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Revista Apólice #219

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comunicação<br />

Principalmente que não basta apenas<br />

boa vontade para atingir os objetivos, as<br />

iniciativas precisam de efetividade. A<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong> conversou com alguns<br />

consumidores da geração Y para que eles<br />

dêem a última palavra sobre o que acham<br />

da comunicação do mercado, ajudando<br />

os players a descobrir como melhorar e<br />

alcançar esse público.<br />

Bianca Dalonso, 25, assistente comercial,<br />

afirma que não vê, ou não percebe,<br />

um grande volume de informações do<br />

mercado chegando até ela. Pelo contrário,<br />

muitas vezes é preciso ser proativa para<br />

entender o que está adquirindo. “Meu<br />

corretor é ótimo e me ajuda muito. Geralmente,<br />

fico sabendo das novidades de serviços<br />

quando vou fazer a renovação [do<br />

seguro de automóvel]. Os benefícios para<br />

jovens e mulheres que são oferecidos, por<br />

exemplo, descobri assim. Apesar disso,<br />

a última vez que precisei renovar, optei<br />

por um produto e só soube exatamente os<br />

serviços aos quais tinha direito quando a<br />

apólice detalhada chegou e eu fui lê-la”,<br />

conta. Se as seguradoras divulgaram,<br />

pelo menos para essa consumidora as<br />

campanhas não foram assertivas.<br />

A verdade é que essa tarefa é muito<br />

delegada aos corretores, mas, mesmo<br />

para eles, é difícil conhecer a fundo<br />

e em detalhes todos os produtos das<br />

companhias. O que sempre terá um peso<br />

maior, de acordo com entrevistados, é a<br />

sensação de segurança. Isabella Borrelli,<br />

23, estudante, tem uma apólice para seus<br />

equipamentos fotográficos, mas confessa<br />

que teve pouco contato com a seguradora.<br />

“A companhia na qual eu fechei o seguro<br />

me colocou para falar diretamente com a<br />

corretora. Tudo que eu preciso trato com<br />

ela, ainda mais porque não tive nenhum<br />

problema, não precisei acionar o seguro.<br />

Mas me sinto mais confiante de andar<br />

por aí com a câmera protegida”, destaca.<br />

Já Ana Paula Sanches, 23, produtora<br />

de conteúdo, tem na saúde suplementar a<br />

referência sobre o mercado e diz que se<br />

sente muito bem atendida pela operadora<br />

no que diz respeito à rede credenciada e<br />

aos processos de atendimento, mas faz<br />

uma ressalva: “o reembolso nunca é do<br />

valor integral da consulta”. Mesmo com<br />

coisas positivas para contar, o contato<br />

da profissional de mídia com o mercado<br />

28<br />

❙❙Ana Beatriz Basso, da MetLife<br />

não é muito próximo, pois o seguro de<br />

vida que possuía anteriormente era relacionado<br />

à empresa onde trabalhava e, ao<br />

acabar o vínculo empregatício, o produto<br />

não foi mantido. “Nunca vou atrás dessas<br />

questões. Muito por comodismo e até<br />

mesmo por elas representarem um gasto<br />

a mais”, confessa. Complementando<br />

essa visão, Ana também não vê muitas<br />

informações sobre o seguro e, para ela,<br />

quando há contato com algum tipo de<br />

divulgação as empresas exageram nos<br />

pontos positivos e deixam de esclarecer<br />

pontos cruciais para a contratação. “Nunca<br />

dirão, por exemplo, que determinadas<br />

área e coberturas não fazem parte do<br />

plano”, aponta. Camila Tiemi,26, auxiliar<br />

administrativa, não teve a mesma sorte<br />

com o plano de saúde que possui e diz que<br />

❙❙Bianca Dalonso, assistente comercial<br />

não está satisfeita com os serviços prestados.<br />

“Por coincidência, acabo de ir ao<br />

hospital do convênio e descobri que eles<br />

não possuem materiais para realização<br />

de uma determinada cirurgia”, reclama.<br />

Esse descontentamento deve permanecer<br />

e, segundo ela, essa é a única maneira que<br />

tem contato com o mercado: quando mais<br />

precisa. “Não lembro a última vez que vi<br />

uma campanha com explicação de algo<br />

sobre seguros”, aponta. As propagandas<br />

que enaltecem a marca, mas não mostram,<br />

de maneira prática, como o produto<br />

pode ser utilizado parecem passar despercebidas<br />

para os entrevistados.<br />

A verdade é que pouco se pensa em<br />

seguro, especialmente na juventude e, se<br />

isso está começando a mudar em algumas<br />

carteiras, aparentemente se deve muito<br />

mais aos problemas enfrentados pelo País<br />

do que por outros motivos. É o caso da<br />

previdência privada, que ganhou destaque<br />

nos últimos meses por conta da reforma<br />

da Previdência Social, proposta pelo atual<br />

governo [leia mais sobre o assunto na<br />

página 22]. “Sobre outras contratações de<br />

seguro além do automóvel, sinceramente,<br />

não pensava nisso. Agora, penso em<br />

previdência privada, porque me assusta<br />

imaginar que mesmo quem começou a<br />

trabalhar aos 16 anos com carteira assinada,<br />

como eu, pode não chegar a receber<br />

a aposentadoria. Então, estou começando<br />

a cogitar a contratação”, afirma Bianca.<br />

Apesar do descontentamento com os<br />

serviços que possui hoje, Camila Tiemi<br />

também está no grupo dos que pretende<br />

dar mais atenção aos investimentos para<br />

o futuro. “Tenho interesse porque, sinceramente,<br />

eu não acredito que um dia vou<br />

conseguir me aposentar”, lamenta.<br />

A comunicação do mercado precisa<br />

encontrar caminhos que alcancem as<br />

pessoas, que faça com que consumidor e<br />

companhia sejam próximos de verdade.<br />

É um exercício constante e Ana Beatriz,<br />

representante da seguradora, parece<br />

concordar que é necessário evoluir.<br />

“Essa evolução precisa ocorrer não só<br />

na divulgação de novos produtos, mas<br />

no pós-venda, aproximando o cliente e<br />

a companhia”, endossa. Talvez, para o<br />

mercado, seja um bom momento para,<br />

além de fazer mais, aprender a falar<br />

mais ainda.

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