<br />
a Rede porque este seria um argumento<br />
fraco. Não podemos vender o que não<br />
é nosso. Entretanto, podemos ter um<br />
modelo de negócios sólido e consistente<br />
que gere melhores condições para os<br />
corretores e seguradores”, analisa Diogo.<br />
Hoje, a Rede Lojacorr é um canal de distribuição<br />
das seguradoras, consolidando<br />
900 corretores em uma estrutura única,<br />
o que traz ganho de escala e eficiência<br />
operacional para o corretor que opera<br />
com a empresa.<br />
A proposta de valor para os corretores<br />
parceiros é o acesso ao mercado<br />
(número maior de seguradoras) com<br />
maior quantidade de produtos exclusivos<br />
e com mais eficiência operacional através<br />
do compartilhamento de back-office,<br />
que acontece pelo sistema Broker One,<br />
integrado, que consolida toda a gestão da<br />
carteira do corretor em uma única plataforma.<br />
“Podemos fazer uma analogia da<br />
Lojacorr com o Uber, porque administramos<br />
a carteira dos corretores, que buscam<br />
conosco uma solução de acesso para<br />
poder crescer, se desenvolver e atender<br />
com maior velocidade as demandas dos<br />
segurados, porém sem realizar a venda<br />
direta”, aponta Diogo.<br />
A Rede é formada por escritórios e<br />
unidades, que oferecem todas as soluções<br />
que o corretor precisa buscar no mercado:<br />
produtos de 40 seguradoras, sistema<br />
próprio, multicálculo, canais estratégicos<br />
etc. “ Em 2016, foram quase 2 mil horas<br />
de treinamento para os corretores”, destaca<br />
Gênio.<br />
Somos um!<br />
A Rede Lojacorr criou alguns parâmetros<br />
de gestão e as regionais vão ajudar<br />
as unidades de negócios a atingirem<br />
seus objetivos. Assim, eles auxiliam no<br />
desenvolvimento do corretor, no melhor<br />
espírito da Rede: colaboração. A partir<br />
Principais desafios<br />
da missão 2021<br />
➥➥Ter um bilhão de<br />
reais de produção anual;<br />
➥➥Ter pelo menos<br />
um representante da<br />
Rede Lojacorr em cada<br />
estado da União.
Proteção de Norte a Sul<br />
do momento em que processos<br />
e indicadores estão<br />
padronizados é possível<br />
fazer o acompanhamento e o<br />
controle de maneira uniforme,<br />
propiciando ao corretor<br />
condições de se expandir.<br />
Após passar pela reestruturação<br />
completa,<br />
desde o alto escalão até<br />
as regionais, a mensagem<br />
transmitida pela Rede é de<br />
que ela está pronta para o<br />
futuro. “Este é o momento<br />
em que criamos<br />
um Conselho,<br />
como toda grande<br />
empresa, para dar<br />
suporte às decisões futuras”,<br />
analisa Geniomar<br />
Pereira.<br />
Antes, os cargos de diretores<br />
regionais já existiam, mas eram<br />
responsáveis por Estados. Na mudança,<br />
acompanhando a tendência do mercado,<br />
a Rede dividiu a atuação em regionais e<br />
ficou com apenas cinco diretores. Gênio<br />
destaca que a grande mudança é que<br />
estes diretores regionais farão a função<br />
de forma exclusiva, além de serem profissionais<br />
de mercado de primeira linha e<br />
serem oriundos de grandes companhias.<br />
A Rede pretende ter um alinhamento<br />
completo das estratégias para que elas<br />
cheguem até a ponta da linha com a<br />
mesma intensidade. “Como regional, ele<br />
passou a ser uma extensão da matriz, inclusive<br />
em algumas tomadas de decisão”,<br />
pontua Gênio.<br />
Um segundo modelo de negócio<br />
também participa desta<br />
expansão. Aquelas<br />
pessoas que trabalharam<br />
a vida inteira com relacionamento<br />
com corretores,<br />
em suas respectivas regiões em unidades<br />
de seguradoras, possuem o perfil<br />
e podem levar o modelo da Rede para os<br />
corretores. Diogo enfatiza que também<br />
há um programa especial para os corretores<br />
cuja produção ultrapasse R$ 500<br />
Números<br />
➥Presença ➥ em 16 estados e<br />
Distrito Federal<br />
➥550 ➥ municípios<br />
➥38 ➥ unidades<br />
➥430 ➥ corretoras pessoas jurídicas<br />
➥900 ➥ corretores de seguros<br />
➥+ ➥ de US$ 100 milhões em<br />
produção /2016<br />
➥10 ➥ unidades em fase préoperacional<br />
mil por mês.<br />
“Eles podem ser<br />
uma unidade da<br />
Lojacorr em sua região,<br />
com o modelo<br />
de negócio da Rede,<br />
tornando-se uma referência<br />
com capacidade para<br />
aproximar outros corretores e,<br />
assim, trabalharem em conjunto.<br />
Nossa proposta é de aumento da<br />
produtividade e prospecção de novos<br />
parceiros. É um modelo bem sucedido,<br />
porque a corretora consegue expandir<br />
sua carteira e melhorar os controles e a<br />
eficiência do negócio”.<br />
Programa de objetivos<br />
Implantado em 2016, o Programa<br />
de Objetivos possui cinco indicadores<br />
que medem o desempenho das unidades.<br />
Entre eles, há dois itens que são trabalhados<br />
com mais intensidade: prospecção e<br />
produtividade. Em produtividade, o desafio<br />
é tirar mais do mesmo (cross-selling,<br />
up-selling); em prospecção, trazer mais<br />
unidades e corretores para os negócios.<br />
“A média do crescimento do mercado das<br />
grandes corretoras em 2016 foi de 6%.<br />
Para a Rede Lojacorr, o crescimento foi<br />
de 28,52%, o que representa 4,5 vezes o<br />
mercado”, avalia Gênio.<br />
Para 2017, a previsão é de terminar<br />
o ano próximo a 50 unidades. Hoje são<br />
38. Após a convenção da Rede, que<br />
acontecerá nos dias 9 e 10 de março,<br />
serão inauguradas as unidades em João<br />
Pessoa/PB, São Luis/MA, Aracaju/SE<br />
e Divinópolis/MG, que já estão praticamente<br />
prontas.<br />
13
lojacorr<br />
DIOGO ARNDT SILVA<br />
Vice-Presidente<br />
Sócio fundador e Vice-Presidente<br />
da Rede Lojacorr com 21 anos de<br />
experiência no mercado segurador.<br />
Economista pela UFPR, com<br />
Pós-Graduado em Planejamento<br />
e Gestão Empresarial na FAE<br />
Business School, MBA em Gestão<br />
Comercial pela FGV, com Extensão<br />
em Negócios e Gestão pela Universidade<br />
da Califórnia Irvine.<br />
SANDRO RIBEIRO DOS SANTOS<br />
Diretor de Tecnologia<br />
Sócio Diretor, com mais de 17 anos<br />
de experiência em tecnologia e<br />
inovação. Graduado em Administração<br />
de Empresas pela FESP,<br />
com MBA em Gerenciamento de<br />
Projetos pela FGV, pós-graduação<br />
em Logística Empresarial pela<br />
FAE e Gerenciamento da Produção<br />
e Manutenção pela UTFPR<br />
e conhecimentos de Marketing,<br />
Publicidade e Comunicação On-<br />
-line pela UTP.<br />
14<br />
Quem é quem?<br />
ANDRE OGLIARI DUARTE<br />
Diretor Administrativo Financeiro<br />
Sócio fundador da Rede Lojacorr,<br />
oficial da reserva do Exército, economista<br />
pela UFPR, pós-graduado<br />
em Gestão da TI pela FAE Business<br />
School, MBA em Gestão Estratégica<br />
de Empresas e GBA em Finança<br />
Estratégica, ambas pela FGV. Profissional<br />
de seguros desde 2003.<br />
“<br />
Ao longo dos anos<br />
sempre fomos<br />
reconhecidos pela<br />
nossa vanguarda em<br />
tecnologia e inovação<br />
no mercado segurador<br />
e, com isso, buscamos<br />
o melhor para a Rede.<br />
Gerenciar a construção<br />
do conhecimento<br />
coletivo em um grande<br />
número de pessoas<br />
sempre é um desafio,<br />
bem como implementar<br />
e validar todas as ideias<br />
e oportunidades de<br />
negócios que surgem no<br />
dia a dia em nossa Rede.<br />
Fora isso, temos também<br />
o lado operacional que,<br />
com o aumento do<br />
número de negócios,<br />
requer cada vez mais<br />
que os nossos sistemas<br />
estejam otimizados<br />
e integrados junto<br />
aos nossos parceiros,<br />
promovendo ganho de<br />
agilidade e escala em<br />
nossas operações.<br />
”<br />
“<br />
A missão financeira da Rede Lojacorr<br />
sempre foi um grande desafio, pois à<br />
medida que crescíamos, os investimentos<br />
aumentavam (no mínimo) na mesma<br />
proporção. Contudo, nossa visão<br />
empreendedora nos manteve sempre<br />
focados no retorno de longo prazo. Abrimos<br />
mão do lucro rápido, mantendo o foco na<br />
solução que o negócio iria proporcionar<br />
para os corretores e seguradores. O ganho<br />
de escala se tornou uma necessidade<br />
dicotômica, uma vez que não poderíamos<br />
nos contentar com o tamanho da estrutura<br />
de outrora que estancaria o modelo<br />
e, consequentemente, faria com que<br />
corrêssemos um sério risco de estagnar<br />
e, por outro lado, esse modelo inédito,<br />
equilibrado e eficaz, que começava a<br />
chamar a atenção do mercado, tornou o<br />
crescimento e a expansão da Rede uma<br />
consequência espontânea.<br />
”<br />
GENIOMAR PEREIRA<br />
Diretor Comercial<br />
Executivo Comercial, 33 anos de<br />
experiência no mercado segurador,<br />
onde exerceu importantes cargos<br />
em alguns dos maiores grupos<br />
financeiros do País, graduado<br />
em Ciências Administrativas e<br />
Contábeis, pós-graduado pela<br />
UFMG, UFJF e FGV, com especializações<br />
em Negócios, Marketing<br />
e Finanças, respectivamente. Tem<br />
como expertise a gestão com foco<br />
em resultados.<br />
ANDRÉ MORENO<br />
Diretor Regional São Paulo<br />
Há 20 anos no mercado segurador,<br />
com atuação na área comercial<br />
de grandes seguradoras como<br />
Bradesco Seguros, Real Seguros<br />
e Tokio Marine, e desde 2011 na<br />
Rede Lojacorr. Graduado em<br />
Administração de Empresas pela<br />
Faculdade Toledo P. Prudente, com<br />
Pós-Graduação em Adm de Marketing<br />
pela FAAP e MBA em Gestão<br />
Empresarial pelo ISAE/FGV.
LUIZ ERNANI LEPCHAK<br />
Diretor Regional Sul<br />
Executivo comercial com 32<br />
anos de experiência no mercado<br />
segurador. Ocupou cargos de liderança<br />
com equipes comerciais em<br />
grandes empresas do segmento.<br />
Graduado em administração pela<br />
Unicentro /PR com especialização<br />
em negócios pela FGV.<br />
LUIZ LONGOBARDI JUNIOR<br />
Diretor de Operações e Mercado<br />
Executivo de seguros há 35 anos,<br />
trabalhou em reconhecidas<br />
seguradoras do mercado, com<br />
sólidos conhecimentos nas áreas<br />
comerciais, negócios, técnicas,<br />
produtos e operações. Carreira<br />
construída em diversos segmentos<br />
do mercado segurador, tais como<br />
varejo, corporate, banca assurance<br />
e e-commerce.<br />
RENATO GERALDINO JÚNIOR<br />
Diretor Regional Centro-Oeste<br />
Atua no mercado desde 1990.<br />
Trabalhou em grandes seguradoras<br />
como SulAmérica e Bradesco,<br />
e foi professor na Escola Nacional<br />
de Seguros.<br />
“<br />
Nossa diretoria irá<br />
acompanhar os processos<br />
desde a entrada e gestão<br />
junto às seguradoras<br />
que operam na Rede,<br />
produtos, negociação de<br />
contratos, campanhas de<br />
vendas, bem como toda<br />
infraestrutura necessária<br />
para a operação no<br />
tocante à emissão,<br />
pendências, parcelas,<br />
comissões e sinistros. Com<br />
isso, teremos uma visão<br />
única de cada seguradora<br />
e seus impactos e níveis<br />
de serviços em nossas<br />
operações.<br />
Outra missão muito<br />
importante é a busca<br />
constante de novos<br />
produtos e serviços<br />
para os corretores da<br />
Rede Lojacorr. Alguns<br />
novos produtos estão<br />
em fase de negociação<br />
para implementação<br />
na Força de Venda,<br />
visando a geração de<br />
novas oportunidades<br />
de negócios aos nossos<br />
corretores.<br />
Fotos:<br />
”<br />
MARCELO AMARAL<br />
Diretor de Canais<br />
Profissional com mais de 30 anos<br />
de experiência na indústria de<br />
seguros, onde ocupou cargos de<br />
liderança executiva em mais de<br />
25 anos. Colaborador de grandes<br />
projetos para desenvolvimento<br />
do mercado em empresas do<br />
segmento financeiro, varejista<br />
e indústria em geral, além do<br />
próprio segmento de seguros.<br />
ANTONIO CARLOS FOIS<br />
Diretor Regional Sudeste<br />
Executivo Comercial com 23 anos<br />
de sólida experiência no mercado<br />
segurador, com atuação numa das<br />
maiores seguradoras da América<br />
Latina, e há dois anos como<br />
colaborador da Rede LOJACORR.<br />
Cursou Direito, Administração e<br />
Gestão Empresarial, com Pós-Graduação<br />
em Gestão de Negócios e<br />
MBA Executivo pelo IBMEC.<br />
“<br />
Na Diretoria de Canais<br />
buscamos insistentemente<br />
a ampliação das<br />
oportunidades para o<br />
corretor gerar novos<br />
negócios e maior<br />
longevidade no<br />
relacionamento com<br />
clientes, seja na exploração<br />
de sua carteira ou na busca<br />
de novos clientes. O mix de<br />
ofertas e reconhecimento<br />
de oportunidades são a<br />
tônica de nossas ações.<br />
Ao identificar essas<br />
oportunidades, nosso<br />
objetivo é transformar<br />
clientes em parceiros de<br />
negócios na distribuição<br />
de produtos (seguros ou<br />
serviços), sempre com a<br />
presença do corretor.<br />
Nossa missão 2021 passa<br />
por consolidar esta<br />
posição estratégica de<br />
Canais no cotidiano de<br />
nossa Rede, com desafio<br />
de aculturação para que<br />
o corretor visualize as<br />
oportunidades de forma<br />
mais criteriosa.<br />
”<br />
EUCRÉSIO NETO<br />
Diretor Regional Norte/ Nordeste<br />
Executivo com 28 anos de experiência<br />
no mercado segurador,<br />
atuando junto a grandes empresas<br />
como Banorte Seguradora,<br />
Bandeirantes e Bradesco Seguros.<br />
Formado em Ciências Contábeis<br />
e pós-graduado em Gestão Empresarial<br />
pela FGV. Experiência em<br />
gestão de resultados e pessoas.<br />
Guto Pimentel<br />
15
especial serviços | atendimento<br />
Aumento de<br />
performance<br />
As prestadoras de serviços tornaram-se cruciais<br />
no atendimento de segurados e podem ajudálos<br />
a decidir se ficam ou deixam um companhia<br />
de seguros<br />
Amanda Cruz<br />
16
A<br />
tecnologia chegou, ficou e no<br />
começo assustou o mercado<br />
de seguros. Para driblar essas<br />
inseguranças, os prestadores<br />
de serviços que atuam com o setor foram<br />
fundamentais. Não apenas os que fornecem<br />
plataformas de tecnologia, mas<br />
também outros tipos de serviços como<br />
assistência 24 horas, regulação, vistoria,<br />
prevenção de fraudes etc.<br />
Esses são grandes aliados em momentos<br />
de crise, como o que o Brasil enfrenta,<br />
porque dão o tom do diferencial que as seguradoras<br />
apresentam a seus clientes. No<br />
ano de 2017, isso não deverá ser diferente<br />
e, para intensificar a parceria, a palavra<br />
do momento continua sendo a do ano que<br />
passou: inovação.<br />
O serviço de assistência tem grande<br />
importância para o mercado. As empresas<br />
de assistência emergencial, por<br />
exemplo, falam com os clientes quatro<br />
a cinco vezes mais do que as próprias<br />
seguradoras, pois a necessidade de serviços<br />
é muito maior do que a ocorrência<br />
de sinistros. A forma como o cliente é<br />
atendido interfere diretamente em sua<br />
tomada de decisão no momento da renovação<br />
da apólice. Os executivos desse<br />
mercado têm consciência disso. João<br />
Carlos Armesto, diretor Executivo Comercial<br />
e de Marketing de uma empresa<br />
especializada em assistência afirma<br />
estar ciente que “um bom atendimento<br />
emergencial gera clientes potenciais<br />
para a renovação do seguro por mais<br />
um ano, sendo menos sensível a decisões<br />
❙❙João Carlos Armesto<br />
baseadas apenas no preço”, observa.<br />
Os prestadores representam a personificação,<br />
a individualização de produtos,<br />
ainda mais dos chamados massificados, de<br />
prateleira, que são basicamente os mesmos<br />
em todas as companhias e só se diferenciam<br />
por causa de serviços agregados.<br />
A máxima também vale para corretores<br />
de seguros. Há, por exemplo,<br />
um sistema tecnológico voltado para<br />
organização comercial, construído com<br />
direcionamento a vendedores de forma<br />
geral, mas que pode ajudar os profissionais<br />
da corretagem que precisam lidar<br />
com transações mais complexas e que<br />
ainda levam tempo para se concretizar.<br />
“Essa é a realidade de muitos corretores<br />
de serviço que atendem seguradoras”,<br />
afirma Gustavo Paulillo, CEO da plataforma.<br />
2017 trará ainda mais automatização<br />
de processos, ampliando o uso de<br />
aplicativos que facilitem em momentos<br />
cruciais, como as ocorrências de sinistros,<br />
sem que o cliente precise ligar para<br />
seguradora, garantindo mais autonomia.<br />
“Ele pode abrir um chamado, enviar<br />
fotos do automóvel e a empresa já é<br />
capaz de identificar suas necessidades<br />
e determinar os próximos passos, como<br />
indicação de oficina onde o carro poderá<br />
ser consertado”, explica Luís Eduardo<br />
Sirera, diretor de Vendas de uma empresa<br />
especializada em soluções de tecnologia.<br />
Ele acredita que, nesse momento, elevar o<br />
nível de satisfação do cliente seja importante,<br />
mas por conta da crise isso precisa<br />
ser feito sem aumento de investimentos.<br />
Para isso só há uma solução: a tecnologia.<br />
A tecnologia<br />
Em diferentes níveis, a tecnologia<br />
está para os prestadores como eles estão<br />
para as seguradoras. São parceiros e precisam<br />
caminhar juntos para um objetivo<br />
satisfatório. Os smartphones devem ser<br />
o principal investimento neste ano que<br />
se inicia, com aplicativos tornando o<br />
atendimento mais eficiente e realizando<br />
o monitoramento da execução do serviço.<br />
“Visamos construir uma jornada 100%<br />
eletrônica com nossos parceiros”, diz<br />
João Carlos, sintetizando um sentimento<br />
que parece ser único no mercado.<br />
A Kodak Alaris, por exemplo, apesar<br />
de ser oriunda de uma marca com um<br />
histórico conhecido na área de fotografia,<br />
expandiu suas operações e se tornou uma<br />
start-up de tecnologia em 2013, levando<br />
sua captura de informações, digitalização<br />
de dados, scanner e softwares para o mercado<br />
financeiro. A percepção de demanda<br />
do mercado de seguros para essa solução<br />
foi imediata. Tanto que Paulo Fernandes,<br />
gerente de Produtos e Soluções, afirma<br />
que o mercado está passando por uma<br />
transformação: a digitalização de dados,<br />
mesmo em grandes companhias, não é<br />
algo tão difundido e o que era uma lacuna<br />
se transformou em uma oportunidade<br />
para a empresa. “Todos os portes de<br />
empresas de seguros demandam essas<br />
soluções e o mais importante é estar apto<br />
a auxiliá-las nessa mudança”, afirma.<br />
Essa é a premissa: trazer o dia a<br />
dia para dentro dos sistemas, fazendo<br />
com que eles sejam os grandes aliados<br />
dos próximos passos no atendimento.<br />
Para isso, é preciso se aprimorar e estar<br />
sempre à frente. Em um mercado visto,<br />
muitas vezes, como tecnologicamente<br />
conservador, quem ousar demonstrar as<br />
vantagens dos avanços garantirá sempre<br />
uma fatia. Gustavo diz que a plataforma<br />
de sua start-up, por exemplo, será aprimorada<br />
e terá como foco dispositivos<br />
móveis e funcionalidades que auxiliem<br />
no aumento de performance e eficácia<br />
das rotinas.<br />
Luis Eduardo usa como exemplo os<br />
chatbots (utilização de robôs em softwares<br />
de respostas), que executam tarefas<br />
❙❙Paulo Fernandes, da Kodak Alaris<br />
17
atendimento<br />
❙❙Gustavo Paulillo<br />
pré-definidas facilitando a interação<br />
de perguntas e respostas mais básicas<br />
dos clientes. A solução é mais rápida e<br />
baseada em inteligência artificial, sem a<br />
necessidade de interação humana.<br />
Em meio a tanta novidade, a segurança<br />
é um fator que preocupa e, talvez, até<br />
retarde um pouco esse avanço. Paulo, da<br />
Kodak, que está diretamente ligada com<br />
o uso de dados dos segurados, afirma que<br />
agilidade é importante, mas a segurança<br />
é vem antes. A empresa é especialista em<br />
escaneamento de documentos, servindo<br />
para todo o processo, desde o preenchimento<br />
da apólice até a homologação de<br />
um sinistro. Isso pode ser feito até com o<br />
celular. As informações são organizadas<br />
e enviadas para a companhia, tudo por<br />
meio de sistema de armazenamento em<br />
nuvem, impedindo que os dados fiquem<br />
armazenados em local físico e caiam em<br />
mãos mal intencionadas.<br />
O paradoxo que parece estar sendo<br />
facilmente quebrado nessa relação é<br />
que quanto mais automatizado ficam os<br />
sistemas, maior é a preocupação com o<br />
atendimento próximo e humanizado.<br />
Mantendo a proximidade<br />
Quem acha assustador conversar com<br />
robôs pode começar a se acostumar. Essa<br />
tendência fará com que o básico seja automático,<br />
elevando a necessidade de conhecimento<br />
e qualificação de profissionais<br />
humanos. Se esse já foi considerado um<br />
mercado conservador no que diz respeito<br />
à tecnologia, está deixando de ser graças<br />
aos prestadores de serviços.<br />
A comunicação com os clientes é um<br />
18<br />
incentivo para abraçar essas mudanças.<br />
Em um mundo que pede tanta agilidade,<br />
manter-se perto dos clientes é um desafio<br />
que, sozinhas, as seguradoras não conseguem<br />
manter. “A personalização no<br />
atendimento é uma tendência dos dias<br />
atuais, pois a qualidade das informações<br />
disponíveis e acesso aos produtos e serviços<br />
tornaram os clientes exigentes”,<br />
reflete Gustavo.<br />
A via é de mão dupla. Se o mercado<br />
de seguros é alavancado para a modernidade<br />
com os prestadores, também é<br />
verdade que muitos segmentos sequer<br />
existiriam sem os seguros. Pelo menos<br />
é o que acredita João Carlos em relação<br />
aos atendimentos emergenciais. “Foi<br />
assim no Brasil e é assim em todo o<br />
mundo. Existe uma forte tendência desse<br />
mercado para a distribuição dos serviços<br />
de assistência. As seguradoras dedicam<br />
grande parte do seu tempo para participar<br />
das decisões relacionadas aos assuntos<br />
estratégicos de assistência emergencial”,<br />
celebra. Ele acredita na intensificação<br />
dessa reciprocidade.<br />
É preciso mostrar o valor da solução,<br />
fazer com que mesmo os mais tradicionais<br />
vejam os benefícios de mudar de<br />
postura. Mais do que comprar produtos<br />
novos, o mercado quer resolver os seus<br />
problemas. Essa é a era do caos de dados,<br />
pois 90% das informações disponíveis<br />
hoje foram criadas nos últimos dois anos<br />
e eles só crescem. “O importante é como<br />
as empresas vão utilizar esses dados. Dar<br />
a eles a inteligência. É por esse caminho<br />
que tentamos atender a demanda. O<br />
importante é tratar o dado, para que as<br />
❙❙Luís Eduardo Sirera<br />
Os robôs já estão no<br />
mercado<br />
Robôs ocupando postos de trabalho<br />
que antes pertenciam a humanos.<br />
Filme de ficção? Não. Essa é uma<br />
realidade que chegou ao mercado de<br />
seguros no começo de 2017.<br />
A seguradora japonesa Fukoku<br />
Mutual Life está substituindo 34<br />
de seus funcionários humanos por<br />
robôs. O sistema de inteligência<br />
artificial será utilizado para funções<br />
como pesquisa de histórico médico<br />
de pacientes, ajudando no cálculo<br />
de indenizações de seus segurados.<br />
A companhia prevê que essa<br />
medida causará aumento de 30% em<br />
sua produtividade.<br />
empresas trabalhem com eles da melhor<br />
forma possível”, aponta Paulo Fernandes.<br />
E o já conhecido jargão do mercado<br />
de seguros de que tempo de crise é também<br />
tempo de oportunidades afetou as<br />
prestadoras de serviços. Gustavo Paulillo<br />
afirma que a busca por otimização de recursos<br />
e redução de custos é o diferencial<br />
que tem de ser oferecido; descobrir novas<br />
demandas, desafios e acompanhamentos<br />
diários. Dar autonomia, mas estar sempre<br />
por perto, entregando exatamente o que o<br />
cliente necessita. “O projeto só vai obter<br />
resultados se for possível enxergar valor<br />
no nosso trabalho”, reitera Gustavo.<br />
A área de seguros tornou-se estratégica<br />
para todos os prestadores entrevistados,<br />
e para muitos outros que chegam<br />
com novas ofertas aderentes ao mercado.<br />
Não são mais soluções adaptadas ao<br />
seguro, mas desenvolvidas para o setor,<br />
específicas. As companhias também procuram<br />
por diferenciais nos serviços, dando<br />
preferência aos que têm esse conhecimento<br />
do mercado. Muitos profissionais<br />
acreditam que o pior da crise já passou<br />
e que as empresas que resistiram juntas,<br />
deverão fortalecer seus laços neste ano.<br />
“As dificuldades trouxeram a necessidade<br />
de reinventarmos o modelo. Juntos, acreditamos<br />
que conseguimos passar bem<br />
pelo momento mais complicado da crise<br />
e saímos dela fortalecidos para enfrentar<br />
um ano de 2017 igualmente desafiador”,<br />
resume João Carlos.
Trabalhar desde o back-office<br />
das seguradoras até o canal de<br />
distribuidor para corretores e<br />
consumidores é um desafio.<br />
As seguradoras procuram no mercado<br />
soluções para os seguros digitais, uma<br />
tendência internacional que em breve<br />
deve se firmar também no Brasil. “Queremos<br />
diminuir a complexidade e os<br />
custos operacionais e aumentar as vendas<br />
através dos canais digitais”, explica<br />
Rafael Rodrigues, diretor da eBaoTech,<br />
uma empresa de tecnologia voltada ao<br />
mercado de seguros, líder global em<br />
soluções digitais para esta indústria.<br />
Por ter seu foco exclusivo em seguros,<br />
ela é capaz de visualizar claramente os<br />
desafios deste setor, buscando sempre<br />
meios de tornar mais amigável, rápido e<br />
eficiente a operação e as vendas digitais.<br />
Fundada no ano 2000, na China, ela<br />
chegou ao Brasil em 2009, onde conta<br />
com 30 colaboradores. Globalmente são<br />
mais de mil.<br />
O eBaoCloud é focado no middle-<br />
-office. Atualmente, os sistemas de back-<br />
-office podem ser engessados, inflexíveis,<br />
demorando para evoluir, com troca muito<br />
cara e demorada. “Com esta ferramenta<br />
nós tiramos toda a complexidade, trazeespecial<br />
serviços | eBaotech<br />
Vendas digitais<br />
menos complexas<br />
eBaoTech mostra que é possível criar soluções<br />
para encurtar o caminho entre as seguradoras e os<br />
consumidores finais e corretores<br />
Rafael Rodrigues, diretor e Ismael Guilherme, arquiteto de soluções da eBaotech<br />
mos isso para um sistema mais poderoso<br />
com o objetivo de habilitar os canais de<br />
distribuição a usar os nossos serviços”,<br />
acrescenta Rafael.<br />
São três pilares: ele é extremamente<br />
configurável (sendo possível criar desde<br />
telas a serviços); todo orientado a serviços;<br />
facilidade do cloud para aumentar<br />
ou diminuir a capacidade de acordo com<br />
a demanda. “O eBaoCloud é um poderoso<br />
facilitador na comunicação entre seguradoras<br />
e corretores, com uma fração do<br />
custo do back-office”, argumenta Ismael<br />
Guilherme, Arquiteto de Soluções da<br />
eBaoTech.<br />
Esta solução habilita as seguradoras a<br />
ter acesso às tecnologias digitais e canais<br />
digitais sobre a plataforma do back-office<br />
através da nuvem, provendo vantagens<br />
em cima de programas de transformação<br />
de longo termo. “Em um mundo ideal, o<br />
back-office suporta os clientes internos,<br />
continua com os processos de compliance<br />
e fica no middle-office a possibilidade de<br />
criar produtos, versões novas, campanhas<br />
dinâmicas, rápidas e configuráveis, com<br />
flexibilidade de ter tudo orientado a serviços,<br />
desde aplicativos de celulares até<br />
operações em varejistas, por exemplo”,<br />
explica Ismael.<br />
Os usuários desta solução são um<br />
público diverso, formado por seguradoras;<br />
canais de distribuição tradicionais<br />
(corretores, bancos e call centers); canais<br />
eletrônicos, desde líderes de mercado até<br />
pequenos websites e apps de corretores;<br />
startups de seguros e inovadores; empresas<br />
de marketing digital; e provedores<br />
de serviços como assistências em geral.<br />
Um exemplo: como toda venda de<br />
seguros é feita por intermédio de um<br />
corretor, no Brasil, se uma seguradora não<br />
possui um portal específico para o corretor<br />
realizar a venda, é preciso fazer tudo manualmente.<br />
Ela pode receber as informações<br />
de várias fontes, com a necessidade<br />
de colocá-las no seu sistema, às vezes de<br />
forma manual. O eBaoCloud proporciona<br />
o lançamento de novos produtos aos canais<br />
praticamente em tempo real, incluindo o<br />
processo de venda, endosso, renovação,<br />
sinistro, pagamento e cobrança.<br />
“Alguns mercados ainda não estão<br />
automatizados, por isso a ideia de utilizar<br />
um fluxo com a participação de pessoas<br />
reduzida ao mínimo. No limite, se<br />
consegue chegar a um fluxo totalmente<br />
automatizado em carteiras como seguro<br />
viagem, garantia estendida, vida, transportes,<br />
entre outras. Para os canais que<br />
não suportam uma plataforma própria, nós<br />
oferecemos uma de baixo custo, eficiente,<br />
para trazer novos canais para este meio”,<br />
pontua Rafael.<br />
Esta solução pode ser aplicada em<br />
operações B2B ou B2C. “A seguradora<br />
não precisa desenvolver um aplicativo<br />
próprio. Ela pode usar a plataforma de<br />
varejistas ou vender em aplicativo como<br />
o Waze”, exemplifica Rafael.<br />
Os executivos acreditam que o País<br />
tem apetite para soluções disruptivas, apesar<br />
do mercado de seguros ainda estar um<br />
pouco atrás do setor de bancos. Porém, eles<br />
veem como tendência este avanço digital,<br />
aproveitando a onda que vem do exterior.<br />
“Hoje, em seguros, proativamente<br />
as pessoas só compram seguro de automóvel.<br />
Para os outros ramos ainda<br />
existe um novo leque de produtos e a<br />
possibilidade de atingir públicos novos.<br />
Somos facilitadores e estamos abertos a<br />
novas experiências, seguindo o lema internacional<br />
da empresa: make insurance<br />
easy”, finaliza Ismael.<br />
19
especial serviços | prestadores<br />
Suporte importante<br />
para as seguradoras<br />
Os prestadores<br />
de serviços são<br />
responsáveis pelas<br />
parcerias que resultam<br />
em um cliente bem<br />
atendido, satisfeito<br />
e fidelizado. Mas o<br />
bom atendimento<br />
ao consumidor não<br />
é o único ponto<br />
forte da relação<br />
entre seguradoras e<br />
fornecedores<br />
20<br />
Lívia Sousa<br />
Principal elo das empresas com<br />
o consumidor, os prestadores<br />
de serviços também são responsáveis<br />
por complementar<br />
e otimizar os trabalhos e processos das<br />
companhias, atuando como peças fundamentais<br />
na busca pela manutenção da<br />
excelência dos serviços oferecidos. São<br />
eles que representam a marca no cotidiano<br />
dos clientes.<br />
Especialistas em seu ramo de atuação,<br />
o trabalho de cada fornecedor é<br />
essencial e fundamental para um bom<br />
atendimento a quem contrata qualquer<br />
tipo de produto. Mas, afinal, o que as<br />
companhias seguradoras esperam quando<br />
procuram por um prestador de serviço?<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong> conversou com<br />
seguradoras que atuam em diferentes<br />
carteiras para saber o que elas realmente<br />
buscam de seus prestadores e as expectativas<br />
que possuem em relação ao serviço<br />
prestado. Neste cenário, iniciativas para<br />
auxiliar e capacitar os próprios parceiros<br />
também aparecem com uma frequência<br />
cada vez maior.<br />
De antemão, elas deixam claro que o<br />
bom atendimento ao cliente final não é o<br />
único ponto forte dessa relação. É preciso<br />
que os fornecedores também estejam<br />
dispostos a investir em relacionamentos<br />
de longo prazo, na confiança e no conhecimento<br />
técnico.<br />
Auto: investimento em<br />
tecnologia e padronização de<br />
infraestrutura<br />
Nos últimos quatro anos, o setor<br />
automotivo viu as vendas e a produção<br />
de veículos desabarem em meio à economia<br />
com poucas perspectivas de breve<br />
retomada. Porém, o segmento esboça os<br />
primeiros sinais de recuperação. Dados<br />
recentemente divulgados pela Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos<br />
Automotores (Anfavea), entidade que<br />
representa os fabricantes de veículos<br />
instalados no Brasil, mostram que a produção<br />
de automóveis, comerciais leves,<br />
caminhões e ônibus no Brasil cresceu<br />
17,1% em janeiro ante o mesmo mês de<br />
2016. Foram 174.064 unidades fabricadas<br />
contra 148.693. A entidade, inclusive,<br />
classifica o cenário como uma crise pontual<br />
e prevê um crescimento próximo dos<br />
dois dígitos em 2017.<br />
Ao mesmo tempo em que enfrentam<br />
a baixa do setor, as seguradoras que<br />
trabalham com a carteira de automóvel<br />
sentem os reflexos da falta de padronização<br />
de infraestrutura, considerando a<br />
grande extensão territorial do Brasil e as<br />
diferenças regionais. “Nos esforçamos<br />
junto aos prestadores para padronizar<br />
processos e usar de forma inteligente<br />
as tecnologias existentes, em termos de<br />
WebServices e mobile apps, de forma a<br />
garantir um padrão de atendimento”, diz<br />
o diretor de Automóvel e Massificados<br />
da HDI Seguros, Marcelo Moura.<br />
O vínculo da empresa com os fornecedores,<br />
na avaliação do executivo, é<br />
positivo e resultado de um relacionamento<br />
construído à base da ética profissional,<br />
quando ambas as partes cumprem com o<br />
que é acordado no momento do aceite do<br />
prestador dentro da seguradora. Agora,<br />
com a perspectiva de retomada do mercado<br />
automotivo, a companhia deve intensificar<br />
os investimentos em tecnologia<br />
junto aos prestadores para auxiliá-los na<br />
manutenção do nível de serviço e, ainda,<br />
reforçar os processos de capacitação dos<br />
profissionais que contribuem na gestão<br />
desses processos.<br />
No entanto, ele lembra que todo modelo<br />
de negócio é passível de mudança.<br />
Por isso, os fornecedores necessitam<br />
acompanhar a evolução tecnológica da<br />
companhia, buscando atualizarem-se<br />
constantemente e acompanhando as tendências<br />
em tecnologia, principalmente<br />
em termos de atendimento via aplicativos<br />
móveis, para que a parceria continue<br />
sendo próspera.<br />
“Os fornecedores que não acompanharem<br />
as inovações apresentadas cada<br />
vez mais rapidamente nesse mercado<br />
perderão sua capacidade de prestar os<br />
Ricardo Henrique Beyer,<br />
❙❙da Mitsui Sumitomo<br />
melhores serviços e, automaticamente,<br />
não terão seus contratos renovados”,<br />
pontua Marcelo.<br />
Enquanto isso, a HDI passa por uma<br />
fase de estudos e avaliação do mercado<br />
para lançar ainda este ano o Seguro Auto<br />
Popular, oficializado pela Superintendência<br />
de Seguros Privados (Susep) em<br />
outubro passado. No momento, a companhia<br />
analisa cada fornecedor para prestar<br />
um serviço de qualidade ao cliente que<br />
contratar o produto.<br />
Transportes: rapidez na<br />
ocorrência e recuperação<br />
de roubos<br />
Já impactado pela falta de investimentos<br />
em obras de infraestrutura e as<br />
más condições das estradas, o segmento<br />
de transporte, área estratégica para o<br />
desenvolvimento do País, foi um dos primeiros<br />
a sentir os efeitos da instabilidade<br />
econômica. Em 2015, ao mesmo tempo<br />
em que o Produto Interno Bruto (PIB)<br />
caiu 3,1%, a categoria encolheu 4,6%,<br />
segundo o estudo Custos Logísticos do<br />
Brasil, do Instituto de Logística e Supply<br />
Chain (Ilos). Até outubro do ano passado,<br />
a crise havia deixado 12 mil trabalhadores<br />
do setor desempregados.<br />
Com as baixas consecutivas e um<br />
cenário em que o produto oferecido pelas<br />
empresas é basicamente o mesmo, a<br />
saída é conquistar novos clientes através<br />
da prestação de serviços. É o que aponta<br />
Ricardo Henrique Beyer, superintendente<br />
de transporte da Mitsui Sumitomo.<br />
A empresa trabalha com diversos<br />
níveis de prestadores, dos gerenciadores<br />
de risco aos prestadores de atendimento<br />
nas estradas, e desde o ano passado mapeia<br />
e faz um score entre os fornecedores,<br />
avaliando-os como “ruim”, “bom” ou<br />
“excelente”. A partir disso, estabelece<br />
práticas e resultados para que eles tenham<br />
a mesma sintonia que a companhia.<br />
“O que temos de similar entre os dois<br />
é tratar as ocorrências como se fossem<br />
da própria empresa. É importante que<br />
os prestadores não nos vejam somente<br />
como um contratante, mas como parte<br />
fundamental do mercado”, pontua.<br />
Entre os reguladores, a busca é pela<br />
rapidez na ocorrência e em quanto eles<br />
conseguem converter a ocorrência em<br />
pontos positivos. Já entre os gerenciadores,<br />
o foco está na recuperação e frustração<br />
da tentativa de roubo, hoje um dos<br />
maiores problemas da área. Segundo a<br />
NTC e Logística, que fornece informações<br />
para a Confederação Nacional do<br />
Transporte (CNT), a cada 10 mil viagens<br />
no Brasil, seis delas necessariamente<br />
serão alvos de criminosos.<br />
“Com o prestador, podemos melhorar<br />
o quanto a nossa marca está sendo<br />
vista na ponta. A prestação do serviço<br />
diferenciada melhora o nível de reclamação.<br />
Nosso principal referenciador é<br />
o cliente”, conclui Ricardo.<br />
Saúde e odonto: diálogo<br />
transparente<br />
A marcação e o agendamento de<br />
consultas, assim como o descredenciamento<br />
de rede, estão entre as principais<br />
reclamações dos beneficiários dos planos<br />
de saúde. Muitas vezes, esses serviços não<br />
são realizados diretamente pela seguradora<br />
ou operadora de saúde.<br />
É importante que as companhias<br />
mantenham diálogo constante e transparente<br />
com a classe médica, odontológica<br />
e com a rede referenciada de hospitais,<br />
ambulatórios e centros de diagnósticos<br />
sobre temas de interesse da área, além de<br />
trabalhar para expandir a rede referenciada<br />
de atendimento e evitar a sobrecarga<br />
em hospitais e consultórios.<br />
A busca por ouvir e atender as necessidades<br />
dos profissionais de saúde<br />
e garantir que os procedimentos reali-<br />
21
prestadores<br />
❙❙Tereza Veloso, da SulAmérica<br />
zados por eles atendam ao padrão de<br />
qualidade da companhia e aos protocolos<br />
reconhecidos pelos órgãos competentes,<br />
bem como cultivar o relacionamento com<br />
os prestadores foram as premissas que<br />
permaneceram na SulAmérica também<br />
em 2016, quando a Agência Nacional de<br />
Saúde Suplementar (ANS) apontou menos<br />
1,4 milhão de beneficiários na saúde<br />
suplementar.<br />
“Essa aproximação é essencial para<br />
a melhora nos processos e atendimentos<br />
ao cliente”, afirma Tereza Veloso, diretora<br />
técnica Médica e de Relacionamento com<br />
Prestadores de Saúde e Odonto. Ela defende<br />
que o diálogo entre as partes é a melhor<br />
ferramenta para a consolidação do futuro<br />
sustentável do setor, pois disponibiliza<br />
espaço para a construção conjunta de uma<br />
cadeia de saúde suplementar que atenda<br />
aos objetivos de todos os envolvidos.<br />
Com o objetivo de incentivar o intercâmbio<br />
de conhecimento entre os prestadores<br />
de serviços de saúde e fortalecer os<br />
vínculos com a companhia, a seguradora<br />
lançou um canal digital para médicos e<br />
profissionais da área. O portal traz conteúdo<br />
técnico e informativo sobre medicina<br />
e saúde, artigos, pesquisas sobre saúde<br />
populacional e diretrizes da empresa.<br />
Pela plataforma, o médico tem à disposição<br />
serviços como consulta à rede de<br />
prestadores por meio de geolocalização,<br />
cadastro para recebimento de newsletters<br />
e acesso a informações sobre benefícios e<br />
descontos oferecidos para referenciados.<br />
Os profissionais de saúde podem ainda<br />
sinalizar interesse em ser um prestador e<br />
22<br />
indicar pacientes para o Programa Saúde<br />
Ativa, conjunto de iniciativas focadas na<br />
gestão integrada da saúde que oferece<br />
atendimento especializado para o perfil<br />
de saúde do segurado.<br />
“Temos um bom relacionamento<br />
com os prestadores, mas para a manutenção<br />
dessa condição é necessário um<br />
constante investimento em comunicação<br />
transparente e direta com esse público”,<br />
argumenta Tereza, garantindo que a<br />
SulAmérica seguirá aprimorando os<br />
canais para manter a interação com os<br />
prestadores e demais públicos de interesse<br />
da empresa.<br />
Pessoas: empatia é<br />
fundamental<br />
Responsáveis por movimentar R$<br />
25,24 bilhões de janeiro a outubro de<br />
2016, de acordo com a Federação Nacional<br />
de Previdência Privada e Vida<br />
(FenaPrevi), os seguros de pessoas (que<br />
incluem, entre outras modalidades, os<br />
seguros de vida, acidentes pessoais,<br />
educacional e prestamista) trabalham<br />
exclusivamente com momentos e assuntos<br />
sensíveis. Por esta razão, o diretor de<br />
Operações e Sinistros da Liberty Seguros,<br />
Dennis Milan, lembra a importância<br />
de ser eficiente, mas com empatia.<br />
“Quando falamos dos serviços oferecidos<br />
aos segurados em vida, o foco é<br />
proporcionar satisfação, acolhimento e<br />
eficiência para conseguir resolver o problema<br />
do cliente da maneira mais rápida<br />
possível”, declara o executivo. “Nossas<br />
parcerias focam no cliente. Estamos<br />
sempre pensando em como podemos<br />
fazer diferente para garantir a satisfação<br />
dos segurados”, define.<br />
A seguradora considera o serviço<br />
prestado aos consumidores um diferencial<br />
e espera que os fornecedores<br />
estejam alinhados à política da empresa,<br />
oferecendo atendimento cordial, gentil e<br />
eficiente que traga, entre outros pontos, a<br />
satisfação dos segurados. Para isso, foca<br />
em iniciativas com parceiros em busca da<br />
melhoria na proatividade de informações,<br />
principalmente em situações que fogem<br />
de um atendimento padrão por alguma<br />
circunstância.<br />
No ano passado, por exemplo, revisitou<br />
os indicadores de nível de serviço<br />
e SLAs, acompanhou os indicadores de<br />
satisfação do cliente, traçou planos de<br />
ações específicos para as oportunidades<br />
encontradas e promoveu mudanças em<br />
processos e produtos. Também apoiou<br />
dois eventos de prestadores com o intuito<br />
de fortalecer a parceria e reforçar a importância<br />
de atender bem para garantir<br />
tranquilidade aos segurados, além de promover<br />
campanhas de premiação de qualidade<br />
com atendentes dos prestadores.<br />
As ações, segundo Milan, mostraram<br />
a disposição dos parceiros em colaborar<br />
com ideias e mudanças na operação. Em<br />
contrapartida, evidenciaram a dificuldade<br />
e a escassez de prestadores de serviços<br />
com qualidade e disponibilidade longe<br />
dos grandes centros comerciais. e intensificou<br />
um treinamento como forma de<br />
capacitação dos fornecedores envolvidos.<br />
Para este ano, a Liberty – que em<br />
2017 aderiu à gestão compartilhada dos<br />
serviços, com pessoas alocadas dentro<br />
das instalações dos principais parceiros<br />
– pretende continuar trabalhando com<br />
fornecedores para elevar a qualidade do<br />
serviço prestado e trazer inovações que<br />
impactem positivamente os segurados.<br />
No caso do seguro viagem, que<br />
também integra a carteira de pessoas,<br />
a parceria é norteada pela flexibilidade,<br />
transparência e proximidade. “Mesmo<br />
diante de um cenário econômico marcado<br />
por incertezas, procuramos estar sempre<br />
próximo dos nossos parceiros. Entendemos<br />
que o setor do turismo precisa de<br />
uma nova abordagem no seguro viagem<br />
❙❙Dennis Milan, da Liberty
❙❙Pedro Gutemberg, da QBE Seguros<br />
e planejamos trabalhar junto aos parceiros<br />
na rentabilidade do negócio”, revela<br />
o diretor comercial – Personal Lines da<br />
QBE Seguros, Pedro Gutemberg.<br />
Tornando-se “cada vez mais uma<br />
commodity”, ele diz que para manter<br />
os clientes deste tipo de produto as seguradoras<br />
devem ofertar serviços com<br />
maior valor agregado, estar atentas às<br />
oportunidades e tendências do mercado,<br />
apostar na inovação de produtos e, claro,<br />
preservar o relacionamento com as principais<br />
empresas de cartões de assistência<br />
que ofertam seguro para sua carteira.<br />
“Isso permite maior solidez aos produtos<br />
que vendem e garantia a seus clientes”.<br />
Grandes riscos: planejando<br />
ações com antecedência<br />
Grandes obras em infraestrutura surgiram<br />
nos altos da economia brasileira,<br />
sobretudo em razão dos eventos mundiais<br />
como a Copa do Mundo e as Olimpíadas,<br />
que anos depois seriam sediados no País<br />
e renderam muitos contratos às seguradoras<br />
e resseguradoras. “Trabalhamos<br />
em parceria com os fornecedores e<br />
planejamos as ações para os grandes<br />
eventos com muita antecedência. Isso<br />
nos garantiu bastante tranquilidade e não<br />
registramos nenhum problema”, declara o<br />
CEO da Austral Seguradora, Carlos Frederico<br />
Ferreira. Basicamente, a empresa<br />
realizou um planejamento de prospecção<br />
de clientes para demandas de seguros<br />
relacionadas aos eventos. Durante os<br />
mesmos, foi feita uma organização prévia<br />
para emissão de apólices ou eventuais<br />
vistorias e inspeções de risco.<br />
Carlos acredita que a atuação ética<br />
e profissional dos parceiros é um dos<br />
principais ativos da companhia. Para ele,<br />
as seguradoras podem e devem sempre<br />
melhorar a prestação de serviço buscando<br />
a excelência operacional.<br />
Mesmo agora, em que as grandes<br />
obras já não se encontram no mesmo<br />
ritmo frenético de alguns anos atrás, o<br />
mercado ainda conta com amplo espaço<br />
para crescer. E uma das janelas de oportunidades<br />
se abre no setor de petróleo. Em<br />
2016, dados divulgados pela Petrobras<br />
indicaram recorde histórico anual na<br />
produção média de petróleo no Brasil,<br />
com 2.144.256 barris diários – número<br />
0,75% maior que o registrado no ano<br />
anterior. Para 2017, a Agência Nacional<br />
de Energia (AIE) projeta baixo consumo,<br />
mas uma maior atividade da estatal, com<br />
produção estimada em 2,85 milhões de<br />
barris por dia.<br />
O CEO, entretanto, lembra que o aumento<br />
de produção não necessariamente<br />
alavanca novos negócios, mas acredita<br />
que novas rodadas da Agência Nacional<br />
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis<br />
(ANP), assim como as mudanças<br />
regulatórias no pré-sal, terão impacto<br />
relevante no setor nos próximos anos.<br />
Agro: uma via de mão dupla<br />
Os prestadores ajudam as seguradoras,<br />
mas ao que tudo indica o auxílio<br />
ao prestador, partindo das seguradoras,<br />
também está se tornando cada vez mais<br />
❙❙José Cullen, da Swiss Re<br />
❙❙Carlos Frederico Ferreira, da Austral<br />
frequente. “Melhorar processos e otimizar<br />
serviços traz benefícios para toda a<br />
cadeia. E essa troca é natural para nós”,<br />
diz o diretor de seguros rurais da Swiss<br />
Re Corporate Solutions, José Cullen.<br />
Há pouco mais de um ano, a companhia<br />
iniciou os primeiros estudos de<br />
desenvolvimento de um aplicativo com<br />
o objetivo de aumentar sua eficiência<br />
operacional. Os processos e formulários<br />
de inspeções agrícolas já são padronizados<br />
e, com a ferramenta, ganhariam um<br />
aumento na qualidade das informações e<br />
agilidade das inspeções.<br />
José lembra que o perito é uma peça<br />
fundamental para o trabalho das seguradoras.<br />
É ele que levanta as informações<br />
necessárias para a tomada de decisão da<br />
companhia. Portanto, é de extrema importância<br />
que este profissional tenha ferramentas<br />
modernas e capazes de aprimorar cada<br />
vez o trabalho desenvolvido em campo.<br />
O aplicativo ainda está em fase<br />
de implantação. “Estamos recebendo<br />
feedback da sua utilização no campo<br />
e implementando alguns ajustes. É o<br />
processo natural de uma mudança como<br />
essa”, afirma ele, certo de que o uso da<br />
tecnologia é um caminho sem volta também<br />
para a indústria seguradora.<br />
A expectativa é que, até o final do<br />
primeiro semestre, 95% das inspeções<br />
sejam realizadas com a ferramenta, reduzindo<br />
o tempo do ciclo de cada transação<br />
comparado com o modelo atual, representando<br />
queda significativa no custo<br />
operacional, padronização dos dados e<br />
agilidade dos processos.<br />
23
elacionamento | ética<br />
Espírito de equipe<br />
A transparência na comunicação entre<br />
seguradores e corretores é maneira mais<br />
adequada de atingir positivamente os segurados<br />
e fomentar a cultura do seguro<br />
Amanda Cruz<br />
24
A<br />
interação entre seguradores,<br />
corretores e segurados pode<br />
ficar abalada quando alguma<br />
das partes usa de sua posição<br />
para apontar falhas da outra sem que<br />
haja diálogo ou chance de defesa. Alguns<br />
clientes consultados pela <strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />
afirmaram que não é incomum que corretores<br />
de seguros e seguradoras acabem<br />
divergindo sobre de quem é a responsabilidade<br />
por alguma falha no atendimento;<br />
seja no fechamento de uma apólice ou<br />
no pagamento de um sinistro. Com isso,<br />
acabam expondo ao cliente problemas<br />
que deveria ser resolvido entre eles.<br />
A maioria dos corretores trabalha<br />
com diversas seguradoras, justamente<br />
para poder ter flexibilidade na hora de<br />
fazer as melhores escolhas para seus<br />
clientes. Mas, apesar do papel do agente<br />
não existir no Brasil oficialmente, há também<br />
os corretores que são fiéis a apenas<br />
uma companhia.<br />
Para Bóris Ber, primeiro vice-presidente<br />
do Sincor-SP, esse tipo de prática<br />
não traz benefícios ao mercado e mesmo<br />
ponderando sobre a fidelização em alguns<br />
ramos, como Vida e Previdência, ele<br />
não acredita que o setor está pronto para<br />
essa dependência. “A liberdade traz o<br />
equilíbrio ideal para o nosso desenvolvimento,<br />
para a concorrência, que gera<br />
sempre a constante melhora de nossos<br />
produtos. Compare um seguro de automóvel<br />
de antigamente e um de hoje. Veja<br />
a quantidade e a qualidade dos serviços<br />
oferecidos”, aponta.<br />
Cada carteira tem suas particularidades<br />
e, conforme lembra Fábio Cabral,<br />
diretor Comercial da AIG Brasil, “alguns<br />
atendimentos são mais automatizados e<br />
diretos, enquanto outros necessitam de<br />
mais interação com a companhia”. Isso<br />
faz com que seja necessária a abertura<br />
para orientar os profissionais em suas<br />
dificuldades, assim como os corretores<br />
ajudam as seguradoras levando as demandas<br />
cotidianas de seus segurados até<br />
elas. “A proximidade é essencial, ouvi-los<br />
nos permite desenvolver novos produtos e<br />
aperfeiçoar os que já existem. Essa troca<br />
é, sem dúvida nenhuma, benéfica para o<br />
mercado”, completa o executivo.<br />
O corretor de seguros Álvaro Pio<br />
de Queiróz, da Nomminal Corretora,<br />
25
ética<br />
❙❙Boris Ber, do Sincor-SP<br />
26<br />
prefere chamar para si responsabilidade<br />
da entrega do serviço. “Acredito que sou<br />
responsável por tudo. Eu sou o corretor.<br />
Não acho que interesse ao cliente saber<br />
dos entraves da transação. Procuro só<br />
vender o produto que sei que poderei<br />
atender adequadamente. Se é uma seguradora<br />
com a qual não tenho um relacionamento<br />
suficientemente bom, não faço<br />
o seguro. Não adianta depois ir reportar<br />
ao cliente problemas com a companhia”,<br />
afirma. Ele ressalta que essa postura é<br />
essencial para que o trabalho do corretor<br />
tenha propósito. Segundo ele, se o corretor<br />
simplesmente disser para o segurado<br />
entrar em contato com a ouvidoria da<br />
companhia em caso de problemas, estará<br />
descartando sua própria função.<br />
Para entregar bem o que o segurado<br />
espera, o alinhamento com a seguradora<br />
é crucial, conforme lembra Sandra Beccaro,<br />
líder das Práticas de Automóvel,<br />
Frota e Worksite da Marsh. “É preciso,<br />
antes de escolher definitivamente uma<br />
seguradora, sentar e conversar com todas<br />
elas sobre como é possível diminuir os<br />
ruídos na hora da entrega”, destaca. Ela<br />
afirma que mesmo com um bom volume<br />
de produção, na carteira de automóvel,<br />
por exemplo, a Marsh atua com não mais<br />
do que cinco companhias de seguro. “Se<br />
nós colocamos nosso cliente em determinada<br />
seguradora, ela precisa ter a entrega<br />
adequada; além de funcionários capacitados<br />
e bons prestadores de serviços à<br />
disposição”, explica.<br />
Uma dica importante para o profissional<br />
da corretagem de seguros é colocar<br />
o diálogo sempre em primeiro lugar; com<br />
o foco na mediação, orientação e esclarecimento<br />
de dúvidas em caso de diferenças<br />
de indenização, esclarecimento de motivos<br />
de depreciação e entendimento de<br />
cláusulas. “É importante que o corretor<br />
tenha em mente, antes de tudo, que ele é<br />
um empresário. Assim sendo, adotar um<br />
perfil dinâmico e empreendedor o ajuda<br />
a incrementar seus negócios e, consequentemente,<br />
apoiar o desenvolvimento<br />
do mercado”, opina Fábio. O executivo<br />
acredita que a busca por capacitação e<br />
conhecimento, aliada a esse empreendedorismo,<br />
pode ser a chave para construir<br />
uma relação plena entre os players. Enxergando<br />
a postura do segurador como a<br />
de facilitador dos negócios.<br />
Reputação<br />
O que pode entrar em jogo nessa relação<br />
é a reputação das companhias. Por<br />
um lado, as seguradoras precisam dar aos<br />
corretores ferramentas suficientes para<br />
que desentendimentos não se tornem uma<br />
rotina – se isso não for feito apenas pelo<br />
bem do mercado, que se seja porque cada<br />
corretor é um formador de opinião que<br />
pode pesar, e muito, na decisão do cliente.<br />
Afinal, conforme ressalta Fernando Grossi,<br />
diretor comercial da Sompo Seguros, “o<br />
corretor de seguros é o agente qualificado,<br />
que orienta o segurado sobre as opções<br />
de produtos mais adequadas”. Por outro<br />
lado, o corretor precisa saber colocar a<br />
intenção e a necessidade do cliente acima<br />
❙❙Fábio Cabral, da AIG Brasil<br />
❙❙Sandra Beccaro, da SulAmérica<br />
das desavenças ou problemas que teve<br />
com determinada seguradora no passado.<br />
“Não podemos falar mal da seguradora.<br />
Fazer isso é falar mal da nossa indústria.<br />
É apenas uma questão de relacionamento”,<br />
afirma Álvaro. Já Bóris Ber pondera que<br />
o papel do corretor está mais ligado à<br />
arbitragem, de maneira a acompanhar o<br />
mercado e evitar conflitos “promovendo<br />
o melhor entendimento entre as partes”.<br />
A XL Catlin, por exemplo, oferece<br />
a seus corretores parceiros e fornecedores<br />
um material que explica a conduta<br />
e as diretrizes da companhia, tratando<br />
especialmente dos sinistros e individualizando<br />
o atendimento de acordo com as<br />
necessidades, principalmente na área de<br />
grandes riscos. “Caso a dúvida apareça<br />
durante a regulação, entre seguradora e<br />
corretor, nosso objetivo é esclarecê-la<br />
prontamente para que o parceiro possa<br />
transmitir ao nosso cliente comum”,<br />
afirma Marcelo Zampronha, diretor comercial<br />
da operação brasileira de seguros<br />
da XL Catlin.<br />
Idealmente, não importa de quem<br />
seja a falha, importa como ela será<br />
resolvida. Cada corretora de seguros<br />
tem sua própria maneira de lidar com a<br />
situação, seja informando primeiro ao<br />
cliente sobre a dificuldade encontrada,<br />
seja tratando antes com a seguradora. O<br />
que pesa, na verdade, é a maneira como<br />
isso é comunicado.<br />
Para Valmir Rodrigues, diretor<br />
comercial executivo da Tokio Marine, o<br />
ideal é que, se possível, corretor, segurado
e segurador se reúnam e conversem, que<br />
alcancem a solução mais pertinente ao<br />
segurado e não percam tempo apontando<br />
culpados. Sem o envolvimento de alguma<br />
das partes a relação não será duradoura<br />
e a defesa da parte excluída virá á tona<br />
causando desconfortos sem resolver as<br />
questões mais relevantes.<br />
O corretor é o representante da seguradora.<br />
Se ele orientar um segurado a<br />
não contratar determinada companhia,<br />
ele poderá até mudar um dia de corretor,<br />
mas sempre se lembrará dessa ressalva.<br />
Portanto, ele é capaz de ajudar ou<br />
prejudicar uma seguradora, dependendo<br />
de sua postura. O contrário também é<br />
verdade: se a seguradora começa a querer<br />
ir diretamente até o cliente, ela coloca em<br />
dúvida a necessidade de um consultor, o<br />
que pode acarretar em má contratação<br />
que trará dores de cabeça no futuro. Valmir,<br />
que hoje está no papel de segurador,<br />
já esteve do outro lado, atuando durante<br />
anos como corretor. Ele conta que chegou<br />
a perder a conta de uma grande empresa<br />
brasileira porque a companhia queria<br />
trabalhar com determinada seguradora<br />
e descartou a sua consultoria quando ele<br />
avisou que, para o atendimento nacional<br />
da empresa, aquela não era a opção mais<br />
indicada. “Eu avisei que a seguradora<br />
não atenderia a expectativa e fiquei de<br />
fora do negócio. Algum tempo depois<br />
a empresa interrompeu o seguro porque<br />
não conseguia atuar no nível necessário<br />
em todo Brasil”, conta o executivo.<br />
Tanto para corretores quanto para<br />
❙❙Fernando Grossi, da Sompo<br />
❙❙Marcelo Zampronha, da XL Catlin<br />
seguradores entrevistados, o critério é<br />
muito simples: transparência. Essa é a<br />
premissa para a ética no mercado. “Afinal,<br />
a seguradora conta com o corretor como<br />
um canal de vendas. Desta maneira, a<br />
companhia pode direcionar seus investimentos<br />
para outras áreas, como marketing<br />
e novas tecnologias”, pontua Marcelo<br />
Homburger, vice-presidente Executivo da<br />
Aon Brasil. O executivo também acredita<br />
que a ação de despreparo ou má-fé de um<br />
profissional da corretagem pode, sim,<br />
manchar a identidade de uma companhia<br />
de seguros.<br />
Os moldes éticos cabem em todas as<br />
situações. Há aqueles que, em face de um<br />
problema, esgotam as possibilidades de<br />
resolução antes com a seguradora, como<br />
é o caso do corretor de seguros José Luiz<br />
Souza, da Rondon Seguros. “O problema<br />
está, justamente na falta dessa transparência.<br />
As companhias seguradoras não<br />
costumam ser claras em suas negativas,<br />
seja na hora da contratação ou na hora<br />
do sinistro”, aponta, ressaltando que a<br />
proximidade do corretor com o cliente<br />
final faz com que ele seja apontado muito<br />
mais como responsável, ou que, pelo menos,<br />
seja o mais cobrado. O profissional<br />
exemplifica algumas ocorrências que são<br />
prejudiciais, como a regulação de sinistro<br />
demorada e prestadores terceirizados que<br />
não atendem às boas práticas esperadas<br />
tanto de um lado quanto de outro.<br />
A valorização do corretor, portanto,<br />
parece ser a chave para que esse relacionamento<br />
tenha fluidez. É o que lembra<br />
Zampronha, que cita os corretores de<br />
grande risco como exemplo: “no mercado<br />
de grandes riscos, os corretores atuam de<br />
forma independente e provêm soluções<br />
de alta complexidade, que muitas vezes<br />
envolvem mais de uma seguradora ou<br />
resseguradora”, explica. Para continuar<br />
no negócio, é preciso zelar pelo bom<br />
relacionamento.<br />
Para colocar isso em prática, todas as<br />
seguradoras têm seus treinamentos e ações<br />
especiais, sejam campanhas de incentivo,<br />
encontros para discussão de novos produtos<br />
e diretrizes ou disponibilidade dos<br />
executivos para sanar dúvidas. “Quanto<br />
mais preparado estiver o corretor, mais<br />
perfeita será a consultoria que ele dará<br />
ao segurado. Se uma venda é perfeita, ela<br />
conduz à satisfação, que se transforma em<br />
renovação”, comenta Valmir.<br />
Os erros de entendimento da apólice<br />
também podem levar a problemas maiores<br />
do que deveriam ser. Para Homburger,<br />
pode ocorrer demora de atendimento da<br />
seguradora e, nesse momento, o corretor<br />
será crucial para que a negociação continue<br />
saudável. “É necessário que as partes<br />
envolvidas interajam a favor de um único<br />
objetivo: atendimento eficiente e com o<br />
menor tempo de resposta possível, para<br />
que o cliente possa acompanhar, passo a<br />
passo, as ações que o corretor está tomando<br />
para defender seus interesses”, indica.<br />
O quarto elemento<br />
Seguradores, corretoras e segurados.<br />
Há algum tempo mais um componente<br />
❙❙Valmir Rodrigues, da Tokio Marine<br />
27
ética<br />
❙❙Marcelo Homburger, da Aon Brasil<br />
foi somado a essa conta: o prestador de<br />
serviços. Embora algumas companhias<br />
do mercado internalizem seus serviços,<br />
muitas terceirizam esses profissionais<br />
para conseguir ter mais abrangência<br />
em um país de dimensões continentais<br />
como o Brasil. Para garantir o atendimento<br />
satisfatório, essas companhias<br />
fazem acompanhamento em tempo real<br />
dos atendimentos e as corretoras estão<br />
seguindo o mesmo caminho, ajudando na<br />
fiscalização. Álvaro Queiróz conta que,<br />
na corretora dele, os colaboradores são<br />
os responsáveis por acionar os serviços,<br />
justamente para evitar acontecimentos<br />
como a solicitação errada e o mau atendimento.<br />
“Vale a pena os prestadores de<br />
serviços passarem por uma reciclagem.<br />
Não adianta colocar meu cliente em uma<br />
companhia em que ele seja apenas mais<br />
um. O segurado que é mal atendido pelo<br />
prestador que representa a companhia<br />
não quer mais trabalhar com ela”, alerta.<br />
Sandra diz que na Marsh essa excelência<br />
também é bastante cobrada. Um<br />
segurado que precisar pedir um guincho<br />
em local perigoso precisa ter a certeza de<br />
que está seguro, mas nem sempre uma<br />
seguradora que é eficiente na entrega de<br />
seus produtos conta com prestadores que<br />
acompanham seu nível.<br />
A busca pela padronização, portanto,<br />
apesar de ser uma realidade, ainda não<br />
pode ser plenamente concluída, devido a<br />
essas discrepâncias. “O nosso segurado<br />
pode, por exemplo, estar em um local de<br />
difícil acesso. Neste caso, o prestador que<br />
28<br />
encontraremos lá talvez seja exatamente<br />
o mesmo que ele contrataria com seu<br />
próprio dinheiro. Não há como deslocar<br />
outro tipo de guincho, por exemplo, para<br />
atender determinadas expectativas, há<br />
uma realidade que limita. Mas ainda há<br />
espaço para evoluir. Atingir o mais alto<br />
nível de exigência tem que ser a preocupação<br />
de todo prestador de serviço”,<br />
opina Valmir.<br />
Balanço da relação<br />
As seguradoras procuram manter<br />
um bom número de corretores fechando<br />
negócios com elas, mas a competição é<br />
acirrada. O mercado está bem equilibrado<br />
no País, desde seguradoras mais especializadas<br />
até as multilinhas procuram<br />
trabalhar de forma semelhante para não<br />
ficar para trás.<br />
Para seguradores e corretoras, há a<br />
obrigatoriedade de trabalhar em conjunto.<br />
Ainda que ambos possam decidir por<br />
um ou outro profissional para se relacionar<br />
comercialmente, a verdade é que o<br />
barco é um só. Então, o que falta para<br />
que essa relação ganhe um pouco mais de<br />
equilíbrio? Para Bóris Ber, ela precisa ser<br />
mais valorizada, ter manutenção, como<br />
toda relação longa. Ele dá o exemplo<br />
de um sistema utilizado no Sincor-SP,<br />
chamado Disque Sincor, que tem ajudado<br />
a reverter as negativas das companhias.<br />
“Muitas vezes, uma seguradora nega um<br />
sinistro pela simples falta de informações<br />
mais precisas”, opina.<br />
As seguradoras procuram manter<br />
seus parceiros atualizados e treinados, e,<br />
embora contem com seus próprios produtos<br />
para fazer esse acompanhamento,<br />
isso acaba por contribuir para o mercado<br />
como um todo, formando melhor os<br />
profissionais. Em contrapartida, os corretores<br />
que percebem essa valorização<br />
costumam ter mais afinidade e, de forma<br />
natural, acabam por lembrar mais desse<br />
tipo de postura na hora de recomendar o<br />
seguro. “O objetivo é municiá-los com<br />
técnicas para a atuação como consultores<br />
de seguros, o que propiciará um<br />
atendimento mais qualificado”, afirma<br />
Fernando, da Sompo. Valmir também<br />
observa isso. Ele acredita que ajudar os<br />
corretores, ainda que seja orientando-os<br />
em carteiras com as quais a seguradora<br />
❙❙José Luiz Souza, da Rondon<br />
não trabalha, faz com que eles dêem<br />
mais valor à companhia e que fiquem<br />
“com vontade de retribuir”, acredita.<br />
No mercado, menos é mais. Os corretores<br />
de seguros mais jovens tendem<br />
a querer conhecer todas elas, mas se ter<br />
profundidade em todos os serviços de<br />
uma seguradora já é difícil, conhecer a<br />
todas profundamente é tarefa impossível.<br />
“O mais importante é que o corretor<br />
saiba escolher suas parceiras, que honre<br />
os contratos. Todos os três precisam<br />
fazer o seu melhor. Não há negócio<br />
milagroso, nem há como apenas um dos<br />
lados ter vantagem muito maior sobre<br />
o outro e isso ser parte de uma relação<br />
honesta, duradoura”, aconselha Valmir.<br />
O trabalho é coletivo, em prol do<br />
mesmo objetivo. Há muito trabalho a<br />
ser feito e muita educação e cultura<br />
de seguro a ser disseminada até que a<br />
relação esteja em total harmonia. Sempre<br />
existirá uma aresta a ser aparada e<br />
para isso, Fernando, da Sompo, lembra<br />
que a solução é, na verdade, bastante<br />
simples: “é importante, cada vez mais,<br />
que corretores e seguradores estejam<br />
juntos em debates sobre soluções que<br />
podem ser adotadas para vencermos<br />
os percalços a serem enfrentados no<br />
desenvolvimento do setor”. Sandra<br />
concorda e vê as dificuldades e obstáculos<br />
com muito valor. “Todo ruído<br />
é um tema para uma melhoria. E todo<br />
dia há alguma novidade, uma situação<br />
diferente que pode ser conversada e<br />
resolvida”, finaliza.
evento | encontro de líderes<br />
Líderes buscam soluções<br />
para o mercado de seguros<br />
Encontro organizado pela<br />
CNseg reuniu executivos<br />
de seguradoras dispostos a<br />
saber qual é o seu papel para<br />
impulsionar a sociedade<br />
Kelly Lubiato<br />
Marcio Coriolano, presidente da<br />
CNseg, na abertura do evento<br />
O<br />
tempo presente das coisas<br />
passadas no Brasil, e o seu<br />
impacto no futuro. Difícil<br />
assimilar o raciocínio e<br />
passar os olhos sobre alguns pontos que<br />
mostram onde chegamos, como sociedade,<br />
e para onde vamos. Esta é a proposta<br />
do 22º Encontro de Líderes do Mercado<br />
Segurador, organizado pela CNseg, em<br />
Florianópolis (SC), que contou com a<br />
presença de executivos da maioria das<br />
seguradoras do mercado. O evento foi baseado<br />
em três temas centrais: sociedade,<br />
economia e política.<br />
O economista e ecologista Sergio<br />
Besserman afirmou que não devemos cair<br />
na ilusão de que os desafios econômicos,<br />
estruturais e sociais são novos. “Nossa<br />
sociedade é uma das mais desiguais<br />
no mundo, fato que afeta até as taxas<br />
de juros. Todos que trabalham sobre a<br />
desigualdade procuram a similaridade<br />
que a explicam. Acho que a desigualdade<br />
é a cicatriz mais profunda da sociedade<br />
brasileira. Somos assim porque somos<br />
um reflexo do mundo. Somos iguais ao<br />
mundo. A desigualdade não é só de renda:<br />
somos uma sociedade profundamente<br />
hierárquica e patrimonialista. As coisas<br />
presentes do tempo passado estão vivas<br />
e ativas”.<br />
Carlos Melo, cientista político e professor<br />
do Insper, fez uma interpretação<br />
das instituições no Brasil. De início, ele<br />
avisou que nas análises atuais de conjuntura,<br />
não conseguia levar boas notícias.<br />
“Está difícil levar uma mensagem de<br />
otimismo sobre o Brasil atual”, declarou.<br />
“Quando falo de instituições cito como<br />
referência Douglass North, nobel de economia,<br />
porque ele diz que as instituições<br />
são mais importantes que as descobertas<br />
científicas ou recursos naturais, pois garantem<br />
o desenvolvimento econômico,<br />
símbolo de eficiência institucional. Sem<br />
elas, não é possível promover o desenvolvimento<br />
econômico e social. O conceito<br />
que ele trabalha é de Matriz Institucional,<br />
com conjunto de leis, organizações, regras,<br />
história e cultura”, elencou Carlos.<br />
Para ele, no Brasil os avanços institucionais<br />
aconteceram, o País está melhor<br />
que si mesmo no passado e é o mais<br />
avançado dentre o BRICS. Carlos lembra<br />
que mesmo países de instituições consolidadas<br />
passam por crises. “A sociedade<br />
agora é mais aberta, informada e mais<br />
ativa (vide imprensa e mídias sociais).<br />
Há também a mudança de mentalidade<br />
de coisas que se consolidaram e que não<br />
existia no passado”.<br />
A eleição é um processo básico para<br />
limitar quem controla as instituições,<br />
29
encontro de líderes<br />
mas estas são amplamente pensadas,<br />
não se limitam a Órgãos de Controle.<br />
“A sociedade civil não existe mais como<br />
termo de uso, mas ela encolheu e é avessa<br />
à política”, opinou Carlos. O corporativismo<br />
ainda é um forte componente político,<br />
com influência sobre as instituições. A<br />
Justiça não pode ser avaliada por uma<br />
única instância, comarca ou processo. “Se<br />
a gente personaliza a Justiça está errado.<br />
Temos que respeitar a lei e não o juiz”.<br />
Samuel Pessoa, economista pesquisador<br />
da FGV, disse para olharmos<br />
a redemocratização como um avanço<br />
para passarmos para uma sociedade<br />
aberta, com acesso a serviços públicos e<br />
capacidade para exercer uma função e se<br />
construir como pessoa.<br />
O caminho das instituições parece<br />
bom, na visão dele. “Temos um desenho<br />
institucional com presidencialismo<br />
forte em sua capacidade de organizar o<br />
Congresso, muito fragmentado partidariamente.<br />
O presidente deve construir a<br />
coalisão”.<br />
A melhora do desenho institucional é<br />
melhor do que a melhora da economia. A<br />
mediana da sociedade quer muito atacar<br />
o problema de distribuição de renda. “No<br />
❙❙Painel Sociedade<br />
longo prazo percebemos que não há um<br />
trade off entre crescimento econômico<br />
e equidade social. O eleitor mediano no<br />
Brasil vota por aumento da carga tributária<br />
e serviços sociais. O problema é que<br />
temos o conflito entre o país patrimonialista<br />
e a agenda do eleitor mediano, que<br />
pede bolsa família, regulação do salário<br />
mínimo. Estas duas pressões estão nos<br />
levando ao descontrole econômico”,<br />
destacou Samuel.<br />
Por que a coisa desandou? A sociedade<br />
de forma coletiva vai criando as narrativas<br />
de como as coisas funcionam. Por<br />
acaso, tivemos no centro da formulação<br />
da política econômica, estimulada pelo<br />
presidente Lula, uma leitura do processo<br />
do desenvolvimento econômico que nos<br />
colocou no desvio.<br />
Todo o cenário econômico depende<br />
A divisão em federações da CNseg completa 10 anos. A partir da esquerda: Edson Franco, presidente da FenaPrevi; João Francisco<br />
da Costa, presidente da FenSeg; Joaquim Mendanha, superintendente da Susep; Marcio Coriolano, presidente da CNseg; Solange<br />
Beatriz, presidente da FenaSaúde e Marco Barros, presidente da FenaCap.<br />
30
Seguro rural e a possível volta do seguro de acidentes do trabalho<br />
O mercado de seguros enfrentou,<br />
em 2016, um tsunami de condições<br />
desfavoráveis ao seu crescimento. A<br />
produção industrial diminuiu, o desemprego<br />
aumentou, o crédito encolheu.<br />
Estes fatos impactaram diretamente<br />
no setor, porque a queda da atividade<br />
econômica faz encolher o número de<br />
itens segurados e agrava os riscos.<br />
O presidente da CNseg, Marcio<br />
Coriolano, afirmou que, ainda assim,<br />
alguns ramos apresentaram boas notícias.<br />
O crescimento do mercado em<br />
2016 foi de 9,2%, com destaque para<br />
o seguro de vida e o seguro rural. Este<br />
último continua sendo uma das apostas<br />
para 2017, pois o setor do agronegócio<br />
estima uma superprodução de grãos<br />
para este ano.<br />
Marcio Coriolano enfatizou que a<br />
palavra de ordem continua sendo ´resiliência´.<br />
“Buscamos enxergar aquilo que<br />
os analistas estão vendo. Eles afirmam<br />
que mesmo com os defeitos, o governo<br />
tem um diagnóstico mais homogêneo<br />
da economia e que o Banco Central<br />
adquiriu autonomia que não existia no<br />
governo anterior, além de promover<br />
a discussão de assuntos importantes,<br />
como a reforma da previdência”.<br />
2017 será um ano de desafios e<br />
sem grandes surpresas. Entretanto, o<br />
presidente da entidade acredita que<br />
será positivo. O País deve sair de um<br />
PIB negativo de 3,4% para um positivo<br />
de 0,5%. “Já é um salto favorável”. Por<br />
isso, Marcio estima que o mercado de<br />
seguros deva crescer entre 9% e 11%<br />
neste ano.<br />
A carteira de automóveis pode ter<br />
alguma esperança de recuperação cultivada<br />
pelos produtos de seguro auto<br />
popular. Por enquanto, apenas duas seguradoras<br />
lançaram produtos. Algumas<br />
ainda temem ações na justiça geradas<br />
por má interpretação do contrato, como<br />
acontece com o seguro saúde.<br />
“Tão importante quanto os ramos<br />
cresceram é prepararmos as condições<br />
para que isto aconteça. O seguro de<br />
vida universal ainda tem um caminho<br />
a percorrer, pois ainda há pendências<br />
tributárias que ainda dependem de<br />
regulamentação”, explicou Marcio.<br />
Ainda embrionário está o projeto<br />
para retorno do seguro de acidentes<br />
do trabalho para a iniciativa privada. As<br />
discussões começaram agora e a CNseg<br />
apenas apresentou algumas premissas<br />
para um futuro projeto. O grande embate<br />
para este tema deve ser quem ficaria<br />
com o run-off da operação.<br />
A Susep abriu uma Comissão Especial<br />
com objetivo de estreitar o debate<br />
sobre produtos, problemas e o progresso<br />
do sistema de seguros privados. Ao<br />
mesmo tempo, na área de produtos<br />
foram criadas três comissões: vida, capitalização<br />
e seguros patrimoniais.<br />
da aprovação de medidas aprovadas no<br />
Governo Temer. O Congresso Nacional,<br />
que tirou a presidente, está convencido da<br />
necessidade de reformas. Há um processo<br />
evolutivo na sociedade brasileira, que<br />
aprende com seus erros.<br />
“O nosso desenho institucional maior<br />
está mais evoluído que a economia, que<br />
tem problemas de modelos mentais e<br />
ordem ideológica. Isso pode nos levar<br />
para a evolução, por um caminho meio<br />
fácil de saber. “O inferno somos nós”,<br />
concluiu Samuel.<br />
Economia<br />
O economista Luiz Roberto Cunha<br />
mostrou como a economia precisa passar<br />
por ajustes pois, na era pós-real, foi de<br />
estabilidade e ajuste estrutural. Já o primeiro<br />
mandato do Lula foi pragmático<br />
e teve estabilidade com inclusão social.<br />
Dilma, em sua visão dogmática, valorizou<br />
a nova matriz e o intervencionismo.<br />
Em outra fase Dilma, a economia foi a<br />
do ‘cavalo de pau’ e pedaladas’. O Governo<br />
Temer está na fase das incertezas<br />
e oportunidades.<br />
Sérgio Vale, economista chefe da<br />
❙❙Luiz Roberto Cunha, economista<br />
MB Associados, disse que o seu otimismo<br />
prevê um crescimento de 1% em 2017<br />
e talvez 2,5% em 2018. “A incerteza<br />
está aumentado, principalmente com a<br />
eleição de Donald Trump”. O protecionismo<br />
entrou na agenda e pode significar<br />
o aumento dos preços de produtos<br />
americanos. As questões de imigração<br />
e diplomacia também impactam, mas de<br />
forma mais amena. A política fiscal pode<br />
ser complicada, pois pode elevar a taxa<br />
de juros e, consequentemente, apreciar<br />
o dólar em relação às outras moedas do<br />
mundo.<br />
“Na comparação dos cenários de<br />
2017 com 2016, podemos verificar algumas<br />
diferenças. O nível de desemprego<br />
continua alto, mas a boa safra agrícola<br />
pode ter impactos na inflação, renda e<br />
exportações”, sinalizou Sérgio.<br />
31
saúde<br />
Número<br />
ANS cria grupo de<br />
trabalho para aperfeiçoar<br />
fiscalização<br />
A ANS, por meio da Diretoria de Fiscalização<br />
(DIFIS), instituiu um grupo de trabalho (GT) para<br />
discutir e aperfeiçoar a fiscalização que realiza<br />
junto às operadoras de planos de saúde.<br />
O GT Debates Fiscalizatórios reunirá representantes<br />
de operadoras, de prestadores de serviços<br />
de saúde e de órgãos de defesa do consumidor.<br />
A ideia é que, ao final das atividades, seja<br />
criado um novo modelo de fiscalização para a<br />
agência, centrado na racionalidade, proporcionalidade<br />
e eficiência das ações e na efetividade<br />
de seus resultados.<br />
A agenda de Debates Fiscalizatórios foi iniciada<br />
em 2016, com a realização de encontros<br />
promovidos pela DIFIS. Formalizado como GT, o<br />
grupo aprofundará estudos, analisará propostas e<br />
contribuições e promoverá discussões e debates<br />
sobre os procedimentos adotados pela agência<br />
para a estruturação e realização de suas ações<br />
de fiscalização.<br />
de beneficiários estável<br />
Em dezembro, a saúde suplementar registrou 47.898.787 beneficiários<br />
em planos médico-hospitalares e 22.031.342 em planos exclusivamente<br />
odontológicos. A comparação com o mês de novembro mostra que<br />
o número de consumidores em planos de assistência médica manteve-se<br />
estável – cerca de cinco mil beneficiários a menos que o mês anterior.<br />
Os dados são da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).<br />
Já os planos exclusivamente<br />
odontológicos<br />
seguiram a<br />
tendência de crescimento,<br />
com 79,7 mil<br />
beneficiários a mais<br />
que no mês anterior.<br />
Em um ano -<br />
comparando dados<br />
de dezembro de<br />
2015 com dezembro<br />
de 2016 - o número de beneficiários em planos de assistência médica<br />
registrou queda de 2,8% (cerca de 1,4 milhão). Já o número de beneficiários<br />
em planos exclusivamente odontológicos cresceu 3,8% (815,3 mil).<br />
Dezesseis Unidades Federativas apresentaram aumento de beneficiários<br />
na comparação com novembro: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia,<br />
Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí,<br />
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e<br />
Tocantins.<br />
Mais de 50% das mulheres não<br />
realizam mamografia<br />
Principal ferramenta para a detecção precoce do câncer de<br />
mama, o exame de mamografia ainda é ignorado por milhares<br />
de mulheres. A Bradesco Saúde alerta para o percentual de<br />
mulheres que não fazem anualmente o exame. Segundo dados<br />
do Comitê de Saúde da seguradora, no último ano, 51,46% das<br />
mulheres acima de 40 anos não realizaram a mamografia em<br />
12 meses, conforme protocolo recomendado pela Sociedade<br />
Brasileira de Mastologia. Esse percentual cai para 38,75%<br />
quando o período avaliado é de 24 meses passados.<br />
O universo da pesquisa envolve 2,2 milhões de segurados<br />
que fazem parte das empresas que participam do Comitê de<br />
Saúde. O câncer de mama é o principal causador de morte na<br />
população feminina. De acordo com estimativas do Instituto<br />
Nacional de Câncer (Inca), aproximadamente 58 mil casos da<br />
doença foram diagnosticados no Brasil em 2016.<br />
Operadora inaugura centro<br />
médico no Rio de Janeiro<br />
A Baixada Fluminense foi a região escolhida para marcar<br />
a chegada do primeiro centro médico do plano Next Saúde<br />
no Rio de Janeiro, inaugurado no dia 1º de fevereiro, em<br />
Duque de Caxias.<br />
Com capacidade de realização de até 12 mil consultas<br />
mensais, a unidade disponibiliza especialistas em 19 áreas,<br />
entre elas angiologia, ortopedia, mastologia, urologia, neurocirurgia,<br />
endocrinologia, infectologia, psiquiatria, reumatologia<br />
e cirurgias diversas (cardíaca, infantil, plástica reparadora,<br />
de cabeça e pescoço, craniomaxilofacial e ginecológica).<br />
No estado do Rio, o plano de saúde começou a ser comercializado<br />
em janeiro, voltado para clientes corporativos.<br />
O modelo do produto é baseado no atendimento em rede<br />
própria regional, composta por consultórios, unidades de<br />
pronto atendimento e pelo Hospital Pasteur (Méier), Hospital<br />
de Clínicas Mário Lioni (Duque de Caxias), Hospital Pan<br />
Americano (Tijuca) e Hospital de Clínicas de Jacarepaguá.<br />
“A Baixada Fluminense é apenas a primeira região do estado<br />
a ser contemplada com uma unidade ambulatorial. Nosso<br />
objetivo é que, até o fim deste ano, tenhamos formado uma<br />
rede satisfatória no Rio de Janeiro, que proporcione a cada<br />
um de nossos beneficiários serviços de qualidade e facilidade<br />
de acesso”, ressalta o diretor da operadora, Heraldo Jesus.<br />
32
Benefício odontológico deve<br />
crescer em 2017<br />
Um levantamento realizado pela Aon mostra que, em 2016,<br />
o mercado de odontologia suplementar apresentou um aumento<br />
de 2,6% em número de beneficiários assistidos, mesmo com<br />
projeções macroeconômicas pessimistas.<br />
O benefício continua com grande potencial de crescimento,<br />
pois é valorizado pelas empresas para atração e retenção de<br />
talentos, com baixo impacto na folha de pagamentos. Além<br />
disso, apenas 11% da população brasileira tem acesso ao plano<br />
odontológico.<br />
Algumas regiões do País possuem oportunidades de desenvolvimento<br />
ainda maiores, como o Sul, com 7,96% da população<br />
coberta, e o Nordeste, com 7,94%.<br />
Gerente de odontologia<br />
da Aon Brasil,<br />
Eliane Santoro explica<br />
que com índices negativos,<br />
como a variação<br />
do PIB em -3,5% e a<br />
taxa de desemprego<br />
em 11,8% no trimestre<br />
encerrado em novembro,<br />
pode-se dizer que o setor se diferencia dos demais, onde<br />
operadoras têm que se reinventar para conduzir os reajustes e<br />
renovações de contratos com clientes que possuem o benefício,<br />
mantendo-os dentro das expectativas e limitações financeiras.<br />
Proposta obriga hospital a<br />
encaminhar paciente<br />
a outras unidades<br />
Em análise na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei<br />
5706/16, do deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), obriga o serviço<br />
social das unidades privadas de saúde a encaminhar o paciente<br />
que não puder ser atendido para outros hospitais.<br />
Pelo texto, o atendimento prestado e todo o processo<br />
envolvido em seu encaminhamento deverão ser registrados<br />
em relatório a ser arquivado no serviço social do hospital, sob<br />
sigilo profissional.<br />
Na avaliação de Rocha, é de extrema relevância haver<br />
estruturas que se responsabilizem por assegurar que os pacientes<br />
sejam encaminhados de forma adequada a serviços que<br />
tenham condição para prestar-lhes o atendimento necessário.<br />
Segundo o deputado, os profissionais mais habilitados para<br />
tanto são os assistentes sociais, “cuja formação acadêmica os<br />
prepara tanto para uma adequada abordagem do paciente<br />
quanto para a melhor compreensão de sua situação como<br />
um todo”.<br />
A proposta será analisada de forma conclusiva pelas comissões<br />
de Seguridade Social e Família; e de Constituição e<br />
Justiça e de Cidadania.<br />
Ameplan lança campanha de<br />
vendas para 2017, ano de seu<br />
Jubileu de Prata<br />
Jubileu Premiado Ameplan é o nome da nova campanha<br />
de vendas da operadora Ameplan Saúde, para 2017.<br />
Não por acaso, a campanha faz alusão ao aniversário de<br />
25 anos da operadora, com o slogan “A Ameplan faz aniversário<br />
e quem ganha o presente é você!”.<br />
Com período de duração de fevereiro a agosto deste<br />
ano, a campanha vai entregar aos melhores no ranking de<br />
vendas, 15 viagens para um resort na Paraíba, com direito<br />
a acompanhante e serviço all inclusive. A viagem está programada<br />
para ocorrer ainda este ano, no mês de outubro.<br />
Como é tradiçao na Ameplan, as campanhas buscam<br />
reconhecer todos os profissionais envolvidos no processo<br />
de venda de seu plano de saúde, premiando os 3 melhores<br />
vendedores, o melhor supervisor, o melhor gerente e o<br />
empresário da plataforma campeã, que ainda indica um<br />
funcionário administrativo. Mas este ano a campanha traz<br />
uma novidade muito interessante: “Pendência Zero” é uma<br />
premiação para o vendedor e outra para um funcionário(a)<br />
administrativo da plataforma com o menor número de devoluções<br />
e reclamações dentro da operadora, ou seja, que<br />
tiverem o menor número de devoluções e reclamações nas<br />
propostas comerciais. Além disso, serão sorteadas 3 viagens<br />
para os corretores participantes que comercializarem<br />
acima de 100 vidas no período, somados PME, Adesão e<br />
Pessoa Física.<br />
A Campanha “Jubileu Premiado Ameplan” foi lançada<br />
em um mega evento no dia 19 janeiro, com a presença de<br />
700 convidados do setor. Na ocasião, o diretor comercial<br />
da operadora, Laureci Zeviani, apresentou os numeros<br />
de 2016: aumento de 12% de beneficiários e 27% de<br />
crescimento financeiro. Os planos de pessoas físicas na<br />
companhia representaram 26% dos negócios, enquanto<br />
aqueles voltados às pessoas jurídicas ficaram com 76%<br />
da fatia. “Hoje é, certamente, a última vez que falamos de<br />
uma Ameplan de médio porte”, afirmou Laureci na ocasião.<br />
Os detalhes do regulamento da nova campanha podem<br />
ser obtidos no site da operadora: www.ameplansaude.com.br.<br />
33
comunicação e expressão<br />
por J. B. Oliveira*<br />
No princípio, era o Verbo...<br />
O excelente programa “A cara do povo”, da Rádio Capital<br />
AM, é apresentado todos os sábados, das 10 às 12 horas pelos<br />
amigos Andrea Matarazzo e Luís Ribeiro. Vez por outra estou<br />
por lá, para falar sobre nossa gloriosa Língua Portuguesa.<br />
Recentemente, durante a entrevista, pediu-me o Andrea que<br />
falasse sobre o verbo e suas características...<br />
Comecei por falar da enorme diferença entre o verbo e<br />
todas as outras classes de palavras. Aquelas, de modo geral,<br />
representam a coisa no espaço. O verbo a representa também<br />
no tempo. Além disso, enquanto as demais palavras têm, no<br />
máximo, três flexões: gênero, número e grau, o verbo tem seis:<br />
modo, tempo, pessoa, número, voz e formas nominais! Por<br />
isso, se alguém for a um país cuja língua não domine, procure<br />
conhecer os verbos, e terá como atender as necessidades<br />
básicas! To eat, essen, manger, mangiare são verbos que se<br />
traduzem por comer em inglês, alemão, francês e italiano<br />
respectivamente. Da mesma forma que to drink, trinken,<br />
boire e bere significam beber...<br />
O Evangelho de São João se abre com estas palavras: “No<br />
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo<br />
era Deus”. A palavra verbo aqui tomada em sentido teológico,<br />
é tradução de logos, forma usada no original grego (koiné).<br />
Refere-se ao fato de Deus – apenas pela palavra – ter criado<br />
o mundo (E disse Deus...). No caso específico da gramática,<br />
o termo verbo vem do substantivo latino, neutro, da segunda<br />
declinação verbum, verbi, que significa palavra e, como<br />
vimos, é a mais rica e flexível das classes de palavras, que<br />
são: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo,<br />
advérbio, preposição, conjunção e interjeição (e a “agregada”<br />
palavra denotativa!).<br />
Aproveitei para fazer um rápido comparativo entre o<br />
Inglês – língua sintética, concisa por excelência – e o Português,<br />
que é analítica, detalhista. Em Inglês, só há DOIS<br />
tipos de verbo: regular e irregular. No caso do regular – que<br />
representa a maioria – toma-se o Infinitivo e se acrescenta<br />
ED para formar o Pretérito e o Particípio. Assim to walk,<br />
walked, walked; to love, loved, loved, to kiss, kissed, kissed.<br />
Se for irregular, aí sim, é necessário conhecer os dois outros<br />
tempos primitivos, como em to go, went, gone; to be, wasbeen;<br />
to see, saw, seen.<br />
Já em nossa língua tupiniquim, temos nada menos que<br />
seis tipos de verbo: regular, irregular, anômalo, defectivo,<br />
abundante e auxiliar! É fácil imaginar quantos erros grama-<br />
ticais se devem a esse detalhe... Que tal “um passeio” por esse<br />
universo, para recordar um pouquinho essa matéria?<br />
Regular é o verbo que não sofre alteração em seu radical<br />
durante toda a conjugação. O verbo vender, por exemplo, tem<br />
como radical vend, e assim se conjuga: eu vendo; tu vendes; ele<br />
vende; nós vendemos; vós vendeis; eles vendem. Vendia; vendias;<br />
vendia; vendíamos; vendíeis; vendiam. Vendi; vendeste;<br />
vendeu; vendemos; vendestes; venderam. Venderei; venderás;<br />
venderá; venderemos; vendereis; venderão etc.<br />
Irregular, o verbo fazer tem por radical faz, e esta é sua<br />
conjugação: eu faço; tu fazes; ele faz; nós fazemos; vós fazeis;<br />
eles fazem. Fazia; fazias; fazia; fazíamos; fazíeis; faziam.<br />
Fiz; fizeste; fez; fizemos; fizestes; fizeram. Farei; farás; fará;<br />
faremos; fareis; farão...<br />
Anômalo apresenta problema um pouco mais sério: sua<br />
irregularidade é profunda, uma anomalia. É o caso do verbo<br />
ser. Logo de início, seu radical é apenas s! Sua conjugação<br />
é um desastre: eu sou; tu és; ele é; nós somos; vós sois; eles<br />
são. Era; eras; era; éramos; éreis; eram. Fui; foste; foi; fomos;<br />
fostes; foram. Serei; serás; será; seremos; sereis; serão...<br />
Defectivo, por sua vez – como o nome sugere – é o que<br />
apresenta um defeito, uma falha, ou seja; não possui todas as<br />
flexões. Casos típicos são os verbos colorir (eu coloro? coluro?);<br />
reaver (eu reavo? reavejo?); falir (falo? falejo?) entre outros.<br />
Abundante é o seu oposto: possui mais de uma forma<br />
para a mesma flexão. Isso se verifica mais facilmente no Particípio,<br />
como nestes exemplos: pegado e pego; pagado e pago;<br />
fritado e frito; secado e seco; extinguido e extinto; exaurido<br />
e exausto etc. Convém lembrar, porém, que essa dualidade<br />
correta não se aplica a todos os verbos: apenas aos abundantes.<br />
Por isso é absolutamente errado dizer “Ele já tinha chego”!<br />
Auxiliar, por fim, cumpre aquilo que seu nome diz:<br />
auxilia a conjugação de outros verbos. Em Português, temos<br />
quatro auxiliares essenciais: ser, estar, ter e haver. Na maioria<br />
das outras línguas, são apenas dois: To be e to have; Sein e<br />
haben; Être e avoir ; Essere e avere, respectivamente em<br />
Inglês, Alemão, Francês e Italiano.<br />
Não somente em outros idiomas, mas também em Português,<br />
ampliar o conhecimento do verbo traz, como consequência<br />
natural, a melhoria da comunicação, a extinção de<br />
dúvidas e a eliminação de erros gramaticais primários ou<br />
graves, mas sempre desagradáveis...<br />
Afinal, “No princípio, era o Verbo...”!<br />
* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.<br />
É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras<br />
www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br<br />
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