22.02.2018 Views

Revista Apólice #219

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ano 22<br />

Número 219<br />

Março 2017


editorial<br />

Ano 22 - nº 219<br />

Março 2017<br />

Esta revista é uma<br />

publicação independente<br />

da Correcta Editora Ltda<br />

e de público dirigido<br />

Ouvir mais para<br />

vender mais<br />

Diretora de Redação:<br />

Kelly Lubiato - MTB 25933<br />

klubiato@revistaapolice.com.br<br />

Diretor Executivo:<br />

Francisco Pantoja<br />

francisco@revistaapolice.com.br<br />

Repórteres:<br />

Amanda Cruz<br />

amanda@revistaapolice.com.br<br />

Lívia Sousa<br />

livia@revistaapolice.com.br<br />

Executiva de Negócios:<br />

Graciane Pereira<br />

graciane@revistaapolice.com.br<br />

Diagramação e Arte:<br />

arte@revistaapolice.com.br<br />

Articulista<br />

J.B. Oliveira<br />

Tiragem:<br />

15.000 exemplares<br />

Circulação:<br />

Nacional<br />

Periodicidade:<br />

Mensal<br />

CORRECTA EDITORA LTDA<br />

Administração, Redação e<br />

Publicidade:<br />

CNPJ: 00689066/0001-30<br />

Rua Loefgreen, 1291 - cj. 41<br />

V. Clementino - Cep 04040-031<br />

São Paulo/SP<br />

Tel. (11) 5082-1472 / 5082-2158<br />

Os artigos assinados são de responsabilidade<br />

exclusiva de seus autores, não<br />

representando, necessariamente, a<br />

opinião desta revista.<br />

A velha escola das técnicas de vendas ensinava os profissionais<br />

que quanto mais falassem e não dessem tempo para o consumidor<br />

pensar, melhor seriam seus resultados. Durante muito tempo<br />

o vendedor se esmerou em falar apenas sobre o produto e a<br />

empresa.<br />

Há algum tempo, o centro das atenções passou a ser a necessidade<br />

do cliente. O bom vendedor, agora, deve ouvir mais sobre<br />

a realidade do cliente, entender quais são suas carências, para<br />

poder oferecer um produto que esteja de acordo com as suas<br />

necessidades.<br />

O conhecimento técnico sobre os produtos continua a ser<br />

fundamental, para que (em nosso mercado) o corretor de seguros<br />

tenha a capacidade de identificar o que pode ser melhor para o<br />

cliente, não para o vendedor. Identificando esta necessidade é<br />

possível vender mais produtos para o mesmo cliente.<br />

Neste mês do consumidor, outro desafio é deixar o consumidor<br />

ainda mais satisfeito. A criação de novos produtos, como o seguro<br />

Auto Popular, esbarra, em algumas seguradoras, na questão<br />

jurídica. As companhias temem que haja uma judicialização do<br />

produto e que sejam obrigadas, na Justiça, a recuperar os veículos<br />

sinistrados com peças novas, o que inviabilizaria o produto. Nestas<br />

ações o cliente pode alegar que no momento da venda esta<br />

informação não tenha ficado bem esclarecida.<br />

É mais um desafio para o setor.<br />

Boa leitura!<br />

Acesse nosso site<br />

www.revistaapolice.com.br<br />

Siga nosso<br />

twitter.com/revistaapolice<br />

Curta nosso<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong><br />

Diretora de Redação<br />

Mande suas dúvidas, críticas e sugestões para redacao@revistaapolice.com.br<br />

3


sumário<br />

18<br />

14<br />

6<br />

12<br />

14<br />

18<br />

22<br />

|<br />

|<br />

|<br />

|<br />

|<br />

painel<br />

gente<br />

ouvidoria<br />

Somente em 2015, quase 70 mil reclamações chegaram<br />

às seguradoras brasileiras. As companhias<br />

mantêm departamentos autônomos para atender<br />

seus clientes<br />

rural<br />

A agropecuária é o setor que sempre carrega a esperança<br />

de retomada de crescimento no Brasil. Para o<br />

mercado de seguros a esperança na carteira também<br />

se renova<br />

previdência<br />

Com a reforma previdenciária, abrem-se as portas<br />

para as poupanças de longo prazo. A previdência<br />

privada desponta como um dos meios de se garantir<br />

estabilidade<br />

22<br />

26<br />

26<br />

29<br />

30<br />

34<br />

|<br />

|<br />

|<br />

|<br />

imagem<br />

A chave para relações bem sucedidas está na comunicação.<br />

Sabendo disso, o mercado de seguros agora<br />

quer ampliar sua voz<br />

posse<br />

Silas Kasahaya assume o CVG-SP. Nova gestão focará<br />

na comunicação e na formação profissional, além de<br />

discutir o Universal Life e a reforma da previdência<br />

mulher<br />

Elas adquirem diferentes tipos de seguros e são mais<br />

focadas no benefício recebido. Por isso, as seguradoras<br />

desenham e aperfeiçoam produtos voltados ao<br />

público feminino<br />

comunicação<br />

4


5


painel<br />

• neconomia<br />

Reaquecendo os<br />

negócios<br />

Vários indicadores apontam para uma<br />

leve retomada do crescimento econômico,<br />

o que não significa uma recuperação rápida<br />

das perdas ocorridas nos últimos anos. No<br />

entanto, esses sinais indicam uma interrupção<br />

da queda e reversão das expectativas em relação<br />

às atividades em geral. Esse momento,<br />

de mudança de rumos com aquecimento<br />

econômico, é uma excelente oportunidade<br />

para os empresários pensarem na proteção<br />

de seus negócios.<br />

Segundo o presidente da Comissão de<br />

Riscos Patrimonais Massificados da FenSeg,<br />

Danilo Silveira, esse é o momento para se<br />

refletir sobre a proteção dos negócios para<br />

que, justamente num momento de recuperação<br />

e perspectivas de ganhos, não ocorra a<br />

paralisação da atividade ou perda total dos<br />

meios de produção.<br />

“Para gerenciar os riscos é preciso enxergar<br />

o que pode causar algum dano ou impor<br />

alguma perda ao negócio e tomar as medidas<br />

necessárias, entre elas a proteção por meio<br />

do seguro”, ressalta ele.<br />

Silveira destaca as principais coberturas<br />

do seguro empresarial como os danos causados<br />

por incêndio, raios e explosão.<br />

• ncorporativo<br />

Fraudes diminuem no Brasil<br />

As ocorrências de fraude<br />

nas empresas diminuíram durante<br />

o último ano no Brasil.<br />

É o que se conclui a partir das<br />

entrevistas com executivos<br />

do País, que responderam à<br />

pesquisa do Relatório Global<br />

de Fraude & Risco 2016/2017<br />

da Kroll, consultoria em gestão<br />

de riscos corporativos e<br />

investigações.<br />

Realizado anualmente,<br />

o estudo ouve gestores de diferentes setores mundiais que influenciam ou<br />

respondem por estratégias de combate ao risco e às irregularidades em suas<br />

empresas. Nesta edição, participaram cerca de 550 profissionais.<br />

Embora 9 a cada 10 respondentes brasileiros (94%) admitam que a exposição<br />

à fraude aumentou, apenas 68% relataram ter sido vítimas de más-práticas<br />

no período, índice nove pontos menor do que a edição de 2015.<br />

O número surpreende ainda mais à luz da experiência internacional.<br />

Globalmente, a média de empresas afetadas foi de 82% – 14 pontos superior,<br />

portanto. Além disso, a tendência mundial é de crescimento nos registros de<br />

fraude desde 2012 – a incidência partiu, respectivamente, de 61% naquele ano,<br />

a 70% (2013), 75% (2015) até a marca atual.<br />

O Brasil, contudo, não está sozinho. Itália (77%) e Índia (68%) igualmente<br />

reportaram menos ocorrências.<br />

• nproduto<br />

Cresce a procura pelo residencial<br />

Uma boa notícia para o<br />

mercado segurador. Dados<br />

recentemente divulgados pela<br />

Federação Nacional de Seguros<br />

Gerais (FenSeg) mostram<br />

que a porcentagem de domicílios<br />

com seguro residencial<br />

cresceu no último ano.<br />

Enquanto em 2015 eram<br />

13,3% do total, no ano seguinte<br />

saltou para 14,5%. Isso significa<br />

um aumento em torno<br />

de 800 mil novas apólices. Em 2016, foram comercializadas 9,9 milhões de<br />

apólices ante 9,1 milhões no período anterior. O total de domicílios, nos dois<br />

períodos, permaneceu em 68 milhões de unidades. E de acordo com as projeções<br />

da entidade, o valor em prêmios será 10% maior em 2017.<br />

As regiões Sul e Sudeste foram as principais responsáveis pelo crescimento.<br />

6


• nenergia<br />

Ataques cibernéticos<br />

Os investimentos das empresas de energia, governança e<br />

estratégias de proteção contra ataques de hackers vão somar<br />

cerca de US$ 1,87 bilhão a partir de 2018. A programação do<br />

grande volume de investimento tem o objetivo de fazer frente<br />

a uma realidade cada vez mais presente nas empresas do<br />

segmento de energia (hidro, eólica, biomassa, solar, petróleo,<br />

gás, entre outras). De acordo com um estudo da consultoria<br />

de risco e corretora de seguros americana Marsh, em parceria<br />

com a Swiss Re, durante o ano de 2016, 80% das companhias<br />

de 40 países no mundo (incluindo Brasil), participantes do<br />

levantamento, já sofreram ataques cibernéticos.<br />

O aumento do uso da internet e das tecnologias em rede<br />

facilita a gestão eficiente para estas empresas, oferecendo<br />

aos gestores diversas oportunidades de melhorar diversos<br />

aspectos na operação e manutenção das plantas. Entretanto, na<br />

mesma medida que o controle tem ficado mais preciso, abre-<br />

-se também brechas para ataques cibernéticos aos SDSCs. O<br />

erro humano é muitas vezes um fator-chave no sucesso dos<br />

ataques cibernéticos, devido à insuficiente conscientização dos<br />

riscos cibernéticos entre os funcionários em todos os níveis<br />

da organização.<br />

No Brasil, a gestão de riscos cibernéticos no setor elétrico<br />

ainda é incipiente, principalmente devido à falta de histórico<br />

de ocorrências no país. Como as ocorrências são mais comuns<br />

no exterior, percebe-se um movimento das multinacionais<br />

com operações no País no sentido de buscar verificar as reais<br />

vulnerabilidades de seus sistemas de proteção e controle.<br />

7


painel<br />

• nsaúde<br />

Saúde suplementar perde<br />

beneficiários<br />

O mercado de saúde suplementar contabilizou 69,9 milhões<br />

de beneficiários em dezembro de 2016, com redução de<br />

1,7% na comparação com dezembro de 2015. Os planos de<br />

assistência médica totalizaram 47,9 milhões de beneficiários<br />

(68,5% do mercado) e tiveram retração de 3,1%.<br />

Nos últimos doze meses terminados em dezembro de<br />

2016, o setor de saúde suplementar perdeu 1,5 milhão de<br />

beneficiários de planos de assistência médica. Vale ressaltar<br />

que nos planos de assistência médica, o resultado demonstra<br />

que o ritmo de desaceleração permanece estável, considerando<br />

que a taxa de variação foi de - 3,1% nos últimos doze meses<br />

terminados em dezembro de 2016 comparando-se a taxa de<br />

-3,1%, no igual período terminado em setembro de 2016.<br />

Como reflexo da crise econômica enfrentada pelo País,<br />

os planos empresariais registraram uma redução de 3,2% de<br />

dezembro de 2015 a dezembro de 2016, em um cenário que<br />

apresenta mais de 12 milhões de desempregados.<br />

• nbalanço<br />

Mercado segurador cresce<br />

em 2016<br />

O setor de seguros registrou crescimento nominal de<br />

9,2% em 2016 na comparação com 2015, de acordo com dados<br />

divulgados pela Susep e compilados pela CNseg. O resultado<br />

representa um volume de arrecadação de R$ 239,3 bilhões e<br />

diz respeito ao desempenho das carteiras de seguros gerais,<br />

vida, previdência complementar aberta e capitalização.<br />

Houve ainda crescimento expressivo no volume de<br />

indenizações, benefícios, resgates e sorteios pagos pelos<br />

segmentos regulados pela autarquia em 2016, que alcançou<br />

R$ 121,6 bilhões. Esse valor representa, efetivamente, o papel<br />

do setor de seguros em relação à proteção do patrimônio<br />

dos brasileiros.<br />

Outro destaque foi a expansão de 19,3% das reservas<br />

técnicas, as quais atingiram o patamar de R$ 785 bilhões no<br />

ano passado, confirmando o mercado segurador brasileiro<br />

como um dos mais importantes investidores institucionais<br />

do País.<br />

• ncampanha<br />

Direito dos beneficiários de saúde<br />

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) preparou<br />

uma campanha informativa para esclarecer à sociedade<br />

o papel da reguladora e os direitos dos consumidores de<br />

planos de saúde. O material é composto por um comercial de<br />

30 segundos para televisão e cinco animações para internet<br />

e redes sociais.<br />

O conteúdo da campanha foi definido a partir dos resultados<br />

de uma pesquisa realizada pela Agência em 2016. No<br />

levantamento, foram identificadas as principais dúvidas do<br />

consumidor sobre planos de saúde; o grau de conhecimento<br />

sobre seus direitos e deveres no que diz respeito à contratação<br />

desse tipo de produto; como a decisão de compra está sendo<br />

realizada; e como os consumidores avaliam os serviços ofertados<br />

pelos planos de saúde no Brasil, entre outras informações.<br />

A partir dessas informações, foram produzidos um comercial<br />

para televisão que explica em linguagem acessível o<br />

papel da ANS; e cinco filmetes para internet e redes sociais<br />

abordando os temas que mais despertam dúvidas e interesse<br />

dos consumidores: carência, cobertura, prazos máximos de<br />

atendimento, reajuste e mediação de conflitos. Também foi<br />

preparado um conteúdo específico para o portal da Agência,<br />

abordando os principais assuntos relacionados à saúde suplementar<br />

para esclarecer e orientar os beneficiários de planos<br />

de saúde e consumidores em geral.<br />

8


• nevento<br />

Especialistas debatem seguro empresarial<br />

O seguro empresarial e as pequenas<br />

e médias empresas foram o centro<br />

da discussão do Café com Seguro,<br />

organizado pela Academia Nacional<br />

de Seguros e Previdência (ANSP) no<br />

início de março. O evento contou com<br />

parceria do Sincor-SP.<br />

“Hoje, 27% do faturamento do<br />

mercado é gerado pelas pequenas<br />

empresas. Desse total, menos de 25%<br />

fazem seguro, apesar da obrigatoriedade<br />

legal de contratar seguro contra<br />

incêndio”, lembrou Paulo Umeki,<br />

vice-presidente Técnico da Liberty<br />

Seguros. Trata-se, segundo ele, de um<br />

enorme potencial de crescimento tanto para as seguradoras como<br />

para os corretores. “Esse quadro se dá pela falta de consciência<br />

do risco pelos empreendedores e também de foco das seguradoras<br />

e dos corretores de seguro”, afirmou.<br />

O encontro reuniu ainda Márcio Bertolini, consultor de<br />

Negócios do Sebrae-SP e coordenador estadual do Programa<br />

Corretor de Seguros Empreendedor; Ezaqueu Bueno, coordena-<br />

• ntransportes<br />

Workshop discute setor<br />

O Clube Internacional de Seguros de Transportes (CIST)<br />

deu início à sua agenda de eventos do ano com o Workshop<br />

“Desafios do setor de seguros de transportes em 2017”, realizado<br />

na manhã de 16 de fevereiro, no Circolo Italiano, em<br />

São Paulo. O presidente José Geraldo da Silva ressaltou o<br />

foco da entidade na disseminação de conteúdo técnico para o<br />

segmento de transportes. A previsão de crescimento de 1,6%<br />

do PIB brasileiro após 2 anos de forte retração anima o setor<br />

de transportes e deu início às discussões do evento.<br />

Durante o primeiro painel, Paulo Robson Alves, head de<br />

Marine da XL Catlin falou sobre os riscos de não precificar<br />

❙❙Sergio Nobre, Ezaqueu Bueno, Paulo Umeki, Márcio Bertolini e Edmur de Almeida<br />

dor da Comissão de Riscos Patrimoniais do Sincor-SP; e Sergio<br />

Nobre, diretor da ANSP.<br />

“Os palestrantes trouxeram para o debate temas importantíssimos<br />

para o desenvolvimento do mercado segurador.<br />

Este ano traremos muitos outros temas que agreguem conhecimento<br />

aos participantes”, disse Edmur de Almeida, diretor<br />

da Academia.<br />

os produtos de forma adequada, podendo causar prejuízos<br />

e falta de precisão na avaliação de riscos. Enquanto os roubos<br />

de cargas crescem, especialmente dos carregamentos<br />

alimentícios, a precificação dos seguros não caminha junto<br />

com essa realidade e, para ele, o preço é reflexo da subscrição<br />

que precisa ser bem feita. É o que endossou Rosevaldo Silva,<br />

superintendente de transportes da Tokio Marine, ressaltando<br />

que a cadeia, como um todo, é afetada em momento de sinistro<br />

e é preciso, antes que isso aconteça, mensurar qual a potencial<br />

perda e se preparar para atendê-la.<br />

Fraudes e sonegação precisam ser combatidas. Assim,<br />

o mercado de seguros de Transportes será mais sólido para<br />

acompanhar o restante do setor e se posicionar com ainda<br />

mais força no País.<br />

9


painel<br />

• nconsumidores<br />

Cartilhas para orientação<br />

A Superintendência de Seguros Privados (Susep)<br />

lançou o Guia de Orientação e Defesa do Consumidor, em<br />

formato digital, contendo informações importantes aos<br />

consumidores sobre todo o setor supervisionado, abrangendo<br />

os segmentos de seguros, previdência complementar<br />

aberta e capitalização.<br />

A edição completa tem explicações sobre cada produto,<br />

como contratar, além de informações sobre os direitos<br />

básicos do consumidor.<br />

Além da versão digital, a autarquia lançou também o<br />

Guia de Orientação Básica ao Consumidor e mais seis cartilhas<br />

sobre produtos de seguros, previdência complementar<br />

aberta e capitalização. A iniciativa faz parte das ações em<br />

comemoração aos 50 anos da autarquia, completados no dia<br />

21 de novembro de 2016. As edições serão distribuídas por<br />

órgãos de defesa do consumidor, parceiros conveniados e<br />

também estarão à disposição nas unidades de atendimento.<br />

A versão impressa terá 20 mil exemplares distribuídos em<br />

todo o País.<br />

As edições vão abranger o seguro de automóvel, de<br />

vida e acidentes pessoais, de garantia estendida, DPVAT,<br />

título de capitalização e previdência complementar aberta.<br />

As cartilhas terão apenas versões impressas, num total de<br />

30 mil exemplares, que serão distribuídos em todo o país.<br />

Objetivo é ampliar as informações prestadas aos<br />

consumidores pela Susep. Além de servir como base na<br />

tomada de decisões mais conscientes e na proteção contra<br />

eventuais prejuízos, visa, principalmente, estimular maior<br />

exigência dos cidadãos por seus direitos.<br />

• npesquisa<br />

Confiança no setor aumenta<br />

O setor de seguros voltou a acreditar na recuperação<br />

da economia brasileira. Pesquisa da Fenacor aponta que as<br />

seguradoras, as corretoras e as resseguradoras têm expectativas<br />

positivas para o semestre.<br />

Depois de quatro meses consecutivos em queda, o Índice<br />

de Confiança do Setor de Seguros (ICSS) voltou a subir<br />

e marcou 105,5 pontos em janeiro de 2017.<br />

Para o presidente da entidade, Armando Vergílio, esse<br />

resultado é fruto da percepção do mercado de que a economia<br />

começa a dar sinais de recuperação e que o setor de<br />

seguros tem, mais uma vez, a chance de superar expectativas<br />

e também colaborar com a retomada do crescimento, especialmente<br />

lançando produtos voltados para as classes B e C. É<br />

o caso, por exemplo, do seguro Auto Popular, que possibilita<br />

aos proprietários de carros usados protegerem o seu veículo,<br />

pagando valores mais compatíveis com a sua renda.<br />

• nautomóvel<br />

Mulheres são mais cuidadosas no<br />

trânsito<br />

Segundo o relatório Mulheres no Trânsito, da Seguradora<br />

Líder-DPVAT, as mulheres responderam por apenas 25% das<br />

indenizações pagas por acidentes em 2015, contra 75% dos<br />

homens. Já os dados do Departamento Nacional de Trânsito<br />

(Denatran) mostram que apenas 11% dos acidentes de trânsito<br />

são provocados por mulheres.<br />

Os números refletem características como: maior cautela<br />

e maior prudência. Psicóloga especialista em trânsito, Salete<br />

Coelho Martins conta que, na direção, os aspectos comportamentais<br />

mais presentes nas mulheres são o planejamento prévio<br />

e a segurança.<br />

Além de estarem em vantagem em relação à segurança<br />

no trânsito, elas também são mais atentas quando o assunto é<br />

manutenção do automóvel, e costumam seguir corretamente o<br />

agendamento de revisões proposto pelas montadoras.<br />

10


• n25 anos<br />

Março, Mês do Jubileu de Prata da Ameplan Saúde<br />

No dia 27 de Março a Ameplan completa 25 anos,<br />

idade extremamente jovem para absorver e se moldar às<br />

exigências do mercado e extremamente madura pela incrível<br />

jornada vivida ao longo do tempo, diante<br />

das grandes mudanças que ocorreram no<br />

país e no mundo.<br />

“Não é a toda hora que uma empresa<br />

chega aos 25 anos”, comenta José Silva<br />

dos Santos, diretor Administrativo Financeiro<br />

da operadora e que está vibrante pela<br />

oportunidade de estar na Ameplan exatamente<br />

neste momento histórico, quando<br />

os resultados se apresentam tão positivos<br />

e consolidados.<br />

“Muita gente boa passou por aqui ao<br />

longo dos anos”, continua, “contribuindo com energia e inteligência<br />

na construção sólida da nossa marca, que conquistou<br />

a confiança das pessoas e hoje já e reconhecida no mercado<br />

pela Excelência no Atendimento aos seus Beneficiários.<br />

É muito gratificante viver este momento junto com nossa<br />

equipe e desfrutar das alegrias conquistadas e dos desafios<br />

que estão por vir”, finaliza.<br />

A Ameplan sempre foi uma empresa<br />

moderna e antenada com as inovações ocorridas<br />

no mercado e vem se reinventando com<br />

criatividade e profissionalismo. Seu modelo<br />

de Gestão Profissional é composto por uma<br />

equipe afinada, totalmente comprometida<br />

com o nobre objetivo de proporcionar o que<br />

há de melhor em termos de saúde e qualidade<br />

de vida para seus clientes.<br />

O Jubileu de Prata da Ameplan será<br />

marcado por um evento especial. Na oportunidade,<br />

será apresentado o novo vídeo institucional da<br />

empresa e todos conhecerão a nova identidade visual da<br />

operadora.<br />

11


GENTE<br />

Aposta na sucessão<br />

Após 20 anos à frente da presidência da<br />

Rede Lojacorr, José Heitor da Silva passou a<br />

presidência para Diogo Arndt da Silva, que está<br />

na companhia desde a sua fundação. A empresa<br />

conta atualmente com 900 corretores parceiros,<br />

distribuídos em 16<br />

estados brasileiros.<br />

A mudança na direção<br />

da empresa foi<br />

anunciada durante<br />

a 5 a Convenção Nacional,<br />

que reuniu<br />

cerca de mil pessoas<br />

em Curitiba.<br />

Heitor agora<br />

será o presidente<br />

da holding da Rede<br />

Lojacorr, encarregada<br />

de administrar<br />

as outras empresas do grupo.<br />

A Rede Lojacorr conta agora com um novo<br />

projeto de expansão e deve abrir novos escritórios<br />

regionais, ampliando a expansão para estados do<br />

Norte, Nordeste e Centro-Oeste.<br />

Mudanças comerciais e<br />

regionais<br />

A Tokio Marine recebe o reforço de José<br />

Luis Ferreira da Silva como diretor Comercial.<br />

O executivo será responsável pela área nas regiões<br />

Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Minas Gerais.<br />

José Luis tem mais de 30 anos de experiência<br />

no mercado e deverá fortalecer o relacionamento<br />

com corretores e assessorias.<br />

Superintendente de garantia<br />

A Marsh Brasil apresentou Luis Guilherme Menezes como superintendente<br />

de Garantia da companhia<br />

no Brasil. Formado em Ciências Econômicas,<br />

Menezes acumula experiência<br />

no mercado segurador e passagens por<br />

players como a seguradora J Malucelli.<br />

Com a chegada do executivo, que<br />

ficará sediado em São Paulo, a corretora<br />

ganha mais expertise para oferecer soluções<br />

personalizadas. Em sua posição,<br />

Menezes será responsável por desenvolver<br />

e expandir a prática de garantia,<br />

consolidando a posição da empresa no<br />

mercado.<br />

Mudanças nas sucursais<br />

A Capemisa tem novos colaboradores em duas sucursais. As mudanças<br />

visam consolidar o posicionamento da marca como uma seguradora<br />

especializada em vida e incrementar os negócios nas regiões.<br />

A unidade de João Pessoa (PB) passa a ser comandada por Francisco<br />

Plácido Dantas Neto. “Minha missão a frente da companhia é estimular<br />

que os corretores da Paraíba abram<br />

espaço para o seguro de vida em suas<br />

carteiras. Hoje eles estão muito focados<br />

em seguro de automóveis e quero mudar<br />

esse conceito”, afirma Plácido, que<br />

também responderá pela sucursal do Rio<br />

Grande do Norte.<br />

Já Cesar Augusto Castelli Zuicker<br />

será o responsável pela sucursal de Campinas.<br />

“O principal objetivo é fortalecer<br />

a imagem da empresa. Quero também<br />

estreitar os laços com os corretores, além<br />

de divulgar a importância do mercado<br />

segurador na região”, declara.<br />

Mais um integrante<br />

no Conef<br />

O secretário-executivo adjunto do<br />

Ministério da Fazenda, Daniel Rodrigues<br />

Alves, designou o diretor de Administração<br />

da Superintendência de Seguros<br />

Privados (Susep), Paulo dos Santos,<br />

integrante do Comitê Nacional de Educação<br />

Financeira (Conef), na condição<br />

de representante suplente da autarquia.<br />

Santos vai substituir Natalie Haanwinckel<br />

Hurtado.<br />

12


Novo presidente<br />

Pelos próximos quatro<br />

anos, o Sincor-MS será comandado<br />

pelo corretor de seguros<br />

Arnol Lemos Filho. Eleito<br />

presidente da entidade em<br />

pleito realizado no dia 15 de<br />

fevereiro, Lemos vai substituir<br />

Pedro Bonacina.<br />

Com a nova diretoria,<br />

Aparecido Oliveira de Brito<br />

ocupará a vice-presidência do<br />

Sindicato e Clóvis Jose Miguel será o novo diretor social.<br />

Telma Chaves França passa a desempenhar a função de<br />

diretora secretária e Ben-Hur Iwazaki de Lima será o novo<br />

diretor secretário adjunto.<br />

Gerente sênior para o<br />

mercado<br />

Marcos Cantinelli<br />

é o novo gerente<br />

sênior para o mercado<br />

de seguros da Direct.<br />

One.<br />

“Estou muito empolgado<br />

com esse novo<br />

desafio”, destaca Cantinelli.<br />

Sua meta é ajudar a crescer 150% as comunicações<br />

transacionais processadas pela empresa, que em 2016 somaram<br />

120 milhões de documentos, como boletos, faturas,<br />

apólices, certificados, extratos e comunicados<br />

Novo comando<br />

para o RH<br />

Luciana Montuanelli<br />

é a nova diretora de Recursos<br />

Humanos da Mondial<br />

Assistance. A executiva, que<br />

já atuou no mercado automotivo,<br />

químico, eletrônico,<br />

Telecom e de embalagens<br />

farmacêuticas, liderou equipes<br />

no México, Venezuela,<br />

Panamá, Chile, Colômbia e<br />

Argentina.<br />

A chegada da nova diretora marca a ampliação da gestão<br />

junto aos colaboradores e parceiros para que a empresa<br />

conquiste ainda mais sua participação no mercado brasileiro.<br />

Diretor-presidente de<br />

resseguros<br />

Eduardo Toledo passa a ocupar<br />

o cargo de diretor-presidente de<br />

Resseguros da SOM.US, empresa<br />

que atua na consultoria e distribuição<br />

de seguros e resseguros na<br />

América Latina.<br />

Toledo vai coordenar uma<br />

equipe de profissionais alocados<br />

em São Paulo e no Rio de Janeiro,<br />

que atendem clientes da empresa<br />

nas áreas de contratos e facultativos. “Meu grande desafio será<br />

atender, de forma independente, as demandas de resseguros<br />

oriundas de corretores de seguros parceiros, bem como intensificar<br />

o relacionamento com as seguradoras”, explica.<br />

Cargo duplo<br />

Ana Paula de Almeida Santos,<br />

diretora Jurídica da Assurant,<br />

foi nomeada vice-presidente da<br />

Comissão de Garantia Estendida<br />

e Afinidades e presidente da Comissão<br />

de Assuntos Jurídicos da<br />

Federação Nacional de Seguros<br />

Gerais (FenSeg).<br />

“As comissões da Federação<br />

são formadas por nomes importantes do mercado e são essenciais<br />

para o desenvolvimento dos negócios das companhias no Brasil.<br />

O nível de debate dos temas pautados é sempre muito alto, o<br />

que ajuda os membros a ficarem cada vez mais conectados às<br />

questões do setor”, avalia Ana Paula.<br />

Diretor de TI<br />

A Sompo Seguros contratou Wander Bringhenti como diretor<br />

de Tecnologia da Informação, responsável pelas operações<br />

de Tecnologia e Projetos. Ele chega<br />

para contribuir com a seguradora<br />

em sua estratégia de incremento na<br />

melhoria de atendimento ao cliente<br />

e processos internos, bem como na<br />

expansão do share de mercado.<br />

Outro desafio é o de dar suporte<br />

às oportunidades de negócios por<br />

conta da ampliação do portfólio<br />

de produtos e uso de tecnologia, já<br />

que a empresa investiu em novos<br />

recursos nessa área.<br />

13


consumidor | ouvidoria<br />

Uma via de mão dupla<br />

Entender a expectativa do cliente é o<br />

maior desafio das Ouvidorias. Somente em<br />

2015, quase 70 mil reclamações chegaram<br />

às seguradoras brasileiras, que mantêm<br />

departamentos exclusivos e autônomos<br />

para atender seus clientes<br />

Kelly Lubiato<br />

O<br />

empresário Dae Yol Kim<br />

enfrenta há quatro meses<br />

um périplo para regular o<br />

sinistro ocorrido em sua<br />

residência. Através de uma mesma corretora,<br />

ele adquiriu o seguro do seu carro<br />

e da sua casa. Depois de vários meses<br />

falando com a corretora, ele descobriu<br />

que não tinha a cobertura contra terceiros.<br />

Entretanto, questiona a demora da<br />

corretora e da seguradora em responder<br />

a sua demanda.<br />

Quando uma reclamação chega à ouvidoria,<br />

é porque ela já passou por outros<br />

âmbitos da companhia. Esta instância foi<br />

regulamentada pela Susep em 2013, mas<br />

algumas seguradoras já dispõem deste<br />

departamento há mais tempo.<br />

Apesar de ser um setor reconhecido<br />

e regulamentado, a ouvidoria ainda<br />

não é vista pelo cliente como um canal<br />

pró-consumidor. Esta é a sua grande<br />

diferença para o SAC (Setor de Atendimento<br />

ao Cliente), além de ter um fluxo<br />

da reclamação que varia de acordo com<br />

cada empresa.<br />

Segundo o relatório das Ouvidorias<br />

elaborado pela CNseg, com dados de 33<br />

seguradoras e operadoras de saúde, em<br />

2015 chegaram 110.681 demandas de<br />

consumidores. É importante destacar,<br />

conforme o relatório, “que o exercício<br />

da função do Ouvidor pressupõe um<br />

significativo grau de entendimento das<br />

operações de seguros, capitalização,<br />

previdência complementar aberta, saúde<br />

suplementar e experiência de vida suficiente<br />

para identificar o custo social de<br />

Demandas por segmento<br />

Segmento Nº de Demandas % Participação<br />

Seguros Gerais 52.438 48%<br />

Saúde Suplementar 31.302 28%<br />

Seguro de Pessoas 16.215 15%<br />

Previdência Complementar Aberta 7.113 6%<br />

Capitalização 3.613 3%<br />

Total 110.681<br />

Fonte: CNseg<br />

14


“O ouvidor<br />

precisa ter um<br />

conhecimento<br />

técnico profundo,<br />

mas precisa ter<br />

equipe que conheça<br />

tudo e deve,<br />

principalmente,<br />

gostar de pessoas.<br />

O conhecimento<br />

técnico se<br />

pode aprender,<br />

mas atitude e<br />

comportamento<br />

vem de dentro para<br />

fora. Para trabalhar<br />

com Ouvidoria<br />

feliz é preciso estar<br />

disposto a lidar com<br />

o pior momento do<br />

público. É preciso ter<br />

prazer em ajudar para<br />

o trabalho não ficar<br />

pesado”<br />

Gabriela Assmar,<br />

Ombusdman do Grupo Icatu<br />

Demandas das Ouvidorias 2015<br />

Mercado Susep<br />

um pleito juridicamente amparado que<br />

não seja atendido”.<br />

A CNseg estima que atualmente<br />

100% das seguradoras tenham uma<br />

ouvidoria para atender os segurados.<br />

Além da obrigatoriedade, o aumento<br />

das demandas acontece por dois fatores:<br />

o primeiro é a maior conscientização do<br />

consumidor em relação aos seus direitos;<br />

a segunda é a maior divulgação da<br />

existência destes canais. Silas Rivelle,<br />

presidente da Comissão de Ouvidores da<br />

CNseg, explica que a Ouvidoria é uma via<br />

de mão dupla. “O cliente fala o que pensa<br />

sobre a empresa e recebe de volta este<br />

material tratado”. Hoje, o consumidor<br />

encontra no site da maioria das seguradoras<br />

e operadoras de saúde o caminho<br />

para chegar até a ouvidoria. É um avanço<br />

significativo para o Brasil, que possui<br />

uma legislação favorável ao consumidor<br />

desde 1991, quando foi promulgado o<br />

Código de Defesa do Consumidor.<br />

Na Icatu Seguros, a ouvidoria funciona<br />

desde 1998 e recebe as demandas<br />

que passam pelo atendimento ao cliente<br />

e que não são resolvidas. A advogada<br />

Gabriela Assmar é a responsável pelo<br />

setor e afirma que muitas das demandas<br />

não são de ordem técnica, mas porque<br />

este é um produto bastante sofisticado e<br />

muita gente compra sem ler o contrato.<br />

“É uma questão de educação do cliente”.<br />

Entretanto, Gabriela acrescenta que o<br />

DNA da Ouvidoria é ser aquela instância<br />

a qual o cliente chega quando os canais<br />

anteriores não resolveram. “No momento<br />

que chega até nós, deixa de ser a mesma<br />

lógica”, ressalta.<br />

A ouvidoria, por definição, deve ter<br />

autonomia, independência, alçada decisória<br />

e não pode ter medo de desagradar<br />

a diretoria e o conselho da empresa. O<br />

Total de Demandas*<br />

2014 2015 Variação<br />

2014/2015<br />

Demandas 62.617 68.933 10%<br />

* Números das 29 empresas que participaram da coleta de 2014 e 2015, que representam 76,3% do valor<br />

arrecadado pelas empresas supervisionadas pela Susep em 2014<br />

objetivo mais nobre deste setor é, além<br />

de resolver o problema do consumidor,<br />

gerar recomendações e melhorias que<br />

evitem que problemas semelhantes voltem<br />

a acontecer.<br />

O trabalho da ouvidoria é sempre<br />

movido pela ação do segurado. “A<br />

demanda do cliente reclama depois de<br />

passar pelos setores de atendimento da<br />

companhia ou por meio de canais ‘agravados’<br />

(Susep, Procon’s e mídia – Consumidor.gov;<br />

ReclameAqui; Facebook)”,<br />

explica Gabriela. Nos casos que vêm<br />

direto das mídias sociais, nem sempre se<br />

trata de reclamações. Podem ser simples<br />

solicitações de documentos ou dúvidas<br />

sobre o contrato.<br />

De acordo com a regulamentação da<br />

Susep, a Ouvidoria tem prazo de 15 dias<br />

para responder ao segurado.<br />

O retorno<br />

Um dos papéis da Ouvidoria é diminuir<br />

a quantidade de demandas judiciais.<br />

Este departamento não é um centro de<br />

custo, mas um gerador de resultados,<br />

esclarece Rivelle. “O cliente busca uma<br />

atuação imparcial, justa (baseada na<br />

legislação), que atue não como representante<br />

da corporação, mas como defensor<br />

do consumidor”, acrescenta.<br />

Os números crescem rapidamente.<br />

Na Unimed Seguradora, Rivelle conta<br />

que em 2016 houve um incremento de<br />

58% na quantidade de reclamações que<br />

chegaram à Ouvidoria, em relação a 2015.<br />

Isto aconteceu porque a empresa fez uma<br />

grande divulgação sobre o trabalho deste<br />

canal. “Com isso, houve queda de 27%<br />

nas ações judiciais e 41% nos processos<br />

junto à ANS (Agência Nacional de Saúde<br />

Suplementar). “Ou seja, a boa atuação da<br />

Ouvidoria evita que as empresas sofram<br />

15


ouvidoria<br />

Para corretores<br />

Os corretores de seguros também<br />

possuem um canal direto com o seu<br />

sindicato para dar andamento às suas<br />

reclamações. Em São Paulo, a Ouvidoria<br />

do Sincor recebeu em 2016 ligações,<br />

com demandas de diversas categorias<br />

como dúvidas em relação às comissões,<br />

vistorias realizadas sem agendamento<br />

e, principalmente, descredenciamento<br />

em seguradoras etc.<br />

O titular desta Ouvidoria, o corretor<br />

Otavio Milliet, conta que toda<br />

reclamação é analisada em parceria<br />

com outros integrantes da diretoria,<br />

para dar o devido encaminhamento<br />

à demanda.<br />

Nos últimos 12 meses, foram<br />

abertos 135 processos na Ouvidoria do<br />

Sindicato dos Corretores de Seguros de<br />

São Paulo, sendo 101 encerrados com<br />

reversão (solucionados) e 27 encerrados<br />

sem reversão. Há sete processos em<br />

tramitação.<br />

“Se você considerar que os processos<br />

que chegam à Ouvidoria já passaram<br />

por tentativa de solução por parte<br />

de algum departamento do Sincor-SP,<br />

como Disque Sincor, Assessoria Técnica<br />

ou Comissão de Ética, o sucesso em<br />

78,91% dos casos encerrados é bem<br />

expressivo”, comenta Milliet.<br />

A esfera anterior à Ouvidoria, neste<br />

caso, é o Disque Sicor, que realiza 1600<br />

atendimentos por anos, de acordo<br />

com informações de Simone Favaro<br />

Martins, vice-presidente do Sindicato.<br />

“Neste ponto, as reclamações são das<br />

mais diversas naturezas possíveis, mas<br />

o índice de reversão é de 74,8%”, comemora<br />

Simone.<br />

“Em 2016, o perfil dos<br />

consumidores que<br />

chegaram à Ouvidoria<br />

da Tokio Marine foi:<br />

86% segurados; 8%<br />

terceiros; 5% corretores<br />

e 1% outros. Do total<br />

de registros, 48% foram<br />

efetuados diretamente<br />

na seguradora e 52%<br />

por meio da Susep”<br />

Masaaki Itakura, diretor<br />

executivo de Estratégia<br />

Corporativa da Tokio Marine<br />

ações judiciais e/ou recebam multas do<br />

órgão regulador. Isso protege a imagem<br />

da companhia”.<br />

É possível ter um número maior de<br />

reclamações no órgão público, mas o<br />

crescimento de carteira demonstra que<br />

houve queda na proporção<br />

Os gestores das companhias seguradoras<br />

encontraram na Ouvidoria um<br />

grande aliado para a melhoria dos processos<br />

das empresas, além da fidelização<br />

16<br />

Simone Favaro Martins<br />

Otavio Milliet<br />

dos clientes. “Quando o cliente sente-se<br />

respeitado ele se torna um grande divulgador<br />

da marca da companhia”, avalia<br />

Rivelle, argumentando que um dos pilares<br />

da Ouvidoria é justamente ser uma<br />

ferramenta estratégica para melhoria de<br />

processos.<br />

O grande engano sobre o trabalho<br />

das Ouvidorias acontece porque as pessoas<br />

acreditam que elas são apenas um<br />

canal de reclamação. Na verdade, esque-<br />

cem que ela possui representatividade<br />

dentro das corporações, pois reportam-se<br />

diretamente à presidência e ao conselho<br />

das empresas.<br />

Na Tokio Marine, por exemplo, há<br />

um intercâmbio constante entre a área<br />

de Atendimento do Cliente e os diversos<br />

departamentos, empenhados não só em<br />

prover as necessidades, mas em exceder<br />

as expectativas do cliente. “O contato entre<br />

as áreas é fundamental para que todos<br />

estejam alinhados quanto a importância<br />

de ter uma atitude proativa para prestar<br />

um atendimento claro e entender eventuais<br />

melhorias que podem ser feitas nos<br />

processos e serviços”, explica Masaaki<br />

Itakura, diretor executivo de Estratégia<br />

Corporativa.


17


ural | produto<br />

Onde brota a esperança<br />

A agropecuária é o setor que sempre carrega a<br />

esperança de retomada de crescimento no Brasil.<br />

Para o mercado de seguros, a esperança na<br />

carteira também se renova<br />

Amanda Cruz<br />

18


❙❙Joaquim Francisco, da Allianz<br />

Em um momento difícil, o Brasil<br />

continua contando com o setor<br />

que sempre traz a esperança<br />

para a retomada do crescimento:<br />

o agronegócio. Para 2017, a expectativa<br />

é que ocorra uma expansão de 2%, de<br />

acordo com a Confederação da Agricultura<br />

e Pecuária do Brasil (CNA). De 2015<br />

para 2016 o setor teve um acréscimo em<br />

sua participação na economia nacional,<br />

sustentando seu lugar de carro-chefe, com<br />

alteração de 21,5% para 23% de participação<br />

e agregando 48% das exportações<br />

do País.<br />

Esse otimismo é benéfico também<br />

para o mercado de seguros, já que<br />

alavanca a procura dos produtores por<br />

seguro rural, modalidade crucial para<br />

apoiar aqueles que podem ver suas safras<br />

arruinadas por fenômenos da natureza e<br />

abrangem a atividade agrícola, pecuária,<br />

o patrimônio do produtor, crédito e risco<br />

de morte.<br />

Esse apoio acontece desde 2005 graças<br />

ao Programa de Subvenção ao Prêmio<br />

do Seguro Rural, realizado pelo Governo<br />

Federal em parceria com seguradoras,<br />

que possibilitam que o produtor escolha<br />

a companhia que preferir para se proteger<br />

com descontos providos pelo incentivo<br />

do Estado. “Temos mantido constante<br />

relacionamento com o MAPA e direcionado<br />

as demandas que os agricultores nos<br />

encaminham por meio dos corretores. O<br />

diálogo com o Governo Federal é saudável<br />

e busca melhorias para os produtores<br />

rurais”, afirma Joaquim Francisco, superintendente<br />

de Agronegócios da Allianz.<br />

Para onde vai o incentivo<br />

Mesmo com o grande peso e importância<br />

que esse incentivo tem, no último<br />

ano, a subvenção dada pelo Governo Federal<br />

ao seguro rural não foi totalmente<br />

utilizada. Essa verba deverá, portanto, ser<br />

realocada, conforme explica o corretor<br />

da Rural Brokers, Marcelo Westin. “Primeiro,<br />

é preciso esclarecer que esta sobra<br />

deu-se apenas para as culturas de inverno,<br />

sendo ocasionada por diversos fatores.<br />

Dentre eles, podemos destacar a incerteza<br />

do mercado com relação aos recursos<br />

para a subvenção, a diminuição da área<br />

plantada de trigo e o dimensionamento<br />

de safra de inverno com área superior à<br />

demandada na prática”, explica. “Trata-se<br />

de verba destinada às culturas de inverno.<br />

Como não foram consumidas, serão<br />

utilizadas para as culturas de verão”,<br />

completa o corretor.<br />

Para aqueles produtores que contrataram<br />

apenas apólices para a cultura de<br />

inverno, é necessário que procurem um<br />

corretor para saber se sua subvenção já<br />

foi, ou não, concedida.<br />

Embora seja uma modalidade de<br />

grande importância para a economia<br />

brasileira, alguns fatores influenciaram<br />

nessa baixa utilização. É o que explica<br />

Vitor Augusto Ozaki, diretor do<br />

❙❙Marcelo Westin, da Rural Brokers<br />

As modalidades do<br />

seguro rural<br />

A meta do produto é abranger<br />

todo tipo de cultivo e necessidade dos<br />

produtores. É importante lembrar que<br />

o seguro agrícola é uma modalidade<br />

dentro do seguro rural oferecido. Veja<br />

o que ele abrange:<br />

〉〉<br />

Agrícola<br />

〉〉<br />

Pecuário<br />

〉〉<br />

Aquícola<br />

〉〉<br />

Benfeitorias e produtos agropecuários<br />

〉〉<br />

Penhor Rural<br />

〉〉<br />

Florestas<br />

〉〉<br />

Seguro de Vida do produtor rural<br />

〉〉<br />

Seguro de Cédula do produtor<br />

rural<br />

Departamento de Gestão de Risco e<br />

Recursos Econômicos do Ministério da<br />

Agricultura Pecuária e Abastecimento<br />

(MAPA). Ele afirma que, ao contrário<br />

do que a primeira leitura possa indicar,<br />

o orçamento destinado foi executado. No<br />

entanto, outras questões implicaram no<br />

aumento da disponibilização do que havia<br />

sido previamente decidido. “Em função<br />

do problema ocorrido com a seguradora<br />

Nobre [que operava com o produto], o comitê<br />

decidiu disponibilizar R$ 1,5 milhão<br />

a mais para o cultivo de frutas, em caráter<br />

excepcional no final do ano. Porém, não<br />

houve demanda”, explicou. Ele afirmou<br />

ainda que, de qualquer maneira, dos R$<br />

400 milhões disponíveis, R$ 398 milhões<br />

foram usados, ou seja, 99,6% da verba.<br />

A posição da Allianz nessa carteira<br />

corrobora com o que foi explicado<br />

pelo diretor do MAPA. O executivo da<br />

19


produto<br />

Vitor Augusto Ozaki,<br />

❙❙do Ministério da Agricultura<br />

companhia afirmou que “todo recurso<br />

da subvenção que foi disponibilizado no<br />

último ano foi utilizado”.<br />

Ou seja, não foi o interesse ou a capacidade<br />

dos produtores que diminuiu.<br />

Segundo as palavras do corretor Marcelo<br />

Westin, não se pode apontar desinteresse<br />

“de maneira alguma, pois a busca por esse<br />

seguro segue aquecida”, mas a realocação<br />

de recursos deu a impressão de que nem<br />

todos que poderiam pleitear a subvenção e<br />

beneficiar suas produções foram atingidos.<br />

Como há crescimento do setor, o natural<br />

é que a demanda cresça. Para Ozaki, o<br />

motivo dessa diferença está no fato de que<br />

houve dificuldade em divulgar esse novo<br />

montante disponível no momento adequado<br />

para que fosse possível realizar a venda<br />

das apólices. Em 2016 foram contratadas<br />

76,3 mil apólices de seguro rural, que<br />

garantiram capitais da ordem de R$ 13,26<br />

bilhões, beneficiando 48 mil produtores,<br />

de acordo com dados do MAPA.<br />

Em tempos de dificuldades de confiança<br />

na administração pública, o PSR<br />

ainda pode ser utilizado como um benefício<br />

no qual o Governo se empenha<br />

em trazer melhoras, sendo esse um dos<br />

programas com maior índice de execução<br />

orçamentária no Ministério. “O que é<br />

necessário é a divulgação antecipada,<br />

alocação de volume de recursos orçamentários<br />

compatíveis com o setor e<br />

incentivo de concorrência entre as empresas<br />

que ofertam o produto, para que<br />

exista redução de custo para o produtor,<br />

o beneficiário”, coloca Ozaki.<br />

Westin concorda que divulgar faz<br />

toda a diferença e que é preciso mostrar<br />

mais os benefícios dessa ferramenta. “A<br />

ajuda é para a estabilidade econômica dos<br />

produtores, que mesmo afetados por uma<br />

intempérie climática recuperam parte<br />

dos valores investidos na lavoura. Isso<br />

permite que eles fiquem ativos na safra<br />

seguinte, não precisando vender terras ou<br />

outros ativos para quitar dívidas”, exemplifica.<br />

Mas a corretora não pretende ficar<br />

de braços cruzados e já adota medidas de<br />

conscientização, seja pelas redes sociais<br />

ou indo a campo ficar mais próxima de<br />

seus parceiros. Com isso, o projeto é aumentar<br />

a carteira da corretora em 15%,<br />

pois ainda há espaço no setor.<br />

Descobrindo nichos<br />

Há muito tempo há a intenção do<br />

Governo Federal em criar um fundo para<br />

catástrofes para evitar danos ainda maiores<br />

às plantações e aos animais. Algo que<br />

seja ainda mais robusto, pronto para níveis<br />

mais severos de sinistros. A discussão<br />

vem há mais de uma década e, se parecia<br />

tomar força no último ano, pelas longas<br />

discussões técnicas, em 2017 a ideia parece<br />

ter sido deixada em segundo plano.<br />

É o que adianta o diretor do MAPA: “Por<br />

enquanto, a discussão sobre o Fundo está<br />

parada. Nesse contexto de ajuste fiscal<br />

acho pouco provável que a regulamentação<br />

ganhe fôlego. Nesse momento, o foco é aumentar<br />

os recursos para o PSR e aumentar<br />

o número de produtores beneficiados e de<br />

área segurada”, afirma.<br />

Chegando como seguradora no<br />

Brasil, pois já atuava no mercado de<br />

resseguros, a Markel tem procurado seu<br />

espaço em novos nichos. O seguro rural já<br />

Culturas que mais receberam<br />

subvenção em 2016<br />

❙❙Leonardo Paixão, da Markel<br />

figura entre os interesses da companhia.<br />

Prova disso é a parceria formada com a<br />

Associação Nacional dos Distribuidores<br />

de Insumos Agrícolas e Veterinários<br />

(Andav). Leonardo Paixão, presidente<br />

da Markel no Brasil, afirma que procurar<br />

esses espaços não preenchidos é a meta<br />

da companhia no País. “O agro será um<br />

foco desde que seja possível trabalhar<br />

segmentos específicos dentro desse setor”,<br />

adianta.<br />

Portanto, a parceria faz parte dessa<br />

filosofia. “No caso, notamos uma demanda<br />

pontual das empresas associadas à<br />

Andav, que buscavam uma cobertura específica<br />

para proteger seus armazéns, que<br />

têm certas peculiaridades pelo conjunto<br />

complexo de regras às quais estão sujeitos”,<br />

explica. A companhia quer manter<br />

uma postura mais reservada, já que não<br />

pretende trabalhar com massificados,<br />

mas investir nos nichos que parecerem<br />

promissores, como o rural.<br />

SOJA R$167,90* 42,1 %<br />

MILHO (2ª SAFRA) R$ 74,07* 18,6 %<br />

TRIGO R$ 42,93* 10,8 %<br />

MAÇÃ R$ 34,85* 8,7 %<br />

UVA R$ 25,64* 6,4 %<br />

(*milhões)<br />

Juntas, essas culturas consumiram 86,7% - R$ 345,38 milhões – dos recursos disponíveis.<br />

Mais de 47 mil produtores foram beneficiados<br />

20


Lei quer mais incentivo ao setor<br />

A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos<br />

Deputados aprovou o Projeto de Lei 2433/15, do ex-deputado<br />

Edinho Bez (PMDB-SC), que cria incentivos para que produtores<br />

rurais adotem tecnologias agrícolas capazes de reduzir<br />

as perdas decorrentes de efeitos climáticos.<br />

Pelo texto, o Programa de Incentivo à Adoção de Tecnologias<br />

Redutoras de Risco Agroclimático vai oferecer linhas de<br />

crédito específicas para cobrir até 60% do custo de tecnologias<br />

produtivas resistentes a climas adversos, como estiagem,<br />

excesso de chuva, granizo, geada e insolação.<br />

Poderão ser financiados pelo programa com limites de<br />

crédito, taxas de juros, prazos de pagamento e de carência<br />

diferenciados tecnologias de irrigação ou drenagem;<br />

proteção de cultivos por meio de telas, estufas, coberturas<br />

plásticas; e demais tecnologias recomendadas pela pesquisa<br />

agropecuária oficial.<br />

Para o relator da proposta, deputado Valtenir Pereira<br />

(PMDB-MT), o seguro agrícola não é suficiente para arcar com<br />

os prejuízos do agricultor por questões climáticas. “Essas perdas<br />

podem ser mitigadas, caso o agricultor usar tecnologias<br />

já disponíveis, como telas para proteção de pomares contra<br />

chuvas de granizos.”<br />

Segundo Pereira, a proposta deve gerar uma redução no<br />

gasto do seguro rural, com economia de recursos públicos,<br />

corte no aumento dos preços dos alimentos e geração de<br />

emprego e renda aos trabalhadores da cadeia produtiva.<br />

O projeto ainda será analisado conclusivamente pela<br />

Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. O texto<br />

foi aprovado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento<br />

e Desenvolvimento Rural em setembro de 2015.<br />

Fonte: Agência da Câmara<br />

Os nichos nem sempre são tão bem<br />

demarcados. A procura por seguros para<br />

determinadas culturas criam espécies de<br />

sub-nichos na carteira. Na Allianz, por<br />

exemplo, a maior procura é pelo seguro<br />

de grãos, especialmente soja, milho e<br />

trigo. “Isso tem ocorrido pelo fato dessas<br />

culturas terem grande produção no Brasil<br />

e serem tradicionais em quase todas<br />

as regiões, com destaque para o Sul,<br />

Centro-Oeste e Sudeste”, conta Joaquim<br />

Francisco.<br />

Perspectivas<br />

Em 2016, além do aumento de 87%<br />

nas indenizações em 2016, conforme dados<br />

da Susep, o MAPA afirma que houve<br />

recuperação do desempenho no produto<br />

rural, mas os números ganham forma em<br />

histórias como a de clientes de Westin em<br />

Goiás, que enfrentaram secas em grandes<br />

áreas, capazes de paralisar a produção<br />

não fosse o seguro contratado. Ou casos<br />

de revendas que, por terem a proteção,<br />

não precisaram recorrer à execução de<br />

garantias como hipotecas. Sem o seguro<br />

as pessoas recorrem a esses processos<br />

que, na visão do corretor, “além de serem<br />

custosos e demorados, perde-se o cliente<br />

quando eles chegam ao fim”, opina.<br />

Joaquim Francisco, da Allianz, cita<br />

a expertise da companhia como alicerce<br />

para acreditar no bom desenvolvimento<br />

da carteira. “Nossas perspectivas são<br />

muito boas para essa carteira, tendo em<br />

vista que o agronegócio tem sido o responsável<br />

por amparar a nossa economia.<br />

Nossos investimentos têm sido direcionados<br />

à área de sistemas e análises de<br />

climatologia”. O executivo afirmou ainda<br />

que a companhia deverá apresentar, em<br />

breve, novidades em seu portfólio de<br />

produtos rurais.<br />

O horizonte de plantio no Brasil é<br />

vasto em alqueires e pequeno em proteção.<br />

Apenas 20% da área plantada são<br />

hoje seguradas. “Estamos falando do<br />

Brasil, um país com vocação agrícola<br />

e dimensões continentais. É fácil ver o<br />

potencial de crescimento desse produto”,<br />

finaliza o corretor.<br />

21


aposentadoria | previdência privada<br />

Invista hoje,<br />

descanse amanhã<br />

Com a reforma previdenciária, abrem-se as portas para as poupanças<br />

de longo prazo. Planos de previdência privada despontam como um<br />

dos meios de se garantir estabilidade no futuro<br />

Lívia Sousa<br />

22


Anunciada pelo Governo Federal<br />

em dezembro passado, a<br />

reforma previdenciária finalmente<br />

deve sair do papel em<br />

2017. A medida prevê que o trabalhador<br />

urbano atinja a idade mínima de 65 anos<br />

e contribua por pelo menos 25 anos para<br />

obter 76% do benefício. Já para receber<br />

a aposentadoria integral, é preciso que o<br />

contribuinte pague a Previdência Social<br />

por 49 anos. Hoje, se aposenta por tempo<br />

de contribuição quem pagou a Previdência<br />

por, no mínimo, 15 anos. Para<br />

resgatar 100% do benefício, este número<br />

é de 35 anos para os homens e 30 para as<br />

mulheres. No caso da aposentadoria por<br />

idade, eles precisam ter 65 anos e elas, 60.<br />

Com a nova regra, a ideia é que posteriormente<br />

os números sejam reajustados até<br />

se manter o mínimo de 70 anos de idade<br />

para ambos.<br />

Toda essa modificação, segundo o<br />

Governo, se faz necessária diante da<br />

baixa geração de emprego, do rápido envelhecimento<br />

da população e da mudança<br />

demográfica, que impactam diretamente<br />

as despesas da previdência. Só em 2016,<br />

o Instituto Nacional do Seguro Social<br />

(INSS) registrou um déficit de R$ 149,73<br />

bilhões, valor recorde equivalente a pouco<br />

mais de 2% do Produto Interno Bruto<br />

(PIB). O rombo é 74,5% maior que as<br />

cifras alcançadas um ano antes, quando<br />

somou R$ 85,81 bilhões. Para 2017, o<br />

orçamento aprovado pelo Congresso é<br />

❙❙Nilton Molina, da CNseg<br />

de menos R$ 181,2 bilhões.<br />

Por outro lado, alguns economistas<br />

questionam o cálculo do déficit da<br />

Previdência e as limitações provocadas<br />

pelo envelhecimento da população com a<br />

alegação de que o Governo retira recursos<br />

da seguridade social para financiar outras<br />

despesas. É o caso da Desvinculação das<br />

Receitas da União (DRU), que tem como<br />

principal fonte de recursos as contribuições<br />

sociais e permite o livre uso de 20%<br />

de todos os tributos federais vinculados<br />

por lei a fundos ou despesas.<br />

Em meio à discussão sobre a necessidade<br />

e a maneira como a reforma da<br />

Previdência Social está sendo feita, outra<br />

preocupação aparece: os brasileiros subestimam<br />

o risco real de perda de renda.<br />

Apenas 41% da população acredita que<br />

há menos de 10% de chance de um evento<br />

inesperado impedir sua capacidade de<br />

gerar renda, revela estudo elaborado por<br />

uma seguradora suíça. Neste cenário, o<br />

Governo é visto como a principal fonte<br />

de renda em situações de perdas repentinas.<br />

As poupanças pessoais ficam em<br />

segundo plano.<br />

Especialista em longevidade e membro<br />

do Conselho Diretor da Confederação<br />

Nacional das Seguradoras (CNseg),<br />

Nilton Molina garante que o valor dos<br />

benefícios do INSS serão cada vez menores.<br />

Assim, para estar presente em toda<br />

a sociedade, o Estado jogará uma espécie<br />

de cobertor fino à população. “As pessoas<br />

de baixo salário sempre estarão cobertas<br />

pelo seguro social. Já as de salário médio<br />

em diante vão precisar de recursos. O estado<br />

que ia prover 100% das necessidades<br />

para o futuro vai ajudar, mas menos do<br />

que você vai precisar. Portanto, quem<br />

ganha melhor terá que se preocupar mais<br />

do que se preocupa hoje com poupança<br />

futura”, diz ele.<br />

Para Molina, a reforma previdenciária,<br />

que já deveria ter sido discutida no<br />

País há pelo menos três décadas, produz<br />

dois efeitos antes mesmo de acontecer:<br />

o primeiro, de natureza subjetiva, leva<br />

as pessoas a entender a necessidade de<br />

se poupar ainda mais; o segundo, de<br />

natureza objetiva, considera que o sistema<br />

de previdência atual tem um nível<br />

de cobertura muito elevado – 92% dos<br />

brasileiros recebem salários abaixo do<br />

❙❙Renato Follador, do Fundo Paraná<br />

teto. “A reforma induz a diminuição de<br />

benefícios em aproximadamente 25% do<br />

teto”, pontua.<br />

Reserva financeira<br />

Os brasileiros estão encarando a<br />

aposentadoria como um projeto cada<br />

vez mais distante. Em uma pesquisa feita<br />

pela Federação Nacional de Previdência<br />

Privada e Vida (FenaPrevi) em parceria<br />

com o Ipsos Brasil, 62% dos entrevistados<br />

afirmaram acreditar que a reforma da<br />

previdência deve dificultar a aprovação<br />

dos pedidos de aposentadoria.<br />

Neste caso, formar uma poupança é<br />

uma boa opção. Isso pode ser feito de várias<br />

maneiras, como por meio da compra<br />

de um apartamento ou investimento em<br />

fundos. Contudo, o consultor em previdência<br />

e presidente do Fundo Paraná de<br />

Previdência Multipatrocinada, Renato<br />

Follador, defende que o melhor instrumento<br />

para poupanças de longo prazo<br />

são os planos de previdência privada, pois<br />

carregam estímulos fiscais importantes.<br />

“A previdência privada complementar<br />

é um patrimônio com finalidade<br />

definida. Como a contribuição é mensal,<br />

ela cria disciplina na hora de poupar por<br />

meio de um boleto ou um débito em conta,<br />

que o participante do plano recolherá<br />

antes mesmo de gastar o dinheiro com<br />

outras despesas ou compras por vezes<br />

supérfluas”, explica. Como o imposto<br />

de renda cobrado no resgate antecipado<br />

é alto, o dinheiro fica menos ao alcance<br />

das mãos e o detentor pensará duas vezes<br />

antes de utilizá-lo.<br />

Esta é a grande vantagem macroe-<br />

23


previdência privada<br />

❙❙Helio Portocarrero, economista<br />

conômica do produto, dada a dificuldade<br />

de se implantar um sistema de capitalização<br />

e manter o regime de repartição<br />

na previdência social. Por outro lado, as<br />

aplicações em previdência privada são<br />

muito concentradas, assim como o sistema<br />

financeiro brasileiro – particularmente<br />

o sistema bancário, que atinge a massa<br />

maior da população. “Isso provoca uma<br />

rentabilidade abaixo de outras aplicações<br />

financeiras”, argumenta Helio Portocarrero,<br />

economista e membro do Comitê de<br />

Estudo de Mercado da CNseg.<br />

Segundo ele, seria importante a existência<br />

de um mecanismo que induzisse<br />

uma competição maior na provisão de<br />

previdência privada. Para isso, é preciso<br />

que haja uma limitação por risco que<br />

possa ocorrer. “Existe a possibilidade<br />

de se aplicar na previdência privada um<br />

mecanismo que foi aplicado ao sistema<br />

imobiliário, que é o do patrimônio de<br />

aceitação, o que seria muito útil para que<br />

realmente pudesse aumentar a competitividade<br />

do setor”.<br />

Eles já pensam no futuro<br />

Contratar um plano de previdência<br />

privada está nos planos de Camila Verbisck<br />

desde 2015, quando a jornalista<br />

passou a trabalhar como Pessoa Jurídica.<br />

Hoje, a profissional de 34 anos atua<br />

como microempreendedora individual e<br />

contribui com a previdência social para<br />

ter aposentadoria com base no salário<br />

mínimo. A previdência privada, neste<br />

caso, seria um complemento.<br />

“Trabalhei com carteira assinada por<br />

24<br />

quatro anos, mas nunca me preocupei<br />

tanto com isso porque, na minha cabeça,<br />

até eu ter idade de aposentar, não existiria<br />

mais previdência pública. Estava pressentindo”,<br />

declara.<br />

Com 43 anos de idade, o radialista<br />

Leonardo Engelmann cogita seguir o mesmo<br />

caminho e vê na previdência privada<br />

a maneira de complementar os últimos<br />

dez anos trabalhados – tempo que serve<br />

de base para que se aposente pelo INSS.<br />

“Você faz o que quiser com uma aposentadoria<br />

privada. Eu receberia o plano e<br />

declararia como renda para aumentar o<br />

valor da aposentadoria”, explica ele, que<br />

aos 18 anos recusou contratar o produto<br />

oferecido por um banco. “Se tivesse feito<br />

o contrato naquela época, com certeza<br />

estaria mais feliz.”<br />

Quem já aderiu ao plano, por sua vez,<br />

elevou o valor da contribuição. Dados<br />

divulgados pela FenaPrevi indicam que<br />

entre janeiro e novembro do último ano<br />

os aportes acumularam R$ 98,17 bilhões,<br />

apresentando uma evolução de 19,14%<br />

frente ao mesmo período de 2015, quando<br />

somaram R$ 82,40 bilhões. Os planos<br />

individuais foram os que mais receberam<br />

recursos.<br />

Com as famílias “apertando os<br />

cintos” em razão da crise econômica, o<br />

aumento das contribuições deixa uma<br />

questão curiosa: de onde essas pessoas<br />

tiram dinheiro para aplicar na previdência<br />

privada quando o momento pede corte<br />

nos gastos? Na visão do presidente da<br />

Federação, Edson Franco, a discussão<br />

❙❙Leonardo Engelmann, radialista<br />

❙❙Edson Franco, da Fenaprevi<br />

da reforma contribui para a formação de<br />

consciência de que o Estado, sozinho, não<br />

vai conseguir prover toda a necessidade do<br />

indivíduo na aposentadoria. “As pessoas<br />

começam a entender que precisam formar<br />

sua própria poupança”, pontua.<br />

Na medida em que elas continuarão<br />

precisando complementar a renda, os<br />

aportes devem seguir em expansão acima<br />

da inflação, pois o segmento é relativamente<br />

jovem no País e ainda está em processo<br />

de formação e acumulação. “Qualquer<br />

segmento de acumulação de poupança de<br />

longo prazo depende de um processo de<br />

estabilização monetária e econômica para<br />

poder crescer, fato que ocorreu somente<br />

com o Plano Real. Por isso, a previdência<br />

privada cresce muito acima da inflação. Já<br />

estamos chegando a reservas de R$ 650<br />

bilhões”, diz o executivo.<br />

A média de idade do investidor que<br />

hoje aplica em previdência é de 45 anos,<br />

geração que ainda tem uma memória<br />

inflacionária. Já as novas gerações tendem<br />

a ter uma visão de longo prazo, pois<br />

viveram experiências de estabilidade<br />

monetária e macroeconômica. Franco<br />

pontua que a cultura de poupança de<br />

longo prazo muda com o tempo. Assim,<br />

o setor tem também a responsabilidade<br />

de formar pessoas, ajudá-las a entender a<br />

importância desses mecanismos de investimento<br />

e de proteção que correspondam<br />

a essas expectativas.<br />

Mercado será beneficiado<br />

Os especialistas são categóricos:<br />

a previdência privada sempre foi uma


necessidade para qualquer pessoa que<br />

deseja manter o padrão de vida na velhice<br />

e muitos não enxergavam este fato até o<br />

anúncio da reforma previdenciária, que<br />

agora é considerada a maior “vendedora”<br />

dos planos de previdência privada. “Na<br />

forma que está sendo desenhada, a reforma<br />

irá empurrar muitos contribuintes para a<br />

previdência privada, pois os benefícios<br />

estarão mais limitados e com prazos mais<br />

longos para obtenção”, afirma Ecio Costa,<br />

professor de Economia da Universidade<br />

Federal de Pernambuco (UFPE) e sócio<br />

da Cedes Consultoria e Planejamento.<br />

Desta forma, o setor se beneficiará com um<br />

maior contigente de contribuintes.<br />

Já o planejador financeiro e sócio da<br />

Moneyplan Consultoria, Fernando Meibak,<br />

atenta para o fato de que os planos de<br />

previdência precisam ter custos menores.<br />

Caso contrário, o aconselhável é que as<br />

pessoas invistam elas mesmas para o<br />

longo prazo. “Os planos de previdência<br />

sofreram a concorrência de outros mecanismos<br />

de investimento de longo prazo,<br />

como Tesouro Direto, que é mais barato.<br />

Os custos dos produtos atuais são muito<br />

elevados e, com a queda de juros, ficarão<br />

menos atraentes”, argumenta.<br />

Ao mesmo tempo em que o mercado<br />

cresce, aumenta também o lucro dos<br />

bancos que vendem os planos PGBL e<br />

VGBL.<br />

Quando e como investir<br />

Em previdência, tempo e dinheiro<br />

são fatores fundamentais. Quanto mais<br />

❙❙Ecio Costa, da Cedes<br />

se tem um, menos se precisa do outro.<br />

Por isso, quem começa a contribuir antes<br />

pode contribuir com menos mensalmente<br />

do que quem começa mais tarde, para uma<br />

aposentadoria de igual valor e iniciada na<br />

mesma idade.<br />

Além de poupar por mais tempo, o<br />

detentor do plano vai usufruir mais dos<br />

juros recebidos no investimento de seu<br />

dinheiro. Para se ter ideia, poupando durante<br />

35 anos mais de 2/3 do patrimônio<br />

acumulado virá dos juros. Em 30 anos,<br />

por exemplo, a previdência privada rende<br />

31% a mais que um investimento num<br />

fundo financeiro.<br />

Em alguns casos, pensando no futuro<br />

da nova geração, os planos são contratados<br />

pelos próprios pais ou avós. Já para<br />

quem vai aderir ao produto por conta<br />

própria, o ideal é que isso seja feito assim<br />

que o participante entrar para o mercado<br />

de trabalho.<br />

“A previdência privada, com a coparticipação<br />

do empregador, deve ter<br />

início o mais breve possível, pois quanto<br />

maior o prazo para contribuir maior o<br />

montante obtido. É válido lembrar que<br />

a previdência sem a coparticipação pode<br />

não ser tão interessante, tendo em vista<br />

as taxas de administração e carregamento<br />

cobradas por todas as instituições financeiras”,<br />

declara o especialista em finanças<br />

e professor da FAE Centro Universitário,<br />

Amilton Dalledone.<br />

PGBL ou VGBL?<br />

Em um primeiro momento as letras<br />

❙❙Amilton Dalledone, professor universitário<br />

❙❙Fernando Meibak, planejador financeiro<br />

podem assustar, mas o que muda é apenas<br />

o momento no qual o investidor vai recolher<br />

o imposto de renda sobre o capital<br />

(no resgate ou no recebimento da renda).<br />

No Plano Gerador de Benefícios Livres<br />

(PGBL), modalidade indicada para<br />

quem declara o Imposto de Renda pelo<br />

formulário completo, o poupador pode<br />

deduzir anualmente da base de cálculo<br />

do tributo, o valor total das contribuições<br />

efetuadas a planos de previdência complementar,<br />

durante o exercício social, até<br />

o limite de 12% da sua renda bruta, reduzindo<br />

o imposto a pagar ou, até mesmo,<br />

podendo ter direito à restituição.<br />

Já o Vida Gerador de Benefícios<br />

Livres (VGBL) é ideal para quem declara<br />

o Imposto de Renda pelo formulário<br />

simplificado, para quem se encontra na<br />

faixa de isenção do IR, ou para quem já<br />

atingiu o limite de dedução previsto para<br />

a previdência complementar (12% da<br />

renda bruta). No entanto, no momento do<br />

resgate ou do recebimento do benefício,<br />

o IR incide apenas sobre o valor dos rendimentos<br />

auferidos, e não sobre o valor<br />

total do resgate ou do benefício recebido,<br />

como ocorre no PGBL.<br />

“O produto PGBL e VGBL tem vantagens<br />

interessantes. Em geral recomendamos<br />

a opção pelo PGBL. O indivíduo<br />

precisa ficar muito tempo investido, no<br />

mínimo sete anos. Tem que optar pelo<br />

regime de imposto regressivo. A taxa<br />

de administração do fundo não pode ser<br />

acima de 1% ao ano, não pode ter taxa<br />

de carregamento”, aconselha o planejador<br />

financeiro Fernando Meibak.<br />

25


consumidor | comunicação<br />

Estabelecendo contato<br />

A chave para relações bem sucedidas<br />

está na comunicação. Sabendo disso,<br />

o mercado de seguros agora quer<br />

ampliar sua voz<br />

Amanda Cruz<br />

Consultar sites como o Reclame<br />

Aqui antes de comprar um produto<br />

ou contratar um serviço se<br />

tornou uma tarefa quase obrigatória.<br />

As companhias do mercado de<br />

seguros estão por lá e somam milhares de<br />

ocorrências, com taxas altas de resolução<br />

que, entre as maiores empresas do setor,<br />

ficam entre 80 e 90%. Já a porcentagem<br />

daqueles que voltariam a fazer negócio<br />

com as companhias não é tão boa assim e<br />

fica entre 33% e 65%. O top 3 dos motivos<br />

das reclamações são velhos conhecidos<br />

do mercado: demora na execução dos<br />

serviços; cobranças indevidas e lentidão<br />

no andamento de resolução do sinistro.<br />

Isso mostra que é preciso aparar arestas<br />

e melhorar o entendimento entre o seguro<br />

e a população.<br />

No mês do consumidor, as ouvidorias<br />

das seguradoras, conforme vemos<br />

na página 14, parecem empenhadas em<br />

manter sua reputação sem manchas, mas<br />

no mundo real isso está longe de poder ser<br />

uma realidade em qualquer setor.<br />

O mercado chegou ao momento de se<br />

26<br />

perguntar: as estratégias de comunicação<br />

sobre os produtos têm sido efetivas? Principalmente<br />

porque é comum que, fora do<br />

nicho especializado, o setor tenha destaque<br />

midiático apenas de forma negativa,<br />

quando há algum problema.<br />

A busca não é apenas para sanar<br />

cada reclamação individualmente. Isso<br />

continua a ser muito importante, mas é<br />

também encontrar maneiras de utilizar<br />

informações e dados para fazer com que<br />

a comunicação entre players seja a chave<br />

para uma reputação mais condizente com<br />

aquilo que o mercado pretende oferecer de<br />

produtos e de retorno e ajuda à sociedade.<br />

Com a palavra, os<br />

seguradores<br />

Seja nas relações interpessoais ou<br />

nos negócios, a comunicação é pauta recorrente,<br />

especialmente para aqueles que<br />

querem resolver suas diferenças e ver seus<br />

projetos saindo do papel. Com o mercado<br />

de seguros não é diferente. Quando uma<br />

companhia desenha um novo produto para<br />

determinado público, a informação sobre a<br />

novidade precisa chegar de forma efetiva<br />

às pessoas. “Os consumidores querem ter a<br />

garantia de atendimento rápido e especializado.<br />

Nesse sentido, a disponibilização<br />

de diversos canais de atendimento que<br />

permitam ao cliente acionar a seguradora<br />

por celular, computador ou telefone é essencial<br />

para o setor de seguros e aproxima<br />

o público das companhias”, opina Ana<br />

Beatriz Basso, diretora de Marketing da<br />

MetLife no Brasil.<br />

O uso intensivo dos smartphones<br />

pode ter dado mais agilidade, mas também<br />

traz ainda mais exigências. Como a<br />

principal entidade de representação das<br />

seguradoras, a Confederação Nacional<br />

das Empresas de Seguros Gerais, Previdência<br />

Privada e Vida, Saúde Suplementar<br />

e Capitalização (CNseg) analisa<br />

a efetividade de comunicação do setor e<br />

propõe mudanças para incrementá-la. É<br />

o que afirma Marcio Coriolano, presidente<br />

da entidade. Para ele, o mercado<br />

se esforça para melhorar a comunicação<br />

e parte desse esforço está concentrado<br />

em novas mídias. “Claro que ainda há


muito que melhorar, mas acredito que<br />

esse processo será fortalecido cada vez<br />

mais, em benefício das empresas e, claro,<br />

dos consumidores”, afirma.<br />

Esse otimismo parte do exemplo que<br />

a própria entidade dá: a Rádio CNseg e<br />

as ações em mídias sociais, como o Facebook,<br />

são ferramentas para modernizar<br />

o alcance, especialmente para atingir<br />

jovens, que são o foco do Programa de<br />

Educação em Seguros, idealizado pela<br />

entidade. “Além disso, teremos novidades<br />

em breve, incluindo o lançamento de um<br />

canal no Youtube”, promete Coriolano.<br />

As redes são justamente o que têm dado<br />

mais retorno.<br />

Complexo, mas acessível<br />

À primeira vista, o mercado é mesmo<br />

complexo e o que muito se ouve<br />

conversando com consumidores sobre<br />

determinados tipos de seguro é que eles<br />

não faziam ideia de que tal modalidade<br />

existisse. Sendo assim, quando chega o<br />

momento de entender de contratos, coberturas,<br />

exclusões e regras de seguro,<br />

de maneira geral, é quando se apresenta<br />

o momento de mais ruído nesse entendimento.<br />

“As pessoas têm dificuldade de<br />

entender algumas regras dos contratos e<br />

até mesmo de perceber a necessidade de<br />

fazer seguro em suas vidas. Mas acredito<br />

que essa resistência pode ser vencida<br />

paulatinamente mediante uma estratégia<br />

de comunicação adequada das empresas<br />

e entidades do setor e, claro, a atuação dos<br />

corretores”, aponta o presidente da CNseg.<br />

A acessibilidade ao setor chegou,<br />

sem dúvidas, por meio da internet e da<br />

presença obrigatória nas redes sociais. A<br />

comunicação é instantânea e a exigência<br />

por agilidade e eficiência é grande e ainda<br />

maior quando um assunto de urgência,<br />

como um sinistro, entra em cena. Mas,<br />

ao contrário do que pode parecer, isso é<br />

um incentivo para o aprimoramento e não<br />

uma plataforma para se acomodar. “As<br />

seguradoras são obrigadas a se atualizar<br />

e aperfeiçoar o atendimento para atender<br />

as demandas com qualidade”, esclarece.<br />

Apenas ter o digital incorporado às<br />

ações não garante o sucesso, o corretor<br />

precisa ser treinado para usar os recursos<br />

e alcançar mais clientes.<br />

A MetLife vê em sua ferramenta<br />

de cotações online para PME um case<br />

de sucesso, segundo a executiva da<br />

companhia. Isso porque eles cresceram<br />

46% no primeiro mês de utilização, com<br />

diminuição no tempo de operação.<br />

Se a contratação é fácil nos seguros<br />

mais básicos, como o de automóvel, o<br />

consumidor fica familiarizado, começa<br />

a pesquisar e se aprimora com a complexidade<br />

e as possibilidades de outros<br />

serviços e em breve está pronto para comprar<br />

mais proteção. Ou pelo menos é isso<br />

que se espera. É um processo que pode<br />

parecer longo demais, principalmente por<br />

ser um mercado com baixa penetração<br />

em determinadas carteiras, que quer trabalhar<br />

usando todo seu potencial. Mas é<br />

preciso ponderar se a falta de demanda e<br />

de cultura do seguro não está, justamente,<br />

na maneira como o mercado se apresenta,<br />

coloca-se e até mesmo como se abstém<br />

de algumas questões.<br />

Aplicativos, ouvidorias, cartilhas,<br />

campanhas publicitárias, posts e acompanhamento<br />

dos memes na internet. Nas<br />

estratégias de marketing têm de tudo e<br />

o intuito é estar em dia. Tudo é rápido e<br />

volátil: qualquer erro pode comprometer<br />

reputações e fazer com que a comunicação<br />

não se estabeleça.<br />

É preciso cuidado<br />

Nenhuma empresa está livre de erros,<br />

problemas e a dança de ganhar e perder<br />

clientes é eterna. Nenhuma companhia<br />

será unanimidade no mercado, mas aquelas<br />

que souberem se comunicar melhor<br />

ganham uns metros de vantagem na largada.<br />

“O pior para a companhia são clientes<br />

insatisfeitos”, ressalta Coriolano. Para<br />

ele, essas pessoas poderão, rapidamente,<br />

multiplicar uma opinião desfavorável sobre<br />

a empresa, mesmo entre pessoas que<br />

nunca utilizaram o serviço. “Além disso,<br />

as reclamações entram nas listas dos<br />

Procons, o que sempre é uma propaganda<br />

negativa. A melhor maneira de minimizar<br />

isso é procurando solucionar queixas<br />

e demandas dos clientes rapidamente”,<br />

aconselha. É preciso, também, dar espaço<br />

para que as empresas se mostrem à<br />

sociedade. Um processo de evolução que<br />

demanda tempo e boa vontade, tanto do<br />

receptor quanto do emissor.<br />

A crença de que o mercado é difícil<br />

❙❙Marcio Coriolano, da CNseg<br />

de compreender está sendo desmistificada,<br />

até mesmo pela necessidade que o<br />

momento econômico impõe. As pessoas<br />

têm procurado, por si só ou por meio de<br />

seus corretores, entender esse mercado. A<br />

MetLife realizou uma pesquisa em julho<br />

de 2016 e constatou que as três principais<br />

preocupações das pessoas envolvem independência<br />

financeira (41%); cuidados com<br />

a família (39%) e saúde da família (32%).<br />

Todos esses pontos passam pelas ofertas<br />

do mercado de seguros e é a comunicação<br />

que pode ajudá-los a perceber isso.<br />

Na prática, a estratégia<br />

funciona?<br />

O presidente da CNseg acredita que os<br />

esforços do mercado estão rendendo frutos<br />

para se comunicar com a sociedade em geral<br />

e também com os poderes constituídos,<br />

dialogando com o Governo, o Congresso<br />

e o Judiciário em questões mais técnicas.<br />

Ana Beatriz, da MetLife, crê que os espaços<br />

para as seguradoras se mostrarem estão<br />

cada vez mais amplos, especialmente com<br />

as redes. É na internet que os esforços têm<br />

se concentrado e, embora os meios digitais<br />

estejam cada vez mais democráticos, quem<br />

têm confiança em interagir com empresas<br />

e avaliar seu desempenho por meio das<br />

redes são, especialmente, os jovens entre<br />

16 e 35 anos. Todas as faixas de idade são<br />

importantes, mas o que esses potenciais<br />

consumidores, que deveriam estar no auge<br />

de suas atividades de contratação, pensam<br />

sobre o mercado?<br />

27


comunicação<br />

Principalmente que não basta apenas<br />

boa vontade para atingir os objetivos, as<br />

iniciativas precisam de efetividade. A<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Apólice</strong> conversou com alguns<br />

consumidores da geração Y para que eles<br />

dêem a última palavra sobre o que acham<br />

da comunicação do mercado, ajudando<br />

os players a descobrir como melhorar e<br />

alcançar esse público.<br />

Bianca Dalonso, 25, assistente comercial,<br />

afirma que não vê, ou não percebe,<br />

um grande volume de informações do<br />

mercado chegando até ela. Pelo contrário,<br />

muitas vezes é preciso ser proativa para<br />

entender o que está adquirindo. “Meu<br />

corretor é ótimo e me ajuda muito. Geralmente,<br />

fico sabendo das novidades de serviços<br />

quando vou fazer a renovação [do<br />

seguro de automóvel]. Os benefícios para<br />

jovens e mulheres que são oferecidos, por<br />

exemplo, descobri assim. Apesar disso,<br />

a última vez que precisei renovar, optei<br />

por um produto e só soube exatamente os<br />

serviços aos quais tinha direito quando a<br />

apólice detalhada chegou e eu fui lê-la”,<br />

conta. Se as seguradoras divulgaram,<br />

pelo menos para essa consumidora as<br />

campanhas não foram assertivas.<br />

A verdade é que essa tarefa é muito<br />

delegada aos corretores, mas, mesmo<br />

para eles, é difícil conhecer a fundo<br />

e em detalhes todos os produtos das<br />

companhias. O que sempre terá um peso<br />

maior, de acordo com entrevistados, é a<br />

sensação de segurança. Isabella Borrelli,<br />

23, estudante, tem uma apólice para seus<br />

equipamentos fotográficos, mas confessa<br />

que teve pouco contato com a seguradora.<br />

“A companhia na qual eu fechei o seguro<br />

me colocou para falar diretamente com a<br />

corretora. Tudo que eu preciso trato com<br />

ela, ainda mais porque não tive nenhum<br />

problema, não precisei acionar o seguro.<br />

Mas me sinto mais confiante de andar<br />

por aí com a câmera protegida”, destaca.<br />

Já Ana Paula Sanches, 23, produtora<br />

de conteúdo, tem na saúde suplementar a<br />

referência sobre o mercado e diz que se<br />

sente muito bem atendida pela operadora<br />

no que diz respeito à rede credenciada e<br />

aos processos de atendimento, mas faz<br />

uma ressalva: “o reembolso nunca é do<br />

valor integral da consulta”. Mesmo com<br />

coisas positivas para contar, o contato<br />

da profissional de mídia com o mercado<br />

28<br />

❙❙Ana Beatriz Basso, da MetLife<br />

não é muito próximo, pois o seguro de<br />

vida que possuía anteriormente era relacionado<br />

à empresa onde trabalhava e, ao<br />

acabar o vínculo empregatício, o produto<br />

não foi mantido. “Nunca vou atrás dessas<br />

questões. Muito por comodismo e até<br />

mesmo por elas representarem um gasto<br />

a mais”, confessa. Complementando<br />

essa visão, Ana também não vê muitas<br />

informações sobre o seguro e, para ela,<br />

quando há contato com algum tipo de<br />

divulgação as empresas exageram nos<br />

pontos positivos e deixam de esclarecer<br />

pontos cruciais para a contratação. “Nunca<br />

dirão, por exemplo, que determinadas<br />

área e coberturas não fazem parte do<br />

plano”, aponta. Camila Tiemi,26, auxiliar<br />

administrativa, não teve a mesma sorte<br />

com o plano de saúde que possui e diz que<br />

❙❙Bianca Dalonso, assistente comercial<br />

não está satisfeita com os serviços prestados.<br />

“Por coincidência, acabo de ir ao<br />

hospital do convênio e descobri que eles<br />

não possuem materiais para realização<br />

de uma determinada cirurgia”, reclama.<br />

Esse descontentamento deve permanecer<br />

e, segundo ela, essa é a única maneira que<br />

tem contato com o mercado: quando mais<br />

precisa. “Não lembro a última vez que vi<br />

uma campanha com explicação de algo<br />

sobre seguros”, aponta. As propagandas<br />

que enaltecem a marca, mas não mostram,<br />

de maneira prática, como o produto<br />

pode ser utilizado parecem passar despercebidas<br />

para os entrevistados.<br />

A verdade é que pouco se pensa em<br />

seguro, especialmente na juventude e, se<br />

isso está começando a mudar em algumas<br />

carteiras, aparentemente se deve muito<br />

mais aos problemas enfrentados pelo País<br />

do que por outros motivos. É o caso da<br />

previdência privada, que ganhou destaque<br />

nos últimos meses por conta da reforma<br />

da Previdência Social, proposta pelo atual<br />

governo [leia mais sobre o assunto na<br />

página 22]. “Sobre outras contratações de<br />

seguro além do automóvel, sinceramente,<br />

não pensava nisso. Agora, penso em<br />

previdência privada, porque me assusta<br />

imaginar que mesmo quem começou a<br />

trabalhar aos 16 anos com carteira assinada,<br />

como eu, pode não chegar a receber<br />

a aposentadoria. Então, estou começando<br />

a cogitar a contratação”, afirma Bianca.<br />

Apesar do descontentamento com os<br />

serviços que possui hoje, Camila Tiemi<br />

também está no grupo dos que pretende<br />

dar mais atenção aos investimentos para<br />

o futuro. “Tenho interesse porque, sinceramente,<br />

eu não acredito que um dia vou<br />

conseguir me aposentar”, lamenta.<br />

A comunicação do mercado precisa<br />

encontrar caminhos que alcancem as<br />

pessoas, que faça com que consumidor e<br />

companhia sejam próximos de verdade.<br />

É um exercício constante e Ana Beatriz,<br />

representante da seguradora, parece<br />

concordar que é necessário evoluir.<br />

“Essa evolução precisa ocorrer não só<br />

na divulgação de novos produtos, mas<br />

no pós-venda, aproximando o cliente e<br />

a companhia”, endossa. Talvez, para o<br />

mercado, seja um bom momento para,<br />

além de fazer mais, aprender a falar<br />

mais ainda.


evento | posse<br />

Silas Kasahaya assume o CVG-SP<br />

Comunicação e formação<br />

profissional serão o foco de<br />

seu mandato. Universal Life<br />

e reforma da previdência<br />

também devem entrar nas<br />

discussões da nova gestão<br />

Kelly Lubiato<br />

O<br />

Clube Vida em Grupo de São<br />

Paulo (CVG-SP) está sob<br />

novo comando. Em fevereiro<br />

passado, Silas Kasahaya tomou<br />

posse como presidente da entidade<br />

para a gestão 2017-2018. O enfoque de<br />

seu mandato será na comunicação e na<br />

formação profissional.<br />

“Vamos divulgar as ações da entidade<br />

para atrair jovens do mercado”, disse<br />

Kasahaya durante a cerimônia de posse,<br />

ratificando que a entidade deve aumentar<br />

presença nas mídias sociais. A formação<br />

profissional, presencial e a distância também<br />

serão reforçadas.<br />

Alguns pontos devem marcar a nova<br />

gestão, como a discussão do produto<br />

Universal Life e a reforma da previdência.<br />

Além disso, Kasahaya quer que os<br />

associados participem de debates sobre<br />

as tendências de distribuição de produtos<br />

em novos canais e tecnologia.<br />

Ex-presidente do Clube, Dilmo Bantim<br />

Moreira assume agora a presidência<br />

do Conselho Consultivo da entidade. “O<br />

CVG é a única entidade especializada<br />

na formação profissional com enfoque<br />

nos seguros de pessoas, com convênio<br />

❙❙Silas Kasahaya e Dilmo Bantim Moreira<br />

com o Sindicato dos Securitários e com<br />

a Universidade Mackenzie”, declarou.<br />

Ele destacou ainda a importância do<br />

trabalho realizado pelo Clube, sendo difícil<br />

encontrar nas seguradoras alguém da<br />

área de seguros de pessoas que não tenha<br />

passado pelos seus cursos. Na gestão de<br />

Dilmo, foi feita uma alteração no estatuto<br />

para possibilitar a entrada de corretoras<br />

de seguros e resseguradoras. Oito empresas<br />

se associaram e outras entradas<br />

estão em curso. “Quanto maior o corpo<br />

de associados melhor será o serviço ao<br />

mercado segurador”, acrescentou.<br />

Novos associados<br />

Durante o período em que Dilmo<br />

esteve à frente do Clube, foram realizados<br />

33 eventos, com a participação de 2500<br />

pessoas, além de 80 cursos com 1500<br />

pessoas formadas.<br />

O CVG-SP nasceu com encontros<br />

sociais, o que sempre aconteceu durante<br />

os 35 anos de sua história. O Clube possui<br />

DNA de cursos, palestras, seminários,<br />

encontros de relacionamento e inúmeros<br />

outras atividades que contribuem para o<br />

desenvolvimento do mercado de seguros<br />

de pessoas no Brasil.<br />

“Vamos tentar trazer pessoas novas<br />

para o Clube. Queremos ser um grande<br />

portal para trazer novidades para as seguradoras,<br />

com o grande desafio de aumentar<br />

e melhorar a comunicação com o mercado.<br />

Também temos que trazer novos associados”,<br />

projeta o novo presidente.<br />

Entre as ações previstas estão o<br />

acolhimento a novas corretoras e resseguradoras,<br />

juntamente com a realização de<br />

cursos e seminários e inclusão de novos<br />

cursos na grade oferecida pelo CVG,<br />

principalmente a distância.<br />

Nova diretoria do CVG-SP<br />

29


soluções | mulheres<br />

Olhar atento ao<br />

público feminino<br />

Elas adquirem<br />

diferentes tipos de<br />

seguros e são mais<br />

focadas no benefício<br />

recebido. Por isso,<br />

as seguradoras não<br />

só desenham novos<br />

produtos voltados ao<br />

público feminino como<br />

aperfeiçoam os já<br />

existentes no portfólio<br />

Lívia Sousa<br />

30


Com presença no mercado de<br />

trabalho cada vez mais sólida<br />

e poder aquisitivo maior, as<br />

mulheres estão atentas à importância<br />

da contratação de um seguro<br />

para proteger os filhos, familiares e<br />

dependentes. Além disso, se mostram<br />

mais abertas e exigentes quando procuram<br />

por este tipo de produto. A segunda<br />

edição da pesquisa “Mulheres no Mercado<br />

de Seguros no Brasil”, produzida<br />

recentemente pela Escola Nacional de<br />

Seguros, revela que elas têm mais chance<br />

de adquirir diferentes tipos de seguros<br />

e são mais focadas no benefício recebido.<br />

Por serem mais detalhistas na área,<br />

continuam sua busca na esperança de<br />

encontrar a solução perfeita, enquanto os<br />

homens preferem comprar um produto<br />

viável a continuar a fazer compras.<br />

De olho nessa questão, as empresas<br />

que atuam no segmento não só desenvolvem<br />

novos produtos voltados ao público<br />

feminino como aperfeiçoam aqueles já<br />

existentes no portfólio. As soluções vão<br />

desde o seguro para a bolsa, que garante<br />

a indenização em caso de roubo ou furto<br />

qualificado da bolsa ou pasta a fim de<br />

repor os itens perdidos (carteira, documentos,<br />

celular, óculos de sol ou de grau,<br />

cosméticos, perfume e chaves); aos mais<br />

tradicionais, como os seguros de automóvel<br />

e de vida. “Gradualmente elas vêm se<br />

conscientizando sobre o planejamento<br />

do futuro e prevenção de imprevistos”,<br />

afirma o diretor de Vida e Previdência<br />

da SulAmérica, Fabiano Lima.<br />

Seguro de vida<br />

O seguro de vida voltado às mulheres<br />

criou um diferencial no mercado que<br />

resultou na maior atratividade para esse<br />

público e na necessidade das seguradoras<br />

pensarem em soluções personalizadas,<br />

compreendendo as demandas e os tipos<br />

de assistência e garantias que fazem a<br />

diferença em suas vidas. “Sem dúvida,<br />

isso faz com que o produto tenha boa<br />

aceitação, à medida que oferece serviços<br />

além da cobertura básica dos seguros<br />

tradicionais de vida”, garante Lima.<br />

Quem adere a este tipo de proteção<br />

tem acesso às coberturas para morte<br />

e invalidez permanente por acidente,<br />

assistência funeral e sorteios mensais.<br />

❙❙Fabiano Lima, da SulAmérica<br />

O pagamento do valor contratado para<br />

diagnósticos de câncer ginecológico ou<br />

de mama também está incluso. Nestes<br />

casos, dependendo da seguradora, a<br />

indenização pode ser utilizada como a<br />

segurada preferir, sem necessidade de<br />

comprovação de despesas – a renda extra<br />

pode servir para custear viagens do tratamento<br />

e outras contas não cobertas pelo<br />

plano de saúde, por exemplo.<br />

Há ainda descontos em redes de<br />

estabelecimentos e profissionais para<br />

serviços relacionados com estética e<br />

beleza, acesso a informações gerais sobre<br />

nutrição, quantidade de calorias de<br />

cardápios, dicas de estilo de vida, saúde<br />

e bem-estar, segunda opinião médica e<br />

❙❙Leandro Poretti, da Sancor<br />

assistências residencial, aos filhos e a vítima<br />

de crime, além de apoio psicológico<br />

familiar no caso de doenças, invalidez e<br />

falecimento da segurada. Podem ser adicionadas<br />

ainda as opções de morte com<br />

extensão ao cônjuge, acidente vascular<br />

cerebral (AVC), cirurgia coronariana,<br />

insuficiência renal crônica, neoplasia e<br />

transplante de órgãos vitais.<br />

“Existe uma nova forma de encarar<br />

coberturas como esta no mercado e por<br />

isso acreditamos no crescimento sustentável<br />

dos produtos que compõem a<br />

carteira de seguros de pessoas”, declara<br />

Leandro Poretti, diretor geral da Sancor<br />

Seguros do Brasil.<br />

Seguro de automóvel<br />

Elas são mais atentas no trânsito e<br />

nos cuidados com o carro. O relatório<br />

Mulheres no Trânsito, divulgados pela<br />

Seguradora Líder-DPVAT, aponta que<br />

o público feminino respondeu por 25%<br />

das indenizações pagas por acidentes em<br />

2015 contra 75% dos homens. Já os dados<br />

do Departamento Nacional de Trânsito<br />

(Denatran) mostram que só 11% dos acidentes<br />

são provocados por mulheres. A<br />

maior cautela diante do volante justifica<br />

os descontos oferecidos pelas seguradoras<br />

nas apólices de seguro de automóvel,<br />

já que elas registram as menores taxas de<br />

sinistralidade.<br />

No seguro de automóvel desenhado<br />

exclusivamente para elas, são oferecidas<br />

coberturas básicas para os casos de<br />

colisão, incêndio, roubo e furto, assim<br />

como para danos materiais e corporais<br />

causados a terceiros. É possível contratar<br />

coberturas adicionais, que incluem acidentes<br />

pessoais de passageiros, despesas<br />

extraordinárias, indenização pelo valor<br />

de um novo veículo, cobertura para kit-<br />

-gás e danos morais. Ao contratar qualquer<br />

uma das coberturas básicas, a segurada<br />

conta com serviço de despachante<br />

gratuito, atendimento em rede de oficinas<br />

habilitadas para reparo do automóvel e<br />

descontos em serviços de manutenção<br />

em centros automotivos.<br />

Já os serviços personalizados incluem<br />

carro reserva em casos de sinistro<br />

de indenização integral ou danos parciais,<br />

reparo ou a troca do vidro trincado ou<br />

quebrado no caso de acidente envolvendo<br />

31


mulheres<br />

O poder das mulheres no mercado segurador<br />

Em 2015, de acordo com a pesquisa<br />

da Escola Nacional de Seguros, as<br />

mulheres representavam 56% do total<br />

dos funcionários do setor. O número é<br />

bastante similar ao valor encontrado<br />

no mercado segurador americano<br />

(60%). Durante a negociação com o<br />

cliente, elas são mais sensíveis e menos<br />

egocêntricas. Na hora de fechar um negócio,<br />

se mostram mais éticas e confiáveis.<br />

É o que apontou Fabio Luchetti,<br />

presidente da Porto Seguro, durante o<br />

evento “Dia Internacional da Mulher –<br />

Corretora de Seguros”, realizado pelo<br />

Sindicato dos Corretores de Seguros<br />

São Paulo (Sincor-SP) na capital paulista.<br />

“Elas vão nos atributos do seguro<br />

e operam com mais carteira que os<br />

corretores, trabalham melhor com o leque<br />

de produtos”, lembrou o executivo.<br />

As corretoras lideradas por mulheres,<br />

segundo ele, também apresentam melhores<br />

resultados – em geral, um ponto<br />

percentual a menos de sinistralidade –,<br />

além de maiores índices de renovação.<br />

A segurança que a mulher corretora<br />

agrega ao setor se destaca. “A<br />

capacidade de conciliar diversas áreas<br />

de atuação permite a mulher atender<br />

com alta capacidade os níveis de exigências<br />

que o mercado de trabalho<br />

requer”, declarou.<br />

apenas os vidros, substituição de faróis,<br />

lanternas e retrovisores e assistência com<br />

até 400 quilômetros ou quilometragem<br />

ilimitada.<br />

Como o carro ainda é um bem de<br />

grande valia para os consumidores brasileiros,<br />

há a necessidade de se oferecer<br />

proteções extras. “Além da proteção ao<br />

veículo, as seguradas optam pelo seguro<br />

também devido aos benefícios, descontos<br />

e vantagens que facilitam o seu dia<br />

a dia. Como o serviço de transporte<br />

amigo, que em situações de emergência<br />

garante o serviço de um taxista”, diz o<br />

superintendente do Porto Seguro Auto,<br />

Jaime Soares.<br />

❙❙Jaime Soares, da Porto Seguro<br />

32<br />

Assim, as mulheres também têm<br />

acesso ao reparo de eletrodomésticos<br />

linha branca, reparos emergenciais help<br />

desk, consulta gratuita para pets, serviços<br />

emergenciais à residência, além de<br />

descontos em academias, em clínicas de<br />

estética e bem-estar, salas de cinema e<br />

eventos culturais.<br />

“Buscamos o aprimoramento da experiência<br />

do cliente, com uma visão única<br />

da base de segurados, de forma a entender<br />

melhor suas necessidades e oferecer, em<br />

um único lugar, soluções que garantam<br />

proteção completa em todos os seus<br />

ciclos de vida”, afirma Marco Antonio<br />

Gonçalves, diretor-geral da organização<br />

❙❙Marco Antonio Gonçalves, da Bradesco<br />

de Vendas do Grupo Bradesco Seguros.<br />

A participação das mulheres na base de<br />

clientes da empresa passou de 42% em<br />

2014 para 44,9% em 2015. No ano passado,<br />

o número saltou para 45,5%.<br />

Oportunidades<br />

Apesar dos avanços significativos, a<br />

cultura do seguro ainda está em processo<br />

de construção no Brasil, questão que gera<br />

oportunidade de expansão nacional do<br />

setor e que permanece como o principal<br />

desafio do mercado. De fato há muitas janelas<br />

para serem abertas neste segmento<br />

e, em especial, no público feminino. Além<br />

de administrarem seus lares e serem<br />

mães em tempo integral, as mulheres<br />

ainda contribuem para o crescimento do<br />

País, formando mais de 51% de toda a<br />

população economicamente ativa. Porém,<br />

quando se olha para a parcela da população<br />

que possui seguro, elas representam<br />

menos de 30%.<br />

Segundo Leandro Poretti, da Sancor,<br />

o mercado de seguros de pessoas é um<br />

dos que ainda enfrentam uma grande<br />

barreira cultural. “As mulheres são mais<br />

conscientes da importância e necessidade<br />

dos cuidados para a saúde e bem-estar,<br />

mas não enxergam o seguro de vida como<br />

uma proteção financeira para o seu bem<br />

maior, que é a própria vida”, explica.<br />

“Desta maneiram, buscamos inovar e<br />

evidenciar os atributos de nossos produtos”,<br />

acrescenta.


33


comunicação e expressão<br />

por J. B. Oliveira*<br />

Línguas parecidas...<br />

Sempre que pergunto, em treinamento, quais são as línguas<br />

parecidas com a nossa, as respostas são: Espanhol. Italiano.<br />

Francês...<br />

Respostas corretas: essas três línguas se parecem com o<br />

Português, e nem poderia ser diferente, uma vez que são da mesma<br />

“família”: todas provêm do berço comum, o Latim. Por isso,<br />

são chamadas de neolatinas. (Pertencem também a esse grupo, o<br />

Romeno, o Catalão, o Galego e o Provençal).<br />

Mas há OUTRAS línguas bem semelhantes ao Português.<br />

Eis algumas delas: o Juridiquês, o Mediquês, o Economês, o<br />

Policiês e muitas outras. Um boletim em Policiês é algo mais ou<br />

menos assim:<br />

”O meliante abateu o desafeto, vibrando-lhe três violentos<br />

pontaços no abdômen. A seguir, evadiu-se em companhia de sua<br />

amásia, homiziando-se em local incerto e não sabido”.<br />

Há um movimento atual muito forte, a partir do próprio<br />

Conselho Nacional de Justiça, no sentido de se eliminar ou pelo<br />

diminuir o uso do Juridiquês no ambiente geral dos operadores<br />

do Direito. Sem dúvida, será de grande valia, pois os termos<br />

usados por alguns profissionais dessa área são de doer. À guisa<br />

de ilustração, imagine-se o caso de um cidadão de poucas letras<br />

dirigindo-se a um advogado para pedir-lhe que o assista na venda<br />

que quer fazer de um imóvel de sua propriedade. O culto jurista<br />

lhe dirigirá esta singela pergunta: “E o senhor tem outorga uxória?<br />

” Entre perplexo e assustado, o cliente dirá: “Eu acho que já tive<br />

isso, mas sarei! ” Outorga uxória tem mesmo jeitão de doença – até<br />

contagiosa – mas significa apenas autorização da esposa!<br />

Mais complicado, sem dúvida, é o Mediquês. Basta ler uma<br />

bula de remédio para se ver quão grande é a distância que o separa<br />

do nosso idioma, causando sérios problemas de comunicação com<br />

pessoas não ligadas à área da saúde. O médico pergunta ao paciente<br />

se ele tem cefaleia. “Tenho não senhor. O que eu tenho mesmo é<br />

uma dor de cabeça danada!” é a pronta resposta.<br />

No meu livro “Falar Bem é Bem Fácil” (esgotado), defendo<br />

a tese de que a mensagem é a ideia. Assim, uma mensagem só<br />

é recebida pelo receptor quando ele consegue formar a ideia<br />

do que ela significa. Tanto isso é certo que quando alguém não<br />

consegue entender o sentido de uma comunicação, diz: “Não<br />

faço a menor ideia”! Para comprovar, conto uma história que<br />

ilustra bem essa realidade.<br />

Cidadão humilde do interior, acompanhado da mulher, vai<br />

à consulta médica. Após examiná-lo, o médico diz: –“Bem, seu<br />

José, o que temos aqui é apenas uma intumescência da glândula<br />

prostática. Não será necessário procedermos à prostatectomia. O<br />

senhor apenas vai usar isto. ”E entrega um objeto ao paciente, que<br />

agradece e sai com a mulher. No corredor, volta-se para ele e indaga:–<br />

–“Veia, cê intendeu o que o médico disse? ” –“Num faço a menor<br />

ideia”, responde ela. – “Intãovamovortá!”– “Dotô, que que é pra fazê<br />

com isto que o senhor deu pra nóis? ” – “O senhor introduz esse<br />

supositório na extremidade retal. ” –“Sim sinhô, dotô, agardecido.”<br />

De novo no corredor, refaz a pergunta:–“E agora, veia, ceintendeu?”–<br />

“Nadicadinada!”– “intão, vamovortatraveiz” “Por favor, dotô, dá<br />

pra expricar mais meior o que que nós tem que fazê com esse tar<br />

de positório?”– “O senhor... bem, o senhor aplica o supositório no<br />

orifício anal.”– “Ah! Sim sinhô, no orifício anal, tá certo!”– “Muié,<br />

e agora? Cê intendeu? Cênum é tão burra ansim, né?”–“Inda num<br />

intendi nada não.Esse dotô fala muito cumprido. Vamo pedi pra ele<br />

falá mais curto!”– “Intão, vamovortadinovo. ”–“Dotô, dá pru sinhô<br />

fala, ansim mais curtico, o que que é pra fazê com o tar de positório?<br />

”– “O senhor... o senhor... o introduz no ânus!”–“Introduz no ânus...<br />

sim sinhô, dotô, muito brigado”. – ”E agora, muié, intendeu? Ele falô<br />

bem curtico!”– ”Falôcurtico, mai num falô a nossa língua! Cêtem<br />

que pedi pra ele faláqui nem quinóis”– ”Então eu vô vortá a vortá”.<br />

– ”Discurpe, dotô, mainum dá prosenhôfaláqui nem quinóis fala?<br />

Senão nóis num intende!” Interrompido pela quarta vez, o médico<br />

finalmente se dá conta de que está falando em Mediquês, e o interlocutor<br />

não conhece essa língua. O que ele faz? Vai para o popular.<br />

Usa a linguagem de conhecimento do paciente. Diz-lhe, com todas<br />

as letras (que não colocarei aqui. E nem é necessário, porque vocês<br />

já fizeram a ideia...) : ”O senhor pega esse supositório e...”<br />

Aí o velhinho se volta para ele e diz candidamente: ”Ói, dotô,<br />

eu bem que disse pra minha veia que o sinhô ia acaba ficando aborrecido<br />

com nóis...”<br />

Em praticamente todas as áreas profissionais, criam-se formas<br />

próprias de falar, jargões, códigos do domínio apenas de quem pertence<br />

à categoria. Isso facilita a comunicação interna, pois a simplifica,<br />

mas complica a externa! Alguns termos usados num segmento<br />

têm sentido totalmente diverso do uso fora dele. Um exemplo bem<br />

claro é o termo prêmio. Na linguagem comum, é um ganho, algo que<br />

se recebe. No universo do seguro, porém, é o oposto: é o que se paga<br />

pela apólice garantidora do bem segurado. Outro termo, sinistro, é<br />

aplicado a um dano em relação ao bem ou à pessoa segurada, e é<br />

algo negativo. Pra moçada aqui fora, entretanto, é algo muito “joia”,<br />

“da hora”, “legal pacas...”<br />

Espero que este artigo seja considerado sinistro! Mas espero<br />

que meu carro não sofra nenhum... sinistro!<br />

* J. B. Oliveira é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista.<br />

É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras<br />

www.jboliveira.com.br – jboliveira@jbo.com.br<br />

34


35

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!