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comunicação<br />
Principalmente que não basta apenas<br />
boa vontade para atingir os objetivos, as<br />
iniciativas precisam de efetividade. A<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong> conversou com alguns<br />
consumidores da geração Y para que eles<br />
dêem a última palavra sobre o que acham<br />
da comunicação do mercado, ajudando<br />
os players a descobrir como melhorar e<br />
alcançar esse público.<br />
Bianca Dalonso, 25, assistente comercial,<br />
afirma que não vê, ou não percebe,<br />
um grande volume de informações do<br />
mercado chegando até ela. Pelo contrário,<br />
muitas vezes é preciso ser proativa para<br />
entender o que está adquirindo. “Meu<br />
corretor é ótimo e me ajuda muito. Geralmente,<br />
fico sabendo das novidades de serviços<br />
quando vou fazer a renovação [do<br />
seguro de automóvel]. Os benefícios para<br />
jovens e mulheres que são oferecidos, por<br />
exemplo, descobri assim. Apesar disso,<br />
a última vez que precisei renovar, optei<br />
por um produto e só soube exatamente os<br />
serviços aos quais tinha direito quando a<br />
apólice detalhada chegou e eu fui lê-la”,<br />
conta. Se as seguradoras divulgaram,<br />
pelo menos para essa consumidora as<br />
campanhas não foram assertivas.<br />
A verdade é que essa tarefa é muito<br />
delegada aos corretores, mas, mesmo<br />
para eles, é difícil conhecer a fundo<br />
e em detalhes todos os produtos das<br />
companhias. O que sempre terá um peso<br />
maior, de acordo com entrevistados, é a<br />
sensação de segurança. Isabella Borrelli,<br />
23, estudante, tem uma apólice para seus<br />
equipamentos fotográficos, mas confessa<br />
que teve pouco contato com a seguradora.<br />
“A companhia na qual eu fechei o seguro<br />
me colocou para falar diretamente com a<br />
corretora. Tudo que eu preciso trato com<br />
ela, ainda mais porque não tive nenhum<br />
problema, não precisei acionar o seguro.<br />
Mas me sinto mais confiante de andar<br />
por aí com a câmera protegida”, destaca.<br />
Já Ana Paula Sanches, 23, produtora<br />
de conteúdo, tem na saúde suplementar a<br />
referência sobre o mercado e diz que se<br />
sente muito bem atendida pela operadora<br />
no que diz respeito à rede credenciada e<br />
aos processos de atendimento, mas faz<br />
uma ressalva: “o reembolso nunca é do<br />
valor integral da consulta”. Mesmo com<br />
coisas positivas para contar, o contato<br />
da profissional de mídia com o mercado<br />
28<br />
❙❙Ana Beatriz Basso, da MetLife<br />
não é muito próximo, pois o seguro de<br />
vida que possuía anteriormente era relacionado<br />
à empresa onde trabalhava e, ao<br />
acabar o vínculo empregatício, o produto<br />
não foi mantido. “Nunca vou atrás dessas<br />
questões. Muito por comodismo e até<br />
mesmo por elas representarem um gasto<br />
a mais”, confessa. Complementando<br />
essa visão, Ana também não vê muitas<br />
informações sobre o seguro e, para ela,<br />
quando há contato com algum tipo de<br />
divulgação as empresas exageram nos<br />
pontos positivos e deixam de esclarecer<br />
pontos cruciais para a contratação. “Nunca<br />
dirão, por exemplo, que determinadas<br />
área e coberturas não fazem parte do<br />
plano”, aponta. Camila Tiemi,26, auxiliar<br />
administrativa, não teve a mesma sorte<br />
com o plano de saúde que possui e diz que<br />
❙❙Bianca Dalonso, assistente comercial<br />
não está satisfeita com os serviços prestados.<br />
“Por coincidência, acabo de ir ao<br />
hospital do convênio e descobri que eles<br />
não possuem materiais para realização<br />
de uma determinada cirurgia”, reclama.<br />
Esse descontentamento deve permanecer<br />
e, segundo ela, essa é a única maneira que<br />
tem contato com o mercado: quando mais<br />
precisa. “Não lembro a última vez que vi<br />
uma campanha com explicação de algo<br />
sobre seguros”, aponta. As propagandas<br />
que enaltecem a marca, mas não mostram,<br />
de maneira prática, como o produto<br />
pode ser utilizado parecem passar despercebidas<br />
para os entrevistados.<br />
A verdade é que pouco se pensa em<br />
seguro, especialmente na juventude e, se<br />
isso está começando a mudar em algumas<br />
carteiras, aparentemente se deve muito<br />
mais aos problemas enfrentados pelo País<br />
do que por outros motivos. É o caso da<br />
previdência privada, que ganhou destaque<br />
nos últimos meses por conta da reforma<br />
da Previdência Social, proposta pelo atual<br />
governo [leia mais sobre o assunto na<br />
página 22]. “Sobre outras contratações de<br />
seguro além do automóvel, sinceramente,<br />
não pensava nisso. Agora, penso em<br />
previdência privada, porque me assusta<br />
imaginar que mesmo quem começou a<br />
trabalhar aos 16 anos com carteira assinada,<br />
como eu, pode não chegar a receber<br />
a aposentadoria. Então, estou começando<br />
a cogitar a contratação”, afirma Bianca.<br />
Apesar do descontentamento com os<br />
serviços que possui hoje, Camila Tiemi<br />
também está no grupo dos que pretende<br />
dar mais atenção aos investimentos para<br />
o futuro. “Tenho interesse porque, sinceramente,<br />
eu não acredito que um dia vou<br />
conseguir me aposentar”, lamenta.<br />
A comunicação do mercado precisa<br />
encontrar caminhos que alcancem as<br />
pessoas, que faça com que consumidor e<br />
companhia sejam próximos de verdade.<br />
É um exercício constante e Ana Beatriz,<br />
representante da seguradora, parece<br />
concordar que é necessário evoluir.<br />
“Essa evolução precisa ocorrer não só<br />
na divulgação de novos produtos, mas<br />
no pós-venda, aproximando o cliente e<br />
a companhia”, endossa. Talvez, para o<br />
mercado, seja um bom momento para,<br />
além de fazer mais, aprender a falar<br />
mais ainda.