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Gestão Hospitalar N.º45 2009

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04 Editorial<br />

Ped ro Lopes, presidente da APAH, fala sobre o jantar-debate<br />

organizado pela associação. Este encontro foi realizado num<br />

período pré-eleitoral, com a intenção de discutir propostas<br />

dos partidos mais representativos no nosso espectro politico.<br />

12 Entrevista<br />

Eduardo Sá Ferreira foi o primeiro presidente da APAH.<br />

A GH falou com ele sobre a criação da associação, fazendo<br />

uma análise ao panorama actual. Este administrador hospitalar<br />

recorda que gerir estabelecimentos hospitalares é um grande<br />

desafio em que o gestor tem de ter uma preparação adequada.<br />

" Se as reformas necessárias não forem feitas e as entidades<br />

que devem regular não funcionem, aí sim, vai-se verificar<br />

uma degradação do SNS e o consequente avaço do sector<br />

privado" refere.<br />

22 Ciência<br />

" Análise comparativa entre tuberculose multirresistente<br />

e tuberculose extensivamente resistente - epidemiologia<br />

e factores preditivos". Um trabalho da autoria de Ana Sofia<br />

Vilariça, Carlos Gomes e Jaime Pina foi o vencedor do Prémio<br />

Melhor Publicação Científica 2008, organizado pelo Hospital<br />

Pulido Valente, de Lisboa.<br />

30 Equipamentos<br />

A Carestream Health tem vindo a implementar-se no mercado<br />

português dos equipamentos e soluções de radiologia<br />

e apresenta algumas soluções inovadoras que permitem<br />

facilitar a prestação de cuidados de saúde. Um dos maiores<br />

projectos desta empresa foi a implementação do projecto PACS<br />

no Hospital Nossa Senhora do Rosário no Barreiro, que passou<br />

a ser uma unidade hospitalar totalmente digital.<br />

32 Novidades<br />

LU I ~ MAlOS 1SAS~l RAMOS<br />

MEDIR PARA GERIR<br />

o Balanced<br />

scorecard<br />

• •<br />

em Hospitais<br />

o livro " Balanced Scorecard em Hospitais" da autoria de Luís<br />

Matos e Isabel Ramos foi lançado recentemente e pretende<br />

funcionar como uma ferramenta de medição da performance<br />

das organizações e em particular dos os~;~""<br />

assenta no pri ncípio que as organizaç es actu i<br />

mais sucesso quanto melhor consegui<br />

os seus bens intelectuais e os conheci<br />

ao longo do tempo.<br />

BIBLIOTE


A Pfizer dedica toda a sua pesq~i~a à saúde.<br />

Dos que ainda não nasceram ate as pesso~s<br />

de idade mais avançada. Sabem.?_s que ca a<br />

idade pode ter problemas espec1f1c?s mas que<br />

todas as idades é comum o des~JO de uma<br />

~ida longa, saudável e plen~: P~r is~º·. estamos<br />

van uarda da investigaçao b1om~d1ca ,<br />

~~evenfndo e tratando cada vez mais doenças.<br />

Muitos sucessos foram já alcançados, ~as -<br />

muitos outros necessitam da nossa de ic~ça~o<br />

e esforço. Para que as doenças faça~ pa e<br />

do e não do nosso futuro. Este e o nosso<br />

~~:;romisso consigo; juntos faremos o futuro.<br />

Eleições<br />

,~..:<br />

.. ~,<br />

.~<br />

Pedro Lopes<br />

Presidente da APAH<br />

11<br />

As principais<br />

medidas propostas<br />

assentam na<br />

continuação da<br />

Reforma dos<br />

Cuidados Primários,<br />

na antecipação da<br />

Rede de Cuidados<br />

Continuados<br />

Integrados e<br />

finalmente na<br />

dinamização da<br />

prevenção da Saúde."<br />

T<br />

em sido prática corrente no desenvolvimento<br />

do projecto intitulado<br />

"jantares-debate", da Associação Portuguesa<br />

de Administradores <strong>Hospitalar</strong>es,<br />

a realização de uma sessão, em período<br />

pré-eleitoral, cuja intenção é a discussão das<br />

propostas eleitorais dos partidos políticos mais<br />

representativos do nosso espectro político.<br />

Foi neste contexto que no passado dia 18 de<br />

Setembro reunimos no Porto, numa unidade<br />

hoteleira situada em Vila Nova de Gaia, aproximadamente<br />

100 pessoas.<br />

A grande afluência que contribuiu de forma<br />

clara para o êxito da realização leva a Direcção<br />

da nossa Associação a cumprimentar e agradecer<br />

aos colegas e demais personalidades presentes,<br />

do Norte do país, que quiseram estar<br />

connosco.<br />

Foi um momento grande no qual tivemos a<br />

oportunidade de ouvir e inquirir os responsáveis<br />

designados para representar os cinco<br />

maiores partidos políticos que disputaram as<br />

recentes eleições legislativas, Partido Socialista<br />

(PS), Partido Social Democrata (PSD), Coligação<br />

Democrática Unitária (CDU), Bloco de<br />

EsqU;erda (BE) e Centro Democrático Social/<br />

Partido Popular (CDS/PP).<br />

A coordenação das intervenções foi da responsabilidade<br />

de uma jornalista do canal televisivo<br />

SIC do Porto, que proporcionou um debate<br />

dinâmico, profissional e esclarecedor.<br />

Com mais esta realização a Direcção da APAH<br />

dá, mais uma vez, cumprimento aos seus estatutos<br />

e aos seus compromissos assumidos para<br />

o presente mandato.<br />

No dia 27 de Setembro do corrente ano os portugueses<br />

foram chamados a exercer o seu direito<br />

cívico de voto para eleição dos deputados à Assembleia<br />

da República, tendo resultado a vitória<br />

do Partido Socialista com uma maioria relativa.<br />

Daqui resulta que a próxima legislatura será<br />

caracterizada por uma produção legislativa e<br />

uma governação na linha das propostas eleitorais<br />

apresentadas pelo partido vencedor.<br />

Não sendo do nosso conhecimento, ainda, o<br />

programa do futuro governo, podemos lançar<br />

mão, para já, das propostas eleitorais do Partido<br />

Socialista, para conjecturar sobre o seu<br />

conteúdo.<br />

O programa eleitoral do Partido Socialista que<br />

não partilha das medidas de cariz mais liberal<br />

apresentadas pelos partidos situados mais à<br />

direita do seu posicionamento político (PSD<br />

e CDS/PP), nem das medidas de pendor fortemente<br />

público apresentadas pelos partidos<br />

situados à esquerda do seu posicionamento político,<br />

propõe medidas situadas na linha da sua<br />

anterior produção legislativa e governação, ou<br />

seja, numa linha de continuidade.<br />

As principais medidas propostas assentam na<br />

continuação da reforma dos Cuidados Primários<br />

(as Unidades de Saúde Familiares deverão<br />

abranger até 2013 todo o território nacional),<br />

na antecipação do prazo de concretização da<br />

rede de Cuidados Continuados Integrados<br />

(antecipação para 2013 da concretização das<br />

metas previstas para 2016) e finalmente na<br />

dinamização da prevenção da saúde (medidas<br />

a integrar no novo Plano Nacional de Saúde).<br />

De salientar a posição assumida quanto ao papel<br />

dos dois sectores da saúde, público e privado,<br />

no sistema de saúde, ao referir, de forma<br />

clara, o papel de complementaridade do sector<br />

privado.<br />

Quanto aos hospitais a menção à reforma da<br />

organização interna dos hospitais, bem como a<br />

criação de unidades locais de saúde.<br />

Finalmente uma referência quanto ao financiamento<br />

da saúde assente em práticas que levem<br />

a uma maior eficiência e ao combate ao desperdício,<br />

bem como à clara opção pelo Orçamento<br />

do Estado como fonte de financiamento.<br />

Resta-nos aguardar pelo próximo elenco governativo<br />

e pelo programa que nos irá apresentar. 1!11<br />

4


6<br />

Em Portugal<br />

Alzheimer afecta 90 mil<br />

A<br />

doença de Alzheimer afecta 90 mil portugueses,<br />

número que deverá duplicar<br />

nos próximos 30 anos, alertou a Associação<br />

Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes<br />

de Alzheimer (APFADA), considerando que é<br />

tempo de "transformar a demência numa prioridade<br />

de saúde pública e política social". As estimativas<br />

apontam que existam 153 mil pessoas<br />

com demência em Portugal, 90 mil das quais<br />

com doença de Alzheimer, revelou o direcror executivo<br />

da APFADA, António Oliveira Costa. A<br />

doença é degenerativa, incapacitame e tem uma<br />

evolução progressiva, durante a qual se verificam<br />

alterações ao nível da memória e orientação, da<br />

linguagem, da capacidade cognitiva, do humor e<br />

Para pessoal não-médico<br />

do comportamento e da capacidade motora. Esta<br />

doença limita a vida dos doentes, tornando-os<br />

gradualmente dependentes dos cuidados dos outros.<br />

''A sociedade civil em geral tem uma opinião<br />

bastante informada sobre a doença de Alzheimer.<br />

No entanto, é uma doença que nos continua a<br />

surpreender a partir do momento em que nos<br />

atinge directamente", comentou Oliveira e Costa,<br />

comparando-a a "um labirinto em que a pessoa<br />

entra e não encontra a saídà'. Para o responsável,<br />

ainda há muito a fazer para ajudar os doentes e<br />

familiares. "Há problemas ao nível do acesso à<br />

medicação, da intervenção, dos apoios domiciliários,<br />

centros de dia e equipamentos construídos<br />

de raiz para pessoas com esta problemática''. No<br />

Desfibrilhadores em espaços públicos<br />

O<br />

s espaços públicos, como estádios e<br />

centros comerciais, vão poder ter aparelhos<br />

desfibrilhadores para utilização por<br />

pessoal não-médico, de forma a socorrer mais<br />

rapidamente vítimas de paragem cardíaca.<br />

O decreto-lei que estabelece a utilização do<br />

Desfibrilhador Automático Externo (DAE) por<br />

pessoal não-médico devidamente formado já foi<br />

publicado no Diário da República e entrou em<br />

vigor no início de Setembro. Os estádios de futebol,<br />

centros comerciais e espaços de espectáculos<br />

são recintos que podem dispor deste equipamento<br />

e de equipas de técnicos para o operar,<br />

embora seja da responsabilidade de quem gere<br />

estes espaços a aquisição do equipamento.<br />

Com estas regras o Governo pretende aumentar<br />

o uso do DAE, tendo em conta que este aparelho<br />

Carreiras médicas<br />

só é útil se usado num tempo curto, nomeadamente<br />

em caso de paragem cárdio-respiratória.<br />

O diploma salienta que as doenças cardiovasculares<br />

representam "a principal causa de morte<br />

em Portugal", a maioria dos casos de urgência<br />

"ocorre fora dos hospitais e que a experiência<br />

internacional permite aferir que "a utilização<br />

de DAE em ambiente extra-hospitalar por pessoal<br />

não médico aumenta significativamente a<br />

probabilidade de sobrevivência das vítimas". DID<br />

Governo e sindicatos assinam acordo<br />

O<br />

Governo assinou com os sindicatos que<br />

representam os médicos, a FNAM e o<br />

SIM, o acordo relativo à contratação colectiva da<br />

carreira médica. Na mesma ocasião foi assinado<br />

o acordo colectivo de trabalho entre os representantes<br />

dos conselhos de administração dos<br />

Hospitais EPE e os referidos sindicatos. O acordo<br />

de contratação colectiva da carreira médica, que<br />

culmina com sucesso uma negociação iniciada<br />

há vários meses, reforça o papel desta carreira<br />

na revitalização do Sistema Nacional de Saúde e<br />

na garantia da qualidade dos cuidados de saúde<br />

entanto, o principal problema é o diagnóstico tardio.<br />

"Os primeiros sinais e sintomas continuam<br />

a confundir-se com os sinais de envelhecimento,<br />

mas, muito embora a idade seja o maior factor<br />

de risco, não é a causa da doença'', justificou.<br />

Oliveira Costa defendeu a criação de um plano<br />

nacional para a doença de Alzheimer: "Pensar<br />

quantos doentes temos, que recursos existem, o<br />

que é prioritário e como é que vamos prepararnos<br />

para esta doença que em Portugal atinge 90<br />

mil pessoas e que se estin1a que, até 2040, venha a<br />

atingir 180 mil ou mais", frisou. DID<br />

Prevenção<br />

SPAT distribui DVD<br />

em escolas e clubes<br />

A<br />

Sociedade Portuguesa de Artroscopia<br />

e Traumatologia Desportiva (SPAT)<br />

vai patrocinar um DVD, para distribuição<br />

gratuita em escolas e clubes, com um conjunto<br />

de exercícios físicos para prevenir<br />

lesões nos membros inferiores.<br />

A informação foi revelada no decorrer do<br />

IX Congresso da SPAT que recentemente<br />

terminou, tendo juntado especialistas em<br />

ortopedia de rodo o mundo.<br />

O DVD incluirá exercícios, muito simples<br />

e que devem ser executados duas vezes por<br />

semana, com a duração de 20 minutos por<br />

sessão, e que podem reduzir em 50 por cento<br />

as lesões nos membros inferiores. DID<br />

que, como tem sido assumido, é uma prioridade<br />

deste Governo. Um dos pontos fundamentais do<br />

acordo é o alargamento da carreira médica a todas<br />

as instituições e estabelecimentos integrados no<br />

SNS, independentemente da sua natureza jurídica,<br />

marcando assim uma adequação do trabalho<br />

médico às novas realidades e desafios assistenciais<br />

e um contributo indispensável para a qualificação<br />

e satisfação profissional da classe médica. DID<br />

Farmácias hospitalares<br />

Ordem suspeita de medicamentos contrafeitos<br />

O<br />

s proprietários de farmácias hospitalares<br />

contestaram veementemente<br />

as "afirmações gravíssimas" da bastonária da<br />

Ordem dos Farmacêuticos, Elisabete Faria,<br />

que afirmou recentemente só ser possível ás<br />

farmácias hospitalares darem ma~gens de 30<br />

% às unidades se recorrerem a meios ilícitos,<br />

como venda de medicamentos contrafeitos.<br />

A Bastonária acusou mesmo as farmácias instaladas<br />

em hospitais de "concorrência desleal".<br />

"Como é possível (as farmácias) darem<br />

margens (aos hospitais onde estão instaladas)<br />

na ordem dos 30%, mais a renda", questionou<br />

Elisabete Faria.<br />

A bastonária foi mais longe e defendeu que as<br />

autoridades, como o lnfarmed, deviam investigar<br />

como estas farmácias "conseguem cumprir<br />

ou oferecer estes valores".<br />

"Como é possível que a nossa margem de lucro<br />

seja inferior a 19 por cento e estas farmácias<br />

(nos hospitais) ofereçam percentagens<br />

que chegam aos 30 por cento? Vendem medicamentos<br />

contrafeitos?", interrogou.<br />

"Os medicamentos contrafeitos são mais<br />

baratos e eu não vislumbro outra forma de<br />

obter lucros desta ordem", sublinhou.<br />

Confrontado com estas declarações, o concessionário<br />

da farmácia instalada no Hospital<br />

de Santa Maria considerou-as "gravíssimas",<br />

sublinhando que pretendem "prejudicar estas<br />

Gripe A<br />

farmácias" e "abalar a confiança da população".<br />

"São afirmações gravíssimas", disse Paulo<br />

Diogo, também director técnico da farmácia<br />

de Lisboa, acrescentando que "não se percebem,<br />

vindo de quem vêm".<br />

''A nossa bastonária está fora da realidade das<br />

farmácias comunitárias", disse, acrescentando<br />

que "não há qualquer farmácia que tenha lucro<br />

de 18 ou 19 %",e recordando que a acusação<br />

de que há concorrência desleal é antiga.<br />

"Realmente, somos privilegiados em termos<br />

de localização, mas foi feito um concurso público<br />

e as pessoas foram livres de concorrer",<br />

declarou, acrescentando que a criação de<br />

farmácias de venda ao público nos hospitais<br />

é uma "medida política, que foi negociada<br />

com o sector" e visou "facilitar o acesso aos<br />

medicamentos".<br />

O responsável explicou que os principais clientes<br />

da farmácia do Hospital de Santa Maria<br />

são os utentes do serviço de Urgência, que<br />

"manifestam contentamento por poderem<br />

completar o tratamento na farmácià'.<br />

Paulo Diogo admitiu que no caso da farmácia<br />

de que é concessionário "em termos de<br />

facturação corresponde a cerca de 15 farmácias<br />

médias nacionais", acrescentando que<br />

"esta farmácia, ao fim de dois meses, tem<br />

18 por cento do movimento das farmácias<br />

de Lisboa". DID<br />

Agência Europeia autoriza duas vacinas<br />

A<br />

Agência Europeia de Medicamentos<br />

(EMEA) recomendou a autorização<br />

de duas vacinas para a pandemia de gripe<br />

H 1N1: Focetria (Novartis) e Pandemrix<br />

( GlaxoSmithKline).<br />

Em comunicado, a agência justifica a celeridade<br />

com a necessidade de disponibilizar as<br />

vacinas antes do início da época gripal, nos<br />

meses de Outono e Inverno. Para breve está<br />

a decisão da Comissão Europeia relativa à<br />

autorização de comercialização.<br />

As estratégias de vacinação deverão ser decididas<br />

por cada Estado-membro, tendo em conta<br />

a informação da EMEA relativa a cada vacina.<br />

A Comissão recomenda, actualmente, que<br />

a vacina seja tomada em duas doses, com<br />

um intervalo de três semanas, para adultos,<br />

incluindo grávidas, e crianças a partir<br />

dos 6 meses. Reconhece, no entanto, que<br />

dados preliminares sugerem que uma dose<br />

seja suficiente no que toca aos adultos. A<br />

recomendação poderá, pois, ser alterada, de<br />

acordo com a informação produzida pelos<br />

estudos clínicos em curso. DID<br />

7


Países mediterrânicos<br />

Mortalidade diminui<br />

depois das férias<br />

U<br />

m novo estudo publicado no "Canadian<br />

Medical Association ]ournat' revela<br />

que a mortalidade em vários países mediterrânicos<br />

diminui em Setembro. E associa<br />

este facto ás ferias de Verão. As estatísticas<br />

avaliadas referem-se à Grécia, Chipre, Itália,<br />

França e Espanha. O risco de morte aumenta<br />

com o calor ou o frio extremo, refere tabém o<br />

estudo. Os investigadores do Alfa Institute of<br />

Biomedical Sciences, na Grécia, sugerem que<br />

se trata do efeito fisiológico do aumento da<br />

síntese da vitamina D, combinado com os<br />

benefícios do alívio do stress do tempo de<br />

férias, que contribui para estes números mais<br />

baixos da mortalidade.<br />

Nos países da América do Norte e na Suécia,<br />

é o mês de Agosto que regista a mortalidade<br />

menos elevada, enquanto no Japão é o mês de<br />

Julho e, na Austrália, é o mês de Março, que<br />

equivale a Setembro, no hemisfério Sul. 11111<br />

Genética<br />

Todos os humanos<br />

"são mutantes"<br />

Um estudo britânico e chinês sugere<br />

que cada ser humano possui pelo menos<br />

100 mutações genéticas no DNA.<br />

Este estudo recente, publicado na revista<br />

"Current Biology", recorreu às novas tecnologias<br />

de sequenciação genética para apurar<br />

uma taxa de mutação considerada fiável.<br />

Os cientistas aplicaram a tecnologia ao estudo<br />

dos cromossomas "Y" de dois homens<br />

chineses. Os pesquisadores sabiam que os<br />

dois eram parentes distantes e partilhavam<br />

de um antepassado comum que nascera em<br />

1805. Ao analisar as diferenças genéticas<br />

entre os dois homens e o tamanho do genoma<br />

humano, os cientistas concluíram que<br />

as novas mutações genéticas podem chegar<br />

a 100 e 200 por pessoa.<br />

As novas mutações podem, ocasionalmente,<br />

levar ao desenvolvimento de doenças graves,<br />

como o cancro. 11111<br />

Estudos<br />

Leis antifumo reduzem<br />

HIV/ SIDA<br />

Vacina reduz risco<br />

ataques cardíacos<br />

Pesquisa<br />

D<br />

ais estudos americanos revelam que<br />

as leis antifumo tiveram um impacto<br />

bem maior do que o esperado na prevenção<br />

de ataques cardíacos.<br />

Os estudos apontam que o número de ataques<br />

cardíacos na Europa e América do Norte foi<br />

reduzido em um terço após a introdução das<br />

leis que proíbem o fumo em locais públicos.<br />

O<br />

primeiro estudo, realizado pela Universidade<br />

do Kansas, realizou uma revisão<br />

Medicamento da diabetes contra o cancro<br />

U<br />

ma pesquisa publicada no site "Cancer<br />

Research" revela que um medicamento<br />

usado contra a diabetes reduz tumores rapidamente<br />

e prolonga a remissão em ratinhos<br />

usado em conjunto com a quimioterapia,<br />

aparentemente, atacando as células estaminais<br />

cancerígenas.<br />

Esta descoberta adiciona-se a um conjunto de<br />

provas preliminares de estudos em ratinhos<br />

que indicam que a metformina, usada para<br />

controlar a diabetes, melhora os resultados<br />

nos pacientes com cancro da mama.<br />

A metformina parece funcionar, neste caso,<br />

independentemente da sua capacidade de<br />

melhorar a sensibilidade à insulina e açúcar<br />

no sangue. 11111<br />

sistemática de 1 O relatórios de 11 reg10es<br />

diferentes nos EUA, Canadá e Europa que<br />

adotaram as leis antifumo. Os resultados,<br />

publicados na revista científica ''journal of the<br />

American College of Cardiology", indicam que<br />

o número de ataques cardíacos diminuiu até<br />

26% por ano depois da adopção das leis.<br />

De acordo com os cientistas, os benefícios<br />

cardíacos aumentam conforme o tempo de<br />

vigência das leis. 11111<br />

"<br />

de infecção<br />

U<br />

ma vacina experimental contra a SIDA<br />

diminuiu, pela primeira vez, o risco de<br />

infecção pelo vírus HIV, afirmam cientistas.<br />

A vacina- uma combinação de duas vacinas<br />

experimentais já testadas - foi administrada<br />

a 16 mil voluntários na Tailândia, no maior<br />

teste já realizado com uma vacina contra<br />

esta doença.<br />

Os pesquisadores concluíram que a vacma<br />

reduziu em quase um terço o risco de contrair<br />

o vírus H IV.<br />

O resultado está sendo visto como um<br />

avanço científico significativo, embora uma<br />

vacina global esteja ainda distante.<br />

O estudo foi realizado pelo Exército americano<br />

com o governo da Tailândia e durou<br />

sete anos. Todos os voluntários - homens<br />

e mulheres com idades entre 18 e 30 anos<br />

- não eram portadores do HIV e viviam<br />

em algumas das regiões mais afectadas da<br />

Tailândia. Entre os voluntários que receberam<br />

a vacina, o risco de infecção pelo<br />

HIV foi 31,2% menor do que entre os que<br />

tomaram o placebo. 11111<br />

8<br />

9


21° lugar<br />

•<br />

na<br />

1ores<br />

uro<br />

Uma organização<br />

de consumidores sueca<br />

- a Health Consumer<br />

Powerhouse (HCP) - deu<br />

o 21 º lugar a Portugal<br />

no índice europeu que avalia<br />

alguns parâmetros da saúde<br />

em 33 países, divulgado<br />

recentemente em Bruxelas.<br />

A<br />

organização sueca que, originalmente<br />

atribuíra o 25° lugar ao sistema de<br />

saúde de Portugal corrigiu a avaliação após<br />

ter detectado alguns erros, passando o nosso<br />

país para 21° lugar. E este lugar, num ranking<br />

que engloba 33 países, deve-se aos elevados<br />

tempos de espera e à falta de acesso<br />

rápido ao médico de família.<br />

Neste índice europeu do consumidor e dos<br />

cuidados de saúde elaborado pelo Health<br />

Consumer Powerhouse, com o apoio da<br />

Comissão Europeia, Portugal não foi além<br />

dos 574 pontos em mil possíveis, o que o<br />

colocava atrás de países como a Macedónia,<br />

a Croácia ou a Espanha e á frente de países<br />

como a Polónia, Malta, Eslováquia, Lituânia,<br />

Albânia, Roménia e Bulgária<br />

O estudo foi feito a partir de 38 indicadores<br />

de qualidade, nos quais os países podem obter<br />

bom, médio ou insuficiente, distribuídos<br />

por seis categorias: os direitos dos pacientes<br />

e a informação, e-Saúde, o tempo<br />

de espera por tratamento, os resultados do<br />

tratamento, a variedade e alcance dos serviços<br />

prestados e o acesso à medicação.<br />

No que se refere aos tempos de espera, Portugal<br />

é o único país que não cumpre a meta<br />

europeia de menos de sete dias para aceder<br />

ao especialista de um determinado trata-<br />

menta, necessitando em média de até duas<br />

semanas para o concretizar.<br />

Portugal tem ainda má nota no acesso ao<br />

médico de família no próprio dia e nas<br />

cirurgias programadas que demoram mais<br />

de três meses, bem como no acesso a novos<br />

medicamentos para as doenças oncológicas.<br />

A nota é média no que respeita à comparticipação<br />

do Estado no valor dos medicamentos.<br />

Boa nota<br />

Portugal só colhe boa classificação no que<br />

respeita a redução da taxa de mortalidade<br />

infantil e o número de transplantes de rins<br />

por milhão de habitantes.<br />

Noutro indicador, Portugal aparece bem<br />

classificado pelo facto de "quatro milhões<br />

de pessoas na região de Lisboa" poderem<br />

marcar consultas via Internet.<br />

De resto, "há um contínuo declínio" no<br />

sistema de saúde português, bem como no<br />

espanhol e no grego, nota a organização que<br />

elaborou o estudo.<br />

No topo da tabela aparece a Holanda,<br />

seguida da Dinamarca e da Islândia, sendo<br />

que, no caso dos dois primeiros, são lugares<br />

que repetem, já que no ano passado tinham<br />

obtido a mesma apreciação.<br />

A organização diz que o seu objectivo é<br />

"tentar medir e avaliar o desempenho dos<br />

sistemas de saúde do ponto de vista do consumidor".<br />

Este ano até houve uma ligeira melhoria,<br />

mas nem isso terá sido suficiente para convencer<br />

os autores do estudo, que se mostram<br />

muito críticos relativamente ao desempenho<br />

do sistema português. Com 574 pontos em<br />

mil possíveis, Portugal tem "um desempenho<br />

absoluramente insuficiente", consideram.<br />

"Desde que começámos as nossas comparações<br />

há cinco anos, Portugal tem-se mantido<br />

em estagnação em relação a outros sistemas<br />

de cuidados de saúde que têm melhorado",<br />

defende Ame Bjornberg, responsável pelo<br />

índice. "É um país que necessita de uma profunda<br />

reforma dos cuidados de saúde. Portugal<br />

tem o desempenho mais ineficaz da Europa<br />

Ocidental. Esta situação difícil poderá<br />

até piorar com a crise financeira", avisa.<br />

Ministério não comenta<br />

O Ministério da Saúde recusou-se a comentar<br />

os resultados do relatório e os responsáveis<br />

por dois movimentos de utentes de<br />

saúde consideraram que estas conclusões<br />

não correspondem à realidade nacional ou<br />

são, no mínimo, exageradas. "Não tenho<br />

indicações de que estes indicadores estejam<br />

tão maus", diz Castro Henriques, do Movimento<br />

de Utentes dos Serviços de Saúde.<br />

"Rejeito essa classificação. Tomara muitos<br />

países do m undo terem um Serviço N a­<br />

cional de Saúde como o nosso", corrobora<br />

Santos Cardoso, do Movimento de Utentes<br />

de Saúde. A HCP adverte também que é necessário<br />

interpretar estes dados com cautela,<br />

até porque há problemas na qualidade da<br />

informação trabalhada. rm<br />

IO<br />

II


Eduardo Sá Ferreira à GH:<br />

"Numa época de grande convulsão<br />

social também nos envolvemos<br />

em movi mentas de contestação<br />

Eduardo Sá Ferreira foi o primeiro presidente da Associação Portuguesa de Administradores <strong>Hospitalar</strong>es (APAH).<br />

Desde a sua criação, até aos dias de hoje, este administrador hospitalar recorda momentos relevantes da APAH.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - O Doutor Eduardo Sá<br />

Ferreira foi o primeiro presidente da APAH.<br />

Desde então, até agora, como considera que<br />

tem evoluído a Associação?<br />

Eduardo Sá Ferreira - A resposta à pergunta<br />

que coloca obriga-me a falar um pouco das<br />

razões pelas quais se criou a APAH. Em 1971,<br />

já como Administrador Geral do Hospital de<br />

S. João do Porto, tive conhecimento, através<br />

da revista "Gestion Hospitaliére" da existência<br />

da "Association Européenne dés Directeurs<br />

d'Hôpitaux" (AEDH), sediada em Strasbourg,<br />

a qual integrava, como membros activos, as<br />

Associações de Directores ou Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es de diferentes países europeus, admitindo,<br />

no entanto, membros passivos a título<br />

individual. Pedi a minha admissão que foi aceite<br />

em 1973. Comecei a participar nos Congressos<br />

e Assembleias Gerais da AEDH. Mesmo antes<br />

do 25 de Abril, a AEDH pressiona-me para a<br />

criação de uma Associação em Portugal, que<br />

pudesse ser inscrita como membro activo. Surge<br />

assim um movimento de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es que trabalha no associativismo da<br />

classe, o que na altura era complicado.<br />

Após o 25 de Abril os Administradores reúnem­<br />

-se várias vezes para discutir assuntos de interesse<br />

da gestão hospitalar e da classe. Discutiram-se<br />

»> "Nos primeiros tempos a APAH privilegiou<br />

aspectos sindicais"<br />

diversas formas de associativismo e qual a forma<br />

que se deveria adaptar. Venceu a da criação<br />

de uma Associação com fins sindicais. As razões<br />

pelas quais esta opção venceu ligam-se ao facto<br />

de, não só se tratar de uma nova carreira que<br />

primeiro se deveria impor, tornar-se visível e necessária,<br />

mas também por se tratar de um grupo<br />

profissional reduzido sem grande poder negocial<br />

ou de pressão.<br />

Criada a AP AH e empossada a 1 ª Direcção, a<br />

que tive honra de presidir, fez-se um trabalho<br />

que eu considero de elevado nível. Numa época<br />

de grande convulsão social, também nos envolvemos<br />

em movimentos de contestação, porque<br />

nos considerarmos uma classe mal tratada pelo<br />

Poder Central (deficiências na estruturação e<br />

gestão da carreira; regime remuneratório abaixo<br />

do que se entendia justo; tomadas de posição<br />

denunciando a colocação de administradores<br />

ao arrepio da carreira, etc). Assim nos seus<br />

primeiros tempos a APAH privilegiou aspectos<br />

sindicais. Contudo não descurou os temas mais<br />

técnicos da gestão hospitalar, dentre os quais<br />

quero salientar: a criação e publicação da Revista<br />

"<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong>"; tomadas de posição sobre<br />

a reestruturação da SES e nomeação de novos<br />

Directores Gerais por se entender que esse não<br />

era momento oportuno (transição governamental);<br />

conferência de imprensa para contestar aspectos<br />

negativos de dois diplomas que visavam a<br />

reforma da organização interna dos Hospitais e<br />

agendados para aprovação no Conselho de Ministros,<br />

pese embora a opinião crítica da APAH<br />

a qual não foi tida em consideração; admissão<br />

da APAH como membro de pleno direito na<br />

AEDH; acções de reciclagem e participação em<br />

Congressos e Encontros internacionais; realização<br />

do 5° Congresso daAEDH no Porto.<br />

Produziu-se um grande trabalho de fortalecimento<br />

da nossa classe profissional, que passou a ser<br />

vista com outros olhos. E quanta dificuldade foi<br />

necessário ultrapassar para se conseguir algo de<br />

positivo. Desejo referir que fui um felizardo porque<br />

tive a sorte, a honra e o prazer de trabalhar<br />

com profissionais de grande categoria quer na Direcção,<br />

quer na Assembleia Geral e Conselho Fiscal.<br />

Refiro-me Moreno Rodrigues, João Urbano,<br />

Jorge Varanda, Júlio Reis, Santos Cardoso, Lopes<br />

Martins, Fernanda Dias, Reis Oliveira, Janeiro da<br />

Costa, Gil Barreiros, Marina Silva.<br />

Em 1988 e após a entrada em vigor do DR<br />

3/88 há um período que considero negativo na<br />

vida da administração hospitalar e da AP AH.<br />

Os lugares de Administrador Delegado foram<br />

um isco que levou a que ninguém contestasse<br />

o diploma porque todos estavam na esperança<br />

de serem contemplados, o que possibilitaria<br />

o salto por cima dos lugares da carreira. Penso<br />

que a APAH deveria ter tido urna atitude mais<br />

enérgica junto do Poder Central na contestação<br />

do diploma. O topo da carreira tinha sido decepado.<br />

O que se verificou é que foram admitidos<br />

muitos gestores com "perfil adequado" que não<br />

eram da carreira o que a meu ver não trouxe<br />

13


à sua criação. Tudo começa nos anos 60 com as<br />

tribuídos pelos Hospitais. Assim foi. Em 1972<br />

Direcções e o próprio Poder Central, reclamam a<br />

melhorias aos Hospitais. Na minha perspectiva,<br />

em muitos casos, bem pelo contrário. A criação<br />

dos lugares de Administrador Delegado parece<br />

ter sido uma encomenda da "clientela eleitoral".<br />

Terá sido? Tenho essa impressão.<br />

Muitos desejam e afirmam serem capazes de dirigir<br />

Hospitais. Mas gerir estabelecimentos hospitalares<br />

é um grande desafio em que o gestor<br />

tem de ter uma preparação adequada. Na minha<br />

opinião este foi o período negro da nossa carreira<br />

e da nossa Associação, porque foi o mçmento<br />

da machadada e onde a APAH não teve uma posição<br />

de forre contestação, como lhe competia.<br />

Hoje verifico que a presença de profissionais de<br />

carreira é mais reclamada pelos Órgãos de <strong>Gestão</strong><br />

dos Hospitais e penso que aí a APAH tem<br />

tido, e deve continuar a ter, uma intervenção<br />

importante. Pelo que li no programa da nova<br />

Direcção, a afirmação dos administradores hospitalares<br />

é um dos seus primeiros objectivos,<br />

bem como o da revisão da carreira.<br />

Parece-me fundamental que a carreira dê um<br />

passo mais à frente no sentido de que o "perfil<br />

adequado" aponte expressamente como<br />

primeira opção a nomeação de pessoal com<br />

formação na área administração hospitalar. É<br />

evidente que a carreira tal como está concebida<br />

parece já não ter cabimento.<br />

Aos profissionais e à APAH compete o estudo<br />

de uma nova carreira, que deverá possibilitar o<br />

acesso às funções mais elevadas da administração,<br />

e não simplesmente com vista a serem utilizados<br />

na gestão de serviços dos apoio. Contudo,<br />

globalmente e, ressalvando aquele período que<br />

considero negativo, a acção da APAH na minha<br />

opinião tem sido tendencialmente positiva.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - E a carreira de Administrador<br />

<strong>Hospitalar</strong>? Pensa que ganhou prestígio<br />

e consideração ou, pelo contrário, está a<br />

ser absorvida pelo curso de gestão normal?<br />

ESF - A resposta a esta pergunta leva-me de<br />

novo a abordar os tempos do arranque da<br />

APAH, para se perceber as razões que levaram<br />

"Muitos desejam<br />

e afirmam serem<br />

capazes de dirigir<br />

Hospitais. Mas gerir<br />

estabelecimentos<br />

hospitalares é um<br />

grande desafio"<br />

reformas da gestão hospitalar que implicaram<br />

uma qualificação dos quadros da área da gestão<br />

hospitalar. O grande mentor destas reformas foi<br />

o Prof Coriolano Ferreira, então Director Geral<br />

dos Hospitais, e que começou pela reestruturação<br />

da própria Direcção Geral. Criou Departamentos<br />

específicos (chamados de Inspecções<br />

Superiores), Direcções de Zona (Sul, Centro e<br />

Norte) e mais tarde o SUCH, onde se implementaram<br />

sectores de Informática e de Organização<br />

e Métodos, técnica de que se falava muito<br />

na época. Os quadros destes serviços foram<br />

reforçados com técnicos (apelidados na altura<br />

Técnicos de Organização e Administração) que<br />

tinham funções de análise económico-financeira,<br />

de intervenção na organização de serviços e<br />

dos quadros de pessoal dos Hospitais públicos<br />

e das Misericórdias, e não só, já que intervenção<br />

abrangia o planeamento, as instalações e equipamentos,<br />

e até medicina e enfermagem.<br />

A DGH procurou dar formação a estes quadros<br />

(incluindo os Dirigentes) nas mais diversas valências<br />

através de acções monitoradas por técnicos<br />

estrangeiros e que eram realizadas geralmente<br />

em instalações do Hospital de Santa Maria.<br />

Lembro-me de ter assistidos acções sobre, Contabilidade<br />

e Plano de Contas <strong>Hospitalar</strong> Francês,<br />

Planeamento, Financiamento, Estatística e<br />

Aprovisionamento <strong>Hospitalar</strong>, Organização e<br />

Métodos, Informática, <strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> e Sistemas<br />

de Saúde. Criou-se assim um "staff cada<br />

vez mais exigente quanto à:<br />

- forma, como os Hospitais deviam apresentar os<br />

dados para análise económico-financeira que serviam<br />

de suporte aos cálculos do financiamento;<br />

- necessidade de aplicarem uma contabilidade<br />

patrimonial e de custos;<br />

- aplicação de esquemas normalizados na organização<br />

dos seus quadros de pessoal;<br />

- alteração da estruturas física do hospital, etc.<br />

Em 1968 a DGH oferece 6 bolsas para a obtenção<br />

do diploma de Director de Hospital na<br />

Escola Nacional de Saúde Pública de Rennes,<br />

em França. Destes 6 bolseiros, um tinha o compromisso<br />

de no regresso ser o responsável pela<br />

criação e implementação da Cadeira de Administração<br />

<strong>Hospitalar</strong> na Escola Nacional de<br />

Saúde Pública de Lisboa, dando assim início à<br />

formação na área da AH. Os outros seriam dis-<br />

é publicada a nova Carreira de Administração<br />

<strong>Hospitalar</strong>, o que correspondeu a um triunfo e<br />

ao reconhecimento da nossa formação.<br />

Rapidamente os Directores dos Hospitais Centrais<br />

e Provedores das Misericórdias que geriam<br />

estabelecimentos hospitalares, perceberam que<br />

nos seus Hospitais a gestão, para mudar as rotinas<br />

e aplicar as novas regras, deveria integrar<br />

administradores hospitalares mas diplomados<br />

com o curso de AH. Não só aplicavam métodos<br />

condizentes com as novas obrigações de gestão,<br />

mas também, e isso entendo como muito importante,<br />

possuíam uma mentalidade diferente<br />

e muito recepciva aos aspectos ligados à humanização.<br />

Foi um período de grande desenvolvimento<br />

da nossa profissão, que lhe deu prestígio,<br />

e que durou até 1988. É evidente que nem tudo<br />

correu bem. Houve casos em que o sucesso não<br />

foi grande, mas na maioria os profissionais de<br />

AH que ocuparam os diversos sectores da administração<br />

dos hospitais tiveram êxitos consideráveis,<br />

cuja acção proporcionou um notável<br />

desenvolvimento do sistema hospitalar.<br />

Foi pena que o prestígio conseguido com muita<br />

luta, muito empenho, e muito interesse, tenha<br />

sido fortemente abalado pela abertura à possibilidade<br />

legal de recrutar para o cargo de Administrador<br />

Delegado "gestores de reconhecido<br />

mérito, vinculados ou não à função pública com<br />

currículo adequado às funções ...".<br />

Abriram-se as portas à entrada de gestores doutras<br />

áreas profissionais, alguns deles certamente<br />

com valor, mas sem a preparação específica para<br />

gerir um estabelecimento com tantas diferenças<br />

nos recursos, nos aspectos humanos e sociais<br />

como são os Hospitais.<br />

O lugar de Administrador Delegado era apetecível<br />

para as clientelas eleitorais e assim o "currículo<br />

adequado" para gerir Hospitais deu rapidamente<br />

lugar a outros critérios. Confesso que as vantagens<br />

que notei não foram grandes. O que noto é que,<br />

por razões de compromissos partidários, os meios<br />

postos à disposição dessas Administrações é bem<br />

diferente do que era no meu tempo, em que havia<br />

lutar e muito, para se obterem financiamentos,<br />

autorizações, etc. E não tínhamos as mordomias<br />

que hoje existem. Felizmente que me parece<br />

que este menosprezo pelos AH diplomados está<br />

lentamente a inverter-se e que, cada vez., mais, as<br />

presença de AH nos órgãos de gestão. Mas temo<br />

que esta atitude, por uma razão ou outra, possa<br />

vir a esbater-se e que os cursos de gestão normal<br />

continuem a ter peso nos Hospitais, e até porventura<br />

aumentar esse peso.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - Como vê o futuro da<br />

carreira de administração hospitalar?<br />

ESF - O futuro da carreira de administração<br />

hospitalar será o que os administradores quiserem.<br />

Como referi no início houve um grande<br />

trabalho para consolidar a nossa profissão no<br />

sentido de nos apresentarmos como parceiros<br />

privilegiados para realizar a gestão de serviços de<br />

saúde. Para o efeito deram-se passos imponantes<br />

Convirá no entanto referir que essa acção de<br />

consolidação teve apoios fundamentais. Falo do<br />

Prof. Coriolano Ferreira e do Dr, Augusto Mantas.<br />

que acreditavam e defendiam que a administração<br />

hospitalar deveria pertencer ao nosso<br />

grupo profissional<br />

Atingiram-se muitos objectivos, e a verdade é<br />

que a AH conseguiu prestígio. Os administra-<br />

15


dores hospicalares tinham grande audição nos<br />

Mancas, nem me parece que hajam substiruros.<br />

gestão de uma qualquer empresa. Definição<br />

.•<br />

de ter qualquer sentido. Mais uma vez refiro que<br />

hospitais. As outras classes profissionais ouviam<br />

Os profissionais e a APAH têm de demonstrar<br />

de objectivos, elaboração de planos de acção,<br />

esta é uma posição muito concreta que a AP AH<br />

muito a opinião dos administradores. Viveu-se<br />

muito bem a raz.ão de ser e para que serve a nossa<br />

aplicação de modelos de controlo da gestão,<br />

tem de tomar e que, tenho a certeza, vai tomar.<br />

uma época de grande impacto, apesar de sermos<br />

um grupo reduzido. Não foi por acções externas<br />

que conseguimos o interesse dos hospitais em<br />

nos integrar nas equipas de Direcção. Era porque<br />

se sabia que com a integração desces profis­<br />

profissão, e a parrir daí defenderem uma nova carreira<br />

em que o AH seja a figura central da gestão<br />

hospicalar. Reforço a ideia de que a acrual carreira<br />

escá ultrapassada. Julgo que rapidamente deve ser<br />

esrudada urna nova carreira, construída de forma<br />

de recursos humanos, de aprovisionamento e<br />

económico financeiro. Porém, a administração<br />

dos hospitais vai para além disso. Desde logo os<br />

actos de gestão exigem uma acenção muico especial<br />

para a área da produção de um bem muito<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong>- Pensa que os alunos dos<br />

cursos de gestão hospitalares deixam as escolas<br />

preparados para o que vão encontrar<br />

nos hospitais portugueses?<br />

sionais roda a organização era alterada, melhora­<br />

a viabilizar o acesso aos lugares de topo da hie­<br />

específico: cuidados de saúde.<br />

ESF - Penso que sim. É evidente que isto tam­<br />

da e tornada mais eficiente.<br />

rarquia hospitalar não por critérios "de perfil ade­<br />

A nossa função tem de se centrar, não só nos<br />

bém depende de muita coisa, nomeadamente<br />

M as nem todos pensavam assim. Houve sem­<br />

quado" mas sim de "preparação adequada"<br />

aspectos atrás referidos dado o volume de negó­<br />

das razões pelas quais o aluno foi para o curso de<br />

pre por parte de variadas pessoas e classes um<br />

cios envolvido, mas cambém, ter uma atenção<br />

AH. Para ganhar algum? Só para conseguir um<br />

mal estar contra a nossa classe. Estranhamente,<br />

no meu entendimento, a classe profissional dos<br />

administradores hospitalares nunca foi apoiada<br />

por elementos que estiverem nos Ministérios da<br />

Saúde, e são desta área profissional.<br />

Tenho a sensação que há algum tipo de inveja<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - Considera que há diferenças<br />

reais num hospital gerido por um administrador<br />

hospitalar com curso e carreira<br />

específica, e outro hospital onde o gestor<br />

não tenha cursado a Administração <strong>Hospitalar</strong>?<br />

Porquê?<br />

muito especial sobre os consumos resultantes<br />

da prestação dos serviços, sem perder de vista a<br />

sua qualidade e os fins a que se destinam. Por<br />

outro lado, a diversidade de áreas profissionais<br />

existentes na saúde, o facto do nosso trabalho<br />

visar uma população especial que é o doente ou<br />

emprego? Porque ouviu falar e vai experimentar?<br />

Se não frequentar o curso mentalizado para<br />

apreender as técnicas da AH, dificilmente será<br />

um bom administrador. Mas quero crer que na<br />

sua grande maioria os alunos, muito embora<br />

possam iniciar o curso com uma mentalidade<br />

que faz com que a Administração <strong>Hospitalar</strong><br />

ESF - Logicamente não entendo que ser diplo­<br />

potencial doente, para o qual é necessário um<br />

menos positiva, rapidamente são absorvidos<br />

tenha de ser abatida. Mas se assim é, então para<br />

mado em AH é condição necessária e suficiente<br />

atendimento humano muito especial, a organi­<br />

pela perspectiva de uma área profissional muito<br />

que existe o Curso de AH? Para que se estão adi­<br />

e única para que os Hospitais sejam bem geri­<br />

zação complexa e diversificada dos serviços, leva,<br />

bonita, absorvente e preenchida.<br />

plomar técnicos? Para gerir o Aprovisionamento,<br />

o sector Financeiro ou o de Recursos Humanos?<br />

Para isso haverá necessidade deste curso? É aqui<br />

que a APAH tem uma função determinante e<br />

um longo e difícil caminho a percorrer. Já não<br />

dos. Admito que hajam alguns Hospicais bem<br />

geridos por gestores sem o curso de AH. Não<br />

vou a esse radicalismo. Mas penso que os diplomados<br />

em AH estão em melhores condições<br />

para gerir serviços de saúde.<br />

a meu ver, a que a sua administração deva competir<br />

a técnicos com uma preparação especifica,<br />

a qual, para já, só vejo ser facultada nos cursos de<br />

AH, seja de que estabelecimento for.<br />

Exige-se a gestão por profissionais habilitados<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - A gestão dos hospitais<br />

mudou muito, em pouco tempo. Considera<br />

que os hospitais estatais portugueses estão<br />

bem geridos?<br />

existem, infelizmeme, o Prof Coriolano e o Dr.<br />

A gestão de Hospitais cem muito do que é a<br />

para o efeiro e não por um qualquer "pára­<br />

ESF - Acho que na generalidade têm bons re­<br />

quedistà', isto para utilizar um termo que um<br />

sultados. Os índices e estatísricas publicadas<br />

Chefe de Gabinece de um dos Ministérios da<br />

apontam para uma boa gestão na maioria dos<br />

Saúde utilizou ao referir-se à nossa classe. N a<br />

casos. Os Hospitais estão hoje bem equipados<br />

altura para ele os "pára-quedistas" éramos nós.<br />

e bem preparados para responder a muitas das<br />

Mas o facto de se conseguir o diploma não im­<br />

necessidades da população. É justo reconhecer<br />

plica forçosameme um bom desempenho na<br />

que o SNS tem tido uma boa prestação:<br />

administração do serviço. H á AH excelentes,<br />

- Formaram-se e qualificaram-se recursos<br />

bons, e medíocres. Mas também nos gestores<br />

humanos;<br />

com o curso normal acontece o mesmo. Há<br />

- Melhoraram-se os sistemas de financiamento;<br />

excelentes, bons e medíocres. O que é preci­<br />

- Atribuíram-se verbas vulruosas para constru-<br />

so é comparar dentre os excelentes e os bons<br />

quem está na "pole posirion" para arrancar com<br />

uma boa administração. E entre 2 maus qual<br />

o que fará menos mal. Por isso considero que<br />

à partida os AH estão melhor preparados para<br />

gerirem bem os hospitais.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - Que imagem tem do<br />

curso de gestão e administração hospitalar<br />

da Escola Nacional de Saúde Pública? Fazia<br />

alguma alteração ao curso em questão?<br />

ESF - Como se sabe estou há anos em situação<br />

de aposentado e certamente que não tenho co-<br />

nhecimento tocal da realidade actual, mas quer­<br />

-me parecer que o curso de AH continua a dar<br />

uma formação de muita qualidade, e totalmente<br />

condizente com as necessidades dos sistema de<br />

saúde e que continua a ser reconhecido no país<br />

e até no estrangeiro. Os profissionais que saem<br />

do curso tinham, e julgo continuam a ter, uma<br />

preparação de nível elevado.As notícias que tenho<br />

são altamente abonatórias das capacidades<br />

dos profissionais que saem do Curso e estão no<br />

terreno. É evidente que poderão sair diplomados<br />

menos bons, menos capazes. Mas isso passa-se<br />

com todos os cursos. Não são esses menos bons<br />

que devem ser o barómetro de avaliação do curso<br />

de AH e dos AH.<br />

Um facto é que o Curso de AH português era no<br />

meu tempo, e parece que continua a ser, classificado<br />

como um dos melhores. Mais uma nota<br />

neste ponto. Os diplomados são preparados<br />

para gerir Hospitais. Será má utilização de recursos<br />

aproveitá-los só para áreas de apoio e onde<br />

não podem aplicar todos os seus conhecimentos.<br />

Se se continuar a entender que basta um<br />

"perfil adequado" para os órgão de gestão dos<br />

hospitais, sem cuidar de saber como esse perfil<br />

é determinado, temo que o Curso de AH deixe<br />

ção e recuperação de estrururas;<br />

- Possibilitaram-se grandes investimentos em<br />

equipamento de avançada tecnologia;<br />

- Foram racionalizados serviços que tinham menor<br />

rentabilidade, etc.<br />

Todas as melhorias do SNS possibilitaram<br />

certamente aos Hospitais bons resultados.<br />

Haverá excepções, mas no grosso do conjunto<br />

hospitalar parece-me ser evidente, e justo<br />

reconhecer, que houve melhorias nos resultados.<br />

Mal era se assim fosse. No entanto, está<br />

por demonstrar se não teriam melhores resultados<br />

se tivessem sido adoptadas medidas di-<br />

17


ferentes na constituição dos órgãos de gestão.<br />

Penso que, para uma correcra resposta à questão<br />

que me formula, há ainda um trabalho muito<br />

rentes, podendo ser até antagónicas, mas que<br />

normalmente se resolvem com diálogo e explicação<br />

das posições de cada uma das partes.<br />

l<br />

importante a fazer no âmbito da avaliação dos<br />

Tive a honra de trabalhar com médicos de ele­<br />

CN.s. Só a partir daí se poderá ter uma ideia<br />

vada craveira científica e profissional, muitas<br />

muito concreta da forma como estão a ser ge­<br />

vezes defendendo posições contrárias e nunca<br />

ridos os Hospitais estatais. Cumpriram com<br />

senti qualquer posição de "guerra" por parte<br />

os objectivos estabelecidos e de acordo com as<br />

da classe médica. No final de contas os objec­<br />

orientações recebidas e fins do estabelecimento?<br />

tivos que procuram os administradores, mé­<br />

Os resultados foram os previstos? Como exerce­<br />

dicos ou outra qualquer classe são os mesmos,<br />

ram a função e a custo de quê?<br />

ou seja, que o Hospital funcione bem e com<br />

Tenho conhecimento de que se constituiu uma<br />

aproveitamento máximo dos recursos. Po­<br />

Comissão para estudar, se é que já não estudou,<br />

derão ser diferentes os caminhos apontados,<br />

os critérios a que deve obedecer a avaliação dos<br />

mas, a meu ver, nada que um diálogo franco,<br />

CN.s. Só com base nessa avaliação será possível<br />

aberto e muitas vezes ousado não resolva, sem<br />

saber se a gestão é bem ou mal feita. Neste mo­<br />

se chegar à necessidade da "guerrà'.<br />

mento, como simples observador, parece-me<br />

poder afirmar que tem havido, em grande parte<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - A necessidade de con­<br />

dos hospitais, melhorias na sua gestão. Mas com<br />

tenção orçamental, na Saúde, traz proble­<br />

a ressalva feita atrás.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - Considera que o poder<br />

mas para os hospitais? A que níveis?<br />

ESF - É sabido que os gastos na saúde têm crescido<br />

acima do crescimento económico em todos<br />

político, na generalidade, olha para o admi­<br />

os países da UE, representando uma percenta­<br />

nistrador hospitalar como um parceiro, ou<br />

gem muito considerável do PIB desses países.<br />

ainda o vê como um elemento que o vai aju­<br />

Portugal não é diferente. As razões são por de­<br />

dar a cortar nas despesas?<br />

ESF - Parece-me realmente que da parte do<br />

mais conhecidas sendo as principais:<br />

- O crescimento económico que conduz a um<br />

Poder Político tem havido sempre um raciocí­<br />

acréscimo dos encargos de saúde;<br />

nio errado, que é muitas vezes assimilado pelas<br />

-A evolução da tecnologia e o seu efeito gerador<br />

Direcções dos estabelecimentos. Haverá porven­<br />

do aumento da procura<br />

gastos consideráveis e evitáveis;<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - A evolução tecnológica<br />

meu tempo com os que têm agora, É adqui­<br />

tura intervenientes políticos ou outros que não<br />

- As exigências cada vez maiores das populações,<br />

- Continuação de medidas na área do consu­<br />

diária que a Saúde atravessa obriga a que o<br />

rido que esta transformação teve repercussões<br />

pensarão assim. M as tenho a sensação que na<br />

que hoje conhecem muito bem os seus direitos.<br />

mo do medicamento, na sequência de algu­<br />

gestor de um hospital tenha de estar mais<br />

no volume das prestações, na diversificação das<br />

maioria dos casos não se pretende retirar do AH<br />

as capacidades da sua formação, mas pretende-se<br />

A contenção deste constante aumento dos gastos<br />

em saúde, tem sido feita, sobretudo, com o<br />

m as já tomadas.<br />

Mas isto tem a ver com a força política e o<br />

atento a problemas clínicos e a inteirar-se da<br />

realidade médica? Como se pode fazer essa<br />

áreas profissionais e dos serviços e, obviamente,<br />

nos resultados.<br />

somente que seja "um corta despesas". Alguém<br />

tem de reduzir encargos, então que seja o AH.<br />

recurso a uma sub-orçamentação.<br />

Julgo deverem ser tomadas medidas para que si­<br />

entendimento que os diversos sectores da<br />

sociedade possa ter sobre o interesse em tor­<br />

formação?<br />

ESF - É uma evidência os grandes avanços<br />

Comparando com o meu tempo, hoje os problemas<br />

e exigências que se põem aos gestores<br />

Que seja ele o mau da fita.<br />

tuação, não digo termine porque é difícil admi­<br />

nar sustentável ou não o SN S. Sem medidas<br />

tecnológicos dos últimos anos e os enormes<br />

dos hospitais são completamente diferentes e<br />

tir este cenário, mas pelo menos para conter os<br />

agressivas no sistema, julgo que os Hospitais<br />

benefícios que trouxeram à vida de cada um.<br />

evoluem muito rapidamente. Os gestores têm<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - A "guerra" entre médicos<br />

e administradores é algo intrínseco e<br />

desperdícios que sabemos existirem. Estou-me a<br />

lembrar de:<br />

vão sofrer a todos os níveis de funcionamento<br />

com as restrições das verbas que lhe são<br />

O s H ospitais não podem fugir a esta regra, e<br />

têm sido dos grandes beneficiários desses avan­<br />

de estar preparados para acompanhar a mudança<br />

de forma a saberem muito claramente qual<br />

que vai continuar ou é possível estabelecer<br />

regras com vista ao bom entendimento en­<br />

- Medidas de racionalização da rede que em<br />

determinada altura avançaram, mas que logo<br />

atribuídas. Se continuamos a exigir tudo dos<br />

Hospitais do SN S sem nada se fazer, é forçoso<br />

ços. Já nem falo da tecnologia nos serviços de<br />

gestão. Refiro-me sobretudo ao avanço tecno­<br />

uso que se dá a estas novas tecnologias, sobretudo<br />

nos aspecros ligados à sua rentabilidade, à<br />

tre ambos?<br />

ESF - Eu não diria que há uma "guerrà' entre<br />

médicos e administradores e muito menos que é<br />

foram retiradas por razões conhecidas;<br />

- Maior controlo na gestão dos recursos;<br />

- Maior recurso à figura de hospital de dia ou à<br />

que h aja financiamentos acima das possibilidades<br />

do país e alguém tem de pagar.<br />

As opções políticas têm de ir no sentido do<br />

lógico na medicina.<br />

Basta referir o que se passa nos meios complementares<br />

de diagnóstico e terapêutica e muito<br />

utilização dos dados clínicos das observações ou<br />

da investigação científica. Como deve ser feita<br />

essa formação depende de muitos factores. Mas<br />

algo de intrínseco. Exerci muitos anos a profissão,<br />

estive à frente de Hospitais importantes, e<br />

nunca senti que existisse guerra entre os médicos<br />

(ou outra classe qualquer) e os administradores.<br />

cirurgia ambulatória;<br />

- Uma intervenção forte no âmbito do planeamento,<br />

programação e coordenação dos serviços<br />

em ordem a evitar duplicações nos equipamen­<br />

corte dos desperdícios, in trodução de novos<br />

métodos de gestão, um melhor aproveitamen<br />

to dos recursos, uma boa racionalização<br />

dos consumos clínicos e dos medicamentos,<br />

particularmente na imagiologia. Mas não só.<br />

Podemos mencionar dentre outras a área da<br />

endoscopia digestiva, a cirurgia laparoscópica e<br />

robótica, etc. Não se pode de forma nenhuma<br />

há sempre espaço para formação de acrualização,<br />

participação em eventos, troca de experiências<br />

com colegas nacionais e estrangeiros, discussões<br />

de casos com profissionais do seu ou doutros es­<br />

Eu diria que muitas vezes as posições são dife-<br />

tos e na realização de exames donde derivam<br />

como atrás referi.<br />

comparar os meios que os Hospitais tinham no<br />

rabelecimemos.<br />

19


Esta questão leva-me de novo à pergunta sobre a<br />

"guerra com os médicos", porque rudo isto exige<br />

do gestor uma grande capacidade de diálogo e<br />

bom senso nas decisões. A gestão feita por uma<br />

só cabeça terminou. Hoje a gestão do hospital<br />

pertence a uma equipa pluridisciplinar, onde o<br />

administrador tem uma importante função de<br />

exigência, análise, moderação e bom senso.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - Considera que o SNS<br />

tal como o conhecemos tem condições para<br />

continuar a existir, ou pode vir a ser engolido<br />

pelo sector privado? Porquê?<br />

FSF - Julgo que nunca virá a acontecer uma<br />

situação tão radical, que não é desejada por ninguém<br />

e nem por qualquer Governo que esteja<br />

no Poder. Estou convicto que no sistema hospitalar<br />

português haverá sempre lugar para o SNS.<br />

Admito no entanto que se o SNS não for objecto<br />

de grandes reformas que ultrapassem as reacções<br />

que daí possam advir, poderá perder posição<br />

face a um sector privado cada vez mais forte.<br />

Quero crer que os Governos sempre terão o<br />

SNS como uma bandeira e que não se intimidarão<br />

em fazer as reformas necessárias, muito<br />

embora saibamos, até por experiências bem<br />

recentes, que algumas dessas reformas implicam<br />

o fim ou a redução de interesses instalados<br />

provocando reacções muitas vezes difíceis de<br />

controlar pelo Poder.<br />

Só mais uma nota sobre a privatização da gestão<br />

de alguns hospitais. Parece-me que seria oportuno<br />

e conveniente, diria mesmo imprescindível,<br />

haver um bom sistema regulador da actividade<br />

das empresas que gerem hospitais públicos,<br />

acompanhado de um bom sistema de avaliação.<br />

Pelo que sei a ERS não tem feito muitas intervenções<br />

neste capítulo. Nem talvez a sua área<br />

seja ex:actamente essa. Não se houve falar muito<br />

da sua actividade, e se isto é bom para os árbitros<br />

do futebol, já não o é nestes casos. Em conclusão,<br />

se as reformas necessárias não forem feitas e<br />

as. entidades que devem regular não funcionem,<br />

aí sim, possivelmente vai se verificar uma degradação<br />

do SNS e o consequente avanço do sector<br />

privado. Vamos esperar que não.<br />

>>>"Se as reformas necessárias não forem feitas<br />

e as entidade que devem regular não funcionem, aí<br />

sim, vai verificar-se uma degradação do SNS"<br />

"Hoje a gestão do<br />

hospital pertence<br />

a uma equipa<br />

multidisciplinar, onde<br />

o administrador tem<br />

uma importante<br />

finção de exigência,<br />

análise, moderação e<br />

bom senso."<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - Como gostaria que fosse<br />

o hospital do futuro?<br />

FSF - Claro que o que eu gostaria mesmo era que<br />

o Hospital do futuro fosse aquilo porque lutámos<br />

e não conseguimos ainda atingir: um local de alta<br />

tecnologia capaz de satisfazer as necessidades dos<br />

utentes, no mais curto espaço de tempo, com<br />

excelentes resultados sem prejuízo de um atendimento<br />

personalizado e humaniz.ado.<br />

Agora a sua pergunta não é de fácil resposta<br />

porque a evolução dos hospitais é tão grande<br />

que hoje o que se diz, amanhã pode estar ultrapassado.<br />

Emitir uma opinião sobre "como<br />

gostaria que fosse o hospital do futuro" poder-me-ia<br />

colocar numa situação falsa resultante<br />

do facto de ter dado um parecer que<br />

rapidamente seja ultrapassado. No entanto, e<br />

para não ficar em branco este ponto, farei algumas<br />

considerações sobre o que perspectivo<br />

quanto aos pontos a que o hospital do futuro<br />

tem de acender.<br />

As premissas são sempre as mesmas: eficiência,<br />

qualidade técnica e satisfação dos utentes. Os<br />

poderes públicos devem tirar os ensinamentos<br />

das reformas realizadas, privilegiando a concertação,<br />

a redefinição do níveis de intervenção, da<br />

contratualização, da avaliação e da mudança das<br />

boas práticas. Para além disto parece-me de ter<br />

em atenção mais os seguintes aspectos:<br />

- Reorganização interna dos hospitais, com<br />

a mobilização do pessoal, e o diálogo interno<br />

como forma de desenvolver o trabalho colectivo;<br />

- Melhorar o quadro regulamentar no sentido<br />

de conceder maior autonomia aos hospitais;<br />

- Recentrar o lugar do hospital no sistema de<br />

saúde tendo em conta as alterações da oferta e<br />

da procura;<br />

- Escudar sistemas de financiamento que tenham<br />

não só em conta a produtividade, mas<br />

também o grau de satisfação dos utentes;<br />

- Ter em conta o grau de envelhecimento e de<br />

recursos das populações em ordem a um melhor<br />

e maior acendimento social;<br />

- Tomar os hospitais mais humanos e onde as<br />

populações se sintam bem e sem medo de lá<br />

entrarem;<br />

- Aumento da tecnologia que favoreça o diagnóstico;<br />

- Incremento dos sectores ambulatórios;<br />

- Uma atenção muito especial ao atendimento<br />

das crianças e grávidas.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - Que mensagem deixa<br />

para os sócios da APAH?<br />

FSF - Que nos seus locais de trabalho procurem<br />

demonstrar todas as capacidades para que foram<br />

formados, que apoiem a Direcção da APAH no<br />

sentido de fonalecer o sentimento de grupo,<br />

e a forcem ao cumprimento do seu programa<br />

eleitoral, porque desse cumprimento resultarão<br />

vantagens para a carreira, para a formação, para<br />

a inovação da AH e no fim de contas para o Sistema<br />

de Saúde.<br />

Queria aproveitar esta oportunidade para afumar<br />

que foi para mim uma grande honra e um privilégio<br />

ter sido Presidente da APAH, ser um dos<br />

seus sócios fundadores e sócio nº 1, ter trabalhado<br />

com colegas de elevada craveira pessoal e profissional<br />

e ter representado uma grande classe.<br />

<strong>Gestão</strong> <strong>Hospitalar</strong> - E para os alunos de Administração<br />

<strong>Hospitalar</strong>?<br />

FSF - Aos alunos quero desejar-lhes muita sorte,<br />

que assumam inteiramente a profissão, que<br />

não a vejam como mero meio de vencer um<br />

salário, mas que a ela se dediquem totalmente,<br />

porque vão ter uma profissão absorvente, em<br />

que não há rotinas porque c-.da dia é diferente<br />

do anterior, onde o espírito de equipa é fundamental<br />

e em que muitas vezes a resolução de<br />

problemas graves está dependente do seu saber<br />

e da sua capacidade de decisão. am<br />

21


Prémio Melhor Publicação Científica 2008<br />

Hospital Pulido Valente di, stingue trabalhos<br />

sobre Tuberculose e Doen ça Card.iovascular<br />

O<br />

vencedor do Prémio Melhor<br />

Publicação Científica 2008, organizado<br />

pelo Hospital Pulido<br />

Valente, de Lisboa, coube ao trabalho sobre<br />

''Análise comparativa entre tuberculose multirresistente<br />

e tuberculose extensivamente<br />

resistente - epidemiologia e factores preditivos",<br />

da autoria de Ana Sofia Vilariça, Carlos<br />

Gomes e Jaime Pina.<br />

Este prémio, criado pelo Departamento de<br />

Pneumologia do Hospital Pulido Valente com<br />

o apoio da farmacêutica nacional Bial, atribui<br />

cinco mil euros ao melhor artigo aos vencedores<br />

cujo trabalho foi publicado em revista<br />

científica durante o ano de 2008.<br />

No estudo, é feita a comparação entre doentes<br />

com tuberculose extensivamente resistente<br />

(TBXDR) e outros perfis de tuberculose multiresistente<br />

(TBMR) relativamente às características<br />

demográficas e epidemiológicas, factores<br />

etiopatogénicos e evolução no internamento.<br />

O trabalho incidiu em doentes internados no<br />

Serviço de Pneumologia III do Hospital Pulido<br />

Valente, entre Abril de 1999 e Junho de 2007,<br />

tendo sido contabilizados 132 doentes com<br />

TBMR, dos quais 52% com TBXDR.<br />

De salientar que a TBXDR foi classificada pela<br />

Organização Mundial de Saúde (OMS) como<br />

uma emergente e grave ameaça à saúde pública<br />

e ao controlo eficaz da tuberculose, assumindo<br />

os contornos de uma autêntica pandemia<br />

em algumas regiões do globo. As principais<br />

conclusões do trabalho de investigação apontam<br />

que os doentes com TBXDR apresentam<br />

maior prevalência de retratamentos, maior duração<br />

media dos tratamentos anteriores e elevada<br />

coinfecção VIH/Sida e de mortalidade.<br />

A TBXDR traduz as insuficiências dos mecanismos<br />

de luta antituberculosa, nomeadamente<br />

no que concerne ao diagnóstico precoce<br />

e preciso da resistência e à implementação<br />

de regimes terapêuticos eficazes adequadamente<br />

supervisionados.<br />

Menção<br />

No âmbito do Prémio Melhor Publicação<br />

Científica 2008 foi também atribuída uma<br />

menção honrosa ao trabalho realizado por<br />

José Pedro Boléo Tomé e Sara Salgado intitulado<br />

"Prevalência de doença cardiovascular<br />

numa população de doentes com síndrome de<br />

apneia obstrutiva do sono". Neste estudo retrospectivo<br />

os autores analisam a prevalência<br />

das patologias cardiovasculares e a sua relação<br />

com os vários graus de gravidade da síndrome<br />

de apneia obstrutiva do sono (SAOS) . O trabalho<br />

envolveu o estudo de 305 doentes com<br />

diagnóstico de SAOS de gravidade variável.<br />

Os resultados demonstram uma prevalência de<br />

doenças cardiovasculares de 76,7%, sendo a hipertensão<br />

arterial a mais frequente seguida da<br />

cardiopatia isquémica. A prevalência de hipertensão<br />

arterial é de 60% pelo que os autores alertam<br />

para que num doente com diagnóstico de<br />

hipertensão seja avaliada a existência de SAOS.<br />

O objectivo deste prémio é incentivar e premiar<br />

a investigação científica na área médica<br />

e a consequente publicação de artigos de um<br />

dos mais conceituados e representativos serviços<br />

de Pneumologia do país.<br />

O júri deste prémio integrou Maria João<br />

Marques Gomes, professora catedrática da<br />

Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa e<br />

Chefe de Serviço do Hospital de Santa Marta;<br />

Manuel Fontes Baganha, professor catedrático<br />

de Pneumologia da Faculdade de Medicina<br />

de Coimbra e Director do Departamento de<br />

Ciências Pneumológicas e Alergológicas do<br />

Hospital da Universidade de Coimbra (HUC)<br />

e Ramalho de Almeida, Membro Efectivo e<br />

Representante Português do ADMIT (Aerosol<br />

Drug Management Improvement Team).<br />

O apoio da Biala este prémio insere-se na forte<br />

aposta da empresa em investigação, que se<br />

traduz no investimento em investigação e desenvolvimento<br />

de novos fármacos, que já está a<br />

dar os primeiros resultados com o lançamento<br />

do antiepiléptico Zebinix, e também no apoio<br />

a actividades de investigação científica. D1D<br />

22<br />

23


Reuniões científicas em Lisboa<br />

Guidelines junta peritos de todo o mundo<br />

Vão decorrer entre os dias 30<br />

de Outubro a 4 de Novembro,<br />

em Lisboa, duas reuniões<br />

científicas internacionais sobre<br />

guidelines. A primeira acontece<br />

nos dias entre 30 a 31 de<br />

Outubro; a segunda entre<br />

1 e 4 de Novembro. Estes<br />

encontros são organizados<br />

pelas duas e únicas redes<br />

internacionais de guidelines.<br />

O<br />

primeiro encontro é da responsabilidade<br />

do organismo ibérico (Iberica<br />

GPC), e vai ter como ponto de<br />

partida para a análise os guias Ibero Americanos<br />

nos países que falam português e castelhano<br />

(Portugal, Espanha e toda a América<br />

central e do sul). O segundo encontro, tem<br />

como organizador o Guidelinle Internacional<br />

Network (GIN), que tem uma vertente anglosaxónica<br />

e que neste momento integra cerca<br />

de 40 países.<br />

''A organização do primeiro encontro tem<br />

sede em Espanha e presidência espanhola, o<br />

segundo tem sede na Escócia e presidência escocesa'',<br />

referiu à GH António Vaz Carneiro,<br />

director do Centro de Estudos de Medicina<br />

Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina<br />

de Lisboa, acrescentando: "Consegui<br />

negociar conciliar estas duas reuniões e trazê­<br />

-las para cá, na mesma altura, apesar de terem<br />

reuniões independentes uma da outra".<br />

De acordo com o clínico, estas reuniões "vão<br />

abranger o mundo das guidelines. Hoje em<br />

dia, as guidelines são instrumentos de qualidade.<br />

São primordiais. São normas de orientação<br />

clínica, que são igualmente muito importantes<br />

na gestão e administração em Saúde. Uma<br />

pessoa tem que saber como se trata o cancro<br />

do cólon. Estas normas servem para isso mesmo:<br />

para apoiar. Elas ajudam e dão informação<br />

sintetizada para os médicos; ajudam os<br />

sistemas de saúde a perceber um pouco melhor<br />

o respectivo funcionamento e ajudam<br />

os próprios gestores a estarem conscientes<br />

da realidade sobre uma determinada área, no<br />

ponto de vista do diagnóstico e terapêutica.<br />

Até para os políricos de saúde as guidelines são<br />

importantes para saber qual é ponto de situação<br />

numa área clínica qualquer. Mas o grande<br />

objectivo das normas de orientação clínica<br />

é apoiar directamente a decisão clínica. São<br />

instrumentos de qualidade para tratar doentes",<br />

acentuou Vaz Carneiro, acrescentando<br />

que estas reuniões vão "abranger todas as área.<br />

Não nos vamos debruçar tanto sobre esta<br />

ou aquela área mas sim sobre o instrumento.<br />

Portanto, qualquer pessoa em Portugal -<br />

qualquer médico, farmacêutico, enfermeiro<br />

ou fisioterapeuta - que esteja interessado neste<br />

instrumento, nestes documentos e nestes<br />

textos, tem uma grande oportunidade de vir<br />

encontrar-se com pessoas do mundo inteiro<br />

que fazem investigação pública, disseminam<br />

e implementam este tipo de instrumento de<br />

qualidade que, como imagina, são extremamente<br />

úteis. Não é para uma área específica;<br />

há coisas de oncologia, há coisas de pediatria,<br />

há coisas de saúde pública. No fundo, estamos<br />

a olhar para a metodologia de escrita, de investigação<br />

e de como se põe tudo em práticà'.<br />

Ainda de acordo com o responsável, "a população<br />

alvo para estas reuniões, são os profissionais<br />

de saúde que estejam interessados em<br />

saber mais sobre guidelines ou porque as escrevem,<br />

e têm essa função; ou porque estão encarregues<br />

de as propagar, de as disseminar; ou,<br />

ainda, porque estão encarregues de as implementar.<br />

No fundo, destinam-se a profissionais<br />

que estejam interessados em saber mais sobre<br />

esta metodologia. Hoje, não há revista científica<br />

de qualidade que não apresente guidelines.<br />

E elas servem para qualquer pessoa interessada<br />

nesta área, porque é muito vasta".<br />

As duas reuniões que vão decorrer em Lisboa,<br />

contam com vários workshops e apresentações<br />

sobre como adaptar as guidelines, como as<br />

implementar e dão ainda indicações sobre as<br />

regras que se devem ter para as implementar.<br />

Para António Vaz Carneiro, "os clínicos não<br />

seguem as guidelines tanto quanto seria desejável.Trata-se<br />

de uma metodologia relativamente<br />

nova e a sua implementação é ainda muito variável<br />

no mundo inteiro. Em Portugal, há muitas<br />

pessoas que escrevem estes documentos. A<br />

Direcção Geral da Saúde (DGS) tem guidelines<br />

sobre vacinação, que são obrigatórias. Os médicos<br />

têm que estar em dia com estes conceitos,<br />

mas há situações em que tal não se aplica. As<br />

guidelines para o tratamento da hipertensão,<br />

da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, por<br />

exemplo, só são seguidas por quem quiser.<br />

As guidelines, em princípio, não devem ser<br />

obrigatórias; elas devem ser vistas como um<br />

instrumento de apoio à decisão. Apesar de os<br />

analistas referirem que os doentes são dif erentes<br />

uns dos outros, a verdade é que estes são<br />

menos diferentes do que os médicos querem<br />

fazer parecer. Não se pode, por exemplo, seguir<br />

uma guideline sobre um medicamento a que<br />

um doente é alérgico".<br />

Depois, referiu-nos ainda o responsável pela<br />

organização destes eventos em Portugal, "há<br />

alguns processos intermédios, dependentes<br />

dos sistemas de saúde; dos responsáveis que<br />

as elaboraram e de onde são utilizadas: no<br />

centro de saúde; no hospital; se abrangem<br />

uma região ou não. No fundo, trata-se de<br />

documentos que hoje em dia estão presentes<br />

em tudo o que são organizações de saúde<br />

modernas. Daí que esta seja uma oportunidade<br />

única que os profissionais de saúde<br />

deveriam ter e conhecer. Se alguém estiver<br />

interessado, deve vir às nossas reuniões para<br />

poder aprender ou actualizar-se com todos<br />

os profissionais que vão estar no nosso País"<br />

acrescentou. Ana Cruz lllD


Comparação IV<br />

,<br />

au e euro<br />

, . .<br />

•<br />

varias ve oc1<br />

A<br />

GH continua a publicação doestudo<br />

comparativo entre alguns<br />

dos mais importantes aspectos dos<br />

vários sistemas de saúde em vigor nos 27<br />

Estados-membros da EU, como o financiamento,<br />

a gestão, o número de profissionais<br />

de saúde, o número de hospitais.<br />

As características do financiamento, da cobertura<br />

da população e da forma de gestão<br />

são apenas alguns dos pontos em que os mais<br />

novos e os mais antigos membros da União<br />

Europeia divergem, diferenças essas ditadas<br />

até pela própria dimensão dos países.<br />

Nesta edição, apresenta-se a comparação<br />

entre Dinamarca, Estónia, Hungria, Irlanda<br />

e Itália.<br />

Os dados foram compilados pela HOPE<br />

- European Hospital and Healthcare Federation.<br />

am<br />

Países<br />

Sistemas<br />

Dinamarca<br />

Estónia<br />

5,4 milhões de habitantes 1,3 milhões de habitantes<br />

% de financiamento 82,6% 76%<br />

público<br />

Financiamento Impostos Seguro de saúde obrigatório (68 %)<br />

público e impostos (12 %)<br />

Cobertura Cobertura universal e quase gratuita Cobertura universal baseada na residência,<br />

da população<br />

93 o/o da população abrangida<br />

Público/Privado Coexistência de hospitais públicos e privados Coexistência de hospitais públicos e privados<br />

N° de hospitais 67 hospitais 51 hospitais<br />

N° de camas 16.800 camas de cuidados agudos 5.700 camas de cuidados agudos<br />

Camas 96 o/o camas públicas; 89,9 o/o camas públicas;<br />

públicas/ privadas 4 % camas privadas 1O,1 o/o camas privadas<br />

Duração da estadia 3,4 dias 6,2 dias<br />

Listas de espera Notáveis s.d.<br />

Administração Hospitais públicos são geridos e pertencem às cinco Hospitais públicos são da propriedade do Estado<br />

e gestão dos hospitais regiões ou à Corporação dos Hospitais de Copenhaga ou das autoridades locais<br />

Entidades Hospitais públicos financiados pelas regiões. Os hospitais A Segurança Social e os hospitais negoceiam<br />

financiadoras da Corporação de Hospitais de Copenhaga são financiados os contratos anuais que estipulam os serviços<br />

pelos municípios de Copenhaga e Frideriksberg<br />

fornecidos, capacidades e preço dos actos<br />

Despesas hospitalares 870 dólares por habitante; s.d. por habitante;<br />

(públicas e privadas) 30, 1 o/o do total das despesas de saúde 32,5 o/o do total das despesas de saúde<br />

Profissionais de Saúde 96.400 funcionários do sector da saúde e da segurança social. s.d.<br />

e Acção social 70.900 funcionários no sector hospitalar<br />

Médicos hospitalares 14. 060 médicos hospitalares 2.180 médicos hospitalares<br />

Remuneração e estatuto São assalariados. Especialistas recebem uma taxa por cada São assalariados. O Estado define uma remuneração<br />

dos médicos hospitalares acto médico realizado<br />

mínima e cada administração hospitalar fixa<br />

o montante do salário<br />

N° de equipamentos MRI: 10,2 MRI: s.d.<br />

por milhão de habitantes Radioterapia: 6,3<br />

Scanners: 14,6<br />

Radioterapia: s.d.<br />

Scanners: s.d.<br />

s.d. - sem dados<br />

27


P' ruses<br />

Sistemas<br />

Hungria<br />

o/o de financiamento 71,8%<br />

público<br />

10, 1 milhões de habitantes<br />

Financiamento público Seguros de saúde obrigatórios e impostos<br />

Cobertura<br />

da população<br />

Público/Privado<br />

Cobertura universal<br />

Coexistência de hospitais públicos<br />

e privados<br />

N° de hospitais 179 hospitais<br />

N° de camas '59.600 camas de cuidados agudos<br />

Camas<br />

públicas/privadas<br />

Duração da estadia<br />

Listas de espera<br />

Administração<br />

e gestão dos hospitais<br />

Entidades<br />

financiadoras<br />

97,3 o/o camas públicas;<br />

2,7 o/o privados<br />

6,5 dias<br />

Existem para algumas patologias<br />

Hospitais são propriedade das<br />

colectividades locais, desde 1990, com<br />

excepção dos hospitais universitários<br />

e de cuidados especializados que se<br />

mantém na posse do Estado<br />

Hospitais têm contratos com<br />

Segurança Social<br />

Irlanda<br />

4,3 milhões de habitantes<br />

78,5 o/o<br />

Impostos<br />

35% tem acesso a cuidados gratuitos;<br />

65% participam no pagamento dos<br />

cuidados ou têm um seguro voluntário<br />

Coexistência de hospitais públicos<br />

e privados<br />

179 hospitais<br />

11 .900 camas de cuidados agudos<br />

s.d.<br />

6,5 dias<br />

Notáveis: 28.000 pacientes<br />

em lista de espera<br />

HSE (Health Services Executive)<br />

gere os hospitais públicos<br />

O HSE financia os hospitais, que<br />

recebem verbas também dos seguros<br />

privados e do co-pagamento<br />

dos utentes<br />

Itália<br />

58,9 milhões de habitantes<br />

76,4%<br />

Impostos<br />

Cobertura universal<br />

-<br />

Coexistência de hospitais públicos<br />

e privados<br />

1.296 hospitais<br />

201.400 camas de cuidados agudos<br />

77 o/o camas públicas;<br />

23 o/o camas privadas<br />

6,7 dias<br />

Notáveis<br />

Hospitais autónomos são propriedade<br />

das regiões. Os restantes são geridos<br />

pelas Unidades Locais de Saúde (ASL)<br />

O Estado e as regiões<br />

-<br />

Fórum sobre <strong>Gestão</strong> do Medicamento em Meio <strong>Hospitalar</strong><br />

Doenças crónicas e ensaios<br />

clínicos em análise<br />

Decorreu no passado dia 16<br />

de Outubro, o li Fórum Nacional<br />

sobre <strong>Gestão</strong> do Medicamento<br />

em Meio <strong>Hospitalar</strong>, no Hotel Tivoli<br />

Oriente. Um evento organizado<br />

pela APAH e que teve como<br />

principais temas em analisae<br />

os ensaios clínicos e as abordagens<br />

da<br />

''<br />

gestão<br />

E<br />

da doença crónica.<br />

m<br />

Portugal o número de ensaios<br />

clínicos, de fase 1 é menor do<br />

que na União Europeia. Nos<br />

Estados europeus, cerca de 20% dos ensaios são<br />

suportados por outros promotores que não a Indústria<br />

Farmacêutica, o que não acontece em Portugal.<br />

O número de ensaios submetidos por ano,<br />

em Portugal, tem-se mantido constante", referiu<br />

na ocasião Vasco Maria, presidente do Infarmed.<br />

Segundo este responsável, "em 2008 foram inspeccionados<br />

21 centros de investigação e alguns<br />

não estavam em conformidade com o que mandam<br />

as regras, no que diz respeito a procedimentos,<br />

recepção, armazenamento, dispensa e rastreio<br />

dos medicamentos experimentais".<br />

Segundo o presidente do Infarmed, "os principais<br />

constrangimentos sobre os ensaios clínicos em<br />

Portugal estão relacionados com a morosidade na<br />

aprovação a nível hospitalar; com as dificuldades<br />

de recrutamento; com o conflito entre protecção<br />

de dados individuais e requisitos técnicos e, ainda,<br />

com a escassez de incentivos, apoio e reconhecimento<br />

à investigação, em especial à académica",<br />

salientou o presidente do Infarmed. Vasco Maria<br />

realçou na sua intervenção no evento da APAH,<br />

que "as oportunidades em Portugal estão interligadas<br />

com a experiência adquirida, de acordo<br />

com o enquadramento vigente. Tem que existir<br />

uma consistência na identificação de constrangimentos<br />

e partilha de interesses por parte dos<br />

agentes envolvidos", uma vez que "existem medidas<br />

propostas pelo Infarmed - nomeadamente<br />

o incremento da simplificação e transparência e<br />

comunicação; análise das condições e exequibilidade<br />

para avaliação acelerada de pedidos de ensaios<br />

fase 1 e a promoção de acções de formação".<br />

''A epidemiologia das doenças crónicas em Portugal<br />

aponta para que existam 4 milhões de pessoas<br />

com cárie dentária; 2,5 milhões com rinite;<br />

2 milhões com depressão; 1,8 milhões com hipertensão;<br />

1,5 milhões com obesidade; 1 milhão<br />

com artroses; 1 milhão com asma e 700 mil com<br />

diabetes", deu a conhecer Luís Campos, director<br />

do serviço de Medicina Interna do Hospital<br />

São Francisco Xavier, neste fórum. Isto significa<br />

que "as doenças crónicas estão a aumentar numa<br />

percentagem de um por cento ao ano, em geral,<br />

subindo esse número para 2,5% se se analisar o<br />

grupo com mais de 65 anos". De acordo com<br />

este internista, "as estruturas não foram pensadas<br />

na perspectiva do doente. Cada estrutura foi<br />

pensada independente das outras - como o caso<br />

dos cuidados continuados; os ACES e, mesmo,<br />

as urgências", acrescentando que para os doentes<br />

crónicos o futuro pode vir a ser ainda mais<br />

complicado, uma vez que "em 2013, 50% da<br />

população portuguesa passa a estar sem médico<br />

de famílià'. Ana Cruz IBD<br />

Despesas hospitalares<br />

320 dólares por habitante;<br />

s.d.<br />

1.010 dólares por habitante;<br />

(públicas e privadas)<br />

29 o/o do total das despesas de saúde<br />

44, 1 o/o do total das despesas de saúde<br />

Profissionais de Saúde<br />

100.800 funcionários no sector<br />

124.500 funcionários do sector da<br />

1, 1 milhão de funcionários do sector da<br />

e Acção social<br />

hospitalar<br />

saúde e da segurança social; 68. 700<br />

saúde e da segurança social; 660.600<br />

funcionários do sector hospitalar<br />

funcionários do sector hospitalar<br />

Médicos hospitalares<br />

14.690 médicos hospitalares<br />

s.d.<br />

131.590 médicos hospitalares<br />

Remuneração e estatuto São assalariados. A remuneração varia<br />

dos médicos hospitalares em função da experiência e qualificação<br />

N° de equipamentos MRI: 2,6<br />

por milhão Radioterapia: 2,7<br />

de habitantes Scanners: 6,8<br />

s.d. - sem dados<br />

Os especialistas dos hospitais públicos<br />

são assalariados<br />

MRI: s.d.<br />

Radioterapia: s.d.<br />

Scanners: s.d.<br />

Os médicos dos hospitais públicos<br />

são assalariados<br />

MRI: 10,2<br />

Radioterapia: 4, 1<br />

Scanners: 20,6


Carestream Health<br />

Tecno o<br />

A Carestream Health<br />

tem vindo a implementar-se<br />

no mercado português<br />

dos equipamento~ e soluções<br />

de radiologia e apresenta<br />

algumas soluções inovadoras<br />

que permitem fa~ilitar<br />

a prestação de cuidados<br />

de saúde.<br />

A<br />

empresa surgiu em Maio de 2007,<br />

na sequência da compra da Kodak<br />

Health Group pelo grupo ONEX,<br />

fundo de investimentos canadiano presente<br />

em várias indústrias. A Carestream Health é<br />

uma companhia multi-nacional, representada<br />

em 150 países.<br />

A Carestream Health Portugal, está, sobretudo,<br />

vocacionada para o mercado da radiologia,<br />

focando-se em todos os produtos que se<br />

relacionam com a imagem, a sua produção,<br />

captura, distribuição e impressão, a n.!vel<br />

hospitalar e clínico, para clientes privados e<br />

públicos, cobrindo todo o Portugal.<br />

Um dos maiores projectos realizados por esta<br />

empresa - no valor de 750 mil euros - foi a<br />

implementação do projecto PACS no Hospital<br />

Nossa Senhora do Rosário no Barreiro,<br />

que passou a ser uma unidade hospitalar totalmente<br />

digital, sem impressão em película<br />

ou papel.<br />

Em fase de implementação está o projecto<br />

que prevê a interligação de várias unidades<br />

de saúde e que será "o maior projecto privado<br />

de Saúde do AJgarve", revela o director<br />

comercial da Carestream Health, Mário Garcia.<br />

É um projecto 'multi-site' que engloba a<br />

interligação digital e a distribuição de imagem<br />

por várias clínicas e hospitais: o Hospital<br />

Particular de Faro será ligado a outras<br />

•<br />

instalações em Portimão e Alvor.<br />

Já no ano passado, a renovação e a digitalização<br />

de 13 centros de saúde nos Açores ficou<br />

a cargo desta empresa.<br />

Estes são alguns exemplos da actividade da<br />

Carestream que, conforme aponta Mário<br />

Garcia, conta ainda com clientes como o<br />

Centro <strong>Hospitalar</strong> do Barlavento Algarvio,<br />

Unidade Local de Saúde do Alto Minho, Litoral<br />

Alentejano, Norte Alentejano, os Hospitais<br />

da Universidade de Coimbra, Grupo<br />

IMI, IPO do Porto e de Lisboa, entre muitos<br />

outros.<br />

A Carestream tem desenvolvido e colocado<br />

no mercado uma vasta gama de produtos,<br />

tanto na parte de soluções de software como<br />

nas de radiologia digital directa.<br />

Um dos produtos mais inovadores - o DRXl<br />

- é um detector que permite converter uma<br />

sala de raio-x convencional numa sala digital.<br />

A imagem de raio-x é enviada directamente,<br />

via wireless, para um posto de trabalho, sem<br />

qualquer passo intermédio e sem que seja<br />

necessário modificar o espaço ou instalar<br />

mais do que este sistema de radiologia digital<br />

directa. O que permite, também, um ganho<br />

substancial, já que fica cerca de 70 por cento<br />

• •<br />

e anta na Ra 10 o<br />

mais barato do que equipar e montar toda<br />

uma sala de radiologia digital directa ..<br />

Centros de suporte<br />

Um outro produto comercializado com sucesso<br />

pela Carestream são os sistemas PACS (Picture<br />

Archiving and Distribution System), soluções<br />

de software que facilitam todas as funções<br />

em torno da radiologia ao proporcionar uma<br />

maior acessibilidade na transmissão e arqui-<br />

A Carestream Health está organizada por todo o mundo em "clusters". O "clusters" da<br />

Europa do Sul incorpora o Ibérico, constituído por Portugal e Espanha, e também a<br />

França, Itália, Bélgica e Grécia. Os outros "clusters" são os da Europa do Norte, Estados<br />

Unidos, Ásia, América do Sul e Mercados Emergentes. No âmbito do software, a<br />

Carestream Health providencia ainda um amplo e importante serviço de apoio. Existem<br />

vários centros de investigação, desenvolvimento e supo~e que permitem fornecer esse<br />

serviço de apoio, por exemplo, à radiologia ( teleradiologia) 24horas por dia, sete dias<br />

por semana. Para a Europa, o centro de investigação e suporte localiza-se na Itália. Estes<br />

centros procuram criar novos produtos inspirados pelas necessidades do mercado da<br />

imagiologia, tendo actualmente desenvolvido uma solução de software de distribuição<br />

de imagem adaptada à área da cardiologia.<br />

vamento de imagens dentro das unidades de<br />

saúde. Estas soluções permitem tambem a<br />

partilha dos exames entre vários centros, potenciando<br />

assim um diagnóstico remoto, conceito<br />

base da Teleradiologia.<br />

A Carestream Health, para além da parte médica,<br />

fornece produtos em duas outras áreas<br />

distintas. No âmbito da imagem molecular,<br />

tem disponíveis radioisótopos e equipamento<br />

para o estudo precoce de doenças, sendo o<br />

diagnóstico molecular uma das apostas principais<br />

para a medicina do futuro. Além disso,<br />

distribui também películas e produtos específicos<br />

para testes não destrutivos de equipamentos<br />

para o mercado industrial.<br />

Crescimento de 25% em 2008<br />

De acordo com Mário Garcia, director comercial<br />

da Carestream H ealth, a empresa comercializa<br />

cerca de 65% de produtos e equipamentos<br />

de software e 35% em produtos<br />

de consumo associados à impressão, como<br />

películas.<br />

Vendas que resultaram num volume de negócios<br />

de 7,652 milhões de euros no ano de<br />

2008, "só na parte de Medical Imaging", e<br />

que representaram um crescimento de 25%<br />

da Carestream nesse mesmo ano, quando, em<br />

2007, já tinha crescido 23% .<br />

"Estamos gradualmente a inrroduzirmo-nos<br />

no mercado radiologia dos três grandes, que<br />

são a Siemens, Phillips e General Electric, contra<br />

quem já ganhámos vários concursos públicos",<br />

aponta Mário Garcia.<br />

No ano de <strong>2009</strong> será mais difícil atingir<br />

os valores do ano transacto, não só devido<br />

à crise económico-financeira, mas também<br />

devido à quase paralisia do investimento<br />

público. "Em termos públicos não tem<br />

havido concursos com volumes que sejam<br />

significativos". O investimento nesta área<br />

tem estado assegurado, sobretudo, pelos<br />

quatro grandes grupos privados de saúde<br />

que, considera o director comercial da<br />

Carestream, "continuarão a apostar neste<br />

mercado".<br />

Mário Garcia faz, porém, uma ressalva,<br />

referindo-se às parcerias público-privadas.<br />

Os novos hospitais que serão lançados<br />

a curto e médio prazo assegurarão boas<br />

oportunidades comerciais, embora se possa<br />

considerar que a maioria do investimento<br />

é privado. 1111<br />

30


Reflexão<br />

Jantar Debate da APAH<br />

Lançamento de livro<br />

"O Balanced Scorecard em Hospitais"<br />

AAssociação Portuguesa de Administradores<br />

<strong>Hospitalar</strong>es (APAH),<br />

prossegue várias finalidades, conforme<br />

determinação estatutária, sendo uma<br />

delas a "discussão alargada de temas" da<br />

área da Saúde.<br />

Tem sido neste contexto que a Associação<br />

tem levado a cabo várias sessões, nas quais<br />

se enquadram os jantares-debate, que mais<br />

não são do que um momento de reflexão<br />

sobre assuntos da Saúde, tornando-se ao<br />

mesmo tempo num encontro dos seus profissionais.<br />

Reactivando esta tradição, a actual direcção<br />

da APAH realizou mais um jantar-debate,<br />

no dia 18 de Setembro do corrente ano,<br />

na região Norte do país, em Vila Nova de<br />

Gaia, no empreendimento turístico Quinta<br />

da Boeira.<br />

O jantar-debate teve como tema a apresentação<br />

dos conteúdos dos programas eleitorais<br />

dos cinco maiores partidos políticos<br />

portugueses e respectiva discussão.<br />

Assim, estiveram presentes o Partido Socialista,<br />

representado pelo médico e acrual<br />

Secretário de Estado da Saúde, Manuel<br />

Pizarro; o Partido Social Democrata,· representado<br />

pela farmacêutica, Clara Carneuo;<br />

a Coligação Democrática Unitária,<br />

representada pelo médico Sérgio Vinagre; o<br />

Centro Democrático e Social/Partido Popular,<br />

representado pelo Solari Allegro e, finalmente,<br />

o Bloco de Esquerda, representado<br />

pelo médico João Semedo.<br />

As intervenções foram conduzidas por Lúcia<br />

Gonçalves, jornalista da cadeia televisiva<br />

SIC, do Porto, que proporcionou um debate<br />

dinâmico, profissional e esclarecido.<br />

Houve um primeiro momento, no qual os<br />

representantes dos partidos políticos, acima<br />

referidos, fizeram a leitura das suas propostas<br />

políticas para a próxima legislatura e<br />

posteriormente abriu-se o debate a todos os<br />

presentes transformando-se num momento<br />

de grande interactividade.<br />

Foi extraordinário o número de inscritos<br />

para o evento, cerca de 120 pessoas, bem<br />

como o número de presenças que rondaram<br />

os 100 participantes.<br />

t de enaltecer o trabalho desenvolvido pelo<br />

colega de direcção, Victor Herdeiro, o verdadeiro<br />

responsável pela organização e logística<br />

da realização.<br />

Uma nota para referir o facto de o jantar­<br />

-debate ter contado com as mais diversas<br />

personalidades representativas da região<br />

Norte do país, designadamente ARS, Hospitais<br />

e respectivos Conselhos de Administração,<br />

Centros de Saúde, ACEs, etc.,<br />

bem como do resto do país, Bastonária da<br />

Ordem dos Enfermeiros, representante da<br />

APDH, Presidente da APFH, presidente<br />

da APEGSaúde, etc., que permitiram uma<br />

alargada e multidisciplinar participação dos<br />

vários stackholders do sistema de saúde português.<br />

Perdoem-me o atrevimento mas não posso<br />

deixar de referir o prazer que foi ter encontrado<br />

antigos colegas administradores hospitalares,<br />

bem como outras personalidades<br />

da área dà saúde que há tanto tempo não<br />

tinha o prazer de contactar.<br />

Uma menção final para o nosso resistente<br />

colaborador Fresenius/Kabi-Labesfal, que<br />

desde sempre tem partilhado connosco este<br />

projecto vencedor. llD<br />

Foi lançado, no passado dia<br />

22 de Setembro, na FNAC<br />

Norte Shopping,<br />

em Matosinhos, o livro<br />

"Balanced Scorecard<br />

em Hospitais", da autoria<br />

de Luís Matos e Isabel Ramos.<br />

Esta obra pretende funcionar<br />

como uma ferramenta<br />

de medição da performance<br />

as organizações e em<br />

particular dos hospitais.<br />

C C T<br />

rata-se de um estudo elaborado<br />

por mim e pela Professora<br />

Doutora Isabel Ramos, da Universidade<br />

do Minho, sobre a possibilidade de<br />

aplicação do Balanced Scorecard a um hospital<br />

público português, como instrumento para medir<br />

os resultados das políticas de gestão. O análise<br />

foi realizada tendo por base uma revisão da<br />

bibliografia sobre o método bem como o estudo<br />

de casos internacionais de aplicação do método<br />

no sector da saúde. O mesmo foi levado a cabo<br />

numa unidade hospitalar portuguesa e teve como<br />

objectivo compreender a viabilidade da aplicação<br />

do Balanced Scorecard a dois serviços dessa unidade<br />

hospitalar", referiu à GH Luís Matos, autor do<br />

livro. Segundo o autor da obra, a "metodologia<br />

Balanced Scorecard (BSC) assenta no princípio<br />

que as organizações actuais têm tanto mais sucesso<br />

quanto melhor conseguirem investir e gerir<br />

os seus bens intelectuais e os conhecimentos adquiridos<br />

ao longo do tempo. Pela ligação entre a<br />

missão, a visão e estratégia da organização é uma<br />

ferramenta de medição do desempenho que evita<br />

erros comuns, garante a interligação entre quatro<br />

vectores essenciais de cada organização (clientes,<br />

financeiro, processos internos e aprendizagem e<br />

crescimento), contribuindo por isso decisivamente<br />

para o sucesso da implementação das estratégias<br />

organizacionais. Esta metodologia abandona<br />

LUIS MATOS . ISABEL RAMOS<br />

MEDIR PARA GERIR<br />

O Balanced<br />

Scorecard<br />

em Hospitais<br />

a ideia da preponderância dos resultados financeiros,<br />

como única forma de medir a performance,<br />

interligando com os outros 3 vectores. É uma<br />

metodologia que mede o que se pretende fazer,<br />

para onde estamos a ir e não o que já fizemos".<br />

Com esta obra, salienta ainda, "pretende-se apresentar<br />

uma ferramenta de medição da performance,<br />

em particular dos hospitais. A medição<br />

da performance é algo da maior importância, que<br />

tem sido alvo da atenção de muitos com resultados<br />

ainda insatisfatórios. O BSC afigura-se<br />

como um instrumento que pode, de uma forma<br />

simples, resolver esta questão. Assumindo como<br />

inquestionável que só se pode gerir o que se mede,<br />

os nossos hospitais têm procurado desenvolver diferentes<br />

métodos para medir os seus resultados,<br />

sem ter encontrado um meio satisfatório para todos<br />

os stakeholders da organização".<br />

Ainda segundo Luís Matos, os diferentes métodos<br />

utilizados (e muitas vezes rapidamente abandonados),<br />

não têm sido credíveis e têm mantido<br />

o afastamento, artificial, entre prestadores de cuidados<br />

e gestores do hospital, acrescentando que<br />

"sendo a prestação de cuidados o nosso desígnio,<br />

não podemos tentar medir os resultados sem<br />

incorporar claramente a prestação de cuidados<br />

nos nossos modelos de avaliação e na informação<br />

que usamos para tomar as nossas decisões".<br />

O método apresentado no livro, afigura-se como<br />

a ferramenta ideal para medir a performance do<br />

hospital numa perspectiva sistémica. "Por outro<br />

lado, pretendemos desmistificar a ideia de "mais<br />

e mais tecnologià'. Os péssimos resultados desta<br />

estratégia, se é que lhe podemos chamar isso,<br />

estão á vista de todos (não só na saúde como nas<br />

organizações em geral) e não são bonitos".<br />

Segundo o autor da obra, "a ideia surgiu de uma<br />

coincidência de crenças com a professora Isabel<br />

Ramos, segundo a qual o BSC é uma metodologia<br />

com grandes potencialidades e que a sua aplicação<br />

poderá traduzir-se em ganhos efectivos para<br />

as organizações. A aplicação a hospitais apareceu<br />

naturalmente pelo facto de eu ser Administrador<br />

<strong>Hospitalar</strong> e ter a noção que, nos nossos hospitais,<br />

a medição do que fazemos e a existência de informação<br />

relevante, fiável e atempada para a tomada<br />

de decisão deixa muito a desejar. Contrariamente<br />

à opinião de alguns, os nossos hospitais estão a<br />

abarrotar de dados e informação. O problema é<br />

que a sua utilização para a tomada de decisão, é<br />

muitas vezes diRcil, confusa e infelizmente dos<br />

mesmos dados obtemos informações diferentes<br />

e muitas vezes contraditórias". Para o administrador<br />

hospitalar Luís Matos, os nossos hospitais<br />

"necessitam de uma metodologia para medir os<br />

seus resultados que seja, fácil, abrangente e .fiável.<br />

Entendemos que o BSC é essa metodologià'. O<br />

livro destina-se, pois a todos aqueles que têm funções<br />

de gestão no hospital, nomeadamente administradores<br />

hospitalares, médicos em funções<br />

de chefia e de gestão, enfermeiros chefe e todos<br />

os profissionais que dirigem serviços no hospital.<br />

Por outro lado, é também destinado a alunos e investigadores,<br />

que encontrem no BSC um tema de<br />

estudo e estejam dispostos a pormenorizar algumas<br />

das questões que o livro levanta. Ao longo do<br />

livro é abordado todo o enquadramento teórico<br />

do BSC e são apresentados casos práticos de aplicação<br />

desta metodologia em diferentes hospitais.<br />

Abordamos ainda a questão da automatização do<br />

BSC. Que aplicações, quais as razões que devem<br />

presidir à escolha da aplicação e s:uais os erros a<br />

evitar. Abordamos ainda a questão do investimento<br />

em tecnologias de informação e comunicação,<br />

que não sendo o foco do livro, terá sempre<br />

que estar nas nossas preocupações. am<br />

32<br />

33


--------~---- -·-<br />

MAIS QUE UM SERVIÇO DE ALUGUER •••<br />

DIÁRIO DA REPÚBLICA<br />

A GH apresenta a legislação mais relevante publicada em Diário da República de 13 de Agosto a 25 de<br />

Setembro.<br />

Ministério da Saúde<br />

Decreto-Lei n. 0 241/<strong>2009</strong>, de 16 de Setembro<br />

Estabelece o regime de instalação, abertura e funcionamento de farmácia<br />

de dispensa de medicamentos ao público nos hospitais do Serviço<br />

Nacional de Saúde e as condições da respectiva concessão por concurso<br />

público e revoga o Decreto-Lei n. 0 235/2006, de 6 de Dezembro<br />

Decreto-Lei n. 0 242/<strong>2009</strong>, de 16 de Setembro<br />

Dispensa a obrigatoriedade de atestado médico para efeitos de comprovação<br />

da robustez física e do perfil psíquico exigidos para o exercício de<br />

funções profissionais, públicas ou privadas, e revoga o Decreto-Lei n. 0<br />

319/99, de 11 de Agosto<br />

Portaria n. 0 1065/<strong>2009</strong>, de 16 de Setembro<br />

Aprova o Regulamento do Ciclo de Estudos Especiais em Epidemiologia<br />

Decreto-Lei n. 0<br />

247/<strong>2009</strong>, de 22 de Setembro<br />

Estabelece o regime da carreira de enfermagem nas entidades públicas<br />

empresariais e nas parcerias em saúde, bem como os respectivos requisitos<br />

de habilitação profissional e percurso de progressão profissional e<br />

de diferenciação técnico-científica<br />

Decreto-Lei n. 0<br />

248/<strong>2009</strong>, de 22 de Setembro<br />

Estabelece o regime da carreira especial de enfermagem, bem como os<br />

respectivos requisitos de habiliração profissional<br />

Decreto-Lei n. 0<br />

253/<strong>2009</strong>, de 23 de Setembro<br />

Aprova o Regulamento da Assistência Espiritual e Religiosa no Serviço<br />

Nacional de Saúde<br />

Ministério da Ciência, Tecnologia<br />

e Ensino Superior<br />

Portaria n. 0 969/<strong>2009</strong>, de 26 de Agosto<br />

Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem<br />

Médico-Cirúrgica na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico<br />

de Setúbal e aprova o respectivo plano de estudos<br />

Portaria n. 0 982/<strong>2009</strong>, de 02 de Setembro<br />

Altera o plano de estudos do curso de pós-licenciatura de especialização<br />

em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria na Escola Superior de<br />

Saúde do Vale do Sousa do Instituto Politécnico de Saúde do Norte,<br />

aprovado pela Portaria n. 0 255/2007, de 9 de Março<br />

Decreto-Lei n. 0 221/<strong>2009</strong>, 8 de Setembro<br />

Altera o reconhecimento de interesse público do Instituto Superior de<br />

Psicologia Aplicada de escola universitária não integrada para instituto<br />

universitário e a sua denominação para ISPA- Instituto Universitário<br />

de Psicologia Aplicada<br />

Ministérios do Trabalho<br />

e da Solidariedade Social e da Saúde<br />

Portaria n. 0 965/<strong>2009</strong>, de 25 de Agosto<br />

Estabelece as regras de articulação entre as unidades de saúde e os serviços<br />

da segurança social e os instrumentos a milizar, considerando o<br />

enquadramento desta matéria no âmbito da lei de protecção de crianças<br />

e jovens em perigo e do despacho n. 0 31292/2008, publicado no<br />

Diário da República, 2. ª série, n. 0 236, de 5 de Dezembro de 2008<br />

Ministérios da Economia e da lnovacão<br />

e da Saúde<br />

"'<br />

Portaria n. 0 1047/<strong>2009</strong>, de 15 de Setembro<br />

Terceira alteração à Portaria n. 0 1016-N2008, de 8 de Setembro, que reduz<br />

os preços máximos de venda ao público dos medicamentos genéricos<br />

Assembleia da República<br />

Lei n. 0 81/<strong>2009</strong>, 21 de Agosto<br />

Institui um sistema de vigilância em saúde pública, que identifica situações<br />

de risco, recolhe, actualiza, analisa e divulga os dados relativos a<br />

doenças transmissíveis e outros riscos em saúde pública, bem como<br />

prepara planos de contingência face a situações de emergência ou tão<br />

graves como de calamidade pública<br />

Lei n. 0 106/<strong>2009</strong>, 14 de Setembro<br />

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34<br />

Portaria n. 0 970/<strong>2009</strong>, de 26 de Agosto<br />

Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de<br />

Saúde Mental e Psiquiatria na Escola Superior de Saúde do Instituto<br />

Politécnico de Setúbal e aprova o respectivo plano de estudos<br />

Portaria n. 0 981/<strong>2009</strong>, de 02 de Setembro<br />

Cria o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de<br />

Saúde Materna e Obstetrícia na Escola Superior de Saúde do Instituto<br />

Politécnico de Bragança e aprova o respectivo plano de estudo<br />

Lei n. 0<br />

111/<strong>2009</strong>, 16 de Setemb.op.r... __ S_A_ú_D_E_P_u_ · B_L_l_C_A _ __.<br />

Procede à primeira alteração ao Estat to da Ordem dos Enfermeiros,<br />

aprovado pelo Decreto-Lei n. 0 104/9 de 21 de Abril<br />

. o/0-11- o 1<br />

Região Autónoma da Ma e1ra ~<br />

Assembleia Legislativa<br />

/ t<br />

Decreto Legislativo Regional n.2 12~~ / , t_! ~ ~Cf:CCC A<br />

Adapta à Região Autónoma da Madeir o Decreto-Lei n. 0 307 /2007, de<br />

31 de Agosto, que estabelece o regime jurídico das farmácias de oficina<br />

'"<br />

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